Minimalismo

A mãe pelos olhos dos filhos

Adulto, Mãe, Filha, Praia, Crianças, Noite, Família

Quem tem criança sabe, que o tempo passa tão rápido que parece escapar por entre os dedos. As feições das crianças mudam mês a mês, amadurecem diante dos nossos olhos, só não mudam a forma de sorrir e de dormir.

Fico pensando de que forma minhas filhas lembrarão de mim, quando forem adultas.

Quero que elas recordem de mim como alguém que não tinha medo de errar, que nunca escondeu as lágrimas e que sempre acreditou na capacidade de mudança.

Quero que guardem na memória a minha ternura, os abraços afetuosos, os beijos, e que lembrem do toque das minhas mãos e o som da minha voz.

Quero que lembrem dos livros lidos, das histórias que compartilhamos, que sintam saudades dos nossos jantares barulhentos e das viagens que fizemos…

Que saibam que eu sempre ofereci o melhor pedaço de pão, os morangos mais vermelhos, o pedaço mais doce da melancia, o pedaço maior do cobertor. Isso sempre foi natural. Sempre foi por amor.

Quero ser lembrada como uma mãe presente, uma mulher imperfeita, mas esforçada; como alguém forte e determinada.

O amor que sinto pelas minhas filhas é o meu maior legado, a minha mais genuína forma de demonstrar amor.

“Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.” ~ José Saramago ~

Desejo a todos, um feliz dia das mães.

~ Yuka ~

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Prestar atenção às pequenas felicidades

Esses dias, eu estava caminhando pela rua e vi esse dente-de-leão da foto acima, simplesmente GI-GAN-TE dando sopa entre a calçada e o muro de uma casa.

Na hora hesitei um pouco, afinal, gente… tenho 42 anos… mas eu acabei não resistindo… me abaixei, puxei o caule com cuidado e fiquei admirando o dente-de-leão.

Tirei uma foto – que é exatamente essa foto do post – para mandar para o marido, afinal, só comentar que eu tinha encontrado o maior dente-de-leão da minha vida não seria suficiente, eu tinha que ter uma foto para provar.

Depois que tirei a foto, meu instinto imediato foi “como posso levar para casa?”, já que minhas duas filhas também são malucas por dente-de-leão, e eu queria que elas vissem o que estava diante dos meus olhos.

Toda vez que eu encontro um dente-de-leão, não importa onde eu esteja, tenho o costume de assoprar as sementes onde tem terra. Assim, a minha esperança é que nasça cada vez mais dentes-de-leão.

Depois de um tempo admirando, decidi assoprar as sementes perto de um terreno que tinha encontrado ali perto. E aí, todo aquele momento de euforia e encantamento se dissipou, assim como o dente-de-leão.

Voltando um pouco no tempo, no ano passado, eu viajei com meus amigos, levando minha família e posso dizer que foi uma experiência maravilhosa.

Eu, definidamente, não sou uma pessoa que chora fácil.

Mas teve um momento, quando olhei os meus amigos da adolescência e os seus filhos, brincando todos juntos na piscina do hotel, ao lado do meu marido e minhas filhas, meus olhos se encheram de lágrimas. Ver os filhos dos meus melhores amigos sendo amigos das minhas filhas me emocionou de uma maneira especial. Ali estavam pessoas importantes da minha vida, que me conhecem desde os meus 18 anos, agora todos com mais de 40, com marido, esposa, filhos.

Eu me senti tão grata, tão viva, que me emocionei, porque tive a certeza de que eu lembraria daquele momento para o resto da minha vida. Chorei, porque sabia que felicidade era exatamente aquilo que estava sentindo e vivendo, a mais pura sensação de felicidade.

Acho que a felicidade pode ser comparada a esses momentos.

Ela pode ser encontrada em qualquer lugar, mas passa rápido.

O desafio está em cultivar uma consciência consciente dos momentos felizes e aprender a valorizá-la de forma plena.

Escrevendo esse post, lembrei que já havia escrito algo parecido aqui. Quem tiver interesse, vale a leitura.

~ Yuka ~

Minimalismo

A farsa da televisão quebrada

Fonte: Pixabay

Em fevereiro deste ano, meu marido foi tirar um conector da televisão e esse conector quebrou. Meu marido falou “ih, quebrou!!!!” e minha filha mais velha, achou que era a televisão que tinha quebrado. Na hora, tanto eu como meu marido, achamos interessante a possibilidade de não termos mais televisão, e por isso, mantivemos esse cenário.

Já estamos quase entrando no mês de maio e continuamos com a “televisão quebrada”.

Hoje, eu queria compartilhar com vocês o meu relato de como não ter televisão está influenciando positivamente na rotina das minhas filhas.

Em primeiro lugar, a mudança mais significativa, foram as birras, que não existem mais. Sim, meus queridos, sem televisão, não há mais birra. Em parte, porque as horas de ócio delas aumentaram, ou seja, elas são obrigadas a estarem presentes, não há mais como fugir do momento presente. E estando mais presentes, elas curtem mais o tempo livre.

Nos primeiros dias, diziam que estavam com tédio, mas rapidamente se adaptaram à vida sem televisão e hoje se entretêm sem dificuldades.

Elas sempre me ajudaram na cozinha, mas agora, me ajudam muito mais. Minhas filhas tem 8 e 6 anos entram na cozinha com naturalidade, usam o fogão, fazem omelete sozinhas, picam e refogam os legumes, arrumam a mesa do jantar, colocam a toalha de mesa, os pratos, talheres e copos.

Já brincavam bastante, mas agora estão brincando mais ainda. São mestres em fazer objetos utilizando E.V.A. e cola quente, montam casas, móveis para bonecas. Também gostam de costurar usando uma máquina de costura, fazem bolsas, estojos, roupas para as suas bonecas. Também desenham bastante, constroem casas usando lençóis e cabos de madeira…

Gostam de ouvir música, de ler livros e gibis, de brincar de faz de conta, desenham, picotam papéis, fazem colares e pulseiras, escrevem no diário, brincam de dama, de xadrez, amam andar de bicicleta, pular corda, subir na parede do corredor…

Com a diminuição das birras, sobra mais tempo para reflexão e para a interação. Minha filha mais velha comentou esses dias que percebeu como é perda de tempo fazer birra ou ficar com a cara virada por orgulho, então decidiu que agora melhora de humor rapidinho. E está rápido mesmo rs. A outra reflexão que elas tiveram foi que a televisão roubava o tempo livre. Quando percebiam, o tempo já tinha passado, não tinham brincado tanto quanto gostariam e isso gerava frustração e raiva, ou seja, a tal da birra. Sem televisão, o dia tem passado mais devagar, o fim-de-semana dura mais tempo, conseguem aproveitar mais. Como elas gostam de dizer: “temos férias todo fim-de-semana”.

Em casa, costumo falar sobre o uso de celular para crianças, explico que já existem diversas pesquisas que comprovam que o uso indiscriminado do celular está trazendo ansiedade e depressão em crianças e adolescentes (em adultos também…). A pediatra das minhas filhas pede para que eu não dê um celular tão cedo, porque em todos os anos trabalhados como médica, nunca presenciou tantas crianças e adolescentes doentes, ansiosas, depressivas, tomando remédio e pasmem… tentando se matar.

Minhas filhas comentam que todos os seus amigos já possuem celular, alguns tem até canal no YouTube, e para o meu espanto, elas têm orgulho em dizer que elas são diferentes, que preferem curtir a infância sem celular.

Essa semana, enxergando benefícios de uma vida sem televisão, pediram para que eu a consertasse só no ano que vem, porque querem prolongar esse período offline.

Eu concordei…. sim…. “consertarei” só no ano que vem.

~ Yuka ~

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Autocuidado de verdade

Recentemente, li o livro escrito por Pooja Lakshmin: “Autocuidado de Verdade”.

Posso dizer que comecei a ler este livro de forma despretensiosa, mas que acabou me surpreendendo positivamente, pois o livro aborda o conceito do autocuidado de forma mais completa, que vai além de simplesmente tomar banhos relaxantes, tomar sucos desintoxicantes, fazer aulas de yoga, praticar meditação, comprar lençóis fios de bambu, cristais, etc.

Claro que toda intervenção é bem-vinda, principalmente quando estamos muito cansadas, mas o autocuidado vendido pela indústria, surge como se fosse a cura de todos os nossos problemas. Esse autocuidado, que vem de fora, traz sim um alívio imediato e temporário, serve como uma válvula de escape da vida cotidiana, mas não resolve o cerne do problema: nosso esgotamento mental.

A autora aborda no livro, a importância de como cuidar de si mesma de verdade, ou seja, o verdadeiro autocuidado envolve um compromisso profundo e contínuo com o bem-estar emocional, físico e espiritual.

Este é um livro focado principalmente na sobrecarga das mulheres, que são condicionadas sistematicamente para que deixemos as necessidades e preferências dos outros à frente das nossas próprias.

Conforme avançava as páginas do livro, reconheci diversos comportamentos meus que me fizeram adoecer, nos exemplos que a Pooja Lakshmin descrevia.

Eu frequentemente ultrapassava meus limites a todo momento, até que chegou um momento, em que comecei a precisar me hospedar em hotéis para fazer a tal da descompressão citada no livro. Hoje eu reconheço que precisava muito desse espaço, foi um refúgio, um lugar para descansar, uma intervenção emergencial, algo como um remédio antidepressivo que me deu forças para levantar e seguir adiante, mas entendi que não era autocuidado de verdade.

A partir do momento que passei a praticar o “autocuidado de verdade”, a necessidade que eu sentia de me hospedar em hotéis sozinha, passou.

A autora defende uma abordagem baseada na compaixão, que reconhece a importância de aceitar e honrar todas as partes de nós mesmos, incluindo as partes mais difíceis e imperfeitas.

O livro fornece ferramentas para fazer o trabalho radical de cuidar de si mesmo de verdade, de dentro para fora.

Há 4 princípios básicos do autocuidado de verdade:

  • Estabelecer limites para os outros.
  • Mudar a forma como você fala consigo mesma.
  • Lembrar o que importa para você.
  • Usar seu poder para o bem.

Ou seja, há uma maneira melhor de cuidar de nós: de dentro para fora.

O autocuidado é um processo que envolve tomar decisões difíceis que irão valer a pena no longo prazo. Envolve o processo interno de definir limites, de aprender a se tratar com compaixão, de fazer escolhas que aproximem a pessoa a levar uma vida alinhada com os próprios valores.

É um trabalho duro, e que diferentemente de soluções prontas, o livro mostra que a solução de outra pessoa nunca poderá ser sua, afinal, as respostas só podem vir de dentro, dentro de você.

~ Yuka ~

Minimalismo

O que você faz com o conhecimento adquirido?

Livros, Porta, Entrada, Cultura, Biblioteca

Fui apresentada ao mundo da leitura por um vovozinho que administrava um sebo, que ficava próximo à minha casa durante a adolescência.

Um dia, como quem não quer nada, dei uma espiada naquela banca bagunçada, que ele carinhosamente chamava de sebo. O lugar era abarrotado de livros espalhados pelas prateleiras, pilhas de livros pelo chão, alguns em cima de cadeiras, uma verdadeira bagunça. Não sei nem como ele conseguia encontras os livros ali…

Ao notar minha curiosidade, puxou uma conversa aqui, uma conversa ali, e como quem não quer nada, me indicou alguns livros.

Posso afirmar que minha vida nunca mais foi a mesma depois daquele dia: eu me apaixonei pela leitura.

Foi ele quem me apresentou a autores que até então eram desconhecidos para mim, como Franz Kafka, José Saramago, Edgar Allan Poe, Ernest Hemingway, Marcel Proust, Anne Frank, Virginia Woolf, Fernando Pessoa e Jane Austen.

Em pouco tempo, tornou rotina bisbilhotar a banca para que ele me indicasse um novo-velho livro.

Li obras de Guimarães Rosa, Machado de Assis, Jorge Amado, Luís Fernando Veríssimo, João Cabral de Melo e Neto, Clarice Lispector.

Li também Sidney Sheldon, Agatha Christie, Stephen King, Paulo Coelho e toda a coleção Vagalume.

Li livros biográficos, históricos, filosóficos, de economia, de autodesenvolvimento e autoajuda.

O conhecimento amplia a nossa mente e nos deixa mais humildes, mas o que de fato transforma nossas vidas são as ações. Estudar, ler, dialogar com pessoas é tudo muito válido, mas o que realmente me encanta na leitura é poder aplicar na minha vida o que aprendo nos livros. Acho isso simplesmente fantástico.

Foi assim com a organização e planejamento.

Foi assim com o minimalismo.

Foi assim com os investimentos.

Foi assim com a maternidade.

Foi assim com os alimentação saudável.

Foi assim com a saúde mental.

Foi assim com os meus traumas de infância.

Está sendo assim com os estudos sobre longevidade.

Os livros sempre foram meus grandes companheiros de jornada. Eles me ajudaram a me conhecer melhor, encontrar respostas, a me acalentar e a me divertir. Os livros vêm ao meu encontro, como se pulassem na minha frente. Alguns, eu mesma descubro, enquanto outros são indicados por outras pessoas.

De que adianta uma biblioteca repleta de livros com títulos nunca lidos, ou simplesmente admirá-los sem fazer absolutamente nada com todo conhecimento contido neles?

Se você ainda não tem o hábito de ler, comece lendo um capítulo. Se isso não for possível, leia uma página por dia.

Visite uma livraria, um sebo, e escolha qualquer livro, qualquer tema que desperte seu interesse, não importa se é de um autor famoso ou desconhecido; o importante é o INTERESSE PELO ASSUNTO. Simples assim.

Para mim, não há livro ruim. Há livros lidos no momento certo da vida.

Esse hábito fará toda a diferença na sua vida.

~ Yuka ~

Minimalismo

Como a disciplina está sendo importante para buscar uma vida saudável

Fonte: Pixabay

No final de 2022, eu estabeleci uma meta muito importante para o ano de 2024: ser saudável.

Ué, parece que pulou o ano de 2023, não é mesmo? A verdade é que eu tomei essa decisão de “ser saudável” no final de 2022. Dediquei o ano de 2023 ao estudo e planejamento, e deixei para tomar as atitudes a partir de 2024. Antes de começar algo, eu preciso estudar, analisar, planejar… É assim que eu funciono rsrs.

Ou seja, a partir de 2024 eu iria dormir melhor, praticar exercícios físicos, me alimentar de forma saudável, e consequentemente, perder o peso extra que ganhei durante a pandemia.

Eu não compartilhei essa meta, nem celebrei antes do tempo, porque vai que não consigo e aí só passo vergonha.

Mas a verdade é que esse texto que vocês estão lendo, foi escrito no dia 1º de janeiro de 2023. Eu escrevi, porque eu já sabia que iria conseguir.

Eu senti algo bem parecido quando descobri sobre FIRE (Financial Independence Retire Early). Quando estabeleci minhas metas inalcançáveis há alguns anos, eu já sabia que seria FIRE. Sabia que seria uma questão de tempo. E foi mesmo.

Depois de meses estudando, eu desmembrei todas as atividades que deveria fazer para alcançar a minha meta da saúde.

Falei para o marido e minhas filhas como seria a nova rotina a partir de então, já que a rotina da casa também seria alterada. Expliquei que estava fazendo essas mudanças tanto na alimentação da família, como no horário de dormir da família, para que pudéssemos viver melhor e por mais tempo.

Por incrível que pareça, a adaptação foi fácil, mas para isso, tive que explicar toda a comprovação científica por trás de tudo que estava prestes a acontecer em casa – inclusive para as crianças.

Meu objetivo era perder 15 quilos em 10 meses, sem fazer dietas absurdas, nem recorrer a remédios como Monjaro e Ozempic. A ideia era perder peso de forma constante, uma média de 1,5kg por mês, ao longo de 10 meses. Perder 1,5kg por mês significava perder 375g por semana. Eu achei que era possível. E está sendo. Até o momento, perdi 10 quilos em 4 meses.

A motivação estava alta, mas eu sabia que só isso não seria suficiente. Eu precisava me agarrar à disciplina, afinal, seria ela que me levaria ao meu destino.

Tudo o que estou escrevendo aqui, é muito parecido com a disciplina financeira, já que os resultados costumam ser visíveis a médio e a longo prazo.

E por que eu sabia que daria certo? Porque o objetivo não era mais só a perda de peso. Pela primeira vez, eu queria ser saudável. E isso fez total diferença.

E o que estou fazendo?

Em 2023:

Estudei. Estudei até ter uma boa compreensão de como funciona o metabolismo do corpo. Acompanhei médicos endocrinologistas, oncológicos, cardiologistas, urologistas, li diversos livros escritos por médicos, nutricionistas, psicólogos e profissionais da saúde. O ano de 2023 foi o ano do estudo e 2024 seria o ano da aplicação.

Em 2024:

  • Não consumo alimentos ultraprocessados
  • Priorizo o consumo de alimentos orgânicos
  • Planejo meu cardápio semanalmente para não enjoar da nova alimentação
  • Parei de comer de forma compulsiva
  • Adotei o jejum intermitente
  • Aumentei minha ingestão de água
  • Faço um esforço hercúleo para conseguir dormir pelo menos 7 horas por dia, tornando o sono a minha prioridade máxima
  • Medito todos os dias
  • Faço pilates 2 vezes por semana
  • Pratico yoga 2 vezes por semana
  • Caminho 30 minutos todos os dias
  • Faço passeios de bicicleta nos fins de semana com minha família

Além disso,

  • Continuo fazendo terapia com uma psicóloga
  • Leio livros
  • Reduzi o uso do celular

Este é um compromisso que assumi comigo mesmo e com minha família, com o objetivo de viver uma vida mais plena e saudável. Meu marido e minhas filhas mudaram completamente a forma de se alimentar. Eles eram viciados em açúcar.

Eu também estava com alguns incômodos, um deles era uma dor no quadril. Conversei com o médico, que pediu alguns exames para constatar o que poderia ser. Não era grave, “apenas” uma inflamação. Ele me indicou alguns remédios para dor e anti-inflamatórios, mas o que eu queria saber era o que causa esta inflamação? É a minha postura? O jeito que eu ando? O meu calçado? É coisa da idade? Saí do consultório sem ter a resposta exata.

Outra coisa era a apneia. Meu marido estava desconfiado que eu estava com apneia. Fui na otorrinolaringologista, fiz os exames e sim, tenho apneia, por isso acordava tão cansada. A médica me orientou que encomendasse um molde de silicone para colocar dentro da boca na hora de dormir, além de algumas sessões de fisioterapia para fortalecer o músculo do pescoço entre outras coisas. Mas de novo…. O que causa a apneia? É porque eu engordei na pandemia? Eram os remédios psiquiátricos que eu tomava? Afinal, antes eu não tinha apneia. Enfim, eu saí do consultório tendo a certeza que eu não iria comprar nada, nem fazer fisioterapia, porque sabia que isso era algo paliativo, algo para tratar os sintomas. Eu não queria tratar o sintoma, eu queria tratar a causa.

Outra coisa era a gordura no fígado, a tal da esteatose hepática. Descobri que estava com o grau 1. O médico falou para eu não me preocupar, porque era uma coisa “leve” e que todo mundo tem. Mas eu fui estudar como se trata isso: com a alimentação.

Eu mudei a minha alimentação, passei a praticar exercício físico de forma regular e veja só, eu emagreci, e com isso a apneia foi embora, a apneia indo embora eu comecei a dormir melhor. Sem o excesso de peso, minhas dores no quadril foram embora, e de quebra, não tenho mais gordura no fígado.

Tratar a causa e não a consequência sempre faz mais sentido para mim. E assim, aos poucos, vou criando mais confiança no futuro que estou construindo.

Que possamos todos alcançar nossos objetivos e viver vidas plenas e significativas.

~ Yuka ~

Minimalismo

Escolhendo gastar em Saúde, ao invés de gastar em Doença

Fotos retiradas do Pixabay

Você já percebeu como priorizamos gastar mais em tratamentos de doenças do que em manutenção da saúde?

Muitas vezes, lidamos apenas com as consequências das doenças, buscando um médico somente quando já estamos doentes.

Eu também fazia parte desse time: realizava checkups anuais e tentava cuidar um pouco de mim aqui e ali, mas sempre fui sedentária e consumidora de fast-foods.

Depois de estudar loucamente sobre finanças e investimentos nos últimos 7 anos e conquistar um patrimônio respeitável, surge agora um outro assunto de interesse: ser saudável para viver plenamente e aproveitar tudo o que construí.

Parte desse despertar se deu, porque perdi minha saúde na pandemia.

Agora, estou na “fase trator” para cuidar da minha saúde, assim como também tive essa fase em relação a finanças, quando decidi que seria FIRE (Financial Independence, Retire Early), eu avancei sem olhar pra trás.

Meu marido está entusiasmado com essa minha nova fase, porque sabe que meus estudos acabam trazendo benefícios para toda a família.

Tenho repetido para mim mesma que desta vez farei diferente, dando valor para a saúde, enquanto ainda sou saudável.

Meus gastos em saúde estão aumentando cada vez mais, e se antes, considerava essa categoria como “gasto”, hoje eu encaro como um “investimento para a vida”.

Desde o ano passado, tenho priorizado alimentos orgânicos, fazendo compras semanais em um supermercado especializado, o que me traz grande satisfação. Sim, algumas pessoas sonham em fazer viagens internacionais, meu sonho sempre foi me alimentar exclusivamente com produtos orgânicos.

Reduzi drasticamente o consumo de alimentos industrializados e adotei uma rotina regular de exercícios, incluindo pilates, yoga, caminhadas e passeios de bicicleta com a família nos fins de semana. No ano que vem, pretendo também iniciar musculação para preservar minha massa muscular.

Melhorei meus hábitos de sono, indo dormir às 22h para garantir um sono mais reparador.

E com todos esses novos hábitos, emagreci 9 quilos em 4 meses, sem fazer grandes sacrifícios.

Como vocês sabem, também continuo a minha terapia com psicóloga, pois reconheço a importância da saúde mental em todo esse processo.

Outro gasto que olho com carinho é o da felicidade. Tenho viajado mais, almoçado mais com os amigos, participado de algumas feiras e congressos de temas que gosto, comprado mais livros.

Quando eu somo todos esses gastos, dá sim um valor considerável, mas eu e o marido fizemos uma escolha: gastar em saúde no presente, significa não gastar na doença no futuro.

Aumentar os gastos em saúde, foi uma escolha, uma decisão tomada.

Aliás, gostaria de recomendar 2 livros que foram importantes para a minha virada de chave em relação à saúde:

Um dos livros foi “Pra vida toda valer a pena viver”, da Dra. Ana Cláudia Quintana Arantes. Ela escreve maravilhosamente bem, e descreve sobre a necessidade de viver bem para morrer bem. A metáfora do deserto comparada à velhice nas primeiras páginas já vale a leitura!

Outro livro que me fez refletir foi “Outlive”, pois entendi que se eu continuasse do jeito que estava, provavelmente não estaria viva aos 70 anos. O livro me fez entender a importância de cuidar da saúde para manter a vitalidade ao longo dos anos.

Desejo a todos um grande abraço e muita saúde!

~ Yuka ~

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Uma carta para a Yuka de 25 anos

Fonte: Pixabay

Querida Yuka, como vai?

Sou a sua versão 17 anos mais velha. Você acabou de completar 25 e eu estou com 42 anos.

Escrevo esta carta, para dizer que tudo vai ficar bem.

Sei que ainda não consegue acreditar, pois está ressentida com o recém-divórcio… mas e se eu te disser que em breve reencontrará um grande amigo, vocês se apaixonarão perdidamente e serão pais de 2 lindas meninas? Incrível, não?

Seu coração será preenchido pelo amor mais puro dessas 3 pessoas, que irão amá-la mais que tudo nesta vida.

Daqui a 10 anos, terá 35 anos, idade em que nosso pai morreu, e não, nós não iremos morrer tão cedo, muito pelo contrário, conquistaremos tantas coisas que iremos nos surpreender com a nossa capacidade de reerguer.

Você não sabe o que significa esse termo, mas entraremos de cabeça na jornada FIRE (Financial Independence, Retire Early), e após 7 anos, quando nossa filha mais velha também completar 7 anos de idade, alcançaremos uma tranquilidade financeira jamais imaginada. O dinheiro não será mais problema, e muitos dos nossos medos oriundos do dinheiro irão evaporar.

De todas as conquistas, iremos reconhecer a tempo, que a mais importante, é a nossa família, a saúde física e mental.

Sabe aquelas listas intermináveis que gostávamos tanto de fazer? Não fazemos mais, consegue acreditar? Pois acredite. Nada como uma boa terapia.

Terapia? Sim, depois de anos evitando encarar o passado, finalmente iniciamos uma terapia… e posso dizer? Está sendo muito bom. Deveríamos ter começado mais cedo.

Agora a ordem é viver o presente, o tal do mindfulness. Não precisamos mais fugir para o futuro toda vez que lembramos do nosso tenebroso passado. Tudo isso tem ficado para trás. Nós não somos mais vítimas… somos sobreviventes.

Hoje, com 42 anos, posso dizer que estou no meu melhor momento. Eu já era feliz e sempre suspeitei disso, mas hoje, sinto a felicidade mais sólida, mais consolidada, mais robusta, quase palpável.

Entre você e eu, temos uma diferença de 17 anos, e posso dizer que apesar de ter amadurecido, de ter envelhecido, eu ainda sou você. Ou seja, vejo em mim muito de você, e fico feliz em saber que apesar de tanto tempo, ainda temos tantas coisas em comum.

Posso dar um único conselho? Continue sendo você. Continue sendo essa pessoa sem noção, essa pessoa que é intensa em tudo o que faz. Esse seu jeito alegre e despojado de ser, pode até irritar algumas pessoas, mas tenha certeza que as pessoas mais importantes da sua vida estarão sempre do seu lado.

E sim, você sabe escolher ótimos amigos. E sim, você escolheu o homem certo para compartilhar a sua vida.

Posso dizer com orgulho, que hoje estou exatamente onde quero estar, não quero estar em nenhum outro lugar.

A Yuka de 42 anos.

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Metas: como os ajustes são importantes

Estrada, Panorama, Outono, Rodovia, Cair

Há 8 anos, eu e meu marido havíamos colocado na cabeça de que seríamos FIRE (Financial Independence Retire Early).

Surfamos na onda do mercado imobiliário, nos ótimos retornos da taxa de renda fixa, na subida da bolsa de valores, na subida das criptomoedas.

Eu tinha um valor que almejava chegar. Esse valor era bem alto para dar segurança para a minha carteira que geraria a renda passiva. Era nada mais do que o dobro do valor que eu gostaria de ter para passar o mês confortavelmente.

Estávamos tão focados em chegar no valor que havíamos estipulado, que nem percebemos que se transformássemos nossos investimentos em geração de renda, já poderíamos declarar FIRE.

A ideia inicial era pedir demissão do emprego, pelo menos até o início da pandemia. Depois da pandemia, mudei de opinião. Primeiro, porque achei horrível teletrabalho. Segundo, porque percebi que o fato de ter renda suficiente para antecipar FIRE não necessariamente precisaria largar o emprego. Pois é… uma coisa é trabalhar pelo dinheiro. A outra, é trabalhar sem precisar do salário para pagar as contas do mês. Ou seja, o salário acaba se tornando uma “renda extra” para manter o estilo de vida confortável.

Como podem perceber, as opiniões vão mudando com o tempo, as necessidades mudam, as prioridades também. Veja como essa reorganização da rota é fundamental para não tomarmos certas atitudes baseadas em opiniões passadas.

Certo dia, uma amiga falou que não gostava de fazer planejamento, porque nada saía como planejado. No meu caso é justamente o contrário. Como faço ajustes frequentes, tudo o que está no planejamento acaba dando certo, mesmo que no final, a ideia esteja completamente diferente da original.

Ou seja, uma meta, não significa nada, quando colocamos no papel e nunca mais olhamos para ela.

Nesses 8 anos, acabei acumulando patrimônio suficiente, e como mudei de opinião em relação a sair do trabalho, e de quebra, o marido passou ainda em um concurso público que ele sempre quis, a realidade foi mudando e percebi que não precisarei usar o dinheiro dos investimentos, o que é uma ótima notícia, pois os investimentos se beneficiarão e muito, do poder dos juros compostos por mais alguns anos.

Atualmente, temos usado parte do dinheiro que ia para os investimentos em lazer e conforto.

Se eu não fizesse esses ajustes, era capaz de ainda estar aportando um valor alto, mesmo não sendo mais necessário. Graças a esses ajustes constantes, entendi que eu podia relaxar a partir de já, e com isso, pudemos colher os benefícios de ter uma vida financeira tranquila e também uma vida confortável.

~Yuka ~

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Eu vou ali cuidar de mim: o craftroom se tornou o meu espaço de cura

Fonte: biblioteca Pexel

Depois que minha filha nasceu, por uma questão de logística, interrompi as idas semanais a um um ateliê que ficava em São Paulo que eu simplesmente era apaixonada. Tinha café, boa conversa, um quintal repleto de lavanda e manjericão, um ateliê cheio de linhas e tecidos… era um santuário.

Após o nascimento da minha segunda filha, desativei o ateliê que eu tinha em casa por tempo indeterminado, já que achei arriscado ter itens muito pequenos como alfinetes e botões ao alcance de 2 bebês.

Os anos foram passando e meu ateliê continuou desativado, ora porque não tinha espaço, ora porque não tinha tempo, ora porque não era a prioridade.

Depois de alguns anos, procurei o ateliê que frequentava e tive a tristeza de descobrir que tinha fechado.

Depois que mudei para o novo apartamento, decidi que era a hora de ter o meu ateliê de volta, aproveitando que os quartos do apartamento eram grandes. Além disso, tinha um quarto extra!

Foi só quando eu estava organizando tudo, que eu me dei conta de como esse espaço era importante para mim.

Se antes eu achava que o craftroom seria um lugar para fazer meus artesanatos, hoje reconheço que o lugar se transformou em algo muito mais importante: se tornou um espaço de cura.

É sentada na minha escrivaninha, após um longo dia de trabalho, que eu gosto de tomar meu chá preto com leite enquanto escolho qual livro continuarei lendo hoje. Eu costumo ler simultaneamente de 3 a 5 livros e gosto de escolher qual livro ler de acordo com meu humor. É como se fosse escolher um filme… em um dia escolho um livro com conteúdo mais consistente, em outro, prefiro um livro mais leve, e assim vai.

Tenho diversas luzes indiretas que acendo conforme o dia. Tenho diversos abajures auxiliares: em formato de torrada, um abajur em formato de um livro aberto, entre outros.

Pego um caderno que tem o papel mais amarelado com gramatura mais alta, abro meu estojo que contém diversas canetas pretas de pontas variadas e começo a escrever, a planejar, a sonhar… caneta e papel acalmam a minha mente agitada.

Os livros novos que estão me aguardando para ler, ficam em uma estante logo atrás de mim (os que eu já li, vão para uma estante da sala) e eu adoro ficar olhando qual será o próximo livro que irei ler. Eu sempre gostei de livros e itens de papelaria, então faço um pequeno estoque. É como se eu tivesse dentro desse meu ateliê, uma pequena livraria e uma pequena papelaria, é tudo de bom, o que mais posso querer?

Este espaço se tornou também o espaço de conexão com as minhas filhas. Achei que seria bom ter uma mesa de apoio para quando fosse usar uma base de corte ou algo parecido, mas eis que acabou se tornando um lugar para elas ficarem por perto.

Sabe aquela mesa de cozinha onde as crianças costumam ficar sentadas enquanto as mães cozinham? A mesa de apoio do meu ateliê tem desempenhado essa mesma função.

O ateliê se tornou um lugar de aconchego, de criatividade e de cura. Metade do tempo fica arrumada, metade do outro tempo…. bom, fica um caos. Minhas filhas gostam de abrir e fechar as gavetas, olhar os papéis coloridos, as canetas e tudo isso acaba gerando uma bagunça um tanto caótica.

Mesmo assim, é um espaço onde consigo eliminar o estresse do dia-a-dia, envolvida pelos objetos que me acolhem e me envolvem.

O craftroom se tornou um dos meus lugares de cura.

~ Yuka ~

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Os 5 gastos mais úteis do ano de 2023

Fonte: Pixabay

Mais um ano passou, e vamos com a tradição dos “5 gastos mais úteis do ano”. Lembrando, são os gastos que considero mais úteis para mim, independentemente do preço, ou seja, não necessariamente o que eu paguei mais caro é o mais importante, e o mais barato, menos importante.

Por ter entrado em uma nova fase da independência financeira, os gastos de 2023 deram uma mudada:

1.) Alimentação orgânica

Praticamente tudo que eu preparo em casa em relação a alimentação, possui o selo orgânico.

Há exceções como os laticínios (leite, manteiga, queijo etc) e alguns alimentos orientais (alga, arroz japonês, etc), mas praticamente todo o resto já é orgânico.

Apesar de abastecer a despensa e a geladeira com produtos livre de agrotóxicos, eu não estou obcecada a ponto de parar de comer em restaurantes, almoçar na casa dos amigos, nem larguei totalmente os alimentos industrializados. Está tudo certo!

2.) Máquina de lava-louça

Há muitos anos, ganhei uma lava-louça e eu tinha odiado. Essa era a minha experiência com a máquina de lava-louça. Hoje pensando, vejo que a lava-louça era pequena e que não cabia muita coisa.

No segundo semestre do ano passado, eu comprei uma máquina de lava-louça e posso dizer que tem sido uma mão na roda.

A lava-louça que eu tenho é grande, para 10 serviços e é bem alta (quase da mesma altura que uma máquina de lavar roupa), ou seja, cabe até uma panela de pressão, o que agiliza bastante o dia-a-dia.

Lavo tudo: panelas, bowls, talheres e louças do café da manhã até o jantar.

Também coloco os legumes, verduras e frutas que compro do mercado para lavar na lava-louça. Oi? Isso mesmo. A máquina que eu comprei, tem a função higienizar compras, então eu coloco itens da feira. Ao invés do sabão, coloco água sanitária e pronto, a máquina trabalha para mim. A primeira vez que fiz isso, o marido achou um absurdo, disse que era o cúmulo da preguiça hahaha, mas hoje me dá razão (como sempre) e diz que é muito bom poder contar com a ajuda da máquina para fazer serviços chatos e repetitivos.

Olha aqui como elas saem lavadinhas:

3.) Viagens

As viagens que fiz no ano passado, foram viagens nacionais, próximas de São Paulo.

Fiz diversas viagens com marido e minhas filhas.

Fiz uma viagem com uma amiga só eu e ela (fomos de novo para o Congresso da Felicidade).

E também viajamos em um grupo de amigos. São amigos da faculdade que também têm filhos da mesma idade, que para a nossa alegria, as crianças são amigas.

4.) Rede de balanço

Sempre gostei de rede de balanço. Eu comprei uma melhor, ou seja, substituí a que eu tinha, e uso todos os dias, sem exceção. É muito aconchegante e relaxante deitar na rede. Eu amo.

5.) Livros

Gente, como eu compro livros… eu adoro ler livros, leio simultaneamente uns 5 livros ao mesmo tempo. As pessoas ao meu redor acham estranho esse meu hábito de ler livros de categorias totalmente diferentes ao mesmo tempo, mas é bem simples de entender. Para mim, livro, é como se fosse televisão. E na televisão há várias programações… tem desenho, tem novela, tem notícias, tem filmes… Tem hora que você está com vontade de assistir algum noticiário, outra hora quer uma novela, em outro momento um bom filme, e por aí vai. Com o livro, é a mesma coisa. Tem momentos em que a minha cabeça está fresca, então quero ler algo mais científico. Em outro momento, quero ler algo que possa acrescentar algo para a minha vida. Em outro momento, um romance, uma poesia, ou até mesmo um livro de suspense.

E para você? Quais foram os gastos mais importantes de 2023?

~ Yuka ~

Minimalismo

Iniciando o ano sem cartão de crédito

Inicio o post de 2024 anunciando que parei de usar o cartão de crédito.

Na verdade, já estou sem usar o cartão de crédito desde o mês passado, e posso dizer que estou gostando bastante.

Eu sempre paguei tudo, absolutamente tudo no cartão de crédito. E até pouco tempo, achava isso interessante e até mesmo inteligente por conta dos cashbacks.

Mas uma coisa me incomodava há algum tempo: a fatura do cartão que subia mês a mês.

Eu olhava os gastos do mesmo mês do ano passado e a fatura era bem menor. Do outro ano anterior então, era menor ainda e assim sucessivamente.

E com isso comecei a pensar… será que o custo de vida que está aumentando, ou sou eu que estou aumentando o padrão de vida?

Veja que aqui estou falando de padrão de vida e não de qualidade de vida.

Ao fazer uma análise dos meus gastos, uma coisa ficou evidente… pagar no cartão de crédito é fácil demais. Tão fácil, que as compras acabam se tornando, digamos, automáticas.

Se preciso de algo, passa no cartão. Se quebrou algo, passa no cartão. Se surgiu alguma coisa imperdível, passa no cartão.

Com o cartão de crédito, eu parei de pensar antes de comprar.

Será que preciso mesmo? Não dá usar algo que eu já tenho em casa? É compra por impulso?

Uma das vantagens do cartão de crédito são os pontos, ou os cashbacks. Mas até isso eu comecei a reavaliar.

Eu recebia bons retornos financeiros com os cashbacks do cartão, mas se eu fizesse as compras utilizando o PIX, ao invés de 1% de cashback do cartão de crédito, conseguia um desconto de 3 a 5%.

E mesmo sem os descontos, há outra vantagem. No final do mês, se faço a soma de todos o gastos feitos no débito e no crédito, o valor é discrepante por uma única razão: há mais gastos supérfluos no cartão de crédito!

Isso acontece, porque como a gente não vê o dinheiro saindo na hora, gastar no cartão de crédito vai se tornando algo muito fácil de se fazer, muito automático. E é justamente essa facilidade que eu quis eliminar.

Eu quero continuar gastando bem, e quero parar de gastar de forma automática, porque sei que se não tomar cuidado, o padrão de vida aumenta em um piscar de olhos. Meu foco sempre está em melhorar a qualidade de vida, e isso nao está ligado necessariamente em aumentar o padrão de vida.

Estou no segundo mês sem usar o cartão de crédito (ainda uso para assinaturas como Netflix, contas de internet etc) e apesar de ser uma mudança recente, já percebi que diminuí (e muito!) o valor dos gastos supérfluos.

~ Yuka ~

Minimalismo

Feliz 2024

Faísca, Faíscas, Fogos De Artifício, Luz

Sabe aquelas pessoas que têm ambição profissional, que quer ter reconhecimento profissional, subir na carreira, ser reconhecida na área?

Então, essa pessoa não sou eu.

Eu sou a pessoa que já está satisfeita com o que tem.

Que não deseja mais nada, só quer manter a vida como está.

Que quer manter a saúde do corpo e a da mente em dia.

Que quer as filhas se aconchegando nos braços e dizendo que adora a companhia da mãe.

Que quer que o marido continue admirando e olhando com paixão, mesmo após 14 anos juntos.

Que quer continuar no trabalho, sem ter metas doentias, nem vaidade dominadora.

Eu sou a pessoa que torce para que o tempo seja generoso e que passe beeem devagar pra que eu possa aproveitar ao máximo, o tempo disponível que eu ainda tenho com as pessoas que mais amo.

Eu desejo que 2024 seja um ano de encontros e não de desencontros. Que seja o ano de fazer menos, de se cobrar menos, de reclamar menos, de julgar menos, de desacelerar, de estar mais presente.

Desejo a vocês, mais presença. Que todos tenham uma ótima passagem de ano.

~ Yuka ~

Minimalismo

Planejando um ano feliz

Fonte da foto: Pixabay

Todo fim de ano eu gosto de planejar como será o meu próximo ano.

É uma lista com um misto de tarefas, objetivos e de sonhos.

Mas olha só, tudo o que eu havia listado para o ano de 2023, aconteceu.

Na minha nova lista de 2024 (eu chamo de lista Nostradamus rsrs) eu coloco além de itens que dependem unicamente do meu esforço, itens que também não dependem do meu esforço. É como se eu lançasse a sorte.

Para o novo ano eu quero 3 coisas:

  • Poupar um valor determinado (estipulei um valor bem alto e impossível de alcançar (vai que, né?), porque o ano de 2023 relaxei bastante
  • Ser saudável (isso inclui voltar para a natação, caminhada, meditação, ioga, alimentação saudável, ter um sono adequado)
  • Desacelerar

Ainda irei desmembrar esses 3 itens ao longo dessa semana para facilitar a execução do meu plano.

Fora esses 3 itens, como comentei no post da semana passada, em 2024, ainda farei a renovação dos votos do casamento, viajar algumas vezes no ano, enfim, estou planejando mais um ano feliz.

Parece ser pouco, mas não é. Como são itens que demandam muita disciplina, achei melhor não abusar em listar mais itens, afinal, “desacelerar” e “ser saudável” não são metas pequenas, principalmente para quem andou negligenciando a saúde durante um tempo.

E você, já planejou como será o seu ano de 2024?

Desejo a todos vocês em Feliz Natal!

~ Yuka ~

Minimalismo

A arte de criar memórias felizes

Fonte da foto: Pexels

Andei pensando…

Queria casar de novo…

E que nesse casamento, minhas filhas estivessem presentes, já que obviamente, elas nem tinham nascido.

Já faz alguns anos que eu e o marido flertamos com a ideia de renovar os votos do casamento.

Nos conhecemos em 2000 quando eu tinha 18 anos, ou seja, somos amigos há 23 anos. Em 2010, começamos a namorar e em 2013 nos casamos. E cá estamos nós, em 2024.

Quando estava pensando na possibilidade de renovar os votos do casamento em 2024, percebi que a somatória dos anos que estou casada é um número atípico para uma comemoração.. 11 anos de casamento, 14 anos se incluir o período do namoro… Além de ser um número primo, o que 11 representa? Mas de verdade? Quem se importa?

A verdade, é que eu ando numa fase de querer apertar o botão do pausa (ou seria o botão do fod@-se?), e achei que renovar os votos do casamento seria essa pausa que estava procurando.

Minhas filhas estão com 8 e 6 anos. Uma fase em que já está acontecendo aos poucos a transição de um mundo de fantasia para o mundo real.

Quero renovar os votos enquanto elas ainda me olham com olhar inocente. Há tanto encanto em seus olhos, e é justamente esse olhar que eu gostaria de guardar na memória.

Quero que elas lembrem de terem me ajudado a escolher os vestidos que usamos no dia da renovação dos votos. De como escolhemos as flores da decoração. As músicas tocadas no dia do evento. Quero que elas lembrem desse dia com carinho, de como elas estavam envolvidas pelo amor: pelo nosso amor (amor dos pais), das avós, dos familiares, dos amigos.

Clóvis de Barros disse em uma de suas palestras que a felicidade é um pequeno segundo da vida, um pequeno instante que gostaríamos de repetir. São aqueles segundos que não queremos que acabe, mas como tudo tem um fim, utilizamos da inteligência para repetir.

E eu percebi que era justamente isso que eu estava fazendo, ao fechar contrato com uma empresa de casamento. Sim, já assinei o contrato.

E diferentemente do primeiro casamento, onde organizei tudo por conta própria (porque o dinheiro era escasso), dessa vez, contratei uma empresa de casamento que vai tomar conta de tudo, desde a coordenação, decoração, cardápio, bolo, lembrancinhas, etc.

Assim como foi no casamento, a renovação dos votos também será algo bem pequena e intimista.

Obs.: aliás, peguei o título deste post do livro que estou lendo atualmente: A arte de criar memórias felizes, do mesmo autor que publicou O livro do HYGGE.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Hospedagem em um quarto de hotel para o meu retiro

Foto: Unsplash Nik Lanús

No post Abrindo espaço para a alegria, comentei que uma das alegrias foi a experiência de fazer um “retiro”.

Coloco a palavra retiro entre aspas, porque não é um retiro nos moldes que conhecemos.

Para quem mora sozinho, ou não tem filhos pequenos, ou tem filhos pequenos e tem uma rede de apoio grande, ou até mesmo não tem necessidade de estar de tempos em tempos sozinha, talvez não faça sentido essa hospedagem em um hotel.

Já faz um tempo que eu buscava um lugar para fazer um retiro individual. Um lugar onde pudesse ficar sozinha com meus pensamentos, me recolher, ter um momento de silêncio para refletir sobre a vida, descansar.

Pesquisei diversos lugares, mas ou era longe (fora da cidade de São Paulo – eu não gosto de pegar estrada sozinha) ou estava custando mais do que estava disposta a pagar, já que a intenção era fazer esse retiro com uma certa frequência, e de forma constante, a cada 2 ou 3 meses.

E aí que cheguei a brilhante conclusão de que não precisaria viajar ou ir para um lugar ermo para fazer o que quero. Eu só precisaria de um lugar com privacidade, que fosse de fácil acesso, um lugar tranquilo para relaxar, ter o meu momento.

E assim, surgiu a ideia de reservar um quarto de hotel com banheira, na própria cidade.

Esta opção se tornou muito promissora, pois além de sair beeeem mais barato, poderia fazer com mais frequência, já que posso fazer isso em qualquer fim de semana.

E o que eu faço exatamente nesse quarto de hotel?

Basicamente fico em silêncio, não ligo a televisão, não mexo no celular.

Faço meditação, aproveito a banheira do hotel para fazer um bom e demorado banho de imersão com sais de banho. Escrevo, desenho, fico sentada admirando o jardim do hotel, saboreio as refeições, fico pensando na vida e também no nada, curtindo o ócio mesmo, algo raro nos dias de hoje. Claro que pensamentos surgem a todo momento, além da vontade de dar uma olhadinha no celular… mas como a ideia é ter tempo e disposição para refletir sobre pensamentos, eu deixo os pensamentos passearem livremente, questiono-os, valido-os ou ignoro-os. Ainda não consigo fazer isso durante muito tempo, então acabo intercalando lendo um livro.

Alguns já me perguntaram qual a necessidade disso, e por que não levo meu marido junto.

Eu e meu marido temos nossos momentos a dois, pois minha mãe fica com as crianças de vez em quanto para que possamos passear, ir no cinema. Mas depois que virei mãe de 2 crianças, ficar em silêncio e sozinha tem sido uma tarefa quase impossível.

As crianças adoram ficar comigo, então quando estou na cozinha, elas estão na cozinha; quando estou no quarto, elas estão no quarto, quando estou no banheiro, fazem de tudo pra tentar entrar junto comigo. Acho que não tem uma única vez que eu vejo a maçaneta se mexendo, só pra ver se eu esqueci a porta destrancada, o que já seria uma oportunidade para elas entrarem no banheiro. Engraçado que quando meu marido entra no escritório, as crianças não vão lá, mas quando eu entro no meu ateliê, elas surgem de repente e muito rápido. E eu entendo, porque no meu ateliê, há coisas coloridas e divertidas.

Meu marido tem a opção de trabalhar em casa alguns dias da semana, ou seja, tem tempo para ficar sozinho alguns dias na semana. Outro fator importante é a necessidade individual mesmo. Meu marido não tem essa necessidade de ficar sozinho. Já eu, sempre tive necessidade de ficar sozinha de tempos em tempos, desde criança.

Como o significado de retiro, nada mais é do que dar uma pausa na rotina para procurar um lugar tranquilo para buscar paz, reflexão, descanso, um período de recolhimento e de meditação, o quarto de um hotel tem me atendido muito bem.

Claro que a ideia não é invalidar a ida para um retiro que foi preparado especialmente para este fim, com natureza em volta, perto de cachoeira e tudo, mas não posso negar que eu fiquei bastante orgulhosa com a ideia de me hospedar em um hotel perto de casa, e permitir a experiência que desejo na frequência que preciso. Tanto que apelidei esse dia carinhosamente como Day Spa Retiro Individual.

Para as minhas filhas, eu digo que é um dia que eu tiro para cuidar de mim, então elas apelidaram de “dia de princesa”.

Esses dias, uma amiga mandou uma matéria que saiu no UOL com o título: Turismo do sono: a moda dos viajantes que vão a hotéis para dormir. Ao ler a matéria, fiquei decepcionada, pois percebi que o mercado da gourmetização do consumo já percebeu um nicho…

Enquanto isso, eu continuo ignorando essa gourmetização e continuo com a minha ideia original, pois percebi que não preciso ir para longe para me conectar comigo mesma. Eu só preciso fechar a porta de um quarto de um hotel.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Como focar na Era da Distração

Alimentos, Bebidas, Pessoas, Adulto, Sozinho, Café

Vivemos em um mundo estranho, onde normalizamos situações completamente absurdas…

Achamos normal mexer no celular enquanto se dirige um carro. Andar de bicicleta e mexer no celular ao mesmo tempo. Um encontro com os amigos, e pessoas conversam sem olhar nos olhos, digitando e conversando, tudo ao mesmo tempo. Não é raro estar em um restaurante e ver a família inteira, pai, mãe e 2 filhos, todos com um celular/tablet nas mãos.

Foco, atenção plena ou mindfulness não é algo que se conquista de um dia para o outro. É como se fosse um exercício físico, onde se adquire força física aos poucos, mas neste caso, seria exercício para a mente.

E como fazer isso?

Primeiro, é admitindo que está tempo demais online.

Segundo, é reconhecer que está com dificuldades de se concentrar.

Há um mapa mental bem legal disponível no site Learning Fundamentals:

Deste mapa mental acima, já faço muitas coisas, mas ainda há outras que quero implementar na minha rotina.

Outro dia li na introdução de um livro que folheei rapidamente, que infelizmente não lembro o nome, em que o autor falava que mindfulness é como se fosse uma brincadeira de ligue os pontos. Você vai ligando os pontos e não enxerga nada no início. Só depois de se distanciar e ligar bastante os pontos é que vai enxergar o desenho.

E essa explicação simples, fez total sentido para mim.

Não dá para sair de uma distração completa para ser uma pessoa completamente focada, de uma hora pra outra.

Mas podemos tomar um banho, e nesse banho, prestar atenção na água que cai sobre o corpo, no cheiro do sabonete, na espuma do shampoo, na temperatura da água, sem pensar em outras coisas.

Também podemos prestar atenção na hora de escovar os dentes. Olhar o espelho, prestando atenção se todos os dentes estão sendo bem escovados.

Ou estar em um parque, ler um livro, e parar a leitura para aproveitar a brisa que balança as folhas da árvore.

Tudo na nossa vida não passa de hábitos consolidados. E são esses pequenos hábitos que precisam ser alterados pouco a pouco.

Eu tenho insistido em inserir alguns hábitos bons na minha rotina, como por exemplo, ler um livro durante o trajeto de ida e volta do trabalho/casa. Também faço uma leve caminhada antes de chegar em casa depois de 1 dia de trabalho. Eu e meu marido temos nos esforçado para encontrar um tempo para retomar nosso café da noite pelo menos alguns dias por semana. Também encontro um tempo para sentar todos os dias na minha escrivaninha, onde escrevo um pouco para organizar a minha mente.

Não sei se é porque fiquei muito tempo trancada na pandemia (praticamente 2 anos), e depois 1 ano me locomovendo só de carro, mas uma coisa tem chamado muito a minha atenção: tenho reparado na brisa. Isso mesmo, brisa.

Eu ando pela rua, e fico prestando atenção no vento fresco que bate no meu rosto e nos meus braços. E acho isso o máximo. Até mesmo quando entro no metrô, e sento para ler um livro, quando sinto o ar-condicionado, eu fecho os meus olhos e respiro devagar, só para maximizar a sensação deliciosa de frescor.

E assim, de atividade em atividade, vou “ligando os pontos” da atenção plena, tentando sempre trazer para o momento presente, o máximo do meu dia.

~ Yuka ~

Minimalismo

Os 5 gastos mais úteis do ano de 2022

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Esse post deveria ter sido publicado em dezembro de 2022, mas tudo bem, vamos caminhando sem pressa.

Continuando com a tradição anual dos 5 gastos mais úteis ano, listei os 5 principais gastos que foram úteis para mim, independentemente de preço, ou seja, não necessariamente o que eu paguei mais caro é o mais importante, e o mais barato, menos importante:

  • fonoaudiólogo para a filha
  • psicólogo
  • itens de papelaria
  • livros
  • viagem e passeios

1.) Fonoaudiólogo para a filha

Em outubro de 2020, minha filha caçula com então seus 3 anos, começou com as sessões semanais com a fonoaudióloga. A gagueira dela era tão forte que prejudicava uns 95% da fala, ou seja, era praticamente impossível compreendê-la, até mesmo para mim. Era triste vê-la fazendo um esforço descomunal para tentar falar uma única palavra. Ela perdia o ar, ficava vermelha, via-se o esforço e mesmo assim, era muito difícil compreendê-la.

Voltando para dezembro de 2022, após 2 anos de muito esforço conjunto, nosso e por parte da minha filha, e graças a competência e delicadeza da fonoaudióloga, minha filha teve uma evolução surpreendente por conta da idade precoce em que começou o tratamento.

Recentemente, fez uma nova avaliação e foi constatado o que todos nós já sabíamos: ela tem apenas 5% da fala comprometida que ainda precisa ser ajustada (sendo que 3% ela já pode receber alta), ou seja, quem a vê toda tagarela e falante, não sabe que um dia, ela sofreu gagueira severa.

Ela está com 5 anos e é uma criança linda, tem a fala fluida, é autoconfiante, inteligente no raciocínio, debochada que só ela, arranca risada de todos, de adulto a crianças.

Sou grata por ter conseguido identificar a gagueira dela tão precocemente (com 1 ano e meio de idade), por ter encontrado uma profissional maravilhosa que se baseia em estudos científicos recentes (encontrei-a quando minha filha tinha 3 anos), e por eu ter dinheiro para poder pagá-la. É quando vejo esse tipo de situação que eu digo que ter dinheiro faz diferença sim na vida das pessoas.

2.) Psicólogo para mim

Até iniciar a terapia, eu juro que achava que eu era uma pessoa bem resolvida. Claro que isso caiu por terra, o que já era de se esperar, né? E como foi surpreendente descobrir o meu lado totalmente desconhecido, às vezes esquecido, negligenciado. Tudo bem que as sessões não foram só flores… ter que finalmente enfrentar o trauma do passado foi e continua sendo assustador, principalmente quando comecei a lembrar de mais coisas.

Desde então, surgem semanalmente, misteriosos hematomas roxos em diversos pontos das minhas pernas, do tamanho de 10 cm.

Estou interpretando esses hematomas como algo que ficou guardado dentro de mim há muitas décadas, que está finalmente vindo à tona, saindo das minhas profundezas e indo para a superfície. São todas as dores físicas que senti, e também as dores emocionais que guardei ao longo de todos esses anos. Esses hematomas não doem, mas são bem parecidos com os que eu tinha quando criança.

A terapia me ajuda a não só enfrentar meu maior medo (o meu passado), mas a encarar as coisas por uma nova perspectiva, tirando alguns dos meus vícios de pensamento.

3.) Itens de papelaria

Ano passado, eu praticamente fui afagada por itens de papelaria.

Eu estava disposta a criar um espaço só meu, onde pudesse me sentir segura, acolhida e feliz. Sim, sabe aquele lugar que você olha e abre um sorriso? Esse lugar é a minha escrivaninha.

Nesse espaço, o minimalismo reina beeeeem longe. Diferentemente dos poucos sapatos, das poucas roupas que tenho, no espaço da escrivaninha, o que reina é a minha criança interior e posso afirmar que isso me faz feliz.

4.) Livros

Se no ano de 2020 e 2021 eu não consegui ler nenhum livro, o ano de 2022 eu voltei com a bola toda.

Fui em feiras de livros, entrei em diversos sebos e livrarias, e a minha estante de “livros para ler” foi ficando recheada. Ano passado, gastei muito em livros e esse valor só tende a aumentar.

5.) Viagens e passeios

Aumentamos a quantidade de vezes que viajamos ao ano.

Estabelecemos que faremos viagens a cada 3 meses, fora os passeios rápidos ao longo do mês.

Outro dia meu marido estava falando para a nossa filha que todo o estilo de vida que levamos atualmente era graças a um momento eureka que eu tive, quando ela ainda estava dentro da minha barriga: ser FIRE.

Ao longo desses anos, os planos foram mudando, mas é fato que hoje temos uma vida bastante confortável graças a toda economia que fizemos la atrás.

~ Yuka ~

Minimalismo

A importância de fazer pequenas pausas ao longo do seu dia

Pixabay: @snibl111

Uma coisa que eu aprendi no ano passado, foi a importância de fazer pequenas pausas ao longo do dia.

Eu costumava descansar só no final do dia, ou no fim-de-semana, nas férias, no fim de ano.

Hoje, mantenho um firme compromisso comigo, fazendo diversas pausas ao longo do dia:

1.) Leitura de livros

Recentemente, eu abri mão de trabalhar de carro e decidi voltar a usar transporte público para poder descansar e aproveitar melhor o tempo do trajeto. Com isso, o que poderia ser um inferno para alguns, para mim, é o paraíso, já que apenas no trajeto da ida e da volta, consigo ler muitos livros e isso tem me deixado muito feliz.

2.) Almoço com pessoas queridas

No trabalho, almoço com uma amiga muito querida. Coloco a conversa em dia, ouço atentamente o que ela compartilha comigo, peço conselho, dou conselho, dou bronca e levo bronca. Enfim, é amiga mesmo.

3.) Meditar

Tiro alguns minutos do meu dia para meditar. Isso pode ser logo que eu acordo, ou depois da hora do almoço, ou à noite, no aconchego do meu quarto.

4.) Respirar e relaxar os ombros

Muitas vezes, percebo meu corpo tenso, meus ombros rígidos e até mesmo, prendendo a respiração. Quando percebo, eu relaxo os ombros e respiro devagar por alguns minutos.

5.) Escrever, desenhar

Depois que as crianças dormem, eu sento na minha escrivaninha para escrever. Eu sou uma pessoa muito visual, então a escrita é algo que funciona muito bem. Escrevo não só para o blog, mas também para mim mesma, utilizando cadernos e fichas de fichamento. Ficar admirando depois o que eu fiz também é algo que me dá muito prazer.

6.) Chá preto com leite + luminária + música ambiente

Também gosto de neste momento, fazer o meu chá com leite, que pra mim tem sabor de infância, acender uma luminária para aumentar mais um ponto de luz, coloco uma música beeem tranquila e sou capaz de ficar horas sentada, curtindo o “meu lugar feliz”.

Esse ” Meu Lugar Feliz” inclusive, era o meu antigo ateliê de costura que acabei alterando para outras finalidades. Abracei as coisas cafonas, as coisas ditas infantis… e com isso, criei um espaço só meu onde eu amo ficar (e as crianças também).

7.) Transformando a espera em algo prazeroso

Quando levo as crianças na natação, coloco dentro da minha bolsa, uma garrafa térmica com o já meu famoso chá com leite e um pedaço de chocolate ou bombom. Folheio a minha revista Vida Simples que voltei a assinar depois de tantos anos, enquanto aguardo o término da aula. E com isso, transformei um horário tedioso em um momento de prazer.

8.) Cafeteria

Às vezes, sinto vontade de passar na minha cafeteria preferida. Quando essa vontade surge, dou uma passada lá torcendo para que o meu lugar preferido esteja livre. É um mezanino, de onde consigo ver a janela que fica para a rua. Espalho meus cadernos e meu estojo na mesa e inicio a minha escrita terapêutica enquanto o café não vem.

Veja que não é um lugar chique, nem instagramável, mas é um lugar da qual me sinto muito bem.

O protetor auricular tem sido uma ajuda e tanto nesse período em que quero me recolher. Não ouço a conversa da mesa ao lado, se alguém está falando mais alto do que deveria. Ele não elimina o barulho, apenas reduz, e isso já é o suficiente para o meu conforto.

9.) Banho de banheira relaxante

Outra coisa que gosto de fazer é tomar um banho demorado, isso quando estou em casa. Mas a cada 2 meses, me hospedo em um hotel sozinha (marido fica em casa cuidando das crianças) e fico praticamente o dia todo imersa em uma banheira. Levo meus sais de banho, tudo o que tenho direito para aproveitar a experiência.

E assim, tenho colecionado momentos de pausa, com o desafio de aumentar cada vez mais esses pequenos momentos de pausa que tem me feito tão bem.

~ Yuka ~

Minimalismo

2023: o ano das pequenas coisas

Olá pessoal! Espero que todos estejam bem e que tenham tido um bom início de ano.

Desde o segundo semestre do ano passado, eu tenho utilizado o meu tempo livre para desconstruir quem eu achava que era para abrir espaço para o meu verdadeiro eu. Não digo “novo eu”, porque não é uma nova versão de mim, é apenas o resgate de uma versão antiga, que estava um pouco esquecida, ora por conta da correria do dia-a-dia, ora por conta dos desafios da maternidade, ora por negligência mesmo.

O ano de 2022 foi um ano particularmente atípico, cheio de desafios: me entreguei integralmente na psicoterapia e desde então, um mundo – até então desconhecido – se abriu dentro de mim. Eu (finalmente) descobri como os meus traumas do passado interferia consciente e inconscientemente na minha vida adulta, retornando em forma de medos e expectativas.

Posso dizer que a jornada para o meu autoconhecimento tem sido no mínimo surpreendente, pois a todo momento eu penso “ahhh agora eu entendo por que reajo desta forma”, encontrando respostas sobre alguns dos meus comportamentos, além de reconhecer minhas fragilidades e sombras. É como se um “nó invisível da vida” estivesse sendo desatado aos poucos e a todo momento.

E para dar jus a essa minha nova-vida-antiga, eu decidi que o meu ano de 2023 seria o ano das pequenas coisas. Sim, um ano para valorizar a felicidade e a alegria das pequenas coisas que nos rodeiam e que acabam passando despercebidas na maior parte das vezes.

Alias, muitas destas pequenas felicidades, são coisas que gostava de fazer quando era mais nova:

1.) Me enfiar em um sebo de livros sem ter hora para ir embora;

2.) Ir até uma cafeteria bem bacana para: tomar um café com leite bem quente, ler um livro, levar caderno e canetas para escrever, levar fone de ouvido para ouvir música, não me preocupar com a hora de ir embora. Inclusive na semana passada, fiz isso: sentei na cafeteria às 16h e só saí às 20h, ah que delícia;

3.) Me deleitar lendo um bom livro deitada em cima da cama, em cima da grama, em cima da rede de balanço, embaixo de uma árvore, sentada no metrô…

4.) Fazer diversas pequenas viagens;

5.) Pegar caderno e meu estojo lotado de canetas coloridas e escrever/desenhar sem me preocupar com o relógio;

6.) Ter uma escrivaninha cheia de itens de papelaria fofas, e f*da-se que tenho 41 anos;

7.) Brincar de Lego com as crianças, fazendo desafios de quem cria a tiny house (casa sobre rodas) mais maluca;

8.) Rolar na cama recém-trocada e sentir o frescor do lençol;

9.) Acordar mais cedo que todo mundo no final de semana e sair para caminhar so-zi-nha;

10.) Dar risada das palhaçadas e atrapalhadas do marido;

11.) Acordar de manhã e perceber que tem 2 infiltradas dormindo gostoso na nossa cama;

12.) Receber uma cartinha de amor das filhas que estão sendo alfabetizadas, com erro de português e letras invertidas;

13.) Agradecer por cada comentário carinhoso que recebo ao publicar um post no Viver Sem Pressa;

14.) Agradecer por não passar fome, não passar frio;

15.) Agradecer pela saúde da família;

16.) Agradecer pelo emprego;

17.) Agradecer pela paciência que o marido tem comigo;

18.) Agradecer por mais 1 dia de vida, por estar presente na vida das pessoas que amo;

19.) Por não ter ninguém infernizando a minha vida;

20.) Agradecer por cada momento de felicidade que sinto, por cada risada que dou.

No final das contas, a felicidade é muito mais simples do que parece, não é mesmo?

Um feliz 2023 a você, que dedica alguns minutos da sua vida para ler o Viver Sem Pressa.

~ Yuka ~

Minimalismo

O que é luxo para você?

Fotos grátis de Borboleta

Vejo que a palavra luxo, vai se apresentando de forma diferente para mim, conforme o tempo passa.

Se antes essa palavra significava ITENS CAROS, depois de uma certa idade, luxo se tornou TER TEMPO.

Neste ano, esta palavra se tornou mais encorpada, e hoje, me atrevo a dizer que luxo é ESTAR PRESENTE.

Neste mundo moderno, percebi que não basta ter tempo e/ou dinheiro, se não conseguirmos estar presentes.

Um pai que reserva um tempo para levar o filho no parque, mas seus olhos não estão acompanhando o movimento ainda desajeitado do filho. O pequeno procura os olhos do pai em busca de aprovação, mas os olhos dos pais estão no celular. Houve TEMPO, mas o pai não ESTEVE PRESENTE.

Um casal decide jantar em um bom restaurante. Os dois ficam entretidos em tirar fotos da comida, postar nas redes sociais e interagir com as outras pessoas que não estão lá naquele momento. Houve DINHEIRO, mas o casal não ESTEVE PRESENTE.

A vizinha decide fazer uma viagem maravilhosa, mas descobre que não consegue se desconectar da internet. Ou seja, não consegue curtir a viagem sem estar offline. Houve DINHEIRO e TEMPO, mas não ESTEVE PRESENTE.

Não lembraremos o sabor da comida que comemos, a notícia que lemos agora há pouco, a conversa que tivemos com uma amiga, o que aconteceu no trajeto entre a casa e trabalho, não lembraremos a roupa que escolhemos para vestir, o cheiro do ambiente, a música que estava tocando, nem o ninho do pássaro que surgiu no telhado da sua casa…

Teremos flashes de memórias, mas não memórias inteiras: fez uma viagem, mas ao mesmo tempo não fez; está na vida de alguém, mas ao mesmo tempo não está, conversa com alguém, mas ao mesmo tempo não lembra da conversa; ama, mas não se entrega.

Eu também fico bastante tempo ausente, já que eu, que de certa forma, sempre gostei de estar no futuro, pois era a minha esperança para mudar de vida, ter um futuro melhor, dias melhores. Eu gerava ansiedade de propósito em mim, para que pudesse alcançar certos objetivos de vida, e dava muito certo…

Até que tive minha primeira crise de pânico e resolvi que não quero mais fazer isso comigo.

Toda vez que percebo que o meu pensamento está no futuro ou no passado, trago-o com gentileza para o aqui e agora.

Se estou dentro de um carro rumo ao aeroporto, ao invés de ficar ansiosa querendo que o destino chegue logo, eu lembro de curtir o trajeto, colocando na minha cabeça que a viagem já começou, que o trajeto já é o início da viagem, e que por isso mesmo posso aproveitar para relaxar, apreciar a paisagem, o vento no rosto, não preciso chegar com pressa. Chegar com pressa, é querer que a viagem termine logo.

O vídeo do Clóvis de Barros nunca fez tanto sentido para mim, como nessa fase em que me encontro atualmente, de que a felicidade é aqui e agora.

No meu caso, acabou coincidindo esta fase do estar presente, com a chegada de um valor confortável de patrimônio.

Mas e se eu não tivesse chegado nesse marco financeiro? Será que eu mudaria algo no meu comportamento hoje?

Eu acredito que sim.

Como já disse em outros posts, eu não tive que fazer grandes sacrifícios na jornada FIRE, porque recebo um salário acima da média, aliei o minimalismo com a independência financeira, e sempre tive muito cuidado em subir o padrão de vida. Então toda vez que melhorava o padrão de vida, eu sabia que seria para sempre, e não apenas uma situação momentânea. Eu soube fazer boas escolhas, eu estava numa fase boa, além do universo ter se alinhado para que as coisas acontecessem em momentos oportunos (bolsa subindo, imóveis subindo etc).

O que me preocupa é que muitos que estão na jornada FIRE acabam se sacrificando muito mesmo, e talvez tenha chegado o momento de rever um pouco esse conceito.

Acho FIRE muito legal e sou muito grata por tudo que aprendi.

Só acho que há diversos perfis e algumas coisas precisam ser colocadas em pauta: poucas pessoas têm o perfil de ganhar um salário alto + viver com pouco + poupar grande parte do salário + aliado à fase de vida em que a pessoa está (solteiro, jovem, casado sem filhos, casado com filhos pequenos).

A grande parte da população ganha um salário baixo, vive com pouco e para conseguir ser FIRE, precisa abrir mão de muita coisa, muitas vezes até de ter uma vida feliz, como sair com os amigos, namorar, casar, viajar, só para poder economizar mais.

Uma coisa é alguém ganhar 10 mil, 20 mil e economizar 70% do salário, pois com os 30%, ainda dá pra morar bem, comer e ter seus momentos de lazer.

Outra coisa é alguém ganhar 2 mil, 4 mil e tentar economizar 70% do salário. Para essas pessoas, poupar boa parte do salário significa abrir mão de morar bem, comer e ter seus momentos de lazer.

Veja… às vezes vale a pena pegar mais leve nos aportes, aproveitar mais o hoje, aproveitar os amigos, gastar um pouco mais com a família, em lazer, em conforto, mas sempre reservando parte do salário para investir.

Se fazer isso atrasasse a independência financeira em mais 10 anos ou 20 anos, ok, pelo menos viveu, esteve presente, e o melhor, saberia que após esses 10 ou 20 anos a mais, continuaria com a companhia das pessoas que são importantes na vida hoje.

Se nesse meio do caminho adoecer, estará com a consciência leve por ter vivido a vida por completo, e não pela metade.

Se nesse meio do caminho perder alguém importante para alguma doença ou acidente, estará com a consciência tranquila por ter vivido a vida por completo, e não pela metade.

Desejar que o tempo passe logo para ser FIRE, é desejar que a semana termine logo, que o mês termine logo, que o ano termine logo, e quando perceber, já terá passado 20 anos dos seus melhores anos.

Depois que entendi isso, passei a compreender que LUXO nos tempos modernos é estar presente.

~ Yuka ~

Minimalismo

Viver Sem Pressa: ensinando com leveza, disciplina e liberdade

Hoje gostaria de trazer um texto que foi escrito pelo Renato, do Reminiscências.

Alguns de vocês devem lembrar de um comentário que ele escreveu em um dos meus textos, que acabou originando este post aqui: A vantagem de aliar a jornada FIRE com o minimalismo.

Há algumas semanas, ele publicou um texto sobre o meu blog, e eu gostei tanto que gostaria de compartilhar aqui com vocês.

Viver sem Pressa: ensinando com leveza, disciplina e liberdade – Blog Reminiscências

Viver sem pressa é um site que acompanho e defino como “despretensiosamente revolucionário”, sobre a jornada e descobertas de Yuka, a autora. O site gira principalmente torno de dois temas, entre outros:

  • minimalismo, apresentado pela autora como uma ferramenta para se livrar dos excessos e se concentrar no que é realmente importante para alcançar a realização pessoal, liberdade e felicidade
  • FIRE, um termo em inglês usado para se referir à busca por independência financeira e aposentadoria antecipada, através de economias e investimentos.

Esse foco no que realmente importa diz muito sobre a visão de minimalismo e independência econômica da autora. Apesar de dar muita atenção aos dois temas e estudar ambos com profundidade ela sempre deixa claro que ambos são ferramentas: meios para alcançar uma vida mais feliz.

Enquanto alguns autores apresentam suas jornadas como épicos cheios de riscos e sacrifícios, Yuka apresenta seus pontos com leveza: como escolhas, decisões que tem custos e benefícios. Ela aceita que independência financeira é um objetivo que não será alcançado rápido. Uma vez lhe disse que sua abordagem é como uma maratona, ela escolheu um objetivo e definiu um ritmo confortável, porém constante e determinado. Essa disciplina suave é outro dos seus diferenciais.

De forma sutil e magistral ela também alinhou o minimalismo e a independência financeira, uma estratégia que faz com que os dois temas se complementem, o que fica bem visível em seu texto sobre como quem precisa de menos pode ser mais rico do que quem tem mais. Ela também evita as armadilhas da nossa sociedade consumista ao refletir sobre a diferença entre ser rico e parecer rico.

Um reflexo dessa estratégia inteligente foi o foco nos pequenos prazeres. Eles são pequenos, baratos e ótimos para diferenciar a alegria da euforia. O que também reflete seu desapego com questões de ego e status. Eu sempre achei divertido observar é como a autora é discreta. Especialmente para esses tempos narcisistas de influencers, coaches e outras criaturas de redes sociais.

Ainda que apresente muito de sua visão pessoal e escolhas de vida, Yuka nunca fala seu nome completo ou sequer a cidade onde mora. Alguns poderiam considerar isso uma estratégia de marketing para criar mistério, mas a forma discreta como esses dados não são apresentados me parece ter tudo haver com seu foco: falar sobre as ideias e experiências que realmente importam, mais do que despertar a indevida curiosidade do leitor sobre sua identidade.

No entanto, essa leveza com que ela encara a vida não foi resultado de uma vida fácil ou despreocupada, mas de uma escolha consciente. Apesar de assumir já ter sofrido violência, se divorciado e até mesmo sofrido crises de pânico, ela não escondeu, enfeitou ou se abateu por isso. Em O que você faz com as pedras do seu caminho ela fala como esses problemas a influenciaram e nas mudanças que precisou fazer. Yuka também fala sobre suas crises de ansiedade e como aprendeu a lidar com um assunto delicado como saúde mental. Essa preocupação com o aprendizado a partir das experiências de vida também pode ser visto em suas reflexões sobre a vida em família.

Na selva a internet, especialmente nos vales da autoajuda, o trabalho de Yuka é um bem-vindo oásis de leveza, humildade e praticidade. Nos últimos tempos, autocompaixão e felicidade tem surgido entre os tópicos abordados com mais frequência, o que me parece ser o sinal de uma justa boa fase. E ainda se dá ao trabalho de ler os comentários (uma atividade de internet eventualmente insalubre) e respondê-los. Ela consegue encontrar a felicidade de forma simples e ainda se dispõe a sugerir um caminho… ela merece.

– Texto de Renato, do Reminiscências – link para o texto original aqui

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Pessoas que ganham o mesmo salário, mas possuem vidas diferentes

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Você já deve ter percebido que há pessoas que ganham o mesmo salário, têm a mesma composição familiar, mas possuem vidas completamente diferentes: uma vive endividada, reclama da falta de dinheiro, está em completo desequilíbrio financeiro; enquanto a outra tem controle financeiro.

Eu percebo essa discrepância onde trabalho: são pessoas que recebem salários parecidos, mas possuem vidas financeiras completamente diferentes.

Algumas vivem de salário em salário, pagam gordas parcelas do financiamento imobiliário, negociam suas dívidas fazendo novas dívidas. Não abrem mão do carro, nem da diarista, nem dos restaurantes, das viagens, da manicure semanal, nem da vida que tem. Não conseguem parar de comprar produtos aleatórios pela internet, não abrem mão do conforto, nem dos pequenos luxos, mesmo fazendo dívidas.

Reclamam do salário, das obrigações que têm, dos boletos, das dívidas…

Há 7 anos, mais precisamente em 2015, numa roda de conversa no trabalho, comentei sobre FIRE (Financial Independence Retire Early). Como era um tema recém descoberto, fiquei muito entusiasmada e compartilhei tudo o que eu sabia sobre FIRE, sobre investimentos e sobre o poder dos juros compostos. Falei que se a gente enxugasse os gastos por um período de pelo menos 10 anos e investisse direito todos os meses, que isso poderia nos tornar livre.

Todo mundo se empolgou com tudo o que eu falei, exceto quando falei da parte de enxugar os gastos. Eu não desanimei. Eu coloquei em prática tudo o que estava ao meu alcance, pois acreditava que seria possível sim.

Eu sabia que teria que ter foco, já que esse meu entusiasmo inicial poderia diminuir ao longo dos anos, afinal, ninguém quer economizar a vida inteira. Além disso, eu era mãe de 2 bebês. Eu teria que aproveitar os aportes gordos enquanto as minhas filhas eram pequenas.

Fiz revisão de todos os gastos e enxuguei onde era possível. Fazer esse downsizing não foi difícil, afinal, eu já sabia onde poderia economizar para reduzir o padrão de vida e em que coisas queria gastar para melhorar a qualidade de vida.

O tempo passou e estamos em 2022. Vejo que todas essas inúmeras pequenas decisões que tomei lá atrás, trouxeram benefícios imensuráveis passados apenas 7 anos.

Contar essa história me lembrou do Experimento do Marshmallow:

“O Experimento do Marshmallow se refere a uma série de estudos de recompensa postergada, realizados no final dos anos de 1960 e início dos anos de 1970 liderados pelo psicólogo Walter Mischel, então professor da Universidade de Stanford. Nos estudos era oferecido a crianças a escolha entre uma pequena recompensa (algumas vezes um marshmallow, mas também um cookie ou um pretzel, etc.) entregue imediatamente ou duas pequenas recompensas se ela esperasse até o retorno do pesquisador (depois de uma ausência de aproximadamente 15 minutos). Em estudos de seguimento, os pesquisadores descobriram que as crianças que foram capazes de esperar por mais tempo pela possível recompensa apresentaram tendência de ter melhor êxito na vida, desempenho escolar, índice de massa corporal (IMC) e outros parâmetros de medição. Contudo, recente trabalho levanta a questão se o autocontrole, em oposição ao raciocínio estratégico, determina o comportamento das crianças.” Wikipédia

Para a maioria de nós, que não nasceu em berço de ouro, é essencial não ter luxo e conforto ANTES DA HORA.

Hoje eu tenho a consciência de que ter deixado de fazer viagens internacionais apenas por alguns anos, ter deixado de comer em restaurantes caros apenas por alguns anos, ter deixado de ter um plano de saúde top por alguns anos, ter aprendido a fazer inúmeros serviços (como pintura de parede, montagem de móveis, conserto de roupas), ter deixado os serviços de streamings por um tempo, ter deixado de gastar em supérfluos por alguns anos, além de diversos outros exemplos que sempre comentei neste blog, permitiu alcançar a tranquilidade financeira que hoje me encontro.

Para mim, não foram sacrifícios… foram escolhas.

Ter postergado alguns sonhos materiais, permite que hoje eu não me preocupe mais com a rentabilidade da carteira, nem fique fazendo contas na hora de comprar alguma coisa, principalmente, porque os aportes mensais irão continuar, já que ainda não pretendo parar de trabalhar.

Em 2019, publiquei um post que pode ser interessante a leitura: “A sua falta de interesse em investimentos pode custar muito caro.”

Os 5 anos da qual menciono nesse post já se passaram…

Ainda dá tempo de arregaçar as mangas para não perder mais 5 anos…

~ Yuka ~

Minimalismo

Meus devaneios…

Desde que entendi que já tinha acumulado dinheiro suficiente, e que a partir daquele momento não precisava mais poupar como fiz durante os últimos anos, algumas coisas aconteceram.

A vida anda leve.

Eu sempre gostei de valorizar a jornada do auto-conhecimento, de olhar para dentro, de reconhecer a importância das necessidades individuais.

Este blog nasceu com esse propósito, de compartilhar uma parte do meu olhar, a minha vivência, compartilhar meus erros e aprendizados. Acabou se tornando um lugar de conversa, um espaço de acolhimento onde podemos trocar experiências sem sermos apedrejados.

Às vezes, leio meus posts antigos e o que mais me orgulho não são meus textos…. são os comentários de vocês. Os comentários são repletos de maturidade, de acolhimento, de empatia.

Em um mundo polarizado, com pessoas que tem pressa, aqui, encontro pessoas que ainda estão dispostas a ler um texto de um blog qualquer.

Há muitas partes de mim que vocês ainda não conhecem, já que o blog retrata apenas um pequeno recorte do que sou. Quem me segue há mais tempo sabe que este blog fala sobre tudo e sobre nada. São devaneios sobre o meu estado atual… falo sobre minimalismo, sobre organização e planejamento, sobre economizar, sobre relacionamentos, sobre filhos, sobre artesanato, sobre culinária, sobre jardinagem, sobre independência financeira, sobre FIRE.

Na fase atual em que me encontro, há uma frase que sempre vêm à tona: “Ainda bem que acreditamos sobre FIRE e agimos no momento certo”.

Nos últimos meses, tenho me sentido livre para dar passos largos em qualquer direção.

Eu sinto muita gratidão quando olho para a minha vida e vejo tudo o que conquistei, desde amigos da vida inteira, um marido apaixonado, filhas saudáveis, um lugar para chamar de lar, um bom emprego.

A independência financeira era a cereja do bolo que faltava para conseguir aproveitar o presente.

Meu foco atual tem sido valorizar o tempo, tentar me distanciar mais do virtual e estar mais presente, motivo pelo qual não postei nas últimas semanas.

Não se preocupem, não me distanciarei do blog, nem farei pausa, pois aqui é o meu cantinho preferido.

“Chegou o momento de não mais escrever sobre o final feliz.

Quero jogar luzes sobre o durante feliz.”

Ana Claudia Quintana Arantes

Com carinho, Yuka.

Minimalismo

A importância de rever os gastos do mês anterior

Fotos grátis de Dinheiro

Eu tenho o costume de analisar todos os gastos do mês anterior, logo depois que o mês termina.

Como eu e o marido anotamos todos os gastos no aplicativo Minhas Economias, fica bem fácil fazer essa análise pelo celular mesmo, já que tudo se concentra em um único local.

O objetivo é procurar gastos que foram por impulso, e analisar gastos desnecessários.

Essa revisão dos gastos não serve para evitar gastos, pois como sempre digo, dinheiro não foi feito só para ser guardado, foi feito para ser gasto também.

Essa revisão serve para evitar dinheiro mal gasto, ou seja, quando compro algo por impulso e depois aquilo fica esquecido em algum canto da casa. É esse tipo de gasto que eu quero evitar.

Quando identifico alguma compra mal feita, penso como poderia agir diferente na próxima vez, e assim, de compra em compra, vou me aprimorando para usar muito bem o dinheiro.

Vou dar um exemplo recente. Eu comprei alguns jogos americanos, mas quando comecei a usa-los no dia-a-dia, percebi que um detalhe passou despercebido no momento da compra. Esse detalhe, que é como se fosse uma linha de costura que deixa o jogo americano todo fofo, mas ordinário na hora da limpeza, já que a sujeira entra ali dentro e preciso de uma pequena escovinha para manter tudo limpo. Então decidi que o próximo jogo americano que eu for comprar, será todo liso, sem esse tipo de detalhe.

Outro exemplo (desta vez foi a do marido) foi uma sapatilha de bicicleta que meu marido comprou. Para economizar, ele escolheu uma sapatilha barata que importou da China, apesar de eu ter insistido muito para comprar uma da Shimano. Pois bem, na hora em que ele abriu o pacote, ele já se arrependeu de ter comprado essa da China, pois a qualidade era infinitamente inferior. Quando calçou, se arrependeu mais uma vez, pois era desconfortável. A sapatilha da Shimano que custava 7 vezes mais, durou por quase 10 anos, infelizmente, esse da China não vai durar nem 1 ano.

Quando fazemos essas análises mensais, evitamos persistir em fazer compras erradas. Faço pelo menos 12 revisões orçamentárias por ano (1 por mês), além de 1 revisão minuciosa no fim do ano (quando avalio se estou pagando o valor certo pela internet, se o preço do aluguel que pagamos está de acordo com o mercado imobiliário, se gastamos excessivamente em alguma categoria, etc).

Essas atitudes tem feito um bem danado na saúde orçamentária familiar, pois “aquilo que não é medido, não pode ser melhorado”.

~ Yuka ~

Minimalismo

Estafa infantil e a semana cheia de compromissos

Fotos grátis de Alinhe os dedos

Essa semana, recebi um telefonema de que minha filha mais velha havia ganhado uma bolsa de estudos para fazer cursos complementares. Perguntei que tipo de cursos estavam disponíveis e a pessoa me disse que havia de informática, robótica entre outros.

Só que comecei a lembrar que durante a semana, já temos pouco tempo juntas. Depois lembrei que as aulas seriam online, ou seja, no computador. Passado a a minha empolgação inicial, agradeci e recusei a bolsa explicando que minha filha era pequena demais para ficar mexendo em computador.

Ela já fica em uma escola de período integral e tem aulas de informática, música, inglês, artes. Também é estimulada a falar japonês, porque eu e minha mãe conversamos em japonês.

Eu sou a favor da criança ter oportunidades, mas tudo tem seu momento certo. Nesta idade em que elas estão, eu prefiro que elas brinquem, baguncem e socializem.

As crianças estão cada vez mais precoces, com comportamentos similares aos adultos, sempre com celular na mão, estressados, ansiosos, se vestindo e se comportando como adultos.

Fui até procurar na internet se existia a palavra “adultização”, e não é que existe?

“A adultização é o processo de querer acelerar o desenvolvimento das crianças para que se tornem logo adultas. A adultização provoca perda da infância, da socialização, da coletividade e do mais importante, a fase do brincar livremente.” Fonte Portal Raízes

É natural que com a idade, elas percam a inocência de enxergar através dos olhos de uma criança. Aquela curiosidade em saber para onde a formiga está indo, de querer saber qual o sabor da chuva, de achar que a lua está nos seguindo… tudo isso tem limite de idade para acontecer.

As crianças são seres inquietas e curiosas. E muitos pais abrem mão da criança ser criança para transformá-las em atletas do mercado profissional.

Com o tempo, descobrimos que a formiga é suja, que a pomba traz doença, que a chuva incomoda, que ficar com meias molhadas não é legal, que precisamos trabalhar para pagar as contas, e que mesmo não querendo, nossas semanas serão preenchidas com tarefas profissionais e obrigações domésticas.

Não é de hoje que algumas mães vêm compartilhar para mim que seus filhos de 5 anos já sabem ler e escrever, que já fazem diversos cursos, já sabem mexer no celular, fazem download de aplicativos no tablet etc.

Bom, minha filha que acabou de fazer 7 anos ainda não sabe ler e escrever. Está sendo alfabetizada agora na escola, pois está na primeira série do ensino fundamental. E apesar das cobranças e comparações externas, não tenho pressa, pois sei que ela está aprendendo no seu tempo.

Na escolinha, vejo crianças maquiadas, com batom na boca, delineador nos olhos e unhas pintadas.

Já faz um tempo que eu desenhei em uma folha, a linha de tempo de uma pessoa: a fase bebê, criança, adolescente, adulto e idoso para mostra-la como a fase em que ela se encontrava neste momento, era curta e que logo ela entraria numa outra fase. Ao ver aquela curtíssima linha da infância, ela se convenceu de que deve aproveitar a infância, deixando de lado curiosidades que poderão ser exploradas mais tarde, que ela poderá se maquiar mais tarde, mas não poderá voltar a ser criança.

Minhas filhas podem não saber o que a maioria das crianças hoje sabem. Mas elas sabem de muitas coisas que as crianças de hoje não sabem.

Talvez antes dos pais se preocuparem em adultizar os filhos, deveriam formar pessoas. Antes de aprender um novo idioma, a criança deveria aprender a falar obrigado, por favor, com licença. Antes de fazer diversos cursos, a criança poderia aprender a ter modos na mesa, a ser responsável pelos seus brinquedos, ensinar a doar brinquedos que não usa mais.

Eu sou a favor de formar humanos com corações melhores.

– Yuka –

Minimalismo

A Jornada FIRE e como acontece as mudanças na rota

Antes de mais nada, estou em débito com as pessoas que comentaram nos dois posts anteriores a este, mas esta semana deixo tudo em dia, tá?

Bom, continuando o post da semana passada “Por que eu desisti de procurar pelo emprego perfeito“, hoje eu vou contar o desmembramento de todo meu raciocínio até chegar na decisão de me manter no emprego.

Em 2015, nasceu a minha primeira filha.

Junto com o nascimento dela, nasceu também a vontade de parar de trabalhar, para poder ficar perto dela.

Claro que não consegui, pois não tinha grandes reservas financeiras, e eu não poderia simplesmente me afastar do trabalho por 1 ou 2 anos para curtir a minha bebê.

Assim que retornei da licença maternidade por livre e espontânea obrigação, meu leite secou, e por mais que eu tentasse e insistisse, não consegui mais amamenta-la. Esse foi um dos grandes fatores da minha frustração ao retornar ao trabalho, já que eu senti como se algo tivesse sido arrancado de mim.

Apesar da minha filha já ter iniciado a introdução alimentar, era eu que não estava preparada emocionalmente para romper este laço de amamentá-la de forma complementar.

Foi só nesse momento que eu compreendi como eu estava presa no sistema, e que esse “algo” que eu sentia que havia sido arrancado de mim, era a LIBERDADE.

Descobrir sobre a existência do termo FIRE – Financial Independence Retire Early – abriu novos horizontes para mim. Foi como se um clarão no céu tivesse iluminado o meu caminho. Para minha sorte, não tive nenhum trabalho para convencer o marido. Com fogo nos olhos e muita determinação, mostrei o gráfico dos juros compostos para ele, e esses dois fatores já foram suficientes para convencê-lo de que o plano aparentemente utópico de aposentar cedo poderia sim, ser possível.

Desde então, passaram-se alguns anos. Minha segunda filha nasceu, o patrimônio cresceu.

Hoje eu posso dizer que tenho uma tranquilidade financeira jamais sentida.

Desde o início da jornada FIRE, conforme o patrimônio crescia, meu sentimento em relação ao trabalho também se transformava junto. Só que ainda não estava tão claro como está hoje para mim. Tenho convicção de que alguns fatores foram essenciais para que meu pensamento mudasse em relação ao trabalho:

A Pandemia

A pandemia começou em março de 2020, e minha empresa permitiu o teletrabalho. Fiquei mais tempo em casa do que gostaria, somado com a sobrecarga do trabalho, entrei em depressão. Durante esse período que foi bastante nebuloso para mim, fui bastante acolhida pela minha equipe, que suportaram minhas constantes crises de choro.

A sexta-feira que sempre foi um dia especial para mim, já não tinha mais graça. O fim-de-semana que eu fazia coisas bacanas também tinha perdido a graça. A sexta-feira parecia segunda-feira, e sábado se parecia com qualquer dia. Antes da pandemia, eu programava meus dias para aproveitar melhor, mas estando todos os dias em casa, isso também havia perdido a graça.

Tudo bem que estou falando de um período que foi difícil para todos nós, e sei que não posso comparar uma vida FIRE com a vida da pandemia. Mas o fato é que eu tive a oportunidade de trabalhar em casa por 1 ano e meio, e eu odiei. Definitivamente, home-office não funcionava para mim.

Retornar ao trabalho presencial foi muito bom. Foi muito bom reencontrar o pessoal do trabalho. Foi muito bom ter a rotina estabelecida novamente. Era como se eu tivesse recuperado uma parte de mim que havia ficado para trás.

Ter tempo disponível demais não era tão bom quanto imaginava. Eu percebi que quando eu tinha menos tempo, acabava me organizando melhor durante a semana. Desempenhar bem as atividades “obrigatórias”, fazia com que as atividades de lazer se tornassem mais intensa, mais prazerosas.

Quando comprei uma máquina Nespresso em 2013, tomar café havia se tornado um evento. Mas quando passei a tomar com uma frequência alta, o Nespresso acabou perdendo a graça, pois se transformou em um café comum. Eu e o marido, ao percebermos isso, deixamos de tomar todos os dias e passamos a tomar apenas nos fins de semana, porque não queríamos perder essa sensação de “ai que café gostoso”.

E foi exatamente isso que aconteceu comigo em relação ao trabalho. Eu não queria que minha sexta-feira perdesse a graça, que meus finais de semana não fossem aproveitados ao máximo, não queria achar que tenho tempo suficiente e ficar empurrando todos os meus projetos para fazer um dia, talvez.

O vídeo do Takeshi Yoro

Takeshi Yoro é Professor Emérito do Departamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Tokyo. Foi por acaso que o vídeo de 8 minutos dele foi sugerido para mim. O professor fala em japonês, NÃO RECOMENDO que assistam o vídeo utilizando o tradutor, pois a tradução está sem pé nem cabeça.

Segue uma pequena transcrição do vídeo:

“Eu tenho uma opinião a respeito do trabalho.

Sobre o que queremos fazer…

Esta frase que aparentemente simples e clara, na verdade, carrega muitas complexidades.

Quando decidimos escolher um determinado trabalho ou profissão, na maioria das vezes e na maior parte do tempo, somos obrigados a fazer todo e qualquer tipo de atividade.

Eu decidi ser médico por querer atender pacientes, mas em pouco tempo entendi que paciente não se escolhe, são eles que vêm até nós. Se surge um paciente com infarto, não posso falar que não quero atendê-lo. Também não posso deixar de atender pessoas saudáveis que fingem estar doentes.

Então se eu decido por uma especialidade médica, por exemplo anatomia humana para não ter que atender estes pacientes, logo começo a entender que também não posso fazer só o que eu gosto e o que convém.

Quem decide pela especialidade anatomia humana, também faz pesquisa. Para fazer pesquisa, preciso de doação de corpos, e esta doação, pode acontecer a qualquer momento. Como as doações são escassas, não posso falar que não aceito doações no Ano Novo. Também não posso pedir para a pessoa morrer em horário comercial.

Por mais que eu goste de anatomia, preciso entender que outras atividades que não gosto também faz parte do pacote. Ou seja, para fazer o que gosto, também tenho que aceitar as coisas que não gosto de fazer.

Partindo deste pressuposto, o que é mais fácil, trocar de emprego a todo momento ou mudar a mentalidade?

Quando aceitamos isso, conseguimos distinguir de forma clara as atividades que gostamos e as atividades que não gostamos no trabalho.

Então eu finalmente compreendi que era indiferente fazer o que eu gostava e fazer o que eu não gostava, porque no final, era a mesma coisa:

  • trabalhar no que gosto também faz com que eu tenha atividades das quais não gosto
  • trabalhar no que não gosto também faz com que tenha atividades das quais gosto

Eu demorei mais de 10 anos para entender isso.”

~ tradução livre e adaptado de uma palestra do Takeshi Yoro ~

E é bem isso que aconteceu no meu trabalho.

Eu tenho algumas coisas das quais não gosto no trabalho, mas tenho muito mais coisas que gosto. E entendi que caso eu saia do trabalho atual e vá para uma outra área, também terei coisas que gosto e coisas que não gosto, com o agravante de que posso não suportar as coisas que não gosto, enquanto no meu trabalho atual, eu aceito bem as coisas que não gosto.

Filhos em idade escolar

Com as crianças em idade escolar e o marido em pleno vapor no trabalho, não posso sair viajando por 1 ou 2 anos como se eu fosse uma pessoa solteira.

Enquanto elas forem pequenas e dependentes, minha prioridade será sempre a família.

Fugir nem sempre é a melhor opção

Houve tempos em que eu não queria estar no trabalho, eu queria mudar de emprego, eu queria ficar em casa sem fazer nada.

Já enfrentei pessoas difíceis no trabalho, projetos difíceis, e a única coisa que eu queria era fugir dali para ter paz.

Mas eu permaneci (porque não tinha outra opção).

Passados alguns anos, olho para trás e consigo perceber que estar no trabalho em fases difíceis, me fez aprender a lidar com o diferente, a conversar e aceitar pessoas com pensamentos diferentes. Tive que lidar com as minhas inseguranças, enfrentar meus medos. Compreendi que quando se estende a mão primeiro, a maioria das pessoas também estenderão a mão quando você precisar. Me ensinou a ter paciência, a respeitar o tempo do outro, de que não tenho controle sobre tudo.

Fiquei pensando que se eu tivesse largado tudo para evitar sofrimento, eu não teria todas as percepções e experiências que eu tive. Será que eu teria amadurecido tanto?

Não preciso sair do emprego, só preciso de férias

Se eu tivesse pedido demissão do meu emprego para viajar por algum tempo, eu sei que em alguns meses, teria enjoado das viagens e iria querer a minha rotina de volta.

Quando viajei para o Japão para ficar 30 dias, no vigésimo dia já estava querendo ir para casa, porque tomar decisões todos os dias cansa. Decidir o roteiro turístico do dia, a hospedagem da semana que vem, verificar os pontos turísticos da cidade, descobrir os bairros que devem ser evitados, sair de casa todos os dias para conhecer algo novo, conhecer pessoas novas todos os dias, tudo isso sai da rotina e se torna exaustivo. Tanto que meus últimos 5 dias de viagem, eu fiquei passeando só pelo bairro, não queria mais conhecer lugares novos, nem fazer viagens longas para conhecer outras cidades.

Tem gente que gosta, mas eu sei que não conseguiria.

Foi aí que eu percebi que eu não precisava pedir demissão do emprego, eu só preciso de férias.

Aceitar que temos mais dos nossos pais do que gostaríamos

Todos nós temos comportamentos oriundos do histórico da nossa vida. Muito desse histórico determina o que somos hoje.

Ter visto a minha mãe passando necessidade, quando de repente virou viúva aos 35 anos de idade com 3 filhas pequenas, afetou a minha percepção em relação ao dinheiro, quando minha primeira filha nasceu.

Eu lembro de ter falado repetidamente a mesma frase que minha mãe sempre falou, que nós não ficaríamos desamparadas financeiramente, caso ela morresse, que conseguiríamos terminar os estudos e fazer faculdade, pois estava juntando dinheiro suficiente para isso.

Eu também tenho esse mesmo sentimento em relação às minhas filhas, pois desde que elas nasceram, tive medo da história da minha mãe se repetir comigo.

Após alguns anos poupando boa parte do salário, a tranquilidade financeira que sinto hoje me traz paz por saber que em caso de minha ausência, minhas filhas não ficarão desamparadas.

Sinto paz em saber que eu e meu marido teremos uma vida financeira confortável e promissora.

E finalmente a cereja do bolo…

Outro ponto crucial nessa jornada FIRE, foi chegar num valor de patrimônio que me fez entender que estou no trabalho PORQUE EU QUERO, e não PORQUE PRECISO. Quando minha filha nasceu há 7 anos, eu voltei para o trabalho depois da licença-maternidade, porque precisava do dinheiro, não porque eu queria. Já quando voltei a trabalhar depois de tomar a vacina da COVID-19, eu voltei porque eu queria, não porque precisava. Ter essa consciência fez total diferença para mim.

A mesma coisa havia acontecido com o meu marido há alguns anos. Ele não gostava do trabalho, mas conforme nosso patrimônio foi crescendo e quando ele percebeu que já recebíamos renda passiva superior ao salário dele, algo dentro dele mudou. Ele não se sentia mais intimidado com as ameaças do chefe, pois estava no controle. De repente, percebeu que estava gostando do trabalho.

E agora, isso aconteceu comigo também. Quando o dinheiro passou a não ser o protagonista do motivo de eu acordar cedo todos os dias, as coisas ficaram mais leves.

Os desavisados podem até pensar que andei, andei, andei e voltei para o mesmo lugar, de que continuo no trabalho, mas tenho que discordar. Eu sou uma pessoa completamente diferente de 7 anos atrás, apesar de estar ainda no mesmo trabalho.

Há uma frase da qual não sei a autoria, de que o tempo é como um rio. Nós nunca podemos tocar na mesma água duas vezes, porque a água que já passou, nunca passará novamente.

Faço essa relação também comigo. Eu entrei nessa jornada de uma forma, e conforme fui trilhando o caminho, aprendi muitas coisas, minhas percepções sobre a vida mudaram um pouco, a minha relação com o trabalho também mudou, a minha forma de encarar o dinheiro também mudou.

Eu vi transformações e evoluções no meu comportamento.

A minha ideia inicial era ser FIRE aos 50 anos. Depois de alguns anos, os cálculos me mostraram que era amplamente possível ser FIRE aos 45 anos. E recentemente, depois de algumas contas, descobri que se ajustasse a minha carteira para geração de renda passiva, eu poderia declarar FIRE a qualquer momento, aos 40 anos de idade.

Eu poupei um patrimônio razoável em um curto espaço de tempo, uma proeza que eu não sei se seria capaz de repetir a dose.

Para mim, foi crucial ter entrado nessa “batalha” interna do FIRE. Digo batalha, porque foi exatamente isso que eu fiz. Eu reduzi custos, com o desafio de não reduzir qualidade de vida. Investi todo e qualquer dinheiro extra, décimo terceiro, restituição do imposto de renda, trabalho extra do marido, moeda que encontrava perdida no fundo do bolso… Devorei diversos livros em tempo recorde. Eu era um trator em busca de textos de pessoas que estavam na mesma situação que eu, vivendo e respirando a jornada FIRE.

O minimalismo também foi essencial para a minha permanência saudável na vida FIRE, pois foi com o minimalismo que eu aprendi a aumentar os gastos em coisas que eram importantes para mim, e a reduzir drasticamente em coisas que não eram importantes. Atribuo a minha satisfação durante a jornada FIRE e a ausência de grandes frustrações e sensação de escassez graças a esse estilo de vida, de reduzir custos em coisas desnecessárias e viver de forma abundante nas coisas necessárias.

Hoje, vivo numa casa repleta de coisas que me dão prazer, que me dá sensação de paz e de aconchego, sem coisas em excesso, apenas com coisas que amo.

Eu já fiz tudo o que eu poderia fazer, agora, o tempo se encarregará de multiplicar o que eu comecei.

Ainda não preciso usar o patrimônio para viver, pois pretendo continuar trabalhando.

Enquanto isso, vivo como se nada tivesse mudado na minha vida, mas seguindo muitos dos ensinamentos do livro Die With Zero.

Foi graças à leitura deste livro que eu decidi mudar para um apartamento que comportasse alguns dos nossos sonhos: poder reativar meu ateliê onde faço artesanato e costura. Poder organizar uma oficina para mim (aliás, minha mais nova aquisição é uma serra elétrica para cortar madeiras).

Meu marido também tem seu tão sonhado escritório, um quarto só para ele para ele trabalhar em paz, curtir sua música e quem sabe, até mesmo retomar a tocar bateria, afinal, agora temos espaço suficiente para abraçar todos os nossos sonhos que estavam no modo “pausa”

Hoje tenho uma vida confortável e um futuro promissor, graças à jornada FIRE.

~ Yuka ~

Minimalismo

Por que eu desisti de procurar pelo emprego perfeito

Desde que alcancei um determinado valor de patrimônio e de renda passiva, o dinheiro passou a não ser mais uma preocupação na minha vida.

Se antes eu estava com a ideia fixa para ser FIRE (Financial Independence Retire Early) para poder sair do emprego, hoje, a situação mudou.

Não que eu tenha paixão pelo que faço, mas sinceramente? Eu gosto do meu trabalho. Gosto de me arrumar para ir ao trabalho, de encontrar as pessoas, gosto das atividades que desempenho, gosto da forma que a minha equipe interage comigo, gosto de receber meu salário todos os meses, do local onde fica meu trabalho (bem localizado e de fácil acesso), gosto de ter a minha rotina bem estabelecida.

Quando eu ainda tinha uma meta financeira a ser alcançada, o dinheiro ocupava um lugar importante na minha vida. Eu gostava de fazer os fechamentos mensais, de calcular rendimentos, descobrir quanto de renda passiva estava recebendo, quanto tempo faltava para ser FIRE, além de acompanhar o desempenho da bolsa brasileira e americana.

Após a descoberta de que eu já tinha acumulado patrimônio suficiente, a vontade de sair do emprego começou a diminuir e comecei a enxergar todas as coisas positivas do meu trabalho. Não que eu já não soubesse das coisas positivas, mas com o tempo eu entendi que eu não estava mais trabalhando porque precisava, e sim porque eu queria. Não era mais obrigação, poderia sair a qualquer momento se assim eu desejasse. Trabalhar tinha se transformado em algo opcional, ou seja, eu estava no controle.

Foi aos poucos que eu entendi 2 coisas:

1.) Eu não preciso procurar por um emprego perfeito

Porque convenhamos, qualquer emprego que eu fosse escolher, sempre, sempre terei prós e contras.

A questão é quais prós eu quero, e quais contras eu aceito. No meu trabalho atual, eu tenho muito mais prós do que contras. Reconheço que qualquer outro emprego que eu procurasse, teria muito mais contras do que prós.

2.) Posso ter diversas habilidades e não preciso transformar um hobby em uma profissão

Eu já tive diversos hobbies que poderiam ser transformados em atividades remuneradas.

Desde educação financeira, reforma de imóveis, lettering, scrapbooking, jardinagem, cartonagem, confecção de bijuterias, sabonetes artesanais, lembranças de casamento e de maternidade, corte e costura, patchwork, edição de vídeos, sei fazer pequenos trabalhos de marcenaria, além de claro, desempenhar atividades da minha área de formação acadêmica… e olha que eu não contei nem metade das coisas que gosto de fazer.

O que eu percebi é que posso continuar fazendo tudo isso sem transformar em obrigação, sem transformar em trabalho. Posso costurar quando eu quiser, posso fazer bijuterias com minhas filhas, fazer pequenos móveis para mim, comprar um imóvel, reformar e vender, porque é isso, eu não preciso ser uma única pessoa, não preciso ter uma única paixão, nem uma única habilidade. Posso ter diversas paixões, em momentos distintos da minha vida.

Eu ainda tenho vontade de fazer um curso de cerâmica artesanal, aprender a técnica de soprar vidro, pintura em aquarela…

Então ao invés de focar no que eu não tenho, ou no que eu ainda não encontrei, ou o que as pessoas querem que eu encontre, eu estou focando no que está na minha frente. E na minha frente, eu tenho um trabalho agradável, uma família incrível que me admira e me acolhe, tenho um ateliê que me permite fazer (quase rs) tudo que eu quero. Eu crio coisas, porque isso faz bem para mim, faz bem para a minha saúde mental, é quando entro em flow (quando experimento uma sensação de plenitude, de satisfação e nem percebo o passar do tempo, nem o barulho externo).

Se eu transformasse meus hobbies em trabalho, ele se transformaria em obrigação. Este blog só funciona bem, porque não é obrigação para mim.

Ao invés de ir em busca de um emprego perfeito (que nem acredito que exista), eu preferi transformar o setor em que trabalho da qual sou responsável, em um local agradável, com pessoas que se importam com o bem-estar coletivo.

Assim, quero deixar bem delimitado que trabalho é trabalho, e hobby é hobby. Quero que muitas das atividades que faço atualmente por hobby, continue me oferecendo felicidade e leveza.

~ Yuka ~

Minimalismo

Questionar a rotina é o primeiro passo para viver com menos

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Nós crescemos e somos inseridos em um ambiente de constante estímulo ao consumo. Somos incentivados a comprar e descartar, comprar e desperdiçar, comprar sem precisar.

O consumismo em excesso é algo que precisamos manter distância, porque as indústrias nos manipulam demais, nos fazendo consumir da forma errada: ressaltando nossas fragilidades, medos, sensação de escassez e de urgência, além da sensação de pertencimento.

Nos fazem desacreditar nas nossas forças, jogam nossa autoestima no chão com o objetivo de consumirmos cada vez mais.

Para quem quer viver com menos, questionar a própria rotina pode ser um início interessante.

Um dos questionamentos mais simples que podemos fazer é por que devemos ter tantas roupas no guarda-roupa, se só temos apenas 1 corpo? Veja que quando temos roupas em excesso, o guarda-roupa tende a ficar mais bagunçado, mais amarrotado, difícil de encontrar as peças. Temos mais trabalho, mais roupas para lavar, mais roupas para passar, mais espaço para armazenar.

Passar roupa é outra coisa que podemos avaliar se é tão necessário. Passar lençóis, as fronhas, as toalhas de mesa, panos de prato, roupas de casa, pijama… Por que precisamos passar lençol, fronha, se na primeira noite que dormimos, tudo já fica amarrotado?

Por que insistimos em usar sapatos de salto alto se sabemos que são desconfortáveis? Para ficarmos 10 cm mais alta? E qual a vantagem de parecer mais alta? Eu tinha uma chefe que usava saltos altíssimos no trabalho, ela falava que usava porque era confortável, que parecia um chinelo para ela, mas ela sempre andava escorando nas pessoas, e na sala dela, estava sempre descalça, massageando a sola do pé. Tudo isso em nome da beleza.

É claro que as indústrias nunca incentivariam para que resgatássemos um móvel antigo na casa da vó para restaurar. Não querem que compremos roupas de segunda mão, por isso a moda é tão cíclica, criam a necessidade de estarmos sempre em dia com a moda.

Se não temos dinheiro à vista, será que precisamos tanto comprar um carro financiado, um imóvel financiado, pagando juros altíssimos para os bancos?

Será necessário mesmo dar e receber presentes em datas criadas por outras pessoas que apenas tinham o intuito de lucrar a própria empresa? Comprar mesmo não tendo dinheiro, mesmo não precisando de nada, mesmo nem sendo tão íntima daquela pessoa…

Será que é normal passar tanto tempo limpando a casa? E se tivéssemos menos coisas? Não seria mais fácil passar um pano em um cômodo livre de bagunça?

Quando permitimos que os outros ditem o que devemos fazer para alcançar a felicidade, entramos na armadilha do consumismo em excesso. O resultado disso? Menos tempo, mais pressão, menos dinheiro, mais preocupação, mais comparação.

Fazer questionamentos é um ótimo exercício para ir em busca da própria felicidade.

~ Yuka ~

Minimalismo

Viver de aluguel: vivendo melhor, mas gastando o mesmo valor

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A ausência da publicação de um post no domingo passado teve um bom motivo: eu fiz uma mudança residencial. Sim, de novo.

Bom, eu moro de aluguel desde que saí da casa da minha mãe para fazer faculdade. Na época eu tinha 17 anos e hoje tenho 40.

Eu até comprei um imóvel para morar em 2013, mas acabei casando e tive 2 filhas, então decidi vender e voltar a viver de aluguel.

Ou seja, só tive imóvel para morar por um curto período de tempo.

Morar num imóvel próprio, tem as suas vantagens, claro. Mas morar num imóvel alugado também tem as suas vantagens.

Eu gosto de morar de aluguel por conta da fase de vida em que me encontro. Não gosto de não ficar amarrada em um único lugar, de não ter mobilidade. Gosto de poder mudar de bairro, de cidade, de poder escolher o tamanho da casa conforme a necessidade do momento. Gosto de saber que se surgir um vizinho chato, posso me mudar. Que se eu perder a vista do meu apartamento por causa da venda do terreno para uma construtora, posso me mudar. Para mim, tudo isso é libertador.

Não sou contra ter um imóvel próprio, só acho que para o momento em que vivo atualmente, vejo mais vantagens de morar de aluguel.

Esses dias, estava dando uma olhada de forma bem despretensiosa sites de imobiliárias, e um anúncio saltou nos meus olhos, pois era bom demais pra ser verdade.

Um imóvel amplo, com ótima distribuição dos cômodos, numa rua muito bem localizada, sendo anunciada por praticamente o mesmo preço que pagava (combo aluguel e condomínio).

Eu seria louca se não agarrasse essa oportunidade, peguei o telefone na hora e falei com o corretor de imóvel. Fomos visitar o imóvel, e assim que chegamos em casa, encaminhei os documentos para a imobiliária. No dia seguinte, a documentação já havia sido aprovada, e aa mesma semana, fui assinar o contrato.

A essa altura da leitura, vocês devem imaginar que tenho um parafuso a menos pela rapidez que as coisas aconteceram. Afinal, não estamos falando de uma mudança pequena, estamos falado de uma mudança residencial em família.

Não sei vocês, mas eu sempre tive mais medo de arrepender das coisas que eu não fiz, do que das coisas que eu fiz.

Mesmo quando faço escolhas erradas, consigo compreender que foi um aprendizado e viro a página sem ficar muito abalada ou com dor na consciência.

Só para vocês terem uma ideia de como foi boa essa troca:

IMÓVEL ANTESIMÓVEL DEPOISNOTA
60m2100m2Muito mais espaço para circulação.

2 quartos3 quartosOs quartos são realmente grandes.
Quarto 1 – Se antes cabia somente o guarda-roupa e a cama das crianças, agora, além da cama e guarda-roupa, poderão ter escrivaninhas individuais para estudar e ainda sobra bastante espaço para circulação.
Quarto 2 – No quarto de casal, que é muito grande para ter somente a cama e o guarda-roupa, decidi que irei reativar meu amado ateliê.
Quarto 3 – Esse quarto é o menor de todos, será o escritório para o marido.
Cozinha sem móveis planejadosCozinha com móveis planejados + mesa retrátilA nova cozinha, além de ser totalmente planejada, possui uma mesa retrátil. Essa mesa é muito útil, pois além de servir como apoio na preparação dos alimentos, serve para fazer refeições rápidas, além das minhas filhas poderem ficar perto de mim, desenhando ou estudando.
Banheiro sem marcenariaBanheiro novoO banheiro é todo branquinho, bem atual, mas tem uma bancada de pedra que está desgastada. A proprietária autorizou fazer a troca da bancada e do gabinete. Com isso, o banheiro ficará novinho em folha.
LavanderiaLavanderia maiorA lavanderia também tem um tamanho bem bacana, toda branquinha.
VarandaVarandaA varanda tem mais ou menos o mesmo tamanho.
Boa localizaçãoMelhor localizaçãoO novo apartamento é ainda melhor localizado, mais perto de todas as lojas e serviços que costumamos utilizar, além de ser bem abastecida de restaurantes.
5º andar1º andarPensa na alegria de poder morar num apartamento onde não terei vizinho de baixo que é sensível a barulho. Embaixo do nosso apartamento fica o salão de festas do prédio, então minhas filhas finalmente poderão correr, pular, brincar de bambolê, de Lego, sem a necessidade de ficar em cima do “tatame de lutador de muay thai” que eu deixava bem no meio da sala.

Todo esse upgrade, pagando praticamente o mesmo valor que eu pagava no outro imóvel. Era ou não era uma oportunidade imperdível? Agarrei com todas as forças e pulei de alegria (mesmo!) quando consegui assinar o contrato do novo aluguel.

Ao contrário do que muitos podem pensar, mudança residencial não é uma tarefa difícil para mim, porque sempre enxergo como uma oportunidade para renovar os ares da casa, desapegar de coisas que perderam valor, faço lista de todas as coisas que quero fazer na casa nova.

Como sei desmontar e montar móveis, pintar paredes e mais outras coisas, não preciso depender de terceiros para fazer as instalações na nova residência, o que reduz bastante tempo e custo.

Só quis compartilhar essa história, para mostrar que nem sempre apartamento maior significa gasto maior. Tendo paciência, e dando uma boa procurada em sites de imobiliária de tempos em tempos, dá para pegar boas distorções do mercado.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Minimalismo é sobre ter o que nós mais queremos

Quem quer adotar o minimalista não precisa se preocupar com privação. Não é este o princípio, pelo menos para mim.

No Japão, eu vejo que o minimalismo tem uma interpretação mais radical. Muitos deles não têm cama, dormem no chão, e quando têm, tentam se explicar que “apesar de serem minimalistas, escolheram ter uma cama”. Acho isso no mínimo esquisito, pois não consigo entender qual o problema de buscar mais conforto, ao invés de focar exclusivamente na redução de objetos.

No Brasil, vejo que muitos interpretam minimalismo como pobreza. Justificam o estilo de vida simples como minimalismo. No minimalismo, vive-se com menos por uma opção de escolha, já a pobreza não é uma opção de escolha.

Já eu, gosto do minimalismo equilibrado, sem entrar muito em rótulos ou em caixas. Gosto de pensar no minimalismo como uma busca do que é essencial para cada um, ou seja, é uma jornada interna.

Significa aprender a fazer escolhas melhores e escolhas conscientes.

Significa se conhecer melhor, buscar o autoconhecimento, descobrir o que faz feliz, independentemente da opinião alheia.

Vou compartilhar uma história com vocês.

Em 2010, há exatos 12 anos, eu fui para Vancouver, no Canadá, para um intercâmbio.

Lá, fiz amizade com o pessoal que dividia a casa, e uma coisa ficou muito evidente logo na primeira semana de convívio… esses alunos tinham um poder aquisitivo maior que o meu. Eles compravam muitas roupas, muitos souvenirs, fizeram muito mais passeios pagos do que eu, almoçavam todos os dias em restaurantes caros.

Na verdade, quem tinha o poder aquisitivo maior eram os pais desses alunos, pois a viagem era financiada por eles. Quando o dinheiro acabava, os alunos ligavam para os pais, e pronto, mais dinheiro entrava na conta bancária.

Já eu, que não era financiada por ninguém, tive que focar no que era essencial: estudar inglês e fazer passeios que não eram tão caros.

Chegando na última semana do intercâmbio, entrei em uma loja da Apple pela primeira vez e comprei o que há muito tempo queria: um MacBook.

Neste momento, os meus colegas que estavam juntos, falaram que eu era muito rica por comprar um MacBook assim, à vista, e que eles não tinham condições de comprar.

Na época eu apenas sorri e nem tentei explicar, afinal, eu teria que explicar tudo em inglês. Mas quando trago essa situação para os dias de hoje, vejo que se encaixa bem no conceito do minimalismo, que é justamente ter o que mais queremos.

Eu não queria roupas novas, não queria comprar souvenirs… eu fui até o Canadá para aprender inglês, conhecer a cidade, fazer novas amizades e se possível, voltar para o Brasil com um MacBook. O que esses meu colegas não entendiam é que eu também não tinha muito dinheiro, aliás, tinha muito menos do que eles, já que eu não tinha quem bancasse meus luxos, mas a diferença é que eu priorizei o que eu mais queria.

Eu voltei para o Brasil muito satisfeita pela experiência do intercâmbio e muito feliz pela nova aquisição.

Alguém que não conhece a história por completo, pode focar em todas as coisas que eu não tive: não tive almoços em restaurantes descolados, não voltei com a mala abarrotada de roupas importadas, nem voltei com lembrancinhas para todos os colegas do trabalho. E assim, erroneamente, podem achar que minimalismo é sinal de miséria, de escassez.

Mas quando se conhece a história completa, descobrimos que minimalismo não é sobre escassez, é justamente o oposto, é sobre definir prioridades para focar no que é mais importante.

Gosto de entender o motivo das minhas escolhas e aceitar as renúncias que vêm junto com as escolhas que faço. Desta forma, consigo fazer cada vez mais escolhas melhores e ter uma vida cada vez mais consciente.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Se quer viver de forma diferente dos outros, é necessário fazer coisas diferentes hoje

Quando eu ainda falava para as pessoas sobre aposentadoria antecipada, eu percebia sempre um padrão no comportamento.

As pessoas queriam desesperadamente aposentarem cedo, alcançar FIRE (Financial Independence, Retire Early), mas não queriam abrir mão de absolutamente nada. Queriam viver igual a todo mundo, com carro na garagem, com apartamento grande e reformado, comendo em restaurantes diariamente, comprando diversos itens todos os fins-de-semana, além de claro, não quererem estudar por conta própria.

Mas se você quer viver de forma diferente dos outros, será necessário fazer coisas diferentes hoje.

Enquanto a maioria achava que era normal não poupar dinheiro, ou poupar até 10% do salário, eu decidi que iria poupar 70%.

Enquanto a maioria continuava achando que era normal se aposentar com 65, 70 anos, eu decidi que iria me aposentar quando eu bem entendesse.

Especificamente falando do meu caso, acredito que foram 3 fatores que influenciaram muito:

1.) O trabalho do marido

Meu marido tem um trabalho com contratos que variam em torno de 1 a 2 anos.

Isso significa que de uma hora para outra, nós podemos perder a renda dele. E por isso nós nunca nos achamos no direito de aumentar os gastos de forma descontrolada, pois não sabíamos o dia de amanhã.

O que poderia ser péssimo para a maioria das pessoas, acabou se mostrando como uma grande oportunidade para nós.

Sempre tivemos medo de não conseguirmos manter o padrão de vida que estabelecemos para nós.

Uma das formas de controlar o incontrolável (a renda do marido), foi centralizar todos os gastos da nossa família apenas no meu salário. Todo o salário dele vai para investimentos. Quando o salário dele aumenta, aumentam os aportes. Quando o salário diminui, diminuem os aportes. E se a fonte secar (o que nestes 12 anos que estamos juntos, nunca aconteceu), os aportes seriam mais comedidos, mas constantes, mesmo contando apenas com o meu salário.

2.) Os dois remando juntos na mesma direção

Toda vez que meu marido fala “sem você, não estaríamos onde estamos hoje”, eu veementemente discordo.

Se ele não tivesse concordado com a minha ideia de ser FIRE, de aceitar entregar todo o seu salário todos os meses para mim para que eu pudesse fazer aportes generosos até a nossa filha mais velha completasse 6 anos de vida, de aceitar sorrindo quando comecei a enxugar os gastos, nada disso teria sido possível.

Foi de comum acordo que decidimos não aumentar o padrão de vida por alguns anos. Sabíamos que era melhor apertar naquele momento, para ter conforto daqui a alguns anos, do que ter conforto por alguns anos e passar necessidade a vida inteira.

3.) O minimalismo como um grande aliado

Há diversos tipos de armadilhas do consumo: armadilhas financeiras, armadilhas da moda, da educação, do medo, da beleza, da ostentação, do medo…

O minimalismo trouxe diversos benefícios na minha vida. Um dos benefícios foi ter permitido dar um basta em medos que são inseridos na nossa cabeça.

Isso acontece porque o minimalismo nos obriga a parar de olhar para a vida dos outros para focar na própria vida. É como se não tivéssemos mais muleta para fazer escolhas, pois teríamos que parar de olhar a vida dos outros para encarar a própria.

Não é uma tarefa fácil, pois temos que colocar a cabeça para funcionar para tomar decisões próprias, descobrir o que gostamos e principalmente o que não gostamos.

A médio prazo, essa decisão trouxe benefícios imensuráveis: aprendi a fazer boas escolhas, a viver com as coisas que eu realmente valorizo e que são importantes para mim. Isso acabou eliminando o sentimento de escassez e a sensação de gratidão se tornou presente, porque aprendi a olhar para a abundância que já tinha na minha vida.

Fazer as próprias escolhas, me permitiu não ter redes sociais, mesmo todo mundo estando presente. Não precisando de aprovação dos outros nas redes sociais, permitiu que eu pudesse ser autêntica nas coisas que eu gostava, e com isso, novamente o minimalismo veio à tona.

Quanto mais eu me conhecia, menos compras erradas eu fazia e mais o dinheiro sobrava. Sobrava, não porque eu estava deixando de gastar, afinal, eu continuava gastando. A diferença é que eu comecei a gastar melhor o meu dinheiro, em coisas que trazia felicidade para mim, e não para os outros.

E aí vem uma sensação de satisfação, de felicidade, de segurança financeira, sem a necessidade de mostrar para os outros. Os benefícios são reais, mas a experiência é individual.

Essa decisão tomada lá atrás, permitiu por exemplo, que eu comprasse um carro em agosto de 2021, utilizando apenas os dividendos que havia recebido naquele ano.

Então sempre que possível, lembre-se da frase: se quer viver de forma diferente dos outros, é necessário fazer coisas diferentes hoje.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Desapego do mundo virtual

La lusinga dell'essere e il continuo ritorno - Sicilia Network

Escrevo este post no silêncio da noite, enquanto todos dormem. Este é momento que tento equilibrar minha mente, encontrar a paz, respirar o silêncio, avaliar minhas atitudes, colocar meus pensamentos no lugar.

Quando convivemos com crianças, ver uma simples foto de 1 ano atrás chega a ser algo impressionante.

As crianças crescem num piscar de olhos. Há um ano, um ser humano dependente de tudo, usando fraldas… e de repente, lá está a criança colocando a mãozinha na cintura expressando seus sentimentos.

É algo fascinante de observar, e só confirma como o tempo voa.

Quero compartilhar uma reflexão que tem me acompanhado quase que diariamente desde o início da pandemia.

Quanto tempo do seu dia você vive para você?

Nessa era da internet, é bem improvável que alguém consiga viver 100% desconectado.

Salvo raras exceções, isso deve ter agravado ainda mais na pandemia. Ou seja, consumir algo que outras pessoas produziram, se torna cada vez mais comum: notícias, sites, vídeos no YouTube, fotos no Instagram, Facebook, TikTok, WhatsApp, Twitter, etc.

Olhar fotos de comida que os outros estão comendo em restaurantes. Contemplar as viagens paradisíacas que outras pessoas fizeram. Assistir os vídeos que outras pessoas produziram, o que as outras pessoas estudaram, o que as outras pessoas escreveram. Assistir os outros cozinhando, preparando refeições. Assistir pessoas dançando, fazendo esportes, jogando videogames.

Enquanto se permanece afundado no sofá de casa, o consumo excessivo das experiências de terceiros, que de nada acrescenta na vida, continua pela tela do celular.

Abdicar de viver a própria vida para ver a vida do outro através de uma tela. É para ‘isto’ que estamos trocando o tempo valioso da nossa vida? O tempo valioso que não podemos comprar de volta?

Gosto da seguinte pergunta: “Afinal, quanto tempo do meu dia eu vivo para mim?”

Enquanto o mundo se prepara para se tornar cada vez mais virtual, minha família se prepara para seguir mais uma vez, uma vida contrária à maioria.

Semana que vem, vou detalhar um pouco a minha trajetória invertida: do digital ao analógico.

~ Yuka ~

Minimalismo

10 dicas para simplificar a rotina

Paisagem, Montanha, Nevoeiro, Pôr Do Sol, Céu, Nuvens

1. Tenha menos coisas

Costumamos negligenciar este tópico, mas ter menos coisas, simplifica muito a rotina. Menos roupas no guarda-roupa, significa menos trabalho para escolher roupas, para lavar, estender, passar, dobrar, guardar. Ter menos objetos espalhados pela casa, significa menos poeira, menos sujeira, menos manutenção, menos responsabilidades, menos dor de cabeça, menos tempo gasto, mais dinheiro no bolso, mais tempo.

2. Ajuste as expectativas

Se não conseguimos manter uma cama posta, talvez seja bom só esticar o cobertor ou a colcha para deixar a cama arrumadinha assim que acordamos. Se não conseguimos passar tantas roupas por semana, talvez chegou o momento de comprarmos roupas que tenham tecidos que não amassam tanto. Nos dias de preguiça ou de cansaço, recorrer à alguma refeição congelada, ou até mesmo preparar algo simples como um lanche. Ajustar expectativas para não se frustrar, é algo que devemos estar sempre atentos.

3. Faça comida em dobro. E congele a metade.

O trabalho para cozinhar é o mesmo, o tempo praticamente não muda, a quantidade para lavar a louça não muda, o que muda é que ganhamos tempo, quando cozinhamos o dobro de quantidade. Fazer comida em dobro e congelar a metade é o que salva a minha rotina. Faço isso em diversas preparações das refeições.

4. Aprenda receitas que usam forno e panela de pressão

Quando estou com pouco tempo, faço macarrão na panela de pressão usando ingredientes congelados como o molho de tomate caseiro, a carne moída que já refogada, o caldo de legumes caseiro que sempre tem no congelador, o queijo que deixo já deixo ralado e por aí vai. Agora, quando quero preparar alguma coisa gostosa, mas não quero passar muito tempo na cozinha, gosto de usar o forno. Coleciono receitas que usam forno e panela de pressão para me ajudar a não ocupar tanto meu tempo na cozinha.

5. Aprenda a pedir ajuda

Eu tenho o privilégio de não ter que pedir ajuda em casa, porque meu marido é muito observador e solícito. Mas sei que meu caso é uma exceção, e não uma regra. Quando me deito um pouquinho na cama no meio da tarde por estar cansada, ele silenciosamente fecha a porta para as crianças não entrarem. Quando estou participando de reuniões virtuais longas, ele sempre aparece com uma xícara de chá com leite. Enquanto estou na cozinha preparando a comida, ele já vai arrumando a mesa, colocando pratos, talheres, copos, além de lavar toda a louça e limpar a cozinha.

Pedir ajuda é imprescindível, principalmente quando temos dependentes como filhos e pais idosos.

6. Pense grande, mas comece sempre pequeno

Eu sempre lembro da minha jornada FIRE (Financial Independence Retire Early). Planejei o improvável, tracei um plano, contei pro marido, e começamos a remar juntos na mesma direção. Fazíamos tudo juntos, cortamos tudo que não era importante para nós, e a passos curtos e constantes, fomos caminhando, e hoje, passados alguns anos, eu só tenho a agradecer por ter tomado essa decisão anos atrás.

7. Aproprie-se de listas para limpar a mente

Sou adepta de listas desde que aprendi a ler e escrever. E isso não mudou, mesmo na vida adulta. Aliás, só vejo vantagens de ter listas, tantos que listas continuam norteando minha rotina, limpando a mente, tirando o que está incomodando dentro da cabeça e ainda alivia a tensão.

8. Gaste menos do que ganha

Parece ser fácil, mas é difícil. Com as indústrias se tornado mais agressivas para incentivar cada vez mais o consumo desenfreado, e unindo a facilidade em parcelar as compras usando cartões de crédito, muita gente acaba se perdendo nos cálculos e acaba gastando mais do que deveria. Claro que a conta não fecha e as dívidas e o estresse começam a aumentar.

9. Faça menos coisas

Fazer menos coisas, significa definir o que é importante. Não dá para assistir todos os filmes, ler todos os livros, encontrar todos os amigos, viajar para todos os lugares.

Simplificar a rotina significa fazer escolhas conscientes de fazer menos. É definir a importância das coisas.

Talvez para você, que não gosta de passar roupa, seja escolher tecidos que não amassem tanto. Para você que não gosta de lavar louça, ter uma máquina de lavar louça pode ser uma boa alternativa. Para você que não gosta de enfrentar o trânsito, quem sabe morar perto do trabalho pode ser a solução.

Deixe a agenda mais livre para que você se sinta mais relaxado.

10. Aprecie o simples

Quando digo simples, são as coisas cotidianas do dia-a-dia.

Aprender a apreciar o sol da manhã entrando pela janela.

Sentir a a palma da mão esquentando em uma caneca com chá.

Apreciar o banho quente em um dia frio.

Desfrutar da sensação gostosa de tirar o sapato, depois de um dia de trabalho.

Saborear o almoço que saiu melhor do que o esperado.

Sentir o frescor de um lençol recém trocado.

Se alegrar ao ouvir a voz de um amigo querido.

Desfrutar do amor que sentimos ao abraçar quem amamos.

Para conseguir apreciar o simples, é necessário estar presente, concentrar-se nas próprias ações, no que está acontecendo ao redor.

~ Yuka ~

Minimalismo

A abundância de uma vida simples

Esses dias, navegando na internet, acabei encontrando um texto lindo, escrito pelo Marcos Piangers, da qual me identifiquei tanto.

Compartilho abaixo o texto, espero que gostem.

Boa leitura:

A abundância de uma vida simples

Eu vejo as pessoas na internet mostrando carro novo, casa nova, viagem na primeira classe. Eu acho divertido, cada um faz o que quer da própria vida. Mas, se quiserem minha opinião, acho cafona. Acho foto na frente de carro importado cafona. Acho foto de casal se beijando na frente do pôr do sol cafona. Acho vídeos de internet de gente que vai me ensinar a ficar milionário cafona (apesar de sempre assistir até o final, vai que, né?).

Vejo a hashtag #enquantoelesdormemeutrabalho e acho cafona. Acho hashtag cafona, acho não dormir cafona, acho não almoçar cafona, acho o clube das 5 da manhã cafona. Enquanto os outros dormem, eu durmo feliz. Gosto de dormir, gosto de tomar café da manhã com minhas filhas, gosto de conversar com calma com elas e só olhar o celular depois das 9. Eu gosto de almoçar com calma em família, de levar minhas filhas na escola a pé, de sair para fazer feira uma vez por semana, de correr na ciclovia todo fim de tarde. Gosto de fazer tudo isso sem postar uma única foto em nenhuma rede social. Acho muito agradável.

Se as pessoas soubessem a riqueza que tem numa vida simples, não perderiam tanto tempo mostrando pros outros uma vida de ostentação. Se as pessoas soubessem da abundância que existe numa vida frugal, uma vida sem muitos sonhos de consumo, um aluguel baixo em uma rua arborizada, um apartamento velho porém ensolarado, a nossa bagunça faz qualquer lugar virar nossa casa.

A vida fica mais simples quando você tem o mesmo fogão há mais de dez anos, o mesmo sofá há mais de dez anos, e está satisfeito com isso.

Alguém vai dizer: “mas isso é pensar pequeno, isso é uma vida medíocre”. Respeito absolutamente a opinião, mas por favor, respeite a minha.

Pra mim, vida medíocre é não dormir, não almoçar, não ver os próprios filhos crescendo. Pra mim, uma vida absolutamente medíocre é uma vida de imagem pros outros, uma vida descolada da sua verdade interior. Estamos aqui do outro lado. Dormindo oito horas por dia, levando os filhos na escola enquanto conversamos, lendo livros comprados no sebo.

Não viver nos erros do passado, nem na ânsia do futuro. Viver o agora, agradecer o que se tem e celebrar quem está conosco. As coisas que mais importam na vida não são coisas.

Texto escrito por Marcos Piangers

Auto-Conhecimento · Minimalismo

O que você quer MENOS? E o que quer MAIS?

Os anos de 2020 e 2021 foram períodos de rebuliço para muitos de nós.

Como já comentei nesse post, tive depressão durante a pandemia. Essa depressão evoluiu para um quadro de ansiedade que me fez repensar em todas as minhas prioridades novamente.

Digo novamente, porque fazer revisão de gastos e fazer revisão de prioridades, são coisas que precisamos fazer sempre, de tempos em tempos.

A única direção que a sociedade tem seguido é aumentar o consumismo, aumentar as distrações, o estresse, as obrigações e a falta de tempo.

Ir contra essa direção, é ir contra a maré de tudo o que vemos e sentimos, uma pequena tentativa individual de tentar melhorar a qualidade de vida, mesmo com todos os percalços do dia-a-dia.

Quero começar esse ano com MENOS auto-cobrança, para viver com MENOS estresse, com MENOS tensões, MENOS complicações.

MENOS internet, MENOS exposição, MENOS tralhas.

MENOS obrigações, MENOS pessoas tóxicas, MENOS sorrisos forçados.

Busco para o ano de 2022 MAIS qualidade de vida, MAIS presença, MAIS liberdade.

Quero poder ter MAIS ócio, MAIS criatividade, MAIS espontaneidade.

MAIS sinceridade, MAIS dedicação, MAIS essência.

Quero ter MAIS paciência, MAIS silêncio, MAIS tempo livre.

MAIS livros, MAIS amigos, MAIS família e MAIS amor.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Desacelerar é uma escolha diária

Estou de volta! Feliz 2022 a todos, estava de férias e aproveitei para me desligar um pouco da internet. Espero que todos estejam bem. Aos poucos vou respondendo os comentários que recebi durante este período, ok?

Em agosto de 2020, compartilhei neste post que estávamos nos mudando de São Paulo para uma outra cidade em plena pandemia, com o intuito de trazer mais qualidade de vida para as nossas filhas.

Apesar de ainda gostar bastante de São Paulo, sair da metrópole nos deu uma outra visão em relação ao lazer para as crianças. Em São Paulo, costumávamos levar as crianças em parques (todos sempre lotados, diga-se de passagem), e também em shoppings quando havia atrações infantis.

Depois de 2 anos morando fora de São Paulo, compreendemos o quanto o lazer para as crianças era escasso na capital, e que o lugar delas não era dentro de um shopping ou em um parque ou pátio com chão concretado.

Quando vi minhas filhas tendo nojo de andar descalças na grama ou de mexer na terra, percebi o quanto elas haviam se adaptado ao chão de cimento.

Foi aí que eu entendi que lazer para as crianças era ter um local para elas correrem de forma livre e segura, com os pés descalços na grama, na areia ou na terra, com muitas árvores com folhas e gravetos no chão, insetos, lagos com peixes, além de playground com os tradicionais escorregador, balanço, trepa-trepa e brincar com outras crianças.

Temos levado as crianças para os diversos parques espalhados pela cidade para jogarem bola, pular corda, andar de bicicleta, jogar badminton, fazer um piquenique com direito a lanchinho, suco, frutas, deitar na toalha e ler um livro.

Hoje, elas não têm mais medo de subir em árvores, de tomar um banho de chuva de verão, de pegar gravetos e folhas do chão com pequenos insetos, até mesmo cutucar um formigueiro com gravetos com direito a levar as mordidas das formigas.

Outra coisa é que quando morava na capital, apesar de ter o costume de levá-las para os parques, tanto os pais dessas crianças, como as próprias crianças, brincavam de forma isolada. Aqui onde moro, as crianças se aproximam naturalmente. Em menos de 5 minutos, as crianças estão brincando juntas, crianças de todos os tamanhos e fico feliz em saber que minhas filhas terão além dos amigos da escola, os amigos do bairro.

No início, tomávamos o café da manhã em casa para depois irmos aos parques. Depois começamos a sair de casa carregando o café da manhã dentro de uma sacola para tomar no parque. Só que isso começou a evoluir num outro nível, porque as crianças também não queriam ir para casa almoçar. Elas queriam continuar brincando com os novos amigos, mesmo o relógio marcando 16h, eu e o marido passando mal de fome.

Foi aí que decidimos aderir à farofada.

Aqui, os pais já fazem isso, alguns chegam nos parques com cadeira de praia, chinelo no pé, isopor com bebidas e comida, já pensando em passar o dia inteiro na praça, assim como acontece nas praias.

No início, eu achava engraçado vê-los chegando todos equipados como se estivessem na praia, mas conforme fomos acostumando com a cidade, começamos a entender o motivo… as crianças brincam pra valer, e dá dó de interromper a brincadeira para almoçar em casa. Foi quando meu marido murmurou, de que bem que a gente também poderia comprar uma cadeira de praia e uma caixa de isopor.

Ele também se rendeu à farofada.

Em um mundo tão acelerado, com pessoas cada vez mais doentes, com a ansiedade tomando conta dos nossos dias (inclusive em mim), desacelerar se torna uma escolha diária.

Tudo para evitar ser engolida por esse mundo tão veloz, que não para nunca e recrimina quem não quer mais estar ocupado, quem não quer mais subir de cargo, quem não quer ter mais ascensão na carreira (e aumentar ainda mais as responsabilidades), quem não se importa em ganhar menos dinheiro, e só quer ter um pouco de paz e tempo para prestar atenção na própria respiração.

Nessas horas, eu abro minha bolsa térmica para pegar uma bebida, sentada na minha toalha de piquenique que encomendei especialmente para este fim, afundo meus pés na grama perto de onde as crianças estão brincando e brindo o ócio com o meu marido.

Viva a farofada! Que 2022 seja um ano mais leve para todos nós!

~ Yuka ~

Minimalismo

Destralhar é um processo contínuo

Eu já havia feito um destralhe de coisas sem uso na minha casa há alguns anos.

E lembro muito bem que quando fiz esse destralhe, havia objetos que apesar de não ter utilidade, eu não conseguia desapegar. 

Passados alguns meses, quando o mesmo objeto passou pela minha mão de novo, percebi que era algo que não era mais necessário para mim, e tendo essa consciência, consegui me desapegar com muita facilidade.

O que era importante para mim há 1 ano, pode não ser mais hoje. Se eu sei que aquilo que estou prestes a desfazer ainda me traz apego, permaneço com ele, e depois de algumas semanas, ou meses, consigo me desapegar, porque tenho a certeza de que não terá mais utilidade para mim.

Da mesma forma que cortar gastos deve ser um monitoramento contínuo, eu entendi que o destralhe permanente e constante também é tão importante quanto, pois itens que eu já gostei muito, pode se tornar itens em desuso.

Isso acontece, porque coisas entram e coisas saem, a casa tem vida e nós estamos em constante mudança.

É preciso administrar e avaliar de forma contínua se um determinado item que num período foi tão importante, continua com o seu valor para permanecer na nossa vida.

Final de ano é sempre um período bom para fazer esse destralhe, renovando as energias da casa. Quem tiver com ânimo, recomendo muito.

Aproveito para agradecer mais um ano de companhia, das leituras semanais e comentários que só agregam.

Gostaria de desejar um Feliz Natal e um 2022 próspero para todos vocês.

Nos encontramos no ano que vem.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Já pensou em comprar tempo (e não coisas)?

comprar tempo

Esse post terá duas abordagens.

A primeira é comprar tempo hoje, neste exato momento.

E a outra é comprar tempo no futuro.

1.) Como comprar tempo HOJE:

Já é consenso que todos nós queremos ter mais tempo. E há diversas formas de comprar tempo, principalmente nas tarefas que podemos terceirizar. Claro que para isso, precisamos colocar a mão no bolso em alguns casos, mas em outros casos, só é necessário organizar melhor o tempo.

Ter comidas prontas

Aqui, pode-se comprar comidas prontas, ou até mesmo se planejar para ter sempre comida pronta no congelador, que é o meu caso. Se faço uma feijoada, congelo diversas porções. Se faço molho de tomate, também divido e congelo as porções. É uma alternativa muito viável para quem quer otimizar o tempo.

Quando faço massa dos cookies, duplico, ou até mesmo triplico a receita e congelo. O tempo da preparação é o mesmo, só que aí eu passo meses sem precisar fazer a massa, lavar a louça e tudo mais. Coloco alguns cookies congelados na assadeira e depois de 15 minutos tenho cookies quentinhos saindo do forno. Faço a mesma coisa quando faço lasanha, quibe recheado, pastel, etc. Essas porções de comida me ajudam a alimentar a família, quando por algum motivo algo sai do controle (que no caso, é a preguiça).

Pagar frete

Há lojas que oferecem a opção de buscar o produto comprado na loja física para ter o frete zerado. Como eu entendo que meu tempo é dinheiro, eu prefiro pagar o frete e ter a comodidade do produto ser entregue na porta de casa.

Ter alguém para limpar a casa

Eu não contrato ninguém para limpar a minha casa, porque não me sinto confortável de ter uma terceira pessoa entrando em casa, mas para quem não tem isso, acho muito legal não ter que limpar embaixo do fogão, em cima da geladeira, lavar as janelas, tirar poeira dos quadros etc.

Delivery de produtos alimentícios

Hoje, já podemos comprar itens do supermercado pela internet. Temos também produtores que entregam verduras, legumes e frutas semanalmente no conforto da nossa casa.

Fazer algo quando está inspirado

Eu já entendi que quando não estou a fim, não adianta eu ficar sentada na frente do computador por horas que eu não consigo escrever nada para este blog. Mas quando estou inspirada, consigo escrever vários textos de uma única vez.

Da mesma forma, acho bacana tentar internalizar isso para as outras áreas da vida.

Eu faço isso na cozinha. Tem semanas que eu passo na maior preguiça, sem vontade de fazer nada, aí de repente vem aquela vontade e eu aproveito para cozinhar bastante coisa e congelar tudo.

Foi a forma que encontrei para respeitar a minha vontade e o meu tempo.

2.) Como comprar tempo para o FUTURO:

Essa parte é a que mais gosto, e faço isso sempre.

Toda vez que eu invisto parte do meu salário em investimentos à longo prazo, eu tenho consciência de que estou comprando meu tempo do futuro. É esse dinheiro que somado com o poder dos juros compostos, vai permitir comprar a minha liberdade, sem que eu precise trabalhar por dinheiro.

Tenho essa consciência todos os dias, e é isso que me faz esforçar e fazer escolhas inteligentes no meu dia-a-dia. Ao invés de comprar roupas sem precisar, trocar o celular que ainda está funcionando, eu prefiro comprar bons investimentos. Para os mais entendidos, eu compro ativos, ao invés de passivos.

Como a gente não vive de vento, claro que precisamos consumir. Mas quando faço isso, gosto de fazer uma avaliação minuciosa no momento da compra e reflito se aquilo que estou prestes a comprar tem o valor que julgo importante para entrar na minha casa.

Muitas vezes, se é uma roupa para ir ao trabalho, prefiro não gastar tanto dinheiro. Aliás, é surpreendente como podemos nos vestir bem, sem torrar pequenas fortunas.

Vou dar um exemplo pessoal. Eu antes usava sapato de marcas mais caras. Eram sapatos que custavam 300, 500 reais. Mas comecei a perceber que esses sapatos além de serem caros, não duravam muito no meu pé (no máximo, 1 ano). Ou seja, para o meu pé, era muito caro, pouco durável e caro. Passei a comprar sapatos de outra marca que custa em torno de 100 a 150 reais que me atende muito bem. Ou seja, tem o mesmo estilo, o mesmo conforto, mas com preço menor. E é toda essa avaliação no momento de gastar que eu entendo que é “gastar dinheiro de forma inteligente”. Se o sapato mais barato é tão bonito quanto, e durar o mesmo tempo que os sapatos mais caros, vale o custo-benefício.

Quando faço essas análises, sinto que dou valor não só ao meu dinheiro, mas no tempo que eu demorei trabalhando para conquistar esse dinheiro, afinal, tempo é o nosso maior patrimônio.

~ Yuka ~

Minimalismo

Os 5 gastos mais úteis do ano de 2021

Continuando com a tradição que comecei em 2019, listo quais foram os 5 gastos mais úteis no ano de 2021.

Fazer essa avaliação anual tem sido interessante, pois tenho a oportunidade de rever os gastos que tive ao longo do ano, permitindo assim, que as minhas compras sejam cada vez mais conscientes e acertadas.

  • carro
  • plano de saúde
  • gastos com Felicidade
  • álbum de fotos
  • sessões de fonoaudiólogo

Carro

Em agosto deste ano, eu finalmente decidi comprar um carro.

Não comprei quando casei, não comprei quando tive minha primeira filha, não comprei quando minha segunda filha nasceu, mas comprei este ano, por causa da pandemia.

Faz 4 meses que eu estou com o carro, e posso dizer: como é bom ter um carro. Eu reconheço todas as vantagens de não ter um carro, mas também reconheço as vantagens de ter um carro.

O carro trouxe bem mais mobilidade, maaaas… não posso negar que os gastos também aumentaram, não só pelos custos associados (estacionamento, seguro, produtos para limpar o carro, minha primeira multa…), mas também pela facilidade na locomoção.

Por exemplo, se antes eu fazia compras controladas no supermercado, pois depois eu teria a missão de voltar para casa carregando todas as compras no braço; com o carro, esse problema não existe mais. Ou seja, compro o que eu quiser e volto para casa carregada, o que faz com que eu volte algumas vezes com menos dinheiro no bolso.

Plano de saúde

Eu finalmente me encontrei num plano de saúde, depois de muita busca e procura incessante.

Durante muitos anos, tive a Unimed Paulistana, da qual gostava muito, mas faliu e fui obrigada a migrar de plano quando estava grávida.

Me orientaram para que eu migrasse para o Bradesco Saúde, e escolher o plano empresarial que era mais barato.

Só depois de um tempo que eu descobri onde estava a pegadinha. Além de eu ter que criar um CNPJ fake, o plano que iniciava com valores mais baixos, rapidamente eram reajustados de forma abusiva, com reajustes anuais de 21%, depois 47%, 22% e 30%, enquanto meu salário continuava com reajuste anual de 0%. Ficou claro que seria uma questão de tempo eu continuar nele. Os planos empresariais não são protegidos pela Agência Nacional da Saúde (ANS), ou seja, eu só tinha 2 opções: pagar sem reclamar ou sair do plano.

Também descobri que quando fazíamos algum procedimento caro, o valor da mensalidade era reajustado proporcionalmente. Mais tarde, a consultora do plano de saúde me explicou que quando temos um plano empresarial, eles fazem uma média do quanto essa “empresa” gastou para fazer o reajuste anual.

Outra coisa é que há uma cláusula nos planos empresariais que ambos podem reincidir o contrato a qualquer momento, ou seja, se eu tiver alguma doença com tratamento caro, será que eles poderiam me desligar do plano? Preocupante…

Em apenas alguns anos, o valor que começou relativamente baixo, se tornou impossível de pagar.

Depois migrei para o Grupo NotreDame Intermédica, plano empresarial, mas eu continuava incomodada demais em ter um CNPJ sem ter uma empresa. Então decidi migrar temporariamente para um plano que é chamado de adesão do próprio Grupo NotreDame, mas que também não era protegido pela ANS. Me livrei do CNPJ, mas continuava com os reajustes abusivos.

Para se ter uma ideia do que estou falando, em 2020, ano que iniciou a pandemia, meu plano adesão teve reajuste de 17% (e meu salário ainda com 0% de reajuste), enquanto os planos individuais e familiares tiveram percentual de reajuste negativo de -8,19%, já que a ANS entendeu que por conta da pandemia, houve queda nas despesas assistenciais. Isso mesmo, os planos de saúde do grupo individual e familiar foram obrigados a reduzir o valor da mensalidade, enquanto eu tive que pagar um reajuste de 17%.

Outro problema da NotreDame era que eu simplesmente não conseguia marcar médicos. Que raio de plano de saúde é esse que a gente tem dificuldade de marcar consulta com especialistas? Me sentia uma bola de pingue-pongue, indo de um lado para o outro.

Quando começou a pandemia, comecei a sentir medo, porque não sabia para onde iria, caso precisasse de algo emergencial.

Resolvi testar o QSaúde, um plano de saúde novo. Até disse para o marido, “ruim por ruim, vamos testar um outro plano de saúde”, e não é que eu gostei? Até o momento, só tenho elogios. O plano tem atendido muito bem a nossa família, tem um conceito bem similar ao plano de saúde Alice, que é ter um médico da família.

Estou sendo muito bem cuidada pelos médicos, e nunca me senti tão satisfeita e feliz em pagar por algo.

Gastos com Felicidade

Desde que li o livro “Die With Zero“, eu abri uma categoria nova nos meus gastos, e nomeei como “Gastos com Felicidade”. Nesta categoria, entra tudo o que pode trazer boas memórias, lembranças e momentos felizes para mim e para a família, desde passeios, viagens, incluindo mimos para as crianças.

É muito gratificante ver os gastos desta categoria crescer, pois significa que estamos vivendo o presente, tendo ótimas experiências em família.

Álbum de fotos

Este ano, consegui colocar em prática algo que me incomodava há muito tempo.

Quando eu era criança, eu adorava ver o álbum de fotos da minha família. Sentava na sala e passava horas folheando as fotos.

As fotos se tornaram digitais e depois que comecei a ter a minha própria casa, eu não tinha mais nenhum álbum, mas isso era algo que ainda não me incomodava, porque eu sempre tive acesso à pasta das fotos que ficava dentro de algum computador, ou em algum HD externo.

Até que minhas filhas nasceram.

Obviamente, elas não têm acesso ao meu computador, ou seja, não conseguem ver as fotos. E isso era algo que me incomodava, pois sempre lembrava de como era gostoso ser criança e folhear as fotos da família.

Então este ano, eu consegui imprimir alguns álbuns. Montei e imprimi o primeiro ano de cada uma das minhas filhas, imprimi também o álbum do meu casamento.

A minha ideia é ter um álbum novo todos os anos. No fim de ano, pretendo sentar com a minha família para escolhermos de forma democrática quais as melhores fotos para entrar no álbum do ano que está para terminar. De quebra, será um momento único, de ter gratidão e lembrar como foi o nosso ano.

Este item já estava na lista do ano passado e vai permanecer este ano. É o tratamento fonoaudiólogo da minha filha mais nova, e posso dizer que está sendo maravilhoso a evolução da fala dela.

Estes foram os meus 5 gastos mais importantes do ano.

Para quem tiver curiosidade, segue a lista dos anos anteriores:

Os 5 gastos mais úteis do ano de 2020

Os 5 gastos mais úteis do ano de 2019

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Para onde foi todo o dinheiro que passou na sua mão em 2021?

Dinheiro, Dólar, Crise, Projeto De Lei, Moeda, Finanças

Daqui a 3 dias, entraremos no mês de dezembro… o ano está para terminar em algumas semanas.

Final de ano é sempre um ótimo período para refletir tudo o que fizemos (e o que não fizemos) ao longo do ano.

Afinal, você sabe para onde foi todo o dinheiro que passou pelas suas mãos no ano de 2021?

Esses dias assisti o vídeo do Ben Zruel: “Deixe de viver no padrão de vida errado de uma vez por todas”.

Achei o vídeo muito bom, um vídeo que dói, porque ele enfia o dedo na ferida, mas essencial para muitas pessoas que ainda não entenderam como fechar o mês no positivo.

“Viver no padrão de vida errado, é quando não sobra dinheiro no final do mês. Ah, mas eu ganho pouco, não está sobrando, porque tenho 3 filhos pequenos, não interessa, padrão de vida errado, é padrão de vida que não sobra dinheiro. Ponto.” Ben Zruel

Independentemente de quanto recebemos, é sempre bom avaliar para quem saímos distribuindo nosso valioso dinheiro. Pagamos contas, pagamos impostos, pagamos para o dono do supermercado, dono de escola, empresas de streaming, para a pizzaria da esquina…

Distribuímos nosso dinheiro pra muita gente, mas afinal, quanto ficou na nossa mão? Quanto destinamos para o nosso futuro?

Trabalhamos o ano todo, 8 horas todos os dias (às vezes até mais que isso), deixamos de ficar com pessoas que amamos e fazemos tudo isso, porque queremos um presente e um futuro melhor.

Dezembro é quando faço o fechamento anual: analiso quanto dinheiro passou pela minha mão, e desse valor total que recebi, vejo quanto e de que forma gastei, quanto poupei, quantos sonhos consegui realizar, e quais sonhos novos quero ter para o ano seguinte.

É o momento em que permito sonhar, ao mesmo tempo em que mantenho os dois pés no chão.

~ Yuka ~

Minimalismo

Coisas que eu comecei a gastar mais depois do minimalismo

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Apesar do minimalismo ser visto por muitas pessoas de que é apenas viver com menos posses, posso garantir que ele é como um iceberg, só enxergamos uma pequena parte, sendo que toda parte submersa é adquirida conforme entendemos o minimalismo com mais profundidade.

Eu, depois que adotei o minimalismo como um princípio de vida, aprendi a gastar menos em coisas que não tinha valor para mim e passei a gastar muito mais em outros itens que irei compartilharei a seguir.

O minimalismo não é sobre viver com miséria e economizar a qualquer custo. É sobre se conhecer, gastar dinheiro em coisas que tenham real significado na vida de cada um. É sobre reduzir excessos de coisas desnecessárias para justamente focar nas coisas que são importantes.

O dinheiro não gasto, faz com que sempre tenhamos dinheiro disponível para gastar em coisas que são importantes para nós. Fora todo o resto que vem junto, como qualidade nas escolhas, redução do estresse, mais tempo disponível, mais auto-conhecimento, foco nas coisas essenciais, mais disposição física e mental. Ou seja, a vida vai ficando cada vez menos complicada.

Todo o dinheiro que economizei ao longo destes anos fazendo escolhas conscientes, me permitem hoje, gastar em coisas que acho importante para mim e para a minha família.

Comprar as coisas que eu realmente quero

Antes do minimalismo, eu costumava olhar as coisas que comprava pelo preço. Depois que entendi que quando comprava o que eu realmente estava querendo, me sentia tão satisfeita que não precisava comprar outras coisas para me sentir feliz, passei a ter um outro olhar sobre as coisas que eu realmente queria.

Costumo fazer a escolha de traz para frente, ou seja, primeiro escolho o que eu quero, e depois me viro com o preço. Posso dar como exemplo o carro que eu comprei para ficar mais fácil o entendimento. Primeiro eu defini o que eu queria em um carro… no meu caso era segurança, espaço confortável para 4 pessoas, um espaço generoso no porta-malas e um carro que desse pouca manutenção. Descobri que os carros japoneses são robustos e quebram pouco. A frase “se todos os carros do mundo fossem japoneses, os mecânicos estariam falidos” me fez decidir por um. Bom, agora era a hora de definir os modelos que eu não queria. Não queria os carros tipo sedan, picape, SUV, pois sempre gostei de carros mais compactos. Eu acabei me apaixonando pelo Honda Fit, um carro japonês, compacto por fora, mas espaçoso por dentro, tem um dos porta-malas mais espaçoso dentro da categoria hatch. Só depois de ter definido o modelo, eu vejo o valor que estou disposta a dar em um carro, ou seja, decido pelo ano do carro que irei comprar.

A escolha de um apartamento também acontece da mesma forma. Primeiro escolho o bairro que quero morar, depois a rua que quero morar, e por fim, fico acompanhando os sites de imobiliária semanalmente até encontrar um apartamento exatamente na rua que quero morar e no preço que posso pagar.

Isso também serve para serviços. Já compartilhei aqui no blog que minha filha mais nova tem gagueira. A gagueira dela era tão severa, que por muitas vezes, ela desistia de falar por conta da dificuldade. Se uma palavra tinha 3 sílabas, ela gaguejava por muito tempo nas 3 sílabas. Era muito difícil conseguir falar uma frase concisa. Escolhemos uma fonoaudióloga muito boa, mas era mais cara que os demais profissionais. Poderia ter contratado uma mais em conta? Poderia. Mas isso nem passou pela nossa cabeça. Eu entendo que o orçamento familiar é como uma gangorra, gasta-se aqui, economiza-se ali. E foi exatamente isso que fizemos. Passamos a gastar na fono para a minha filha, e começamos a economizar nas outras coisas que não eram tão importantes para nós.

Viagem e Lazer

Uma das coisas que não vejo a hora de fazer, é viajar. Viagens são como alimentos para a nossa memória. Desde o início da pandemia, eu nunca mais viajei, nem mesmo para lugares próximos. A última viagem que eu fiz foi antes da pandemia, e pasmem, minhas filhas ainda lembram dessa viagem que fizemos há 2 anos.

Além disso, a pandemia tirou muitos dos lazeres que curtíamos, como cinema, restaurantes, conhecer lugares novos, mas enfim, estamos dando tempo ao tempo.

Produtos que aumentam o lazer para a família

Itens que podem aumentar a convivência familiar, nós não economizamos. Como um sofá grande, uma boa televisão, uma cama confortável, um jogo que a família toda consegue se divertir, itens de cozinha que traz alegria para a casa como as pizzas deliciosas que faço usando a Stone in Box, ou até mesmo o churrasco na Table Grill.

Álbum de fotos

Há tempos estava querendo fazer isso, e finalmente consegui montar um álbum de fotos durante as férias que tirei no meio do ano.

Eu lembro como eu adorava folhear os álbuns de fotos quando criança. E isso é algo que perdemos depois que as fotos se tornaram digitais. Como minhas filhas não têm acesso ao computador, eu sempre quis que elas também tivessem a oportunidade de folhear o álbum da nossa família.

Resolvi esse problema imprimindo álbuns anuais. Este ano, montei e imprimi 4 álbuns.

A minha intenção é todo final de ano, sentarmos os 4 no sofá para projetar na televisão todas as fotos que tiramos ao longo do ano, e selecionar de forma democrática as melhores 100 fotos para montar um álbum de fotos do ano que está para terminar.

Cursos e esportes

Minha mãe já havia me criado dessa forma. Apesar de não ter tido dinheiro para supérfluos, minha mãe sempre permitiu que fizéssemos diversos cursos. Fiz curso de inglês, de japonês, de natação, instrumentos musicais, até de datilografia (quem lembra?).

Livros

Não costumo economizar em livros. Compro livros como quem compra pipoca na rua. Mas tem um porém, eu não compro para ler depois, eu só compro no momento em que irei ler. A maioria dos livros comprados estão no formato kindle, e os que não possuem formato digital, compro livros físicos.

Roupas de qualidade

Já comprei muitas roupas em grandes lojas de departamento como Renner, C&A, Riachuelo, mas essas roupas não costumam durar muito. Gosto de comprar nessas lojas quando é algo temporário, alguma blusa para usar por um curto período de tempo. Mas quando é para montar o meu guarda-roupa, prefiro roupas de tecidos naturais, que tenham bom caimento, boa textura, boa costura.

Também sou adepta a comprar roupas em brechós, esses dias encontrei um modelo de uma saia que estava querendo há tempos, que não conseguia encontrar em nenhuma loja. A saia estava nova, inclusive com etiqueta, mas por 1/3 do preço. É muito bom ter essa opção de compra, principalmente quando as roupas que se escolhe são atemporais.

A qualidade das roupas foi algo que eu comecei a prestar atenção a partir de 2010, quando eu ainda passava muito frio no inverno, mas não sabia que era por causa das roupas que eu usava. Eu colocava 3, 4 camadas de roupas, 3 meias-calças e passava frio mesmo assim. Até que num intercâmbio que fiz para o Canadá, meu então namorado (atual marido) emprestou o casaco dele para eu passar o inverno em Vancouver (com neve!), e não passei frio. Como assim? Eu passava frio no inverno tropical do Brasil e não passei frio embaixo de neve no Canadá? Era a roupa.

Comida de verdade

Em 2019, quando fiz minha reeducação alimentar, eu li bastante sobre comida industrializada e doenças associadas. Desde então, temos reduzido a quantidade que ingerimos de comidas industrializadas, principalmente os óleos vegetais (de qualquer tipo, girassol, canola, soja etc), margarinas, molhos industrializados etc.

Damos preferência para azeite e manteiga, molhos caseiros, leite fresco, legumes e vegetais in natura, além de consumir ovos, carnes e peixes.

Tempo

Toda vez que invisto parte do meu salário em ativos financeiros que me geram renda, sei que estou comprando meu tempo de volta.

Eu adoro receber o salário do mês e “comprar” meu tempo de volta, é algo que realmente me dá prazer.

Como vocês puderam perceber, eu gosto de gastar bem o meu dinheiro. Mas para que a conta do mês feche com saldo positivo, sei que a lista das coisas que não compro é muito maior. E é justamente esse equilíbrio que me permite viver com qualidade de vida.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

A 1 metro de distância

PERSISTENCIA

Há muito tempo, assisti um vídeo no YouTube que falava sobre o ponto de ebulição da água.

Ponto de ebulição é quando a temperatura do líquido vence a pressão atmosférica, passando do estado líquido para o estado gasoso.

Para se ter uma ideia da força do vapor, é possível mover uma locomotiva.

Mas veja que a 1 grau Celsius antes, a água estava no seu estado líquido.

A imagem acima também traduz bem o que estou querendo dizer. Muitas vezes, acabamos desistindo um pouco antes de conquistar as coisas.

O desânimo aparece, pessoas começam a desacreditar na gente, as coisas parecem não dar certo… não estou falando das pessoas que insistem nas coisas que estão dando errado, que continuam cavando o buraco errado.

Mas se temos a convicção e a certeza de que estamos cavando o “buraco certo”, que tenhamos força e coragem para continuar nessa jornada, mesmo que ninguém mais além de nós, acredite nisso.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Ser feliz com mais ou com menos

A arte de ser feliz – texto de Cecília Meireles

Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava história. Eu não a podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que ouvisse, não entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu que não participava do auditório imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela se abria para uma cidade que parecida feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e, em silêncio ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros, e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos: que sempre parecem personagens de Lope da Vega. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outras dizem que essas coisas só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

~ Extraída do Livro “Escolha o seu sonho” de Cecília Meireles ~

Esse texto da Cecília Meireles nos relembra a importância de exercitar os sentidos para enxergar e extrair a felicidade nos pequenos atos do cotidiano, do nosso dia-a-dia, ter gratidão pelas pequenas coisas da vida.

A gente entende por que tem gente que ganha um anel de latão e chora de felicidade, enquanto tem gente que ganha um anel de diamante e acha que o parceiro não fez mais que a obrigação.

Entende que enquanto uma pessoa compra um eletroportátil e abraça (o eletroportátil, claro) de tanta felicidade, tem gente que acha isso uma grande bobagem.

Acha bobagem a felicidade alheia, o sorriso fácil, o choro emocionado.

Nessa correria moderna, você consegue (re)conhecer suas pequenas felicidades?

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Comprei um carro

Depois de mais de 1 década vivendo de forma bem satisfatória sem ter um carro (13 anos para ser exata), eis que chegou o momento de comprar um carro.

Desde o início da pandemia, eu estive em teletrabalho, e agora que estou vacinada, retornarei ao trabalho presencial. Sinto-me grata por ter tido a oportunidade de poder trabalhar de forma remota durante todo esse período.

Mas não posso esquecer que apesar de vacinada, a pandemia ainda está em plena evolução e sem previsão de término. Meu marido ainda não tomou a segunda dose da vacina, e minhas filhas nem têm previsão de quando poderão tomar.

Até há alguns meses, eu ainda tinha a esperança de que a pandemia um dia fosse acabar. Vendo como o nosso país está levando a pandemia, não tenho a menor dúvida de que esta situação perdurará por muitos anos. As pessoas se acostumaram com as mortes diárias divulgadas na mídia e simplesmente pararam de se importar.

A compra do carro teve como principal propósito conseguir manter o distanciamento social no retorno ao trabalho presencial.

Sempre soube que meu maior risco não é no ambiente de trabalho, e sim, no trajeto até chegar ao trabalho, pois utilizo o transporte público para me locomover.

Quem mora em São Paulo sabe que usar transporte público em horário de pico pode significar entrar em uma lata de sardinha. Ou seja, não há nenhuma possibilidade de manter o distanciamento entre as pessoas.

Para contornar este problema, pensei em diversas opções. Cogitei em ir de Uber ao trabalho, cogitei em fazer uma assinatura mensal de carro nessas agências da Localiza ou Movida, mas depois de avaliar todas as opções possíveis, decidi que comprar um carro seria a opção mais segura e confortável.

Decidido isso, iniciei a busca de um carro, até que encontramos o carro que queríamos. Para nossa sorte, o vendedor era uma pessoa muito cuidadosa com o carro, com todas as revisões feitas na própria concessionária e fizemos toda compra e venda de forma muito tranquila.

Eu e o marido estamos felizes com a nova aquisição. No início, estávamos um pouco resistentes, porque vocês sabem, são muitos anos sem carro, e a gente se acostumou em não ter um (principalmente em não ter que pagar todos os custos associados), pois com todo o dinheiro economizado, fazíamos diversas coisas.

E de fato, os gastos já começaram.

Solicitei um laudo cautelar para verificar se o carro estava ok antes da compra. Depois paguei para o vendedor o valor do carro, fui no cartório para firmar a compra e venda, contratei o seguro, fui no despachante para fazer a transferência veicular e renovei minha CNH. Ainda levei para a concessionária para fazer a revisão do carro, aproveitei para instalar o Supaglass nos vidros, comprei 2 cadeirinhas de elevação para as minhas filhas, abasteci o tanque, entre outros gastos… ufa… quando somado, é um valor considerável.

Mas tudo bem. Quando decidi pela compra, já tinha uma ideia de quanto sairia esta brincadeira. Ou seja, o gasto era esperado e planejado.

Eu tenho total certeza de que eu continuaria não tendo um carro, se não fosse a pandemia.

A compra aconteceu, porque eu sempre tive muita clareza para que serve o dinheiro.

O dinheiro serve para trazer tranquilidade, trazer paz para a família, serve para trazer conforto. Eu sempre economizei em todos os lugares que eu podia economizar, mas também sempre gastei quando deveria gastar.

Este carro, em tempos de pandemia, além de me proporcionar segurança para manter o isolamento social, irá trazer mais mobilidade para a minha família.

Da mesma forma que foi muito bom não ter um carro durante todo esse período de 13 anos, essa nova fase trará também muitas oportunidades.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Quando a luz quase se apaga

Farol, Brilho, À Noite, Pôr Do Sol, Oceano, Mar

A pandemia iniciou em março de 2020, e eu tive o privilégio de trabalhar de casa em um momento em que todos estavam apreensivos com o futuro. A chegada de um vírus mortal e desconhecido desestabilizou não só a mim, mas o mundo inteiro.

Vi colegas perdendo empregos, o salário sendo reduzido, pessoas próximas morrendo.

Me vi isolada com a minha família dentro de um apartamento, tinha medo até de ir no supermercado.

Eu cresci sem pai, e o único sentimento que eu tinha era de sobrevivência, eu não poderia perder a vida para Covid-19, não queria que minhas filhas crescessem sem um dos pais.

Ao contrário da maioria das pessoas que conheço, entramos em um isolamento social total que me afetou profundamente. Não encontrei mais a minha família, nunca mais encontrei meus amigos, não fui mais para shopping, cinema, restaurante, não fiz passeios, não viajei, não visitei ninguém.

Durante todo esse período, tirei 3 férias do trabalho, e em todas elas, permaneci dentro de casa.

Entendi que se eu podia trabalhar de casa, que pelo menos fizesse o isolamento social para fazer valer o que minha empresa tinha dado.

As pessoas próximas que me viram definhando aos poucos, falavam que eu deveria passear um pouco, fazer uma viagem em família, pensando na minha saúde mental. Mas não. Eu decidi permanecer em casa, apesar da minha saúde mental.

Enquanto isso, na empresa onde trabalho, vi meu trabalho aumentar.

Eu vivi o caos com 2 crianças pequenas trancadas dentro de casa sem poder ir para a escola enquanto eu tentava me concentrar para trabalhar.

De dia, trabalhava apagando incêndios pontuais no trabalho, enquanto cuidava e dava atenção para as minhas filhas, de noite eu sentava e começava a trabalhar. Ou seja, estava trabalhando de manhã, tarde e noite.

Eu trabalhava também enquanto cozinhava, deixando o notebook em cima da bancada da cozinha. Respondia mensagens de trabalho enquanto almoçava, e não foram poucas as vezes que eu simplesmente larguei meu garfo para resolver algum problema. O WhatsApp se tornou a nova forma de comunicação rápida, e com isso, era interrompida na hora do almoço, na hora em que estava no supermercado, na hora em que estava colocando minhas filhas para dormir.

Não sabia quando seria convocada para uma reunião emergencial, e comecei a tomar banho com o celular dentro do box do banheiro, sinal claro de que algo estava muito errado.

Eu comecei a acordar com taquicardia, e a primeira coisa que eu fazia ao acordar era esticar os braços para pegar o celular para ver se tinha algo emergencial. Outro sinal de que eu não estava bem.

Os meses foram passando e eu fui piorando.

Engraçado que na hora em que estamos no fundo do poço, nós não percebemos o quão fundo estamos.

Eu nunca havia passado por algo parecido.

Sair da cama se tornou um esforço hercúleo. Eu comecei a trabalhar da cama, o que pra mim, já era um esforço descomunal. Eu parei de me cuidar, queria ficar na cama o dia inteiro. Eu queria ficar sozinha, não queria mais conversar com ninguém, queria me trancar no quarto. E durante muitos meses, eu realmente fiquei assim. Havia uma névoa, uma nuvem cinza insistente que não saía de cima de mim.

Eu oscilava entre momentos sombrios e pensamentos confusos.

Esse blog era uma das poucas coisas que me deixava feliz.

E o meu marido?

Bom… meu marido assumiu praticamente todas as tarefas de casa quando eu estava completamente desorientada. Cuidou das crianças quando eu nem conseguia sorrir, respeitou todas as vezes que eu não queria falar com ninguém e me apoiou em silêncio quando eu nem sabia o que estava passando.

Aos poucos, fui melhorando, e há alguns meses, eu tinha percebido que aquela névoa que estava envolta em mim havia finalmente se dissipado. Eu estava secando a louça do jantar, e tentando lembrar… quando foi a última vez que havia secado a louça? Eu não conseguia lembrar. Quando foi a última vez que eu havia estendido a roupa no varal? Tirado o lixo da cozinha? Dado banho nas crianças? Trocado o lençol da cama? Eu não lembrava, porque eu não fazia mais, alguém estava fazendo por mim. E esse alguém era meu marido, e em nenhum momento ele me cobrou, ficou chateado ou bravo comigo. Ele só fazia em silêncio tudo o que eu não conseguia mais fazer.

Quando eu percebi isso, eu fui conversar com ele, e ele disse que “nós somos um time, quando um não está bem, o outro ajuda”. Não estamos falando de algo que durou dias, nem semanas. Estamos falando de algo que durou meses.

Para ele conseguir dar conta de tudo, algo teve que ser deixado para trás. E ele resolveu deixar o trabalho em segundo plano. Ele me disse que muitos projetos não puderam ser entregues, mas que não se arrepende, porque sabe que fez uma escolha: ele decidiu cuidar de mim. Disse que seu objetivo nesta pandemia eram dois: nos manter vivos e sair desta pandemia casado, e que modéstia à parte, estava se saindo muito bem.

A resposta dele lembrou o que uma terapeuta falou para mim quando estava tentando salvar o meu primeiro casamento. Que quando a luz de uma pessoa se apaga em alguns momentos sombrios da vida, a outra pessoa assume o lugar para estender a mão e guia-la, enquanto ela tenta se reencontrar.

Há 4 anos, escrevi um post sobre a minha relação com o meu marido. E já que continua tão atual, quero finalizar o texto de hoje com a mesma frase que finalizei o outro post:

Eu sempre acreditei que escolher a pessoa certa que vai caminhar com você, o que a gente chama de Vida, é o que faz a diferença se sua vida vai ser mais fácil ou mais complicada.

Viver Sem Pressa

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Esqueça a cobrança pelo consumo e pelo status

Foto profissional grátis de agulha, algodão, anônimo

Outro dia, uma leitora perguntou como não me aborreço com possíveis julgamentos de amigos e família, vivendo de uma forma vamos dizer, um pouco fora do convencional.

E fiquei pensando que talvez nunca deixei isso claro nos posts, mas eu não divulgo o meu estilo de vida para as pessoas que estão ao meu redor.

É estranho falar isso, já que compartilho uma pequena parte da minha vida aqui no blog, mas não falo abertamente sobre esses assuntos na vida real. Então a minha família, os parentes e colegas de trabalho não sabem que eu sigo um estilo de vida minimalista, não fazem ideia de que entendo sobre investimentos, que estou na jornada FIRE (Financial Independence Retire Early), ou seja, não sabem dos meus planos audaciosos, dos meus sonhos ditos utópicos…

Eu costumo não ser uma pessoa radical, nem na religião, nem na política, nem nos investimentos, eu tenho a minha própria opinião, mas não saio levantando bandeira sobre essas questões, pois sei que cada um tem a sua opinião.

E é por isso que meu marido inventou um termo para isso. Ele diz que aqui em casa, vivemos o “Yukismo”, um estilo de vida que criamos baseado na nossa própria experiência de vida, que funciona muito bem para minha família.

Quando familiares e amigos nos visitam, é inevitável o comentário de que a casa é bem clean, mas eu não começo a discursar sobre o conceito de “como o minimalismo pode ser importante na vida de alguém”. Eu só dou um sorriso concordando.

Às vezes fico sabendo de algum comentário aqui e ali, algum comentário por a gente morar de aluguel, da gente não ter carro, pelo meu marido “ainda” ser um pós-doutorando, por a gente não ter feito uma festa para 300 pessoas no nosso casamento, e por aí vai.

Eu sempre fui uma pessoa discreta. Então fazer uma festa de casamento para 300 pessoas estava completamente fora de cogitação. Eu não conseguia me imaginar no meio de tantas pessoas, cumprimentando pessoas desconhecidas (porque assim, né, sempre tem uns penetras), como daria atenção para todos? Por uma decisão unânime entre eu e marido, fizemos um casamento pequeno, dito mini-wedding, para 35 pessoas em um bistrô francês e ainda emendamos uma lua-de-mel em Paris. Foi maravilhoso ter os meus melhores amigos todos perto de mim celebrando a nossa união. Foi um dos dias mais felizes da minha vida, não teria feito nada de diferente, foi tudo lindo e perfeito.

Outro exemplo fácil de dar é a festa de 1 ano dos filhos. Convenhamos, é uma festa para os adultos, já que o bebê costuma estar de olhos arregalados, assustado com tanto barulho, excesso de luz e pessoas desconhecidas.

No aniversário de 1 ano das minhas filhas, eu fiz festa estilo vovó, brigadeiro feito em casa, um bolo, alguns salgadinhos, e lá vai eu encher algumas bexigas, e chamei meia dúzia de pessoas que minhas filhas conheciam muito bem. Eu não fiz festa em buffet para as minhas filhas, mas não vejo problema em quem faz a festa, sempre que posso participo das festas dos filhos das minhas amigas, e me divirto demais. Para a família que achar esse registro importante, claro que é pra fazer essa festa, porque são momentos que não voltam nunca mais.

O que na verdade faz muita diferença, é que eu e meu marido estamos sempre muito alinhados, e SABEMOS o motivo de todas as nossas escolhas. E com isso, sabemos que se não estamos fazendo, é porque NÃO É IMPORTANTE para nós.

Sempre que for possível, precisamos fazer o que temos vontade, porque de uma forma ou de outra, as pessoas vão nos julgar. Julgar por não ter tido filhos, ou por ter tido 4 filhos. Julgar por morar em uma casa grande demais, ou em uma casa pequena demais. Julgar por sempre estar arrumada, ou por estar desleixada. As pessoas têm uma opinião formada de nós, e não acho que elas mudariam de opinião tão facilmente.

Então ao invés de gastar energia tentando convencer o outro, o que eu e meu marido fazemos é conversar muito entre nós dois, para termos essa consciência de que essa escolha só diz respeito a nossa família, que devemos respeitar a escolha dos outros, e os outros devem respeitar a nossa escolha, mas como as pessoas não costumam respeitar as nossas escolhas, nós nem comentamos sobre detalhes da nossa vida.

Infelizmente, o mundo está muito polarizado. As pessoas querem empurrar goela abaixo o seu próprio estilo de vida, a opinião, querendo ter sempre razão, como se na vida existisse apenas uma única forma de viver. E nada disso é verdadeiro.

Eu não tenho nenhuma pretensão de mostrar que a forma como eu vivo é melhor ou não, claro, ela é muito boa para mim e para a minha família, tanto que compartilho parte do que faço aqui no blog para quem tem interesse ou curiosidade, mas na vida real, não mostro nada disso que compartilho no blog.

Eu sou uma pessoa extremamente comum aos olhos das pessoas que me rodeiam. Eu faço questão de voar abaixo do radar, não chamar atenção (não quero atrair sentimentos de inveja), e por isso consigo transitar bem no ambiente familiar, no ambiente profissional, com os amigos.

A parte ruim é que são poucos os que me conhecem de fato, profundamente. Apenas alguns dos meus amigos. Quem me conhece mesmo, é o meu marido, ah esse me conhece bem.

Como tenho as minhas próprias opiniões que fogem um pouco do padrão convencional, eu percebo que quando resolvo falar o que penso para algumas pessoas, elas se sentem na obrigação de justificar por que não fazem o mesmo, e em alguns casos, tentam me atacar criticando a minha forma de viver. Ora, mas ninguém está falando que a minha forma de viver serve para a outra pessoa, ou seja, uma coisa não tem nada a ver com a outra. É assim que percebo que essa pessoa não está pronta para ouvir opiniões diferentes, e eu corto o assunto e parto para assuntos genéricos.

Já há pessoas que aceitam o jeito que sou, sem julgamentos. Acham legal, mas sabem que não servem para elas, sabem que não precisam seguir o mesmo caminho que o meu, pois cada um tem o seu ponto de vista.

São pessoas que aceitam a minha forma de pensar, não julgam se têm opiniões diferentes, respeitando o meu estilo de vida. São com essas pessoas que eu busco estar sempre por perto, apesar de ser bem difícil encontrá-los.

~ Yuka ~

Minimalismo

Quem vive com menos, tem o luxo de ter tempo livre.

Cerveja, Elogios, Pôr Do Sol, Luz Solar, Garrafas

Eu já morei sozinha em um apartamento de 120m2, de 1 dormitório, que tinha quintal. Depois meu marido começou a morar comigo, e decidimos nos mudar para um apartamento de 2 quartos, quando a nossa filha tinha completado 1 ano de idade. Foi muito legal morar lá e fui muito feliz, mas quando decidi vender o apartamento, vendi com a certeza de que não queria mais morar em uma cobertura de um prédio.

Morar em uma casa com quintal ou na cobertura de um apartamento, implica em algumas tarefas que quem mora em um andar mediano de um prédio não tem. No meu caso, eu tinha que lavar o chão de dois quintais com frequência por causa da poluição de São Paulo, já que acumulava uma quantidade impressionante de fuligem. Eu limpava os ralos que sempre acumulavam fuligem e folhas secas da minha horta, além de lavar e pintar periodicamente o muro que ficava encardido. Fazer tudo isso era algo exaustivo.

Depois de algumas mudanças residenciais, hoje moro em um apartamento de 60m2, em um andar mediano.

Apesar da nossa família ter dobrado de tamanho (de 2 para 4 pessoas), nosso apartamento diminuiu pela metade (de 120m2 para 60m2), e mesmo assim, eu e meu marido temos a sensação de liberdade.

E como isso é possível?

Eu tinha muito mais móveis quando morava em um apartamento maior. Tinha um conjunto de sofás. Além de uma mesa de jantar, tinha uma mesa de apoio que se abria para quando recebíamos nossos amigos. Tinha uma outra mesa com várias cadeiras para os momentos do churrasco. Havia uma caixa enorme onde eu guardava a árvore de Natal que ocupava um espaço considerável, e que ficava adormecido nos 11 meses restantes do ano. Uma mesinha lateral no sofá, vasos decorativos, centenas de livros já lidos acumulando poeira, e que dificilmente não seriam folheados novamente. Dez travesseiros em cima da cama, vestidos e sapatos de festa, várias bolsas, diversos sapatos etc.

Tudo isso torrava meu dinheiro e consumia tempo da minha vida, já que dava muito trabalho manter as coisas em ordem.

Conforme fui mudando para apartamentos menores, obrigatoriamente passamos a ter menos coisas. Hoje tenho um guarda-roupa pequeno, com poucas roupas. Tenho uma bancada de escritório menor, que faz com que eu não coloque objetos em cima, pois quero ter superfícies livres.

Parece esquisito falar da satisfação que sinto em relação à varanda pequena, principalmente para quem já morou em um apartamento com quintal, com direito a horta e churrasqueira.

Mas a verdade é que por ser pequena, a varanda é muito fácil de mantê-la limpa, e posso dizer que ela está sendo usada praticamente todos os dias, ora para tomar sol, ora para minhas filhas brincarem, ora para cuidar das minhas plantas.

Ou seja, a pequena varanda me dá muito mais prazer (e menos obrigações) do que um quintal grande que dava muito trabalho. Na época, eu tinha muitas plantas que demandavam atenção. Eu conferia diariamente qual vaso estava precisando de água, qual estava tomando sol demais e transferia para a sombra. Para viajar, era um sofrimento à parte, porque sempre ficava preocupada se a minha horta sobreviveria sem água durante alguns dias.

Hoje tenho algumas plantas espalhadas pela casa, todas muito fáceis de serem cuidadas. E como tenho em menor quantidade, consigo tirar a poeira das folhas, tirar as folhas amarelas, adubar com mais frequência, ou seja, consigo monitorá-las de perto.

Ter menos coisas cria mais liberdade e menos preocupação. É uma decisão consciente que traz benefícios como ter tempo para prestar atenção nas coisas das quais gostamos, e dar valor nas coisas que são mais importantes para cada um de nós.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Viciado em compras

Menina, Loja, Lembranças, Mulher, Prateleira, Trabalho

Você consegue parar de comprar?

Imagino que a resposta seja um sonoro sim.

Tem certeza? Pois é muito mais difícil do que parece, e está muito mais internalizado do que imaginamos.

A gente acha que não, mas comprar é um vício. A diferença é que esse vício é bonito, muito bem aceito pela sociedade.

Hoje em dia, eu não tenho mais essa tara para comprar coisas: comprar roupas, comprar bolsas, comprar sapatos, comprar maquiagens, comprar eletrônicos, comprar presente para os outros.

Claro que eu também adoro comprar, mas costumo comprar coisas que estou precisando ou algo que eu quero muito. Avalio muito bem antes de comprar, compro com bastante planejamento, e dificilmente me arrependo das minhas compras.

Para chegar nesse ponto, eu demorei muito, muito tempo.

Primeiro, porque eu não sabia comprar direito, então comprava qualquer coisa, chegava em casa, passava a euforia e depois não usava. Segundo, porque eu tinha vontade de comprar por comprar. Queria passear no shopping, procurar algo para gastar meu dinheiro. Eu nem sabia o que eu queria comprar, só queria gastar meu dinheiro.

Nos fins-de-semana, queria bater perna na rua para olhar as vitrines e comprar alguma coisa pra mim. Qualquer coisa servia. O ato de comprar tinha se tornado um vício para aliviar o estresse, uma válvula de escape.

E como consegui parar de comprar?

Consegui, quando passei a ter as coisas que eu realmente queria.

Tudo começou com uma carteira. Eu sempre tive o costume de trocar a carteira a cada 4, 6 meses, porque sempre gostei de fazer isso. Fiz isso praticamente durante uma década, de 2000 até 2010. Eu tinha uma coleção de carteiras…

Quando fui assaltada e fiquei sem a minha carteira, eu decidi pela primeira vez, comprar uma carteira muito boa, mas que não comprava antes, porque achava cara. Quando comprei, senti algo que não sabia direito o que era, era uma sensação boa, de satisfação, mas desta vez, uma satisfação duradoura, bem diferente do sentimento descartável que eu tinha quando fazia compras por impulso.

O que me surpreendeu, é que depois desta compra, a vontade de trocar minha carteira a cada 4 meses cessou por completo. Isso mesmo, nunca mais troquei de carteira. Essa história aconteceu em 2010. Estamos em 2021 e estou com a mesma carteira desde então, são inacreditáveis 11 anos. Ela continua conservada, e fico satisfeita toda vez que vejo, porque sei que fiz uma ótima compra.

E aos poucos, passei a fazer isso com tudo na minha vida.

Eu parei de me importar com preço e quantidade, e comecei a prestar atenção no valor que um determinado produto tinha para mim (e não para os outros).

Ao invés de ter um guarda-roupa abarrotado, decidi ter um guarda-roupa enxuto. Tenho poucas roupas, porque durante mais de 1 ano, estudei que tipo de roupas eu gostava, descobri quais modelos e cores combinavam comigo, e ainda eliminei as roupas que eu tinha dificuldades de combinar.

Muitos de vocês leram meu post sobre a bicicleta que eu comprei. Eu demorei 4 anos para acha-la, pois perdi a oportunidade de comprar na loja e depois a bicicleta deixou de ser comercializada no Brasil. Eu preferi esperar pacientemente alguém se desfazer da bicicleta, acompanhando sites de desapego, do que comprar qualquer modelo de bicicleta, pois sabia que iria ficar descontente rapidamente.

Hoje eu tomo meu chá na minha caneca preferida, sento na cadeira de um modelo que eu gosto, durmo no colchão que escolhi a dedo, sento no sofá que me dá satisfação toda vez que vejo minha família bem acomodada, uso há anos a mesma marca de sapatos que não machucam meus pés, visto as roupas que me caem bem, enfim, estou rodeada de objetos que me traz satisfação.

Nem sempre o produto que eu compro é o mais barato, mas não necessariamente é o mais caro. Eu simplesmente escolho o que eu mais desejo (dentro dos meus padrões orçamentários, claro).

Em relação ao preço das coisas, comecei a entender que mesmo se eu escolhesse algo mais caro, valia a pena, desde que eu soubesse que era realmente algo que EU queria, e não algo que era somente para ostentar para os OUTROS. Ao comprar algo da minha preferência, comecei a cuidar melhor dos objetos, e as coisas começaram a durar mais. Também não enjoava, então não precisava mais ficar substituindo os produtos por outros novos, porque dava muito prazer vê-los comigo.

Alguns produtos, eram sim mais caros, mas agora eu precisava em menor quantidade. Não sentia mais necessidade de ter 50 calças jeans. Alguns pares já me bastava, desde que o modelo ficasse perfeito no meu corpo.

Até minhas filhas estão compreendendo isso. Quando a caçula diz que quer um chinelo novo, a minha filha mais velha já explica que quando esse chinelinho que serve perfeitamente no pé dela ficar pequeno, iremos numa loja para escolher um chinelo que ela desejar. Sim, ela pode escolher o modelo que mais gostar.

Quando a gente gosta do que tem, a gente cuida bem. A gente não sente aquela necessidade de trocar, de substituir, de jogar fora, nem tem medo do julgamento alheio. E com isso, mesmo sendo itens um pouco mais caros, no final, acaba saindo mais barato, porque só aquele único objeto te atende muito bem.

Quando eu passei a fazer isso, comecei a me sentir mais satisfeita com as coisas que eu tinha, e parei de querer comprar coisas sem parar, que pensando agora, não passava de um ato automático de repetição infinita.

Então é aquela velha história da suficiência. Eu não passo vontade, porque tudo o que eu deixei de comprar, eram coisas que não eram importantes para mim.

~ Yuka ~

Minimalismo

Em busca da minha bicicleta

Amsterdam, Cidade, Ponte, Rio, Sol, Edifício

Quando comecei a namorar o meu então marido, ele, um amante de bicicleta, comprou uma de presente para mim.

Para seu desapontamento, andei umas 5 vezes. Apesar de saber andar de bicicleta, eu comecei a sentir medo, já que meus pés não alcançavam o chão o tanto quanto eu gostaria.

Mesmo rebaixando o banco até o limite, ainda me sentia insegura, pois apenas as minhas pontas dos pés encostavam no chão, o que segundo meu marido, era a posição correta para não prejudicar meus joelhos.

As poucas vezes que saí com essa bicicleta, eu tinha que tomar muito cuidado para não desequilibrar e sair tombando no meio da rua. Tanto que eu tentava sempre parar cuidadosamente no meio-fio, para ter uma elevação onde meu pé pudesse alcançar o chão.

Comprei cestinha, campainha, capacete colorido, mas nada me animava pra andar nessa bicicleta. Até que eu desisti e me desfiz da bicicleta.

Foi só quando fui para Amsterdã, que eu descobri que tinha outros tipos de bicicletas. No meio de milhares de bicicletas e ciclistas, eu aluguei uma bicicleta para andar pela cidade. E pela primeira vez, senti como se ela fizesse parte do meu corpo, diferentemente da experiência que eu havia tido em São Paulo.

man in black jacket riding bicycle on road during daytime

E expliquei para o meu marido que era aquele tipo de bicicleta que eu estava procurando.

Foi aí que ele entendeu que tinha comprado uma bicicleta errada para mim. Ele tinha comprado uma mountain bike, mas eu estava sentada em uma bicicleta urbana.

Até então, pra mim bicicleta era bicicleta, não sabia que tinha mais do que um tipo de bicicleta…

Só depois que entendi que bicicleta é parecido como uma roupa. Você tem que saber pra que finalidade vai usar, e ter uma bicicleta do tamanho certo. E aí sim, comprar o modelo certo de acordo com o seu tamanho: mountain bike, bicicleta urbana, bike fixa, bicicleta dobrável, bicicleta elétrica, bicicleta cargo, entre muitas outras.

Eu queria uma bicicleta para passear, dar uma volta pelo bairro, que fosse confortável para subir e descer, que tivesse um selim grande, que me ajudasse a locomover de um lugar para o outro, preferencialmente percursos curtos.

A que eu estava procurando, era uma BICICLETA URBANA:

Bicicleta Urbana Nirve Starliner Cream

Mas eu estava andando em uma desta aqui embaixo, uma MOUNTAIN BIKE:

Já meu marido, ele anda com uma desta aqui, denominada BIKE FIXA:

Passados alguns anos, mais especificamente em 2017, eu fui em busca de uma bicicleta urbana, e me apaixonei por uma, mas não comprei na hora, porque achei melhor pensar um pouco, amadurecer se iria andar mesmo ou não, já que não queria presenciar uma nova compra errada.

Depois de alguns meses, o modelo saiu de linha, e para completar minha má sorte, a marca deixou de ser importada para o Brasil. E eu, infelizmente tinha perdido o bonde.

Bom, no fundo, nunca tinha desistido.

De vez em quando, procurava nas lojas pra ver se a marca tinha voltado a ser comercializada no Brasil, procurava também no site OLX para ver se alguém estava se desfazendo desta bicicleta.

Eu não queria qualquer bicicleta, queria comprar do modelo e da cor que eu tinha gostado.

Eis que depois de 4 anos, a busca chegou ao fim. Eu finalmente reencontrei a minha bicicleta.

O vendedor topou encarar estrada e trouxe a bicicleta até a minha casa, já que ela estava em outra cidade.

E para completar a minha alegria, a bicicleta estava em perfeito estado, nova.

Toda essa espera valeu a pena, e agora, ela irá me acompanhar por muitos e muitos anos.

~ Yuka ~

Minimalismo

Cuidado com os custos associados no momento da compra

woman standing near store while looking at the mannequin

Vou contar um exemplo que aconteceu com uma pessoa que eu conheço, pois acredito que será muito didático sobre o que eu quero falar hoje.

Quando a esposa desse meu colega engravidou, eles decidiram comprar um carrinho de bebê. O carrinho era enorme, praticamente uma espaçonave. Me mostraram super orgulhosos e eu fiquei me perguntando como aquele carrinho de bebê tamanho GG entrava no porta-malas do carro deles. Aí que estava a problema: não entrava. Eles trocaram por um carro com um porta-malas maior. Imagino que o IPVA também tenha ficado mais caro. Se antes eles paravam na rua quando iam passear, começaram a pagar estacionamento, afinal, não podiam correr o risco de acontecer algo com o carro novo. Não sei se eles conseguiram associar que todos esses gastos posteriores, foram por causa de uma compra não muito pensada. Quanto mesmo custou o carrinho de bebê? Pelas minhas contas, foi muito caro, se pensar no custo associado.

O custo associado de uma compra geralmente é negligenciado. E esse custo, a meu ver, pode vir de duas formas: TEMPO e DINHEIRO.

Custo associado: DINHEIRO

Para os pagantes de aluguel de imóveis (como eu), aposto que já chegaram a pensar em sair de um imóvel quando o aluguel aumenta. Em algumas situações, o inquilino, por não querer pagar o reajuste do aluguel, resolve se mudar após o término da cláusula de 18 ou 30 meses do contrato de aluguel. Só que ele não percebe que sai muito mais barato ele pagar o novo reajuste e continuar quieto no seu canto, do que resolver fazer uma mudança residencial, mesmo para um aluguel um pouco mais barato. Alugar um caminhão de mudança não sai barato, e o trabalho não acaba por aí. É preciso pintar o imóvel que estava morando, provavelmente vai precisar pintar o imóvel que vai passar a morar, fazer ajustes no varal de teto, comprar cortinas do tamanho adequado, trocar tomadas velhas. Alguns móveis precisarão ser trocados para adaptar à nova metragem do imóvel, trocar lâmpadas, pagar conta dobrado no primeiro mês de mudança…. Uma simples mudança residencial (contratar um caminhão de mudança), vira uma coisa gigantesca.

O mesmo caso serve para o proprietário de um imóvel. Se tem um bom inquilino, compensa muito mais manter esse bom inquilino por muitos anos oferecendo um reajuste abaixo do mercado, do que vagar o imóvel e enfrentar uma vacância durante não sei quantos meses.

Mudar para um apartamento maior, também tem os custos associados. Precisamos comprar mais móveis para preencher a nova casa, pagar mais IPTU, mais condomínio, mais conta de luz, mais tudo.

Isso acontece também quando resolvemos inocentemente colocar os filhos numa escola mais cara do que nosso orçamento permite, achando que o gasto será só na mensalidade. Só que as despesas só aumentam, o uniforme, o lanche, a mesada, as viagens que as crianças da escola fazem, excursão, e quando vê, os gastos extrapolam o orçamento permitido. Os presentes dos amigos que antes não passavam de lembrancinhas, agora pesa no final do mês, afinal, não dá mais pra dar um presente de R$50 para a amiga da filha. Esse é um pequeno exemplo que o custo da escola não é só a mensalidade.

Tenho uma amiga que coloca a filha numa escola particular, e ela falou que a escola exige que a criança tenha um iPad. Sim, tem que ser da Apple, não pode ser de outra marca, a justificativa é por causa dos aplicativos. Os pais que não quiserem comprar, deverão pagar um aluguel de R$1.000 por ano.

Acho que o custo associado de um carro já é mais comum, afinal, não basta pagar só as parcelas do carro, é preciso pagar tudo o que vem junto com um carro: IPVA, seguro DPVAT, seguro opcional, gasolina, manutenção do carro, etc….

Custo associado: TEMPO

Quando minha mãe me contou que comprava móveis de linha reta para não juntar poeira, eu achei ela meio doida… até que eu comecei a ter a minha própria casa e comecei a tirar poeira… e aí o que ela falava começou a fazer todo o sentido, principalmente quando não temos alguém para tirar a poeira para você. Quando compro móveis, dou preferência para móveis de linhas retas, com puxador em cava de 45 graus, porque eu sei que cada ondulação, cada puxador, cada detalhe, é um local a mais para juntar sujeira. Se a pessoa gosta de móveis estilo provençal, retrô, com detalhes, precisa saber que tem um custo associado depois: de tirar poeira.

Se vou comprar uma roupa, eu avalio se compensa o trabalho que terei de passar roupa.

Quando comprei uma mesa de centro para a sala, resolvi comprar de um material lavável, um acrílico resistente (vidro eu não quis, por medo de quebrar). Imaginei as crianças comendo na mesinha, brincando de tinta, canetinha, com cola… e por isso mesmo descartei a opção de madeira e optei por uma mesa de acrílico. A mesa segue firme e forte, e nos dias de muita sujeira, consigo lavar até embaixo do chuveiro se quiser.

Então quando for comprar algo, lembre-se sempre do custo associado. E isso não é só sobre dinheiro, estamos falando principalmente de tempo.

~ Yuka ~

Minimalismo

O universo da moda acessível se abre com brechós

Moda, Vestuário, Loja, Roupas, Vestido, Estilo

Se você tem preconceito em comprar roupas em brechó, deveria repensar um pouco.

Aprendi desde cedo a valorizar as coisas que ganhava. Nunca torci o nariz por usar roupas de outras pessoas.

Se antes fazia por necessidade financeira, hoje faço para ter acesso às roupas melhores por um preço bem justo.

Roupas de segunda mão vem de duas formas para mim. Algumas amigas passam suas roupas e também garimpo peças nos brechós online.

Acho legal ganhar roupas das amigas, porque não foram poucas as vezes que eu olhava pra roupa, e tinha certeza absoluta que não combinaria em mim. E eis que uso a roupa e não é que fica maravilhoso? São roupas que em uma situação normal, eu nunca teria se quer olhado para experimentar. Ou seja, é uma forma de abrir a minha cabeça para outros estilos de roupa.

Eu passei a dar uma atenção especial aos brechós on-line depois que comecei a fazer viagens para o exterior.

Pra mim, ficou claro que as roupas que eu trazia do exterior tinham uma qualidade superior. Há roupas que eu comprei na França em 2013, que estão intactas até hoje, passados 8 anos, a roupa ainda parece nova.

E isso se repetiu nos outros países que visitei…

Comecei a ter uma ligeira impressão de que mandam para o Brasil o refugo do que não foi vendido em outros países, ou até mesmo utilizam matéria prima de qualidade inferior. Será que as empresas fariam isso?

As roupas que eu compro aqui no Brasil não são baratas, mas se desintegram muito rápido. Há certas marcas que depois de 2 lavagens, a blusa furou. Eu ainda tinha a nota fiscal comprovando que a compra era recente, e a empresa trocou a peça, mas infelizmente, furou de novo e eu resolvi não reclamar de novo. Deveria, mas não reclamei. Acabei deixando pra lá.

A máquina de lavar roupa que eu tenho utiliza o sistema de lavagem por tombamento, ou seja, danifica menos as peças de roupas do que as máquinas que possuem abertura superior. Mas mesmo assim, algumas roupas furam depois de algumas lavagens, ficam com bolinhas, ou desbotam. Já comprei uma calça jeans preta que simplesmente desbotou na primeira lavagem.

A gente tem o costume valorizar certas marcas só porque é conhecida internacionalmente, não questionando qualidade e durabilidade.

Essas mesmas lojas de departamento que vendem roupas em diversos países… você vai lá, compra no exterior e gosta da qualidade, vem para o Brasil e compra a roupa, e ela se desintegra. Como pode? Se é a mesma loja? E a gente vê todo mundo enchendo o carrinho, pagando caro por algo que nem vale tudo isso, só porque é de uma marca conhecida.

A minha sorte é que eu compro poucas roupas, então as que eu tenho atualmente são as que “sobraram”, ou seja, roupas de qualidade que não desbotam.

Com essas experiências negativas, passei a me interessar pelos brechós, pois poderia ter acesso às roupas de qualidade, em ótimo estado, por um preço acessível.

E para quem tem aquela impressão equivocada que brechó vende roupa de defunto, pode mudar a forma de pensar. As lojas costumam fazer uma curadoria muito boa, selecionando e aprovando apenas roupas sem manchas, sem rasgos, em ótimo estado de conservação.

Então se você também tem essa impressão de que as roupas estragam muito rápido, talvez possa se beneficiar dos brechós.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Minimalismo na maternidade

man and toddler standing on shore

Se tem um lugar que recebemos incentivo para consumir, esse lugar definitivamente é na maternidade.

Tive sorte de já ser bem consciente quando me tornei mãe pela primeira vez e com isso fui pouco influenciada pelas pessoas.

Na primeira consulta da minha filha ao pediatra, ele me falou que antigamente não existia chupeta, não tinha colchão inclinado para evitar a regurgitação, não tinha almofada ou poltronas específicas para amamentação, não tinha sabão específico para lavar roupas de bebês, nem shampoos especiais para lavar os tufinhos de cabelo dos recém-nascidos. Com essas palavras em mente, saí do consultório com uma bebê recém-nascida no colo, com a certeza de que eu deveria prestar atenção na minha intuição, e não no marketing agressivo das indústrias incentivando consumo. E é assim que eu tenho levado a minha vida desde então.

Minhas filhas não saíram de roupa vermelha da maternidade, não fiz quarto decorado, não fiz mesversário, nem sessões de fotos, nem festa em buffet. Minha segunda filha mal dormiu em berço, sempre amamentei minhas filhas deitada apesar de toda contraindicação em relação a ter infecções nos ouvidos como otite, o que nenhuma das duas teve até hoje. Minhas filhas não usaram sapatos até 1 ano de idade, nunca entendi essa necessidade de colocar um tênis em um pé que nem sabe andar. Elas se vestem de acordo com a idade, ou seja, elas não usam roupas de mulher, não usam maquiagem, não pintam as unhas, não usam sapatinho com salto.

Não fiz enxoval para a minha segunda filha, ela usou tudo o que eu já tinha em casa, vindo da primogênita.

Minha mãe se surpreende até hoje, por eu ter usado 1 mamadeira, tendo 2 filhas em um curto período de tempo. Ora, quando minha segunda filha nasceu, ela mamava no peito, enquanto a filha mais velha tomava mamadeira. Coincidentemente, quando eu já estava prestes a comprar uma mamadeira para a caçula, a primeira filha largou a mamadeira, e com isso, pude aproveitar a mesma mamadeira.

Não lavei roupa separada das minhas bebês, como é recomendado em diversos sites. Gente, lavou tá novo. Nunca liguei das minhas filhas não estarem com lacinho na cabeça, se estavam com roupas coordenadas, tudo combinando. Minha preocupação sempre foi com a saúde, segurança e felicidade.

Aliás, não fiz muitas das coisas ditas normais pelos pais de primeira viagem, porque não era importante para mim. Agora, se é importante para você, faça, para não se arrepender depois.

Conforme as crianças foram crescendo, percebi que elas brincavam muito mais com uma caixa de papelão do que brinquedos comprados. E é muito fácil de compreender. Enquanto os brinquedos comprados já estão prontos, e não há muito o que fazer com uma boneca que já fala, anda, pisca e chora. Afinal, a boneca já vem pronta. Enquanto as bonecas que elas mesmas criam, precisam de um rosto pintado, fazer uma roupa, arrumar o cabelo, falar por elas, usar a criatividade.

A mesma coisa tem acontecido com outros tipos de brinquedos. Ao invés de pula-pirata e outros brinquedos que estão encostados num canto da casa, minhas filhas cismam em querer brincar com papel e tesoura, canetinha, cola, purpurina, tecido, fitas adesivas. Usam massinha de modelar para criar vestidos das bonecas, arrumam um pedaço de papelão e desenham o seu próprio celular, constroem casas para suas bonecas e se divertem horrores.

Há pouco tempo, comprei uma casa (tipo aquelas barracas do Gugu, mas numa versão melhorada) para elas brincarem. Qual não foi a minha surpresa ao perceber que nenhuma das duas se interessaram pela casa? Uma indiferença sem tamanho… tanto que depois de 2 dias eu desmontei e guardei embaixo da minha cama. Mas o interesse delas em construir a própria casa continua. Ou seja, elas não querem GANHAR uma casa. Elas querem CRIAR uma casa. Usam lençóis, almofadas, varal de chão, qualquer coisa que estiver à disposição aqui em casa pra construir o canto delas.

Pedem pra eu emprestar agulha e linha, porque querem fazer uma roupa de boneca, pedem pra eu emprestar minha pistola de cola quente, porque querem fazer uma escultura com pregos e parafusos, estão aprendendo a desenhar, de tanto me verem desenhando para elas.

Tenho gostado bastante desta forma de criação, vejo que concentração é algo raro entre as crianças, mas minhas filhas conseguem ficar concentradas por bastante tempo em uma atividade.

Digo para meu marido que o tempo vai encarregar de mantê-las ligadas na internet daqui a alguns anos. Então por enquanto… enquanto puder… prefiro mantê-las distante da internet para que a infância, que já é tão curta, se prolongue um pouco mais.

~ Yuka ~

Minimalismo

Desodorante caseiro: a surpresa

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Meu marido vai me matar por eu escrever esse post…

Durante muitos anos, ele, como qualquer outra pessoa que eu conheço, usava os desodorantes comprados nos supermercados, do tipo roll-on, aerosol etc.

Antes da pandemia, ele andava de bicicleta diariamente 40km por dia para ir e voltar ao trabalho.

Anda sorrindo, diga-se de passagem, nunca conheci alguém que adora pedalar uma bicicleta que não tem nem marcha, as chamadas bike fixa.

Com o tempo, as roupas começaram a ficar…. bom, vou tentar ser gentil… muuuuuuuito fedidas.

As roupas ainda eram novas, só que fedidas. O que fazer?

Já meu marido, sempre ficou intrigado, por que eu não usava desodorante, mesmo nos dias quentes de verão. Até então, não era algo que eu parava para pensar “oh, todo mundo usa, por que será que eu não uso?”. A questão é que não usava, porque nunca senti necessidade de usar.

Nessa minha pesquisa pra tentar descobrir o que fazer com as roupas do marido, acabei descobrindo uma reportagem da BBC que explicava o meu caso. Descobri que a maioria dos asiáticos nasce com uma variação genética e não tem a secreção nas axilas que atrai bactéria que produz o cheiro forte. Interessante…

Bom, descoberto isso, finalmente pude explicar de forma científica para o meu marido o motivo de eu não usar desodorante. Mas ainda tinha que resolver o problema das roupas do meu marido não-asiático.

Depois de muita pesquisa, vi que o Lysoform poderia ajudar, já que eu tinha que matar essas bactérias e esse produto é um desinfetante. Lembro que chorávamos de tanto de rir dizendo que as minhas roupas eram deixadas de molho no amaciante, enquanto as dele eram deixadas de molho no desinfetante.

Só que mesmo assim, as roupas continuavam com cheiro desagradável. Comecei a suspeitar do desodorante, já que ficava impregnado na roupa.

Fiz buscas incessantes pela internet, até que encontrei uma receita que achei bacana e pedi para que ele testasse um desodorante caseiro.

Toda essa história que estou contando aconteceu em 2019.

Ele aceitou fazer o teste em julho de 2019, e antes de iniciar os testes, aproveitou para comprar um sabonete bactericida, ou seja, já começou desacreditando no desodorante caseiro.

Eu pedi para que ele não usasse o sabonete bactericida, pois não saberia se foi o desodorante caseiro que fez efeito, ou se tinha sido esse sabonete. E apesar de contrariado, aceitou não usar o sabonete recém-comprado.

Desde então, já se passaram 2 anos.

Depois de quase 2 anos de uso, posso dizer que o desodorante funciona (ou melhor, ele pode dizer). O cheiro foi embora como num passe de mágica.

Segundo as palavras dele, já sem a habitual resistência inicial: “muito melhor do que qualquer desodorante comprado”.

Dito isso, compartilho aqui a receita, que de tão fácil, muitos acabam torcendo o nariz achando que não funciona.

Misture bem:

  • 3 colheres de sopa de óleo de coco
  • 3 colheres de sopa de amido
  • 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio

Eu coloco em potinhos com tampa. Depois o desodorante dá uma endurecida, ficando com textura de pomada. Este produto deixa sensação de seco na pele, não mancha as roupas, nem deixa gorduroso.

Peguei essa receita no canal da Cristal, reproduzi exatamente da forma como ela ensinou. Nessas horas eu penso, como a internet é maravilhosa! Permite que pessoas como eu, aprenda coisas maravilhosas como esse desodorante caseiro.

Lembrei de toda essa saga do desodorante, porque meu marido me pediu essa semana “Yu, faz mais uma leva do desodorante pra mim?” e comecei a rir sozinha lembrando dessa história toda.

E claro, nada como compartilhar receitas bem sucedidas com vocês que sempre me acompanham por aqui.

*Nota: a leitora Bhuvana indicou o site Cosmetologia do Bem e lá, encontrei um desodorante similar, com a explicação de porquê este desodorante funciona:

  • Bicarbonato de Sódio: desempenha a mesma função do leite de magnésia, impedindo a formação de um ambiente propício para o desenvolvimento de microorganismos
  • Óleo de Coco: antibacteriano e hidratante
  • Amido: garante uma textura mais seca à mistura e funciona como um espessante natural

~ Yuka ~

Minimalismo

Guarda-roupa minimalista com 35 peças

Vestido, Vestuário, Cabide, Aço, Lavandaria

Atualmente, tenho um total de 35 peças, incluindo calças, saias, shorts, vestidos, blusas e blusas de frio.

Além destas roupas, tenho 5 sapatos, 3 bolsas, 2 meias, algumas roupas de baixo e meia dúzia de roupas que uso em casa, pois eu não cozinho com a roupa do trabalho, por exemplo.

Todas as minhas roupas estão no guarda-roupa, de forma que consigo visualizar todas as peças durante o ano todo.

Também não faço rodízio de roupas, porque se eu fizer, vai me faltar diversas peças, principalmente, porque gosto de mesclar as roupas, não importando se é verão ou inverno, primavera ou outono. Uso vestidos soltinhos de verão com uma jaqueta mais pesada e bota de cano curto, uso saia com tênis, saia com casaco de inverno e mais a meia-calça, ou seja, gosto de misturar roupas de estações variadas, e com isso, a quantidade de combinações que posso fazer aumenta.

As pessoas sempre se surpreendem quando descobrem que meu guarda-roupa é enxuto, pois pela quantidade de composições que faço, acham que tenho um guarda-roupa de respeito.

Se eu saísse do meu emprego hoje e passasse a trabalhar de casa, esse número reduziria ainda mais. Mas por conta do meu trabalho, atualmente, 35 peças são mais que suficientes.

O legal é não se atentar para o número em si, mas na usabilidade das peças. Se tem 100 peças e usa essas 100 peças, então esse é o seu número. Agora, se tem 100 peças e usa só 50, este é o seu novo número.

Há alguns anos, eu já tive muito mais roupas, mas metade ficava sem uso, amassado no fundo do guarda-roupa. Também tive diversas blusas muito parecidas umas com as outras, sandálias novas que estragaram dentro da caixa de sapato, peças esquecidas, peças que não combinavam comigo, roupas que não eram do meu estilo.

Esse número “35” não veio de um dia para o outro. Foi um longo processo de auto-conhecimento.

O objetivo era descobrir quais roupas eu mais gostava, que estilo me deixava mais confortável, quais tecidos eram melhores para mim, quais cores me agradava, e por fim, descobrir quantas peças eram o suficiente para mim…

Como deu para perceber, não são respostas tão imediatas e fáceis.

Eu por exemplo, adoro usar saias e vestidos. Uso o ano inteiro, desde verão até inverno.

Não é que eu deixei de ter roupas que gostava, é justamente ao contrário. Eu comecei a focar apenas nas roupas que eu usava sempre.

Todas as roupas que foram embora ao longo destes anos, eram roupas que eu já não usava por diversos motivos. Eram roupas que amassavam muito e eu tinha preguiça de passar o ferro de passar, roupas que eram decotados demais, que eram curtos demais, que eram desconfortáveis, que pinicava, que era difícil de combinar, etc.

Ou seja, a redução aconteceu de forma saudável, aos poucos, até chegar na quantidade de roupas que eu tenho hoje:

  • 4 calças
  • 4 saias
  • 2 shorts
  • 12 blusas
  • 5 vestidos
  • 4 cardigãs para primavera/outono
  • 2 casacos para outono/inverno
  • 2 blusas de lã para inverno

Tem sido uma quantidade bastante confortável, consigo fazer diversas combinações, e o melhor, uso todas as peças, SEM EXCEÇÃO.

A melhor parte de tudo isso? Não foram poucas as vezes que ouvi nos locais de trabalho que tenho gosto refinado para me vestir hohoho.

Pra vocês verem que o que faz a diferença não é quantidade, e sim, saber escolher peças versáteis para fazer as combinações.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Como não fazer compras impulsivas

Mulher De Camisa Branca Segurando Jeans Azul

Vocês sabem que gosto de listas, então, segue as minhas dicas pessoais para evitar compras impulsivas:

1. Compre apenas no momento de usar

Uma coisa que eu aprendi nesta pandemia foi parar de comprar com tanta antecedência. Era uma coisa que eu fazia com frequência, gostava de planejar com meeeeeses de antecedência, mas percebi que nem sempre fazer isso é bom.

Lembro de um dia ter comprado maiô pra fazer natação. Depois deixei guardado na gaveta, resolvi fazer uma reeducação alimentar e emagreci 12kg e aí aquele maiô que eu tinha comprado, e que estava guardado na gaveta, ainda com etiqueta, não serviu pra mais nada.

Seria mais inteligente da minha parte comprar o maiô somente depois que eu tivesse feito a matrícula na escola.

Fora as outras coisas que comprei, e que de uma forma ou de outra, acabou perdendo o sentido depois de esperar alguns meses para ser usado.

Agora já aprendi que é melhor comprar somente quando chegar o momento de usar.

2. Tenha uma lista de compras

Eu tenho uma lista chamada Compras.

É nesta lista que eu coloco o cardigã que eu quero comprar, e que está lá há mais de 2 anos, porque não achei a cor que eu quero, o kit de brocas para a furadeira, entre outras coisas.

O bom de ter essa lista é que depois de alguns meses, eu desisto de comprar a maioria dos itens que estão lá. Ou seja, não era importante, seria uma compra por impulso.

Esse kit de brocas por exemplo, está nesta lista há pelo menos 3 meses, e não tenho pressa para comprar. Já pesquisei pela internet, mas prefiro escolher na loja. Fazer isso faz com que eu tenha menos arrependimentos na hora da compra.

3. Não se emocione com as liquidações

Aproveitar uma liquidação é sempre muito bom, se conseguirmos comprar somente o que iremos usar de verdade. Agora, comprar só porque está barato, só por este único motivo, não vale a pena.

Eu já me emocionei muito com liquidações, achava que estava perdendo grandes oportunidades se não aproveitasse.

Hoje prefiro comprar algo mais caro sabendo que é algo que irei usar, do que comprar algo mais barato sem saber se irei usar.

4. Não compre por estar na moda

Eu lembro que há alguns anos, se tornou tendência a calça pantacourt (uma calça larga e curta, ou uma bermuda longa rs).

Era muito comum ver várias, várias mulheres usando aquelas calças largas e listradas que iam até a canela.

A verdade é que são poucas as pessoas que ficam bem naquele tipo de modelo, que encurta as pernas.

Mas era impressionante a quantidade de pessoas que eu via na rua usando.

Ao invés de comprar porque está na moda, eu acho melhor comprar porque combina.

5. Antes de comprar, pesquise a opinião de outros consumidores

Há alguns anos, eu comprei um termômetro digital da marca Omron por justamente conhecer bem a marca.

Só que eu esqueci de pesquisar o produto em si, e não apenas confiar na marca.

Eu só descobri que aquele modelo específico de termômetro era descartável, quando minha filha estava ardendo de febre e o termômetro relativamente novo estava sem bateria.

Se eu tivesse feito essa pesquisa antes, saberia desse detalhe importante.

6. Jogue os e-mails de lojas para a pasta do spam

Tem períodos que eu resolvo me descadastrar de todas as lojas (elas me encontram mesmo eu não me cadastrando).

Mas em alguns momentos, tenho a impressão de que quanto mais me descadastro, mais e-mails eu recebo.

É uma coisa de doido.

Então eu oscilo entre fases em que saio descadastrando tudo, com fases que simplesmente ignoro e levo para a pasta de spam.

7. Pare de acompanhar canais que incentivam o consumo

Se tem uma período da minha vida que eu comprei maquiagens caras, foi justamente na época em que eu acompanhava os reviews de maquiagens das YouTubers.

Assistir esses vídeos atiçava a minha vontade de experimentar.

Eram tantos produtos novos, que eu nem dava conta de usar.

O produto vencia e eu tinha que jogar o produto que estava quase sem uso no lixo.

Depois que parei de segui-las, a minha vontade de consumir cessou completamente.

8. Estipule um limite de valor para gastar

Eu limito o valor em 2 ocasiões.

1.) Uma para não gastar demais,

2.) E outra para lembrar de gastar mais.

Exemplo de situação para não gastar demais: eu costumo fazer as compras da casa no supermercado. Mas às vezes, vou para a feira, principalmente quando as frutas do supermercado não estão tão boas. E eu já percebi que se eu levo 100 reais para a feira, gasto 100 reais. Se levo 80, gasto 80. E se levo 50, gasto 50. Então avalio o valor a ser gasto e só levo esse dinheiro.

Exemplo de situação para gastar mais: agora na pandemia, isso pode ser desconsiderado, mas em tempos normais, gosto de estipular valores para gastar no Uber, em passeios, lazer. Então quando passa o mês e eu vejo que gastei pouco, eu presto atenção para gastar mais no mês seguinte, afinal, dinheiro foi feito para gastar também.

9. Entenda a diferença entre preço e valor

Nós podemos comprar coisas pelo Preço e também pelo Valor. Os dois estão certos, desde que saibamos o que estamos fazendo.

Nesse período que minhas filhas crescem rápido (há fases em que as roupas duram uns 3 meses) eu tenho a plena consciência de que compro roupas para as meninas pensando no preço. Não vou comprar roupas de marca, não penso na durabilidade, não compro roupas caras, porque sei que a roupa vai evaporar.

Agora, quando fui comprar o colchão para as meninas, eu comprei pensando no valor, porque sabia que era um bem durável, importante para estabelecer o bom sono delas.

Esses dias comprei 2 blusas pra mim, comprei pensando no preço, já que só queria uma blusa confortável para usar em casa.

Já quando compro sapato, compro pensando no valor, porque não gosto nem um pouco de usar sapatos duros ou apertados. Não precisa ser algo caro, mas precisa ser algo de qualidade.

Saber reconhecer a diferença entre preço e valor no momento da compra é muito importante, pois evita comprar coisas importantes pensando no preço, ou, comprar coisas sem utilidade pensando no valor.

10. Cuide de você

Muitas compras por impulso acabam sendo feitas por causa da nossa instabilidade emocional: tristeza, ansiedade, frustração, inveja, insegurança, preguiça, tédio, medo.

Essa correlação é algo negligenciado por muitas pessoas, mas vale a pena avaliar como anda a nossa estabilidade emocional.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Viver de renda ou viver de boletos?

Ampulheta, Relógio, Areia, Tempo, Knapp, Minuto

Há 15 anos, me tornei servidora pública do Estado de São Paulo, e iniciei as atividades com um salário considerado muito bom para a minha área. Depois de alguns anos, vi meu salário literalmente dobrar com plano de carreira, bonificações, cargos de chefia etc.

Mas há alguns anos, percebo o achatamento descarado no salário, já que eu nem lembro quando foi a última vez que tive um reajuste salarial que acompanhasse pelo menos a correção da inflação.

Não tenho reajustes salariais, mas os outros reajustes não dão trégua: aluguel, condomínio, os reajustes abusivos do plano de saúde, gastos com alimentação, educação, etc. Não podemos esquecer os aumentos repentinos na arrecadação da alíquota do INSS que aumentou de 11 para 14% no ano passado.

Ver as contas aumentarem gradativamente e de forma constante, enquanto o salário continua estagnado há anos, me faz ter a certeza de como acertei em ter poupado boa parte do salário durante muitos anos.

Vejo pessoas que gastaram todo o dinheiro, e atualmente, possuem pouca ou nenhuma reserva financeira.

Essas pessoas estão reduzindo os gastos como podem, pois não pouparam quando poupar ainda era uma opção.

Estão mudando de bairro, trocando apartamento por um menor, deixando de ter plano de saúde, trocando escola dos filhos para reduzir mensalidade…

Desde 2010, toda vez que meu salário entrava na  conta, eu poupava, mesmo conhecendo naquela época só a poupança, título de capitalização e previdência privada.

Por conta da instabilidade no trabalho do meu marido, acostumamos a poupar em períodos de bonança e apertar o cinto nos períodos de vacas magras. Não importava quem ganhava mais e quem ganhava menos, o que importava era que estávamos no mesmo barco, remando na mesma direção.

Foi só em 2015 que eu descobri sobre FIRE (Financial Independence Retire Early) e comecei a “investir direito”.

Conforme meu salário aumentava gradativamente, pude melhorar a qualidade e padrão de vida, e com isso, os gastos aumentaram, mas os aportes também aumentaram na mesma proporção.

Sempre soube desde criança que a vida era feita de períodos de baixa e de alta, que há momentos bons, mas momentos difíceis que podem nos acompanhar por longos anos. Então nada mais inteligente do que cuidar das finanças de forma que nunca falte, ou melhor, que nunca falte de novo.

Todos nós podemos passar por períodos difíceis, e por isso mesmo, devemos nos preparar para esses momentos, sempre torcendo para que esse dia nunca chegue.

Quando estamos pensando no futuro, planejando, poupando, se prevenindo para os dias sombrios que podem chegar, algumas pessoas podem se ofender por economizarmos parte do salário, pois não é uma prática muito comum. Podem achar que somos precavidos demais, prevenidos demais, pessimistas demais.

Mas quando continuamos aportando parte do salário todos os meses, os juros compostos faz o seu trabalho e com isso, teremos no mínimo, uma boa tranquilidade financeira, pois o tempo estará trabalhando a nosso favor.

E para os que acreditam (que é o meu caso), que essas escolhas nos possibilitem comprar o que mais queremos: a nossa liberdade.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Vida FIRE: qual cidade escolher?

10 ruas icônicas (e cheias de entretenimento) que você precisa conhecer em  São Paulo

Você já parou para pensar qual será a cidade escolhida para usufruir sua vida FIRE (Independência Financeira, Aposentadoria Antecipada)?

Eu já.

Eu cresci numa cidade de médio porte (400 mil habitantes), e depois fui morar numa cidade um pouco menor para fazer faculdade (200 mil habitantes).

Já o meu marido, cresceu em uma cidade pequena (40 mil habitantes). Ele, inclusive, tem horror a cidade pequena, pois todo mundo conhece todo mundo e aí já viu, né? Qualquer coisa que alguém faz, todos ficam sabendo… “sabe a Josefina, sobrinha do Seu Mario e vizinha da Dona Carlota?”. Quando visitamos a mãe dele nessa cidade pequena, e damos uma volta na praça para tomar um sorvete, eu sinto que sou uma aberração ambulante, já que todos ficam me encarando dos pés à cabeça, na maior cara dura, ninguém nem disfarça que estão olhando para mim.

Já faz um tempo que eu percebi que gosto de São Paulo mais do que gostaria. Digo mais do que gostaria, porque São Paulo é uma cidade que está longe de ser organizada, com abismo sócio-econômico, violência, trânsito, poluição etc.

Mas também é a cidade que moro há 16 anos, onde a minha família mora, e onde a maioria dos meus amigos moram também. São Paulo é uma cidade cosmopolita, possui uma variedade de opções de lazer, de cultura, alimentação, de etnias, o que me agrada bastante.

Ao longo desses anos em São Paulo, me descobri uma pessoa urbana, que gosta e usufrui das diversas oportunidades que uma grande metrópole proporciona.

Como eu sei que muitas pessoas possuem o sonho de se aposentar em uma cidade pacata, calma, eu decidi escrever este post para apresentar o outro lado, de uma pessoa que tem opinião completamente oposta a respeito.

Que tipo de pessoa você é?

Essa pergunta na minha opinião, é a pergunta mais importante que devemos fazer.

Tem gente que se sente bem no meio do mato. Gosta de cachoeira, de fazer trilhas. Gosta da terra. Não se importa com pernilongos ou com pequenos bichinhos, com o barro que gruda na sola do sapato, não tem medo de morar sozinho em uma chácara, gosta de ouvir o barulho que a natureza produz.

Tem gente que gosta do calor da praia, do clima sempre úmido e agradável, de sentir a areia nos dedos dos pés, de caminhar na orla da praia, sentir o cheiro e a brisa do mar.

Tem gente que gosta de cidade pequena, pacata, tranquila, sem trânsito. De conversar com os vizinhos da rua, de encontrar as pessoas da cidade na praça central, ver o movimento tranquilo da rua.

E tem pessoas como eu, que gosta de grandes metrópoles, de cidade urbana, que gosta do caos, de bairros populosos, onde há intensa movimentação de pessoas, da ver a cidade funcionar 24h por dia, 7 dias por semana, de poder ter diversas opções de escolha, e do anonimato de uma cidade grande.

Cidade tranquila ou Cidade 24 horas?

Gosto de uma cidade com muitos movimentos, que tenha muitas opções de lazer, da variedade de produtos e serviços oferecidos, ter um complexo gastronômico à disposição, e o melhor, no horário que eu quiser.

Além disso, eu tenho diversos hobbies, e São Paulo é uma cidade que definitivamente oferece de tudo, desde cursos gratuitos a pagos, diversas palestras, além de lojas especializadas em tudo o que se possa imaginar.

Morar em grandes capitais significa que sempre há eventos acontecendo por toda a cidade, parques com programações bacanas, além de bibliotecas públicas remodeladas que se assemelham às livrarias.

Hoje eu sei que se eu fosse morar nos EUA, escolheria Nova York. Se morasse no Japão, escolheria Tokyo. Porque é isso, eu gosto de cidade grande.

Quais são seus hobbies?

Se você gosta de surfar todos os dias, gosta de tomar sol, sentir a água do mar, deveria fazer de tudo para morar no litoral, pois isso trará felicidade.

Já eu… gosto de tantas coisas…

Parece bobeira, mas não é toda cidade que tem papelarias especializadas em materiais artísticos. Não estou falando de uma Kalunga da vida, estou falando de papelarias como a Casa do Artista, ou até mesmo a Papelaria Universitária, que vendem papéis específicos de diversas gramaturas, texturas e cores, tintas nacionais e internacionais etc.

Foto do interior da loja da Casa do Artista

Eu amo comer comida japonesa, e faço com frequência o que chamo de festival do temaki, onde cada pessoa vai montando seu próprio temaki. Uma das minhas frustrações morando fora de São Paulo é que não encontro alguns ingredientes que até então eram básicos para mim, como broto de nabo e shisô verde (ingredientes para fazer o temaki), comprados com frequência no bairro da Liberdade.

手巻き寿司のレシピ・作り方・献立|レシピ大百科(レシピ・料理)|【味の素パーク】 : 米や牛焼き肉用を使った料理
Fonte da foto

Um dos meus hobbies é o artesanato. E transito bem entre os diversos materiais existentes, como tecido, patchwork, bijuterias, MDF, papel, pintura, desenho, feltro, tricô, cartonagem etc. E onde mais seria o paraíso de quem ama artesanato? Claro, a 25 de março. O que pode ser um inferno para alguns, para mim, a 25 de março é como se fosse meu pote de ouro no fim do arco-íris, meu oásis.

Já meu marido, tem vontade de cursar alguma faculdade de ciências políticas ou filosofia na sua vida FIRE. Além de claro, fazer academia de escalada. Não é qualquer cidade que teria diversas faculdades públicas e privadas à disposição, nem uma academia tão específica de escalada.

Quais são as vantagens e desvantagens da cidade que escolheu?

No meu caso, a desvantagem de São Paulo é o trânsito. Só que para isso, há 2 poréns:

  • quando for FIRE, isso não será mais um problema. Afinal, eu terei tempo livre
  • se escolher um local estratégico para morar, trânsito não será um problema

Tem gente que contornaria isso morando em uma cidade próxima de uma capital, mas eu prefiro morar na capital mesmo, numa região bem localizada.

Pra mim, é muito importante morar em uma cidade onde as pessoas não sejam tão conservadoras. Sabemos que cidades pequenas costumam ter pessoas mais conservadoras e tradicionais em relação à moralidade, machismo, racismo, religião, etc.

Outra vantagem de morar em uma capital é quando viajamos. Os aviões costumam sair de grandes capitais. E morar em uma capital facilita, pois não precisamos fazer uma nova viagem para chegar na cidade do interior. Lembro das vezes que viajei com as minhas amigas, enquanto a minha viagem terminava quando chegava em São Paulo, o das minhas amigas ainda não haviam terminado, já que elas precisavam encarar uma nova viagem de algumas horas, desta vez de ônibus, para conseguir chegar em casa.

Não podemos esquecer dos hospitais e rede de profissionais. Há excelentes médicos e hospitais bons, não gostaria de ter que viajar para uma cidade grande para ser atendida por um médico de uma especialidade específica, justamente num período que terei mais idade.

E a pergunta que eu sempre faço:

No momento em que eu terei tempo livre, vou morar numa cidade que não tem nada para fazer?

Eu só vejo vantagens de ser FIRE em São Paulo.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

A eterna busca por mais

Pássaro, Martim Pescador, Filiais, Penas, Animal

Semana passada, publiquei o post “A importância de saber o que não quer para a sua vida” que gerou alguns comentários sobre a pressão social que sofremos por buscarmos a suficiência.

É comum interpretar alguém que se sente satisfeito com a própria vida como uma pessoa acomodada, preguiçosa. Afinal, nós fomos treinados a sentir eterna insatisfação, a nunca acomodar, a querer sempre mais, estudar para passar numa faculdade, fazer uma pós-graduação, trocar de emprego de tempos em tempos etc.

Queremos – e somos pressionados a – buscar um emprego que pague mais, a adquirir casas cada vez maiores, carros potentes e robustos, roupas de marcas mais caras, celulares de última geração, eletrodomésticos modernos, e de preferência, mostrar todas estas conquistas materiais nas redes sociais, afinal, se não mostrar para os outros, qual seria a graça de ter tudo isso, não é mesmo?

Essa corrida incessante para ter mais é tão doentia que perdemos a capacidade de pensar na própria suficiência: o quanto precisamos para nos sentir felizes.

Citam a conhecida frase “quanto mais, melhor”, mas quando respondemos que “estamos satisfeitos, não precisamos de mais” isso soa como provocação, como algo que está fora do percurso padrão.

Ter mais não necessariamente torna a vida melhor, principalmente quando se alcança a suficiência.

Já parou para pensar quanto é o suficiente para você ter uma vida confortável e feliz?

Para alguns, ter um carro é importante, mas vai perceber que não precisa ter um BMW na garagem.

Para outros, ter um imóvel próprio é importante, enquanto para outros, basta ter um teto para morar, desde que tenha dinheiro para pagar mensalmente o aluguel.

Veja que saber o quanto precisa para se sentir bem é fundamental para ter mais chances de ser feliz.

Isso vale também para a independência financeira. Para alguns, ter R$5.000 mensais de renda passiva já seria o suficiente para desligar o computador e dar adeus ao emprego. Para outros, esse valor seria maior.

Não importa se você precisa de 5 ou 50 mil para viver, o que importa é saber o quanto precisa para se sentir confortável, seguro e feliz.

Quem precisa de mais, precisa pagar o preço: acumular mais patrimônio. Quem precisa de menos, tem as suas vantagens: pode sair da corrida dos ratos antes.

Não há certo ou errado, não considero que quem precisa de menos seja mais vitorioso do que quem precisa de mais, visto que necessidades são muito individuais e histórias de vida são particulares.

Eu ainda acho que a felicidade anda de mãos dadas com a simplicidade. Eu acredito que essa relação vem pela possibilidade de eliminar preocupações. Quanto mais coisas temos, mais preocupações precisamos ter. E tudo isso acaba se transformando em uma grande prisão, ou, como ilustra a figura abaixo, âncoras que vão sendo amarradas e nos afundam cada dia um pouco mais. Respirar vai se tornando um ato difícil, já que são inúmeras amarras, inúmeras responsabilidades…

Isso acontece, porque desde sempre, sofremos pressão de todos os lados, inclusive de pessoas próximas que nós amamos, mostrando como somos insuficientes, de como não somos bem-sucedidos o suficiente, não usamos as melhores roupas, não somos bonitos o suficiente, não temos uma casa grande o suficiente, nem o melhor carro, e por aí vai.

Quando consumimos além da nossa necessidade, significa que estamos vendendo o tempo da nossa vida para obter coisas que não estamos precisando. Tempo esse, que poderíamos ter ficado com nossos filhos, pais, amigos, que poderíamos ter acordado mais tarde, descansado mais.

Claro que esse caminho da simplicidade é completamente oposto do que a maioria busca.

Vou compartilhar uma história que aconteceu comigo um pouco antes da pandemia. Eu recebi uma proposta para assumir um cargo importante, de responsabilidade e visibilidade. Enquanto a pessoa estava conversando comigo, eu já tinha a resposta: eu não iria aceitar. E logo que tive oportunidade, falei isso para a pessoa, agradeci o convite, e expliquei que não tinha interesse, pois já tinha encontrado a suficiência no meu trabalho.

Eu sabia que junto com o novo cargo, viria mais responsabilidades e muitas renúncias que eu não estava disposta a abrir mão. Eu teria que trabalhar num local distante da minha casa, consequentemente não iria mais conseguir buscar as minhas filhas na creche. Provavelmente meu marido teria que preparar e dar a janta para as crianças e não duvidaria se eu voltasse algumas vezes por semana à noite, quando elas já tivessem adormecido. Talvez eu me tornaria uma pessoa estressada, ansiosa, pavio-curto… Em troca de um salário melhor e reconhecimento? Não havia o que pestanejar, o saldo final não era nada positivo.

O que consideramos suficiente muda, conforme nos conhecemos melhor. Já comentei que há mais de 10 anos, eu achava que precisava dos meus 50 sapatos. Eu achava que precisava de um apartamento próprio com 3 dormitórios (mesmo morando sozinha). Eu achava que precisava de um carro. Eu achava que precisava de reconhecimento e aprovação de outras pessoas.

Só que as opiniões vão mudando, porque passamos a ter consciência de alguns dos nossos atos.

Eu comparo a consciência, como se fosse um óculos. Se antes, todas as escolhas eram feitas de forma aleatória, anestesiada, sem foco; com o óculos, passamos a enxergar melhor os nossos atos, passamos a ter consciência das nossas atitudes e das consequências.

Ao contrário do que é dito, ter conhecimento da suficiência não nos aproxima da escassez. Significa admitir que já temos o que precisamos, e por isso, não necessitamos de mais. Ou seja, estamos falando de abundância.

No meu caso, não havia espaço para mais trabalho, mais estresse, menos tempo. Eu queria justamente o contrário: mais tempo, menos estresse, mais amigos, mais família, mais amor.

Quando recebo as pessoas que eu amo em casa, e faço uma torta, um cookie, um pão; eu recebo em troca, amor. A xícara de café que insiste em não terminar para que o momento não termine.

A vida é feita de diversas camadas de memórias. Vivemos todos os dias criando camadas e mais camadas de memórias. E é por isso que devemos avaliar muito bem antes de tomarmos qualquer decisão que possa afetar a qualidade dessas memórias, porque afinal, serão justamente essas memórias que irão nos acalentar no final da nossa vida.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

A importância de saber o que não quer para a sua vida

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Foto retirada do Pinterest

Essa semana conversei com uma pessoa da qual gosto muito. Ela tem um padrão de vida totalmente diferente do meu, podemos dizer que ela é o que denominamos uma pessoa muito rica (e não uma pessoa que parece rica).

Ela me mostrou a foto de uma casa no interior de São Paulo que está terminando de construir, que se parece muito com a foto acima. Será uma casa para descanso nos fins de semana, e futura residência para aposentadoria.

A casa é linda, enorme, com direito a quadra de tênis particular, praticamente um clube privativo. Algo bem inacessível para a maior parte da população, inclusive para mim. Lembra muito aquelas casas de famosos que são mostradas em revistas de arquitetura e decoração.

Eu realmente estou feliz pela conquista dela, porque sei que para ter o que eles possuem hoje, a família teve que batalhar muito.

À noite, quando estava conversando com meu marido sobre esse assunto, ficamos muito satisfeitos por ela, e ao mesmo tempo, tivemos a certeza de que não gostaríamos de ter algo assim.

E é aí que eu quero introduzir o assunto do post de hoje: a importância de saber o que não queremos.

Olhávamos para a foto da mansão, e depois olhávamos para o nosso apartamento… são realidades muito, muito diferentes. Mas a parte legal é ter a consciência de que não queremos o que ela possui. Achamos legal, achamos bonito, mas não gostaríamos de ter.

Nós não ficamos vislumbrados, porque sabemos que para manter uma casa daquele porte funcionando, é impossível fazer isso sozinho. Ou seja, teríamos que ter uma equipe para manter a casa funcionando minimamente, desde paisagista, algumas diaristas, segurança, etc. Tem gente que não se importa em ter terceiros circulando pela casa, já eu e meu marido, não sentimos confortável.

Um dos lemas do meu marido inclusive, é escolher o tamanho de uma casa que tenhamos condições de cuidar sem precisar terceirizar.

Sim, nós somos o tipo de casal que quando nos hospedamos em um hotel, mantemos a cama arrumada, as toalhas dobradas. Quando nos hospedamos em Airbnb, lavamos a louça, varremos o chão, tiramos o lixo, e entregamos o apartamento ao proprietário da mesma forma que recebemos no primeiro dia da hospedagem (com a cama feita, lixos vazios, sem restos de comida, nem de sujeira).

Então quando olhamos aquelas casas com piscinas enormes, com gramas verdes e corredor de árvores bem podadas, achamos lindo para usufruir nas férias, mas não para ser nosso. Como proprietária, enquanto as pessoas enxergam a água azul da piscina, enxergamos a limpeza periódica da piscina. Enquanto as pessoas olham a grama verde brilhante que se estende ao infinito como um tapete, enxergamos o trabalho que daria pra capinar toda aquela extensão de quintal (ou ter que contratar alguém para fazer isso para nós). Enxergamos os canteiros que precisariam ser aguados diariamente, os muros que precisarão ser pintados, a limpeza periódica da calha, necessidade de podar as árvores e os arbustos, verificar se a diarista está fazendo direitinho o trabalho, etc.

Ufa!

E é por esses motivos que eu abro um sorriso quando eu volto os olhos para o meu apartamento de 60m2, porque sei das vantagens de morar em um apartamento pequeno.

~ Yuka ~

Minimalismo

Os 7 tipos de minimalistas

Ainda, Itens, Coisas, Plantas, Vaso, Ramos, Folhas

Essa semana o YouTube sugeriu um vídeo de um canal que eu ainda não conhecia, do Gabe Butt. O título do vídeo era: “os 6 tipos de minimalistas” (apesar dele ter apresentado somente 5). Cliquei para assistir e achei bem interessante os tipos que ele classificou, então replico aqui:

O minimalista ecológico

São pessoas que decidem pelo minimalismo para ter uma vida mais sustentável, se preocupam com o impacto ao meio-ambiente e ao mundo. Podem decidir por uma vida vegana, não terem carro para não causar poluição. Podem pagar um pouco mais caro por um produto, desde que seja um produto sustentável.

O minimalista nômade

São pessoas que tem sede pela liberdade espacial. Querem liberdade para poder viajar, mochilar, podem viajar morando em uma van. Eles possuem menos coisas, com o objetivo de ter mais liberdade. Não possuem tantos vínculos emocionais que possam prendê-lo em uma determinada cidade. Tudo o que têm é apenas o suficiente. Como sua vida não é cara, não precisam de muito dinheiro para se manter. Essas pessoas costumam não ter empregos fixos, podem ser escritores, YouTubers, freelancers, qualquer trabalho que possa fazer pelo notebook.

O minimalista financeiro/frugal

Buscam a estabilidade e a liberdade financeira. São pessoas que podem não ter um carro, porque sabem que podem prejudicar seu crescimento econômico a longo prazo. Costumam não fazer compras impulsivas, pois tudo é pensado e planejado. Não pensam de forma imediata, pensam no custo-benefício. Ao invés de escolher roupas da moda, podem preferir viajar. Compram itens de qualidade, ao invés de escolher pelo preço, pois pensam na qualidade e durabilidade dos produtos. Não se importam com status, preferem escolher a tranquilidade financeira.

O minimalista de desafios

São pessoas que adoram desafios. Se auto-desafiam constantemente, como reduzir o máximo de itens que possuem. Gostam de jogos como o Desafio dos 30 dias do The Minimalists (que consiste em destralhar 1 item no primeiro dia, 2 itens no segundo dia, 3 itens no terceiro dia e assim consecutivamente). Buscam eficiência, contam a quantidade de itens que possuem, por exemplo, ter 300 itens em casa e nada mais além disso. Para essas pessoas, os auto-desafios trazem emoção à jornada, fazem por pura diversão.

O minimalista gradual

São pessoas que não são radicais, fazem tudo de forma gradual, se livram de algumas coisas, mas de forma calma e consistente. Podem se desfazer de alguns itens em uma semana, depois esquecem sobre o assunto e acabam retomando novamente no próximo mês. Encaram como uma mudança de estilo de vida a longo prazo.

O vídeo do Gabe Butt encerra com estes 5 tipos de minimalistas. Mas fui lendo os comentários e vi algumas definições complementares:

O minimalista prático

Pessoas que aderem ao minimalismo por querer facilitar a vida, tornar a vida mais leve. Buscam a praticidade no dia-a-dia. Podem gostar de móveis de linhas retas, porque são mais fáceis de limpar, podem escolher tecidos de sofá fáceis de serem lavados.

O minimalista estético

Pessoas que gostam da simplicidade estética, das cores monocromáticas, das linhas retas, locais organizados. Tem um senso estético acima do padrão. Podem morar em casas bonitas, de visual limpo, e isso se reflete também na forma de se vestir.

Acredito que ninguém se encaixaria num único estilo, eu mesma sou um mix do Estético + Prático + Desafios + Frugal e Gradual. A intenção aqui não é colocar rótulos ou colocar as pessoas dentro de caixas, mas achei divertido ver essas classificações.

Para quem se interessar, assista o vídeo do Gabe Butt aqui.

~ Yuka ~

Minimalismo

Produtos e serviços para alugar

Bicicleta, Roda, Andar De Bicicleta, Turismo, Lazer

Em 2013, fiz uma viagem para Paris utilizando pela primeira vez o HouseTrip (na época, Airbnb não era tão conhecido).

Eu fiquei encantada com a proposta do site, que era mais ou menos assim: “por que pagar por um quarto de hotel, se você pode ter um apartamento inteiro?” e também “por que você vai ser um turista se pode se sentir como um nativo?”. Achei o slogan maravilhoso e resolvi testar. A experiência foi ótima, que rendeu inclusive um post.

E desde então, comecei a enxergar as inúmeras vantagens de alugar serviços e produtos:

Aluguel de casas para turistar

Pra que ter uma casa na praia ou no campo se tenho à disposição todos os quartos do mundo a um preço extremamente acessível? Por que eu viajaria sempre para a mesma cidade, ficando sempre na mesma casa, se o mundo é tão grande e posso conhecer novas cidades a cada viagem?

Aluguel de casas para morar

Os locais que eu geralmente escolho para morar, são um pouco mais caros, pois possuem localização estratégica. Sei que a as pessoas escolhem um apartamento definindo como sua residência fixa, mas isso significa que se mudar de emprego ou os filhos passarem a frequentar escola longe de casa, ou compra-se um carro, ou paga-se uma perua escolar.

Eu enxergo a minha casa como um facilitador da minha vida. A casa precisa resolver meus problemas, e não criar problemas. Se eu mudar de emprego, provavelmente, mudarei de casa. Se eu escolher uma escola para as minhas filhas que fica muito longe da minha casa, provavelmente, mudarei de casa. Se a minha renda diminuir, provavelmente, mudarei para um apartamento mais barato. Se um vizinho começar a tirar minha paciência, sei que só preciso encerrar o contrato com a imobiliária e entregar as chaves.

Aluguel de carro

Aqui uso dois tipos de serviços para finalidades diferentes. Uber para locais próximos, para o dia-a-dia, e aluguel de carro para viagens de fins de semana.

Há muitas vantagens: não preciso me preocupar com gastos extras, se alguém vai bater no meu carro, se preciso lavar o carro, trocar óleo, IPVA, seguro… mas o que vale mais a pena é não precisar me lembrar onde deixei estacionado o carro. Eu já perdi o carro no estacionamento do shopping… pra achar foi um sufoco. Quando estacionava na rua, eu anotava num pedaço de papel o nome da rua e o número, pra não correr o risco de perdê-lo.

Não ter carro também há as suas desvantagens, principalmente em dias de chuva, onde o preço do Uber sobe e ainda leva tempo pra conseguir localizar um carro disponível. Sempre penso que seria muito mais fácil se tivesse um carro. Mas no geral, no meu caso, ainda acho que não ter carro é mais vantajoso.

Aluguel de livros

Eu adoro bibliotecas, principalmente essas novas que construíram/reformaram em São Paulo (Biblioteca São Paulo, Biblioteca Mário de Andrade, Biblioteca do Parque Villa-Lobos…). Acho um local muito democrático, onde todos têm a sua vez. Quando ainda morava em São Paulo, a Biblioteca São Paulo era uma das bibliotecas que eu sempre frequentava, e era muito legal ver pessoas de todas as classes e idades usufruindo os espaços da biblioteca.

Geralmente essas bibliotecas emprestam livros de forma muito fácil, exigindo só a apresentação de um documento. Não foram as poucas vezes que voltava com a minha bolsa abarrotada de livros infantis.

Aluguel de bicicletas

Para quem usa com frequência, inclusive como um meio de transporte (como meu marido), ter a sua própria bicicleta é muito melhor. Mas eu, que uso de forma esporádica, alugar é mais vantajoso, principalmente porque ter uma bicicleta exige manutenção. Alguém terá que limpar, encher o pneu, lubrificar a corrente… e eu tenho preguiça, né?

Aluguel de mala de viagem

Eu tenho 3 malas de viagens encaixáveis (sempre associo com Matrioska, a boneca russa), que comprei há muitos anos. Além de ocupar espaço da minha casa, uso poucos dias por ano.

Por isso, eu decidi que no momento em que essas minhas malas ficarem bem velhas e destruídas, eu não comprarei mais. Vou simplesmente alugá-las.

Aluguel de roupas de festa

Durante muito tempo, eu guardava roupas de festa, mas depois comecei a perceber que não fazia o menor sentido. É o mesmo caso das malas. Usa-se pouquíssimas vezes, além disso, mulher tem aquela coisa de não querer ficar repetindo a roupa, e com roupa de festa é pior ainda. Dependendo do vestido, não dá nem pra arriscar em lavar em casa, precisando levar para a lavanderia.

Por exemplo, agora que estou cumprindo a quarentena à risca, certeza que se eu tivesse um vestido de festa, esse vestido estaria apertado no meu corpo. Sendo assim, é muito melhor alugar.

Aluguel de equipamentos para limpar sofá

Mês passado, tirei alguns dias de férias e resolvi alugar a extratora para limpar sofá. Faço isso todos os anos para não acumular sujeira.

Como o aluguel é cobrado por diária, eu limpo o sofá, e aproveito para limpar todos os colchões e os estofados. É ótimo.

Aluguel de equipamentos para camping

Depois que minhas filhas nasceram, eu nunca mais fui acampar, mas é algo que gostaria de fazer quando todo esse pesadelo do coronavírus passar. Não pretendo comprar, e sim, alugar os equipamentos, ou até mesmo, escolher locais onde já possuem barracas montadas. Assim, não preciso me preocupar com nada.

Aluguel de equipamentos para ginástica

Quando começou a pandemia, eu pensei seriamente em alugar uma bicicleta ergométrica. Acabou não dando certo, simplesmente, porque estavam todas esgotadas.

Eu cheguei a mandar um e-mail para duas academias que ficavam bem próximas do meu prédio, perguntando se eles não alugariam para mim, mas a resposta foi negativa.

Acho isso muito legal, de poder alugar as coisas para testar. Eu mesma, já tive uma bicicleta ergométrica há uns 10 anos, e virou cabide. Por isso prefiro alugar do que comprar.

Aluguel de itens de decoração para festas

Há alguns meses, uma amiga mostrou uma foto de uma festa que fez para a filha. A decoração era bem fofinha, muito parecida com as que eu faço aqui em casa. Quando perguntei se ela mesma tinha feito, ela falou que não, que tinha alugado tudo. Achei legal, porque até então eu não sabia que tinha aluguel de itens de decoração para festas pequenas.

Aluguel de ferramentas como furadeira

No meu caso o aluguel não compensaria, porque eu tenho e uso muito. Enquanto muitas mulheres tem maleta de maquiagem, eu tenho maleta de ferramentas hahaha.

Mas acho interessante usar serviços de aluguel para quem usa esporadicamente (ou até mesmo pedir emprestado para um amigo ou vizinho), ao invés de ficar guardando algo que não se usa muito.

Aluguel de salas de escritório por hora

Esse também eu alugaria fácil. Na falta de um lugar para se concentrar, hoje em dia, há diversos espaços para coworking com serviços acoplados como impressora, café, lounge, espaço de convivência.

Todos os itens citados acima servem para mostrar que muitas vezes, não precisamos necessariamente comprar para termos em casa. Podemos alugar no momento do uso. Isso elimina desperdício, espaço de armazenamento e dinheiro, já que você não estocará algo para ser usado algum dia, e esse dia nunca chegar.

Por isso o meu primeiro impulso é sempre tentar alugar (ao invés de comprar) algo que eu usaria apenas alguns dias ou horas por ano.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Cultive pequenas felicidades

Gotas De Chuva, Folha, Joaninha, Gotas De Água, Orvalho

Acostumamos a acreditar que felicidade são grandes conquistas e até mesmo, o destino final.

Uma viagem internacional. O dia do casamento. O nascimento de um filho. A compra da casa própria. Entrar na faculdade. Ser promovido no emprego.

Ser rico.

Ser feliz.

Concordo que ocasiões especiais nos remetem à felicidade.

Mas quando nomeamos a felicidade como algo exclusivo de eventos grandes e memoráveis, limitamos a felicidade que podemos sentir ao longo da vida.

As conquistas grandes são importantes, mas aprender a valorizar a simplicidade, a cultivar momentos especiais, a colecionar pequenas felicidades são igualmente importantes.

De 2000 a 2003, eu fiz faculdade em uma cidade do interior de São Paulo e obviamente na república que morava não tinha uma máquina de lavar roupa. Eu lembro das centenas de vezes que esfreguei roupa no tanque, e as pendurei no varal do quintal. Mas há algo que não esqueço até hoje. Eu conseguia sentir felicidade no momento que recolhia as roupas. Ver a roupa seca depois de somente algumas horas penduradas no varal, a brisa fazendo as roupas secas roçarem meu rosto, as roupas quentes com o calor do sol. Essa sensação durava somente alguns segundos, mas era algo genuíno, uma felicidade simples.

Essas pequenas chamas de felicidade acendem inúmeras vezes ao longo do meu dia, como por exemplo, quando deixo descansando a massa de pão e quando volto vejo que dobrou de tamanho, fico encantada com o poder da fermentação.

Ou até mesmo nessa semana em que estou trocando o rejunte da minha casa (ô trabalho duro esse viu). Olhar as partes de rejunte trocados por mim, traz novamente essa felicidade instantânea, e um orgulho de mim mesma.

Eu não sei se acontece na casa de vocês, mas em todas as casas que morei, eu sempre recebi a visita ilustre das joaninhas. E resolvi comentar com as minhas filhas que quando uma joaninha visita a casa de alguém, ela traz felicidade. Não deu outra, toda vez que entra uma joaninha em casa, nós fazemos festa. Paramos tudo o que estamos fazendo para ver a “Joana”. Pegamos um copo, transferimos cuidadosamente. Olhamos por alguns minutos, e depois soltamos na varanda.

Quando meu marido traz picolé pra gente comer, nos sentamos na varanda enquanto conversamos e aproveitamos a paisagem. Eu tenho tanta certeza da saudade que vou sentir desse momento em que estamos sentados nós 4 espremidos em uma varanda pequena, tomando sorvete, que eu só fico apreciando toda cena em silêncio.

Eu poderia ficar aqui listando inúmeras situações que remetem pequenas felicidades, mas o que eu quero dizer é como a felicidade pode ser simples.

A minha felicidade tem tido essa cara, criar pequenas tradições, apreciar o crescimento das plantas, das minhas filhas, valorizar as coisas que me rodeia.

Claro que novidades são importantes também, mas em momentos de pandemia, há igualmente outras coisas que podemos fazer para continuar colecionando felicidades, justamente para podermos seguir em frente.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

O método japonês para economizar no supermercado

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Foto: https://mai-happy.com/15/

Eu sempre gostei do assunto economia doméstica e finanças pessoais, e durante muitos anos, esse assunto nunca foi a bola da vez aqui no Brasil.

Quando viajei para o Japão em 2008, fiz questão de passar em um sebo e fiz a festa lá. Comprei tantos livros sobre esse assunto, que resolvi despachar caixas e mais caixas para o Brasil, pois não cabia na minha mala. Felizmente, hoje, há diversos canais no YouTube que me permite consumir esse tipo de conteúdo.

Um dos temas frequentes de alguns canais japoneses que acompanho é a economia na alimentação. E eu até entendo, porque quando todos os seus gastos já estão controlados, a alimentação e os gastos gerais são basicamente as únicas categorias que conseguimos fazer revisão.

Apesar de conhecer esse método há mais de 2 décadas, confesso que eu não nunca dei muito crédito, achava simplista demais, ficava pensando que não faria tanta diferença dos métodos que eu usava.

Antes de compartilhar o método, compartilho o que eu fiz, ao longo destes anos:

Método 1: Comparar preços

Comecei anotando os preços dos produtos. Passava em 2 a 3 supermercados. Não deu muito certo. Tudo bem que eu economizava nos produtos, mas além de ficar cansada, em todos os supermercados encontrava algo com preço bom, e acabava comprando produtos que não estava precisando, só porque estava num preço imperdível.

Método 2: Comprar produtos na promoção e estocar

Depois comecei a ir no supermercado para comprar o que considerava barato, legumes e verduras da estação, além de produtos não perecíveis. Até certo ponto funcionava, mas também me limitava, já que não conseguia elaborar cardápios que queria preparar durante a semana, ocupava espaço da casa e o dinheiro ficava parado em formato de estoque.

Método 3: Fazer compra mensal

Também fiz muitas compras mensais, mas também não deu muito certo, já que a geladeira ficava muito cheia no início do mês, e vazia no final do mês. Não me agradou nem um pouco.

Fora o sufoco para trazer tudo de uma vez né? Não se esqueçam que não tenho carro, então todos os meus movimentos precisam ser calculados.

Método 4: Comprar em supermercados atacadistas

Passei a frequentar supermercados atacadistas. No início foi euforia total, os preços eram muito bons. Mas acontecia a mesma coisa, comprava muita coisa que não precisava, ao invés de comprar algo em pequena quantidade como sempre fazia.

Passei a comprar peças inteiras de carne por ser um supermercado atacadista, ao invés de uma bandeja como costumava fazer. Tudo bem que o quilo estava mais barato, mas acabava consumindo muito mais. E esse padrão foi se repetindo. Ao invés da batata palha do pacote pequeno, passei a comprar o pacotão grande, mas acabava consumindo mais e mais rápido. Comprava sucos naturais para o mês inteiro, mas em menos de 15 dias, já tinha consumido o que costumávamos consumir no mês inteiro.

Outra coisa que não era agradável era o peso de ter que carregar tudo. Eu pedia para o marido ficar em casa para cuidar das crianças para que eu pudesse ir no atacadista. Mas tudo era muito pesado, desde o carrinho para circular dentro do mercado, empacotar tudo, colocar as sacolas no Uber, descarregar no prédio, depois era o trabalho de carregar tudo até o elevador, para finalmente descarregar pra dentro de casa. O que era para ser uma atividade prazerosa, virou uma tarefa hercúlea.

Insatisfeita com os métodos, passei a vasculhar conteúdos deste tipo no Japão. Gente, se tem um país que gosta de economizar, esse país é o Japão, é surpreendente como tem conteúdo sobre esse assunto.

Método 5: O que os japoneses fazem

E eis que lembrei desse método clássico.

Claro que aqui, estou falando de uma maneira geral. Não são todos os japoneses que são econômicos, que vivem com pouco, ou que não possuem estoques. Da mesma forma que no Brasil, há pessoas que economizam e que não economizam, lá também é igual.

Eu acabo seguindo alguns canais de Youtube de pessoas que são minimalistas, que vivem com pouco e que não fazem estoques, então vou compartilhar esse pequeno universo:

1.) Definir o valor máximo que poderá ser gasto no mês.

No Brasil, quando fazemos um orçamento mensal:

  • primeiro precisamos saber o que receberemos no mês: salário, renda extra, etc.
  • estabelecer os gastos mensais
  • poupar o que sobra

No Japão:

  • estabelecer quanto vai poupar no mês
  • se virar com o que sobra

Essa é a enorme diferença que nos separa. Eles estipulam PRIMEIRO o valor que será poupado. E se viram com o valor que sobra, colocando um teto de gastos para cada categoria (alimentação, celular, habitação etc).

Como vamos falar de alimentação, vamos nos concentrar nesta categoria.

Utilizaremos um exemplo hipotético de R$1.000 mensais para gastar em alimentação, mas você pode usar qualquer valor que condiz com a sua própria realidade.

2.) Dividir o valor a ser gasto no mês em envelopes.

Sabendo que podem gastar até R$1.000 por mês, eles separam esse valor em envelopes que simulam semanas.

Se temos 4 semanas no mês, serão 4 envelopes com R$250,00 cada.

Se temos 5 semanas no mês, serão 5 envelopes com R$200,00 cada.

Em cada envelope, há a anotação de qual é a semana, e a data de inicio e fim – dessa semana. A data de início pode ser considerada a data que recebeu seu salário. Por exemplo:

  • Envelope 1: R$250,00 – 04 a 10 de fevereiro
  • Envelope 2: R$250,00 – 11 a 17 de fevereiro
  • Envelope 3: R$250,00 – 18 a 24 de fevereiro
  • Envelope 4: R$250,00 – 25 de fevereiro a 03 de março

Toda vez que for no supermercado, padaria, feira, hortifruti, é necessário ir descontando o valor para saber quanto ainda tem de dinheiro que pode ser usado na semana. Pode anotar no próprio envelope:

2.) Elaborar o cardápio da semana e fazer a lista de acordo com o cardápio semanal

Antes de usar o dinheiro que está dentro do envelope, é necessário elaborar o cardápio da semana.

E esse é um ponto positivo, fazer o cardápio semanal ANTES de ir no supermercado, VERIFICANDO o que já tem na geladeira. Nada muito rebuscado, algo simples está bom.

Se você já está fazendo há algum tempo como eu, nesse dia, a geladeira deverá estar vazia, ou quase vazia.

Então no momento de elaborar o cardápio, basicamente vou até a geladeira e a despensa e vejo o que sobrou da semana anterior, porque a intenção é usar nesta semana que vai começar.

Esse é outro ponto positivo desse método. Ter a geladeira vazia ou quase vazia, elimina a possibilidade dos alimentos estragarem. Lá pelo quinto, sexto dia, é muito perceptível que a geladeira vai ficando vazia. Dependendo da semana, bate até uma certa preocupação rsrs… E aí que entra a criatividade, porque acabamos nos virando com o que temos na geladeira e na despensa. Veja que não é passar fome, ou não ter o que comer. É usar as coisas que estão adormecidas no freezer e na despensa, ou porque não queríamos comer, ou porque estávamos com preguiça de descongelar.

Pois é, ao não fazer estoque, consumimos todos os produtos disponíveis em casa, evitando desperdícios. Aliás, zero desperdício.

Depois de pensar no cardápio, elaborar a lista do supermercado de acordo com o cardápio. Além disso, aproveite para verificar se precisa repor os mantimentos básicos como arroz, farinha, açúcar, sal, temperos. Já teve um dia que enquanto estava preparando um bolo, percebi que quase faltou farinha. A sorte é que deu certo raspando o tacho, mas eu tinha esquecido completamente de olhar esses mantimentos básicos.

Olhe também outros produtos que são vendidos no supermercado como detergente, sabão em pó, água sanitária, sabonete, shampoo, etc.

Você pode ir no supermercado quantas vezes quiser durante a semana, desde que fique dentro do orçamento semanal.

3.) Não frequentar diversos supermercados

No momento da compra, calculadora na mão. Aí vale a substituição de ingredientes para entrar no orçamento. Por exemplo, se pretende fazer uma lasanha à bolonhesa, e viu que o frango está mais barato, pode fazer uma lasanha com frango desfiado. Se ia comprar mamão, mas viu que o abacate está na promoção, leva o abacate.

No primeiro momento, sei que soa estranho não precisar pesquisar preços nos outros mercados, principalmente quando você está habituada a fazer comparações e sabe que aquele produto que você quer levar está mais barato no outro supermercado.

Mas eu finalmente entendi por que esse método funciona.

Primeiro, porque ao parar de frequentar diversos supermercados, você para de procurar promoções e passa a focar na sua lista de compras. As promoções não interessam mais, o que interessa é o que consta na sua lista.

E segundo, como não precisa passar em outros mercados, dá pra fazer tudo com calma e raciocinar no mercado. Isso mesmo, raciocinar. Não dá pra sair colocando tudo no carrinho, de forma automática e anestesiada (como eu fazia, e toda vez levava um susto na hora de pagar). É necessário pensar. Como disse lá em cima, com a calculadora na mão, some e verifique se ajusta no orçamento da semana. Sobrou dinheiro? Ótimo, vá fazer o pagamento. Faltou dinheiro? É só substituir alguns produtos. Ao invés de comprar algo de uma marca conhecida, pode substituir por outra mais barata. Entenderam a diferença? As promoções não interessam mais, o que interessa são os ajustes. Só isso.

Eu parei de frequentar outros supermercados, parei de ir em supermercado atacadista e parei de comparar preço, parei de olhar panfletos de supermercados, mesmo tendo a consciência de que pago mais caro em alguns produtos.

Tudo isso faria a conta aumentar, certo? Mas não. Pasmem, o valor que eu gasto mensalmente reduziu.

4.) Não fazer estoque

Essa é a parte que eu mais estranhei no início. Comprar 1 detergente. Comprar 1 shampoo. Comprar 1 azeite. Comprar 1 pacote de café. E percebi as vantagens de não ter estoque. A gente compra achando que está se dando bem, por conta daquela promoção.

Eu pensava assim também. Ia no supermercado atacadista e comprava muitas coisas, porque estava barato. Ao começar a frequentar apenas um único supermercado, passei a acompanhar de perto as variações de preço, e não é que aquele produto que eu comprava achando que estava barato também abaixava o preço nesse supermercado?

E quando chega o sexto dia, começa tudo de novo: pega o envelope novo, faz o cardápio da semana olhando primeiro o que sobrou na geladeira, freezer e na despensa (ver também mantimentos básicos, produtos de higiene e limpeza), ir no supermercado com calculadora na mão e fazer os ajustes no cardápio lá dentro do supermercado.

Listando as vantagens desse método, e as minhas considerações:

  • a principal vantagem é que toda semana tem um “início”. É fácil segurar as pontas por 1 dia, quando sabemos que amanhã podemos abrir o novo envelope.
  • por estar separado por semana, é muito fácil fazer o controle. Se geralmente no final do mês, já estamos sem dinheiro, nesse método, toda semana estamos com dinheiro. Não faz diferença se é a primeira semana ou se estamos na última semana, toda semana é igual. É reconfortante chegar na última semana do mês, e perceber que não faz a mínima diferença ser primeira ou última semana, já que o orçamento semanal é sempre o mesmo.
  • evita desperdício de comida. De verdade. No sexto dia, enxergo minha geladeira como a cartola do mágico onde saem coelhos. Sempre dá pra preparar uma boa refeição.
  • as crianças começaram a comer melhor: minha filha é maluca por tomate. Recusa sorvete, bala, chocolate se tiver tomate à disposição. Antes, quando acabava um produto, era só ir no supermercado e repor. Então as crianças acabavam ficando mal acostumadas, já que sempre estavam à disposição o que elas mais gostavam. Com esse método, se acabar algo, acabou. Por exemplo, se antes elas ficavam com frescura de comer algumas frutas, porque sempre tinha à disposição as frutas que elas mais gostavam, agora a situação mudou. Se elas querem maçã, mas não tem mais, ou aprende a comer a goiaba ou fica sem fruta. E vejam só como é maravilhoso, sem opção, elas passaram a comer as coisas que tinham em casa, mesmo não sendo necessariamente o que elas queriam comer. Não há mais fruta que amadureceu demais na fruteira, porque enquanto não terminar todas as frutas da casa, eu não vou no supermercado. Não há mais verduras esquecidas no fundo da geladeira, nem no freezer.
  • facilidade para limpar o freezer, geladeira, despensa. É difícil limpar uma despensa cheia, mas é muito fácil limpar uma despensa vazia, uma geladeira vazia.
  • a cada semana que passa, vai ficando mais fácil. No início pode bater uma certa preguiça, mas pra minha família esse método funcionou tão bem que só tecemos elogios, com um leve arrependimento: por que não começamos antes?

Eu praticamente não uso dinheiro, só cartão. Então ao invés de criar envelopes com dinheiro, tenho um caderno onde anoto o valor que tenho disponível para gastar e vou subtraindo conforme acontecem os gastos, para saber quanto eu ainda tenho disponível na semana.

Desconsiderando um mês que eu extrapolei loucamente no orçamento do supermercado por conta da ansiedade que a pandemia me causou, eu sempre tive um gasto contínuo na alimentação.

Como queria mensurar quanto estava conseguindo economizar, eu peguei os gastos de alimentação dos últimos 24 meses, e fiz uma média mensal para ter uma noção mais real, já que há oscilações de mês em mês.

Depois que passei a usar esse método que aprendi nos blogs e canais japoneses, a economia foi de 35%.

Foi o melhor método para mim até hoje. Foi muito fácil de seguir (acho que é até por isso que não dava tanta bola no início), e se engana quem acha que passamos a comer pior. Aconteceu justamente o contrário. A qualidade das refeições melhoraram.

Não é tudo o que uma pessoa mais gostaria? Comer melhor e ainda reduzir custos?

Quem puder fazer e testar, recomendo!

~ Yuka ~

Minimalismo · Organização

Casa sem estoque

Minimarisuto | Minimalism Amino
Photo by: REUTERS/Thomas Peter

Até antes da pandemia, eu costumava ter alguns estoques em casa.

Ter estoque, era o meu conforto de saber que nunca precisaria sair correndo para o supermercado em busca de um ingrediente, bem no meio da preparação de uma refeição. Eu sempre tive o comodismo e a tranquilidade de saber que meu estoque estava lá, pronto para atender as minhas necessidades.

O meu estoque nunca foi grande. Basicamente, é 1 produto a mais. Se tenho pó de café em uso, tenho sempre 1 pacote novo na despensa. Se tenho um pacote de açúcar em uso, tenho outro novo na despensa.

Esse mesmo raciocínio estendia também às outras áreas da minha casa: produtos de limpeza, produtos de higiene, não vamos esquecer do freezer.

Durante a pandemia, percebi que muitos dos estoques que eu havia feito, não puderam ser utilizados. São eles:

  • repelente: eu engravidei da minha filha caçula no período da zika vírus. Comprei aqueles repelentes que eram mais caros, eficientes para dengue e zika vírus. E desde então, usamos e repomos diversas vezes, até a última compra. Comprei 3, usei somente 1. Dois irão para o lixo em breve, pois está para vencer.
  • protetor de assento sanitário: eu evito levar minhas filhas no banheiro público, mas algumas vezes é inevitável. Por isso, sempre carrego protetores de assento sanitário na minha bolsa. Eu importei da China, então não comprei 10 unidades… eu comprei 100 unidades… Estão intocadas dentro do guarda-roupa, já que não estamos saindo de casa.
  • capa de chuva: quando finalmente encontrei capas de chuva para as minhas filhas, comprei mais um para fazer estoque. Eis que a pandemia começou, paramos de sair de casa, e minhas filhas cresceram. Duas capas que provavelmente não serão utilizadas, pois elas cresceram bastante.
  • protetor solar: é o mesmíssimo caso que o repelente. Eu tinha 1 em uso e 1 pote novo. Logo logo, os dois vão perder validade.
  • maquiagens: eu uso uma base para o rosto de uma marca coreana, que para a minha pele fica muito boa. Por ser importada, não é um produto muito barato. Na época, comprei 2, porque o preço estava bom, mas como agora uso máscara de proteção na hora de sair, deixei de passar essa base para não manchar a máscara. Ou seja, tenho 1 que mal usei, e tenho 1 que ainda está na caixa, intocado. De novo.
  • produtos de higiene: eu tenho guardado algumas escovas de dente infantil, de uma marca que apesar de ser bastante conhecida, não gosto muito. Ela é dura e tem poucas cerdas. Pior, eu ainda tenho mais um kit com 2 dessa escova de dente…
  • despensa: com a minha reeducação alimentar, acabei reduzindo a quantidade de farinha e açúcar que consumia no mês. Ainda uso para fazer pães, cookies e bolos, mas não na mesma velocidade que consumia antes. Para conseguir terminar de usar todo o estoque de farinha que eu tinha em casa, levou uns meses.
  • roupas das crianças: quando eu encontrava algo com preço bom, costumava comprar roupas de numeração maior para garantir a promoção. Mas fui percebendo que quando chegava o momento de usar, elas sempre ganhavam roupas. Ou seja, não precisaria ter comprado aquela roupa.
  • supermercado atacadista: juntando tudo isso, também tive a experiência de começar a frequentar um supermercado atacadista. Passei a comprar coisas que geralmente não comprava e isso elevou o meu custo de alimentação.

Meu marido fala que a maioria desses estoques não foram usados por causa da pandemia, que alterou a nossa rotina.

Concordo. Mas também acredito que a pandemia só mostrou o que já existia dentro de cada um de nós. Se o casamento não estava legal, piorou com a pandemia. Se a pessoa não estava bem emocionalmente, piorou com a pandemia. Se a pessoa não tinha controle financeiro, piorou na pandemia.

A pandemia me mostrou que planejar tudo e comprar com antecedência, nem sempre é bom.

Já faz alguns meses que passei a questionar se realmente era necessário ter estoque. E se eu fizesse um bom planejamento do cardápio semanal, será que não bastaria? Não seria melhor ter um freezer vazio ao invés de ter um freezer cheio?

Comprar apenas 1 unidade, ao invés de aproveitar as promoções, mesmo que no final, acabe pagando um pouco mais caro pelo valor unitário? Pelo menos não teria desperdício, produtos fora de validade, ou que demora pra ser consumido, nem ocupar o tão precioso espaço da minha casa.

Eu ainda tenho alguns estoques que estão sendo consumidos ao longo do mês, mas muitos dos meus estoques já foram embora e uma sensação boa vem crescendo à medida que os estoques diminuem.

Eu achava que seria tenso viver em uma casa sem estoques. Mas estou aprendendo que não só dá pra viver bem, como é muito bom poder abrir gavetas, armários e ver espaços vazios. Afinal, é muito mais fácil limpar gavetas, armários e até geladeira quando estes estão vazios.

Eu descobri que prefiro viver em uma casa sem estoque.

No próximo post, vou mostrar o método que os japoneses utilizam para economizar no supermercado (eles não fazem estoque!), e já aviso de antemão que tenho testado e deu muito certo.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Lar é onde seu coração está

Menina, Cabelo, Viagens, Visita De Cidade, Amsterdam

Uma pessoa comentou que durante muito tempo, buscou incessantemente a felicidade.

Essa busca era motivada para preencher o buraco que ela sentia.

Primeiro, achou que era porque não tinha um imóvel próprio. Conseguiu comprar um imóvel e reformou de acordo com o seu gosto.

Mas ainda faltava algo.

Depois achou que era porque não tinha um filho. E nasceu um filho lindo. Mas ainda faltava algo.

Não sabendo como preencher esse vazio, comprou roupas, conheceu várias pessoas, fez diversas viagens, se deparou novamente com catálogos de imóvel e quis acreditar que se tivesse um apartamento com varanda gourmet, a felicidade finalmente bateria na sua porta. Ela chegou a financiar a compra desse imóvel, até que a ficha caiu.

Foi nesse momento que eu recebi a ligação dela. Ela começou a me explicar que finalmente tinha compreendido porque eu, apesar de morar em um apartamento alugado, não ter carro, andar com as roupas de sempre, meus amigos de sempre, com minhas filhas usando roupas de segunda mão e frequentando escolas municipais do bairro, parecia feliz e satisfeita.

Na época, ela comentou que era porque eu tinha um amor verdadeiro para compartilhar. E por ter esse amor correspondido, poderia ser feliz até embaixo da ponte com o meu marido.

Tenho que concordar que ter alguém para compartilhar a vida, que nos respeita e que nos ama, torna a jornada da vida mais leve e divertida.

Mas há um outro porém que eu acabei não compartilhando com ela.

Eu sempre tive a certeza de que minha felicidade não poderia ser terceirizada nem por pessoas, nem por coisas.

Quando eu era solteira e vivia sozinha no meu apartamento, eu era feliz.

Quando eu estava recém-divorciada, e vivia um dos momentos desafiadores da minha vida, eu também sabia que no momento oportuno, eu juntaria os cacos, voltaria a sorrir e ser feliz novamente.

Meu marido já até comentou de como ele tem certeza de que eu seria uma pessoa igualmente feliz, mesmo se a gente não tivesse se esbarrado nesta vida.

Enquanto pessoas sonham em encontrar a “metade da laranja”, sempre questionei que raio era essa metade, já que nunca me considerei metade de nada.

Eu queria encontrar sim alguém, mas alguém por inteiro, porque eu sou uma pessoa por inteiro.

A verdade é que para ser feliz, não precisamos de pessoas perfeitas do nosso lado, não precisamos de empregos perfeitos, apartamentos lindos, carros novos, smartphones do ano, bancadas de mármore.

Ou seja, a minha felicidade nunca esteve condicionada ao meu casamento, nem por posses materiais. Minha felicidade não depende se estou amando alguém, se tenho ou não tenho filhos, se tenho posses materiais ou não.

O que precisamos não está do lado de fora. Está do lado de dentro.

Eu carrego o meu lar dentro de mim, porque sei que o que é mais importante, está sempre dentro de mim.

E esse é um dos motivos de conseguir levar uma vida sem posses. Compreendo que algumas pessoas sentem a necessidade de ter uma casa para fincar raízes, um local para alimentar e fermentar as suas memórias.

Já eu, prefiro a liberdade de poder me locomover. Sei que minhas filhas terão boas lembranças dos nossos momentos, e não da casa. Elas saberão reconhecer o cheiro do nosso lar em qualquer lugar que estivermos, toda vez que cookies deliciosos estiverem saindo do forno. Não importa se essa casa é alugada ou se é própria, se é a casa onde elas deram os primeiros passos ou qualquer outra casa.

Afinal, lar, é onde está o meu coração.

~ Yuka ~

Minimalismo

De quantos sapatos eu preciso – post 4

Em 2013, eu tinha 17 sapatos.

Em 2016, eu tinha 10 sapatos.

Eu 2018, eu tinha 6 sapatos.

O legal do minimalismo é que o auto-conhecimento aliado ao tempo, traz sabedoria para usar o dinheiro de forma inteligente. Não é uma questão de números, e sim, de quantos sapatos eu considero suficiente para o meu estilo de vida.

Atualmente, tenho 5 calçados que me atendem perfeitamente. Por ter poucas quantidades, o uso é bem intenso, nenhum fica muito tempo adormecido na sapateira, o que é ótimo.

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Já usei muito salto alto, mas estou num momento da minha vida que curto mais sapatilhas e sapatos confortáveis, já que não consigo correr atrás de 2 crianças de salto alto.

Esses 5 calçados só são substituídos (por outros calçados bem parecidos) quando ficam gastos. Então quando o tênis que estou usando ficar velhinho, vou lá e compro um outro par de tênis pra mim. A bota de cano curto é a mesma coisa, acho que já é o terceiro ano que compro exatamente o mesmo modelo, da mesma forma que as sapatilhas também já viraram uma compra recorrente.

E pensar que já tive mais de 50, 60 pares de sapatos…

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo · Organização

Pergunte antes de comprar

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Nos acostumamos a comprar sem avaliar.

A colocar a mão no bolso de forma automática.

A pegar o cartão de crédito e comprar qualquer coisa sem pensar.

Desprezamos valores pequenos, ah são só 10 reais, são só 20 reais, mas não dar importância para valores pequenos, significa não dar importância também para valores altos, já que o cerne da questão é que não damos importância para o tempo que gastamos para ter aquele dinheiro.

Não questionamos se o que estamos prestes a comprar, é algo que estamos precisando, ou se é algo que fomos induzidos a acreditar que é essencial.

Será mesmo tão necessário? Qual é o motivo da compra?

Recebemos tantos estímulos a todo momento que não consumir e não comprar, se tornou o novo anormal.

Rever o consumo significa usar o dinheiro de forma consciente. E com o despertar da consciência, vai perceber que muitas das coisas que compramos, tem a ver com impressionar pessoas, tem a ver com preencher um vazio. Aliás, muitas coisas que temos em casa são desnecessárias, resultado do nosso consumo exagerado.

Aquela blusa preta que está na vitrine. Não teria algo similar no seu guarda-roupa?

Aquele sapato. Quantos sapatos você já tem na sua sapateira? Não seria melhor terminar de usar alguns para depois comprar mais um?

O celular recém-lançado. Não seria mais oportuno aguardar mais um pouco, já que o seu celular ainda funciona bem?

Tem também os objetos de decoração… pense bem, daqui a algumas semanas estará tirando poeira de cima dele.

Tem também a impressora. Quantas páginas você imprime por ano? Se imprime apenas algumas folhas, talvez seja mais inteligente ir numa gráfica quando for necessário.

E os produtos de beleza? Que promete acabar com a flacidez da pele, elevar a autoestima. Será que vai mesmo?

Com tantas coisas abarrotadas, vivemos imersos em uma casa recheada de eletroportáteis sem uso, um guarda-roupa com roupas amassadas, estantes com centenas de livros que nunca mais serão folheados, armários lotados com objetos sem valor.

A casa vai ficando cada vez mais cheia, e a vida cada vez mais vazia.

Imagine quantos sonhos poderíamos realizar com todo o dinheiro que já desperdiçamos?

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Procurando o essencial

Farol, Remoto, Reino Unido, Pôr Do Sol, Rochas, Rochoso

Abro o primeiro post do ano de 2021 com a pergunta que sempre nos intriga: “O que é essencial?”

Nessa rotina maluca que vivemos, está cada vez mais difícil identificar o essencial. Mais difícil ainda, porque o essencial é único para cada pessoa. Não dá para copiar a receita do colega do lado, afinal, o que é essencial para mim, não é essencial para você.

Descobrir o essencial é ir em busca da própria essência e descobrir o valor que damos a ele. É basicamente, focar naquilo que traz felicidade. É tentar colecionar coisas e experiências das quais gostamos, mesmo que o mundo inteiro diga que é cafona.

Já comentei num post que gosto de música clássica. Pois bem, também gosto do Andrea Bocelli. Eu e toda terceira idade. Já fui num show dele, paguei ingresso que foi muito caro na área VIP, sentei na primeira fileira, bem de frente pra ele e chorei emocionada quando ele começou a cantar. Minhas amigas acham engraçado eu gostar dele, não estou nem aí. Num outro show (desta vez gratuito) que ele deu, eu tentei invadir o camarote, claro que não consegui, mas rendeu boas risadas quando minhas amigas souberam o que eu tinha tentado fazer.

Essencial é isso, você estar confortável e feliz, mesmo com o julgamento alheio.

Quando fiz meu pequeno casamento com 35 convidados, recebi crítica de familiares e de colegas que não foram convidados. Mas o que as pessoas não entenderam é que todo mundo que era importante estava nesse dia comigo. Foi um dos dias mais marcantes da minha vida, vê-los todos juntos com um único propósito: celebrar a minha felicidade.

E esse padrão foi se repetindo. Quando fui me tornando minimalista (e minha casa começou a ficar vazia para os padrões normais, mas eu estava muito feliz com isso), quando descobri sobre FIRE (e as pessoas começaram a falar que era loucura), ou quando decidi que minhas filhas estudariam em uma escola pública (e aí mais julgamentos, mas de novo, estava tudo bem).

O essencial é muito particular. Vocês sabem que eu sinto um certo orgulho quando sou chamada de muquirana. Eu realmente economizo onde posso, principalmente em coisas que eu não enxergo valor, mas não me importo em gastar nas coisas que julgo ser importante, como quando descobri sobre a gagueira da minha filha. Em nenhum momento tive receio de procurar uma das melhores clínicas de fonoaudiologia de São Paulo. Comer fora todos os dias com meus colegas de trabalho, nunca foi essencial para mim. Mas iniciar o tratamento da minha filha sim, era essencial.

Vejam só: não gastar dinheiro à toa em coisas que não são essenciais, permite que eu sempre tenha dinheiro disponível para os gastos essenciais.

Outro exercício que costumo fazer para identificar o que é essencial, é comparar uma coisa com a outra.

Por exemplo, o que é mais importante: fazer o jantar para a família ou fazer hora extra no trabalho? Para mim, é preparar o jantar. Talvez para alguém que está com as contas a pagar atrasadas, a hora extra seja mais importante. O que é mais importante: comprar alguns sapatos novos ou separar uma parte do dinheiro para investir? Sair com os colegas do trabalho para um happy hour ou se encontrar com aquela sua super amiga que não vê há muito tempo?

E assim, pergunta após pergunta, a gente vai aprendendo a fazer escolhas mais sábias. A cada escolha consciente, nos aproximamos do eu interior, do que é mais importante.

Já em relação a objetos, eu penso assim: houve um motivo importante para ele ter entrado na sua casa, certo? Pode até ser que esse motivo já não seja tão importante, ou até mesmo ele nunca ter desempenhado um papel relevante na sua vida. Vou dar exemplos para facilitar o entendimento do que estou tentando explicar.

As pessoas compram objetos, roupas, itens de decoração pensando em um objetivo. Supondo que seja uma blusa. No momento da compra, eu experimentei a roupa, achei bonita e quis comprar, porque eu imaginei que iria me sentir bonita naquela blusa. Pois bem. Só que por algum motivo aquela blusa fica lá, no canto do guarda-roupa escondida, meio amassada. Aí eu faço a seguinte pergunta: Ela está desempenhando o papel dela? Não. Não está. Então eu descarto.

Às vezes, a gente tem uma blusinha velha em casa, aquela bem surrada, com tecido até molenga de tanto que já foi usada. Essa blusa serve pra quê na minha vida? Para me deixar à vontade em casa, é confortável, uso com frequência, etc. Ela está desempenhando o papel dela? Sim, está. Com esse exemplo, dá pra entender por qual motivo eu descartaria uma blusa nova e por que permaneceria com a blusa mais velhinha. Não é questão de preço. É questão de valor.

Quando eu faço essa mesma pergunta em relação à compra de uma joia, as coisas começam a ficar ainda mais claras. Qual é o objetivo de ter uma joia? Por qual motivo eu quero ter? A resposta (pra mim) seria para ostentar, mostrar para os outros. E é por isso que não tenho nenhuma joia.

O minimalismo foi essencial para descobrir quem eu era de fato. Eliminar o que não era importante para focar no essencial fez perceber que durante muitos anos eu não vivi para mim. Vivi para os outros.

Desde escolhas simples como roupas, música que ouvimos, lugares que viajamos, os amigos que temos, o companheiro que escolhemos para passar a vida, fazer o que os outros fazem, falar o que os outros falam… quantos de nós fizemos escolhas para evitar julgamento alheio?

Quando passamos a nos descobrir e amar o que somos, apesar dos inúmeros defeitos que temos, algo mágico acontece: passamos a não sentir necessidade de ficar agradando os outros, muito menos fazer compras para preencher o vazio interior, porque sabemos e conhecemos a nossa real essência, e passamos a valorizar de forma exclusiva e profunda as nossas próprias vontades.

Quando aprendemos a viver com menos, com o suficiente, abrimos espaço para o novo, e assim, as coisas mais importantes começam a se sobressair. Compare isso com a curadoria de peças de um museu. Ao invés de ter várias peças amontoadas, dificultando apreciar as mais relevantes, deixamos expostos apenas as peças que queremos dar mais destaque e “eliminamos” o resto.

Essa seleção é um processo de conscientização, e utilizando o mesmo raciocínio para a nossa vida, podemos lapidar o que é o essencial, dando destaque especial para aquelas coisas que julgamos ser as mais importantes.

Desejo a todos vocês, um bom início de ano.

~ Yuka ~

Minimalismo

A esperança em 2021

Mãos, Macro, Planta, Solo, Crescer, Vida, Cinzento Vida

Sou uma pessoa de ciclos.

Gosto de fechamentos anuais, assim como gosto de acreditar que a cada 10 anos podemos ter grandes saltos de aprendizagem que podem mudar, inclusive, o rumo da nossa vida.

Esse ano, particularmente, foi um ano difícil, um ano de muitas perdas. Muitos de nós, perdemos familiares, parentes, amigos. Comigo também não foi diferente.

O próximo ano chega timidamente com a esperança da vacina. No otimismo, quero acreditar que ainda tomaremos em 2021.

Em um ano com tantas perdas, tivemos também muitos ensinamentos. Foi um ano em que nos reconectamos com as pessoas, encaramos os monstros que habitam dentro de nós, tivemos que rever valores, reordenar as prioridades, a cuidar do próximo, acolher e ser acolhido.

Gostaria de expressar meu profundo agradecimento a todos que me acompanharam este ano.

Obrigada por terem separado parte do seu tempo lendo meus posts, por terem escrito comentários longos que me fizeram refletir. Vocês compartilharam seus conhecimentos, suas experiências… não é à toa que aqui é o espaço onde me encontro, onde me reconecto, onde sinto amor.

Desejo a todos vocês, um 2021 repleto de momentos significativos, que encontrem seus maiores tesouros nos pequenos prazeres.

“Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.” Clarice Lispector

Nos encontramos em 2021!

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Na pandemia, o conforto se tornou o novo preto

photo of gel candle on board beside pillow

Foto: @alisaanton

Preto é tido como algo que nunca sai de moda, um clássico, algo atemporal. Há inclusive, uma expressão bem conhecida, “the new black”, usada para algo que está na moda, em alta:

  • The orange is the new black (o seriado)
  • The minimalism is the new black
  • The love is the new black
  • The gray is the new black

E por aí vai, os exemplos poderiam ser infinitos.

Este ano, definitivamente, o conforto se tornou o “the new black”.

Estou desde março trabalhando de casa, e apesar de parecer fácil, não tem sido nada fácil, principalmente porque as crianças (que também não estão indo para a creche) não entendem que você, apesar de estar na frente delas, não está disponível, pois tem que trabalhar, entregar projetos, fazer reuniões, além de cozinhar diversas vezes por dia, limpar a casa.

Como não estamos em um período normal, também não estamos passeando, nem levando as crianças para parques, e isso eleva a tensão, já que estamos todos confinados em um apartamento. Apartamento esse, que tem um aposentado que mora no andar de baixo, então preciso ficar a todo momento pedindo para as minhas filhas não pularem, não baterem no chão, não arrastarem os móveis, para não incomodar o vizinho de baixo. Esses dias, enquanto estava trabalhando até tarde da noite, até chorei, de tão cansada que eu estava.

O conforto então, acaba sendo um acalento para a alma, um retorno à essência.

A beleza passa a não ser tão importante, e o conforto se torna o protagonista.

Eu já tinha um escritório, mas só descobri que o modelo da cadeira que eu amava de paixão não era confortável para trabalhar, quando tive que ficar sentada por horas. Se fosse hoje, teria escolhido uma cadeira mais confortável.

As roupas tem ido pelo mesmo caminho. Eu não uso calça jeans em casa, nem tenho usado as blusas que não esticam, que não absorvem suor. Começamos a dar mais valor àquelas roupas que tem tramas macias, malhas gostosas, mais confortáveis para o corpo.

Idas aos restaurantes foram substituídas por comidas denominadas comfort food, que traz memórias afetivas, comida que cheira à felicidade, que cheira a casa da mãe.

Me rendi a alguns eletroportáteis para agilizar alguns serviços da casa, como por exemplo, a Airfryer. Outro dia estava assando batata doce chips para as minhas filhas, e ter ficado 2 horas na frente do forno foi o estopim para comprar a fritadeira elétrica, pois começou a incomodar o tanto de tempo que eu permanecia na cozinha, além do valor da conta do gás, que tem aumentado todos os meses.

Não vamos esquecer também da Table Grill (churrasqueira portátil que usa carvão que comprei neste ano) e também da Stone in Box (um forno que faz pizzas deliciosas, melhores que de muitas pizzarias, comprada no ano passado) que me garante belas diversões nos fins-de-semana.

Começamos a valorizar mais as janelas, o sol, o vento, a claridade. Tanto que um dos fatores de ter escolhido este apartamento em que estamos morando agora, era por ter uma varanda, e pelo apartamento ser de quina. Isso significa que tenho sol da manhã entrando pela sala e o sol da tarde entrando nos quartos, cozinha e lavanderia.

Sabíamos que era bom, mas começamos a apreciar ainda mais um bom chuveiro, uma toalha macia, um sofá confortável, um bom colchão. Até o cheiro do sabonete estou escolhendo com mais dedicação.

A casa não é mais um lugar apenas para dormir, e sim, um lar para passar os dias. Se tornou o local de trabalho, o local de lazer e o local de descanso.

Transformar a minha nova casa em um lar, torna-lo um lugar agradável, tem sido uma tarefa que está valendo muito a pena.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Proteja o seu maior patrimônio

Pessoa, Loira, Menina, Pedra, Acima, Rio, Água, Verão

Não. Não estou falando da sua conta bancária, nem do seu patrimônio financeiro.

Estou falando da sua saúde física, mental e espiritual.

Estou falando de você, da sua família, do seu casamento, dos seus filhos, dos seus amigos.

Eu sei que você protege o patrimônio da empresa que trabalha, toma decisões difíceis que faz até perder seu sono em algumas noites.

Mas e quando estamos falando do seu maior patrimônio, você também toma decisões difíceis e perde o sono?

Ou prefere tomar apenas decisões fáceis e deixar tudo para depois?

O que você faz para manter a sua saúde em dia?

O que você faz para manter seu casamento saudável?

O que você faz para participar da vida dos seus filhos?

O que você faz para manter seus amigos próximos de você?

Talvez esteja na hora de analisar a sua rotina e rever as prioridades.

Convido você a assistir o vídeo abaixo. Ela é dividida em 2 partes. Veja como é surpreendente, quando aprendemos sobre prioridades.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Felicidade não dá lucro (e o mercado sabe disso)

Piano, Música Clássica, Tocador De Piano, Pianista

Resolvi escrever sobre esse assunto, porque é algo que tem chamado muito a minha atenção, de como o mercado lucra com a nossa infelicidade.

Se não existissem tantas pessoas desconfortáveis com o próprio corpo, não teria tantos produtos sendo vendidos por aí para esta finalidade: cinta modeladora, cremes anti-rugas, anti-flacidez, anti-celulite, anti-idade, livros de dieta, livros de auto-ajuda, entre tantos outros itens.

Se fôssemos mais autoconfiantes, será que sentiríamos essa necessidade de trocar tanto de roupa como trocamos? Ter tantos sapatos, blusas, colocar tanta maquiagem no rosto… Talvez não sentíssemos a necessidade de trocar de celular todos os anos, trocar de carro mesmo sem necessidade, postar fotos de viagens nas redes sociais só pra mostrar que estamos podendo.

A verdade é que o mercado sabe que pessoas felizes não dão lucro, e incentiva o medo e a insatisfação para fazer a economia girar.

Temos medo de nos tornar pobre. Temos medo de ser diferente. Medo de ser feio. De ficar doente. De perder emprego. Da violência. Temos medo de ser ignorado. De não ser bom o suficiente. Medo da solidão. Da velhice. Da morte.

Nos preocupamos com coisas que nem aconteceram ainda, e em muitos casos, nem vai acontecer, já que normalizaram a insegurança, a angústia, o medo, a escassez.

É o medo do medo. E vivendo entre tantos medos, esquecemos de viver.

Tentamos diminuir esses medos gastando nosso dinheiro, porque foi assim que nos ensinaram. Pagamos por um plano de saúde, porque temos medo de adoecer. Pagamos por uma escola boa, porque temos medo dos nossos filhos não terem oportunidades. Pagamos para morar em um bairro bom, porque temos medo da violência. Pagamos por luxos e entretenimentos caros, porque nos disseram que isso tem nome: felicidade.

Com tantas publicidades que nos distanciam da própria essência, a busca por essa felicidade idealizada se torna algo quase inalcançável, inatingível. A busca pelo corpo perfeito, a pele perfeita, uma vida financeira perfeita, uma casa perfeita, um relacionamento amoroso perfeito, a obsessão pela saúde, pela segurança… Tudo para gastarmos cada vez mais, para buscarmos uma vida de perfeição (que não existe).

Será que felicidade não seria pequenos momentos de alegria, satisfação e bem-estar?

Eu lembro de um episódio que me trouxe muita felicidade. Desde criança, sempre gostei de música clássica, tinha uma pequena coleção de fitas K-7 que minha tia gravava pra mim.

Tinha uma música em especial que apesar de ter ouvido algumas vezes em filmes, trechos de comercial, nunca consegui descobrir a autoria. Era janeiro de 2011, quando ouvi de longe, uma pessoa tocando no piano a tal da música que sempre gostei. Num ímpeto de pressa com comoção, com medo de perder o momento certo de abordá-lo, toquei no ombro daquele homem e pedi para que ele me falasse o nome da música que ele havia acabado de tocar.

Era Canon in D, de Johann Pachelbel.

Essa descoberta foi tão importante para mim, que eu casei com meu marido com um quarteto de cordas tocando essa música. Pra mim, ter descoberto o nome da música naquele dia era felicidade tocando em mim. Ter casado com meu marido ao som desta música, era felicidade dentro de mim.

Precisamos começar a avaliar se a felicidade que nos vendem é de fato felicidade para nós. Ou se é felicidade (lucro) para as empresas.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Se não quer ser enganado, estude; ao invés de acreditar só nos outros

Menina, Corajoso, Coragem, Independência, Solo

Eu já fui enganada tantas vezes que até perdi as contas rs.

Hoje eu sei que se eu perguntar para um vendedor de uma loja de roupas se “Esta roupa é de qualidade?” é claro que ele vai responder que sim.

Da mesma forma que se eu perguntar “Qual é o melhor investimento para mim?” o gerente do banco vai me indicar um título de capitalização ou uma previdência privada, porque vai perceber que eu não entendo nada de investimentos.

Um bom exemplo, foi o que aconteceu com uma amiga. Ela queria abrir uma conta em uma corretora de valores. Indiquei o meu assessor de investimentos, pois ele sempre foi rápido nas respostas e muito prestativo. Qual não foi a surpresa quando minha amiga disse que ele indicou uma previdência privada? Perguntei qual foi a pergunta que ela tinha feito, e ela prontamente respondeu: “Qual o melhor investimento para longo-prazo?”. E aí o assessor percebendo que ela não sabia de muita coisa, disse que era uma previdência privada.

Corretor de imóveis

Fiquei sabendo que a creche onde minha filha frequentava, estava procurando um imóvel maior, e que tinham encontrado uma casa maravilhosa, por R$9.000 o aluguel. O corretor de imóveis aconselhou o proprietário a não alugar para a creche municipal, pois a prefeitura poderia não pagar os aluguéis. Sinceramente, não sei nem de onde ele tirou essa ideia, eu já acharia justamente o contrário, imagina como seria bom alugar para a prefeitura, quantos anos de aluguel estaria garantido… Mas o proprietário decidiu não alugar para a creche, seguindo o conselho do corretor de imóveis, e o imóvel ficou vazio. Depois veio o coronavírus, as escolas fecharam, e agora com a crise pairando o nosso país, não acho que ele irá conseguir alugar um imóvel tão grande facilmente.

Gerente de banco

Muita gente já deve ter passado pela mesma situação. Lembro quando recebi meu primeiro salário de estagiária em uma empresa multinacional. Havia uma agência bancária do Itaú dentro dessa empresa. Saí da agência com um título de capitalização, pois o gerente disse que era o melhor investimento que eu poderia ter, para quem estava começando a investir. E ainda ficou tentando me empurrar um seguro…

Nutricionista

Também já fui numa nutricionista que falava que eu não iria emagrecer se não praticasse exercícios físicos, e que deveria comer de 3 em 3 horas (mesmo sem fome), lanchando pão com frios, que nem é algo tão saudável para se comer. Nem preciso dizer que não emagreci.

Foi só depois que comecei a estudar sozinha, que entendi como funciona o meu corpo. Emagreci 12 quilos em 3 meses, sem ter passado 1 único dia de fome e zero de exercício físico.

Contador

Eu até tinha um contador, mas parei de pedir os serviços dele, quando ele me aconselhou a abrir uma previdência privada no nome da minha filha.

Eu já estava investindo em renda variável, então se fosse para ter um contador, gostaria de ter um contador que também investisse em renda variável, pois nada como a prática para alcançar a excelência. Com o tempo, passei a estudar por conta própria.

Aliás, eu não tenho conta de investimentos no nome das minhas filhas, porque eu já tive 18 anos e sei o que elas vão fazer com o dinheiro (vai virar pó). Então antes de me preocupar com elas, eu me preocupo com a minha própria estabilidade financeira. Claro que quando elas crescerem mais um pouco e quiserem abrir uma conta pra guardar uma parte da mesada, aí sim, irei auxiliá-las com muito prazer.

Por essas e mais outras que sempre que possível, o melhor é não sair acreditando na primeira pessoa, nem na segunda, nem na terceira. Estudar e verificar se aquele conselho realmente faz sentido, é o melhor que podemos fazer.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

A vantagem de aliar a jornada FIRE com o minimalismo

Maratona, Concorrência, Desporto, Resistência, Executar

Há algumas semanas, recebi do Renato, do Reminiscências, o seguinte comentário em relação à minha jornada FIRE:

“Encarar a questão pelo aspecto do minimalismo me pareceu uma estratégia inteligente da sua parte. Você encara como uma maratona, um investimento de longo prazo onde se escolhe um ritmo confortável e segue com ele. É justamente esse aspecto da sua estratégia que acho muito inteligente. Isso te alivia de um tremendo stress e descreve o aspecto da disciplina (suave) necessária na sua caminhada.”

Quando li esse comentário, senti um “Eureka!”.

Que frase genial. É exatamente isso!!!

Quem corre uma maratona sem administrar a própria potência, não tem fôlego para chegar até a linha de chegada.

A mesma coisa acontece com dietas radicais. De um dia para o outro, a pessoa simplesmente para de comer tudo o que gosta, para viver de alface. É claro que não vai durar. É claro que vai ter um dia em que a pessoa vai se esbaldar nos alimentos que cortou e ter o efeito rebote.

Isso também acontece nas finanças pessoais. Quem já fez corte de gastos de forma radical sabe, que no início as coisas tendem a dar certo, mas depois de algumas semanas, alguns meses, o suportável se torna insuportável e como uma avalanche, vai acabar comprando tudo o que não comprou (e mais um pouco) nas últimas semanas.

Para evitar esses cenários desastrosos, o minimalismo pode ser o grande aliado da independência financeira. Viver uma vida significativa, sem precisar “empurrar” os sonhos para depois, já que minimalismo é viver com o que você considera suficiente para ser feliz (ou seja, ter a quantidade exata das coisas que ama e acha importante) e eliminar os excessos.

Se você gosta de sentir o cheiro das páginas dos livros, mas compra e-books para economizar, você vai sentir um vazio lá na frente.

Se você sempre gostou de viajar, mas não viaja para economizar, vai sentir um vazio lá na frente.

Não significa reduzir ou deixar de comprar algo que considera importante. Significa reduzir o consumo de coisas que não possuem valor para você, para gastar nas coisas que são importantes.

Eu parei de comprar presentes para terceiros por obrigação, parei de trazer souvenirs para todo mundo toda vez que fazia uma viagem, parei de comprar sapatos caros que não duravam 6 meses no meu pé, parei de comprar livros que nunca vou ler, cursos que nunca vou fazer, roupas que nunca vão entrar em mim, aliás, parei de comprar tantas coisas… E foi assim que o dinheiro começou a sobrar para gastar nas coisas que eram importantes para mim.

O quesito moradia é algo muito importante para mim. Eu já fui assaltada algumas vezes em São Paulo, e por esse motivo, tive medo de sair de casa durante um período da minha vida. Morar em um bairro seguro foi a forma que encontrei para manter a minha saúde mental.

Para poder gastar mais na moradia e ainda manter minhas contas equilibradas, abri mão de coisas que não eram importantes. Mas vejam só, por não serem importantes, não senti falta de nada do que ficou pra trás.

Descobrindo o equilíbrio, pronto, descobriu o “ritmo confortável” para correr a maratona da Independência Financeira.

~ Yuka ~

Do It Yourself · Minimalismo · Organização

10 dicas para driblar espaços pequenos em casa

Desde criança, eu sempre tive uma tara por casas pequenas. Eram kitnets, flats, loft, studio, tiny house… Os nomes iam mudando ao longo dos anos, mas a minha fascinação continuava a mesma.

As ideias criativas que são utilizadas para solucionar a falta de espaço são sempre muito interessantes.

E com isso, resolvi compartilhar com vocês algumas das ideias que eu usei na minha própria casa.

1.) Criado-mudo suspenso

Essa prateleira na verdade não era um criado-mudo, mas uso-o para este fim. Pequena, fácil de limpar, não acumula poeira, estou gostando bastante.

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2.) Sapateira como aparador

A minha sapateira, fica próximo à porta de entrada. Para dar um “ar de aparador”, coloquei uma tábua de madeira em cima.

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3.) Escritório em um espaço pequeno

Eu já tinha essa bancada desde quando morava no outro apartamento, mas como esse apartamento é menor, pedi para o marceneiro cortar a madeira para que encaixasse nesse “recorte” de parede. Inclusive esse espaço de 20cm de profundidade ajudou muito a criar o espaço novo do escritório.

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4.) Fruteira na prateleira

Sim, eu coloquei uma prateleira bem perto da mesa de jantar, e coloquei a fruteira com o intuito de liberar o espaço da mesa.

A minha mesa de jantar (que está comigo há quase 10 anos) tem um tamanho que não é padrão: 120 cm x 70 cm. Ela é um pouco menor e mais estreita do que as mesas tradicionais de 4 lugares. Preferi assim, para que sobrasse mais espaço para a circulação. Gosto da fruteira na mesa porque estimula as crianças a comerem mais frutas, mas ela acabava ocupando parte do espaço da mesa que já não é muito grande.

Bom, resolvi esse problema instalando uma prateleira perto da mesa.

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5.) Caixas de madeira embaixo do rack de televisão

Antes, eu guardava brinquedos nestas caixas. Hoje, as caixas estão bem vazias, mas acaba sendo muito bom para armazenar coisas.

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6.) Escolher itens pequenos

Quando vou comprar algo, tento escolher itens que são pequenos, que possuam linhas retas, que sejam leves e tenham cores neutras. Parece uma bobagem, mas ajuda no momento de armazenar.

Veja o meu grampeador e furador de folhas que tenho. São bem pequenos.

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Outro exemplo é a minha impressora. Na hora de comprar, eu escolhi um modelo que encaixasse bem no espaço que eu tinha, entre a bancada e o gaveteiro.

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Meu guarda-chuva também é pequeno. Inclusive, levo minha menor bolsa no momento de comprar um guarda-chuva, para ter certeza que irá caber.

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Se posso ter um item menor, que faz exatamente a mesma coisa que o maior, não vejo sentido em ter algo grande que irá só ocupar espaço.

7.) Aproveitando o espaço atrás da porta

Instalei dois ganchos para pendurar bolsas atrás da porta.

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8.) Usando armários de pouca profundidade

(A partir daqui, fiquei com preguiça de tirar as fotos, então vou usar fotos que encontrei na internet). Eu tinha dois desses armários e usava na cozinha para guardar mantimentos.

Gosto bastante desses armários que possuem pouca profundidade, pois além de não ocupar espaço em casa, a visualização dos produtos é fácil. Depois que mudei de casa, passei a usar esses armários na lavanderia para guardar produtos de limpeza, já que a proprietária irá colocar armários planejados na nossa cozinha.

Tenha a Versatilidade do Armário Multiuso Carraro 899 | Marabraz

9.) Cama box baú

Ter uma cama box baú é muito bom. Cabe muitas coisas, coisas que não usamos no dia-a-dia, como árvore de Natal, itens de artesanato e outras baguncinhas. Aumenta muito a capacidade de armazenamento de uma casa.

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10.) Guarda-roupa com espelhos

Resolvi comprar um guarda-roupa com espelhos para cada quarto. Assim, pude me desfazer do espelho de parede que tínhamos. O espelho amplia o quarto, e dá uma boa iluminada.

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~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Quantos anos você tem pela frente?

Farol, Brilho, À Noite, Nuvens, Pôr Do Sol, Oceano, Mar

A gente tem o costume de dizer para os outros a própria idade. Tenho 20 anos. Tenho 35 anos. Tenho 50 anos.

Só que há uma conta reversa que sempre faço, e é daí que vem a minha sensação de como Tempo é algo muito, muito precioso.

Quer ver? Essa é a minha Tábua da Vida. A minha vida dos 0 aos 80 anos.

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Se eu considerar que viverei até os 80 anos de idade (achou pouco? Olhe a tábua completa de mortalidade do IBGE), significa que eu já “queimei” praticamente metade de tudo o que eu posso viver, já que tenho 39 anos.

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Legal, ainda parece que tenho bastante tempo de vida.

Só que a gente esquece que ALGUNS MOMENTOS, são MAIS PRECIOSOS que outros. Por exemplo, a convivência diária com as minhas filhas. Eu e meu marido, saímos de casa aos 17 anos para fazer faculdade em outra cidade. Eu sei que uma vez saindo de casa, dificilmente elas voltarão a morar comigo. Se eu considerar que elas irão alçar vôo com a mesma idade, vamos dar uma olhada quanto tempo tenho de convivência diária com elas:

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Bom, agora já não parece que tenho tanto tempo assim, não é mesmo? Tenho mais 11 anos para viver intensamente com elas (e já se passaram 5, ou seja, 1/3 de convivência diária) e dar uma criação e educação decente, pois se elas saírem de casa cedo, não terei arrependimentos de não ter dado a devida atenção.

Agora vou fazer o mesmo exercício em relação a minha mãe. Ela tem 71 anos. Pela tabela do IBGE, viveria mais 14 anos. Eu teria 53 anos. Veja como eu também tenho pouco tempo.

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Agora imagine eu, tentando empurrar todas coisas que gosto para a velhice, postergando minha vida para depois dos 65, 70 anos de idade, quando eu me aposentasse pelo tradicional INSS. tábua da vida 4

Repare que não temos tanto tempo como imaginamos.

Não quero chegar na terceira idade, e ver que minha juventude foi desperdiçada, que não fiz as coisas que queria ter feito.

Temos a péssima mania de empurrar sonhos, deixar tudo pra depois. Ah, vou viajar depois, vou andar de bicicleta depois, vou no show daquela banda na próxima oportunidade, depois eu faço, depois eu leio o livro, depois eu falo com a pessoa…

Uma coisa que eu e meu marido sempre conversamos é que não adianta dar atenção para os filhos, quando eles já tiverem perdido o interesse por nós. Não adianta se arrepender de não ter dado atenção para os pais, depois que eles morrerem.

Há coisas que o Tempo não espera.

Precisamos viver bem, cuidar da saúde, cuidar da família, dos filhos, estar sempre com os amigos, sair para se divertir, para quando olharmos para trás (e esse dia vai chegar mais rápido do que imaginamos), sejamos inundados com a sensação de missão cumprida.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Você tem TEMPO para usufruir o que compra?

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Crédito da foto: @derekthomson

Quase em frente ao meu prédio, tem um prédio de alto padrão.

Os apartamentos deste prédio possuem uma varanda enorme que vai de uma ponta até a outra ponta.

Praticamente todas as varandas dos andares, possuem mesas com cadeiras, plantas para decoração, quadros na parede etc.

Vejo também funcionárias uniformizadas, limpando de forma vigorosa os vidros das varandas.

Mas o que eu nunca vejo são pessoas sentadas aproveitando essa maravilhosa varanda.

Onde estão essas pessoas? Será que estão trabalhando para pagar o que comprou?

Eu, com a minha varanda modesta, abro todas as manhãs pra sentir o vento no rosto. Tomo um café com leite apreciando a vista. Coloco as minha filhas para brincar de água nos dias quentes. Cuido das minhas plantinhas. Às vezes levo a mesa de centro para as minhas filhas brincarem de tinta. Nas noites quentes, eu e meu marido colocamos umas almofadas no chão para conversarmos, enquanto beliscamos algo para comer.

No bicicletário do meu prédio, é muito fácil identificar as poucas bicicletas que não estão com aquela poeira grossa. Ou seja, de quase 30 bicicletas penduradas, apenas 2 não têm poeira. Todas as outras, estão encostadas há pelo menos 1 ano, sem uso.

Pensando nisso, fiquei avaliando quantas coisas compramos e não usamos.

Talvez aquela roupa de academia, o tênis para fazer trilha, roupas e acessórios de festa…

Material de escritório como clips, elástico, grampeador, furadeira, bloco de anotações, canetas, cadernos, calculadora, pastas…

O estojo completo de chaves de fenda, a furadeira, a parafusadeira, a caixa de parafusos e pregos…

Tantos conjuntos de pratos disponíveis em casa, quantos realmente são usados? Fora os copos, as taças, os talheres, potes plásticos, panelas, frigideiras…

Quantas calças encostadas sem uso (porque não cabe, porque precisa fazer ajustes), quantas camisas sem uso (porque não cai tão bem no corpo, porque precisa passar antes), quantas mochilas e bolsas guardadas (porque um dia pode ser útil)…

Pagou caro por uma televisão de última geração e um sofá grande…. mas não tem tempo para sentar no sofá e assistir um filme. Ou só assiste YouTube pela tela do smartphone.

Quantos canais de televisão, quantos programas, documentários e filmes na fila para assistir. Quantos livros comprados sem ler, quantos cursos comprados sem terminar, quantas promessas feitas, quantas obrigações que vão se acumulando ao longo do dia, do mês, do ano…

Pegue um tempo do seu dia para analisar tudo isso.

Você tem tempo para usufruir o que comprou?

Se a resposta for não, algo precisa ser ajustado: ou você tem MUITAS COISAS, ou precisa escolher melhor as PRIORIDADES.

Eu mesma, fiz essas duas coisas há muitos anos (e continuo fazendo, porque de tempos em tempos, a bagunça sempre reaparece): eliminei coisas e aprendi a ter prioridades.

O benefício é praticamente instantâneo: TEMPO LIVRE.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Quando se vive com paixão a jornada FIRE

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Crédito da foto: @vladbagacian

Hoje resolvi escrever sobre esse tema, porque é um sentimento que eu tenho dentro de mim.

Diferente do que algumas pessoas já podem imaginar, a jornada FIRE (Financial Independence, Retire Early) não é, nunca foi e nunca será um martírio para mim.

Eu acho que isso acontece por um mix de acontecimentos:

Meu trabalho não é insuportável

Eu tenho vontade de sair do meu trabalho, mas às vezes tenho vontade de ficar. A verdade é que eu sempre quis que meu trabalho não fosse uma obrigação financeira. Hoje, trabalho, porque preciso do dinheiro. Quero um dia poder trabalhar (inclusive em outras áreas) por simplesmente querer trabalhar, tirar essa obrigação, ser dona do meu tempo. Além disso, recebo um salário ok, a minha equipe é composta por pessoas responsáveis, ou seja, não tenho que cobrar serviço, não preciso falar duas vezes a mesma coisa, são pessoas acessíveis e confiam em mim.

Eu sou minimalista

Eu não reduzi meus gastos para ser FIRE. Eu já vivia assim, antes mesmo de conhecer o movimento FIRE. Já comentei isso antes, que FIRE será consequência do meu estilo de vida. Eu vivo alguns degraus abaixo do que permitiria a minha renda familiar. E não vivo assim com o intuito de economizar. Vivo assim, porque encontrei a minha suficiência, tenho poucas coisas, mas de qualidade. Aprendi a priorizar o que é importante e eliminar excessos.

Eu conheço a minha própria suficiência

Eu não tenho além do que eu preciso.

Se eu tenho 5 sapatos, é porque eu uso todos os meus sapatos. Não há nenhum sapato que fica de escanteio, esquecido no fundo da sapateira. Todos estão em bom estado e bem cuidados. E isso só é possível, porque tenho poucas unidades.

E isso se repete em praticamente todas as áreas da minha vida.

Meu marido acredita em mim

Meu marido acredita na jornada FIRE. Se eu digo para ele que preciso de algumas semanas para estudar sobre estratégia de investimentos, para reavaliar nosso plano FIRE, posso simplesmente largar tudo para focar nos estudos. Eu e meu marido compartilhamos serviços de casa. Mas nesses períodos do meu intensivão, ele cuida de tudo após colocarmos as crianças para dormir. Ele arruma a casa, coloca as roupas para lavar, recolhe, dobra e guarda as roupas, cozinha, lava louça, leva o lixo na lixeira do condomínio, enfim, faz tudo mesmo. É confortante ter um companheiro que rema junto, que não só acredita em mim, mas encoraja para seguirmos em frente.

Eu tenho gratidão por tudo o que já conquistei

Alguém pode olhar e pensar: “nossa, grande coisa…”, mas eu sinto gratidão em tudo que já conquistei nessa vida. Desde a roupa quentinha que uso para me proteger dos dias frios (antes, eu sentia muito frio no inverno, porque não tinha dinheiro para comprar roupas de qualidade), de ter uma internet de qualidade, até de poder comprar um simples sapato com a numeração correta para minhas filhas (eu usei por muito tempo sapatos doados de qualquer numeração, por falta de dinheiro. Sentia dores nos pés, porque ora usava sapatos apertados, ora usava sapatos largos).

Sinto gratidão nas coisas pequenas, como ter janelas boas que vedam vento. Nesse apartamento que acabei de mudar, a primeira coisa que falei pro meu marido foi isso: “olha como essas janelas são boas, você lembra quando a gente passava mais frio dentro de casa do que fora?”

O que para muitos pode ser pouco, para mim e para o meu marido, temos o que nunca tivemos até então.

Dizem que a gente se acostuma com coisas boas. Eu não me acostumo. Eu sempre lembro de onde eu vim e onde estou hoje. Eu sempre lembro do caminho que trilhei.

Lembrar que tudo poderia ser muito pior

Eu poderia ter começado a investir mais cedo. Poderia. Mas poderia não ter começado até hoje.

Eu poderia ter um trabalho melhor. Poderia. Mas poderia também não ter emprego.

Eu poderia não ter saúde…

E quando penso assim, tudo fica bem.

O prazer de viver a jornada FIRE

A jornada FIRE tem sido como uma construção de uma ponte. A cada etapa concluída, uma conquista. A cada conquista, a sensação de tranquilidade aumenta, aumenta a paz e a serenidade por saber que será uma questão de tempo alcançar a aposentadoria antecipada.

Posso dizer que vivo uma jornada FIRE de forma leve, divertida, sem precisar deixar os pequenos e médios sonhos para depois.

~ Yuka ~

Minimalismo · Organização

Como eu crio um Banco do Tempo

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Photo by: @curtismacnewton

Hoje vou compartilhar um pouco o que eu tenho feito para criar um Banco do Tempo.

Deixe-me explicar o que seria Banco do Tempo.

Os bancos guardam dinheiro, certo? Então eu tento usar esse mesmo raciocínio e guardar Tempo.

E como faço isso?

1.) Eliminando tarefas

Quando estou para comprar algo, eu não costumo fazer perguntas clássicas, se é caro, se vale a pena, se eu posso comprar, se eu mereço. Eu sempre pergunto se aquilo que estou prestes a levar para a minha casa trará mais trabalho para mim.

Eu parei de passar roupas, mas não quero andar com roupa amassada. Então hoje praticamente todas as minhas roupas são de um tecido que não amassa.

Não quero ter o trabalho de tirar travesseiros da cama na hora de dormir, então parei de ter aquelas camas saídas de catálogo de enxoval de cama. Estou para trocar meu edredom, já que não consigo lava-lo na minha máquina de lavar roupa e preciso levar para a lavanderia. Aliás, não tenho tapetes em casa, pelo mesmo motivo.

Tirar poeira em casa é algo que não tem fim. Então eu aderi ao criado-mudo suspenso, para não me preocupar com a poeira que acumulava atrás. Minha bancada do escritório também é suspensa, vocês não imaginam como é mais fácil de limpar. Não tenho muitos itens decorativos espalhados pela casa, já que ter superfícies lisas permite que eu tire pó das cômodas rapidamente.

Parei de usar luminárias de teto de vidro, porque acumulavam insetos e ainda tinha nojo de limpar. Agora uso uma luminária estilo plafon, que só é preciso colocar o soquete da lâmpada e pronto.

Eu e meu marido também fugimos ao máximo ter um carro. Eu já tive carro, e tinha que levar para lavar, tinha que balancear as rodas do carro, checar o óleo, encher o tanque, boletos pra pagar, ouvia um barulho estranho e levava para o mecânico, quando parava o carro na rua tinha dificuldade de lembrar onde eu tinha estacionado (já perdi o carro no estacionamento do shopping, pois não lembrava em que andar tinha estacionado), enfim, hoje, prefiro pagar um Uber e me livrar de todas estas preocupações.

2.) Respeito a minha disposição do dia

Tem dias que eu estou inspirada a estudar. Então aproveito e estudo bastante. Tem dias que estou a louca da organização, então começo a organizar tudo que vejo pela minha frente, desapego de itens, faço doação, etc. Tem dias que estou inspirada para escrever, então aproveito para escrever uns 5 posts de uma vez para o blog. Faço isso porque eu entendi que não adianta forçar algo, se a vontade não vem. Ao invés de ficar horas tentando escrever algo sem vontade, prefiro escrever vários posts de uma vez quando estou inspirada.

Esse, inclusive, é o segredo do meu blog ter posts semanalmente, sem falta, por 7 anos. Ter posts semanalmente não significa que eu escreva toda semana. A periodicidade depende da minha vontade. O blog não é uma obrigação para mim, é algo que tenho prazer. E esse prazer vem justamente por não ser obrigação. Já tive períodos em que eu simplesmente fiquei uns 4 meses sem escrever absolutamente nada. Estava enjoada de escrever, mas graças aos posts agendados, toda semana pingava post novo, e ninguém nem percebeu que eu estava de pernas para o ar rs.

Respeitar a disposição permite que eu desacelere quando não estou com vontade de fazer nada.

3.) Duplicando receitas

Quando faço algumas receitas, eu tenho o costume de duplicar, até mesmo triplicar a receita e congelar. O tempo de preparação é o mesmo, o trabalho também é praticamente o mesmo, só que isso me libera de ter que ir para a cozinha preparar algumas receitas que eu já poderia ter estocado no freezer. Isso elimina o trabalho da preparação, lavar a louça e tudo mais.

  • Molho de tomate caseiro: que serve depois para usar como molho de pizza, molho para macarrão.
  • Caldo de legumes caseiro: para sopa, para cozinhar feijão, para fazer um risoto.
  • Pão de queijo: quando faço, já enrolo vários e deixo congelado
  • Cookies: faço a mesma coisa
  • Coco fresco ralado: eu costumo levar para o forno uns 3 cocos para rachar. E depois corto em cubos e também ralo. Depois vira recheio de bombom, recheio de tapioca, doce de coco…
  • Queijo muçarela ralada: é muito versátil ter um pacote (grande) de queijo muçarela ralada.
  • Pratos prontos: lasanha, quibe recheado, nhoque, feijoada, almôndegas, pão
  • Pratos quase prontos: salmão em fatias (para virar sashimi, sushi), risoles, coxinha, etc.

Meu freezer é como se fosse a cartola do mágico. Sai de tudo.

4.) Fazendo 2 coisas ao mesmo tempo

Gosto de fazer coisas mecânicas (como caminhada, limpeza da casa) ouvindo algum podcast ou vídeo. Assim, me atualizo enquanto me mantenho ocupada.

  • Ouvir podcasts enquanto me preparo para ir ao trabalho ou enquanto arrumo a casa
  • Rever a lista de tarefas enquanto espero na fila do supermercado
  • Mandar mensagens para os amigos enquanto aguardo o médico no consultório

5.) Uso a internet ao meu favor

Eu sempre tive o costume de fazer compras pela internet por 2 motivos: não gastar o tempo de ir e vir, e também não precisar carregar peso.

6.) Tenha uma lista de tarefas e de compras

Toda vez que preciso sair de casa, passo o olho nessas 2 listas: Lista de Tarefas / Lista de Compras.

Exemplo do que coloco na Lista de Tarefas:

  • passar na farmácia de manipulação para buscar remédio
  • passar nos Correios e despachar pacote

Exemplo do que coloco na Lista de Compras:

  • papelaria: lápis de cor
  • loja de construção: feltro no pé do sofá; prateleira de vidro

Se estou pensando em ir no supermercado, posso aproveitar para passar na farmácia e na papelaria, já que fica no caminho. Se vou nos Correios, vejo se há algo mais que possa fazer para aproveitar a viagem. E com isso, economizo tempo, pois não preciso sair 2 ou 3 vezes de casa para percorrer o mesmo caminho.

E assim, aos poucos, vou alimentando o meu Banco do Tempo para ter tempo para o que realmente importa.

~ Yuka ~

Minimalismo

O que é essencial nos tempos de pandemia?

all we need is love. and food. and water. and shelter.

Eu publiquei esta imagem no meu primeiro post, em agosto de 2013.

Ultimamente, tenho feito a mesma pergunta que me fez criar o blog há exatos 7 anos:

“O que é essencial?”

Já estamos em setembro e eu sei que a sensação é de estagnação e que o ano de 2020 simplesmente parou. Estamos presenciando uma tragédia nacional, com os números de mortos aumentando e sem uma vacina para ser produzida e distribuída em grande escala.

Depois de passar mais de 170 dias em casa, posso dizer que já senti todo o tipo de sentimento. Mas uma coisa é fato, a nossa vida não pode parar.

Cada um tem a sua realidade, e seus monstros internos para enfrentar.

Nessas horas, o que acaba se tornando o essencial?

Para mim, são 2 coisas: cuidar da saúde (mental, física e social) e viver intensamente baseado na realidade que temos hoje.

É viver para não se arrepender.

Já comentei isso diversas vezes aqui no blog, e continuo repetindo. Viver intensamente, para mim, não é morar em mansão, nem ter um jatinho particular. É algo simples, tão singelo, que se não prestarmos atenção, é capaz de passar despercebido.

Eu mudei de casa em plena pandemia, porque não queria deixar para depois algumas coisas. Eu não queria deixar minha vida parada, desejando por algo que nunca vai acontecer. Eu não queria me arrepender.

Lembro quando me divorciei do meu primeiro marido, a maior dor que senti não foi do divórcio propriamente dito, mas de todos os sonhos que tínhamos planejado e que não seriam mais concretizados. Isso sim doeu.

Desde então, eu entendi que é melhor se arrepender e voltar atrás, do que não fazer absolutamente nada.

Viver intensamente é cuidar da família, cuidar bem dos pais, demonstrar amor para as pessoas que temos carinho, conversar com os amigos, cuidar do lar, ter auto-cuidado, agradecer pelas coisas que já temos, valorizar o simples.

Tudo isso se resume a uma única palavra: amor.

Eu sempre achei que o amor deveria ser a base que sustenta todo o resto que vem depois, de que o que nós mais precisamos é de amor.

Isso sim, é o ESSENCIAL.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Estou saindo de São Paulo. Viva!

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Crédito da foto: Gabriel Ramos
@gabrieluizramos

Hoje quero compartilhar uma notícia com vocês… estou saindo de São Paulo.

Não, diferente da Sempre Sábado, não pedi demissão do meu emprego rsrs.

Então já devem imaginar que a cidade escolhida é relativamente próxima de São Paulo, pois apesar de hoje trabalhar remotamente por conta da pandemia, ainda acredito que um dia voltaremos a normalidade e trabalhar de forma presencial. Pelo menos é assim que quero acreditar.

Esse momento em que nos encontramos atualmente, acabou trazendo muitas reflexões para mim e para o meu marido.

Meu marido sempre teve vontade de sair de São Paulo. Desistiu de morar no exterior por minha causa. Desistiu de propostas de emprego em outros estados por minha causa. Mas quando ele citou uma determinada cidade, algo acendeu dentro da minha cabeça e surgiu a pergunta:

“Por que não?”

A cidade é próxima de São Paulo, minha mãe ainda conseguiria ver com frequência as netas, eu poderia continuar no meu trabalho, meu marido ficaria muito feliz, minhas filhas teriam mais qualidade de vida, praças e parques à disposição, uma cidade menor facilitaria inclusive a minha vida, já que poderia levar as crianças a pé para a escola, para a casa das amigas, passeios à lazer.

Inclusive, é uma cidade em que eu seria muito feliz sendo FIRE.

Conversamos sobre prioridades, do que era importante para nós.

Dei início à muita, muita pesquisa. Passei dias, semanas e meses verificando a viabilidade dessa mudança de cidade, afinal, mudar sozinha é uma coisa, mudar com a família é outra responsabilidade. Calculei rotas, distância para o trabalho, opções de condução, preço dos imóveis, qualidade e localização das escolas, taxa de criminalidade, a escolha do melhor bairro para quem não tem carro (porque ainda pretendo não ter um), a estrutura do bairro e o que ele proporciona em relação a qualidade de vida… e depois de tantas perguntas respondidas, finalmente, com frio na barriga, decidimos sair de São Paulo.

Decidido o bairro, olhei no Google Maps todos os serviços que costumo utilizar: supermercados, feiras de rua, farmácias 24 horas, locadoras de carros, academias, padarias, lojas de jardinagem, papelarias, hospitais, parques e praças, tudo que possa ser útil no meu dia-a-dia.

Após conhecer os principais serviços do bairro, gosto de morar bem no meio de todas as coisas que eu preciso, porque desta forma, tudo será perto da minha futura residência. Basicamente, coloco meu dedo no mapa e digo assim “vou morar exatamente aqui”. E com isso, tenho de 2 a 3 nomes de ruas específicas que desejo morar.

Depois que aprendi esse meu jeito particular de escolher imóveis, eu nunca mais escolhi um lugar para morar de forma aleatória. Eu não escolho minha casa por causa do prédio, se tem varanda gourmet ou academia. O meu principal critério sempre foi a localização.

Somente depois de escolher a rua (e em muitos casos, tenho nome da rua, e a quadra que quero morar), que inicio o monitoramento de oportunidades em sites de imobiliárias. Ou seja, quando vou buscar um imóvel, já conheço bem as ruas do bairro e sei inclusive o nome da rua que quero morar.

Tudo aconteceu muito rápido. Encontrei um imóvel bem na rua que queríamos morar, exatamente na quadra que desejávamos, com um valor abaixo do que esperávamos pagar. Em menos de 1 mês, tudo estava acertado, essa é a vantagem de morar de aluguel.

O meu futuro apartamento tem uma pequena varanda com vista livre, bate sol de manhã e à tarde, fica em uma rua bastante tranquila em um bairro muito, muito bem localizado.

Para quem acha que bairro bom, costuma ser caro, acertou. Daí a importância de não ficar acumulando tralhas dentro de casa. Imagine ao invés de alugar um apartamento de 100m2, alugar um de 60m2. Sai bem mais em conta.

Apesar da família ter dobrado de tamanho (antes era eu e meu marido, hoje somos em 4 pessoas) a cada mudança, o tamanho do caminhão que contratamos vai diminuindo.

Aliás, o tamanho da casa também tem diminuído. Antes eu morava em um apartamento que possuía quintal, num total de 120m2. Depois morei em um apartamento de 85m2. Hoje moro em um apartamento de 70m2. E apesar da imobiliária ter informado que o meu próximo apartamento tem 70m2, desconfiei que ele era menor, e levei uma trena para medir. Sim, ele tem 60m2.

Tendo menos coisas, conseguimos morar em um apartamento do tamanho da nossa real necessidade. Nem mais, nem menos. Não precisamos de um quarto extra para armazenar as tralhas, nem de uma cozinha grande, pois teremos somente o necessário. Isso significa que é possível morar em um apartamento menor do que a maioria das pessoas que possuem muitas tralhas. Se o apartamento é menor, paga-se menos pelo aluguel, menos pelo condomínio, menos energia (pois usamos lâmpadas de menor potência), menos móveis, menos produtos de limpeza, menos tempo limpando e arrumando a casa.

Durante alguns meses, enfrentaremos o período de transição, já que minhas filhas ainda frequentarão a creche de São Paulo (e não quero abrir mão, já que a creche é maravilhosa), mas assim que elas forem entrando no ensino fundamental, sei que as coisas vão se tornar cada vez mais fáceis, já que a tendência será concentrar tudo na cidade em que moraremos.

Com um sentimento de profunda gratidão, deixo meu apartamento em São Paulo. Guardarei ótimas lembranças desse período, pois fui muito feliz.

Na minha nova cidade, vou continuar fazendo tudo a pé. E é desta forma que eu consigo desacelerar o ritmo da cidade, aliando qualidade de vida e localização estratégica, pois já faz um tempo que eu percebi que a cidade desacelera quando a moradia tem localização estratégica.

Encerro este post com uma frase do marido:

Nós não seremos felizes no novo apartamento.

Nós CONTINUAREMOS sendo felizes no novo apartamento.

~ Yuka ~

Minimalismo

Por que é tão complicado viver uma vida simples?

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Viver uma vida simples vai se tornando um desafio a cada dia.

Mas por quê?

Porque temos a ingrata mania de complicar (e ainda achar que a culpa é do outro). Ponto.

Há 2 pontos que considero cruciais:

  • se importar com julgamento de terceiros
  • acúmulo de objetos/obrigações

Se importar com julgamento de terceiros

Claro que por vivermos em comunidade, imitamos o que os outros fazem para nos sentirmos incluídos. As indústrias/empresas/pessoas sabem muito bem disso e investem pesado em propaganda e marketing.

Consumimos para não sermos julgados. Usamos as roupas da moda, o relógio do momento, o celular recém-lançado, frequentamos os locais badalados e por aí vai.

Queremos mostrar para pessoas como somos felizes. Aliás, não queremos mostrar, queremos provar que somos felizes. Não basta mais se divertir em silêncio, queremos mostrar para os outros o quanto estamos e conseguimos ser felizes.

O jantarzinho do fim-de-semana se transforma em um super jantar romântico nas redes sociais. Aquela viagem para a praia num dia nublado se transforma praticamente numa praia do Caribe com a ajuda de aplicativos de edição. Ao invés de prestar atenção na comida do restaurante, a maior preocupação se tornou em tirar a foto perfeita, do melhor ângulo e iluminação para publicar em alguma rede social, e receber meia dúzia de curtidas.

Conheço pessoas que moravam perto do trabalho, e inventaram de comprar um imóvel em um bairro longe do trabalho, pois era o único local que dava para financiar. Pronto. Agora faz um trajeto de 1 hora a 1 hora e meia todos os dias, amassado dentro do transporte público. Ida e volta são 3 horas no trânsito, sendo que antes trabalhava tão perto. A pessoa chega cansada em casa, sem vontade de conversar, o humor muda, o dia já não é tão colorido como antes.

Agora com a pandemia, a renda encolhendo e vendo os amigos próximos perdendo emprego, surge a dúvida em relação àquele financiamento que parecia um negócio da China: “será que vou conseguir honrar as dívidas?”

As pessoas compram as coisas sem avaliar direito o seu uso…. compram um carro potente para andar nas ruas congestionadas de São Paulo; compram um apartamento de 3 dormitórios sendo que mora sozinho; aliás, moram em um condomínio que tem churrasqueira, piscina, academia, sauna, salão de festas, brinquedoteca, que você paga mensalmente para os outros usarem, mas você mesmo, usa pouco. Pagam uma academia com plano completo, sendo que usam somente a esteira para correr; equipam a cozinha toda, mas comem fora todos os dias.

E por se importar tanto com julgamento alheio e vivendo de aparências, se afasta do que é mais importante: da sua própria essência.

Acúmulo de objetos/obrigações

Sabe aquele quadro inocente que você comprou para decorar a casa? Parabéns, agora terá que tirar a poeira de tempos em tempos.

Sabe aquela roupa que você comprou sem pensar? Nem pensou direito se o tecido amassava ou não, e agora terá que passar as roupas, se quiser usa-la.

E aquele terno que você comprou para ir no casamento da sua prima? Agora terá que levar para a lavanderia pelo menos 1 vez por ano para oxigenar o tecido, se não quiser vê-lo manchado.

Aquele bibelô decorativo que comprou numa das viagens, parecia tão inofensivo, agora ele ocupa um espaço da mesa lateral do seu sofá, acumulando poeira junto com outros souvenirs. Já pensou como seria mais fácil limpar a mesa se a superfície estivesse desocupada?

E de item a item, coisas por coisas, as obrigações vão aumentando, até ter uma estafa mental.

Se você tem um relógio de parede que ganhou da sua vó, e toda vez que olha para o relógio lembra com muito carinho dela, vai fazer questão de tirar a poeira, e “perder” tempo cuidando do item.

Perceba que o problema não é ter as coisas, mas ter sem saber o motivo. Ficar tirando poeira de quadros sem sentido, de bibelôs sem significado, e de coisas em coisas, a gente acaba ocupando todo o nosso precioso tempo com essas coisas que não tem nenhum valor para a nossa vida.

E aí quando a gente percebe como a vida está preenchida com coisas que não valem a pena, até ficamos tentados em voltar atrás, e morar naquele bairro mais simples, alugar um apartamento menor, voltar a andar de transporte público e usar roupas de marcas populares. Mas o primeiro pensamento que vem é “mas o que os outros vão pensar de mim?”

É pensando nos outros que a nossa vida vai ficando cada vez mais complicada. São as nossas escolhas que torna a vida mais fácil ou mais difícil.

O André, do Viagem Lenta, já destacou em um post, o trecho do livro “Aquilo que realmente importa” que ele leu e que fez muito sentido:

Eu sempre gostei de pensar que quando a gente vem à vida recebe uma estrada desconhecida à frente e uma mala de viagem. E, exatamente por isso, é muito fácil acreditar que o objetivo de estarmos aqui é encher a mala ao máximo, como se isso fosse a prova irrefutável de que a viagem foi um sucesso.

Assim passamos a jornada nos preocupando em acumular posses e, percebemos aflitos que a mala nunca fica cheia o bastante. Então continuamos insistindo e a enchendo mais e mais e não notamos que com isso ela vai se tornando cada vez mais pesada e difícil de carregar. Quando nos damos conta, estamos a arrastando pelo caminho e perguntando por qual razão estamos tão cansados.

A verdade é que há um truque nessa mala: no final da estrada, descobrimos que ela não segue viagem conosco. A gente pode tentar preenchê-la com o que quiser, mas quando acaba a temporada aqui, tudo o que podemos levar é o resultado de nossas ações. A gente só leva da viagem a consciência da viagem que se fez. Todo o resto fica. A mala não é o objetivo, a estrada o é. Você pode aproveitar o caminho, ou se arrastar por ele. É uma questão de escolha.

Quem tiver interesse em ler o post do André que aborda um pouco sobre o livro, clique aqui.

Gostaria de convidar a leitura de um post do Aposente Cedo, sobre a sua experiência em relação aos excessos: Maximalismo: da quitinete à mansão. O post relata a impressionante capacidade dele e de sua esposa de reconhecer excessos e dar um passo para trás por um objetivo maior: a liberdade.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Voando abaixo do radar

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Que a felicidade incomoda, não é mais segredo para ninguém. Além da felicidade, o sucesso dos outros também incomoda muita gente.

Eu aprendi com o tempo a voar abaixo do radar.

Isso significa que aparento ser bem menos do que de fato eu sou, ou do que possuo.

Não converso sobre investimentos com os outros, às vezes alguém resolve me dar conselhos financeiros, e eu ouço-os com atenção, mesmo sendo bem ruins, eu tenho preferido demonstrar desconhecimento e desinteresse sobre o assunto.

Moro num apartamento alugado onde as pessoas do meu condomínio não fazem ideia do meu objetivo de sair fora do sistema. Apesar de eu adorar meu apartamento, ele é mais modesto quando comparo com os apartamentos dos meus amigos.

Uso roupas simples, de marcas aleatórias, ando de transporte público.

No meu ambiente de trabalho, interajo com pessoas conformadas em terem que trabalhar até os seus 70 anos. Quando alguns (ou todos?) começam a lamentar a vida dura, de ter que trabalhar até morrer, de que temos o dever de gastar todo nosso dinheiro para aproveitar um pouco dessa vida sem graça, meu amigo (que eu ensinei sobre a independência financeira e foi um dos pouquíssimos que resolveu embarcar na mesma jornada) costuma me chutar embaixo da mesa para eu falar algo, mas eu não digo nada.

Com muito custo, compreendi que o diferente ofende, e o que faço (buscar a aposentadoria antecipada), beira algo próximo à aberração. Para os olhos dos outros, poupar parte do meu salário para o meu futuro parece ser algo muito, muito errado. E esse julgamento, não vem apenas de colegas, mas de amigos e familiares próximos.

E com isso, parei de compartilhar conhecimentos e comecei a voar abaixo do radar para não chamar atenção das pessoas.

Em hipótese alguma eu deixo de estudar, adquirir novos conhecimentos, conhecer novas pessoas. Eu continuo evoluindo. Eu só não compartilho isso numa roda de conversa.

Tenho achado mais fácil acharem que sou um deles do que mostrar que estou trilhando um caminho diferente.

Meu marido adora isso. Ele diz que é como se vivêssemos em um mundo paralelo, um mundo secreto, onde só nós dois compartilhamos desse segredo.

“Mostre menos do que tem e fale menos do que sabe” ~ William Shakespeare ~

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

O que você faz com as pedras do seu caminho?

Subir Ao Topo, Subir, Sucesso, Montanhismo, Montanha

Semana passada, uma leitora perguntou quais foram as estratégias que utilizei para mudar minha forma de pensar em relação a alguma coisa que eu queria muito.

Quando eu quero muito uma coisa, costumo pensar tudo de trás pra frente.

Eu penso como estarei e serei, no futuro.

E aí, como se eu estivesse rebobinando a fita (essa é para os antigos heim), vou voltando no tempo até chegar nos dias de hoje.

No caso da Aposentadoria Antecipada, depois que minha primeira filha nasceu, eu descobri o quanto queria ficar perto dela, mas não podia, pois tinha que trabalhar para pagar as minhas contas. Uma coisa óbvia, mas que me fez perceber o quanto eu não era livre como costumava achar. Depois de fazer diversas buscas pela internet, descobri a comunidade FIRE (Financial Independence Retire Early) e eu decidi um limite de idade para aposentar antecipadamente.

Por ter descoberto isso somente depois de me tornar mãe, não poderia parar de trabalhar enquanto elas fossem pequenas, mas saber que era possível parar de trabalhar muito antes da maioria das pessoas me animou muito. Tentei imaginar qual seria uma renda ideal, e assim, estabeleci um valor confortável para viver. Mas vocês sabem que sou muito prudente, e principalmente levando em conta que tenho 2 crianças em idade escolar, achei mais seguro dobrar esse valor. Num cenário com muita folga (vamos chamar de cenário pessimista: aportes baixos, juros baixos), eu poderia me aposentar quando minhas filhas tivessem 16 e 14 anos de idade.

Com o valor mensal (dobrado) desejado na cabeça, fiz o cálculo da Taxa Segura de Retirada de 4% para saber o montante total do patrimônio que eu deveria juntar. Quem tiver dúvida sobre esse cálculo, consulte aqui o artigo do Aposente-se aos 40.

Já ciente do valor do patrimônio total, peguei uma calculadora de juros compostos e fui ajustando as variáveis: 1.) o valor do patrimônio que eu já possuía, 2.) do tempo que eu tinha até a aposentadoria antecipada, 3.) a rentabilidade estipulada, e finalmente, 4.) os valores dos aportes.

Com isso, descobri qual era o valor que eu precisava aportar todos os meses, se eu quisesse aposentar mais cedo. Fui fazendo as contas até chegar dentro dos meus padrões orçamentários. Já com o projeto em andamento, meu papel era eliminar excessos e desperdícios, além de aumentar os aportes para antecipar a data da aposentadoria.

Algo parecido se repete nas outras áreas da minha vida, já escrevi sobre isso no aspecto pessoal: “Como trazer seu futuro para o presente“.

Quando sei onde quero chegar (futuro), não é difícil voltar no tempo até os dias de hoje (presente) para avaliar o que estou fazendo de errado. Assim, tenho tempo suficiente para corrigir minhas atitudes de hoje, para que o meu futuro se torne algo bem próximo do que imagino.

Se há algo que me incomoda e não mudo, meu futuro será uma bola de neve das atitudes não tomadas de hoje. E há uma grande pergunta que joga toda responsabilidade em mim:

“O que estou fazendo hoje para sair desta situação?”

Há 2 anos, publiquei um post com esse título exato: “O que você está fazendo hoje para sair desta situação?“.

Enquanto a resposta for “Nada” eu entendo que não tenho o direito de reclamar, porque não estou fazendo nada para sair daquela situação.

Outra coisa legal de se fazer é fatiar as grandes tarefas em tarefas minúsculas, tão pequenas que são fáceis de serem executadas.

Ou seja, é difícil pensar em algo grandioso como a independência financeira, mas não vamos esquecer que para isso acontecer, precisamos começar com o primeiro 1 real.

Pra mim, são como tijolinhos, um por um, vou assentando, sabendo que uma hora a minha “construção” estará pronta. Com as tarefas é a mesma coisa. Sei que no final de todas as tarefas pequenas executadas, provavelmente, terei grande chance de ter conseguido o que eu quero.

Quem tiver interesse, também já escrevi sobre isso: “Como um sonho pode sair do papel“.

Temos que usar os nossos erros (e os erros dos outros) como uma grande escola. Ter a capacidade de reconhecer os próprios erros e principalmente, ter a humildade para desaprender algo que aprendemos errado.

A dor e a raiva que sentimos podem ser transformadas em várias coisas, uma delas é ressignificar o sentimento ruim e usar como uma mola propulsora. Foi por querer fugir da violência sofrida em casa pela minha própria irmã que eu passei em uma universidade pública em outra cidade. Foi por não querer continuar mais no trabalho em que estava, que eu passei num concurso público concorrido. Foi por causa do meu divórcio que meu segundo casamento está sendo encarado de outra forma. Foi por querer ficar mais tempo com as minhas filhas que eu decidi pela independência financeira.

Os dias difíceis podem se tornar um combustível. Somos forçados a mudar, a ter mais garra, nos tornamos mais fortes, nor tornamos maiores.

Claro que tem muita gente que consegue fazer coisas fantásticas sem passar por dificuldades. Mas no meu caso em particular, as dores foram essenciais para o meu crescimento.

A gente sabe que a vida é um eterno recomeçar e que viver é um desafio. Pedras pequenas e pedras grandes fazem parte do nosso dia-a-dia. Claro que o caminho que seguimos bem que poderia ser mais reto, sem tantas curvas. Mas é o caminho que temos e podemos aprender muito com ele.

Podemos lamentar e reclamar. Ou podemos aceitar os erros, transformá-los em grandes aprendizados e por fim, ter orgulho do caminho que percorremos e da pessoa que nos tornamos.

~ Yuka ~

Minimalismo

Minimalismo: a nossa vida real nada instagramável

instagram
Crédito da foto: Chompoo Baritone

“A nossa vida minimalista funciona bem para um Blog, mas não funcionaria para o Instagram.” Quem disse essa frase foi o meu marido.

Concordo 1.000%.

É muito legal ler que as nossas crianças usam roupas de segunda mão, mas quantos pais aceitariam que seus queridos filhos usassem roupas usadas? Minha prima e minha amiga dão as roupinhas para as minhas filhas. A minha filha é a terceira criança a usar a roupa, e a mais nova é a quarta criança, então já dá pra imaginar que as roupas não são tão novas.

Em um domingo de tarde, a única coisa que consigo prestar atenção é no cheiro do pão caseiro que está para sair do forno. Mas quantas pessoas se sentiriam satisfeitas com essa vida pacata? Será que muitas não prefeririam estar em um local mais estiloso?

É muito bom não ter carro, mas isso significa que nos dias de chuvas torrenciais, levamos as crianças para a escola de guarda-chuva e capa. Obviamente, chegamos ensopadas. E por isso mesmo, levamos peças extras para elas se trocarem na escola.

Falar que vai fazer uma festa simples em casa, significa pedir coxinha em cima da hora, fazer um bolo estilo vovó, pedir pro marido encher a bexiga, e cantar parabéns de forma desengonçada. Eu particularmente, acho isso o máximo. Adoro as fotos da minha família. Olhar as fotos (não só) das festinhas das minhas filhas é muito engraçado e me divirto demais. Há foto onde a aniversariante está de pijama, mas com chapéu de aniversário. Em outras, só de calcinha, e não sei por qual motivo, com o vestido na mão (mas com chapéu de aniversário na cabeça rsrs). Já perdi as contas de quantas vezes vi os docinhos da mesa pela metade, porque simplesmente algumas mãozinhas “assaltaram” antes de eu conseguir tirar as fotos. Será que os pais sentiriam orgulho dessas fotos? Eu sinto.

É responder para os outros que não ganhou nada no dia dos namorados (sim, tem gente que ainda faz perguntas sem noção), e nem ter a mínima vontade de justificar, porque simplesmente não faz sentido pedir algo se não estou precisando de nada.

Dizer que tem um guarda-roupa enxuto, significa usar as mesmas roupas com uma certa frequência. Eu e meu marido conseguimos passar muito, mas muito tempo sem comprar roupas. Quantas pessoas aguentariam se olhar no espelho com praticamente o mesmo guarda-roupa por anos e anos?

A vida real é muito mais sem graça do que parece.

E é justamente esta vida da qual me orgulho muito: uma vida nada instagramável.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

FIRE: por que muitos não conseguem chegar lá?

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Já faz um tempo que assisti o documentário Playing with FIRE.

O documentário gira em torno do casal Scott e Taylor (e a filha de 2 anos) tentando se opor ao consumismo desenfreado e à vida padrão: ir para a faculdade, fazer empréstimo estudantil, comprar um carro, hipotecar uma casa, depois trocar o carro por um modelo mais novo, comprar várias coisas sem necessidade, trabalhar por 40 anos para pagar tudo que comprou, e torcer para conseguir se aposentar aos 65 anos de idade.

O documentário mostra o casal embarcando na jornada FIRE (Financial Independence Retire Early – Independência Financeira, Aposente-se Cedo), e uma coisa que eu fiquei pensando enquanto assistia, era justamente o título que originou este post: “Por que muitos não conseguem chegar lá?”

Muitas pessoas (e aqui, estou falando de pessoas que recebem um salário razoável) não conseguem ser FIREs, porque se preocupam demais com as coisas que estão deixando para trás, das coisas que estão desistindo, do que estão abrindo mão, ao invés de pensar em todas as outras coisas boas que o FIRE proporciona.

No próprio documentário, é muito claro perceber isso. Taylor demonstrava a todo momento como as escolhas novas eram doloridas: a troca por um carro popular, a mudança da cidade, a escolha de uma casa mais modesta. A todo momento ela falava o quanto era difícil não ter o que queria, e era difícil não notar sua expressão de insatisfação.

Viver uma jornada FIRE desta forma, pensando sempre na escassez, é torturante. É viver sem viver de fato. É viver querendo ter outra vida. É viver querendo estar em outro lugar. E ninguém, ninguém aguentaria viver uma vida de privação por décadas.

Eu lido bem com a minha jornada FIRE, porque eu sei que não é uma jornada de privação, e sim uma jornada para a liberdade.

O segredo para uma jornada tranquila é encontrar o equilíbrio do quanto está disposto a abrir mão de certas coisas, sem prejudicar a qualidade de vida. Um exemplo? Que tal abrir mão de morar em um apartamento de 3 dormitórios e morar em um de 1 ou 2 dormitórios (principalmente se você não tiver filhos)? Ao invés de almoçar todos os dias em restaurantes, que tal cozinhar a própria comida durante a semana, e deixar os restaurantes para os fins-de-semana em companhia agradável dos amigos? Já pensou em comprar roupas melhores, e abandonar o fast-fashion para ter roupas mais duráveis, mas em menor quantidade? E se pudesse morar próximo do trabalho e abrir mão do carro? Até que não seria uma troca tão sofrida.

Há algumas coisas que considero importante para uma jornada FIRE mais tranquila:

  • Aprender a se divertir sem precisar gastar tanto dinheiro;
  • Descobrir a própria suficiência;
  • Compreender o que é essencial para parar de se comparar com o colega do lado;
  • Aprender a fazer escolhas inteligentes para aprender a gastar BEM o dinheiro, e não gastar MAIS dinheiro.

Todas as escolhas que fiz até hoje, não foram privações. Foram escolhas feitas de forma cuidadosa. E por isso mesmo, vivo um presente sem arrependimentos.

Quando estiver desanimado, lembre-se que a jornada FIRE é uma jornada para a liberdade.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

É possível ser feliz no casamento depois de 10 anos?

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Depois do meu primeiro casamento que culminou em divórcio e outro, onde me encontro feliz em um relacionamento de mais de 10 anos, comecei a listar uma fórmula pessoal para um relacionamento dar certo. Saliento que é apenas uma percepção minha, baseado na minha famosa teoria do nada rs.

Para um relacionamento dar certo, listo 7 tópicos essenciais:

1.) Auto-conhecimento

Uma coisa que é essencial para um relacionamento dar certo é o auto-conhecimento. De nada adianta começar um relacionamento com qualquer um, sem compreender o que queremos, e PRINCIPALMENTE, o que não queremos. Quando nos conhecemos melhor, passamos a não nos importar tanto com o outro, aprendemos a lidar com a solidão, a respeitar os nossos limites, as nossas vontades, e assim, finalmente, a ter amor-próprio.

Eu sempre soube o que eu não queria. Não queria um homem machista, um homem violento, agressivo. Nunca quis alguém que podasse minha forma de vestir, minha forma de falar, muito menos a minha forma de pensar. Eu sempre apreciei homens sensíveis, carinhosos, cuidadosos. Eu não queria assistir um filme e ficar sonhando com um homem romântico, e ter em casa um homem completamente diferente. E por saber e buscar isso, sempre fui muito bem cuidada nos meus namoros.

2.) Amor próprio

Você conhece pessoas que dizem que se amam, mas todo o comportamento é de quem não tem amor próprio? Há muitas pessoas assim. Terceirizam a felicidade para a outra pessoa, achando que a responsabilidade da própria felicidade é sempre do outro. Quem tem amor próprio, costuma gostar da própria companhia, do silêncio, aprecia a solidão, reconhece os próprios defeitos, não se anula para agradar a outra pessoa e principalmente, não aceita relacionamentos abusivos.

Outra coisa importante é escolher alguém que nos apoia. Parece uma coisa óbvia, mas é difícil encontrar alguém que nos apoia de fato. Encontrar alguém que extraia o nosso melhor, é melhor do que ganhar na loteria. Já contei pra vocês, que meu marido é essa pessoa. Ele fica jogando confete em mim, elogia, incentiva, mostra a todo momento que eu sou uma pessoa especial. Ele é a pessoa que tenta extrair o que eu tenho de melhor, e faz com que eu tente ser uma pessoa melhor a cada dia.

3.) Combinar nas “coisas grandes”

Geralmente, acabamos gostando de alguém por combinar nas coisas pequenas da vida: o tipo de filme que gostamos, o estilo musical da qual ouvimos mais, gêneros literários, hobbies parecidos e por aí vai.

Mas o que facilita uma união não são as coisas pequenas, e sim, sobre como pensamos e enxergamos a vida em relação às coisas grandes.

Imagine o conflito familiar onde uma das pessoas é a favor da educação pública, enquanto a outra é totalmente contra? O que aconteceria se um dos pais insistisse em colocar seu filho em uma escola pública? Ou quando uma pessoa acredita em Deus enquanto a outra é atéia e um dos pais quer batizar o filho?

Imagine o caos viver com uma pessoa completamente diferente nas ideologias? As opiniões iriam divergir a todo momento, gerando conflitos. Pense em outras questões importantes como política, religião, direitos sexuais, homofobia…

Eu e meu marido por exemplo, somos água e óleo nas coisas pequenas. Ele ouve heavy metal e eu música clássica; temos hobbies completamente diferentes, ele é apaixonado por bike, eu por artesanato; gosto de filmes leves enquanto ele ama filmes dramáticos. Eu gosto de ler livros de auto-desenvolvimento, enquanto ele lê livros sobre política. Ele ama doces, eu amo cítricos. Ele não gosta de comida japonesa… e bom, eu amo.

Mas em compensação, pensamos de forma muito parecida em relação às coisas grandes, nas coisas que importam.

Temos a mesma opinião em relação a política, a educação, a religião, aos direitos sexuais, a homofobia, ao racismo e outros assuntos que podem ser considerados polêmicos.

Não estou falando que temos que nos relacionar com pessoas iguais a nós. Longe de mim. Mas se relacionar com pessoas que tenham os mesmos princípios éticos, religiosos, morais e sociais facilita e muito, principalmente quando o casal tem filhos.

Talvez esse seja um dos motivos que mesmo após 10 anos juntos, nossa vida seja harmoniosa e pacífica, mesmo sem grandes esforços. Eu mudei muito e ele também (vamos chamar isso de evolução pessoal), mas ainda pensamos de forma muito similar nas coisas que importam.

4.) Saber que nenhum relacionamento começa pronto

Esse é outro ponto, pessoas querem relacionamentos prontos. E isso não existe. Existe o que eu chamo de lapidação do relacionamento. Um abre mão aqui, o outro abre mão ali, e com isso o relacionamento vai se moldando de acordo com a tolerância do outro. Há coisas que eu não abri mão, da mesma forma que ele também não abriu mão. Mas há outras inúmeras coisas que abrimos mão, para não magoar o outro, mas sem desrespeitar os nossos limites.

5.) Reconhecer que o relacionamento nunca estará pronto

Sim. Nunca.

Porque somos pessoas em evolução e mudança constante. Aquela pessoa que meu marido conheceu há 10 anos, não existe mais, pois se transformou em outra. E é fundamental ter essa noção de que pessoas se transformam.

De tempos em tempos, nós temos ajustes no relacionamento, no comportamento do outro, o que continuamos gostando, o que passamos a não gostar, o que podemos fazer de diferente, o que mudou para melhor, o que mudou para pior. E por várias vezes, percebemos que se não tivéssemos feito aquele ajuste fino naquele período, nosso relacionamento seria muito diferente hoje.

6.) Conhecer a linguagem do amor do parceiro

Eu conheci o livro As 5 linguagens do amor (do Gary Chapman) e posso dizer que mudou a minha forma de enxergar as pessoas. Segundo o autor, há 5 linguagens do amor:

  • Palavras de afirmação
  • Qualidade de tempo
  • Presentes
  • Gestos de serviço
  • Toque físico

Há relacionamentos que terminam, porque os casais falam linguagens diferentes e não conseguem falar a linguagem do outro. Enquanto para um, a linguagem do amor são “presentes”, para o outro pode ser “qualidade de tempo”. Então se uma pessoa compra diversos presentes e mimos para a outra (porque a sua forma de demonstrar amor é comprando presentes), mas a linguagem do amor da outra seja outra, ela não consegue transmitir todo o seu amor, porque os dois estão falando linguagens diferentes. Ambos ficam frustrados, pois não percebem a intenção do outro.

Por coincidência, eu e meu marido falamos a mesma linguagem do amor: qualidade de tempo. Aí vocês começam a entender, porque valorizamos tanto o nosso cafés-da-noite, nosso vale-night etc. São nesses momentos que conseguimos encontrar tempo para sentar e conversar sobre as coisas da nossa vida, assistir um filme, sonhar juntos, alinhar nosso futuro. Já perdi as contas de quantas vezes ficamos conversando até às 3 horas da madrugada, simplesmente porque perdemos a hora conversando. É nesse momento que abastecemos o nosso tanque do amor, porque estamos falando a mesma linguagem do nosso amor: tempo de qualidade.

7.) Amar é uma decisão diária

Isso significa que o relacionamento não pode ser deixado de lado. É preciso cuidar, respeitar, amar, ouvir, e principalmente, prestar atenção no outro.

Quando paramos de prestar atenção no outro, paramos de ouvir, paramos de cuidar. Com o tempo paramos de respeitar, e finalmente, paramos de amar.

É necessário esforço para o relacionamento dar certo, tirar lições de cada discussão, entender que estão juntos por uma decisão, e não por falta de opção. E essa determinação para dedicar tempo e amor ao casamento é uma decisão que foi tomada há alguns anos, então que seja feita da melhor forma. Amar é uma decisão diária.

E é isso.

Então quando alguém me pergunta como é possível ser feliz em um casamento após 10 anos de relacionamento (com 2 crianças que tentam interromper nossa conversa a cada 2 minutos), é tudo o que tenho para falar: “tenho 7 tópicos importantes para compartilhar com você”.

~ Yuka ~

Minimalismo · Organização

Maquiagem minimalista: 7 itens

Make-Up, Paleta De Cores, Beleza, Mac, Sombra De Olho

O post de hoje é pra compartilhar como anda a minha necessáire.

Atualmente, tenho apenas 7 itens, que pra mim, são indispensáveis.

Item 1.) Base BB Cream da Missha

A minha pele é boa, então não preciso de uma base com cobertura pesada. Essa base de origem coreana, fica muito boa na minha pele oriental, além de ter FPS 42. Já perdi as contas de quantos tubos usei, pois toda vez que termina, compro outro para repor.

Item 2.) Estojo de Sombras da Urban Decay

Naked2 Basics Eyeshadow Palette | Urban decay naked2, Naked2 ...

Conheci essa marca quando viajei para o exterior, e desde então, tem sido uma das minhas queridinhas.

Item 3.) Delineador Kat von D

Foto 1 - Delineador Tattoo Liner Kat Von D

Meu olho oriental, não tem dobrinhas. Isso significa que praticamente todos os delineadores borram nos meus olhos. Menos esse. Esse é maravilhoso, além de ser super fácil a aplicação.

Item 4.) Lápis de olho da Urban Decay

24/7 Glide-on Eye Pencil - Urban Decay — beauty terapia

Da mesma forma que a maioria dos delineadores borram nos meus olhos, não posso usar qualquer lápis preto. Uso os da Urban Decay 24/7 há anos.

Item 5.) Blush da MAC

Já tive muitos blushes desta marca, mas atualmente, apenas um é o suficiente para mim.

Item 6 e 7.) Dois batons da MAC

mac

Até descobrir esta marca, não usava batons, porque não gostava da textura. A MAC possui textura matte que eu adoro.

Como podem perceber, minha maquiagem é o mais leve e natural possível. Nada de pele com cobertura pesada ou olhos carregados.

~ Yuka ~

Minimalismo

Crianças mimadas, adultos de porcelana

Contemplando, Amizade, Amigos, Crianças, Menina

Semana retrasada foi dia das mães. Poderia até ter publicado este post, mas como ando distraída, só pensei nisso depois.

Não sou especialista nesse assunto de maternidade, nem de educação. Então só vou compartilhar a minha visão, o meu ponto de vista e o que tenho feito com as minhas 2 filhas.

A importância da frustração

Eu que sou mãe, sei que dá vontade de atender todas as vontades dos nossos filhos, mas isso não é nem um pouco saudável. Propositalmente, eu não atendo todas as vontades das minhas filhas, porque eu quero que elas saibam o que é frustração. Elas chutam o chão, choram, gritam, mas depois entendem que a vida é assim mesmo. E olhem só, a cada frustração que elas sentem, elas vão aprendendo a lidar com esse sentimento que é tão complexo.

A importância do ócio

Quando viajo de ônibus com as minhas filhas, não levo livro, não levo brinquedos para distrair, não levo tablet, não empresto meu celular. Ensinei as meninas a ficarem quietinhas no ônibus, pois ônibus não é lugar para brincar, nem fazer barulho. Eu levo alguma coisa para elas comerem no início da viagem e depois digo para elas dormirem. Quando elas estão muito entediadas, sugiro que apreciem a paisagem, e assim, o sono vem rápido.

Outra coisa que eu percebo, é que quando elas estão ociosas e sem televisão, elas brincam mais de pintura, de desenho, de faz de conta, de teatro, dançam, cantam… ou seja, começam a usar a criatividade para se divertir.

A importância de não atender todas as demandas

Assim como eu, vocês também devem conhecer adolescentes que acham que quem tem que resolver o ócio deles são os pais. Só cobram, e não tentam resolver o próprio problema. Não sabem lidar com o tempo vazio, nem com a falta de certas coisas. Acham que tudo se resolve com dinheiro, com os pais comprando o que falta. Não quero isso para as minhas filhas. Querem uma máscara de um personagem de desenho? Então vamos fazer com o material que temos em casa. E assim, elas vão compreendendo que nem sempre precisamos gastar dinheiro, nem ficar esperando os outros resolverem os nossos problemas.

A importância de não querer suprir o que não tivemos na infância

É mais fácil enumerar as coisas que tivemos, do que enumerar o que não tivemos na infância (porque a lista é extensa). Na nossa época, era algo normal a criança ter poucos sapatos, poucas roupas, poucos brinquedos.

Atualmente vejo pais atendendo todas as demandas dos filhos, dando presentes a todo momento (por não ter ganhado tantos brinquedos), colocando na melhor escola (por ter estudado em uma escola pública do bairro), dando uma mesada gorda (por não ter tido mesada), dizendo sim para tudo (porque seus pais disseram muitos nãos)…. Mas não percebem que foram justamente esses limites que recebemos, que moldaram o nosso caráter hoje e a resiliência que temos em relação a vida.

Crianças que tiveram tudo na infância se tornam adultos que não se esforçam, acham que os pais têm obrigação em pagar as contas. Permita que seu filho tenha o sentimento de conquista, e não de que conseguiu tudo de mão beijada.

A importância de compartilhar

Já escrevi um post sobre esse assunto, explicando de que forma incentivo intensamente a importância de compartilhar.

Minhas filhas compartilham quarto, compartilham a cama, compartilham brinquedos, as roupas, a televisão… E assim, de coisas em coisas, vão entendendo que precisam esperar pela sua vez, e a trabalhar a paciência.

Ensinar sobre paciência, sobre a espera

Eu não compro brinquedos com frequência.

Os brinquedos são comprados em datas festivas como aniversário, dia das crianças e no Natal. As crianças entram nas lojas de brinquedo SABENDO que não irei comprar nada. Elas não fazem birra, elas olham, se encantam, brincam e depois saímos da loja sem comprar nada. Quando gostam muito de um brinquedo, me chamam para mostrar explicando que é o que vai querer ganhar no dia do seu aniversário.

A questão não é o dinheiro, e sim, sobre ensinar a ter paciência e a importância da espera. Elas não fazem birra, porque sabem que irão ganhar algo em breve.

Ensinar que não se pode ter tudo na vida, é preciso fazer escolhas

Quando estou no supermercado (antes da pandemia), sei que não custa nada comprar 2 coisas que elas estão pedindo. Mas faço elas escolherem 1. “Qual você quer mais? O chocolate ou o biscoito?” Com a mãozinha pequena na cabeça, vejo minha filha escolhendo com muita dificuldade qual quer mais. Mas é assim mesmo. É desta forma que elas vão aprendendo desde a infância de que não podemos ter tudo na vida, de que temos que fazer escolhas. São as pequenas decisões e escolhas que elas fazem no dia-a-dia que irão treiná-las a ter autonomia quando elas tiverem que tomar as suas próprias decisões.

A importância de ter responsabilidades

Minha filha de 3 anos já compreende que roupa suja deve ser colocada no cesto da lavanderia. Ela não faz isso sozinha, mas leva até a lavanderia quando explico que não deve deixar a roupa no chão. Quando elas voltam da creche (também antes da pandemia), elas guardam os sapatos na sapateira, vão ao banheiro lavar as mãos (há um banquinho para que a caçula alcance a torneira e um gancho na altura delas onde fica pendurado a toalha de mão). Elas sabem que quando terminam de comer, devem levar o prato na pia da cozinha. Como diz o meu marido, não adianta um filho ser fluente em inglês, saber robótica e tudo mais, mas não saber lidar nem com as próprias roupas sujas.

Ensinar a diferença entre valor e preço

Esse ano fiz festinha de aniversário para a minha filha mais velha. Como estamos quarentenando, a festa foi só entre a gente mesmo. Não fiz grandes coisas, só um brownie em formato redondo, uma bandeja de brigadeiros, suco de laranja para as crianças, café para mim e para o meu marido e alguns balões coloridos para decorar a parede.

Cantamos parabéns duas vezes, fomos até o quarto para medir a altura da aniversariante, entreguei para ela o presente que eu mesma havia feito com a minha máquina de costura: uma necessáire para ela guardar o pente e o espelho de mão.

E eis que ela grita de euforia e me abraça: “mamãe, este foi o melhor aniversário que eu já tive em toda minha vida!”. Esta festa aconteceu no início desse mês e, após 3 semanas, ela ainda lembra com alegria.

Criança não vê preço, vê o valor das coisas. São os adultos que ensinam as crianças de forma errônea que preço é melhor do que valor. Que festa em buffet com 200 pessoas é melhor do que festa em casa com os melhores amigos. Que viagem para Paris é melhor do que viajar para a casa da vó.

A criança não é o centro do universo da nossa família

Você já deve ter visto inúmeras crianças sentadas nos bancos prioritários em transportes públicos, enquanto vovôs de cabelos brancos ficam em pé, se agarrando em qualquer lugar para não se desequilibrar.

Eu fico muito indignada com essa cena, e mesmo antes de me tornar mãe, havia jurado que, se um dia eu viesse a ser mãe, meus filhos não iriam tirar lugar de um idoso ou de qualquer outra pessoa necessitada.

Minhas filhas não sentam nos transportes públicos, porque entendem que as pessoas que estão lá de pé, trabalharam o dia inteiro, estão cansadas. No máximo, sentam no meu colo. Quando entra algum idoso, elas já se levantam, porque sabem que eu vou ceder o meu lugar para ele. Minhas filhas têm 5 e 3 anos e já entendem sobre empatia. Tem adulto de 50 anos que ainda não descobriu o significado dessa palavra.

Eu passei 9 meses da minha gravidez em pé no transporte público, porque as pessoas simplesmente não cediam seus lugares. Adolescentes sentados nos bancos prioritários, jogando Candy Crush, porque os pais sempre deixaram sentar nesses bancos prioritários, sendo tratados como centro do universo na sua família.

Criar como uma grama, e não como uma flor

Na minha infância, eu tive uma professora de japonês que costumava me chamar de grama. Eu não gostava, principalmente, porque ela chamava minhas irmãs de flores, e eu também queria obviamente ser uma flor.

Só depois de um tempo que eu entendi. Eu era grama, porque mesmo as pessoas pisando em mim, mesmo sendo esquecida, não sendo a preferida, eu sempre estava de pé. Vocês sabem que eu tive uma infância difícil, eu tive uma irmã agressora, que hoje sei que se enquadra como violência doméstica. Enfrentei um divórcio, burnout no trabalho, e apesar dos apesares, sempre recomecei.

– – –

Todas as coisas que eu faço com as minhas filhas, nunca teve o intuito de economizar, mas torná-las adultas responsáveis. São 5 pilares que tento ensinar: responsabilidade, foco, escolha, renúncia e paciência.

Tudo isso tem um único propósito: não criar adultos de porcelana.

Há uma frase famosa em que diz que “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional”. A minha intenção não é evitar a dor das minhas filhas, e sim ensinar a administrar os sentimentos, APESAR da dor.

Elas sentirão a dor da perda, a da saudade, a da despedida, a da frustração, da rejeição. O que eu tento fazer é ensina-las a lidarem com os sentimentos, apesar da rejeição, apesar da frustração, apesar da indignação, apesar das injustiças.

Foi assim com a gente. Quantos de nós sofremos bullying, numa época que nem existia essa palavra? Nós sobrevivemos. E com isso nos tornamos mais fortes.

Quando digo não para certos brinquedos, elas têm duas alternativas: chorar ou construir algum brinquedo através de materiais que já temos em casa.

Quando elas se tornarem adolescentes e passarem a receber uma mesada, vão ficar reclamando do valor da mesada ou vão aprender a pechinchar, buscar no brechó, fazer troca com as amigas, empreender?

Eu não posso evitar que elas não tenham problemas todos os dias. Mas eu posso ensiná-las a como enfrentar e lidar com os problemas da vida.

~ Yuka ~

Do It Yourself · Minimalismo

Confeccione máscaras caseiras com 97% de eficiência

Como é de conhecimento de todos, as máscaras cirúrgicas estão esgotadas ou superfaturadas. Então vou compartilhar 3 informações científicas importantes sobre Covid-19 que beneficiará na confecção das nossas máscaras caseiras.

1.) Tamanho do Covid-19

Coronavírus é muito, muito pequeno. Para ter uma ideia de proporção, as duas bolas escuras da figura abaixo, são partículas de poluição. Isso significa que tecidos comuns podem não possuir tanta eficácia para barrar a entrada de partículas muito pequenas, como a do Covid-19.corona virus.jpeg

2.) Combinação de tecidos traz eficácia de 97% de filtragem bacteriológica

Autores da Universidade de Chicago escreveram um artigo científico sobre a eficácia das máscaras caseiras utilizando combinações de tecidos.

Munidos de um equipamento que mede o tamanho de partículas de aerossóis, incluindo nano-partículas da mesma ordem de grandeza do Covid-19, os autores descobriram que algumas combinações de tecidos como algodão+seda tem eficácia de 94%, enquanto algodão+chiffon chega a 97% de eficácia, nível similar das raríssimas e cobiçadas máscaras N-95, que possui 95% de eficiência de filtragem bacteriológica.

Para a máscara caseira ter 97% de eficácia, é preciso ter 1 camada de tecido de algodão (600 fios) e 2 camadas de tecido chiffon. A camada de algodão serve como uma barreira mecânica, enquanto as duas camadas de chiffon servem como barreira eletrostática.

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3.) Máscaras caseiras não devem ter costuras no meio

Pesquisadores do Instituto de Física da USP também testaram diversas máscaras de tecidos (sem a combinação de tecidos).

A máscara N-95 teve retenção de 99% de partículas, a máscara cirúrgica 98% de partículas, máscara com algodão grosso 60% de partículas, algodão TNT reteve 56% de partículas, mas quando havia uma costura no meio, a retenção diminuía para 45%. Ou seja, não pode ter costura no meio da máscara, pois se torna um ponto frágil das máscaras caseiras.

Fiz esse post sabendo que não é todo mundo que tem uma máquina de costura em casa, mas com o conhecimento científico em mãos, talvez dê para encomendar com o costureiro do seu bairro, ou até mesmo improvisar uma máscara com algum lençol de cama e uma blusinha.

Cedo ou tarde, sairemos aos poucos da quarentena. E quando esse momento chegar, será importante que tenhamos em mãos uma máscara eficiente que nos proteja da melhor forma possível.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Rever o consumo com o isolamento

Escada Rolante, Escadas, Segmentos De Metais

Agora que o mundo inteiro parou e muitos de nós estamos confinados, já parou para pensar se todas as coisas acumuladas em casa faz algum sentido?

Sapatos de diversas cores e modelos parados na sapateira.

Roupas e mais roupas sem uso no guarda-roupa.

Bolsas, cintos, acessórios. Relógios, perfumes, óculos de sol.

Podemos analisar também os objetos caros… Um carro parado na garagem, um relógio de 5 mil reais no pulso, uma bolsa de luxo ou até mesmo roupas de marca, se não há para “quem mostrar”?

A verdade é que muitas pessoas viveram até o momento olhando para fora, ao invés de olhar para dentro. Ou seja, se preocuparam mais com a aparência e com o julgamento de terceiros do que com a própria qualidade de vida.

Claro que esse isolamento foi algo inesperado, mas podemos tirar uma lição disso tudo. E uma das lições é rever o consumo.

Talvez seja o momento de rever comportamentos. Será que faz sentido ter tantos pratos e copos no armário da cozinha? Ter tantas roupas abarrotadas no guarda-roupa? Reveja o tecido das suas roupas, principalmente daquela roupa que dá tanto trabalho para manter. Vale a pena ter tanto trabalho por uma blusa? Aliás, há um exercício muito bom para se fazer nesse período de quarentena: contar quantos objetos sem uso temos dentro de casa. Vai se surpreender.

Estamos tendo a oportunidade de enxergar a própria vida com outros olhos, avaliar se o nosso comportamento consumista tem valido a pena.

Aproveite para ressignificar o dinheiro, analisar o gatilho do consumo e se preocupar mais com o interno (com a qualidade de vida) ao invés do externo (com a aparência).

E faça a seguinte pergunta sempre:

– Valeu a pena acumular tantas coisas?

~ Yuka ~ 

Minimalismo

Privilégio: enxergar o que não vemos que temos

Persianas, Obturador Do Rolo, Aberto, Gap, Olhar, Sun

A crise do coronavírus é uma realidade para todos nós, não importando se estamos no Brasil ou no outro lado do mundo.

No meio do caos, com tantas notícias ruins, entre tantas pessoas adoecendo, morrendo, o medo tomando conta, você consegue enxergar o seu privilégio?

Eu consigo enxergar o meu.

Quando eu começo a reclamar, paro para refletir como reclamo de boca cheia. Se penso como está ruim o meu isolamento, lembro o quanto sou privilegiada em ter um lugar para morar, uma casa para me proteger, uma família que não possui doenças pré-existentes.

Quando vejo meu patrimônio reduzido, penso que poderia ter sido muito pior. Desvalorizou ‘somente’ 24%, poderia ter sido 80%. O dinheiro que eu poupei, permite que eu viva sem trabalho por anos, permitindo inclusive, mudar de profissão, se assim eu desejar. Eu poderia ter perdido meu emprego, perdido alguém da minha família, enfim, tudo mesmo.

Afogada no meio de tantas notícias ruins, a minha bóia salva-vidas é o meu mantra: “ainda bem que…. que bom…”

Ainda bem que fui disciplinada e poupei dinheiro por uma década. Ainda bem que meu estilo de vida está adequado à situação atual de contingenciamento. Que bom que sempre fui cuidadosa ao elevar o padrão de vida, nunca paguei boleto com o salário do marido para pagar as contas, já que ele corre risco de não ter seu contrato renovado.

Que bom que ainda não reduziram meu salário. E mesmo que reduzam, que bom que me preparei para essa fase. E mesmo que tenha que usar o dinheiro da aposentadoria, que bom que tenho de onde tirar.

Que bom que sou jovem e posso atrasar o sonho de ser FIRE por alguns anos. Ainda bem que essa crise aconteceu agora, e não próximo de ser FIRE, pois permitiu traçar novas estratégias na minha carteira de investimentos.

Que bom que as crianças são pequenas, vão lembrar dessa fase como a melhor fase da vida delas, com os pais presentes diariamente, tomando café, almoçando e jantando todos juntos. Aliás, ainda bem que elas já passaram daquela fase crítica onde bebês pegam virose e precisam ir ao hospital com frequência. Outro ‘ainda bem’ é que elas estão na creche, escapei do homeschooling, eu não daria conta. Que sorte a minha mãe morar a 2,5km de casa, distância que permite vir a pé a cada 10~15 dias, para se encontrar com as netas.

Que bom que eu tenho um teto para morar, um lar que me protege, moro num apartamento agradável, e que bom que bate sol (apesar de não ter uma varanda). Ainda bem que me dou bem com o marido, imagina se só brigássemos? Que bom que sei costurar, e ainda bem que eu não me desfiz das coisas de artesanato que tenho da época que costurava, tem sido muito útil nesse período para confeccionar máscara protetora, fazer brinquedos de tecido, etc.

Que bom que a minha chefe foi muito compreensível e humana, quando eu estava toda atrapalhada no início do isolamento, tentando conciliar home-office e maternidade. Ainda bem que a equipe que eu tenho é unida e tem me ajudado muito.

Eu e meu marido semanalmente tentamos enumerar quantos “ainda bem” conseguimos encontrar.

E reconhecendo tantos privilégios, eu paro de reclamar, pois não há mais nada para reclamar, só agradecer pela vida.

É uma questão de perspectiva.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Flexibilidade para enfrentar a crise

Árvore, Vento, Conífera, Encaminhar, Crescimento

Há uma frase oriental em que diz que “em noites de tempestade, as árvores rígidas são as primeiras a quebrar, enquanto as árvores flexíveis se curvam e deixam o vento passar”.

O QUE PODE ACONTECER DE PIOR?

Alguns dos meus amigos dizem preferir viver um dia de cada vez. Já eu, acho que viver um dia de cada vez, significa levar susto a cada curva do caminho. “Reduziram meu salário!”, “Fui demitido!”, “Fiquei doente, para onde eu vou?”, “Não consigo pagar mensalidade da escola, onde meus filhos irão estudar?” e por aí vai.

Eu e meu marido já conversamos e compreendemos que o pior que pode acontecer nesta crise, é morrer. Claro que não pretendemos morrer, mas deixamos algumas coisas ajeitadas como:

  • uma reserva de emergência em ambas contas bancárias;
  • um pouco de dinheiro guardado em casa, em caso de urgência extrema;
  • se ficarmos com falta de ar, qual hospital devemos ir (que o convênio cubra);
  • se ficarmos com uma doença aleatória, qual hospital devemos ir (que o convênio cubra);
  • se o hospital do convênio estiver sem leito de UTI, quais hospitais particulares/públicos iremos?

Também temos tomado sol (na medida do possível), nos alimentando bem, e principalmente, cuidando da nossa saúde mental.

MEU SALÁRIO

Há uma possibilidade real do meu salário ser reduzido.

Apesar disso, não me preocupo muito com isso, porque além de ter uma boa reserva financeira, tenho algumas cartas na manga para enxugar ainda mais o orçamento, se assim eu desejar. Uma das vantagens de morar de aluguel é isso, a flexibilidade para aumentar ou reduzir o padrão de vida de acordo com a minha necessidade atual. Posso me mudar para um apartamento menor, para um bairro mais barato e pagar um aluguel mais em conta.

SALÁRIO DO MARIDO

Se o contrato de trabalho do meu marido for renovado por mais 1 ano, continuarei poupando 70% da nossa renda familiar.

Se o contrato dele não for renovado… bom, ainda bem que nunca paguei nenhum boleto com o salário dele. Eu nunca me iludi, quando meu salário aumentou, ou quando meu marido passou a ganhar um salário mais alto. O nosso padrão de vida sempre foi mantido apenas com o meu salário, e ainda consigo poupar uma parte dele.

QUANDO SEREI FIRE

A minha intenção era ser FIRE (Financial Independence Retire Early) aos 45 anos, ou seja, daqui a 6 anos. Agora com essa crise e recessão que estamos enfrentando, fico pensando quando será. Como eu não sou sozinha, tenho uma família junto comigo, e ainda mais 2 crianças em idades pré-escolares, todo cuidado é pouco para não me antecipar e ser FIRE antes da hora.

De qualquer forma, tenho saúde e disposição. Então, penso que na pior hipótese, continuo trabalhando e atraso alguns anos para ser FIRE. Ainda assim, continuará sendo uma aposentadoria antecipada.

MINIMALISMO

O fato de levar um estilo de vida minimalista (de viver com o que julgo ser importante para mim, e eliminar tudo aquilo que não acho importante), me fez perceber que eu não tinha gastos relevantes a serem cortados.

Eu já tinha ajustado o valor da internet há pouco tempo, eu já tinha ajustado o plano de saúde no ano passado, já economizava na luz de casa, já controlava as idas aos restaurantes, as compras por impulso, os gastos supérfluos.

Todos os gastos que eu possuo hoje, são gastos que eu acho importante para a minha família:

  • consumir alimentos orgânicos: frutas, legumes, verduras, carnes e produtos de mercearia;
  • ter plano de saúde;
  • morar em um bairro agradável e próximo de metrô;
  • ter internet de qualidade;
  • atividades ligadas à qualidade de vida como natação, lazer, viagens (interrompidas temporariamente).

Então, não houve algum gasto que eu tenha passado a economizar por conta da crise, pelo menos, enquanto não houver de fato a redução salarial.

A LIÇÃO DE CASA

  • Eu já tinha controle do meu orçamento mensal;
  • Já fazia revisão dos gastos do mês anterior há pelo menos 5 anos;
  • Já tinha reduzido gastos supérfluos;
  • Já poupava;
  • Já tinha estudado sobre investimentos;
  • Já tinha reserva de emergência;
  • Já vivia uns 4 degraus abaixo do padrão de vida que me era possível;
  • Já vivia de forma minimalista;
  • Já vivia sem desperdiçar dinheiro, alimentos e tempo;
  • Já tinha um planejamento, sempre esperando pelo melhor, mas me preparando pelo pior cenário;
  • E o mais importante, nunca coloquei o dinheiro na frente da minha família.

E assim, quando menos esperar, espero que a tempestade tenha passado, e que tenhamos sido flexível o bastante para deixar o vento passar por nós, e sagaz o suficiente para aprendermos lições valiosas desse período turbulento que estamos passando.

~ Yuka ~

Minimalismo

O desafio da quarentena com filhos pequenos

Criança imaginação
Foto: Pinterest

Depois de quase 1 mês de confinamento, tive a brilhante ideia de entrar no guarda-roupa e me esconder das minhas filhas por uns 15 minutos. Ah, que delícia. Silêncio. Escuro. E finalmente, so-zi-nha.

Quando minha filha me encontrou, ela abriu um sorriso largo, achando que eu estava brincando de esconde-esconde.

Eu sou uma pessoa que desde criança, sempre gostei do silêncio.

O silêncio aquieta a minha alma, abraça meus pensamentos e me mantém em equilíbrio.

Indo na contramão da maioria dos pais, minhas filhas não têm acesso ao tablet, nem ao celular. Elas assistem um pouco de desenho no Netflix. Isso significa que elas ficam pouco tempo sentadas no sofá.

Elas brincam pra valer, e quando digo pra valer, significa tomar banho e conseguir molhar até o teto do banheiro. Derrubam todas as almofadas do sofá no chão para criar um oceano de faz de conta. Querem me ajudar a cozinhar, isso significa ter 2 crianças em cima de uma banqueta, enquanto eu manuseio uma faca. Traduzindo, cozinho com apenas 1 pé no chão, enquanto minha outra perna tenta fazer uma barreira para que a caçula não caia da banqueta.

E quando elas querem almoçar embaixo da mesa? Aliás, já tomamos café da manhã, os 4 em pé, porque as cadeiras estavam sendo usadas como casinha. Para ter um momento de trégua, invento de fazer uma sessão-cinema, torcendo para que se acalmem por pelo menos 30 minutos, e aí eis que derrubam toda pipoca em cima do sofá… nesse momento, há dois pares de olhos me olhando com aquela cara “foi sem querer, mamãe”.

Decido tomar um banho para relaxar… ligo o chuveiro e as danadas podem estar fazendo o que for, largam tudo, tirando as roupinhas enquanto correm pelo corredor, e chegam na porta do banheiro já sem roupa. Incrível como para certas coisas elas são tão rápidas.

Comprei um aquário com alguns peixinhos para distrai-las nesse período de confinamento, e secretamente, ter a esperança de fazer uma meditação enquanto olho os peixes nadarem. Ao tentar transferir os peixes para o aquário, muitas mãozinhas querendo me ajudar, e olhem só, o peixe pulou e caiu em cima da mesa. Gritaria geral. Até meu marido gritou. Quase surda, peguei o peixinho com a mão mesmo, e joguei de volta na água. Ufa, de volta à normalidade. Será mesmo? Comecei a pensar que ao invés de sossego, arranjei mais um trabalho pra mim. Preciso dar comida para os peixes 4 vezes por dia. Bom, pra quem dá comida para as crianças umas 7 vezes por dia, isso não parece ser uma tarefa difícil.

Não vamos esquecer que elas andam de patinete em dupla dentro do apartamento, alcançando uma velocidade considerável. Ora é patinete, ora é bicicleta, até o triciclo entra na rodada. Esses dias, decidiram que o guarda-roupa seria o novo quarto delas. Levaram seus bichinhos de pelúcia, suas roupas preferidas, biscoitinhos. Cadê minha colher de pau? Hum, dentro do guarda-roupa.

Eu não as reprimo, porque sei que são crianças fazendo coisas de crianças. Eu mesma cresci fazendo essas coisas.

Pais de crianças saudáveis, guardam brinquedos no final do dia. Pais de crianças que brincam pra valer, guardam brinquedos no final do dia, e também colocam os móveis de volta para o lugar. Arrumo a cadeira que está de ponta cabeça, coloco de volta a cômoda do quarto que foi distanciada da parede para virar um trampolim (elas fazem salto ornamental no colchão). Recoloco o encosto do sofá que tinha virado cadeirinha de praia, pedem inclusive um copo de água com canudo e uma rodela de limão para decorar.

Onde elas aprendem tudo isso? Não faço a mínima ideia.

~ Yuka ~

Minimalismo

Resgate 15 hábitos antigos nesse período de pandemia

Cadeira, Casa, Estilo Country, Design De Interiores

Em períodos de quarentena em que nos encontramos, muita coisa mudou na nossa rotina. Acredito que muitos de nós, estejamos aprendendo a lidar com a reclusão, o confinamento, com a convivência mais intensa dos familiares, da falta que faz um abraço, de caminhar pelas ruas, de sentir o sol quente no rosto. Nem parece que há 3 semanas ainda fazíamos tudo isso.

Isso só me faz ter a certeza de que nós não temos controle de nada. A gente até acha que tem, mas não temos.

Nestes períodos difíceis, tento resgatar hábitos antigos da época dos nossos pais e avós para não me perder.

1.) Cozinhar mais / comer menos industrializados

Não precisa ser nada gourmet, mas cozinhar (ou aprender a cozinhar) acaba unindo a família. Como não estou pedindo comida em restaurantes, tenho feito tudo em casa, desde pizza, hambúrguer, esfiha, nhoque, risoto, iogurte, sushi, e por aí vai. É bem legal quando falo “hora de comer!!!” e as crianças já começam a rodear a mesa. Acabei de descobrir uma receita nova maravilhosa de pão caseiro, que uma hora publico aqui. Também temos comido menos alimentos industrializados, uso bastante o freezer para me ajudar a variar o cardápio, já que a frequência de ida ao supermercado reduziu consideravelmente.

2.) Fazer com o que já tem em casa

Eu queria comprar uma máscara de proteção, mas não achava mais para comprar. Antes dessa onda das pessoas fazerem as próprias máscaras, eu simplesmente peguei um tecido que eu já tinha em casa e fiz uma máscara para toda a minha família.

Outra coisa que estou praticando mais, é usar a criatividade quando falta algum produto. Se faltou a farinha de rosca, uso queijo ralado ou biscoitos esmigalhados. Se não consigo levar o edredom para a lavanderia, encho uma bacia grande com água e sabão, e chamo as crianças para pisar em cima.

3.) Aprender a ser mais auto-suficiente / desenvolver habilidades manuais

Isso significa aprender a colocar uma prateleira, consertar o chuveiro, trocar lâmpadas, fazer pequenos consertos. É muito gratificante, mesmo que no final fique um pouco torto. Estou aproveitando esse momento em casa para consertar algumas roupas, uma barra da calça que está comprida, um botão que se soltou da camisa.

4.) Confiar mais nas pessoas

Esses dias de quarentena, ando meio triste. Conversei com a equipe do meu trabalho, falei que não estava bem, que estava me sentindo sobrecarregada, me cobrando muito por não conseguir nem ser uma mãe boa, nem trabalhar direito. E olha que coisa linda, eles se dispuseram em assumir partes do meu trabalho para que eu ficasse bem.

5.) Trocar receitas e dicas com os amigos e vizinhos

Eu tenho um caderno de receitas dentro do Evernote, onde anoto somente as receitas culinárias que deram muito certo. Adoro descobrir receitas novas. Eu e minhas amigas estamos trocando receitas.

6.) Usar os produtos até o fim

Em 2015 publiquei 2 posts sobre esse assunto. Parece ser uma coisa óbvia de se falar, mas muitos dos produtos são jogados fora ou porque passou da validade ou porque a pessoa não sabe que ainda tem bastante produto dentro do rótulo que aparentemente está vazio. Aqui e aqui. Sempre usei os produtos até o final, mas não custa lembrar o valor das coisas que temos, que se o shampoo acabou, pode-se colocar água para terminar de usar até o final, isso vale para o detergente também.

7.) Ter menos coisas

Ter menos coisas significa ter menos trabalho, menos gastos, menos tempo com manutenção e limpeza.

Para aliviar a sensação de estafa, tente esvaziar a casa, arrumar a bagunça. Organizar o externo faz bem para a alma e alivia a mente.

8.) Fazer menos

Nesse período de quarentena, não é fácil administrar as tarefas de casa, do trabalho e ainda cuidar das crianças. O jeito é fazer menos.

Tenho tomado cuidado para não me sentir obrigada a ser produtiva, ler livros, ser uma super mãe. O mais importante é manter a saúde mental, para a família toda estar bem.

9.) Acompanhar menos notícias

Tenho avaliado na quantidade de notícias que estou sendo bombardeada diariamente: e-mails, grupos de WhatsApp, notícias da internet, televisão, amigos, familiares… Claro que é importante acompanhar as notícias, mas o excesso traz ansiedade e estresse.

10.) Frequentar as lojas do bairro

A grande verdade é que muitos empreendimentos estão falindo ou podem falir a qualquer momento, principalmente os pequenos. Quando vou ao mercado para abastecer a minha geladeira para a semana, tenho frequentado mercados do bairro para incentivar o comércio local, principalmente nesse momento de crise.

11.) Usar produtos naturais para limpar a casa

Eu mesma faço o sabão em pedra, que diga-se de passagem, é muito melhor do que os que compramos no supermercado. Além disso, dá para usar o bicarbonato de sódio na hora da limpeza, vinagre na lavagem de roupa etc.

12.) Usar produtos naturais para cuidar da saúde

A babosa tem uso milenar na minha família. Eu sempre usei para tratar feridas e machucados. Outra coisa que meu marido usa é o desodorante caseiro.

13.) Conversar mais

Não é porque estamos em quarentena, que não iremos conversar mais com as pessoas. Tenho conversado com os amigos, usando principalmente o áudio do WhatsApp. A pessoa conversa, e eu respondo quando consigo. E assim, vamos dialogando ao longo dos dias.

14.) Ter plantas

Quando eu tinha quintal, tinha uma pequena horta com salsinha, cebolinha, alface, lavanda, morango, alecrim etc. Depois tive as minhas 2 filhas, mudei de apartamento e as plantas ficaram para trás. Eis que nesta quarentena, comecei a sentir falta de ter plantas. Eu já estava com algumas mudas de plantas que havia pegado na rua, na água. Replantei em um vaso com terra e vê-las crescendo diariamente tem sido uma das minhas alegrias.

15.) Colocar-se no lugar do outro

Se tem o costume de pedir comida pelo delivery, que tal dar uma gorjeta mais gorda? Talvez os R$50 ou R$100 que para você não faria tanta diferença assim, pode fazer uma baita diferença para a pessoa que está ali, trabalhando em plena pandemia por necessidade.

Se mora sozinho, e o colega de trabalho está sobrecarregado (que foi o meu caso), tentando conciliar a paternidade/maternidade e o home-office, talvez seja o momento de tentar ajuda-lo, pegando um pouco do serviço dele.

Se conhece pessoas que moram sozinhas, talvez seja o momento para ver se a pessoa está bem, se precisa de ajuda.

Resgatar os nossos hábitos antigos, tirando os olhos da tela do celular, talvez seja a forma de preenchermos novamente esse mundo vazio, uma forma de reencontrar o que estávamos quase esquecendo… a importância da solidariedade.

~ Yuka ~

 

Minimalismo

Quando não precisamos de mais nada

Fechar-Se, Colher, Colher De Pau, Idade, Rústico

Esses dias eu acumulei pontos nas compras de um supermercado, e com isso, pude trocar esses pontos por prêmios.

Um dos prêmios, me interessou… R$200,00 em compras na Etna.

Entrei no site da Etna, e por ser uma loja de móveis e decoração, tinha certeza que encontraria algo de que estava precisando. De toalhas de banho a móveis, de eletroportáteis a utensílios de cozinha, acessei diversas páginas, diversas opções, e depois de quase 1 hora procurando por algo que talvez eu estivesse precisando, cheguei a conclusão de que eu não estava precisando de nada.

Até eu fiquei impressionada, porque entre tantas opções disponíveis no site, não tive vontade de comprar nada, nem substituir nada do que eu tinha em casa por uma coisa melhor ou mais nova. Minhas colheres de pau, já estão gastas, poderia trocar por uma nova, mas as que eu uso atualmente servem tão bem… Não precisava de nenhum eletroportátil, nenhuma sanduicheira, nenhum liquidificador… não me interessei por nenhum item de decoração, nem de toalhas ou lençóis novos. De item em item, fui descobrindo o sentimento de suficiência, de estar satisfeita com as coisas que tenho no momento.

E depois de tudo isso, acabei trocando por um cupom de R$60 em compras no supermercado. Sim, para quem tinha opção entre um cupom de R$200, o cupom de R$60 não faz muito sentido, mas achei muito melhor ter os R$60 que compraria em comida (que era algo que com certeza iria usar), do que gastar R$200 em algo que não teria utilidade.

Esse momento me lembrou de um post que escrevi em 2017, onde falei que “o segredo de viver bem com menos é apreciar o que já possui e sentir-se satisfeito”.

~ Yuka ~

Do It Yourself · Minimalismo

Assando cookies para desacelerar a rotina

Finalmente, as receitas dos meus cookies!

Tenho 3 receitas que faço com frequência quando tenho tempo, sempre tenho porções consideráveis no meu freezer, pois facilita demais a vida. Recebeu uma visita repentina? Um passeio de última hora no parque? Com vontade de comer algo gostoso na calada da noite? Em 15 minutos, esses cookies saem do forno.

Cookies com castanha do Pará

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Esse cookie é um dos que eu mais gosto, receita da minha sogra.

  • 2 e 3/4 xícara de farinha
  • 1 colher (sobremesa) de bicarbonato de sódio bem cheia
  • 1 xícara (chá) de açúcar branco
  • 1 xícara (chá) de açúcar mascavo
  • 1 xícara (chá) de manteiga sem sal (200g) em temperatura ambiente
  • 2 ovos
  • 1 colher (chá) de essência de baunilha (opcional)
  • 300g de chocolate meio amargo picado grosseiramente ou em gotas
  • 200g de castanha do Pará picada grosseiramente

Numa bacia grande, misture (ou bata na batedeira) a manteiga, açúcar branco, açúcar mascavo, ovos e a essência de baunilha. Acrescente a farinha com o bicarbonato de sódio (Importante: o ponto da massa é conseguir segurar a massa com a ponta dos dedos sem grudar. Se estiver grudando, vá acrescentando farinha aos poucos).

Coloque a castanha do Pará e o chocolate picados, misture.

Esses cookies crescem muito, então não faça bolinhas grandes. Pegue como medida uma colher de café e faça bolinhas. Leve para congelar (ou para assar). Eu costumo congelar, porque faço estoque no freezer.

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Aqui os cookies já estão congelados.

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Depois de congelado, coloque tudo num saquinho para armazenar.

Para assar no forno, forre com papel manteiga (a minha assadeira não precisa de papel manteiga, veja se a sua precisa). Asse no forno pré-aquecido por 12 a 15 minutos.

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Esse cookie fica estufadinho, transfira-os para uma grade, para que endureçam à medida que esfriam. Rendeu 227 cookies.
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Cookies triplos de chocolate

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Receita adaptada da Nigella Lawson, bem chocolatudo.

  • 250 g de chocolate meio-amargo
  • 300 g de farinha de trigo
  • 60 g de cacau, peneirado
  • 2 colheres (cafezinho) de bicarbonato de sódio
  • 1 colher (cafezinho) de sal
  • 200 g de manteiga em temperatura ambiente
  • 150 g de açúcar mascavo peneirado
  • 100 g de açúcar
  • 2 colheres (cafezinho) de essência de baunilha
  • 2 ovos, ainda gelado
  • 200 g de chocolate meio-amargo em gotas

Numa bacia grande (ou na tigela da batedeira), misture a manteiga, açúcar branco, açúcar mascavo e bata até formar um creme homogêneo. Derreta o chocolate amargo no microondas. Junte o chocolate derretido no creme e misture bem. Ainda batendo, junte a essência de baunilha e os ovos gelados. Numa tigela à parte, misture a farinha, o cacau, o bicarbonato de sódio e o sal. Coloque esses ingredientes na batedeira e vá batendo até misturar tudo.

Esses cookies esparrama muito, então não faça bolinhas grandes. Pegue uma colher de café como medida e faça bolinhas. Leve para congelar (ou para assar). Eu costumo congelar, porque faço estoque no freezer.

Depois de congelado, coloque tudo num saquinho para armazenar.

Para assar no forno, pegue as bolinhas congeladas e coloque na assadeira, deixando um bom espaço entre eles, no forno pré-aquecido.

No forno, esse cookie estufa e depois desincha. Quando ficar bem achatado, é a hora de tirar do forno. Transfira-os para uma grade, para que endureçam à medida que esfriam.

Cookies amanteigados

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Esse cookie derrete na boca, receita da minha mãe:

  • 200g de farinha
  • 150g de manteiga em temperatura ambiente
  • 70g de açúcar
  • 1 gema
  • essência de baunilha

Num recipiente, misture o açúcar e a manteiga. Acrescente a gema e misture. Adicione a farinha e a essência de baunilha.

Abra um filme plástico e coloque toda a massa da cookie modelando para que fique em um tamanho aproximado de 5x7cm. Coloque no freezer por alguns minutos para facilitar o corte.

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Para deixar no freezer (que é o meu caso), deixar a massa modelada no filme plástico e fatiar de acordo com o que for assar.

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Unte a assadeira e disponha as fatias cortadas deixando um espaço entre elas. Coloque no forno pré-aquecido.

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Boa fornada para vocês!

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Como lidar com os dias difíceis

Olho, Testa, Brown, Sonho Do Dia, Pensamento, Rosto

Tem dias que são mais difíceis que os outros, não é mesmo? Aquele dia em especial em que parece que dá tudo errado, e lá no final da tarde, surge a pergunta: “porque saí da cama hoje?”

Como eu lido com dias difíceis?

1. Com os meus amigos

Tenho alguns amigos que são meus amigos do peito, moram no meu coração, amigos que sei que vou envelhecer juntos. Alguns eu tive a sorte de conhecer na faculdade quando eu tinha 18 anos. São eles que me conhecem há tempos, conhecem meus defeitos e minhas qualidades. Ouvir a voz dos meus amigos é para mim, ouvir a voz do meu coração.

2. Indo para algum lugar aconchegante

Quando não estou bem, vou para alguma cafeteria que tenha um clima aconchegante. Peço um pedaço de um bolo grande e uma xícara igualmente grande de um latte macchiato. Aquela espuma macia tocando os lábios, o gosto de um café expresso bem feito, o relógio começando a desacelerar…. me faz novamente entrar no eixo. E assim, renovada, volto melhor para casa.

3. Meu marido

Não é segredo para ninguém que acompanha este blog, que meu marido é o meu porto seguro. Ele é, com certeza, a pessoa que mais me conhece e cuida de mim. Ele sabe pelo meu olhar quando não estou bem. Ele sabe quando eu preciso de um abraço, quando eu preciso das minhas amigas, quando eu preciso estar sozinha, ou quando preciso dar uma volta.

Aliás, estou escrevendo este post de uma cafeteria, tomando o dito latte macchiato (o meu segundo… rsrsrs).

4. Algo para adoçar a boca

Quando já está muito tarde para sair, eu simplesmente tiro a massa do cookie que eu já deixo congelado no meu freezer, e asso no forno. Em 15 minutos, o cookie está pronto. Enquanto eu aguardo o cookie ficar pronto, faço um chá preto com leite. Gosto de comer na cozinha mesmo, em silêncio.

E nessas horas, vejo como é importante ter redes de apoio. Ter pessoas a quem pedir ajuda e até mesmo ter locais aconchegantes ou truques para acolher quando não se está bem.

~ Yuka ~

Minimalismo

Você compra a felicidade?

Borboleta, Inseto, Asa, Natureza, Animais, Linda

A sua felicidade tem relação com as compras?

Quando você quer se sentir feliz, se distrair, o que faz? Vai passear no shopping, vai a um bom restaurante, faz compras, gasta dinheiro?

Tem o costume de entrar nas lojas para procurar por algo que nem sabe ainda o que é? Talvez sejam roupas, itens de decoração, presente para os outros…

Outro dia, Sapien Livre me convidou para tomar café. A iniciativa de levar café foi dele. Como escolhemos um lugar onde havia grama, resolvi levar um tapetinho para estender no chão. Ele levou o café na garrafa térmica e as canecas. Então decidi que levaria cookies e leite quente (queria tomar café com leite).

Sem gastar um único real, ficamos das 16h30 até às 20h, conversando sobre a vida.

Pra mim, a felicidade não está ligada necessariamente ao dinheiro. Claro que é muito bom poder ter conforto, comprar o que tem vontade, acolher quem precisa…. mas felicidade também é ter amigos para conversar, ter uma casa para voltar. É poder compartilhar, dividir e multiplicar a vida com alguém que amamos.

Felicidade não é sobre comprar roupas. Não é sobre comprar jogos de video-game. Não é sobre trocar o carro, comprar eletrônicos, nem comer em restaurantes chiques.

Essas coisas são o que as indústrias nos induzem a acreditar que é felicidade.

A felicidade é muito mais singela e simples do que imaginamos.

~ Yuka ~

Minimalismo

A vida é mais bela quando não temos pressa

Lindos filhos plaiyng em um dia chuvoso Foto gratuita

O início da semana passada foi de chuva intensa… Choveu praticamente todos os dias.

Finalmente eu aprendi a não lutar contra a chuva, nem enfrentá-la. Comprei uma sandália de plástico para deixar na minha bolsa. Nos dias de chuva, fui ao trabalho com essa sandália. Chegando no trabalho, enxuguei meus pés e calcei os sapatos secos. Tenho um aquecedor que deixo embaixo da mesa… se sentia frio nos pés, deixava o aquecedor ligado por alguns minutos até me sentir mais confortável.

Também entendi que nos dias de chuvas torrenciais, de que adianta se gabar que chegou no trabalho na hora certa, mas ensopado (e ficar o dia todo com a roupa molhada)? Ninguém vai morrer se chegar um pouco mais tarde.

Aliás, ligaram da creche pedindo para buscar minha filha mais cedo. Alguns professores não conseguiram chegar.

Na volta, já de mãos dadas com ela, vimos uma lagarta enorme. Ficamos paradas, hipnotizadas com os movimentos dela, olhando não sei por quanto tempo, tentando entender para onde ela estava indo com tanta pressa.

Depois, reparamos que os cogumelos que ficam nos troncos das árvores estavam gigantes, cresceram com a chuva, pareciam mini guarda-chuvas!!!

Não ter pressa significa ter oportunidade de prestar atenção nas coisas que acontecem ao nosso redor, é um aprendizado contínuo num mundo tão acelerado.

Tenho aberto mais a janela quando começa a chover… Pego uma cadeira, encosto na janela e as crianças começam a subir para olhar a chuva cair. As mãozinhas pequenas se esticam para tentar sentir o vento e as gotas da chuva.

– Olha as árvores, mamãe, parece que estão dançando.

E através dos olhos das minhas filhas, redescubro a todo momento que a vida é mais bela quando não temos pressa para viver.

~ Yuka ~

Minimalismo

49 coisas que não compro mais

Shopping, Loja, Compras, Kielce, Coroa, Polônia

Depois do post anterior, onde falei sobre as 5 compras mais úteis que fiz no ano de 2019, chegou a hora de listar as coisas que não compro mais.

No início, foi meio difícil de lembrar as coisas que não usava mais. Como lembrar de algo que nem sinto mais falta? Com a ajuda do marido, fomos elaborando a lista, e não é que a lista ficou grande?

Casa

1.) Cabeceira de cama: antes, eu tinha uma cabeceira de cama, mas depois que me mudei para o apartamento atual, não senti necessidade e me desfiz.

2.) Produtos de limpeza muito específicos: limpa vidro, limpa pedra, limpa limo, limpeza pesada, limpeza para cozinha, limpeza para o banheiro, limpa rejunte etc. Eu uso somente as coisas básicas como água sanitária, sabão em pedra, desinfetante, desengordurante, bicarbonato de sódio…

3.) Lâmpada fluorescente: deixamos de comprar lâmpadas incandescentes e passamos a utilizar a fluorescente. Se notamos que a conta de luz ficou mais barata? Não…

4.) Sabão em pedra: de 2 em 2 anos, eu costumo fazer o meu próprio sabão em pedra. Basicamente é uma mistura de óleo e soda cáustica na proporção correta. Limpa muito melhor do que qualquer sabão em pedra vendido no supermercado.

5.) Amaciante: Não sentimos tanta diferença na roupa, e quando queremos deixar algo macio, usamos vinagre branco.

6.) Aromatizador de ambiente: eu pagava caro por esses aromatizadores de ambiente, hoje, o melhor cheiro é o da limpeza.

7.) Cama com vários travesseiros: eu já tentei ter uma cama arrumadinha, com vários travesseiros…. mas que trabalho que dava. Era um tira da cama pra dormir, põe de volta de manhã pra deixar arrumado, tira todas as fronhas pra lavar, passa ferro nas fronhas que foram recolhidas do varal, nossa, dava muito trabalho. E com isso, hoje eu só tenho 2 travesseiros na cama: 1 para o meu marido e outro para mim.

Higiene pessoal/maquiagem

8.) Desodorante: meu marido que anda muito de bike, sempre teve problema com o cheiro de suor que insistia em permanecer nas roupas esportivas. Ele testou desodorantes de diversos tipos e preços, passei a deixar as roupas esportivas de molho no desinfetante, mas nada foi tão eficaz do que o desodorante caseiro que eu aprendi a fazer (uma mistura de amido de milho, óleo de coco e bicarbonato de sódio). Como num passe de mágica, o mau cheiro se foi. Hoje, é o único desodorante que usamos.

9.) Demaquilante: retiro a maquiagem no banho, e quando quero fazer uma limpeza profunda na pele, uso o Clarisonic Mia.

10.) Perfume: há 6 anos, deixei de usar completamente.

11.) Adesivo para tirar cravo do nariz: depois que descobri que a gelatina em pó incolor tem o mesmo efeito, nunca mais comprei.

12.) Condicionador: todo mundo em casa tem cabelo liso. Deixamos de usar por não sentir necessidade.

13.) Absorvente: o coletor menstrual é um copo feito de silicone, uma das melhores invenções que traz liberdade para a mulher. Absorvente nunca mais.

14.) Escova de dente comum: a Curaprox possui cerca de 5.000 cerdas, enquanto as comuns, possuem de 500 a 800 cerdas. Já dá para perceber porque a limpeza dos dentes se torna mais eficiente.

15.) Tintura para cabelo: eu até que gostava de pintar o meu cabelo, mas um dia simplesmente parei de pintar. Prefiro na cor natural.

16.) Maquiagens em excesso: eu tinha inúmeras maquiagens, desde primer, base, máscara, iluminador, bronzer, creme anti-rugas, creme anti-celulite e por aí vai. Comprava também 20 batons, 5 bases, diversos hidratantes… e nunca usava até o fim, porque a validade dos produtos chegava antes. Hoje, compro somente o necessário e consigo usar todos os produtos antes do vencimento.

Moda

17.) Sapatos de diversos modelos: outro item que eu tinha bastante. Em breve, faço um post sobre os sapatos que tenho. São bem poucos.

18.) Relógio de pulso: depois da criação do celular, não vejo mais necessidade.

19.) Bota de cano longo: ocupa muito espaço para guardar, substituí pelo modelo ankle boots, que é uma bota de cano curto.

20.) Roupas da moda: parei de acompanhar a moda de perto e por não frequentar tanto o shopping, deixei de me interessar pelas roupas da moda.

21.) Sapato de salto alto: taí uma coisa que eu nunca mais usei, depois que minhas filhas nasceram. Salto alto e criança no colo é uma combinação que pra mim não deu certo.

22.) Vestido de festa: prefiro alugar o vestido.

23.) Jóias: já gostei, já quis, mas hoje não quero mais.

24.) Produto falsificado: quando compro algo (pode ser bolsa, carteira, roupas…) compro sempre produto original, nada de produto falsificado.

Alimentação

25.) Bebida alcoólica: quando eu era mais nova, até bebia socialmente, mas sempre achei o gosto ruim. Hoje, posso estar num barzinho, vou de refri. Posso estar numa choperia, vou de refri. Todos podem estar bebendo, mas eu vou de refri.

26.) Granola, iogurte grego, pizza, geléia de morango, extrato de tomate: eu não compro mais esses itens da lista, porque o meu é muito mais gostoso. Depois que aprendi a fazer a minha própria granola, acho os industrializados muito duros e sem gosto. O meu iogurte grego é muito mais consistente e sei exatamente os ingredientes. A pizza é muito mais saborosa, com ingredientes de primeira qualidade. A geléia de morango quem faz é a minha mãe, se experimentasse, nunca mais iria querer outra. E o macarrão, nhoque, lasanha ficam divinos com molho de tomate caseiro.

27.) Coador de café de papel: uso um coador sintético.

28.) Óleo de qualquer tipo (soja, girassol, canola), margarina, requeijão, leite desnatado: desde que fiz reeducação alimentar, passei a evitar principalmente estes produtos e substituí por azeite, manteiga, cream cheese e leite integral.

29.) Milho, feijão e soja: dou preferência para comprar produtos orgânicos para evitar os transgênicos.

30.) Nuggets: há muitos anos, assisti um vídeo do Jamie Oliver explicando o que era exatamente nuggets. Basicamente são restos de frango que não podem ser vendidos, colocados num grande liquidificador, com conservantes, estabilizantes, realçadores de sabor e outras coisas. Fiquei com tanto nojo que nunca mais comprei.

31.) Garrafa de água: eu tenho o costume de andar na rua com uma garrafa de água.

Objetos

32.) Livros físicos: não é que eu não compre mais, mas dou total preferência para livros eletrônicos.

33.) Objetos de uso esporádico: todo final de ano, eu alugo um extrator (um aspirador potente que espirra e suga água ao mesmo tempo) para fazer uma limpeza pesada no sofá, colchão e estofados de casa. Ao invés de comprar e deixar armazenado o aparelho por 1 ano sem usar, prefiro alugar. Desta forma, não ocupa espaço da casa. Tenho o mesmo princípio em relação ao carro. Meu marido trabalha de bicicleta, e eu de metrô. Quando precisarmos de um carro, alugaremos.

34.) Presente para terceiros: já foi o período em que eu comprava presente para todo mundo. Viajava e trazia lembrancinhas. Só que percebi que quando as pessoas viajavam, elas não traziam lembrancinhas para mim. Parei (de ser trouxa).

35.) Lembrancinhas de viagem: souvenir é algo que não tenho interesse. Tanto que quando faço as minhas viagens, costumo voltar de mãos vazias. Nenhuma roupa. Nenhum souvenir.

36.) Itens de papelaria como caneta, agenda, calendário: não sei vocês, mas eu ganho muitos itens de papelaria de fornecedores: bloco de papel, canetas, lápis, agenda. Não vejo necessidade de comprar.

37.) Eletroportáteis muito específicos: omeleteira, sanduicheira, tostadeira, máquina de fazer pão… nem tenho onde guardar. Os eletroportáteis que são úteis para mim são: iogurteira, máquina de arroz, batedeira e mixer.

38.) Brindes: já teve um período que eu adorava brindes. Se era de graça, eu queria. Hoje, sei que não vale a pena levar para casa coisas que não uso. Se recebo, recuso ou já ofereço para alguém.

39.) Sacola do supermercado: quando o supermercado cobra pelas sacolas, eu uso as minhas 2 ecobags dobráveis que carrego dentro da bolsa.

Serviços

40.) Pacotes de banco: tive a sorte de conseguir uma conta digital do Itaú (este produto não existe mais). Não pago tarifa, nem TED.

41.) Garantia estendida: nunca contratei.

42.) Planos de academia: eu já paguei um plano de academia por 6 meses e só fui umas 5 vezes, foi um dinheiro jogado no lixo. Hoje, prefiro pagar mais caro, mas pagar mês a mês.

43.) Pacote de celular: o meu é pré-pago.

44.) Mão de obra terceirizada: dificilmente contrato mão de obra terceirizada. Sei pintar, montar móveis pequenos e grandes, fazer pequenos reparos, costurar, limpar casa… o que eu faço é administrar bem o meu tempo para conseguir cuidar da casa sem precisar contratar alguém.

Passivos

45.) Carro: não ter carro significa não ter diversos gastos vinculados ao carro: gasolina, IPVA, seguro obrigatório, troca de óleo, troca de pneus, limpeza do carro, troca da pastilha, estacionamento, etc.

46.) Imóvel próprio: moro de aluguel e gosto dessa liberdade/mobilidade. Só compraria um imóvel próprio se estivesse por um preço de banana.

Comportamento

47.) Não compro algo maior do que a minha necessidade: se não sei correr, não vou comprar um tênis de corrida só porque está na moda. Se eu moro com meu marido e 2 filhas, não vou morar em um apartamento de 3 dormitórios. Não compro mais sapatos, roupas, bolsas, acessórios do que consigo usar.

48.) Não compro algo para deixar guardado: se compro um conjunto de talheres, um jogo de jantar, um lençol novo, uso no dia-a-dia, eu não guardo nem para visitas, nem para ocasiões especiais, porque eu entendi que ocasiões especiais são todos os dias com a minha própria família.

49.) Não compro muitas coisas iguais ou similares: isso significa que eu tento comprar roupas de cores diferentes, calças de modelos diferentes, bolsas de tamanhos diferentes, sapatos que têm funções diferentes. Tenho apenas 1 escova de cabelo, 1 cortador de unha, 1 lixa de unha, 2 cintos (de cores diferentes), e por aí vai. Veja que é diferente de fazer estoque. Se compro dois xampus iguais, porque é o meu preferido e está com um preço bom, é uma coisa (e isso eu faço com frequência). Sair comprando vários tipos de xampus e ter vários abertos no banheiro é outra coisa pra mim, é desperdício.

Acho que é isso. Espero que tenham gostado, foram as coisas que consegui lembrar.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

As 5 compras mais úteis do ano de 2019

Loja, Compras, Sacos, Dom, Brown, Em Branco, Mercado

Eu pensei em fazer os top 10 das compras mais úteis do ano de 2019… mas ao rever as compras do ano anterior, vi que não tinha 10 itens relevantes, já que a maioria das compras giraram em torno de alimentos, vestuário, contas a pagar, etc. Então tive que reduzir para 5 itens:

  • Stone in box
  • Alimentos orgânicos
  • Celular
  • A cama de casal “montessori” para as crianças
  • Viagem

Stone in Box

Eu publiquei um post sobre esse maravilhoso forno portátil que acopla no fogão comum e permite preparar pizzas profissionais em casa.

Foi uma das compras que mais me impressionou e valeu cada centavo. Nunca mais compramos pizza, pois prefiro fazer a minha própria pizza usando ingredientes melhores, o que me permite ter uma pizza mais saborosa. Segundo meu marido que já viajou para vários países, a minha pizza é a segunda melhor que ele já comeu até hoje. Detalhe: a melhor pizza que ele diz que comeu foi na Itália, com massa de fermentação longa. É ou não é um elogio?

Alimentos orgânicos

Comentei neste post sobre o motivo de ter decidido me alimentar com alimentos orgânicos, livre de agrotóxicos. Foi uma decisão que irá beneficiar a minha família a médio-longo prazo, pois acredito que ficaremos menos doentes.

Celular

Depois de quase 6 anos, meu celular já estava com sérios riscos de parar de funcionar a qualquer momento. Aproveitei a black friday e comprei um celular novo. Espero que dure outros 6 anos.

Cama de casal montessoriana para as crianças

Ao invés de comprar 2 camas de solteiro para as minhas filhas, comprei uma cama de casal bem baixinha, para que elas pudessem entrar e sair sem depender de mim, além de não correr o risco de cair de uma cama alta.

Elas compartilham a cama, dormem juntas todos os dias. É lindo de ver as duas juntas, como comentei neste post aqui.

Viagem

Eu considero viagem um gasto importante para a família. Fiz uma viagem perto de São Paulo, nada extravagante, mas foi muito divertido e relaxante.

E você? Quais foram seus gastos mais úteis do ano passado?

~ Yuka ~

Minimalismo

Eu sei, mas não devia

Paisagem, Montanha, Nevoeiro, Pôr Do Sol, Céu, Nuvens

O texto abaixo, foi escrito pela Marina Colasanti, no livro “Eu sei, mas não devia”, da Editora Rocco, 1996.

Eu sei, mas não devia – Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

~ Marina Colasanti ~


E por mais triste que seja, é a pura verdade. E ainda vou além, a gente se acostuma a trabalhar doente, a esconder a dor de cabeça, a febre, o cansaço no corpo, tomando remédios cada vez mais fortes.

A gente se acostuma a aceitar tomar veneno todos os dias, em doses homeopáticas, quando aceitamos que o uso de agrotóxicos nos alimentos é algo normal.

Um dia a gente para de sorrir, para de contar piada, para de sentir emoções, passa a achar que expressar amor é coisa de gente cafona, e quando a gente percebe, a gente já morreu por dentro.

Eu tento a todo momento fazer o caminho de volta.

Pra eu nunca esquecer de dizer ‘eu te amo’ para meu marido e minhas filhas. Pra eu sempre lembrar que as minhas filhas existem pelo fato de eu amar muito o meu marido. Primeiro eu amei meu marido, e desse amor nasceram as minhas filhas.

Não quero esquecer nunca de sentir o calor de um abraço, a ternura do olhar, viver uma vida mais tranquila, com mais amor.

Eu não quero parar de sentir, nem parar de viver.

~ Yuka ~

 

 

Minimalismo

Minimalismo não é sobre não ter nada. É sobre ter tudo que é importante para você

Beco, Bowever, Construção, Centro Histórico

Eu coloquei essa foto para exemplificar o que eu acho em relação ao minimalismo.

Para muitos, as portas desta foto não significam nada, absolutamente nada. Essa é a minha vida: uma vida simples, sem glamour, sem ostentação.

Para muitos, uma vida totalmente sem graça.

A graça toda está justamente nos olhos de quem vê. Da mesma forma que eu vejo beleza nessa foto, na porta descascada perto da maçaneta, a beleza das marcas do tempo na madeira, eu vejo beleza na minha vida simples.

Quando falo isso, é porque realmente eu acho que vivo uma vida muito boa, cheia de abundância, com uma família que me apoia, um marido carinhoso, filhas saudáveis, um emprego bom que me proporciona morar em um bairro seguro. O que mais eu poderia querer? Como diz o meu marido, “nós já tivemos muito mais do que jamais poderíamos imaginar”.

Quando eu olho para as coisas que eu aprendi a fazer sozinha, tenho muito orgulho. Quando eu resolvo fazer as coisas por conta própria (como um DIY – do it yourself), tenho a plena consciência de que em muitos casos, sai mais caro do que se eu simplesmente comprasse algo ou contratasse alguém. Mas novamente, não faço pelo dinheiro, faço porque gosto de trabalhos manuais. A economia do dinheiro acaba se tornando a consequência.

No domingo passado, já no final do dia, eu e meu marido decidimos dar uma volta pelo bairro com as crianças, só para dar uma caminhada para esticar as pernas. No meio do caminho, minhas filhas encontraram um barranco e um pedaço de papelão, e as duas simplesmente começaram a escalar o barranco e descer sentadas no papelão. Só ouvia as gargalhadas das meninas. São esses momentos que eu tenho a certeza absoluta de que eu tenho uma vida rica.

Lembro muito bem desse momento, onde eu e meu marido nos olhamos e mesmo sem abrirmos a boca, sabíamos que pensávamos a mesma coisa: a felicidade genuína que sentimos nesses momentos de simplicidade. Enquanto algumas pessoas podem enxergar uma vida como a minha, como vida de escassez, eu e o meu marido só enxergamos abundância, gratidão e felicidade.

As pessoas que acham que eu não tenho nada, é porque possivelmente dão valores para coisas que eu não faço questão. E com isso, eu reafirmo que minimalismo não é sobre não ter nada. É sobre ter tudo que é importante para você.

Eu desejo a vocês, queridos leitores, um Feliz Ano Novo.

Que no ano de 2020, possamos reescrever a história da nossa vida.

Um grande beijo.

~ Yuka ~

Minimalismo

O essencial é invisível aos olhos

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No mês passado, eu fiz para as minhas filhas, dois calendários de contagem-regressiva para o Natal. A intenção é colocar a partir do dia 1 de dezembro até o dia 24 de dezembro, algum docinho de acordo com a data: bala, chocolate, caramelo…

Virou a sensação do dia, quando chego em casa, elas pulam em cima de mim pedindo o álbum.

Daqui a alguns anos, para variar um pouco, eu pretendo colocar algumas moedinhas e frases de elogio.

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Nesse Natal, ao invés de tantos presentes, dê mais presença, mais tempo, mais disponibilidade para as pessoas que você ama.

Não se esqueça que as coisas mais importantes, são invisíveis aos nossos olhos.

Generosidade e gratidão devem fazer parte do nosso vocabulário não só no Natal, mas no ano inteiro.

Desejo a todos vocês, um Feliz Natal.

~ Yuka ~

Minimalismo

A sua falta de interesse em investimentos pode custar muito caro

Menino, Sozinho, Sessão, Banco, Pôr Do Sol, Sol

Quando comento sobre investimentos com as pessoas, elas costumam ter uma desculpa na ponta da língua: vão começar daqui a algum tempo, talvez no ano que vem, quando conseguirem uma promoção, quando mudarem de emprego, quando terminarem de pagar as dívidas, quando as crianças crescerem etc.

O que elas não entendem, é que quando falamos de investimento, a cada ano postergado, a pessoa terá que trabalhar muito mais para alcançar a aposentadoria (ou tranquilidade financeira, ou independência financeira), já que receberá menos juros compostos.

Para quem não entende de investimentos, o parágrafo anterior não faz sentido nenhum, são apenas palavras soltas. Para quem entende de investimentos, significa ‘não dar valor ao dinheiro’, ‘rasgar dinheiro’, etc.

Desconsiderando a inflação, uma pessoa que ao invés de investir por um período de 30 anos, e resolve atrasar “apenas” 5 anos, achando que não vai ter tanta diferença assim no patrimônio final, terá uma surpresa desagradável. Esses 5 anos que a pessoa resolveu simplesmente ignorar, terá um efeito devastador no patrimônio, já que a diferença do valor acumulado entre uma pessoa que poupou por 25 anos e outra que poupou 30 anos será quase 50% menor.

E por quê toda essa diferença?

Por causa dos juros compostos.

INVESTINDO POR 25 ANOS INVESTINDO POR 30 ANOS
APORTE INICIAL R$ 5.000 R$ 5.000
APORTE MENSAL R$ 500 R$ 500
TAXA A.M. 0,80% 0,80%
VALOR ACUMULADO R$ 674.484,65 R$ 1.126.249,05

Reparem que a única variável que muda nos dois exemplos é o tempo investido, uma diferença de apenas 5 anos. O aporte inicial é o mesmo, a taxa mensal é a mesma, o valor do aporte mensal é o mesmo.

Essa única diferença de 5 anos, fez com que o valor acumulado, que seria de R$1.126.249,05, fosse reduzido para R$674.484,65.

Ou seja, por não ter investido R$30.000 (R$500 por 5 anos), a pessoa literalmente jogou no lixo R$421.764,40.

Vou dar outra informação que será chocante para quem não entende de investimentos.

Desse montante R$1.126.249,05, apenas R$185.000,00 foi dinheiro trabalhado do seu suor. Os outros R$941.249,05 foram juros compostos, ou seja, o seu dinheiro trabalhou para você.

Quem, em sã consciência, rasgaria 1 milhão de reais? Ninguém. Mas na prática, quando decidimos ignorar sobre a importância dos investimentos na nossa vida, a maioria da população rasga dinheiro todos os dias sem perceber.

Assustado?

Está na hora de correr atrás do prejuízo, antes que seja tarde demais.

Nota: Tem uma frase que eu não sei de quem é “Antes de correr, aprenda a andar. Tudo na vida tem sua hora, seu lugar”. Muitas pessoas me perguntam onde eu invisto, como consigo rentabilidades boas, só que esquecem que eu já faço isso há anos, esquecem que eu estudei todos os dias. Antes de querer se aventurar na renda variável, comece economizando parte do seu salário. Veja onde é possível enxugar gastos. Leia livros sobre investimentos, acompanhe blogs, sites e vídeos no YouTube sobre o assunto, comece devagar. Tudo tem o seu tempo. Eu não sei com qual educador financeiro você irá se identificar, então a alternativa que resta é pela tentativa e erro. Foi assim comigo, será assim com você. Faça a sua lição de casa, estude, há muitos conteúdos gratuitos. Só assim, irá entender como funciona o mercado financeiro e descobrir que investir não é difícil.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Alimentação: 16 dicas para economizar sem sacrifícios

Uvas, Cacho, Frutas, Exploração, Colheita, Maduro

Como andam seus gastos de alimentação?

Os meus não estão nada baratos, mas é por um motivo justo: introdução dos alimentos orgânicos.

Então aqui vou dar dicas do que tenho feito para economizar na alimentação, sem sacrifícios:

1.) Aproveite talos e cascas para fazer caldo de legumes

Essa eu aprendi com a minha mãe e também com uma chef de cozinha que fazia a mesma coisa para alimentar sua família de forma saudável, sem desperdício.

Sabe aquelas cascas de legumes e verduras que vão para o lixo? No meu caso, eu guardo tudo num pote de sorvete que fica no freezer. Guardo talos de espinafre, de couve-manteiga, de brócolis, cascas de batata, cenoura, alho, cebola, tudo que basicamente iria para o lixo orgânico, eu armazeno no meu pote.

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Quando o pote fica cheio, eu coloco numa panela de pressão cobrindo com água e deixo por uns 20 minutos. Escorro o caldo, espremo bem os vegetais para soltar mais caldo e guardo no congelador em cubos de gelo.

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Agora vem o pulo do gato. Em que situações eu uso?

  • Ao invés de usar água para cozinhar o feijão, uso o caldo.
  • Ao invés de usar água para fazer carne de panela, uso o caldo.
  • Ao invés de acrescentar água para amolecer uma abóbora (ou um brócolis, ou um chuchu) que está sendo refogada, uso o caldo.
  • Ao invés de usar caldo industrializado para fazer um risoto, uso o meu caldo caseiro.
  • Ao invés de usar água para fazer canja, uso o caldo.
  • Ao invés de fazer missoshiru com água, uso o caldo.

Basicamente no lugar de usar água, eu uso o caldo. Assim, mesmo oferecendo uma refeição básica, há diversos legumes e verduras embutidos dentro da minha comida graças ao meu caldo.

Na minha família, raramente ficamos doentes.

2.) Faça um cardápio semanal (no meu caso, de 3 dias)

Eu sempre tive muita preguiça em fazer o cardápio semanal, porque nunca dava certo. Eu comprava os ingredientes, só que ao longo da semana, me perdia toda na organização. No dia que estava planejado o estrogonofe, eu tinha vontade de comer feijoada. No dia que era para eu comer peixe, tinha vontade de comer ovo. Além de não saber lidar com as sobras. E ainda surgia a dúvida, como vou preparar mais comida, se ainda havia sobras na geladeira?

E com isso eu acabei adaptando o meu cardápio semanal para cardápio de 3 dias. E deu certo. Como o período é curto, consigo prever com mais facilidade, e os gastos com alimentação deu uma boa reduzida. Esse cardápio de 3 dias, muitas vezes acaba virando de 4 dias, 5 dias, dependendo da quantidade que comemos.

3.) Aproveite as promoções de produtos não-perecíveis

Na minha casa, não sei o que acontece, mas azeite e manteiga é uma coisa que consumimos bastante. E com isso, quando esses itens entram na promoção, aproveito e faço um estoque que dura meses!

4.) Compre na quantidade certa

Essa dica parece ser bem óbvia, mas não é que é difícil de acertar? Eu tento comprar na quantidade certa que dura uns 3 a 4 dias, por causa do meu cardápio de 3 dias.

5.) Aproveite os ossos para fazer caldo

Sabe aquele osso que você despreza quando limpa o frango? Adivinhem? Vira caldo. Meu freezer está cheio dessas coisas. Outro dia fiz canja de galinha com o caldo de galinha que a minha mãe sempre faz e deixa estocado no meu freezer. Não usei água. Só o caldo de galinha da minha mãe e o meu caldo de legumes. Ficou super saboroso, além de nutritivo

6.) Aproveite o soro que sobra quando fizer iogurte caseiro

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Esse soro (é o whey protein!) tem diversos nutrientes que podem ser aproveitados:

  • uso para deixar os grãos de molho (feijão, grão de bico)
  • uso substituindo o leite pelo soro quando faço bolo, pão
  • quando faço um omelete, coloco 1 colher de sopa para enriquecer
  • purê de batata? Ao invés de usar leite ou creme de leite, uso o soro
  • quando vou empanar um bife, acrescento um pouco deste soro no ovo.

7.) Use o freezer como aliado

Tem alguns pratos que eu gosto de fazer a quantidade dobrada, como o quibe recheado, feijoada.

Também tenho costume de preparar a massa do cookie e congelar em pequenas porções, assim, sempre tenho cookies quentinhos saindo do forno, disponíveis para comer a qualquer momento do dia.

8.) Transforme as sobras usando criatividade

A carne moída de hoje vira recheio de pastel de amanhã. Se ainda sobrar, vira macarrão bolonhesa. Se ainda sobrar, vira recheio de batata assada.

Sobra de molho branco? Acrescento alguns tipos de queijos e vira creme de queijo com pão italiano.

Vinagrete? Vira bruschetta.

Frango assado do domingo sobrou? E dá-lhe arroz de forno com queijo derretido com tomilho.

Pão velho vira torrada doce ou farinha de rosca.

Quando faço patê de ricota, gosto de temperar com sal grosso e chimichurri. Esse patê que sobra vira recheio do tomate recheado. O recheio do tomate (a polpa) eu guardo no congelador para complementar quando faço molho de tomate.

9.) Vai no supermercado? Não esqueça a lista

Leve uma lista, e seja firme para não comprar coisas desnecessárias, mas flexível o suficiente para substituir uma batata por batata-doce quando estiver na promoção.

10.) Não estoque alimentos além do necessário

Não esqueça que estoque é dinheiro parado na despensa. Organize os produtos de acordo com a validade. Os itens que você acabou de comprar, vai para o fundo da despensa.

11.) Frequente feira de rua

Sai bem mais em conta. Eu não frequento mais, porque agora tenho ido nos mercados que vendem produtos orgânicos. Mas na época em que frequentava feira de rua, era uma economia e tanto no orçamento.

12.) Frequente o açougue

É outro lugar que parei de frequentar por começar a consumir carnes orgânicas. Mas açougue é um lugar que o preço é bem mais em conta do que no supermercado.

13.) Não esqueça os cupons

A maioria dos supermercados já dão cupons para fidelizar os seus clientes. Não se esqueça deles no momento da compra. Aproveito também as promoções dos supermercados em compras online. Essa semana mesmo, ganhei um cupom de 30% para efetuar uma compra no Carrefour online, nem preciso dizer que aproveitei para fazer estoque de alguns produtos.

14.) Tenha um limite de gastos na alimentação

Eu só compreendi a importância de ter um limite de gastos há pouco tempo. Entendi que quando não há um limite de valor, é como se fosse um saco sem fundo. Coloque um valor limite para gastar na alimentação e use a criatividade para não ultrapassar o orçamento.

15.) Evite comprar sem necessidade

Sabe aquele salgadinho que você nem ia comprar, mas colocou no seu carrinho de compras, só porque está na promoção? Como diz o Julius:

16.) Tente reproduzir algumas receitas

Foi assim que eu aprendi a cozinhar coisas gostosas. As receitas tendem a ficar muito mais saborosas usando ingredientes de qualidade: manteiga ao invés de margarina, azeite extra-virgem ao invés de óleo, chocolate de verdade ao invés de achocolatado, leite integral ao invés de água e por aí vai.

E pra quem acha que eu faço todas essas delícias, porque eu amo cozinhar…. vai se decepcionar, porque eu nunca gostei de estar na cozinha. Sempre fui uma negação (minha mãe e meu ex-marido podem confirmar). A cozinha não é um lugar onde sinto prazer em estar, mas aprendi que cozinhar é um ato de amor, da mesma forma que lavar o banheiro não é o lugar que meu marido sente prazer em estar kkkk, mas é um ato de amor. Eu entendi que se eu não sei cozinhar, eu posso aprender. Se eu fizer uma comida ruim hoje, posso tentar novamente amanhã. E foi assim, dia após dia, que hoje, posso dizer que cozinho bem.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Downsizing na vida pessoal: enxugue custos e aumente a eficiência

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No mundo corporativo, downsizing nada mais é do que redução de custos e processos visando a eficiência. É racionalizar todas as etapas com o objetivo de construir uma organização eficaz, mantendo os processos o mais enxuto possível. A médio-longo prazo, essa prática traz diversos benefícios como revitalização da empresa, visão sistêmica, redução nos gastos, eficiência nos resultados etc.

Basicamente é encolher para crescer.

Já pensou em fazer um downsizing da sua vida pessoal?

O downsizing pode ser aplicado em qualquer lugar: no seu guarda-roupa (ter menos roupas para ter mais roupas de qualidade), nos eletrônicos (menos eletrônicos, e ter eletrônicos melhores), nas roupas de cama (ter menos conjuntos para ter lençóis melhores), no relacionamento (ao invés de ter vários colegas, ter poucos melhores amigos), nos passeios (ao invés de gastar dinheiro em qualquer lugar, poupar dinheiro para ir à Europa).

Além disso, há um outro fator que todo mundo ignora, quando gastamos o dinheiro sem pensar: o efeito cascata. Vou dar alguns exemplos.

Quando uma pessoa decide morar em um bairro melhor, a pessoa pensa só no imóvel de forma isolada. Mas há um efeito cascata ignorado. Bairros melhores costumam ter produtos e serviços mais caros, desde supermercado, a feira, açougue, lanchonete, cabeleireiro, manicure, escola das crianças, entre centenas de outros serviços e produtos, porque a priori, as pessoas que vivem nesse bairro, possuem um poder de compra maior. O inverso acontece nos bairros populares.

Outro efeito cascata comum é quando decidimos fazer uma pequena reforma no imóvel. A reforma costuma começar num único cômodo, de repente, estamos reformando a casa inteira, e não o suficiente, passamos a trocar todos os eletrodomésticos, os móveis, enxoval da cama, mesa e banho, com o intuito de nos “adequar” ao novo e reformado imóvel.

Quando resolvemos comprar um carro maior e mais caro do que nosso orçamento permite, o que acontece? Acontece que o seguro do carro é mais caro, o IPVA é mais caro, queremos colocar um combustível melhor no carro, não iremos mais querer estacionar na rua, e assim, os gastos tendem a aumentar.

E sabendo de tudo isso, eu pergunto:

Já pensou em morar em uma casa um pouco menor?

Casas menores utilizam lâmpadas com menos watts, consequentemente gastamos menos energia. Casas menores são preenchidas com móveis menores, um sofá de 2 lugares, uma poltrona, uma televisão de menor polegada, mesa com menos lugares, menos cadeiras.

Morar em uma casa menor, significa gastar menos tempo para limpar a casa, usar menos produto de limpeza para limpar superfícies que são menores, demandam menos tempo de limpeza pelo tamanho de eletrodomésticos serem menores, menos janelas, leva menos tempo para limpar.

Casa menor custa mais barato, tanto para comprar, como para alugar, além de ser mais fácil vender, caso queira se desfazer do imóvel para mudar de bairro, mudar de cidade, mudar de país.

Ter um guarda-roupa compacto significa refletir quais roupas terão prioridades na nossa vida, poucos calçados, poucos acessórios, o suficiente para nos sentir feliz.

Viver em um lugar menor significa fazer escolhas. Não podemos ter diversas louças, diversas taças, copos, talheres, panelas. Temos menos espaço para armazenar tralhas. Então, aos poucos, aprendemos a fazer escolhas acertadas, a viver com o que nos agrada, e é aí que mora uma das maiores vantagens de viver em um lugar menor: a possibilidade de viver somente com as coisas que nos agradam.

Viver menor não significa morar com menos.

Se no geral, compraríamos um sofá grande e de qualidade mediana, podemos comprar um sofá menor com qualidade superior. Se geralmente usamos roupas de lojas fast-fashion, podemos passar a comprar roupas de qualidade, com tecidos que tenham caimento melhor no nosso corpo. Se comemos qualquer porcaria na rua, podemos deixar de comer essas coisas e gastar igual ou até menos, comendo alimentos melhores, fazer uma refeição mais saudável.

Fazer uma análise da situação atual, rever metas, redimensionar a vida (antes que seja tarde demais), acaba nos proporcionando uma vida com mais qualidade, com mais liberdade.

Experimente viver com menos, enxugando custos, e aproveite para aumentar a qualidade da sua vida.

~ Yuka ~

Minimalismo

A vida se torna mais fácil quando temos menos coisas

Volkswagen, Aventura, Viagens, Vw, Jornada, Van

Já faz um tempo que eu percebi que a sensação de liberdade que eu sinto está diretamente ligada com a quantidade de coisas que eu possuo.

Eu já tive imóvel próprio, morei inclusive em uma cobertura. Descobri a duras penas a inveja que meu imóvel provocava nos outros moradores do prédio. Era uma encheção de saco pra tudo. Quando reformei, queriam entrar no meu apartamento sem a minha autorização, queriam ver o piso que estava colocando, que tipo de bancada havia instalado na minha cozinha, que tipo de churrasqueira havia construído.

Na época, esse meu apartamento estava com infiltração. Conversei com a moradora do andar de baixo e combinei com ela de que arrumaria o meu apartamento e depois arrumaria o dela. Paguei uma pequena fortuna para contratar uma empresa especializada para colocar manta dupla.

Eu vendi o apartamento há alguns anos e hoje eu moro de aluguel. Foi a melhor decisão que já tomei na minha vida.

Como as infiltrações me perseguem, no imóvel que eu moro atualmente, há também uma infiltração que está estragando o apartamento do andar de baixo. A única coisa que eu preciso fazer hoje é pegar o telefone e informar a imobiliária. O pedreiro disse que teria que quebrar o banheiro (reformado, por sinal) até descobrir o ponto exato da infiltração. Só imaginei no gasto que o proprietário terá com a reforma no banheiro. Já eu, não vou ter gasto algum.

Outra coisa, é que acabaram de vender para uma construtora, o terreno enorme que fica bem em frente ao apartamento que eu moro. Isso significa que a chance de perder o sol da manhã nas janelas da sala e dos quartos será enorme. E agora? Bom, se incomodar muito, é só eu mudar. Aliás, se o barulho e a sujeira incomodar também, é só eu mudar.

Eu também já tive um carro. Lembro das inúmeras vezes em que fiquei presa no engarrafamento de São Paulo, naquele calor infernal de 40 graus, no meu carro popular sem ar-condicionado (com as janelas fechadas por medo do assalto). Perdi as contas das vezes que chorei dentro do carro, por simplesmente não aguentar ficar tanto tempo presa dentro do carro por causa do trânsito.

Hoje, eu ando de metrô e Uber, e tenho o hábito de ler enquanto isso. Eu moro perto do meu trabalho, moro perto de supermercados, da escola das crianças, dos consultórios médicos, e com isso, a maioria das coisas consigo fazer a pé.

Eu não tenho uma bicicleta, mas eu já sei que o dia em que tiver vontade de andar em uma, vou alugar essas bicicletas que estão espalhadas pela cidade. Assim, não tenho a preocupação em limpar, fazer manutenção, encher os pneus…

Não tenho vestidos de festa no meu guarda-roupa… E é maravilhoso isso, porque eu sempre fui magra, mas depois engordei um pouco na minha gravidez, engordei mais um pouco na minha segunda gravidez e as roupas já não serviam mais… depois de uma reeducação alimentar eu consegui emagrecer tudo o que eu tinha ganhado nos últimos 4 anos. Se eu tivesse roupas de festa, com certeza teria perdido todos eles. Hoje, se eu precisar de um vestido de festa, alugo sem hesitar.

Adoro lavar meus sofás, colchões, almofadas e travesseiros com a máquina extratora. Essa máquina consegue tirar marcas e manchas profundas e é tudo de bom. Só que faço isso apenas 1 vez por ano. Eu não compraria uma máquina caríssima para usar apenas 1 vez por ano e deixar encostada 364 dias no depósito. Eu prefiro alugar. Ligo para a empresa e em algumas horas a máquina é entregue na portaria do meu prédio, tudo de uma forma muito simples.

Todas as minhas fotos estão salvas no Google Fotos e sincronizadas automaticamente do meu celular. Sei que se roubarem o celular, todas as fotos (que para mim, é uma das coisas mais importantes que eu tenho) estarão armazenadas em um lugar seguro.

Os livros preferidos também estão no Google Drive, quando quero rele-los, baixo no meu Kindle.

Tenho poucas roupas, o suficiente para usar todas com frequência e praticamente tudo combina com tudo o que eu tenho, então não perco tempo pensando se aquela saia combina com aquela blusa.

Brinquedos que minhas filhas não brincam mais, são vendidos em sites de desapego e com o dinheiro arrecadado, compro novos brinquedos. Bom para quem comprou por um preço de banana, bom para mim que tenho oportunidade de destralhar e reduzir.

As poucas coisas que eu tenho faz com que eu more num apartamento com tamanho razoável, nem mais, nem menos metro quadrado do que eu preciso. Não há um único lugar da casa que eu não use com frequência. E isso facilita tudo, desde a manutenção da casa, na limpeza e faxina, até no pagamento do condomínio, que geralmente é proporcional ao tamanho do imóvel.

Pra quê acumular?

Conforme desapego das coisas, as coisas mais importantes vão se sobressaindo, que são as pessoas e os momentos.

E com isso, a única certeza que eu tenho é que a vida vai se tornando cada vez mais fácil quando temos menos coisas.

~ Yuka ~

Minimalismo

15 dicas para aproveitar os dias de frio

O frio voltou com força (pelo menos aqui em São Paulo) e a coragem pra lavar a louça vai diminuindo…

Nesses dias de frio, por sorte, pude ficar em casa (esta semana é a minha última semana de férias), e com isso selecionei algumas coisas que tenho feito nestes dias preguiçosos:

1. Assar algo no forno

Doces, O Gingerbread, Árvore De Natal, Moço, Forno

Nunca usei tanto o forno como esta semana. Fiz granola, torradas, frango assado, mandioca com manteiga, focaccia… vamos engordando e esquentando um pouco a casa. Por diversas vezes sentei na frente do fogão pra aproveitar o quentinho do forno.

2. Tomar um banho bem demorado

Chuveiro, Duche, Casa De Banho, Limpa, Água, Banho

Tudo bem que nestes dias de frio, haja coragem pra tomar banho. Mas já embaixo do chuveiro, me permito ficar um pouco mais de tempo para aproveitar a água quente.

3. Assistir um filme enrolado no cobertor

Lanterna, Vela, Cobertor, Cozy

Nada como um bom filme, seriado ou documentário para assistir, agarrado no cobertor. Se bem que ultimamente tenho assistido só a desenhos infantis.

4. Usar meias divertidas

Leitura, Meias, Café, Manhã, Mulher, Estilo De Vida

Quem nunca?

5. Dormir até mais tarde

Dormir, Cansado, Cama, Pés

Só para quem está de férias.

6. Dormir com as crianças

Bebê, Criança, Bonito, Pai, Papai, Família, Filho

Parece que as crianças sentem bem menos frio que a gente, sempre estão quentinhas. Adoro colocar as meninas para dormir na nossa cama.

7. Tomar um café bem quente e gostoso…

Café, Caneca, Copo, Bebidas, Capuccino, Café Expresso

… em qualquer horário do dia.

8. Ler um bom livro…

Café, A Cafeína, Bebidas, Copo, Xícara De Café, Bom Dia

… com uma xícara de café com leite.

9. Tomar sol sempre que possível

Summerfield, Mulher, Menina, Pôr Do Sol, Crepúsculo

Meu marido fala que parecemos baratas. Sol? Saímos para a rua.

10. Rever fotos antigas

Menino, Fotógrafo, Câmera, Criança, Lente, Minolta

Nostalgia total. Com crianças pequenas em casa, as fotos de 2 anos atrás parecem que foram tiradas há 10 anos.

11. Comer algo que esquente o corpo

Sempre que possível, vou no Aska. Uma delícia.

12. Abrir as cortinas…

Janela, Mulher, Manhã, Menina, Alongamento

… e deixar o sol esquentar a casa.

13. Morar no sofá

Home, Vida, Sofá, Confortável, Relaxamento, Masculino

Trago o mundo inteiro para o sofá… o notebook, o recarregador já com o cabo de extensão ligado na tomada, celular, kindle. Tudo para não precisar sair do sofá.

14. Planejar um pouco a minha vida

Escrito, Escrever, Pessoa, Papelada, Papel, Notebook

Nesses dias de frio, gosto de dar uma olhada nas minhas listas de tarefas, de como andam as minhas metas e fazer os ajustes necessários.

15. Eu, ainda gosto de rascunhar posts para o blog

Computador Portátil, Computador, Negócios, Tabela

E você, o que gosta de fazer nos dias de frio?

~ Yuka ~

 

Minimalismo

Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa.

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Twitter: @itslucasaguiar

Muitos de vocês já devem ter visto esta foto viralizar.

A vida está cheia de pessoas dando desculpas. A faculdade que fica para depois por falta de dinheiro. A academia que fica pra depois por falta de disposição. Os encontros com os amigos que ficam pra depois por falta de tempo. E desculpas após desculpas, não percebemos que a vida vai se esvaindo e o tempo vai passando…

Claro que não temos como viver pensando somente no agora, no imediatismo, mas de tudo o que queremos/precisamos fazer, quanto estamos adiando?

O encontro com o amigo que poderia acontecer neste fim-de-semana.

Aquela viagem de bate-volta, perto da cidade que poderia acontecer ainda neste mês.

Aquele restaurante que inaugurou faz 1 ano e que ainda não deu tempo de conhecer…

Aquele telefonema (ou uma mensagem de WhatsApp) dizendo que está com saudades da amiga, poderia acontecer neste exato momento.

A vida é muito curta para adiarmos tantas coisas boas.

Quando se vê, a vida já passou. Quando se vê, já é tarde demais.

Gosto muito do poema do Mário Quintana que descreve bem o que estamos passando:

O Tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…

Mário Quintana

~ Yuka ~

 

Minimalismo

Crie rotinas que tornam a sua vida melhor

Laptop, Café, Tabela, Ar, Fundo, Bebidas, Blog, Blogger
Todas as imagens deste post são da Pixabay.

A parte ruim da vida moderna é que a vida se tornou muito corrida.

Tão corrida, que a rotina nos atropela diariamente, mal dando tempo de aproveitar os pequenos prazeres da vida.

Se a rotina faz com que tudo se funcione no piloto automático, por que não fazer com que hábitos prazerosos também se tornem rotina?

E é com essa introdução que eu apresento as rotinas que tornam a minha vida mais leve:

Todo dia é dia de Café da Noite

Latte Art, Café, Café Com Leite, Gangneung

Para alguns pode soar absurdo, mas eu e meu marido tomamos nosso cafezinho da noite. Muitas vezes quando ele vai colocar as meninas para dormir, acaba dormindo junto. E aí lá vai eu acorda-lo para ter a minha companhia do café. Outro dia uma pessoa perguntou “você acorda seu marido às 23h pra tomar café?” Sim… é o momento mais gostoso do meu dia.

Quarta-feira é dia de filme

Pessoas, Mulher, Tv, Filmes, Televisão, Feminino, Feliz

Certo, tem semanas que simplesmente é impossível assistir algo, mas na medida do possível, estamos tentando resgatar esse costume. Quarta-feira é dia do meu marido fazer home-office, o que significa que quando chego em casa, ele já está me esperando, tornando o fim da nossa noite bem produtiva. É o dia que quando não assistimos um filme, nosso Café da Noite” dura 2,  3 horas…

Sexta-feira é dia de “Sexta-feira Feliz”

No post anterior, comentei sobre a Sexta-Feira Feliz que eu faço com as minhas filhas. Na volta da creche, diariamente, eu passo na frente de diversos comércios e ambulantes que vendem guloseimas, e sei que é uma grande tentação para as crianças (se até para o adulto é…). São lojas de doces, esfiharias, lanchonetes, sorveterias… fora os pipoqueiros, tem gente que vende açaí, milho cozido, tapioca, cachoro-quente etc. Minhas filhas pedem para comprar algo para comer na volta da creche, e eu sempre digo que não, mas permito que elas escolham 1 coisa às sextas-feiras. Isso fez com que elas tenham aquela ansiedade boa da chegada da sexta-feira, além de estarem aprendendo a ter paciência.

Fim-de-semana é dia de fazer bolo (ou qualquer outra coisa gostosa)

Biscoitos, Chocolate, Sobremesa, Doces, Bolo, Geada

Eu costumo reservar o fim-de-semana para fazer alguma coisa gostosa para a minha família. Além de um almoço caprichado, faço sempre alguma coisa para agradar meu marido e as crianças. Às vezes é bolo, um pão caseiro, uma focaccia, um brigadeiro, um bolinho de chuva, etc.

Quarta-feira e Sábado é dia de passar no mercado orgânico

Produtos Hortícolas, Jardim, Colheita, Orgânicos, Verde

Toda quarta-feira à noite (eu sozinha) e sábado de manhã (com a família toda) eu passo numa loja que vende somente produtos orgânicos que fica a alguns quarteirões de casa. Abasteço a minha geladeira e a fruteira com morangos, bananas, maçãs, brócolis, pepino, pimentão, tudo orgânico. É vida entrando dentro de casa. É consumo com propósito.

Almoçar em um lugar bem legal com a família 1 vez por mês

Pequeno Almoço, Alimentos, Comer, Refeição, Manhã

Eu tento escolher um lugar bacana para almoçar com a família pelo menos 1 vez por mês. Acho importante que as crianças aprendam a se comportar em local púbico, como em um restaurante. Que aprendam a esperar, aguardar pelo prato, a não sair da cadeira enquanto almoça, e para que descubram novos sabores…

Almoçar em um lugar bem legal só eu e meu marido 1 vez por mês

Pessoas, Homem, Mulher, Casal, Segurando As Mãos

A mesma coisa vale para mim e para o meu marido. Tentamos almoçar juntos, só nós dois, pelo menos 1 vez por mês. Acho importante esse momento que nós temos. Para isso, aproveitamos a quarta-feira que ele faz home-office. Como eu moro relativamente perto do meu trabalho, ele vai de metrô me encontrar e almoçamos em algum juntos.

Tomar banho junto com as crianças durante a semana

Durante a semana, tenho o costume de tomar banho com as minhas filhas. Quando eu só dava banho nelas, elas faziam birra, não queriam tomar banho, era uma tarefa árdua. Quando passei a tomar banho com elas, nunca mais tive esse problema. Elas adoram tomar banho comigo. Enquanto elas brincam dentro da bacia, eu dou banho e ainda tomo banho. A melhor parte é que agiliza muito, e todo mundo sai de banho tomado.

* * *

Essas são algumas das rotinas que eu tento estabelecer. Algumas (como a feira orgânica) são decisões recentes e portanto, iniciativas recentes. Outras, são mais antigas.

Para que as decisões acima se tornassem um hábito, eu precisei anotar durante semanas na minha agenda do celular para que eu não esquecesse. Todo início do mês, eu anotava na agenda “escolher restaurante para ir com marido”, “escolher restaurante para ir com as crianças”, “comprar orgânicos”, “qual filme assistir?”, entre outras anotações.

Meu marido sempre comenta que quando ele era criança, a mãe dele fazia compra no supermercado uma única vez por mês (por conta da inflação). Como a família dele não tinha muito dinheiro, ela liberava algum doce apenas nas sextas-feiras. Ele lembra desse período com muito carinho. E foi inspirado na mãe dele que eu criei para as minhas filhas a “sexta-feira feliz”, torcendo para que elas lembrem das nossas sextas-feiras felizes quando forem maiores… e também de todas as outras nossas rotinas.

~ Yuka ~

Minimalismo

Minimalismo na visão de um leitor que tem 64 anos de idade

Esta semana, recebi um e-mail muito interessante de um leitor (que pediu para não ter seu nome divulgado) que tem 64 anos de idade, compartilhando sua experiência de vida sobre o minimalismo, acúmulos e desapegos.

“Olá Yuka, olá a todos que interagem neste Blog.

Venho há muito acompanhando as transições do modo de vida, assim posso relatar um pouco do cotidiano. Um amigo me disse certa vez: “Passamos a vida toda acumulando coisas, para na velhice passar a se desfazer delas… Então, parece óbvio, por que acumular?”.

Realmente é uma certeza: compramos terrenos em praias, chácaras, compramos carros, motos. Sempre pensando: vou construir, vou passar minhas férias ou até me aposentar. Aí, quando se aposenta, os conceitos mudam, queremos paz de espírito, tranquilidade, nenhuma preocupação de coisas que teremos que pagar pelo resto da vida como IPTU, IPVA, impostos e seguros em geral, quase não dormir à noite por isso.

Hoje, com 64 anos, posso dizer que realmente é difícil vender tudo que se acumulou, difícil de se desfazer do que se tem, isto até pelo fato de que, por sermos uma família grande, sempre moramos em casas grandes, atulhadas de coisas. Com o passar do tempo, sempre adquirindo muito, muito mais, construindo ou morando em casas maiores. Aí para se vender, além de demorar demais, não se encontra quem os compre ou pague o preço que se investiu. Basta passar pelos centros de muitas cidades e ver o número de imóveis abandonados, muitos em decadência a serem vendidos.

Quando envelhecemos, os filhos partem para suas carreiras “solo”, aí fica o vazio, aquela imensidão de casa, tantas coisas acumuladas e o que fazer.

Assim, eu e minha esposa, tomamos a decisão: saímos de uma grande casa, aportamos num pequeno apartamento, nos desfazemos de tudo que fosse possível e mantemos o mínimo para viver com tranquilidade. Quando se faz isso, tira-se um fardo dos ombros, não temos que nos preocupar mais com que não temos, isto porque não nos fará mais falta.

Para quê se ter uma casa na praia, chácara ou carro bom, se tudo que precisamos é ter uma condição que nos permita utilizar aplicativos de viagens, tantos para locomoção como para hospedagem, tudo está online, só precisamos de um celular que nos conecte.

Hoje precisamos sim de bom senso, saber buscar oportunidades, ofertas vantajosas e disponibilidade para utilizar tudo que nos rodeia, o consumismo desenfreado da humanidade (haja 1,99 nesta vida) os torna escravos deste consumo. Ser um passarinho seria a solução, isto é, viver o presente, acordar cantando e viver na alegria, cantar muito quando chove e valorizar tudo que a natureza nos oferece.

Quando envelhecemos, damos mais valor à saúde, ao presente, não temos pressa nem ansiedade pelo futuro, isto nos faz pensar e aproveitar mais a vida.

Assim, com toda vivência, mas ainda muito a aprender, posso dizer aos leitores: busquem, vivam uma vida mais simples, invistam em conhecimentos, economizem muito, poupem muito, consumam menos. Sua saúde, a natureza, o planeta e as pessoas à sua volta estarão melhores.”

A penúltima frase que o leitor escreveu, de que “quando envelhecemos, damos mais valor à saúde, ao presente, não temos pressa nem ansiedade pelo futuro, isto nos faz pensar e aproveitar mais a vida.” faz todo o sentido, principalmente para nós, minimalistas.

Quando passamos a focar no essencial e eliminamos o resto, estamos buscando justamente isso, dar mais valor ao presente.

Sem saúde física e mental, sem família, sem amigos, sem tranquilidade, a velhice não terá o seu brilho. Aproveitar a vida, é viver o presente, estar com pessoas, compartilhar histórias… E para isso, é preciso desacelerar.

Gostaria de agradecer o leitor por compartilhar a sua experiência.

~ Yuka ~

Minimalismo

Como emagreci 12 quilos em 3 meses

reeducação alimentar

Depois que eu tive as minhas 2 filhas, eu engordei 12 quilos.

Quando casei, pesava 50 quilos. Depois que minha filha nasceu, passei a pesar 55 quilos. Depois da minha segunda filha, passei a pesar oficialmente 62 quilos.

Minha caçula completou 2 anos, e o 62 quilos consolidou-se no meu corpo.

A partir deste momento, gostaria que vocês lessem esse post sem tentar achar se os meus 62 quilos eram muito ou pouco. Para algumas pessoas, pode ser infundado eu querer emagrecer pesando 62 quilos. O importante é se sentir bem no próprio corpo, e eu estava incomodada com o meu peso.

O principal fator que me fez querer emagrecer, é que eu sempre fui uma pessoa muito magra. Mesmo se eu quisesse engordar, não conseguia, diziam que era o tal do metabolismo.

Depois que engravidei 2 vezes, eu não reconhecia mais o meu corpo. Para a maioria das pessoas, eu não estava gorda, tanto que algumas pessoas acharam absurdo quando comecei a emagrecer com a dieta.

A verdade é que eu não decidi emagrecer para os outros, nem pelo marido, nem por ninguém. Chegou um momento, em que as minhas calças não entravam mais, e eu tinha que tomar uma decisão: ou comprava números maiores ou emagrecia. Eu optei pela segunda opção (minimalismo na veia).

A virada de chave aconteceu no início deste ano, quando 3 pessoas, na mesma semana, acharam que eu estava grávida da minha “terceira filha”, e uma pessoa cedeu o lugar prioritário para mim no metrô. Chegou a hora de fazer algo por mim.

Antes de fazer alguma dieta, eu resolvi estudar. Sim, li muitos textos, livros. Muitos podem até estranhar, mas realmente eu pesquisei os tipos de dieta existentes, desde a dieta da proteína, cetogênica, low carb, paleo, do limão, jejum intermitente etc.

E depois de estudar, optei pela Dieta Dukan, por acreditar que seria a mais rápida, que focava apenas na alimentação (com alguns minutos de caminhada). E por isso mesmo não fiz exercício físico, pois achei que eu poderia me distrair, ou até mesmo desanimar tentando fazer tudo ao mesmo tempo.

Sei que muitos dos que me seguem aqui são veganos, e por isso mesmo, não concordam com esta dieta. Mas da mesma forma que respeito a opinião das pessoas, espero que respeitem a minha decisão de ter seguido esta dieta.

A Dieta Dukan não é uma dieta tão fácil de ser executada, principalmente no início. Vou comentar rapidamente aqui, mas para quem tiver interesse, por favor, leiam o livro (o link está no fim deste post).

A dieta possui 4 fases:

  • Ataque – dependendo do peso a ser perdido, a pessoa precisa comer exclusivamente carne por 1 a 5 dias.
  • Cruzeiro – comer em dias alternado somente carne e no outro dia carne e legumes até chegar no peso ideal.
  • Consolidação – a cada quilo perdido, ficar 10 dias nesta fase, para evitar o efeito sanfona.
  • Estabilização – é a fase final. Você é livre para seguir a sua alimentação, mas deverá comer 1 dia por semana somente proteínas pelo resto de sua vida.

Fazer a Dieta Dukan, não foi fácil, principalmente, porque tive abstinência de carboidratos (arroz, batata e doces) nas primeiras semanas. No início, meu corpo tentou interromper a dieta. Tive dores de cabeça, fraqueza, pressão baixa, sonos absurdos, mas eis que meu corpo se acostumou com a falta de carboidratos e consegui encerrar a fase mais difícil (Ataque e Cruzeiro). Atualmente estou na fase Consolidação.

O corpo basicamente usa carboidratos para gastar energia, pois é de fácil consumo para o corpo. Quando comemos uma batata frita, por exemplo, ele usará o carboidrato como energia, e armazenará a gordura no corpo. E assim, vamos engordando cada dia um pouco mais.

Quando cortamos radicalmente o carboidrato e reduzimos a gordura, o corpo, sem alternativa, passa a usar a gordura do nosso corpo para gastar energia. E é assim que o emagrecimento acontece de forma relativamente rápida nesta dieta.

Duas coisas foram muito importantes nesse processo: disciplina e foco.

Pois bem, 72 dias depois, alcancei a meta dos 52 quilos. E com a meta inicial alcançada, resolvi emagrecer até os meus 50 quilos: meu peso de quase 10 anos atrás.

Enquanto fazia a Dieta Dukan, passei a seguir no YouTube o Rodrigo Polesso, que divulga seu trabalho sobre alimentação forte. Foi com ele que eu descobri que eu não comia alimentos de verdade. Comia substâncias comestíveis que não faziam bem para o meu corpo, começando pelo óleo vegetal e margarina.

Ao observar os alimentos que ingeria na Dieta Dukan, passei a enxergar a comida de outra forma. Passei a ingerir alimentos de verdade durante toda a dieta, que hoje chamo de reeducação alimentar. Eu não passei fome em nenhum momento da dieta, pude comer até me sentir satisfeita, repetia o prato quando necessário e mesmo assim, fui emagrecendo.

Se foi fácil? Claro que não. Nunca é fácil, principalmente quando você está no refeitório da sua empresa e vê pessoas almoçando nhoque, pedaço de pizza, refrigerante, sobremesas, etc.

Para quem tiver curiosidade, aqui está o gráfico da minha evolução durante esse período.

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“Tenha cuidado com seu corpo. É o único lugar onde você tem para viver.”- Jim Rohn

  • ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Divirta-se sem gastar dinheiro

    Taí uma frase para se pensar: divertir-se sem gastar dinheiro.

    Lembro que quando morava em Santos, no litoral de São Paulo, costumava passear com as minhas amigas do colegial pela orla da praia. Nos divertíamos horrores, não precisávamos de dinheiro para rir.

    No fim-da-tarde, costumava andar pela orla da praia, sentindo aquela brisa quente do verão… não sentia falta de dinheiro.

    A gente vai crescendo, e aprendendo a associar diversão com dinheiro: um passeio no shopping e compramos algum presente. Um passeio pelo bairro e vamos à sorveteria. Um passeio no parque e compramos água, um algodão doce e algum lanche. O happy-hour que acontece no barzinho perto do trabalho. Um encontro com amigos que acontece na pizzaria. Os passeios do fim-de-semana que são acompanhados de cinema, pipoca e um jantar no shopping.

    Nada contra ter diversões que custem dinheiro… mas jogo uma pergunta no ar:

    – Será que somos capazes de nos divertir sem gastar dinheiro?

    Quando morava no outro apartamento, eu e meu marido passávamos horas conversando, sentados no chão, preparando e comendo em frente à nossa churrasqueira “tortinha” – era tão torta que meus amigos diziam que um bêbado tinha construído a churrasqueira rsrs.

    Esse era o nosso prazer. Olhar para o céu aberto e conversar, enquanto comíamos. Não gastávamos dinheiro, a nossa felicidade era auto-suficiente.

    Depois de 9 anos juntos e 2 crianças a tira colo, continuamos com a mesma rotina frugal.

    Temos costume de ir em parques, fazer piqueniques, ir em eventos infantis, mas geralmente levamos nossa água, suco, lanchinho, um doce, algo pra beliscar.

    Outro dia, num dia de muito calor, eu tinha feito chup-chup para a alegria das crianças. Minha amiga me chamou para levar as crianças em um parque e eu não tive dúvidas: peguei minha bolsa térmica, coloquei os tabletes de gelo e enchi de chup-chup. Chegando no parque, ela não acreditou quando eu abri a bolsa térmica. Não preciso nem dizer que as crianças (e os adultos) amaram, né?

    Mês passado fomos assistir ao Show do Bita que aconteceu no Shopping Tatuapé. Foi fantástico. E gratuito.

    Também fomos a um espetáculo de circo que aconteceu no Teatro de Contêiner Mungunzá, que não conhecíamos até então. Maravilhoso. E gratuito também.

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    Os próprios artistas falaram que o espetáculo já havia sido pago pelo Teatro, mas que quem quisesse contribuir, deixariam o chapéu para colocar gorjeta. Pois bem. Meu marido colocou uma gorjeta de R$20,00. Minha mãe colocou gorjeta de R$50,00. Por aí dá pra ver que não vamos nesses eventos para economizar, e sim para prestigiar as iniciativas locais.

    Eu e meu marido sabemos que a decisão de como o dinheiro pode ser gasto depende exclusivamente de nós.

    Se for abrir a carteira, que seja desta forma: por amor.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Aprecie as coisas simples da vida

    Eu tenho um objeto em casa, que eu nem sei se tem nome.

    Comprei há 9 anos em uma das lojas do bairro da Liberdade, em São Paulo, e que uso praticamente todos os dias.

    É um batedor de leite, um mini-mixer.

    Há tempos penso sobre esse assunto, e hoje, resolvi escrever sobre essa pequena felicidade que sinto ao preparar o meu café.

    É só um café com leite normal, mas ao fazer espuminha no leite, sinto a sensação de que foi preparado com amor.

    Eu esquento o leite, ligo o “mini-batedor” dentro da caneca para fazer a espuma e depois acrescento o café.

    Sabe quando você está cansada, quer sentar e tomar um bom café com leite? Essa espuma branca, fofinha, que gruda nos lábios, faz toda a diferença pra mim.

    Eu sinto prazer e aconchego.

    É um momento gostoso que eu e meu marido temos para desacelerar, curtir a companhia do outro, mesmo que seja por poucos minutos antes de dormir. Aliás, essa é a vantagem de quem não perde o sono mesmo tomando uma canecona de café à meia-noite.

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    Aqui, o leite já morno com o mini-mixer, mini-batedor, seja lá qual for o nome.

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    É só colocar e deixar ligado por uns 30 segundos.

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    Meu leite com espuminha… nham nham nham…

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    Aqui, já com café. Geralmente fica mais escuro, acho que coloquei pouco café desta vez. Os chocolates ganhei de uma amiga.

    Se tiver um tempo, pare para avaliar quais são os seus pequenos prazeres, as pequenas alegrias, as pequenas conquistas…

    Busque a consciência de que a verdadeira felicidade se esconde nas pequenas coisas da vida.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Armário cápsula infantil

    armario capsula infantil
    Foto: Craftiness is not optional

    Algumas pessoas têm me perguntado sobre o guarda-roupa minimalista das minhas filhas.

    Elas não possuem um armário abarrotado de roupas. Muito pelo contrário, possuem poucas roupas, se comparar com outras crianças do mesmo convívio social.

    Basicamente a regra que utilizamos com elas são:

    Roupas de festa

    Elas não possuem roupas e sapatos de festa. Como as crianças crescem muito rápido, só compramos se houver alguma necessidade. Por enquanto não houve.

    Outlets

    Não frequento. Uma vez, minha prima me levou para fazer compras em outlets, pois “tudo estava na promoção”. Pois bem, chegando na loja, percebi que mesmo na promoção, os preços das roupas eram mais caros do que os preços que eu costumava pagar, já que eu não compro roupas de marca para as minhas filhas.

    Roupa de tamanho maior

    Todo mundo que tem filhos já deve comprar roupas de tamanho maior. Roupa maior dura mais tempo. Isso significa que algumas vezes preciso fazer a barra ou apertar um pouco o cós e conforme elas vão crescendo, soltando a barra.

    Calçados

    Minhas filhas não possuem dezenas de calçados, nem sapatos de diversas cores. Elas basicamente têm cada uma: 1 tênis, 1 sandália e 1 chinelo. Outra coisa que faço é pular 1 número do calçado. Se minha filha está usando o número 18, o próximo número que compro é o 20. Tem funcionado bem em casa. Mas uma coisa que eu não faço é economizar no calçado. Tenho muito receio delas machucarem os pés, principalmente nessa fase que elas ainda estão aprendendo a andar e correr, então compro tênis de marca reconhecida pelo conforto, como a Ortopé.

    Antes de comprar, verificar o que ainda serve

    Fazer isso é imprescindível se quiser ter um armário reduzido. Antes de sair para comprar alguma roupa, sempre verifico o que ainda serve. Às vezes, calças do mesmo tamanho, de marcas diferentes, possuem durabilidades diferentes. Enquanto um modelo de calça ainda serve, o outro não serve mais.

    Roupas de casa

    Aqui em casa, temos roupas que usamos somente em casa. Para as crianças, não poderia ser diferente. Isso tem feito milagres, já que roupas para sair não ficam tão manchadas como as roupas que são usadas em casa, que acabam manchadas de comida, tinta, etc.

    A avó sabe costurar

    Que coisa boa quando a avó sabe costurar. Minha mãe não sabe costurar coisas difíceis, já que ela aprendeu a costurar sozinha, mas quebra um galho costurando várias coisas como shorts, vestido e pijama. Até calcinha minha mãe tem costurado. Tenho tido muita dificuldade em encontrar calcinhas que cubram todo o bumbum, todas as que eu comprei são muito cavadas, o que estava incomodando demais a minha filha. Até que desisti de procurar e pedi para a minha mãe costurar também.

    Loja barata vs cara

    Eu costumo separar as roupas que compro por tipos e lojas. Blusinhas e regatas eu costumo comprar em lojas baratas, na promoção, pois não vejo muito sentido em comprar roupas com boa durabilidade, se vão servir somente por alguns meses. Criança cresce rápido, e tudo se perde rápido também. Já as blusas de frio e casaco, eu costumo comprar em lojas melhores, pois blusas boas além de aquecerem melhor, duram por mais tempo. Para as calças, eu aplico a mesma regra: compro as calças de inverno em lojas boas, e as calças finas de verão em lojas baratas.

    Rodízio das roupas

    Quando a roupa da mais velha fica pequena, já vai direto para o guarda-roupa da caçula. A minha filha já sabe disso e quando a roupa fica apertada, ela mesma diz que precisa deixar no guarda-roupa da irmã. Depois que não servir mais na caçula (e se estiver em bom estado de uso), doamos para um amigo do meu marido. E assim as roupas vão circulando e tendo novos usos.

    Aguardar para comprar no momento certo

    Só compro o que estou precisando. Isso significa que não fico comprando roupas das meninas que serviriam somente daqui a 3 anos por estar na promoção. No primeiro momento, parece incoerente não aproveitar a promoção. Mas eu acabo ganhando algumas roupas e sapatos usados das filhas das minhas amigas e também algumas roupas de presente. Se compro antecipadamente, acabo tendo mais roupas que o necessário.

    Utilizo essas regras enquanto elas são pequenas, porque sei que vai chegar uma certa idade em que as minhas filhas vão querer escolher as próprias roupas, e não vão querer mais usar roupas costuradas pela avó. Enquanto essa fase não chegar, aproveito para fazer do meu jeito.

    ~ Yuka ~

    Auto-Conhecimento · Minimalismo

    Saber ouvir (nos tempos atuais) é uma habilidade de poucos

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    Tenho reparado que muitas pessoas gostam de conversar, de falar, enfim, ser o centro das atenções…

    …mas quantas pessoas dentre essas pessoas sabem ouvir de verdade?

    Poucas. Pouquíssimas…

    Pessoas que sabem ouvir tem se tornado cada vez uma raridade.

    Eu lembro muito bem de uma colega que eu estava tentando ser amiga há alguns anos. E toda vez que eu começava a falar algo que tinha acontecido comigo, ela falava “comigo também aconteceu isso, e blá blá blá” e o assunto acabava se tornando o dela. Sempre era assim. Não importava quantas vezes eu tentasse, era impossível. Ela não queria me ouvir. Ela queria só falar dela. E no fim eu desisti.

    Se a gente prestar atenção nas conversas, podemos perceber que o mais comum são duas pessoas monologando. Sim, monologando, e não dialogando:

    – Esse fim de semana eu fui passear no zoológico com meu filho.

    – E eu fui passear na praia.

    – Foi muito legal o zoológico, meu filho adorou, pediu para voltar mais vezes.

    – Minha filha também amou a praia, disse que quer aprender a nadar para entrar no mar.

    Conseguem perceber o monólogo entre duas pessoas? São duas pessoas querendo falar só delas e não querem ouvir.

    Em um diálogo, a pessoa perguntaria o que o filho achou do zoológico para a conversa poder evoluir.

    Só que a pessoa não está interessada no filho da outra pessoa. Ela só quer falar que fez coisas legais também no fim-de-semana. E aí são duas pessoas surdas conversando, e por mais triste que isso possa parecer, é muito mais comum do que pensamos.

    Meu marido gosta muito de fazer alguns experimentos enquanto conversa com as pessoas.

    Um desses seus experimentos me chama muito a atenção por comprovar como as pessoas não estão mais interessadas em ouvir, só em falar de si mesma.

    Durante a conversa, ele costuma falar “tem três coisas que mudaram a minha vida…”. Ele começa falando as duas coisas que mudaram a vida dele, e ele não fala a terceira de forma proposital. Se a pessoa estiver prestando atenção e interessada no que ele está falando, a pessoa perguntaria “E qual é a terceira coisa?”. E sabe o que é mais incrível? Praticamente ninguém faz essa pergunta, comprovando que as pessoas não estão ouvindo, só estão aguardando o momento certo para abrir a boca para falar delas mesmas.

    É muito narcisismo. Eu quero ter pessoas ao meu redor que saibam dialogar comigo. Quero conviver com pessoas que ouvem e que eu também possa ser ouvida quando precisar.

    ~ Yuka ~

     

    Minimalismo

    Planejando viagens minimalistas

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    A leitora Isabele me perguntou como eu planejo as viagens e como consigo driblar os pontos turísticos caríssimos.

    Depois que eu engravidei duas vezes, eu e meu marido demos uma pausa nas viagens, principalmente as internacionais, por 2 motivos: o primeiro é que as crianças são muito pequenas e gostaríamos que elas lembrassem dessas viagens (apesar de saber que muitos pais pensam justamente o contrário, de aproveitar agora, já que as crianças pagam menos na passagem de avião). O segundo é que eu poderia até pedir para a minha mãe ficar com as crianças e viajar com o meu marido, mas a caçula, ainda não aprendeu a dormir a noite toda. Ela tem um sono muito leve, e tem dado trabalho. Bem diferente da minha filha mais velha, que mesmo se estiver com a cama toda cheia de xixi, não acorda por nada. Então decidimos esperar mais um pouco, até que as coisas se acertem.

    Dito isso, vou contar das minhas experiências antes das meninas nascerem.

    As minhas viagens costumam ser muito bem planejadas. Depois que escolho o lugar, a primeira coisa que faço é começar a acompanhar o preço das passagens de avião e da acomodação. Para baratear a viagem, sigo os seguintes passos:

    1. Acompanhar o preço das passagens por longos meses:

    Acompanhe os preços das passagens por pelo menos 3 meses. Costumo pesquisar em sites como o Decolar.com, Maxmilhas, que fazem a pesquisa e comparam preço em diversas companhias aéreas. Quando encontro um preço razoável nesses sites de comparação, costumo ir direto no site da empresa para ver se há preços melhores. Depois de decidir por qual companhia aérea viajar, analiso de que forma consigo aumentar o desconto. Por exemplo, se resolvo comprar pelo Maxmilhas, faço o seguinte caminho:

    • Entro no Méliuz e vejo se o Maxmilhas está dando algum dinheiro de volta (Méliuz é um site que devolve parte do dinheiro gasto. Hoje, por exemplo, está sendo informado que devolvem 4% do valor gasto no Maxmilhas). Se sim, faço a compra, nisso já ganho 4% de desconto do valor total da compra.
    • O Maxmilhas possui vantagens para quem tem o cartão Nubank. Então com isso consigo mais pontos, que depois poderão ser apagados da fatura.
    • Na hora do pagamento, parcelo em 12 vezes sem juros no cartão de crédito do Nubank, e depois antecipo todas as parcelas. Assim, ganho mais 4,50% de desconto pelo Nubank.

    Então além de conseguir comprar a passagem mais barata por ter pesquisado o preço por alguns meses, acabo ganhando pontos e descontos por causa do Méliuz e Nubank.

    Costumávamos viajar em períodos que não coincidissem com férias escolas, ou seja, evitávamos os meses de janeiro, fevereiro, julho e dezembro que são mais caros.

    Também nunca compramos pacotes de viagens em agências de viagens. Eu mesma comparo e compro a passagem de avião, a acomodação e vejo os passeios que quero fazer, pois isso faz com que a viagem tenha o meu ritmo.

    2. Fazer uma lista do que levar na mala:

    Sim, uma lista. E essa lista começa alguns meses antes. Essa é a lista que possibilita que eu leve poucas coisas, pois consigo combinar roupas, programar o que vou usar e o que não vou levar.

    3. Fazer um roteiro turístico:

    Comprado a passagem, agora é hora de fazer um roteiro. Roteiro é essencial para quem quer aproveitar bem uma viagem. Imagine ter passeado em um bairro o dia inteiro, e descobrir depois que deixou de conhecer um lugar interessantíssimo? É nesse roteiro que eu já faço a pesquisa dos valores dos lugares que quero visitar: ingressos, transporte, etc e já faço uma estimativa de quanto gastarei durante a viagem.

    4. Ser flexível:

    Isso significa que se a fila para conhecer um determinado lugar estiver com uma fila gigantesca, não se acanhe em desistir. Não tem problema se você não visitar o lugar. Eu mesma prefiro não me estressar, divertir na viagem, do que ficar com aquela obrigação de ter que conhecer um lugar só porque é turístico. Tenho consciência de que a viagem é para mim, e não para provar para terceiros que estive em tal lugar.

    5. Conhecer a culinária local:

    Eu sempre gostei de comidas de rua. Aqui em SP, comia o churrasco grego (para o terror da maioria dos meus amigos hahaha), o hot dog prensado, o churrasquinho do tio da esquina, tapioca e por aí vai. Depois da onda do Food Truck, minha paixão continuou: hambúrgueres, comida mexicana, massas, nhac nhac nhac….. Então quando viajo, nada mais natural do que sair experimentando as comidas de rua. Isso significa que alterno entre restaurantes e food trucks, o que acaba barateando bastante na alimentação.

    6. Esquecer os souvenirs:

    Eu não ligo para souvenirs, nem tenho fascinação em comprar algo do lugar que viajo. Muitas pessoas aproveitam para comprar roupas, bolsas, sapatos, relógios, maquiagens… mas eu não. Por isso viajo com a minha mala pequena, porque sei que vou voltar com ela com praticamente a mesma quantidade de coisas que fui viajar. Já contei no outro post que fui pra Amsterdã, na Holanda e voltei só com 1 cadeado de bicicleta, né? Essa sou eu.

    7. Aproveitar os descontos para turistas:

    Geralmente, as cidades possuem um ticket mensal ou semanal para turistas andarem de trem, metrô, ônibus, que vale muito a pena comprar. Por exemplo, quando fui para o Japão, eu comprei um ticket chamado Japan Rail Train, disponível somente para turistas. Esse ticket, depois de comprado, possibilita que o turista use todas as linhas ferroviárias, metroviárias e linhas de ônibus de uma determinada empresa, quantas vezes desejar. Pra mim, compensou muito ter esse ticket. Tem diversos passeios turísticos que podem ser comprados com antecedência, por um preço mais em conta. Vale a pena pesquisar antes.

    8. Celular descarregado? Nunca mais!

    Eu tenho uma bateria recarregável portátil. Consigo recarregar meu celular várias vezes ao dia, sem a necessidade de ter que ficar procurando uma tomada (correndo o risco de esquecer em algum lugar).

    9. Comunicação com os amigos e família:

    Eu faço somente pelo whatsapp. Tem gente que habilita o uso do celular para uso no exterior, mas eu nunca fiz, e nunca senti falta. Se tenho o ano inteiro para falar com as pessoas, por que escolher justamente durante a viagem?

    10. Ter folgas na agenda:

    Deixo para conhecer somente alguns pontos turísticos por dia. Gosto de deixar o dia livre, não gosto de entupir o dia com programações, justamente para não me sentir sufocada. Férias é para ser leve e livre, e não para correr atrás do relógio e da agenda.

    11. Não conhecer tudo de uma vez:

    As cidades possuem muitas coisas interessantes para ver e visitar. Existem muitos pacotes a venda como “Conheça a Grécia, Turquia e Egito em 3 dias”, “Roma, Paris e Londres em 5 dias”. Eu gosto de conhecer um único lugar de cada vez. Gosto de explorar ao máximo, visitar com calma um único país (ou dependendo, uma única cidade).

    E o mais importante, não se esquecer nunca que a verdadeira viagem se faz na memória.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Minimalismo e vaidade: como administrar

    maquiagem minimalista

    Uma leitora me pediu um post sobre minimalismo nos cuidados pessoais.

    Aqui no Brasil, fomos acostumadas desde a infância com a ideia de que é normal as pessoas nos servirem e a terceirizar alguns serviços por considerarmos barato. E isso se reflete também nos cuidados pessoais: manicure, pedicure, hidratação no cabelo, escova de cabelo, limpeza de pele, sobrancelha, depilação, esfoliação da pele, massagem relaxante. Acho legal ir no salão de vez em quando para dar um mimo para nós mesmas, mas não vou com frequência, pois acredito que consigo me cuidar de casa.

    Vou compartilhar aqui o que tem funcionado pra mim.

    UNHAS

    Eu aprendi a fazer as unhas em casa. No início arrancava uns bifes, mas depois de um tempo, passei a fazer melhor do que as próprias manicures.

    DEPILAÇÃO

    Há alguns anos, eu comprei um pacote de depilação à laser por um preço muito barato, naqueles sites de compra coletiva. Como são 10 sessões, e as sessões vão ficando espaçadas porque os pelos vão nascendo cada vez menos, eu ainda tenho algumas sessões para fazer.

    LIMPEZA DE PELE

    Eu acabo fazendo em casa mesmo, uso um esfoliante, e alguns truques caseiros como usar gelatina incolor para tirar cravos (que funciona de verdade!!!). O legal é ir testando algumas receitas caseiras, muitas coisas funcionam super bem.

    CABELO

    Atualmente, não pinto mais o meu cabelo, mas tinha uma época da adolescência que eu pintava de vermelho em casa. Claro, tudo na vida tem um limite, e a gente tem que descobrir o nosso limite. Se você vai pintar de loiro, descolorir, fazer mechas ou algo parecido, eu não tentaria economizar nessa parte, a não ser que eu soubesse exatamente o que eu estava fazendo.

    MAQUIAGEM

    Eu já fui a louca da maquiagem. Comprava muitas maquiagens, e o pior, tinha encasquetado nas maquiagens gringas. Era M.A.C., Givenchy, Clinic, Artdeco, Dior, Shiseido… haja dinheiro.

    Não contente em comprar 1 blush, comprava 4, 6 blushes, e demorava anos para terminar de usar, isso quando jogava no lixo por causa da validade dos produtos. O mesmo acontecia com as bases, hidratantes e esmaltes.

    Hoje, posso dizer que ainda gosto muito de determinadas marcas, e continuo comprando. Só que eu compro 1 produto de cada vez, como explico nesse post. Se eu quero comprar um delineador, eu espero terminar o que estou usando no momento, para depois comprar. No início foi difícil fazer disso um hábito, mas hoje me acostumei. Nem preciso dizer que estou economizando muito dinheiro com isso, né?

    Outra coisa que me ajudou MUITO, foi deixar de seguir as blogueiras do YouTube. Sério, não saber os produtos lançados todos os meses, ajudou muito a não ter vontade de comprar. Se assistiu um canal do YouTube e encontrou um batom com uma cor irresistível? Ótimo, coloque na sua PRÓXIMA lista de compras. Quando o seu terminar, vai lá e compra.

    ROUPAS

    Eu tenho roupas que gosto de verdade. Quando se tem roupas boas, de qualidade, bom caimento, boa costura, que são macias e que nos deixam bonitas (e que não necessariamente são caras), começamos a entender que não precisamos ter um guarda-roupa abarrotado. Antes, eu tinha muitas roupas, mas eram roupas compradas em promoção, ou que tinha visto em um catálogo e que ficava lindo (na modelo, óbvio, não em mim), ou comprava porque “não estava fazendo nada”.

    Se antes eu tinha 300 peças de roupas (ou até mais, se duvidar…) e me sentia insatisfeita com o meu guarda-roupa, e hoje tenho poucas roupas e me sinto satisfeita, é porque eu tenho um guarda-roupa adequado para mim. Tenho calças que me deixam bem, camisas boas e confortáveis que nem preciso passar a ferro (olha que maravilha), vestidos, etc.

    Para chegar a este ponto, eu precisei me conhecer melhor. Qual é a tonalidade da minha pele? Quais são as cores que combinam comigo? Quais são as cores que as pessoas geralmente elogiam quando estou usando? E assim, fui fazendo uma lista do que considerava um guarda-roupa ideal. Com a lista pronta, fui eliminando do meu guarda-roupa todas as peças que não faziam mais sentido e complementando com as que eu ainda não tinha. E foi assim que aos poucos construí um guarda-roupa minimalista.

    Outro dia uma colega que trabalha comigo falou que meu trench coat era lindo e perguntou onde eu tinha comprado. Ela ficou surpresa quando eu falei que não era novo e que já estava comigo há 6 anos. E ainda parece novo!

    Hoje não sinto necessidade de sair comprando roupas, nem seguir tendências.

    SAPATOS

    Utilizo o mesmo critério das roupas. Eu não tenho 5 botas pretas. Só tenho 1. Não tenho 5 sapatos pretos. Só tenho 1. E assim por diante.

    Aqui tem um post publicado há alguns meses sobre como ter um guarda-roupa minimalista. Vale a leitura.

    Resumindo…

    As coisas que eu consigo fazer em casa, eu mesma faço. Uma das poucas coisas que eu pago para alguém fazer é cortar o cabelo e ir no podólogo de vez em quando. De resto, eu continuo comprando as coisas que quero comprar, independentemente do preço, mas não acumulo mais. Eu continuo usando os batons da M.A.C. porque gosto da textura, da mesma forma que continuo importando do exterior a base para pele de uma marca coreana, porque gosto da tonalidade na minha pele.

    Se compro um hidratante, uso até o fim. Se compro um delineador, uso até o fim para somente quando estiver bem no finzinho, comprar um novo.

    Então posso dizer que hoje, estou rodeada com as maquiagens que gosto, com as roupas que gosto, com a bolsa que gosto, com os sapatos que gosto, e não deixo de me cuidar, só porque não frequento salão de beleza. É desta forma que tenho administrado a minha vaidade com a vontade de gastar.

    ~ Yuka ~

     

     

    Auto-Conhecimento · Minimalismo

    Mottainai: uma filosofia japonesa sobre desperdício

    mottainai

    Não posso dizer muito sobre a cultura de outros países, mas sei que Japão e Alemanha possuem uma cultura bem forte de evitar o desperdício.

    Aqui no Brasil, percebo que as pessoas julgam (mal) quem luta contra o desperdício. É mais bem visto deixar sobras de comida no prato do restaurante, do que pedir para embrulhar para levar para a casa. É mais estiloso comprar uma bermuda nova, do que transformar aquela calça velha em uma bermuda. É mais fácil jogar fora a camiseta manchada, do que tingir com uma cor escura e continuar usando por mais alguns anos. É melhor avaliada a pessoa que sempre vem trabalhar com roupas diferentes, do que aquela que sempre vem com as mesmas roupas.

    No Japão, existe uma palavra que eu gosto muito: mottainai.

    Ela não possui tradução para o português, mas no Wikipedia, tem um trecho em que Hitoshi Chiba, autor do documentário Restyling Japan: Revival of the ‘Mottainai’ Spirit, tenta explicar um pouco sobre o conceito:

    Muitas vezes ouvimos no Japão a expressão mottainai, que vagamente significa “desperdício”, mas em seu sentido pleno transmite um sentimento de temor e apreço pelas graças da natureza ou a conduta sincera de outras pessoas. Existe uma característica entre os japoneses de tentar usar algo por toda a sua vida efetiva ou continuar a usá-lo por repará-lo. Nesta cultura de carinho, as pessoas vão se esforçar em encontrar novas casas para posses que eles não precisam mais. O princípio mottainai estende-se à mesa de jantar, onde muitos consideram rude deixar mesmo um único grão de arroz na tigela.

    No eCycle também tem uma definição bem legal:

    As práticas que integram o espírito mottainai podem ser adotadas por qualquer um. São ações simples que evitam o desperdício de todo e qualquer recurso. Um pequeno gesto muito valorizado no Japão (e que é um primeiro passo para incluir o mottainai em sua vida) é não deixar nem um grão de arroz no prato (pegue porções pequenas; se não for suficiente, repita, mas não jogue comida fora). O Japão enfrentou períodos muito difíceis, como guerras, fomes e terremotos, e se desenvolveu em um território com recursos naturais escassos. A prática do mottainai foi essencial para a sobrevivência e para o crescimento do país, sendo uma das bases da cultura japonesa. O espírito ecológico e a prática da sustentabilidade, assim como o consumo sustentável, são formas de adotar o mottainai como filosofia de vida. Qualquer país iria se beneficiar ao seguir o exemplo do Japão, mas adotar o mottainai não precisa ser uma ação institucional. Na própria cultura japonesa foram as pequenas ações cotidianas (resultado de privações) que fizeram do mottainai um estilo de vida adotado por todo o país.

    O mottainai não é apenas sobre desperdício de comida, de roupa, de dinheiro. É sobre desperdício de tempo, de talento, de oportunidades.

    Podemos dizer mottainai, quando estamos jogando comida fora, pois esse alimento poderia estar alimentando outra pessoa que está passando fome neste exato momento.

    Podemos dizer mottainai, quando estamos desfazendo de uma roupa que ainda está em condições de uso, mas que não queremos mais usar, porque simplesmente enjoamos.

    Podemos dizer mottainai, quando percebemos que uma pessoa é completamente desorganizada. Dá uma sensação de que está desperdiçando tempo precioso da vida fazendo coisas desnecessárias.

    Podemos dizer mottainai, quando há talento desperdiçado. Aquela pessoa que você enxerga um talento incrível fazendo coisas repetitivas de escritório.

    Como vê, o conceito mottainai é muito mais profundo e belo, onde nada mais é do que uma filosofia que promove o respeito à vida.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Tchau! A vantagem de desapegar

    desapego

    Um dos maiores benefícios de viver uma vida de desapego é a possibilidade de nos livrar de sentimentos de responsabilidades que o acúmulo de coisas nos traz, ao ter que cuidar e manter coisas que nem usamos.

    Ter uma casa abarrotada com objetos sem uso nos faz ter inúmeras preocupações como: o custo de uma casa de um tamanho razoável para manter e acomodar todos os nossos pertences sem uso, a manutenção das coisas desde tirar poeira, limpar, até consertar alguns eletrodomésticos e portáteis que nem são assim tão importantes. Veja um exemplo simples: se resolvo cozinhar um milho, vou até a cozinha, abro a porta do armário e já fico desanimada quando percebo que para tirar a panela de pressão, preciso tirar da frente a sorveteira, o mixer e as 5 frigideiras. Não seria muito mais fácil se com um único movimento conseguisse tirar a panela de pressão?

    Outro exemplo que gosto de usar é em relação aos amigos. Temos diversos colegas que queremos chamar de amigos. Mas isso faz com que não consigamos dar a atenção devida para os nossos verdadeiros amigos. Como dispor de tempo para aquele amigo que precisa da nossa atenção, se toda semana surgem 4, 5 convites para passear? Alguém precisa ficar de fora. Será que esse alguém não está sendo justamente aquele amigo que precisava de nós?

    As pessoas com as quais se importam verdadeiramente conosco, não se importam se andamos numa BMW ou de bicicleta. Se moramos em uma mansão ou em uma casa alugada. Se temos um emprego dos sonhos ou um emprego que nos faz feliz.

    As pessoas que realmente se importam conosco só querem uma coisa: que sejamos felizes.

    Enquanto muitas pessoas carregam dentro da bolsa o celular de última geração, andam com as roupas da moda, possuem carros caros e eletrônicos sofisticados, eu e meu marido viajávamos pelo mundo para conhecer as ilhas da Grécia, Nova York, Amsterdam, Paris, Vancouver, Japão, além de conhecer praticamente todos os Estados do Brasil…

    Sabíamos exatamente o que nos deixava felizes. Não era o status social, tanto que pouquíssimas pessoas sabem que eu já viajei tanto. Não há fotos publicadas em lugar nenhum.

    Também não viajamos para comprar coisas, eletrônicos, roupas. Viajamos para conhecer os lugares e saborear a comida. Para se ter uma ideia, a única coisa que eu trouxe de Amsterdam foi 1 cadeado para bicicleta. Só.

    Não temos dívidas, não temos prestações do financiamento da casa, não precisamos nos preocupar com o seguro do carro, nem de abastecer ou calibrar os pneus. Também não preciso me lembrar de comprar presentes para o meu marido em datas festivas. Todas essas coisas que não preciso fazer, vai esvaziando a mente e liberando espaço para as coisas importantes da vida.

    Quando converso com algumas pessoas, muitas delas acabam falando que se não morassem tão longe, também deixariam de ter um carro. Se não fossem pelos filhos, também morariam de aluguel. Se não fosse pela escola pública ser tão ruim, também optariam por uma. Se tivesse mais dinheiro, também moraria num bairro melhor. Se se se se…..

    Não se iluda, viver com desapego é ao invés de usar o SE, usar o APESAR DE.

    APESAR de morar longe, ir de transporte público por não querer ter um carro e aproveitar esse momento para ler algo prazeroso, e ainda conseguir usar parte do dinheiro economizado em viagens. APESAR dos julgamentos externos, morar de aluguel e investir toda a diferença em investimentos com bons retornos que traga paz para a família. APESAR da escola não ser boa, optar por uma pública e tentar reunir pais que tenham motivação para melhorar o ensino daquela escola.

    Essa é a pequena diferença entre pessoas desapegadas e pessoas que carregam problemas nas costas.

    Essa pequena diferença, no fim das contas, se torna a única e a mais notável diferença entre essas pessoas.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Sobre os excessos comportamentais da vida

    excessos

    Um dos excessos que tem me incomodado, além do consumismo, são os excessos comportamentais.

    Na política, vejo muitos colegas que se tornaram “grandes jornalistas e críticos”, com opiniões fortes, muitas vezes intolerantes. Não me importo se é de direita, centro ou esquerda, eu não vejo diferença entre eles em relação ao comportamento extremista. A pergunta que sempre me vem na cabeça é: além do discurso bonito, o que tem feito para mudar este país?

    No veganismo, quem come carne, usa sapato e bolsa de couro tornam-se “assassinos”. Se a pessoa ama ou odeia carne, acho importante saber respeitar a opinião do próximo.

    No minimalismo vs consumismo, têm pessoas que amam fazer compras, da mesma forma que há as que preferem não comprar nada (mesmo precisando). Cada um sabe as dores do bolso e da alma, já que muitas vezes, o consumismo nada mais é do que a necessidade de preencher um vazio.

    Há ainda as altamente fitness. Não comem bolo, não tomam suco com açúcar, trocam a farinha branca pela integral, biomassa de banana, mas não queira que eu mude a minha alimentação.

    Tem os religiosos fervorosos. Opinam sobre qual religião devemos ter e se não estivermos alinhados, ouve-se indiretas para tentar nos convencer. Mal sabem que isso só afasta as pessoas.

    Há também os workaholics que trabalham 12 horas por dia, e acham que as pessoas que não fazem hora extra, valem menos. Temos vida fora do trabalho.

    Tem gente que é viciado em exibir a “vida perfeita” nas redes sociais. Já não importa se é verdade ou mentira. O que importa é parecer feliz.

    E tem aquelas pessoas que gostam de palpitar a vida dos outros, de como devemos educar os nossos filhos, como devemos nos comportar como pais. Será que não sabem que cada filho é de um jeito?

    Se você faz algo deste tipo, cuidado. A sua verdade pode não ser a verdade para a realidade da outra pessoa. Cada um carrega uma história de vida, e as experiências individuais contam muito.

    Tem uma frase que eu carrego comigo:

    “Não use a minha verdade como sua verdade, pois viemos de realidades diferentes.”

    Isso inclusive, serve para as coisas que escrevo aqui no blog. Aqui, eu compartilho a minha visão e a minha experiência. Tenho certeza que muitas das coisas que faço, não funcionaria na realidade de muita gente. E tá tudo bem.

    A compreensão sobre o conceito de ser diferente, deveria ser abordada com mais frequência. Eu mesma mudo de opinião a todo momento, o que era bom hoje, amanhã pode não ser o suficiente. Às vezes, leio um livro, e me pego pensativa, de como eu pensava diferente sobre um determinado assunto.

    Ser diferente é uma característica natural do ser humano, e não invadir a realidade e experiência do outro, é um exercício diário que devemos e podemos praticar e aprimorar.

    Que tenhamos sabedoria e gentileza em não colocar a nossa verdade como uma verdade universal.

    ~ Yuka ~

    Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

    Como você avalia a riqueza pessoal?

    Captura de Tela 2018-06-11 às 10.22.11

    Outro dia recebi um comentário muito pertinente de uma leitora que estava preocupada por achar que eu não vivia uma vida confortável, vivendo sempre no limite.

    Isso me chamou atenção, porque por mais que eu já tenha escrito em vários posts que eu não tenho as coisas porque não preciso, talvez isso ainda não esteja claro o suficiente.

    A maioria das pessoas que eu conheço, não possuem um propósito de vida, ou não sabem o que querem da vida. Eu mesma ainda estou em busca do meu propósito de vida, mas sei o que quero. Quando se vive por viver, não avaliamos como gastamos nosso tempo e como utilizamos a nossa energia vital. Talvez por isso passamos tanto tempo de nossas vidas vagando em lojas, shoppings, usando nosso precioso tempo consumindo, comprando coisas sem precisar, sem questionar, somente porque todos estão fazendo o mesmo, ou porque não tem outra coisa mais interessante para fazer.

    Vejamos o meu caso. Eu moro a 1 quadra do metrô e trabalho a uma distância de 5 estações do metrô. Demoro 20 minutos da porta de casa até a porta do meu trabalho. Perto de casa (e quando falo perto, é perto mesmo, tipo 1 quadra ou no máximo 2 quadras) tem 3 supermercados, 2 padarias, 2 farmácias, 2 hospitais, açougue, floricultura, doceria, restaurantes, cafeterias, lotéricas, agências bancárias… Nos fins de semana, por morar perto de metrô, tenho mobilidade para sair para os principais pontos turísticos de São Paulo. Praticamente todos os lugares que gosto de frequentar está a 10 minutos de metrô ou a 10 reais de Uber.

    Dada a explicação, vamos analisar o meu caso com muita sinceridade. Vocês acham que eu preciso de um carro? Pra que eu teria um carro? Pra deixar parado na garagem? Pra sofrer depreciação, para preocupar em ligar o motor para não arriar a bateria? Para lavar o carro, não esquecer de pagar os boletos do IPVA, do seguro obrigatório, etc?

    Esse exemplo do carro, é apenas para ilustrar 1 exemplo do que acontece na minha vida. A mesma coisa acontece com o apartamento em que vivo, com as roupas que eu tenho, com eletrodomésticos que comprei, e com todo o meu estilo de vida. Eu realmente avalio se aquilo é necessário.

    Quando algumas pessoas dizem que pareço que eu vivo no limite é porque não me conhecem de verdade. Quantas pessoas vocês conhecem que já viajou por praticamente todos os Estados do Brasil? Eu e meu marido, juntos, conhecemos os EUA, França, Holanda, Grécia, Japão, Canadá, Itália, Argentina, Alemanha, Chile, Bolívia, Espanha.

    A diferença entre as pessoas que “parecem viver melhor” e eu, é que eu não gasto em coisas que não acho necessário (e também não mostro e não falo para os outros).

    É diferente de não gastar. Eu gasto sim, só que gasto bem. Gasto em coisas que eu acho importante. E isso acaba gerando muitos julgamentos:

    • Como assim ela consegue viajar todo ano para o exterior e eu não, se recebemos o mesmo salário e ela ainda tem 2 filhas?
    • Como ela consegue viver sem ter um carro, já que é uma necessidade de “todos”?
    • Como assim ela usa transporte público se ela tem um cargo de diretora?
    • Como assim, ela leva marmita para o trabalho?
    • Como assim, ela pinta a própria casa, usa furadeira e monta os próprios móveis?

    Tudo isso são julgamentos infundados. São diversos os conceitos errados que ouvimos por aí: de que quem poupa posterga a vida. De que mulher não sabe consertar elétrica e hidráulica. De que diretor tem que vir trabalhar de carrão e almoçar em lugares caros.

    Já contei essa história aqui, mas uma colega que não me via há muitos anos perguntou se eu tinha carro, e quando eu respondi que não, ela falou “ai credo, como você é pobre”. E eu só ri, e nem quis explicar nada. Para essas pessoas, eu não perco tempo explicando.

    Apesar de eu ter certeza que eu tinha a conta bancária infinitamente mais gorda que a dela, tive a confirmação de que ela media a riqueza de forma diferente da minha: ela faz a avaliação da riqueza pelas coisas externas, enquanto eu faço avaliação da riqueza pelas coisas internas.

    Para muitas pessoas, é “coisa de pobre” não ter experiências caras, não frequentar restaurantes estrelados do Guia Michelin, não fazer viagens internacionais e conhecer os principais pontos turísticos (como assim foi para Paris e não subiu na Torre Eiffel?), não ter um carro, um imóvel próprio…

    Para mim, ser rica é ter mobilidade em uma cidade caótica como São Paulo. É poder morar em um bairro seguro que me permite fazer tudo a pé. Ser rica é poder chegar em casa mais cedo (por não ficar presa no trânsito), preparar um jantar para a família e ainda sobrar tempo para dar banho nas minhas filhas e ler um livro antes de dormir.

    Ser rica é ter um marido que se sente satisfeito com a vida que tem e ainda agradece por eu ter aberto os olhos dele dessa vida vazia de consumismo. É ter tempo para costurar uma casa de tecido para as minhas filhas em um fim de semana qualquer, só para ter o prazer de vê-las brincando.

    É uma pena que a maioria das pessoas enxergam apenas a riqueza externa e são felizes apenas quando tem experiências caras. Para essas pessoas, o sucesso é vinculado com bens materiais.

    A riqueza interna não traz status, nem olhar de inveja dos outros, nem admiração. É uma vida simples, sem fogos de artifícios.

    Essa vida, infelizmente, não serve para a maioria, pois não tem brilho e é “insistentemente sem graça”.

    Algumas pessoas, no meio do caminho, entendem que a maior riqueza da vida são coisas que não envolvem dinheiro.

    São de graça.

    Para estas pessoas, bem-vindas ao meu mundo.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Maquiagem minimalista

    Uma leitora pediu para eu mostrar a atualização das minhas maquiagens, só que desta vez com os pincéis que uso.

    Como já faz 1 ano que eu publiquei o último post sobre o assunto, aqui vai uma foto das minhas maquiagens atuais:

    maquiagem minimalista 1

    • 1 lápis preto para olhos (Urban Decay)
    • 1 delineador preto para olhos (Urban Decay)
    • paleta de sombras (Urban Decay)
    • 1 base para o rosto (Missha)
    • 3 batons (MAC)
    • 2 blushes (MAC)

    maquiagem minimalista

    E meus pincéis:

    • 1 para blush
    • 1 para base líquida
    • 4 para olhos (estou pensando em reduzir os pincéis…)

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    A linha tênue entre ostentação e satisfação

    Ostentação e satisfaçãoExiste uma linha muito, muito tênue onde caminhamos diariamente.

    Essa linha é como se fosse um divisor entre a ostentação satisfação.

    De um lado da linha, a ostentação.

    Do outro lado, a necessidade atendida.

    É muito fácil identificar se estamos caminhando no lado da ostentação.

    Basicamente, são 2 perguntas cruciais:

    • Estou comprando para a minha satisfação ou para os outros?
    • Vou ter 100% de aproveitamento do produto/serviço?

    A primeira pergunta é importante para avaliar se algo está sendo feito para mostrar para os outros. Aquele carro que você quer é para tentar provar para os outros que você é uma pessoa bem-sucedida? Aquela foto que você está tirando é para você guardar na sua memória ou para mostrar aos outros o quanto você parece ser feliz nas redes sociais? Aquela viagem nacional ou internacional que você pretende fazer, você permaneceria com os planos se não pudesse contar para ninguém?

    A segunda pergunta mostra se estamos comprando produtos ou contratando serviços além do necessário. Aquele fogão de 6 bocas que você tem, você realmente usa 6 panelas simultaneamente na hora de cozinhar, ou serve apenas para deixar algumas panelas encostadas? Aqueles sapatos abarrotados na sapateira são usados com frequência, ou você usa sempre os mesmos sapatos? Aquele plano anual de academia que você pagou está valendo a pena, ou você vai só algumas vezes e já está quase desistindo?

    Esses dias, em uma roda de conversa, surgiu o assunto de que eu moro em um bairro bom, então supostamente, sou ‘rica’. Ao mesmo tempo, sou ‘pobre’ por não ter um carro e usar transporte público.

    Eu só fiz a seguinte pergunta para eles:

    – Supondo que as duas opções dessem o mesmo gasto, qual você preferiria: a.) morar perto do trabalho e não ter carro; b.) morar longe do trabalho e ter carro.

    Eu escolhi morar perto do trabalho. Essa opção não traz status, mas traz qualidade de vida.

    Toda vez que eu e meu marido compramos algo, sempre fazemos essa pergunta. É necessidade ou ostentação? Eu não decidi viver com menos. Eu decidi viver com o suficiente.

    Quando se aprende a avaliar, aprende-se a consumir de forma adequada.

    É quando sentimos aquela sensação da suficiência, de estarmos satisfeitos com o que já possuímos.

    As pessoas que não sabem ainda reconhecer esse sentimento de suficiência, possuem dificuldades para entender quando digo ‘não’ para brindes, quando digo que não estou precisando de nada no momento, quando digo que minhas filhas já possuem roupas ou brinquedos suficientes.

    Não gasto (à toa) por ter a consciência de que aquilo não é necessário.

    É estar satisfeita de que o que as pessoas julgam como pouco, é o suficiente para mim.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    O ato de fazer “regifting”

    regifting

    Durante muitos anos eu costumava usar roupas que não combinavam, bolsas que não gostava, sapatos que machucavam, decorações em casa que não ornavam, simplesmente por um único motivo: porque havia ganhado de presente.

    Depois do minimalismo, o sentimento de não querer conviver com aquilo que não traz significado para mim aumentou. E passei a não ter dor na consciência em descartar ou passar adiante itens que não tinham nada a ver comigo.

    Eu deixei de usar roupas desconfortáveis, sapatos apertados, shampoos e sabonetes de hotéis, amostras grátis, brindes etc.

    E parei de ficar sem graça em repassar presentes que ganho para outras pessoas. Eu agradeço muito, de coração, presentes que recebo. Mas já não me sinto mal de repassar o presente para outra pessoa.

    Meu marido falou que há um episódio no seriado Seinfeld que fala justamente sobre essa prática: o regifting.

    Quando conheço a loja, até faço a troca por uma coisa que estou precisando. Quando não dá para trocar, repasso para alguém que está precisando.

    E desde então, fazer regifit se tornou uma prática comum aqui em casa.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Precisamos de menos do que acreditamos

    Captura de Tela 2018-03-14 às 09.54.57
    Fonte: iStock

    Diariamente, nos fazem acreditar de que precisamos de muitas coisas para alcançarmos a tal da felicidade.

    Nos convenceram de que precisamos de uma casa própria, um carro do ano, a roupa da moda, colocar os filhos na melhor escola do bairro… mas não.

    Precisamos de bem menos do que acreditamos.

    As pessoas por não acreditarem nisso, tem obsessão em serem algo que não são. Querem parecer ricas, querem parecer inteligentes, querem parecer estilosas, querem parecer autoconfiantes, querem parecer felizes. E nessa luta diária de parecer algo que não são, sofrem silenciosamente.

    Compram coisas que não precisam, discursam sobre coisas que não retratam a sua realidade para parecer algo que não são. Na ânsia de tentar convencer os outros, tentam convencer a si mesmo sobre tal ilusão.

    Querem impressionar quem? Os colegas de trabalho? Os parentes? As pessoas que mal conversam no Instagram e Facebook?

    Temos um batalhão de pessoas que se parecem ricas, mas que na verdade possuem dívidas. Que se parecem inteligentes, mas na verdade só repetem o que outras pessoas falaram. Que parecem ser estilosas por natureza, mas que na verdade são inseguras. Tentam passar uma imagem do que não é. Para que? Para quem?

    Daí as únicas perguntas que vem na minha cabeça é:

    Vale a pena tanto esforço?

    Está valendo a pena vender uma imagem do que não é?

    Numa sociedade que lucra com a nossa insegurança, gostar de si mesmo é um ato de rebeldia. – Paul Stanley

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Viver com menos papel

    menos papel.jpg

    Há alguns anos eu tenho tentado manter uma rotina de viver com menos papel.

    Essa iniciativa facilitou muito a minha vida, pois desde então, consigo acessar todas as informações de qualquer lugar e em qualquer dispositivo (além de otimizar bastante espaço em casa).

    A seguir, compartilho com vocês o que eu tenho feito:

    1.) Livros: praticamente todos os meus livros físicos foram doados. Verifiquei se os livros já possuíam versão online e mantive somente aqueles (em papel) que com certeza leria novamente. Ou seja, permaneceram somente poucos e bons livros em papel.

    Substituto: Kindle

    kindle.png

    2.) Bloco de anotação, caderno, caneta, listas: eu anoto tudo no celular. Desde lista de supermercado, lista de compras, lista dos médicos da família, dos remédios que tenho em casa, lista das nossas conquistas, das tarefas da semana, etc.

    Substituto: Celular

    Celular.png

    3.) Comprovantes de pagamento, notas fiscais, manuais, caderno de receitas, documentos: eu comecei a utilizar o Evernote desde o ano passado e de verdade? Foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Eu armazeno TUDO no Evernote: cópias do meu RG, CPF, passaporte, carteira de trabalho, comprovantes de pagamento, notas fiscais, manuais, receitas culinárias, carteira de vacinação da família, etc. Com certa frequência, preciso recuperar algum documento e para isso eu só preciso acessar a internet (pode ser pelo celular, notebook, tablet etc) e baixar o documento. Mantenho somente o último boleto das contas de luz, gás em papel, mas é mais para comprovar minha residência, em caso de necessidade.

    Substituto: Evernote

    Evernote.png

    4.) Fotos: Antes eu armazenava as fotos no meu notebook e fazia backup em um HD externo. Hoje guardo todas as fotos na nuvem, utilizando o serviço gratuito do Google Foto.

    Substituto: Google Fotos

    Google Foto.png

    5.) Quando estou em algum lugar externo e preciso anotar algo, eu geralmente tiro foto. Um cartão de visita? Foto nele. Um slide interessante de uma apresentação? Foto nele. Número de telefone de uma loja? Foto nele. Um mapa de como chegar até determinado lugar? Foto nele também

    Substituto: a câmera do celular

    Com essas práticas, os papéis que ficavam armazenados em pastas e mais pastas, se tornaram virtuais.

    ~ Yuka ~

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    De quantos sapatos eu preciso – post 3

    Depois de 2 posts (post 1 e post 2) e passados alguns anos, a quantidade de meus sapatos diminuiu consideravelmente. Nestes 5 anos, de 17 calçados, a minha relação com o consumo amadureceu e hoje eu tenho exatos 6 calçados:

    Captura de Tela 2018-01-17 às 09.09.56.png
    1 sapatilha preta

    sapatilha nude.png
    1 sapatilha nude

    sandalia.png
    1 sandália caramelo

    Captura de Tela 2018-01-23 às 11.34.50.png
    1 ankle boots

    chinelo.png
    1 chinelo

    Captura de Tela 2018-02-19 às 12.09.13
    1 tênis

    São os que eu preciso. Uso todos com muita frequência e todos são confortáveis.

    – Yuka –

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    Quanto menos coisas, melhor

    Existe uma ilustração do artista de rua NemO’s que representa muito bem a sensação de quando eu tinha muitos objetos, alguns bens e muita responsabilidade.

    Consumismo.jpg
    Imagem daqui

    Nessa ilustração acima, cada objeto fica amarrado no homem por um fio. Conforme ele vai adquirindo mais objetos, mais responsabilidades ele tem, e consequentemente, mais pesado ele se torna, chegando a uma situação de quase afogamento. Se prestarmos atenção ao nosso redor, podemos perceber várias pessoas que estão nesta mesma situação.

    Ao adquirir um imóvel, geralmente financiado por um banco por décadas, vem também a vontade de decorar o apartamento… começa com uma televisão nova e um sofá confortável para acompanhar, a instalação de uma cozinha equipada com armários planejados, sem esquecer o guarda-roupa planejado do quarto, um banheiro com uma bancada de mármore… Depois vem as responsabilidades de um proprietário de um imóvel… Descobre-se uma infiltração na parede do banheiro, uma torneira com goteiras, fora os boletos do IPTU, condomínio, gás, luz, e com todos esses gastos, aquelas parcelas mensais do financiamento, que antes parecia estar sob controle, começa a pesar. Com todas as infinitas parcelas do financiamento, passamos a ter uma única certeza: de que não podemos perder o emprego. O medo de perder o emprego e a certeza das parcelas do financiamento que chega todos os meses nos paralisa, impede inclusive de enxergar as boas oportunidades.

    Ao comprar diversos equipamentos como uma panificadora, omeleteira, sorveteira, máquina para fazer macarrão, uma torradeira, pipoqueira, sanduicheira etc, precisamos de espaço maior na cozinha para armazenamento. Cozinha maior implica morar em uma casa maior. Casa maior implica em comprar móveis maiores para preencher espaços vazios. Preencher espaços vazios significa precisar trabalhar por mais tempo para conseguir dinheiro e gastar mais tempo com limpeza. Gasta-se mais tempo com limpeza, gasta-se dinheiro com mais produtos de limpeza. Não podemos esquecer do condomínio e IPTU, já que eles são cobrados por metro quadrado.

    Ao comprar ou ganhar joias, queremos mostrar aos outros para ostentar, mas ao mesmo tempo surge o medo de sofrer um assalto.

    Se moramos em uma casa linda, queremos estar arrumados, aquelas roupas do guarda-roupa já não servem mais. Compra-se mais roupas, mais sapatos, mais acessórios, precisamos comprar um guarda-roupa maior.

    Para sair desse tipo de looping infinito, comecei me desvencilhando de objetos… foram inúmeras blusas pretas que tirei do guarda-roupa, calças jeans que já não serviam há anos, blusas desbotadas e acessórios que não me representavam mais.

    Depois veio a vontade de tirar pessoas que me puxavam para baixo. Pessoas que se diziam amigas, pessoas que precisávamos engolir por ser da família.

    Passei a descobrir o real significado da qualidade. Muitas vezes, ter menos coisas é melhor. Ter menos coisas dá mais satisfação e menos trabalho para manter.

    Inclusive, deixei de usar diversos itens da casa que me fez ganhar inclusive tempo, por não precisar me preocupar com coisas (por exemplo: tapetes, saia para cama box etc).

    E a cada objeto, coisas, pessoas que eu me desfaço, uma ‘linha’ é cortada e eu vou ficando cada vez mais leve.

    Hoje, tenho poucas linhas que estão amarradas em mim.

    Isso tornou a minha vida mais leve. Quanto menos, melhor.

    ~ Yuka ~

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    O hábito de ler livros (sem gastar dinheiro)

    hábito de ler.jpg

    Eu sou daquelas pessoas que AMA ler livros.

    Eu leio enquanto estou no metrô, no consultório médico, esperando uma amiga na cafeteria, na hora do meu almoço, um pouco antes de dormir…

    Depois que as editoras passaram a comercializar livros em formato eletrônico, minha alegria só aumentou. Meus livros preferidos ‘entraram’ dentro do celular, do tablet, do computador. Passei a carregar 20, 50 livros no celular, sem precisar carregar peso extra.

    Até que no ano passado, aderi ao meu amado Kindle.

    Não sei se é do conhecimento de todos, mas o Le Livros, fornece gratuitamente milhares de livros sobre diversos assuntos, de ficção científica à economia. Muitos dos livros que eu li são do Le Livros.

    Outro hábito que eu e meu marido mantemos com muito gosto, desde que as nossas filhas nasceram, é a leitura diária de livros.

    Só que (para o meu desespero) até a minha filha mais velha completar 1 ano e meio, ela mordia a quina dos livros, rasgava e rabiscava as folhas.

    Ao completar 2 anos de idade, ela parou com tudo isso e ainda sabia diferenciar o que era nosso e o que era de outra pessoa.

    Foi quando passamos a pegar livros nas bibliotecas municipais e estaduais do bairro.

    Geralmente, nós vamos à Biblioteca de São Paulo e na Biblioteca Infantil Multilíngue Belas Artes. Podem não ser as mais próximas, mas são bibliotecas maravilhosas e acessíveis, por ser perto do metrô.

    Tentamos não misturar os livros da casa com os da biblioteca. Por isso deixamos em lugares diferentes, para que a nossa filha entenda que aqueles livros separados, são emprestados.

    Ela definitivamente ama os livros “novos”.

    E mais uma vez me lembro do quanto podemos nos divertir sem precisar abrir a carteira, nem acumular objetos em casa.

    Basta ter paciência para procurar lugares bacanas, e disposição para levar os filhos nesses lugares.

    ~ Yuka ~

    Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

    Minimalismo nas finanças

    casamento finanças

    Devo estar nostálgica… É o terceiro post seguido que comento sobre meu ex-marido.

    Mas é por uma boa causa, vou explicar como a gente se organizava financeiramente.

    Quando casei pela primeira vez, por uma sugestão minha, eu e meu ex-marido dividíamos as contas de uma forma muito democrática. Ele ganhava 60% dos nossos rendimentos somados, e eu 40%. Ele pagava 60% das contas e eu pagava 40%.

    Só que com o tempo, parecia que morávamos em uma república, já que tudo era muito meticulosamente dividido. Conheço muitos casais que dão certo fazendo isso, mas para mim, não deu muito certo.

    Já com o meu atual marido, decidi fazer diferente.

    Meu marido é muito econômico, daqueles que anda 20 km de bicicleta, para na frente da sorveteria pingando de suor, passa vontade, mas não compra o sorvete. Quando fico sabendo dessas histórias, eu sempre pergunto o motivo dele não ter comprado. “Compra! Não passe vontade!” E a resposta dele é que como ele passou necessidade financeira durante muitos anos, acabou se acostumando a não comprar, diz que nem percebe quando tem esses comportamentos de racionamento.

    Por ele ser assim (mãozinha fechada), as nossas finanças são organizadas de uma forma muito fácil.

    1.) Soma-se nossos salários.

    2.) Paga-se todas as contas.

    3.) Cada um pega uma parte (chamamos carinhosamente de mesada).

    4.) Poupamos o restante.

    Eu sou CLT, meu marido não tem carteira assinada. Eu recebo vale alimentação, vale refeição, 13º salário, adiantamento de férias. Ele não. Mas aqui em casa a regra é: quando entra dinheiro na conta de um, o dinheiro vira nosso.

    Não temos competição, nem orgulho de quem ganha mais que quem. Hoje meu salário pode ser maior que o dele, amanhã, o salário dele pode ser maior que o meu. Tanto faz.

    Como tudo é “nosso”, nos empenhamos em economizar juntos, porque a economia de um, vira a economia dos dois. Quando um quer gastar em algo mais caro, sentamos ao redor da mesa e conversamos sobre prioridades.

    Não recomendo esse tipo de divisão para todos os casais, pois há casais em que um gasta mais, ou que tem um hobby mais caro.

    Para mim e para o meu marido, tem funcionado muito bem.

    Sentimos mais cumplicidade, pois um acaba policiando o outro nos gastos, nos esforçamos para alcançar as metas de uma forma mais rápida, além de termos mais clareza e transparência nos gastos.

    E se um ficar desempregado? Tudo bem, acontece. E se um ganhar mais que o outro? Que legal, parabéns, alcançaremos a nossa meta mais rápido. E assim vamos levando a vida de uma forma leve.

    Aqui em casa até as finanças se tornou minimalista.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    É preciso saber a hora de partir

    Estava eu lembrando do meu casamento anterior e o por quê de ter acabado.

    Acredito que havia várias pequenas coisas que não estávamos alinhados, mas um dos principais motivos foi o estresse que meu emprego me causava.

    Eu era workaholic e trabalhava das 7h as 22h e para piorar, não tinha um controle emocional forte, motivo pelo qual me abalava profundamente quando percebia injustiças no trabalho.

    Tudo isso foi gerando estresse e para piorar, carregava esse estresse para casa. Lembro que meu ex-marido me aconselhou por diversas vezes para eu largar meu emprego, mas meu orgulho (besta, diga-se de passagem) não deixava sair do emprego para ficar desempregada, mesmo que isso custasse a minha saúde psicológica.

    Estudei muito para passar em um concurso e de fato eu passei, mas quem já prestou concurso sabe que as coisas demoram para acontecer.

    Foram apenas alguns meses, talvez 1 ano. Me chamaram rápido, mas demorado o suficiente para desgastar o meu casamento.

    E acabamos nos divorciando.

    Talvez se eu não fosse orgulhosa e tivesse largado meu emprego eu poderia estar casada com ele? (meu atual marido me agradece intensamente por eu ter sido orgulhosa rs).

    Posso dar outro exemplo. Meu salário ainda é alto se comparado a média salarial da minha categoria. Mas por não receber reajustes anuais por anos, em algum momento da minha vida sei que o meu salário não será bom.

    Vou ficar esperando esse dia chegar? Definitivamente não. Desta vez eu vou saber a hora de partir.

    Todos os dias dou um passo a mais para o destino onde quero chegar. Leio textos, converso com pessoas, estudo, vejo vídeos, faço cursos, tudo para me preparar para quando o momento de partir chegar.

    Quando falo em “partir”, pode servir para qualquer situação em que estamos…

    Um casamento que já não está bom.

    Um emprego que nos traz sofrimento.

    Um amigo que nos faz sentir mal.

    Um bairro que se tornou perigoso.

    Lembranças que já não fazem mais sentido.

    Aproveite este fim de ano para listar tudo o que pode partir da sua vida.

    Um Feliz Natal para todos.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Quantos anos têm os objetos da sua casa?

    máquina de escrever

    Nessa era de descarte e desperdício, surgiu a seguinte pergunta: qual é o item mais antigo que possuo?

    Posso dizer que os objetos que tenho em casa são relativamente novos. Algumas coisas eu já tinha, outras, comprei quando casei em 2013.

    O notebook que uso já tem 7 anos, está difícil, lento, trava várias vezes, por isso em breve vou comprar um novo.

    O restante das coisas são novas, a máquina de lavar roupa que tem 2 anos e meio, a mesa de jantar que tem 4 anos, o sofá que tem 6 anos e por aí vai.

    Mas quem ganha o troféu por cuidar bem das coisas que possui, é o meu marido.

    Ele tem um moleton que usa em casa há 22 anos. Esse moleton é mais velho do que muita gente que está lendo esse blog.

    Ele também tem a mesma lapiseira há 18 anos. E usa todos os dias. Outro dia perguntei pra ele se nessa época já existia lapiseira. Achava que só existia lápis rsrs.

    Alguns itens beiram o absurdo, como uma pasta de elástico que possui há 16 anos. O elástico da pasta está tão larguinho, coitado, mas ele continua usando e levando todos os dias na mochila.

    Tem também uma batedeira laranja herdada da mãe, ou seja, tem 34 anos, quase a minha idade. Lembro que chegamos a conversar qual batedeira iríamos comprar quando essa quebrasse. Já desisti, porque descobri que ela é inquebrável.

    Conversando sobre essas coisas com a minha mãe, descubro que ela também tem objetos muito mais antigos que a do meu marido…. ela tem uma bacia há 55 anos, um livro de receitas há 59 anos, uma boneca que guarda há 60 anos, uma régua de madeira que usou no primário há 60 anos…

    Os dois são um exemplo pra mim de como dar valor e cuidar das pequenas coisas, mesmo que pareçam banais. De que não precisamos sair comprando e substituindo todas as coisas que temos, só para estar na moda.

    – Yuka –

    Minimalismo

    A vida sem carro (e com 2 filhas)

    sem carro

    Para uma família de classe média que mora em São Paulo e que tem 2 filhas, não ter um carro pode ser um ponto fora da curva.

    Antes mesmo de eu ser mãe, muitas pessoas estranhavam o fato de não ter um carro.

    Quando fiquei grávida da minha primeira filha, me perguntavam: “agora vocês vão comprar um carro, nééé?” E lembro de ter respondido que eu compraria sim, se sentisse necessidade. E a vida prosseguiu sem sentirmos essa necessidade de ter um carro.

    Logo depois, engravidei de novo. E de novo, ouvia o mesmo tipo de comentário: “um filho até que vai, mas com dois, vocês PRECISAM ter um carro!”

    Então decidi mostrar um pouco neste post, como é a nossa rotina e logística sem carro:

    1.) more perto de metrô

    A escolha de morar em um apartamento perto de metrô (a menos de 100 metros) foi fundamental para que eu continuasse sem carro. O aluguel é mais caro? Sim, mas sai mais barato do que manter um carro.

    2.) programe as atividades pela proximidade do metrô 

    Todas as atividades principais da família são programadas pela proximidade do metrô. A creche fica a 3 estações, a casa da minha mãe fica a 2 estações, o meu trabalho é praticamente grudado no metrô, o pediatra fica a algumas estações etc.

    3.) tenha supermercados por perto

    Como isso é importante! Perto de casa há 3 supermercados (um grande e dois mini-mercados) e isso faz muita diferença na praticidade do dia-a-dia.

    4.) tenha farmácia por perto

    É muito importante ter farmácias por perto principalmente quando se tem criança pequena. Há uma farmácia de bairro a 1 quadra de casa e uma farmácia 24 horas a 3 quadras de distância.

    5.) faça compras grandes pela internet 

    Eu faço todas as compras grandes (e pesadas) pela internet: pacotes de fraldas, móveis, eletroportáteis, etc. Se uma determinada loja não tiver vendas online, eu vou até a loja de metrô/ônibus e volto de táxi.

    6.) agende médicos pela proximidade de sua casa

    Médicos, pediatras e exames laboratoriais: escolho pela localização do consultório/laboratório. Em dias de chuvas fortes, até pego um táxi, mas acaba não custando mais que 10 reais.

    7.) organize passeios com antecedência 

    Quando vamos passear, costumamos ir de metrô até o mais próximo possível do lugar e o restante do percurso pegamos táxi. Carregamos na mochila as fraldas, roupa extra, etc. Assim ficamos com as duas mãos livres para sair correndo atrás das crianças. Temos sempre um plano A e um plano B, se fizer sol, vamos para tal lugar, se chover, vamos para outro lugar. Assim, não nos frustramos com as condições climáticas.

    8.) more perto do trabalho 

    Meu marido vai de bike; e eu, de metrô. Nos 30 minutos que estou dentro do vagão, aproveito para ler livros e estudar.

    9.) planeje viagens com antecedência 

    Minha sogra mora bem longe de São Paulo e podemos ir de ônibus (10 horas de viagem) ou de avião (1 hora de viagem). Como sempre pesquiso voos promocionais com antecedência, acabo pagando quase o mesmo valor da passagem de ônibus.

    É isso.

    Acho que já devo ter comentado em algum post que eu já tive carro há mais de 10 anos e que ‘comia’ uma boa parte do orçamento. Quando fiquei sem carro, foi muito-muito-muito difícil pra mim. Foi árduo esperar no ponto de ônibus embaixo de sol e de chuva, sentia muito cansaço no sobe e desce do ônibus, ter que andar quarteirões, me equilibrar no ônibus e no metrô com uma bolsa grande, mas tudo é uma questão de costume. E hoje eu já me acostumei. Tenho a plena consciência de que não ter carro é o que me permite continuar investindo todos os meses, além de possibilitar horas de leitura dos meus livros preferidos.

    – Yuka –

    Minimalismo

    Desperte para as pequenas felicidades

    bebe rindo

    Cheiro de café, pão caseiro e cochilo no sofá.

    Kindle e sofá, chuva e cobertor, chá e cookie no forno.

    Risada de criança, algodão doce e surpresa do kinder ovo.

    Jantar romântico, música clássica, sexta-feira à noite.

    Brigadeiro de festa de aniversário, raspar a lata do leite condensado, sentir cheiro de bolo no forno.

    Banho quente. Sabonete novo. Toalha fofa.

    Sol e picnic. Assoprar dente-de-leão, vento no rosto, pés na grama.

    Chegar em casa, pés descalços, cama quentinha, lençol recém-trocado.

    Dormir de cobertor, sentindo cheiro do cabelo de bebê.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Dicas para ter um guarda-roupa minimalista

    armario capsula
    Fonte: Pinterest

    Desde 2013, meu guarda-roupa tem se tornado cada vez mais enxuto (apesar dos meus amigos e colegas acharem que tenho um guarda-roupa abarrotado de roupas).

    Por isso irei compartilhar aqui as dicas que eu uso para manter meu guarda-roupa em ordem e o mais importante, somente com o essencial:

    1.) CORES DIFERENTES

    roupas coloridas
    Fonte: Shutterstock

    Para quem quer um guarda-roupa enxuto, uma dica muito importante é não ter roupas com cores repetidas. As pessoas geralmente não percebem muito a modelagem da blusa (se é uma blusa preta com manga longa, uma blusa preta com manga 3/4, uma blusa preta de manga curta, uma regata preta etc), mas reparam muito nas cores.

    2.) ROUPAS DE QUALIDADE e CONFORTO x MODA FAST FASHION

    roupas

    Gosto de separar a qualidade das roupas que uso nestas duas categorias. Gasto em roupas de qualidade como peças bem estruturadas como blazer, uma jaqueta de couro, um casaco de inverno de boa qualidade, calças de corte alfaiataria etc. Escolho peças que são bem cuidadas por dentro, bem costuradas, alinhadas e costuras bem miudinhas e reforçadas. São peças de maior qualidade e muitas vezes mais caras, mas que duram por muito mais tempo.

    Já as blusinhas, regatas e camisetas eu compro em lojas de fast fashion, que são bem mais baratas. Geralmente não compro blusas estampadas, prefiro as lisas.

    3.) PEÇAS CURINGAS

    Algumas peças são essenciais para fazer novas variações com peças mais básicas: vestido, saia colorida, saia preta, camisa branca, regata preta, jaqueta preta, blazer de corte clássico, calça jeans, calça branca, um sapato scarpin, etc.

    4.) CRIATIVIDADE

    Aqui a criatividade rola solta. Eu uso vestido como saia, camisa aberta com blusa por dentro, camisa com regata por cima, e assim vou multiplicando o meu guarda-roupa (por isso as pessoas acham que eu tenho muita roupa). Aqui tem 2 posts que exemplifico isso: camisa branca e saia amarela.

    5.) ACESSÓRIOS

    DIY porta joias 10

    Eu não uso joias, por isso compro bijuterias baratas.

    6.) SAPATOS

    Tenho poucos sapatos como já mencionei neste post. Uso a mesma regra das cores em relação aos sapatos e evito ter sapatos com cores parecidas.

    7.) BOLSAS

    Tenho 2 bolsas e 1 mochila: uma bolsa para trabalho, uma bolsa lateral para passeio e 1 mochila. É o suficiente para mim.

    8.) MAQUIAGEM

    fullsizerender

    Aqui neste post conto as maquiagens que possuo, e que ainda estou no processo de redução. Mas já não tenho mais 10 a 20 batons, três têm sido suficientes. Não tenho mais 3 blushes, uma é suficiente. E assim vou descobrindo o que é essencial para mim.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Desfrute sem possuir

    desfrute

    Dando continuidade ao post anterior que tinha como título a frase budista:

    “não é mais rico quem tem mais, mas quem precisa de menos”

    Atualmente, temos diversas possibilidades de desfrutar bens e serviços sem a necessidade de comprar com a finalidade de ter. Nesta última década, surgiram tantos serviços e produtos novos, que hoje podemos ter benefícios de utiliza-los, mesmo não tendo a posse.

    O ato de desfrutar sem possuir também pode ser chamado de economia compartilhada, segundo o site Consumo Colaborativo:

    quando o consumidor paga pelo benefício do produto e não pelo produto em si. Tem como base o princípio de que aquilo que precisamos não é um CD e sim a música que toca nele, o que precisamos é um buraco na parede e não uma furadeira, e se aplica a praticamente qualquer bem.”

    São os tempos modernos: a possibilidade de viver sem ter, e mesmo assim, manter o mesmo estilo de vida.

    Alguns exemplos:

    MORADIA

    Precisamos de um lugar para morar, e não de uma casa. Podemos morar de aluguel em uma casa de 1 dormitório e nos mudar para uma casa maior quando a família aumentar/mudar de emprego. E quando as crianças crescerem e saírem de casa, podemos novamente morar em uma casa menor. Não há preocupação se o bairro desvalorizar, se o emprego mudar de endereço, se o vizinho for barulhento.

    TRANSPORTE

    O principal objetivo do transporte é levar uma pessoa de um lugar até o outro. Para isso, não precisamos ter um carro. Podemos ir de metrô, ônibus, táxi, Uber, bicicleta, carro alugado, etc. Não ter carro significa não ter que se preocupar com furto, IPVA, seguro, gasolina, estacionamento, lavagem do carro, troca do óleo, manutenção, etc.

    LIVROS

    Queremos ler o conteúdo do livro, e não ter o livro. Podemos solicitar empréstimo de livros em Bibliotecas, ou ter a versão online do livro (e-books), eliminando preocupações em relação a espaço para armazenamento e acúmulo de poeira.

    MÚSICA

    O que queremos é ouvir a música. Aproveite serviços de streaming como o Spotify.

    ROUPA DE FESTA

    Se há um casamento/festa para ir, há opções para alugar terno ou vestido. Com isso acaba-se a preocupação da roupa repetida e se a roupa ainda serve no corpo.

    DVDs

    Assista filmes utilizando serviços de streaming como a Netflix.

    HD Externo

    Se você utiliza um HD externo para fazer backup de fotos, seus problemas acabaram. Utilize o Google Fotos. É gratuito. É ilimitado.

    Papéis, comprovantes, notas fiscais e manuais

    Ao invés de guardar notas fiscais, boletos, documentos em papel, receitas culinárias em cadernos, armazene tudo no Evernote. Acesse de qualquer lugar: no notebook, no tablet ou celular.

    Furadeira, escada e itens de uso esporádico

    Como diz o site Consumo Colaborativo, precisamos de um furo e não de uma furadeira. Podemos pegar emprestado do vizinho ou até mesmo utilizar aplicativos como o Tem Açúcar que incentiva o empréstimo de objetos entre os vizinhos.

    Hospedagem

    Por que alugar um quarto pequeno de hotel se podemos alugar uma casa inteira pelo mesmo preço no HouseTrip ou Airbnb?

    Esses são apenas alguns dos exemplos que eu lembrei e utilizo. Ainda deve haver diversas iniciativas desconhecidas por mim.

    Essas pequenas/grandes atitudes nos permite mudar de bairro, mudar o tamanho da casa conforme a necessidade, até mudar de cidade ou país. Permite economizar espaço, dinheiro e recursos naturais. E finalmente, nos permite ter liberdade por não precisar ter preocupações.

    Se vocês souberem de outras formas de desfrutar sem possuir, compartilhe nos comentários!

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Não é mais rico quem tem mais, mas quem precisa menos

    riqueza

    Essa é uma frase budista.

    A gente sempre acha que a felicidade está logo ali, mas nunca aqui.

    A gente almeja mais e mais, sempre buscando por algo maior, mais caro, não percebendo que é uma busca incessante, sem fim. Uma armadilha do consumo e da expectativa.

    O minimalismo tem estado na moda nestes últimos anos. Mas seguir um estilo de vida minimalista não é tão fácil como parece, pois para isso é necessário muito autoconhecimento, se afastar dos conceitos preconcebidos, reconhecer-se e curar das inseguranças que possuímos.

    Se estamos bem, não sentimos necessidade de atender as demandas impostas pela sociedade e conseguimos desapegar de pessoas e de objetos.

    Geralmente, consumir excessivamente é a forma que encontramos para preencher a sensação de vazio que reina dentro de nós. E assim descobrimos muitas vezes que o descontrole financeiro não é a causa, e sim a consequência.

    Compramos para nos sentir incluídas em um grupo. Compramos para nos sentir amadas. Compramos para preencher o tempo ocioso.

    Ao consumir de forma desnecessária, além do dinheiro gasto, perdemos tempo de vida para cuidar e manter o objeto em casa.

    Veja o exemplo de ricos e famosos ostentando jatinhos, iates, mansões… como deve dar trabalho mantê-los.

    Veja colegas se apertando financeiramente para ter um padrão de vida que não conseguem manter.

    E finalmente chego a conclusão de que aquele que precisa de pouco para viver, está livre da escravidão do consumo.

    – Yuka –

    Salvar

    Minimalismo

    O caminho de volta

    caminho

    Semana passada, a leitora Cláudia me mandou um texto maravilhoso da Téta Barbosa Noblat, publicado em 2011 no Jornal O Globo, e eu não podia deixar de compartilhar aqui esse texto que se resume muito a essência do que discutimos neste blog.

    Boa leitura:

    O caminho de volta – por Téta Barbosa Noblat

    Já estou voltando. Só tenho 37 anos e já estou fazendo o caminho de volta.

    Até o ano passado eu ainda estava indo. Indo morar no apartamento mais alto do prédio mais alto do bairro mais nobre. Indo comprar o carro do ano, a bolsa de marca, a roupa da moda. Claro que para isso, durante o caminho de ida, eu fazia hora extra, fazia serão, fazia dos fins de semana eternas segundas-feiras.

    Até que um dia, meu filho quase chamou a babá de mãe!

    Mas, com quase 40 eu estava chegando lá.

    Onde mesmo?

    No que ninguém conseguiu responder, eu imaginei que quando chegasse lá ia ter uma placa com a palavra “fim”. Antes dela, avistei a placa de “retorno” e nela mesmo dei meia volta.

    Comprei uma casa no campo (maneira chique de falar, mas ela é no meio do mato mesmo.) É longe que só a gota serena. Longe do prédio mais alto, do bairro mais chique, do carro mais novo, da hora extra, da babá quase mãe.

    Agora tenho menos dinheiro e mais filho. Menos marca e mais tempo.

    E num é que meus pais (que quando eu morava no bairro nobre me visitaram 4 vezes em quatro anos) agora vêm pra cá todo fim de semana? E meu filho anda de bicicleta e eu rego as plantas e meu marido descobriu que gosta de cozinhar (principalmente quando os ingredientes vêm da horta que ele mesmo plantou).

    Por aqui, quando chove a internet não chega. Fico torcendo que chova, porque é quando meu filho, espontaneamente (por falta do que fazer mesmo) abre um livro e, pasmem, lê. E no que alguém diz “a internet voltou!” já é tarde demais porque o livro já está melhor que o Facebook , o Twitter e o Orkut juntos.

    Aqui se chama “aldeia” e tal qual uma aldeia indígena, vira e mexe eu faço a dança da chuva, o chá com a planta, a rede de cama.

    No São João, assamos milho na fogueira. Nos domingos converso com os vizinhos. Nas segundas vou trabalhar contando as horas para voltar.

    Aí eu lembro da placa “retorno” e acho que nela deveria ter um subtítulo que diz assim: “Retorno – última chance de você salvar sua vida!”

    Você provavelmente ainda está indo. Não é culpa sua. É culpa do comercial que disse: “compre um e leve dois”.

    Nós, da banda de cá, esperamos sua visita. Porque sim, mais dia menos dia, você também vai querer fazer o caminho de volta.

    (Escrito por Téta Barbosa Noblat)

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Viver com simplicidade

    simplicidade

    Abro os olhos e a casa em silêncio. Meu marido e minhas filhas ainda dormem.

    Levanto da cama e desligo a iogurteira. Transfiro para um pote para coar o soro, dentro de algumas horas, terei meu iogurte grego para comer no café da manhã com a granola caseira que fiz semana passada.

    Como acordei cedo, aproveito para fazer um pão. Em 45 minutos, a casa inteira estará cheirando a pão quentinho.

    Enquanto asso o pão, amamento a minha filha, deitada na cama mesmo, sentindo seu cheirinho gostoso de bebê, enquanto ela mama estalando a boca.

    Depois que todos acordam e tomam o café da manhã, como o tempo está bonito, decidimos fazer um piquenique em um parque perto de casa.

    Preparo um sanduíche rapidinho, separo algumas frutas, suco, água, tudo bem improvisado e coloco na bolsa térmica, sem esquecer de levar alguns pães para dar aos pássaros e peixes do parque.

    Após passar uma tarde gostosa no parque, voltamos para a casa, tomamos banho, faço uma janta simples e quando olho no relógio, já passou da hora das crianças dormirem. Um corre-corre para colocar pijama, escovar os dentes, ler uma historinha e se preparar para dormir.

    E aí começa a jornada das tarefas de casa: limpar a bagunça, recolher os brinquedos, lavar a roupa, enfim, tudo o que é necessário para manter a casa em ordem. Enquanto meu marido faz essa parte, eu vou para a cozinha preparar a comida que iremos levar amanhã no trabalho.

    Já tarde da noite, sentamos ao redor da mesa de jantar para tomarmos um café (para ele) e um chá (para mim) – nenhum dos dois perde o sono com a cafeína – para conversarmos um pouco… ou muito… Geralmente gastamos nosso tempo conversando, conversando, conversando, nossa como a gente conversa.

    E geralmente é assim que termina o nosso fim-de-semana.

    Uma preciosidade sem tamanho viver assim, uma decisão acertada de viver uma vida com simplicidade.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    A liberdade de uma vida minimalista

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    Esse blog teve início com o subtítulo “para ter mais tempo para o essencial” e realmente foi isso que aconteceu ao longo destes últimos 4 anos. O minimalismo trouxe uma busca maior pelo que era essencial na minha vida.

    A etapa inicial do minimalismo foi muito importante para alcançar o caminho que estou trilhando hoje. Foi descobrindo o que era essencial que eu finalmente pude focar no que realmente era importante na minha vida e eliminar o que não era.

    Isso inclui coisas, pessoas e mentalidade.

    Eu descobri que um dos maiores benefícios que o minimalismo trouxe para a minha vida foi a liberdade:

    • a liberdade de não precisar ser igual a todo mundo, como seguir o estilo de vida minimalista.
    • liberdade de não seguir o consumismo imposto pela sociedade, como não ter carro, não ter apartamento próprio, não ter joias, não aderir ao fast fashion etc.
    • A liberdade de ter mais tempo para o que é realmente importante como consequência de ter parado de assistir televisão, acessar Facebook, frequentar shoppings, etc.
    • E chegará o dia em que terei liberdade para sair do meu emprego, quando tiver alcançado a liberdade financeira (quando os rendimentos obtidos por meio de investimentos forem capaz de pagar o meu estilo de vida).

    Em diversos posts eu escrevi que ao destralhar objetos, ganhamos tempo – o bem mais precioso que temos, pois ao comprarmos somente o essencial, não perdemos tempo procurando algo para comprar, economizamos dinheiro não comprando algo desnecessário, economizamos recursos naturais como o uso desnecessário da água, economizamos espaço em casa e consequentemente podemos morar em uma casa menor (o que resulta novamente em economia de dinheiro), economizamos tempo por não precisar tirar poeira, organizar, fazer manutenção etc. Evitamos desta forma o círculo vicioso do consumismo e entramos em um círculo virtuoso.

    Círculo vicioso

    Sobrando mais tempo de vida, passamos a prestar atenção nas coisas ao nosso redor. Temos mais tempo para cozinhar, para ler, para conversar com pessoas queridas, temos mais tempo para pensar e refletir novas perspectivas de vida.

    Círculo virtuoso

    E para acompanhar essa transformação, o subtítulo do blog foi alterado para acompanhar esta nova etapa: “Viver sem pressa: alcançando a liberdade com o minimalismo”.

    A vida é uma jornada. Ela não nos leva a um destino exatamente, e sim à uma transformação. ~ Filme Para salvar uma vida ~

    ~ Yuka ~

    Auto-Conhecimento · Minimalismo

    Minimalismo: um exercício para o autoconhecimento

    autoconhecimento

    Desde que passei a aderir o estilo de vida minimalista, sabia que algo estava fora da curva, alguma coisa martelava na minha cabeça, mas não sabia exatamente o que era.

    Aos poucos, percebi que o que me incomodava era o consumismo em excesso que estava à minha volta.

    Comecei a desapegar de várias coisas, desde roupas, sapatos, bolsas, objetos de casa, eletrônicos, produtos de beleza, maquiagem… e junto com o desapego, a alma foi ficando cada vez mais leve.

    Em contrapartida, passei a perceber como as pessoas ao meu redor davam mais valor para a roupa que eu estava vestindo do que o que eu tinha a dizer. Pessoas entravam na minha casa desapontadas por eu não morar em um apartamento adequado para a minha idade ou meu cargo público, ou quando descobriam que eu não tinha carro, nem apartamento próprio, por preferir utilizar o transporte público e morar de aluguel por sentir-me mais livre.

    Foi através dos olhares curiosos das pessoas que eu constatei o que já sabia: de como o mundo é movido pelo consumismo e ostentação. Trabalhamos para produzir, trabalhamos para consumir, consumimos para mostrar aos outros, e tudo gira em torno do excesso.

    A moda agora é ostentar a felicidade no Facebook e Instagram, estar sempre com a roupa do momento, roupas descartáveis que duram apenas 1 estação; alimentos industrializados, fáceis de serem comprados e absorvidos pelo nosso organismo, fazendo com que depois de 2 horas já estejamos com fome novamente. Eletrodomésticos e eletroportáteis que propositalmente duram 3, 5 anos com a obsolescência programada.

    Olhe ao seu redor. Você é realmente autêntico? Ou está seguindo a manada?

    Será que o fato de querer um apartamento é um sonho seu? Ou um sonho que foi construído para ser seu?

    Ser funcionário público traz estabilidade? Ou nos aprisiona pelo medo de trocar de emprego?

    Veja as propagandas de carro. Brasileiro é louco por carros? Ou é louco por status?

    Desconstruir uma teoria é muito mais difícil do que imaginamos.

    O minimalismo tem me trazido esse senso crítico.

    Ao não comparar a minha vida, minha roupa, meu salário, meu estilo de vida com a dos outros, comecei a descobrir o que de fato me faz feliz. E essas teorias pré-concebidas foram sendo derrubadas uma por uma.

    E desde então, o minimalismo tem sido um grande aliado para o meu autoconhecimento.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Detox digital forçado (parte 3)

    celular

    Dizem que quando a gente quer muito uma coisa, todo o universo conspira para que a gente realize o desejo.

    Pois então.

    Eu queria muito fazer o detox digital… e meu celular fez o favor de quebrar.

    Eu achei que se um dia ficasse sem celular, iria sentir muita falta, achei que iria ficar louca, como um vício, sofresse abstinência.

    Mas me surpreendi quando meu celular pifou de uma hora pra outra, e eu não fiquei ansiosa, muito menos desesperada. Com toda a calma do mundo, fiquei 4 semanas sem celular, e estava tudo bem.

    Depois descobri que eu tinha perdido todos os dados do meu celular. Ou seja, perdi minhas preciosas listas, minha agenda, meus contatos, perdi tudo. Mas como um milagre, eu tinha feito backup somente das fotos da minha filha recém-nascida. E pensar que poderia ter perdido todo o registro do primeiro mês de vida dela…

    O fato de ter recuperado essas fotos minimizou todo o restante dos problemas. Não importava mais as listas, os aplicativos, minhas anotações… só estava muito agradecida pelas fotos.

    Recomeçar a “preencher” o celular, me deu um sentimento bom de que desta vez, deixaria o celular minimalista.

    É tentando ver o lado bom das coisas que vou seguindo. Se lamento pelo conteúdo perdido? Demais! Mas valeu como uma lição, de fazer backup periodicamente.

    – Yuka –

    Minimalismo

    Minha vida frugal, de volta ao passado…

    vida frugal

    Às vezes, tenho a sensação de que nasci na época errada. Às vezes, tenho a sensação de que estou voltando ao passado.

    Enquanto muitas famílias pedem comida fast-food na sexta-feira à noite, aqui em casa geralmente rola uma comida caseira, como um hambúrguer caseiro com batatas fritas rústicas.

    A minha casa tem sempre cheirinho de comida. Cheiro de pão caseiro saindo do forno, um bolo fofinho, uma assadeira cheia de suspiros…

    O forno funciona praticamente todos os dias: são cookies, brownies, bolos, batatas recheadas, tomate confit, castanhas e amendoins torrados, sempre tem alguma coisa no forno, e na porta do forno, um pano de prato úmido para aproveitar o calor.

    Faço o meu próprio iogurte grego, a granola, pão, molho de tomate, caldo de galinha, biscoito, bolo…

    Faço sabão em barra, produtos de limpeza, costuro e sei fazer pequenos consertos.

    Faço comida todos os dias e ainda levo marmita ao trabalho.

    Estou tentando produzir meus próprios queijos.

    Se tenho um tempo sobrando, faço massas de cookies para deixar congelado. Assim, quando recebo visitas, geralmente elas são mimadas com uma fornada de cookies quentinhos.

    É como se eu voltasse a viver os tempos dos avós.

    Para muitas pessoas, devo viver uma vida sem graça.

    Para mim, vivo tentando desacelerar e descobrir as pequenas alegrias do dia a dia.

    E querem saber? É uma delícia viver assim.

    – Yuka –

    Minimalismo

    A liberdade de ser simples

    roupa-simples1.jpg

    Talvez a primeira coisa em que uma pessoa perceba simplicidade na outra, seria o jeito de se vestir?

    Deixa eu contar pra vocês o que aconteceu comigo nesse fim de semana. Meu marido tem o olho muito sensível à luz, e estávamos procurando um óculos escuros. Procuramos em algumas lojas de rua e como não encontramos o modelo que ele queria, fomos ao shopping – o santuário do consumismo.

    Encontramos o óculos que ele queria, compramos e quando estávamos saindo da loja, o vendedor perguntou: “vocês são daqui de São Paulo?”. Respondemos que sim, e fomos embora. Bom, eu não sou de São Paulo, mas vivemos nesta cidade há 14 anos.

    Só que já na rua, começamos a conversar sobre a pergunta feita, de que não somos de São Paulo. E meu marido brincou dizendo “não, somos do sítio”. E começamos a dar muita risada, porque olhando para a nossa roupa, realmente estávamos fora do “padrão”.

    Como era horário de almoço, em dia de semana, a maioria das pessoas estavam vestidas de camisa social, calça social e sapato (no caso dos homens) e calça social e sapato alto (no caso das mulheres).

    Eu estava com uma blusa larga (para facilitar a amamentação), minha calça legging de grávida (porque as minhas calças ainda não servem em mim), sapatilha de pano (de quando meus pés estavam inchados), e estava segurando minha filha recém-nascida envolta numa manta.

    Meu marido estava com uma camisa xadrez de manga curta, bermuda e tênis all-star. E uma mochila para carregar as principais coisas da nossa filha, como fraldas, trocador, uma muda de roupa extra, etc.

    Ou seja, por não estarmos vestidos da forma que o vendedor julgava “ser da capital”, ele interpretou de que nós éramos do interior.

    Isso na verdade, acabou sendo um elogio para nós.

    Há alguns anos, tanto eu como meu marido comprávamos roupas muito caras para o nosso salário. Eu comprava muitas maquiagens importadas, sapatos e bolsas. E chegar no nível que chegamos atualmente, de nos vestirmos confortavelmente sem nos importar com a opinião alheia (e com a moda atual), foi uma vitória para nós.

    E percebemos como podemos ser livres.

    De como a simples decisão de nos tornar minimalistas, trouxe liberdade para nós.

    Como dizia Leonardo da Vinci, a simplicidade é o último grau de sofisticação.

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Inspiração como oxigênio

    inspiração

    Semana passada, a leitora Camille me mandou uma mensagem perguntando quais vídeos e artigos me inspiram nessa jornada do autoconhecimento, minimalismo e simplicidade.

    Na hora não me veio nada na cabeça, mas depois comecei a lembrar dos muitos vídeos e sites que acompanho com frequência.

    Espero que sirvam de inspiração para vocês também.


    1.) Sobre assuntos felizes

    Hypeness

    CicloVivo

    Razões para acreditar

    Otimundo

    Conti Outra

    Eu realmente gosto desses blogs sobre felicidade, me traz mais ânimo, leveza para o meu dia. Como não assisto televisão, muitas vezes passo alguns dias sem nem ao menos saber o que está acontecendo de coisa ruim no Brasil e no mundo. Já perceberam que a mídia tradicional geralmente só tem notícias tristes?


    2.) Sobre desenvolvimento pessoal

    Transcendência financeira – sobre enriquecer de dentro para fora

    Mude.nu – mude seus hábitos, mude sua vida

    Café filosófico – compartilha ideias de grandes pensadores contemporâneos

    Casa do saber – para endossar ideias e questionar certezas

    Seja uma pessoa melhor – resenha de livros de auto-desenvolvimento

    Geração de Valor – acredita na libertação da mentalidade padronizada

     Eu acompanho muitos sites e vídeos sobre desenvolvimento pessoal. Eu adoro livros de auto-ajuda e percebo que realmente me faz bem acompanhar esse tipo de conteúdo.


    3.) Livros que gosto

    Quanto menos melhor – Léo Babauta

    Devagar – Carl Honoré

    O poder do hábito – Charles Duhigg

     Tenho vários livros que eu já li, mas segue 3 como indicação.


    4.) Vídeos específicos que gosto muito
    Aqui embaixo coloquei alguns dos vídeos que eu mais gosto sobre diversos assuntos. A maioria são vídeos curtos, outros, são documentários. Se puder arranjar um tempinho e assisti-los, garanto que não vai se arrepender.

    Doar é a melhor comunicação

    Todos morrem, mas nem todos vivem

    Olhe para cima

    Jogo do Privilégio

    O que realmente importa para o seu filho – Marcos Piangers

    A matemática de relacionamentos

    Presidente do Uruguai e a liberdade de viver com pouco

    Analogia sobre abuso dos recursos

    On of Off – de que lado você está?

    Pai, me ajude: nasci menina

    Herói anônimo

    A determinação para achar um sentido da vida: Eduardo Marinho

    A servidão moderna

    Sobre como é a educação na Finlândia

    Espero que vocês tenham gostado. ❤️

    ~ Yuka ~

    Minimalismo

    Se tivesse mais tempo livre…

    tempo-livre

    Esse é um ótimo exercício para verificar se estamos no caminho certo (entenda como caminho que queremos percorrer, não o caminho que – os outros – querem que percorramos).

    Se eu tivesse mais tempo…

    … eu cuidaria mais do meu corpo: comeria melhor, cozinharia comidas diferentes para aguçar meu paladar, faria exercícios físicos, porque eu só tenho este corpo e ele merece ser tratado com mais carinho e respeito.

    … eu iria passear e observar mais: conheceria mais lugares novos, sentaria em uma cafeteria do lado de fora para ficar observando a rua e as pessoas.

    … eu viajaria mais: para conhecer outras culturas, outros tons de pele, iria gostar de conversar com pessoas desconhecidas, descobrir que existem várias realidades paralelas e que a minha realidade não é a única existente.

    … eu aprenderia um instrumento musical, pode ser piano ou violino, ou os dois, ouviria mais música clássica, que é o que aquece meu coração.

    … eu encontraria mais os amigos, passaria mais tempo com eles, pois são os irmãos de alma que eu escolhi.

    … eu tentaria descobrir mais coisas que amo, fazendo atividades nunca feitas, trabalhos novos, com o intuito de descobrir o que gosto e o que não gosto.

    … eu faria mais trabalhos manuais como costura, marcenaria, pintura, reforma, pra poder ajudar mais pessoas necessitadas.

    E depois de escrever tudo isso, surge uma pergunta/dúvida:

    – E porque eu não faço essas coisas hoje? Falta de tempo? Falta de dinheiro? Falta de disposição?

    Tem uma entrevista que o Mário Sérgio Cortella disse que “tempo é uma questão de prioridade”. Ou seja, quando a gente fala que não tem tempo, é porque aquilo não é prioridade na nossa vida.

    Vamos ser sinceros… É um belo tapa na nossa cara.

    Parece que a gente mal tem tempo para pensar o que é nossa prioridade, onde queremos gastar o nosso tempo.

    Aliás, onde queremos “ganhar” o nosso tempo? Quais são as verdadeiras prioridades?

    Eu e meu marido temos pensado muito sobre quais prioridades que queremos valorizar.

    Mais brincadeiras com as filhas, sim.

    Mais faxina, não.

    Mais filmes, cinema, Netflix, sim.

    Mais televisão, não.

    Mais tempo para passear, sim.

    E assim por diante.

    ~ Yuka ~