Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Como você avalia a riqueza pessoal?

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Outro dia recebi um comentário muito pertinente de uma leitora que estava preocupada por achar que eu não vivia uma vida confortável, vivendo sempre no limite.

Isso me chamou atenção, porque por mais que eu já tenha escrito em vários posts que eu não tenho as coisas porque não preciso, talvez isso ainda não esteja claro o suficiente.

A maioria das pessoas que eu conheço, não possuem um propósito de vida, ou não sabem o que querem da vida. Eu mesma ainda estou em busca do meu propósito de vida, mas sei o que quero. Quando se vive por viver, não avaliamos como gastamos nosso tempo e como utilizamos a nossa energia vital. Talvez por isso passamos tanto tempo de nossas vidas vagando em lojas, shoppings, usando nosso precioso tempo consumindo, comprando coisas sem precisar, sem questionar, somente porque todos estão fazendo o mesmo, ou porque não tem outra coisa mais interessante para fazer.

Vejamos o meu caso. Eu moro a 1 quadra do metrô e trabalho a uma distância de 5 estações do metrô. Demoro 20 minutos da porta de casa até a porta do meu trabalho. Perto de casa (e quando falo perto, é perto mesmo, tipo 1 quadra ou no máximo 2 quadras) tem 3 supermercados, 2 padarias, 2 farmácias, 2 hospitais, açougue, floricultura, doceria, restaurantes, cafeterias, lotéricas, agências bancárias… Nos fins de semana, por morar perto de metrô, tenho mobilidade para sair para os principais pontos turísticos de São Paulo. Praticamente todos os lugares que gosto de frequentar está a 10 minutos de metrô ou a 10 reais de Uber.

Dada a explicação, vamos analisar o meu caso com muita sinceridade. Vocês acham que eu preciso de um carro? Pra que eu teria um carro? Pra deixar parado na garagem? Pra sofrer depreciação, para preocupar em ligar o motor para não arriar a bateria? Para lavar o carro, não esquecer de pagar os boletos do IPVA, do seguro obrigatório, etc?

Esse exemplo do carro, é apenas para ilustrar 1 exemplo do que acontece na minha vida. A mesma coisa acontece com o apartamento em que vivo, com as roupas que eu tenho, com eletrodomésticos que comprei, e com todo o meu estilo de vida. Eu realmente avalio se aquilo é necessário.

Quando algumas pessoas dizem que pareço que eu vivo no limite é porque não me conhecem de verdade. Quantas pessoas vocês conhecem que já viajou por praticamente todos os Estados do Brasil? Eu e meu marido, juntos, conhecemos os EUA, França, Holanda, Grécia, Japão, Canadá, Itália, Argentina, Alemanha, Chile, Bolívia, Espanha.

A diferença entre as pessoas que “parecem viver melhor” e eu, é que eu não gasto em coisas que não acho necessário (e também não mostro e não falo para os outros).

É diferente de não gastar. Eu gasto sim, só que gasto bem. Gasto em coisas que eu acho importante. E isso acaba gerando muitos julgamentos:

  • Como assim ela consegue viajar todo ano para o exterior e eu não, se recebemos o mesmo salário e ela ainda tem 2 filhas?
  • Como ela consegue viver sem ter um carro, já que é uma necessidade de “todos”?
  • Como assim ela usa transporte público se ela tem um cargo de diretora?
  • Como assim, ela leva marmita para o trabalho?
  • Como assim, ela pinta a própria casa, usa furadeira e monta os próprios móveis?

Tudo isso são julgamentos infundados. São diversos os conceitos errados que ouvimos por aí: de que quem poupa posterga a vida. De que mulher não sabe consertar elétrica e hidráulica. De que diretor tem que vir trabalhar de carrão e almoçar em lugares caros.

Já contei essa história aqui, mas uma colega que não me via há muitos anos perguntou se eu tinha carro, e quando eu respondi que não, ela falou “ai credo, como você é pobre”. E eu só ri, e nem quis explicar nada. Para essas pessoas, eu não perco tempo explicando.

Apesar de eu ter certeza que eu tinha a conta bancária infinitamente mais gorda que a dela, tive a confirmação de que ela media a riqueza de forma diferente da minha: ela faz a avaliação da riqueza pelas coisas externas, enquanto eu faço avaliação da riqueza pelas coisas internas.

Para muitas pessoas, é “coisa de pobre” não ter experiências caras, não frequentar restaurantes estrelados do Guia Michelin, não fazer viagens internacionais e conhecer os principais pontos turísticos (como assim foi para Paris e não subiu na Torre Eiffel?), não ter um carro, um imóvel próprio…

Para mim, ser rica é ter mobilidade em uma cidade caótica como São Paulo. É poder morar em um bairro seguro que me permite fazer tudo a pé. Ser rica é poder chegar em casa mais cedo (por não ficar presa no trânsito), preparar um jantar para a família e ainda sobrar tempo para dar banho nas minhas filhas e ler um livro antes de dormir.

Ser rica é ter um marido que se sente satisfeito com a vida que tem e ainda agradece por eu ter aberto os olhos dele dessa vida vazia de consumismo. É ter tempo para costurar uma casa de tecido para as minhas filhas em um fim de semana qualquer, só para ter o prazer de vê-las brincando.

É uma pena que a maioria das pessoas enxergam apenas a riqueza externa e são felizes apenas quando tem experiências caras. Para essas pessoas, o sucesso é vinculado com bens materiais.

A riqueza interna não traz status, nem olhar de inveja dos outros, nem admiração. É uma vida simples, sem fogos de artifícios.

Essa vida, infelizmente, não serve para a maioria, pois não tem brilho e é “insistentemente sem graça”.

Algumas pessoas, no meio do caminho, entendem que a maior riqueza da vida são coisas que não envolvem dinheiro.

São de graça.

Para estas pessoas, bem-vindas ao meu mundo.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Fique rico pagando aluguel

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Apesar de muitas pessoas falarem que pagar aluguel é jogar dinheiro fora, essa “verdade absoluta” não é tão verdadeira assim.

Ter um imóvel envolve várias questões. Além de ser o sonho de muitos brasileiros, ter um imóvel dá a sensação de segurança, de acolhimento, de poder, de status.

Só que para todo esse discurso de comprar um imóvel próprio, há 2 pontos invisíveis:

1.) Imóvel próprio não é investimento. É um bem de consumo

Quando compramos um imóvel para morar, ele não pode ser considerado como investimento, e sim, como bem de consumo. Muitas pessoas não concordam com esse pensamento, porque já foram induzidas pelas construtoras, pelos bancos, pelas financiadoras, pelas empresas, de que imóvel próprio é investimento, da mesma forma que acreditam que carro é investimento. Como diz Robert Kiyosaki, tudo o que tira dinheiro do nosso bolso, não é um ativo, e sim, um passivo. O mesmo imóvel pode se tornar um ativo, se ele estiver alugado. Um carro pode se tornar um ativo, se ele gerar renda, como por exemplo, para um motorista de Uber.

2.) Imóvel financiado não é seu, é do banco

Apesar do banco insistir que imóvel é um investimento muito bom que você faz para sua vida, na verdade, é uma dívida que você assume para a sua vida (e que gera renda para o banco). Enquanto a pessoa não quitar o apartamento, o imóvel ficará no nome do banco. Fique alguns meses sem pagar o financiamento para ter certeza de quem é o imóvel.

Só para esclarecer, não há certo ou errado, são apenas decisões.

Eu, por exemplo, decidi viver de aluguel e investir a diferença.

Não vou repetir aqui o conteúdo, mas é sabido que já existem vários posts de sites e blogs que provam (em números) que vale a pena viver de aluguel.

Eu já tive um apartamento e pasmem, como dava dor de cabeça. Era reunião do condomínio, infiltração no andar de baixo, infiltração do andar de cima, picuinha de condôminos.

A melhor coisa que eu fiz, foi vender o apartamento e ir morar de aluguel, feliz da vida, livre, leve e solta.

Ter investido o dinheiro do meu imóvel em aplicações rentáveis e morar de aluguel me possibilitou novas escolhas:

  • não estou amarrada em lugar algum, posso simplesmente entregar o apartamento e sair daqui se não gostar mais do bairro ou da cidade, ou até mesmo do país.
  • se eu mudar de emprego, posso facilmente mudar de apartamento, facilitando a minha locomoção. É esse estilo de vida que me permite viver de forma extremamente confortável mesmo não tendo carro, já que moro a 1 quadra do metrô.
  • hoje as minhas filhas moram comigo, então convém morar em um apartamento de 2 dormitórios. Quando elas saírem de casa, talvez a ideia seja morar em um apartamento menor.
  • Não ter um imóvel significa ter mobilidade (mudar de bairro, de cidade) e flexibilidade (morar em um apartamento de 2 dormitórios, depois 1 dormitório), e de quebra como não fico comprando-vendendo-comprando imóveis, economizo em taxas e impostos.
  • invisto o valor do imóvel em aplicações rentáveis, pago o meu aluguel e ainda sobra para reinvestir.

Muitos casais, quando casam, decidem que comprar um imóvel será a melhor decisão. Como pretendem aumentar a família, compram um apartamento grande para a sua necessidade atual, de 3 dormitórios. Só que:

  • é raro encontrar um casal no início de sua juventude ter dinheiro suficiente para comprar um imóvel à vista. Geralmente fazem uma dívida, ou seja, um financiamento de 20, 30 anos.
  • escolhem um local distante do trabalho, já que bairros bons possuem um preço inacessível.
  • a dívida diminui pouco mês a mês, mesmo pagando o boleto em dia. No final, percebe (ou nem percebe) que se somasse os valores de todas as parcelas, teria tido de 2 a 3 imóveis, só não teve porque não teve paciência para esperar.
  • com uma dívida enorme, o casal já virou um escravo pagador de contas.
  • terá medo de perder o emprego, de mudar de emprego por causa da dívida.

Tem gente que fala que só consegue ter um apartamento, se tiver um boleto para pagar. Para essas pessoas, infelizmente, o imóvel custará muito caro. Esse será o preço a pagar pelo descontrole financeiro.

É fato que morar de aluguel é barato (do ponto de vista financeiro). Um apartamento de R$200.000,00 por exemplo, o aluguel sai na média de R$1000,00, variando um pouco para cima ou um pouco para baixo. Eu por exemplo, moro em um apartamento todo reformado, piso laminado, 2 banheiros, vaga de garagem (que eu alugo para meu vizinho) e pago em torno de 0,35% do valor do imóvel.

Tenho um amigo que acabou de comprar um apartamento financiado. Foi uma decisão que ele tomou. Agora ele vai começar a juntar dinheiro do zero. Ou seja, nunca vai sentir a felicidade que sinto de ver o dinheiro multiplicar. Estamos em lados diferentes, ele paga juros, eu recebo juros.

Se um dia ele ficar desempregado, perceberá que o apartamento que ele diz todo orgulhoso que é dele, nunca foi seu. Era do banco.

Viver de aluguel só é vantajoso quando pagamos o aluguel e investimos a diferença.

Há 4 artigos que explicam a questão matemática. Se estiver pensando em comprar um imóvel, leia antes e tome a sua própria decisão:

Como decidir entre comprar ou alugar um imóvel com base em critérios lógicos (Mude.nu)

Alugar imóvel ou comprar financiado (Clube dos Poupadores)

Alugar ou comprar um imóvel (Viagem Lenta)

Comprar ou alugar, eis a questão (Quero Ficar Rico)

~ Yuka ~

Minimalismo

Maquiagem minimalista

Uma leitora pediu para eu mostrar a atualização das minhas maquiagens, só que desta vez com os pincéis que uso.

Como já faz 1 ano que eu publiquei o último post sobre o assunto, aqui vai uma foto das minhas maquiagens atuais:

maquiagem minimalista 1

  • 1 lápis preto para olhos (Urban Decay)
  • 1 delineador preto para olhos (Urban Decay)
  • paleta de sombras (Urban Decay)
  • 1 base para o rosto (Missha)
  • 3 batons (MAC)
  • 2 blushes (MAC)

maquiagem minimalista

E meus pincéis:

  • 1 para blush
  • 1 para base líquida
  • 4 para olhos (estou pensando em reduzir os pincéis…)

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

10 dicas para multiplicar o dinheiro mais rápido

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Desde 2010 eu e meu marido começamos a investir pesado, pensando na nossa independência financeira.

De todas as dicas possíveis, há 10 que eu acho extremamente importante para quem tem um objetivo de vida igual ao meu.

1. Não ter posses

Não ter posses me possibilita ser livre: posso ir para qualquer cidade, morar em qualquer bairro.

Não ter posses me possibilita economizar: não tenho apartamento (não preciso reformar, consertar infiltrações), nem carro (IPVA, seguro, gasolina, depreciação), nem moto, ou seja, não tenho gastos.

2. Ser minimalista

Tenho tudo o que preciso. Não preciso ter 20 bolsas, 20 sapatos, 20 calças. Ser minimalista é ter o essencial e eliminar tudo o que não é importante. Ser minimalista me possibilitou viver com o que é importante e não sentir falta do resto.

3. Ser frugal

Apesar de ser muito similar a ser minimalista, há diferenças sutis. Ser frugal é ter a qualidade de poupador, econômico, prudente no uso dos recursos de consumo como alimentos, tempo ou dinheiro, e evitando desperdício, esbanjamento ou extravagância (Wiki).

4. Não se comparar com o outro

Pouco me interessa se o salário de um amigo é maior que o meu, se moram em um bairro melhor, se moram em um apartamento próprio e eu não, se ganham joias no aniversário de casamento e eu chinelo. Prefiro me aposentar mais cedo do que ter 10 anéis de brilhante no meu dedo e ser uma escrava do sistema.

5. Não ter redes sociais

Instagram, Facebook, Snapchat e outros que nem conheço. Me pergunto por qual motivo eu perderia o tempo precioso da minha vida olhando a vida dos outros (muitas vezes que nem é uma vida de verdade)?

6. Aumentar o aporte a cada ano

Mesmo não ganhando aumento anual, mesmo tendo 2 filhas pequenas, mesmo meu marido não tendo emprego fixo, a cada ano, nosso aporte aumenta.

7. Reduzir custos

Esforçar para reduzir custos todos os meses. A todo momento avalio meus gastos para ver se há algum ralo aberto, algum gasto desnecessário. Não sou contra gastar, só gosto de gastar bem o meu dinheiro.

8. Aprender a investir

Estudar. Estudar. Estudar. E estudar mais um pouco.

9. Reinvestir

Reinvestir aluguéis, juros sobre capital, dividendos, rendimentos, restituição do imposto de renda, nota fiscal paulista, Méliuz, qualquer pingo que entrar na conta.

10. Baixe seu padrão de vida

Aprendi cedo a sempre viver abaixo do padrão. Isso significa que eu pinto as paredes do meu apartamento, monto os móveis que compro, faço minhas próprias unhas, instalo cortina, levo marmita para o trabalho, uso transporte público, etc.

Não pensem que eu passo necessidade. Longe disso. Eu não gasto para impressionar outras pessoas. Eu aprendi a reconhecer o que é importante para mim e o que não é.

~ Yuka ~