Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Para onde foi todo o dinheiro que passou na sua mão em 2021?

Dinheiro, Dólar, Crise, Projeto De Lei, Moeda, Finanças

Daqui a 3 dias, entraremos no mês de dezembro… o ano está para terminar em algumas semanas.

Final de ano é sempre um ótimo período para refletir tudo o que fizemos (e o que não fizemos) ao longo do ano.

Afinal, você sabe para onde foi todo o dinheiro que passou pelas suas mãos no ano de 2021?

Esses dias assisti o vídeo do Ben Zruel: “Deixe de viver no padrão de vida errado de uma vez por todas”.

Achei o vídeo muito bom, um vídeo que dói, porque ele enfia o dedo na ferida, mas essencial para muitas pessoas que ainda não entenderam como fechar o mês no positivo.

“Viver no padrão de vida errado, é quando não sobra dinheiro no final do mês. Ah, mas eu ganho pouco, não está sobrando, porque tenho 3 filhos pequenos, não interessa, padrão de vida errado, é padrão de vida que não sobra dinheiro. Ponto.” Ben Zruel

Independentemente de quanto recebemos, é sempre bom avaliar para quem saímos distribuindo nosso valioso dinheiro. Pagamos contas, pagamos impostos, pagamos para o dono do supermercado, dono de escola, empresas de streaming, para a pizzaria da esquina…

Distribuímos nosso dinheiro pra muita gente, mas afinal, quanto ficou na nossa mão? Quanto destinamos para o nosso futuro?

Trabalhamos o ano todo, 8 horas todos os dias (às vezes até mais que isso), deixamos de ficar com pessoas que amamos e fazemos tudo isso, porque queremos um presente e um futuro melhor.

Dezembro é quando faço o fechamento anual: analiso quanto dinheiro passou pela minha mão, e desse valor total que recebi, vejo quanto e de que forma gastei, quanto poupei, quantos sonhos consegui realizar, e quais sonhos novos quero ter para o ano seguinte.

É o momento em que permito sonhar, ao mesmo tempo em que mantenho os dois pés no chão.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Linha de tempo da minha jornada FIRE

Eu e meu marido costumamos conversar com frequência sobre nossa jornada, de como vivíamos antes e como nossa vida mudou para melhor depois que descobrimos sobre FIRE (Financial Independence Retire Early).

Ao longo destes anos, fui amadurecendo e tenho a consciência de como equilíbrio é fundamental para quem quer seguir essa jornada.

Há os que poupam em excesso para viver um futuro distante, e não percebem que estão desperdiçando o tempo precioso do hoje, sem nem saber se estarão vivos amanhã.

Já há outros que preferem fechar os olhos para o futuro e viver o presente como se não houvesse amanhã.

Também há os que acreditam que a felicidade só virá depois de ser FIRE e esse é um dos grandes erros no meu ponto de vista.

A jornada que deveria ser divertida e desafiadora, pode se tornar uma jornada de torturas, sacrifícios de anos se não for bem executada, e ainda levar embora a juventude, os amigos, a família, trazendo arrependimentos irreparáveis.

Foram tantos acontecimentos nesta última década que eu até disse para o meu marido que seria difícil criar uma linha de tempo da nossa jornada FIRE, mas que seria interessante tentar resgatar alguns pontos que consideramos importante.

Então esse post nasceu de um dos cafés da noite com o marido.

Eu sou bem ruim com linha de tempo, os anos se confundem na minha cabeça, o que é motivo de risada aqui em casa, então, já considerem que pode conter pequenos erros.

O que eu acho legal na minha jornada é que eu não mudaria nada nas decisões que eu tomei ao longo destes anos. Claro que cometi alguns (talvez seria melhor dizer… muitos?) deslizes no meio do caminho, mas ao observar como um todo, os benefícios foram muito maiores do que os pequenos erros que cometi durante a jornada.

2010

Início do namoro com o marido. Gosto de considerar este período como marco zero, porque é muito antes de ter conhecimento sobre FIRE (descobri esse termo em 2015) e dá pra ver como a gente tinha a cabeça totalmente padronizada à grande massa da população. Apesar de guardar dinheiro, não conversávamos sobre esse assunto, já que era um tabu. Foi nesse ano que comprei meu primeiro imóvel, claro, financiado em intermináveis 30 anos.

2011

Desde o início do namoro, sempre tivemos a certeza de que ficaríamos juntos. Por isso, começamos a guardar dinheiro na poupança já pensando em nos casar.

Tínhamos o que pode ser considerado o pensamento típico da classe média brasileira. Queríamos comprar um carro e um imóvel de 3 dormitórios, e o único investimento que conhecíamos era a poupança.

Tínhamos pouco dinheiro guardado, um imóvel financiado a perder de vista e o meu plano de previdência privada.

2012

Nós tínhamos uma vida regrada, eu, porque era econômica; meu então namorado, porque recebia um salário muito baixo, quase no limiar da sobrevivência. Ele comia todos os dias a mesma comida, porque não tinha condições de se alimentar de outra forma.

Já eu, funcionária pública, ganhava um pouco mais que ele, então obviamente eu vivia com mais conforto. Alguns meses antes de casar, decidimos morar juntos e isso acabou trazendo também benefícios financeiros, já que agora, pagaríamos apenas 1 aluguel, 1 conta de luz, 1 conta de gás etc.

Apesar de não ter nenhum conhecimento sobre investimentos, começamos a poupar por um motivo bastante convencional: queríamos comprar um carro e um apartamento. Não que estivéssemos precisando de um carro, nem de um apartamento grande, mas era apenas o percurso natural de um casal tradicional, ou seja, não paramos para pensar se aquilo fazia sentido na nossa fase de vida, se era o nosso sonho, ou se era o sonho de outra pessoa.

Poupávamos todos os meses, numa conta conjunta. Fizemos algumas viagens internacionais neste período, aproveitando que meu marido tinha boas oportunidades por causa do trabalho.

2013

Voltando um pouco no tempo para 2010, na época em que fiz o financiamento do imóvel, eu descobri, assim que assinei o financiamento do imóvel, que eu não posso ter dívidas. Voltei para casa sentindo o peso do papel que a gerente do banco havia me dado. Todo aquele contrato, as linhas e mais linhas das condições do financiamento, a planilha com todas as parcelas que ainda deveriam ser pagas… Eu cheguei em casa passando mal. Quando peguei a calculadora e somei todos os valores que eu iria pagar durante esses 30 anos, quase vomitei.

Foi aí que com fogo nos olhos e faca nos dentes, eu decidi que quitaria essa dívida o mais rápido possível. O ano de 2013 foi o ano que quitei o imóvel. Ou seja, consegui quitar em 3 anos o que deveria ser pago em 30 por 3 motivos: 1.) eu não comprei um apartamento novo, muito pelo contrário, era um apartamento meio que caindo aos pedaços; 2.) apesar de 2010 ter sido o período do boom imobiliário, a proprietária (que gostava muito de mim), não quis reajustar o valor do imóvel na hora da venda, então eu comprei esse apartamento por um valor bem abaixo do mercado; 3.) eu juntei cada real, cada centavo para amortizar o financiamento.

Foi o ano que casei também, apesar de todos esses eventos, alcançamos a meta anual de aporte que havíamos estipulado, pois o salário do marido havia dobrado. Festejamos e continuamos poupando, sem elevar nosso padrão de vida.

2014

Os aportes foram aumentando mês a mês. Eu não lembro direito o ano que eu recebi um bom aumento no meu salário, mas o meu salário também praticamente dobrou com o plano de carreira. Ainda não tínhamos nenhum conhecimento sobre investimentos, nosso maior investimento era colocar em um fundo de investimentos atrelado ao IPCA, em um banco grande. Em troca, ganhávamos um cafezinho e muita bajulação de gerente.

Começamos a anotar todos os gastos em um aplicativo, e isso turbinou os aportes, pois conseguimos identificar onde estávamos gastando mal. Poupamos cada centavo, poupávamos cerca de 60 a 70% do salário. Apesar do valor elevado de aportes, para nós, não foi difícil, porque desde o início, não havíamos aumentado nosso padrão de vida, mesmo quando os 2 salários aumentaram de valor. Posso dizer com convicção de que nós éramos bom poupadores.

Foi nesse ano que começamos a estipular um valor mensal de mesada para cada um. Essa iniciativa se mostrou muito acertada, pois tínhamos uma válvula de escape para gastar em qualquer coisa que quiséssemos.

Continuamos no mesmo apartamento de 1 dormitório, e sem carro.

Foi quando descobri que estava grávida.

Criei uma cota para usar livremente com táxi, na época, nem existia Uber. Não ter carro era uma opção nossa. Sofrer por não ter carro, não era uma opção, principalmente num período em que estava grávida.

2015

Eu descobri sobre FIRE com o nascimento da primeira filha. Pela primeira vez na vida, não quis mais trabalhar, pois queria ficar com ela. Sem minha filha, eu nunca teria descoberto sobre essa comunidade.

Estudei enlouquecidamente. Pausamos nossas viagens internacionais por um tempo para acelerar os aportes, as viagens se tornaram não só nacionais, como regionais, já que não víamos sentido em fazer uma viagem para tão longe com uma bebê tão pequena. Nós poderíamos retomar nossas viagens internacionais daqui a alguns anos.

Informei o gerente do banco que eu gostaria de transferir o valor total que eu tinha para uma corretora de valores, mas ele não permitiu, colocou diversos empecilhos, e no final ficou bravo comigo. Pois bem, comecei a transferir por conta própria todo limite diário disponível para a corretora, para finalmente começar a investir direito. O gerente do banco começou a me ligar desesperadamente, e só parou de me ligar quando a conta havia zerado. Foram mais de 50 ligações não atendidas.

Resgatei também o saldo total do plano de previdência privada que eu tinha, e fiquei muito frustrada quando descobri que eu não tinha a liberdade para resgatar facilmente o meu próprio dinheiro, além de taxas e impostos gordos que deveria pagar.

Decidi naquele momento que quem tomaria conta do meu dinheiro seria eu, e não mais as outras pessoas.

Nessa época, a renda fixa estava nas alturas, pagando 20% por ano.

Criamos uma meta. Decidimos que até que a nossa filha completasse 6 anos, início do ensino fundamental, todos os nossos esforços seriam concentrados em aumentar patrimônio. Como nós já tínhamos uma vida regrada, não havia muito o que fazer, apenas aperfeiçoar nas economias e continuar nos aportes, só que desta vez, direcionando nos investimentos certos.

Continuamos no nosso apartamento de 1 dormitório, e sem carro. O berço da minha filha ficava no nosso quarto. Fiz um enxoval somente com os produtos que achei necessário, e que maravilha, não senti falta de nada!

No final do ano, tínhamos superado a meta dos aportes novamente. Como o salário não aumentava, o que fizemos foi otimizar os gastos.

2016

Decidi vender meu único imóvel (não quis ficar com ele, porque descobri que o prédio tinha problemas estruturais) e voltei a morar de aluguel. Eu já tinha estudado tudo o que era conteúdo sobre investimentos, então todo o valor da venda do imóvel foi para investimentos. Renda fixa ainda pagava 18 a 20% por ano. Isso acabou gerando uma curva muito acentuada no patrimônio, pois tinha comprado o imóvel por um valor bem abaixo do mercado, e vendi em um período de alta. Esse aporte generoso deu um incentivo extra, pois começamos a enxergar o que estava acontecendo com a nossa carteira de investimentos.

Poupei décimo terceiro, poupei as minhas férias vendidas, poupei a restituição do imposto de renda, tudo. Já meu marido, não tinha décimo terceiro, não tinha férias para vender, nem imposto de renda para restituir. Mas desde o início do namoro, tudo sempre foi nosso. Não importava quem ganhava mais e quem ganhava menos, sempre foram as “nossas conquistas”.

No meio do ano, o salário do marido reduziu pela metade devido a sua bolsa de pós-doutorado, mas isso não nos abalou. Acostumados a viver apenas com parte do meu salário, apenas continuamos aportando.

Vendo que a nossa vida estava começando a mudar, comecei a contar para todo mundo sobre FIRE e sobre investimentos. Alguns deram risada, e a maioria, não me deram ouvidos.

2017

Nascimento da segunda filha.

Marido ficou na Espanha por 1 mês, e depois o chefe falou que era para ele ir pra Romênia por 3 meses (sendo que estávamos com uma bebê pequena, em época de virose). Foi a primeira vez que ele disse não no trabalho. Descontente, o chefe fez algumas ameaças para demiti-lo, mas nada o intimidou. Os investimentos estavam começando a dar frutos, ele já não tinha medo de ser demitido da empresa. Ele não só não foi demitido, mas como o chefe percebeu que meu marido não iria mudar de opinião, renegociou a data de permanência na Romênia de 3 meses para 15 dias. Agora sim.

Começamos a entender a psicologia por trás do dinheiro. Estávamos confiantes, mais seguros.

Apesar do nascimento de mais uma filha, os nossos aportes continuaram crescendo desde 2013.

2018

Começamos a entender a sensação de segurança financeira que a jornada FIRE trazia. Ver o plano dando certo, e ao mesmo tempo ver a indiferença e um certo deboche dos outros em relação a minha fascinação sobre esse tema, fez com que eu parasse completamente de contar para os outros sobre investimentos.

Compramos 2 imóveis para investimento. Um deles, após uma pequena reforma, foi vendido. E o outro, alugado para um inquilino.

2019

Em 2019 e 2020, meu marido conseguiu um contrato muito bom de trabalho que aumentou muito o seu salário. Era um trabalho com fim já programado, de apenas 2 anos (que encerrou em agosto deste ano). Esse contrato temporário aumentou novamente nosso aporte, já que nós continuamos com a nossa vidinha de sempre (desde 2014, quando meu salário dobrou, lembram?), para focar nos investimentos. Somávamos o nosso salário, pagávamos todas as contas da casa, separávamos uma pequena parte para cada um (a tal da mesada) e todo o resto, ia para os investimentos.

2020

Pandemia, trancados em casa.

Tanto o meu trabalho como a do marido, se tornaram online. Começamos a trabalhar de casa, foi um inferno, cá entre nós, mas por um outro lado, deixamos de ter gastos como viagem, Uber, restaurantes, transporte, roupas, etc. O mundo inteiro estava fechado, todo mundo dentro da sua casa, decidimos focar novamente em aumentar os aportes.

2021

Este ano, minha filha mais velha completou 6 anos. Fizemos tudo conforme havíamos planejado. Patrimônio aumentou e sei que continuará aumentando com os juros compostos.

Tenho dito para o meu marido que já não precisamos nos preocupar com o nosso futuro. Ainda não me considero FIRE, mas o patrimônio já consegue trabalhar sozinho sem interferência da nossa parte, graças ao poder do tempo e dos juros compostos.

Ou seja, daqui a alguns anos, seremos FIRE ou até mesmo FAT FIRE só com o poder dos juros compostos.

Isso nos elevou para um outro patamar de realidade, de que podemos focar apenas no presente.

Se antes poupávamos 40%, 50%, 60% e até mesmo 70% do salário em determinas fases, entendemos que podemos diminuir ou até mesmo zerar os aportes para trazer conforto e mais experiência para a família.

Desde que eu comecei a economizar, já se passaram 10 anos (de 2011 a 2021).

Desde que descobri sobre FIRE, já se passaram 6 anos (2015 a 2021).

Eu já disse em um outro post, que eu realmente acredito que a cada 10 anos, a vida pode dar uma reviravolta. Se parar para pensar, o tempo passou rápido, e não me arrependo nem por 1 segundo por ter tomado uma decisão diferente da maioria das pessoas.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Cada ativo financeiro tem uma importante função

É muito importante entender a função de cada ativo do portfólio de investimentos, para não fazer giro de patrimônio, ou seja, fazer vendas e compras de ativos de forma desnecessária, indo em busca de “grandes oportunidades”.

Mas nem sempre temos clareza do objetivo de cada ativo financeiro que temos na nossa carteira de investimentos.

Então detalho a seguir, o que cada ativo financeiro significa para mim:

Reserva de emergência

Serve para emergência. Que tipo de emergência? Qualquer tipo de emergência. Se encontro algo que estava querendo muito, numa promoção imperdível, vou lá e uso a reserva de emergência, e depois reponho o valor que saquei.

Dizem que é bom deixar de 6 meses a 1 ano de salário na reserva de emergência, mas eu não coloco muito. Deixo de 1 a 2 salários em cada conta (minha e do marido), mas isso, porque sou bem organizada financeiramente e porque tenho uma previsão boa de recebimento de salário por ser funcionária pública.

Pra mim, reserva de emergência é isso, tem que poder sacar e poder fazer transferência bancária a qualquer momento, então o meu está na Poupança de um banco tradicional. Eu não ligo para rendimentos, porque sei que a poupança não tem esse propósito.

Renda Fixa

Serve para manter parte da carteira de investimento em algo estável, sem grandes oscilações. A ideia é manter até o vencimento, mas acabo usando quando enxergo alguma oportunidade, como a compra de um imóvel abaixo do valor de mercado, ou até mesmo para comprar investimentos que estão fora do seu preço normal, como por exemplo, quando a bolsa de valores caiu até 70 mil pontos em março de 2020, eu usei praticamente toda a renda fixa para comprar ações que estavam baratas demais.

Enquanto todo mundo estava vendendo, eu estava comprando.

Apesar da minha tendência é sempre querer investir em renda variável, me policio para manter parte da carteira nesse tipo de ativo.

Fundo de Investimento Imobiliário

Serve para criação de fluxo de caixa. Apesar de preferir investir em ações, acabei me rendendo e passei a incorporar no meu portfólio de investimentos para criação de fluxo de caixa.

Eu odeio vender ativos, ou seja, não me sinto confortável em vender ações de boas empresas para pagar o meu aluguel futuramente. Então os FIIs acabam sendo uma ótima opção, principalmente no quesito psicológico.

Imóvel Físico

Serve como segurança psicológica em saber que tenho onde morar caso o país colapse. Na pior hipótese, é só pedir para o inquilino sair do imóvel e eu passo a morar nesse imóvel.

O imóvel que eu tenho é pequeno, muito bem localizado, próximo de uma boa linha de metrô, tem uma varandinha num andar alto, bate bastante sol, então raramente ele fica vago por muito tempo.

Já pensei em vender várias vezes, mas sempre lembro que eu o tenho para a minha segurança psicológica.

Ações

Já faz um tempo que dá a sensação de que estamos em uma montanha-russa com muita emoção, e sei que ano que vem também será. Mas como eu analiso muito bem as empresas antes de compra-las, não perco o sono com as oscilações do mercado.

Stocks (ações internacionais)

Serve para aumentar a diversificação da carteira de investimento.

Também serve para manter a certeira mais estável, já que dólar e o Ibovespa possuem correlação negativa, ou seja, se movem em direções distintas.

Outros motivos: ter a consciência da importância em investir em um país com economia mais sólida para diminuir o risco Brasil, ter parte da carteira de investimentos atrelada ao dólar para proteger da desvalorização do Real, além de ter renda dolarizada para viajar.

Previdência Privada

Eu tenho uma previdência privada atrelada à empresa que trabalho, naquele esquema de ‘eu faço aporte e a empresa também aporta o mesmo valor’ (até um determinado teto).

Se eu pudesse escolher hoje, não teria feito, mas como já fiz e não consigo sair, continuo aportando todos os meses. O bom é ser livre de inventário.

Criptomoedas

Tenho uma pequena parcela da minha carteira em criptomoedas.

Enxergo como oportunidade, então separo uma parte da minha carteira para quem sabe puxar a rentabilidade da minha carteira de investimentos para cima. O pior que pode acontecer é perder tudo, e o melhor que pode acontecer são as criptomoedas subir até o infinito.

– Yuka –

Minimalismo

Coisas que eu comecei a gastar mais depois do minimalismo

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Apesar do minimalismo ser visto por muitas pessoas de que é apenas viver com menos posses, posso garantir que ele é como um iceberg, só enxergamos uma pequena parte, sendo que toda parte submersa é adquirida conforme entendemos o minimalismo com mais profundidade.

Eu, depois que adotei o minimalismo como um princípio de vida, aprendi a gastar menos em coisas que não tinha valor para mim e passei a gastar muito mais em outros itens que irei compartilharei a seguir.

O minimalismo não é sobre viver com miséria e economizar a qualquer custo. É sobre se conhecer, gastar dinheiro em coisas que tenham real significado na vida de cada um. É sobre reduzir excessos de coisas desnecessárias para justamente focar nas coisas que são importantes.

O dinheiro não gasto, faz com que sempre tenhamos dinheiro disponível para gastar em coisas que são importantes para nós. Fora todo o resto que vem junto, como qualidade nas escolhas, redução do estresse, mais tempo disponível, mais auto-conhecimento, foco nas coisas essenciais, mais disposição física e mental. Ou seja, a vida vai ficando cada vez menos complicada.

Todo o dinheiro que economizei ao longo destes anos fazendo escolhas conscientes, me permitem hoje, gastar em coisas que acho importante para mim e para a minha família.

Comprar as coisas que eu realmente quero

Antes do minimalismo, eu costumava olhar as coisas que comprava pelo preço. Depois que entendi que quando comprava o que eu realmente estava querendo, me sentia tão satisfeita que não precisava comprar outras coisas para me sentir feliz, passei a ter um outro olhar sobre as coisas que eu realmente queria.

Costumo fazer a escolha de traz para frente, ou seja, primeiro escolho o que eu quero, e depois me viro com o preço. Posso dar como exemplo o carro que eu comprei para ficar mais fácil o entendimento. Primeiro eu defini o que eu queria em um carro… no meu caso era segurança, espaço confortável para 4 pessoas, um espaço generoso no porta-malas e um carro que desse pouca manutenção. Descobri que os carros japoneses são robustos e quebram pouco. A frase “se todos os carros do mundo fossem japoneses, os mecânicos estariam falidos” me fez decidir por um. Bom, agora era a hora de definir os modelos que eu não queria. Não queria os carros tipo sedan, picape, SUV, pois sempre gostei de carros mais compactos. Eu acabei me apaixonando pelo Honda Fit, um carro japonês, compacto por fora, mas espaçoso por dentro, tem um dos porta-malas mais espaçoso dentro da categoria hatch. Só depois de ter definido o modelo, eu vejo o valor que estou disposta a dar em um carro, ou seja, decido pelo ano do carro que irei comprar.

A escolha de um apartamento também acontece da mesma forma. Primeiro escolho o bairro que quero morar, depois a rua que quero morar, e por fim, fico acompanhando os sites de imobiliária semanalmente até encontrar um apartamento exatamente na rua que quero morar e no preço que posso pagar.

Isso também serve para serviços. Já compartilhei aqui no blog que minha filha mais nova tem gagueira. A gagueira dela era tão severa, que por muitas vezes, ela desistia de falar por conta da dificuldade. Se uma palavra tinha 3 sílabas, ela gaguejava por muito tempo nas 3 sílabas. Era muito difícil conseguir falar uma frase concisa. Escolhemos uma fonoaudióloga muito boa, mas era mais cara que os demais profissionais. Poderia ter contratado uma mais em conta? Poderia. Mas isso nem passou pela nossa cabeça. Eu entendo que o orçamento familiar é como uma gangorra, gasta-se aqui, economiza-se ali. E foi exatamente isso que fizemos. Passamos a gastar na fono para a minha filha, e começamos a economizar nas outras coisas que não eram tão importantes para nós.

Viagem e Lazer

Uma das coisas que não vejo a hora de fazer, é viajar. Viagens são como alimentos para a nossa memória. Desde o início da pandemia, eu nunca mais viajei, nem mesmo para lugares próximos. A última viagem que eu fiz foi antes da pandemia, e pasmem, minhas filhas ainda lembram dessa viagem que fizemos há 2 anos.

Além disso, a pandemia tirou muitos dos lazeres que curtíamos, como cinema, restaurantes, conhecer lugares novos, mas enfim, estamos dando tempo ao tempo.

Produtos que aumentam o lazer para a família

Itens que podem aumentar a convivência familiar, nós não economizamos. Como um sofá grande, uma boa televisão, uma cama confortável, um jogo que a família toda consegue se divertir, itens de cozinha que traz alegria para a casa como as pizzas deliciosas que faço usando a Stone in Box, ou até mesmo o churrasco na Table Grill.

Álbum de fotos

Há tempos estava querendo fazer isso, e finalmente consegui montar um álbum de fotos durante as férias que tirei no meio do ano.

Eu lembro como eu adorava folhear os álbuns de fotos quando criança. E isso é algo que perdemos depois que as fotos se tornaram digitais. Como minhas filhas não têm acesso ao computador, eu sempre quis que elas também tivessem a oportunidade de folhear o álbum da nossa família.

Resolvi esse problema imprimindo álbuns anuais. Este ano, montei e imprimi 4 álbuns.

A minha intenção é todo final de ano, sentarmos os 4 no sofá para projetar na televisão todas as fotos que tiramos ao longo do ano, e selecionar de forma democrática as melhores 100 fotos para montar um álbum de fotos do ano que está para terminar.

Cursos e esportes

Minha mãe já havia me criado dessa forma. Apesar de não ter tido dinheiro para supérfluos, minha mãe sempre permitiu que fizéssemos diversos cursos. Fiz curso de inglês, de japonês, de natação, instrumentos musicais, até de datilografia (quem lembra?).

Livros

Não costumo economizar em livros. Compro livros como quem compra pipoca na rua. Mas tem um porém, eu não compro para ler depois, eu só compro no momento em que irei ler. A maioria dos livros comprados estão no formato kindle, e os que não possuem formato digital, compro livros físicos.

Roupas de qualidade

Já comprei muitas roupas em grandes lojas de departamento como Renner, C&A, Riachuelo, mas essas roupas não costumam durar muito. Gosto de comprar nessas lojas quando é algo temporário, alguma blusa para usar por um curto período de tempo. Mas quando é para montar o meu guarda-roupa, prefiro roupas de tecidos naturais, que tenham bom caimento, boa textura, boa costura.

Também sou adepta a comprar roupas em brechós, esses dias encontrei um modelo de uma saia que estava querendo há tempos, que não conseguia encontrar em nenhuma loja. A saia estava nova, inclusive com etiqueta, mas por 1/3 do preço. É muito bom ter essa opção de compra, principalmente quando as roupas que se escolhe são atemporais.

A qualidade das roupas foi algo que eu comecei a prestar atenção a partir de 2010, quando eu ainda passava muito frio no inverno, mas não sabia que era por causa das roupas que eu usava. Eu colocava 3, 4 camadas de roupas, 3 meias-calças e passava frio mesmo assim. Até que num intercâmbio que fiz para o Canadá, meu então namorado (atual marido) emprestou o casaco dele para eu passar o inverno em Vancouver (com neve!), e não passei frio. Como assim? Eu passava frio no inverno tropical do Brasil e não passei frio embaixo de neve no Canadá? Era a roupa.

Comida de verdade

Em 2019, quando fiz minha reeducação alimentar, eu li bastante sobre comida industrializada e doenças associadas. Desde então, temos reduzido a quantidade que ingerimos de comidas industrializadas, principalmente os óleos vegetais (de qualquer tipo, girassol, canola, soja etc), margarinas, molhos industrializados etc.

Damos preferência para azeite e manteiga, molhos caseiros, leite fresco, legumes e vegetais in natura, além de consumir ovos, carnes e peixes.

Tempo

Toda vez que invisto parte do meu salário em ativos financeiros que me geram renda, sei que estou comprando meu tempo de volta.

Eu adoro receber o salário do mês e “comprar” meu tempo de volta, é algo que realmente me dá prazer.

Como vocês puderam perceber, eu gosto de gastar bem o meu dinheiro. Mas para que a conta do mês feche com saldo positivo, sei que a lista das coisas que não compro é muito maior. E é justamente esse equilíbrio que me permite viver com qualidade de vida.

~ Yuka ~