Dinheiro, IF e FIRE

A importância do investimento e a metáfora do guarda-chuva

Captura de Tela 2019-02-01 às 13.46.58.png

Desenhei essa imagem do guarda-chuva para explicar a importância que a independência financeira tem para mim.

Geralmente as pessoas acham que a categoria “investimento” é 1 das 8 armações que um guarda-chuva possui: investimento, família, trabalho, relacionamento, etc.

Aqui em casa, a categoria investimento, que denominamos “independência financeira”, é o guarda-chuva em si. É ele que PROTEGE todo o resto que está embaixo.

COMO ASSIM? Calma, vou explicar item por item:

CASAMENTO

Ter dinheiro investido traz paz para o casamento. Dizem que 80% dos divórcios têm em sua origem a falta do dinheiro. Eu e meu marido não temos nenhum tipo de estresse por dinheiro.

FUTURO DOS FILHOS

Tenho tranquilidade em saber que no momento certo, poderei oferecer para as minhas filhas o que elas precisarem. Não, não pretendo presentear com carro, nem apartamento. Mas terei oportunidade em oferecer uma educação de qualidade e conhecimentos que só obtive depois dos meus 30 anos.

MUDANÇA DE GOVERNO

O meu trabalho e a do meu marido tem relação direta com verbas federais e estaduais. Isso significa que mudança de gestão pode gerar cortes de verbas, e ter consequências como a não reposição da inflação salarial (o que já tem acontecido), e no caso do meu marido, até mesmo desemprego. Estamos na situação que independentemente de quem governar este país, estaremos seguros.

DESEMPREGO

Há 2 anos, na fase em que diversas pessoas estavam sendo demitidas, eu tive tranquilidade para conduzir as principais decisões familiares. Um grande exemplo que eu já contei aqui, foi quando no mês em que a minha filha nasceu, meu marido ficou desempregado. Em nenhum momento eu senti insegurança ou raiva, muito pelo contrário, fiquei feliz em saber que ele poderia participar ativamente dos primeiros meses da nossa caçula, estando em casa comigo.

SEGURANÇA

Eu que já fui assaltada pelo menos 10 vezes, sei bem o valor da segurança. Por isso mesmo, escolho muito bem o bairro e também a rua em que vou morar, principalmente agora que tenho crianças. A rua precisa ser bem iluminada, com boa circulação de pessoas, próxima de metrô, com diversos comércios como farmácia 24 horas, açougue, supermercado, bancos, padaria etc. Apenas para ficar claro, são os meus investimentos que pagam o aluguel do meu apartamento.

CONFORTO

É inegável o prazer do conforto. E quando falo conforto, não estou falando só da cama que dormimos, o sofá que sentamos, a roupa que vestimos. Estou falando também do conforto de poder chamar um Uber em dias de chuva, o conforto de poder pedir comida em algum restaurante quando estou muito cansada para cozinhar.

OPORTUNIDADE

Já aconteceu de você saber que algo é a oportunidade de ouro, mas não tinha dinheiro? Comigo já aconteceu 2 vezes. As 2 oportunidades perdidas foram imóveis que eu queria comprar pra investir, mas não tinha dinheiro. Sabia que estava muito barato, mas a única forma de comprar naquela época era fazendo dívidas e eu perdi a oportunidade. Ter dinheiro significa que você está dentro do jogo. Hoje, estou dentro do jogo.

SAÚDE

Eu pago um plano de saúde para a minha família. E isso me traz tranquilidade. Um exemplo, semana passada, meu marido foi avisado por um médico para ele ir atrás de um médico especialista, pois detectou na tomografia que ele estava com uma massa densa no fígado. Deu um gelo na hora. Mas se eu não tivesse um plano de saúde, acho que ficaria mais preocupada.

AUTO-CONHECIMENTO

Considero que a busca pela Independência Financeira (IF) obriga a pessoa ter um auto-conhecimento, vamos dizer, fodástico. Digo isso porque a IF não é um evento passageiro, uma mania. É um estilo de vida. E por ser um estilo de vida, não dá para viver a vida toda na miséria, fazendo longos sacrifícios por 10, 20 anos de sua vida, pois isso não seria viver com plenitude. Ter o auto-conhecimento, encontrar o equilíbrio e a tão famosa suficiência, é essencial para que alcancemos a satisfação em todas as coisas que temos.

VELHICE TRANQUILA

Saber que poderei usufruir da minha aposentadoria, sem precisar depender do salário das minhas filhas, nem da ajuda do governo é muito bom. Isso traz paz.

Depois de ler todos esses itens, algumas pessoas podem perguntar: “mas como eu também posso buscar a minha independência financeira?”

Sabem como? Começando a juntar o primeiro real. Não menospreze nenhum centavo. Pode ser R$1, R$10 ou R$100.

Dia após dia, mês após mês, ano após ano juntando dinheiro, vai chegar um momento em que os juros compostos começam a surtir efeito.

Acredite.

~ Yuka ~

 

Auto-Conhecimento

Trabalho: como escolher o seu

ikigai-o

A leitora Cláudia me pediu um post sobre como escolher um trabalho legal, que se encaixe com os nossos valores.

Apesar da pergunta ser difícil de responder, vou compartilhar com vocês a minha opinião sobre esse assunto.

Eu sempre quis ser veterinária desde criança. Eu era a criança enlouquecida que corria atrás dos gatos, pombas, cachorros, peixes etc. Tenho uma coleção de fotos que tirei ao longo de toda a minha vida, durante as viagens que fiz. Tenho fotos com jacaré, nadando com boto cor-de-rosa, tirando uma selfie com um caranguejo azul, penteando o “cabelo” do pônei, dando frutas para um macaco, guaxinim, e por aí vai. E por causa dessa paixão, quando era mais nova, fui trabalhar em uma clínica veterinária que tinha um pet shop acoplado. Pois bem, como era de se esperar, a realidade era bem mais dura do que eu imaginava. A clínica onde trabalhei (e adotei a minha falecida cachorrinha que viveu por 19 anos), tinha uma postura exemplar: uma médica veterinária carinhosa, humana e que por isso mesmo adotava (ou sacrificava em último caso) todos os animais que eram abandonados na frente da clínica.

Eu chegava na clínica e começava a tremer quando via uma caixa de papelão bem na porta de entrada. Eu sabia que tinha algo vivo ou morto lá dentro. Em uma das dezenas de casos de abandono, a médica havia adotado uma cachorra da raça doberman (para quem não conhece, é enorme) que havia levado um tiro na coxa e tinha virado paraplégica, ou seja, não movia mais as pernas. Era o meu papel limpar o curativo (que nunca cicatrizou), levantar a cachorra pesadíssima pela barriga e dar uma volta pelo quintal para que ela pudesse passear, interagir com os outros cachorros, fazer as necessidades etc. E a duras penas eu percebi que a profissão, como tantas outras, era muito mais difícil na prática do que na teoria.

A própria cachorra que eu adotei, a Gutinha, tinha nascido com um problema nas pernas, nasceu sem mover as pernas, e por esforço da médica que fazia hidroginástica e massagem diariamente, passou a andar tortinha. Ela havia sido adotada 5 vezes (por ser de raça), e foi devolvida as 5 vezes para o pet shop. Dava para ver a dor da rejeição nos olhos dela. Até que eu fui a sexta e última dona.

Foi nessa época que eu desisti de ser veterinária, e escolhi ser bibliotecária. Não por amor. Mas por achar que conseguiria um emprego fácil na era da informação e do conhecimento. Apesar da profissão ter as suas vantagens, não é o que aquece o meu coração, afinal, escolhi este curso aos meus 17 anos. Nesses 20 anos, eu amadureci e hoje, me conheço melhor.

O meu emprego me paga bem, sinto gratidão por tudo o que ele me proporciona. E por ele me pagar bem, aproveito para injetar boa parte do meu salário em investimentos, para que um dia eu possa me libertar do trabalho, e descobrir o que amo fazer, mesmo se ele não der retorno financeiro, já que dinheiro não será mais problema.

Escrevi tudo isso para dizer que na verdade, não há certo ou errado. Há escolhas que deverão ser feitas. Lembro que a minha irmã mais velha me recriminou quando eu era mais nova por ter feito uma faculdade que eu achava que me daria emprego, no caso a biblioteconomia. Ela falou que eu estava escolhendo uma profissão pelo dinheiro, enquanto ela estava escolhendo uma profissão por amor. Eu nunca tive dificuldades em encontrar emprego, muito pelo contrário, sempre tive oportunidades, trabalhei em empresas boas. Minha irmã, ao contrário de mim, escolheu ser arquiteta, e não conseguiu emprego depois de formada, foi estudar e trabalhar no Japão e mudou de área de trabalho. Então são escolhas que temos que fazer.

Hoje, se eu pudesse dar um conselho para as minhas filhas, eu daria 3:

1.) faça o que ama, mas aprenda a se sustentar sozinha. Muitas vezes, fazer o que ama, pode não dar dinheiro, mas se essa for a sua escolha, tudo bem.

2.) faça o que o mercado de trabalho precisa e que pague bem. Se trabalhar bem e souber investir, em 10 anos, será livre para fazer o que ama pelo resto de sua vida.

3.) se souber o que ama, mas não tiver condições financeiras, “pause” a sua paixão e faça o que o mercado de trabalho precisa. Trabalhe bastante e poupe bastante para somente depois fazer o que ama.

Para as pessoas que já nascem sabendo que querem ser médicos, engenheiros, artesãos, atores, empreendedores, acredito que a primeira opção é a melhor escolha. Para os que não sabem o que querem, ou que não encontraram a paixão (que era o meu caso), a segunda opção pode ser a melhor escolha. Eu, sem querer, acabei fazendo a escolha certa: eu escolhi a segunda opção. Aos 17 anos, eu não sabia o que gostava, quais eram as minhas paixões. Na verdade, tenho diversas paixões, o que complicava ainda mais a tomada de decisão.

A escolha será sempre unicamente da pessoa. Como disse anteriormente, não há uma receita mágica, nem certo ou errado. Basta somente compreender que para cada escolha feita, diversas renúncias deverão ser feitas.

Faça a escolha que fizer mais sentido para você.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Amizade e a importância de compartilhar a própria vida

Resultado de imagem para friends shoes

Se há uma coisa que eu percebo, é como os relacionamentos têm se tornado superficiais. A impressão que tenho é que com a chegada do WhatsApp as coisas pioraram. Eu mesma já quase não telefono mais para as pessoas, acabo resolvendo tudo pelo WhatsApp.

A parte ruim disso tudo é que ficamos sabendo muito pouco do que está acontecendo na vida dos nossos amigos, principalmente daqueles que não compartilham tanto a própria vida.

Quer um exemplo?

– Tá tudo bem com você?

– Por aqui tá tudo certinho.

– E como estão as coisas no trabalho?

– Tudo certinho também.

– E o que tem feito de bom?

– Ah, nada, tá tudo na mesma, sem novidades.

Será que só eu fico chateada com essa conversa vaga?

Eu não acho que para uma pessoa ser considerada amiga, precisemos nos encontrar todos os dias, ou falar no telefone toda semana, ou até mesmo ser inseparáveis etc. Mas acho de extrema importância que a pessoa seja capaz de se entregar, de compartilhar parte da sua vida quando estiver junto com seus amigos, seja pessoalmente, pelo telefone, pelo WhatsApp.

Fico pensando, se a pessoa não quer dividir as suas felicidades e dificuldades com seu amigo, por que ele deveria se abrir e confiar em uma pessoa que (supostamente) não confia nele?

Conforme o tempo vai passando, a gente vai se distanciando de pessoas por justamente não saber o que está acontecendo na vida dessa pessoa. E aí acabamos ficando só com as perguntas genéricas… sua mãe está bem? Como está seu filho? Alguma novidade no trabalho?

Eu gosto de perguntas específicas…. E aquele tombo que você levou, seu braço ainda está doendo? Me conta o que virou aquele seu colega que estava te paquerando? Como a sua filha tem lidado com a escolinha nova?

Olha como a profundidade é diferente, como o envolvimento e o interesse em relação às pessoas é muito mais profundo.

Se está achando seus amigos distantes, talvez esteja na hora de compartilhar um pouco mais da própria vida.

É assim que se cria laços, pois amigos de verdade não só conhecem a nossa história como fazem parte delas.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Como melhorar a autoestima

autoconhecimento

Uma leitora pediu para escrever um post sobre autoestima há algum tempo.

Pensei muito sobre o tema, e percebi como o tema é difícil de ser abordado. Durante muitos anos, eu mesma sofri por ter baixa autoestima por influência da minha irmã mais velha. E hoje eu sei que a mudança tem que vir de dentro para fora, ou seja, não adianta 1 milhão de pessoas falarem bem da gente, se não conseguirmos acreditar naquilo.

Vou tentar explicar como foi o meu processo de aceitação.

Muitos de vocês sabem que eu acreditava cegamente que eu era muito, muito burra. Cresci acreditando nisso.

Por conta disso, uma das coisas que eu sempre odiei com todas as forças do Universo, eram as apresentações em público.

Para muitas pessoas, aquela pessoa que ficava travada nas apresentações não correspondia à pessoa que eles conheciam, já que eu sempre gostei de conversar e tagarelar pelos 4 cantos. Falavam que eu me expressava bem, que eu era simpática, mas nada adiantava. Eu continuava muito insegura na hora de falar em público.

Há alguns anos, cheguei a fazer um curso de oratória. Paguei bem caro, e não adiantou em nada, pois como eu sabia que aquele cenário era de mentira, eu pegava o microfone e começava a fazer lindos discursos sem tremedeira.

Só que fora da sala de aula, na hora do vamos ver, começava a suar de nervoso.

Muitos de vocês sabem que quando minha filha nasceu, o meu modo de enxergar o mundo se intensificou. Foi quando comecei a perceber que eu pensava de uma forma um pouco diferente do padrão, coisas que meu marido já me dizia há 8 anos.

Por querer sair da corrida de ratos casa-trabalho-casa-trabalho, passei a estudar sobre investimentos e vi que eu tinha facilidade em entender sobre esse assunto. Passei a devorar livros sobre economia e investimentos financeiros e aplicar na minha vida.

Foi quando entendi que eu era inteligente, só não tinha consciência disso. Quando finalmente isso entrou na minha cabeça, o meu medo irracional de falar em público passou.

Ou seja, não adiantou fazer curso de oratória, não adiantou as amigas falarem que eu era inteligente, não adiantou o marido dizer inúmeras vezes de que a minha inteligência só não era a acadêmica. Só quando EU tirei as minhocas da minha cabeça que as coisas começaram a fluir.

Há vários tipos de autoestima: algumas pessoas tem baixa autoestima por causa do corpo, outras por causa da condição social, outras por causa do intelecto, outras por não se encaixarem em um determinado grupo, enfim, há diversos motivos.

Não dá para colocar todos os problemas em uma única caixa, porque além dos vários tipos de autoestima, há vários tipos de inteligência, e todos nós somos diferentes, ou seja, o que me fez melhorar a baixa autoestima em relação à inteligência, pode ter um gatilho diferente para outra pessoa.

Segundo um texto da Maíra Lie Chao, publicado na Revista Planeta em 2010, há pelo menos 7 tipos de inteligência:

  • Linguística – Relacionada a leitura, escrita e fala. Pessoas que têm seu ponto forte na linguagem, como poetas e escritores, possuem facilidade em lidar com a expressão escrita e oral. Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade são exemplos dessa inteligência.
  • Musical – Associada àqueles que têm facilidade em compreender o som, captar sua expressão e transmitir sentimento através dele, como Mozart, Jimi Hendrix e Gilberto Gil.
  • Lógico-matemática – É a inteligência que remete ao universo lógico, repleto de números e fórmulas. A maioria dos testes de QI acaba medindo esse tipo de intelecto, exemplificado nos físicos Albert Einstein e Niels Bohr.
  • Espacial – Está relacionada a pessoas que têm facilidade em trabalhar com coordenadas espaciais e em pensar em imagens, como o arquiteto Oscar Niemeyer ou o pintor Pablo Picasso.
  • Corporal-cinestésica – A facilidade em se locomover pelo espaço, conhecer bem o potencial físico do seu corpo e ter boa coordenação motora é típica de grandes nomes do esporte, como Pelé e Michael Jordan.
  • Interpessoal – Está ligada à habilidade de lidar com outras pessoas e a trabalhar em grupo. Frequentemente é vinculada a professores e políticos, como Barack Obama.
  • Intrapessoal – É a inteligência relacionada ao autoconhecimento e ao equilíbrio interior, inclusive quando a pessoa se encontra em situações difíceis. O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela é um de seus melhores exemplos.
  • Naturalista – Essa inteligência, proposta após a divulgação das ideias de Gardner, está associada àqueles que têm grande facilidade em transitar pela natureza, como os índios.

O que hoje eu sei, é que tudo vem de dentro pra fora. E não de fora para dentro como nos ensinaram. Ao tentarem nos encaixar em formas pré-determinadas, ignoram a inteligência de cada ser humano.

A nossa mentalidade precisa ser mudada primeiro, para possibilitar a mudança de atitudes. As pessoas querem que mudemos nas atitudes, antes de mudar a mentalidade.

Hoje posso dizer que o melhor remédio para a autoestima é o autoconhecimento.

Há três vídeos sobre autoestima do Arata Academy que recomendo:

~ Yuka ~