Por sugestão de uma leitora (alô, Silvia!), resolvi adiantar o post de hoje.
Ela disse: “Traçar metas é um caminho para não esquecermos do que realmente importa, mas fala-se tanto de metas hoje em dia, mas ainda há quem não saiba criá-las, eu no caso! Uma boa dica para um próximo tema: metas: sua importância e como fazê-las.”
Eu me considero uma pessoa bastante organizada. Enquanto as pessoas dão importância ao “fazejamento”, ou seja, vai fazendo e planejando ao mesmo tempo, eu foco na fase do planejamento.
O problema do “fazejamento” é que a gente não consegue ter uma visão geral do que está por vir. As coisas vão acontecendo e a gente vai resolvendo os problemas conforme vão surgindo. É o típico apagar o incêndio, ao invés de preveni- lo. Gasta-se muito mais energia e tempo apagando o incêndio do que prevenindo. E é esse o ponto onde eu queria chegar.
Eu consigo fazer muitas coisas porque eu faço planejamento. É uma conexão direta. O planejamento traz clareza, foco e auxilia na definição de prioridades.
Tá. E você pode perguntar para mim: “E por onde começar?”
Sei que é difícil entender quando a gente fica no blá-blá-blá, então vou tentar explicar como as coisas funcionam para mim.
Tudo começa pela lista do “Um Dia, talvez” que eu deixo no meu celular. Essa lista é a matriz de tudo, é a lista-mãe. É de onde originam todas as outras listas. Eu coloco tudo, TUDO o que eu tenho vontade de fazer, de ler, de ouvir, de ir, etc. Não importa se é um restaurante que eu quero conhecer, um livro que eu quero ler, um sonho que um dia eu quero concretizar, lugares que quero visitar, coisas que quero comprar, hábitos que eu quero cultivar, etc. Não há regras. A única regra é: esvaziar a cabeça e sair listando tudo.
Esta lista é alimentada a todo momento. Se passo em frente de uma loja charmosa que quero voltar depois com meu marido, anoto nesta lista. Se surge a lembrança de que quando criança tinha vontade de correr em uma plantação de girassóis, anoto também nesta lista. Se tem um aplicativo de celular que quero testar, anoto na lista. Não há critério do que colocar, nem de duração, nem de orçamento, coisas fáceis, coisas difíceis de serem concretizadas, coisas caras ou baratas.
Todo dia eu olho para esta lista e vejo o que quero fazer. Alguns itens eu acabo apagando porque percebo que foi só uma empolgação do momento. Então “pesco” algumas tarefas (ou projetos, ou lugares, etc) que estou com mais vontade de fazer. Alguns dos itens são tarefas rápidas, como “comprar escorredor de pratos”. Outros, são projetos longos, como se “alimentar melhor”, “acessar menos notícias”.
E aqui vem o pulo do gato. Quando vou até a minha lista do Um dia, Talvez, eu não pego o item mais fácil de ser resolvido. Eu pego o item que estou com mais vontade de fazer, o que eu acho mais importante para o momento.
No ano passado, eu decidi que queria morar em uma casa com decoração escandinava. Não é uma coisa simples-pronto-já-fiz.
Então eu levei esse item “decoração escandinava” em um bloco de notas (no celular mesmo), e lá, tentei descrever TUDO o que eu achava que precisava ser feito para ter uma sala com decoração escandinava. Só que para eu poder descrever melhor, precisava pegar inspirações em algum lugar. Então a primeira tarefa foi:
- pegar inspirações no Pinterest
Depois de ter acesso a algumas fotos, surgiram outras demandas como:
- almofadas
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- comprar tecido preto e rosa bebê na 25 de março
- comprar enchimento de almofadas na 25 de março
- separar zíper preto e rosa que tenho em casa
- colocar tudo numa sacola e pedir para a mãe costurar
- colocar 2 prateleiras brancas na lateral da mesa de jantar
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- medir o tamanho das prateleiras que preciso
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- 1 prateleira: medida 19 x 60cm para colocar fruteira
- 1 prateleira: medida 10 x 60cm para colocar quadros
- encomendar no marceneiro do bairro
- instalar prateleira com furadeira
- mesa de centro pequena
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- ver se o espaço que tenho na sala comporta uma mesa de centro pequena
- pesquisar na internet se há modelos de centro de mesa de até 40cm de largura
- caixas de brinquedos
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- medir o tamanho disponível embaixo do rack da televisão
- 3 caixas organizadores de madeira pinus com rodízio – ver a medida
- pedir orçamento ao marceneiro
- quadros e pôsteres
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- escolher modelo de pôsteres
- escolher tamanho dos pôsteres
- solicitar impressão dos pôsteres na gráfica
- comprar molduras para os pôsteres
Pronto, já tenho uma lista mastigada que vai me direcionar o que preciso fazer para ter uma decoração escandinava.
Reparou que nesta lista há dois itens (prateleira e caixa organizadora) para solicitar orçamento para o marceneiro? Aí é que entra o poder do planejamento. Por ter feito esse planejamento, não precisei ir 2 vezes ao marceneiro. Posso solicitar de uma vez só o orçamento e é assim que vou ganhando tempo.
Com a lista pronta, no início da semana (geralmente no domingo), pego os itens mais importantes e decido em qual data irei fazer o quê. Por exemplo: se sábado irei na 25 de março, segunda-feira posso escolher os modelos de pôsteres, na terça-feira posso pesquisar sobre os modelos da mesa de centro. Todas essas decisões são colocadas na agenda do celular e o mais importante, cumpridas. Por isso eu coloco em datas espaçadas, para justamente não atolar a agenda e me sentir sufocada.
Quando eu terminar de executar todas as tarefas, possivelmente a minha sala já estará com a decoração escandinava.
E aí eu volto para a minha lista ‘Um dia, Talvez’ para pegar mais uns 2 ou 3 itens para serem feitos a mesma coisa.
É desta forma que se tira sonhos do papel. São sonhos que se transformam em metas. Metas que se transformam em lista de tarefas. Tarefas que se feitas, transformam em sonho concretizado.
Espero ter ajudado,
~ Yuka ~