Permitindo ter autocompaixão

Se há algo que sempre funcionou muito bem para o meu autodesenvolvimento é a leitura de bons livros no momento certo da vida. Os títulos dos livros sempre surgem de todas as formas possíveis em momentos oportunos, sempre quando busco por respostas.
Foi lendo o livro Manual de Mindfulness e Autocompaixão: um guia para construir forças internas e prosperar na arte de ser seu melhor amigo, que eu entendi como sou dura comigo. Lendo um dos capítulos, eu até pensei: “Ai credo, como sou cruel comigo”.
Me considero uma pessoa tranquila e compreensiva com terceiros. Sou uma chefe compreensiva, uma filha compreensiva, mãe, esposa e amiga compreensiva.
Também costumo receber acolhimento de todos os lados, no ambiente de trabalho, no ambiente familiar, dos amigos, inclusive aqui no blog, como muitos de vocês já devem ter percebido.
Apesar de estar envolta em um ambiente aparentemente favorável, não sei ser gentil comigo mesma. A cobrança não é externa, é interna, é autocrítica, sou rígida apenas comigo. Que coisa, não?
Quer um exemplo? Quando estou descansando, fico com dor na consciência de que poderia estar dando atenção para as minhas filhas. Se faço um jantar meia boca por estar cansada, fico pensando que poderia ter caprichado mais na comida. Sempre me cobro achando que eu devo me esforçar mais para ser uma mãe melhor.
O detalhe é que todo esse julgamento é somente meu e para mim, já que ninguém reclama.
Descobrir algo que nos incomoda é importante. Mas reconhecer esse incômodo e fazer esforço para mudar é algo que requer consciência.
Vou dar um exemplo. Muitos sabem que precisam aprender sobre investimento e guardar parte do salário. Sabem… mas é muito difícil mudar algo que já está enraizado na forma de pensar e agir.
Quando nos conscientizamos, entendemos nosso modos operandi, reconhecemos que temos muito o que aprender e evoluir.
Foi assim que eu compreendi o significado da palavra autocompaixão e a importância dela. Entendi que posso acolher minhas fraquezas e abraçar todas as partes de mim, incluindo as negativas. Já entendi, e estou tentando aplicar na minha vida, não é fácil, já que estou no processo de aprendizagem e de me conscientizar.
Como experiências passadas e a forma como fomos criados podem dificultar a autocompaixão, confesso que não será uma tarefa fácil me acolher, a não me julgar, a permitir alguns sentimentos como cansaço, frustração de não poder oferecer mais, deixar de lado o perfeccionismo, sem que meu autojulgamento me assombre.
Que eu permita estar cansada.
Que eu permita descansar.
Que eu permita falhar.
E que eu aprenda a me acolher.
E vocês, conseguem praticar a autocompaixão?
~ Yuka ~
Tenho muita dificuldade, me cobro muito muitas vezes. Estou no momento de entender e lidar com isso.
Já entendi que não sou a mãe que eu acho que deveria ser, mas sou a mãe que posso diante da vida que tenho. Tenho buscado ver o copo cheio e perceber que meu filho está bem e feliz mesmo assim. Se ele está feliz estou no caminho certo.
As vezes há um desvio, e no outro dia eu busco novamente essa auto compaixão.
Se sou capaz de entender e justificar o erro dos outros, também sou capaz de fazer o mesmo por mim. Pra facilitar, busco me ver de fora, como se eu fosse outra pessoa vendo minhas ações.
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Oi Carolzita, estamos juntas então nessa busca pela autocompaixão. Eu, na verdade, não tinha ideia de que eu era tão carrasca comigo mesma. Quem sugeriu o livro Autocompaixão, da Kristin Neff foi a minha médica. Até demorei algum tempo para pegar o livro e começar a ler, mas quando iniciei a leitura, as peças começaram a se encaixar. Ainda estou no processo de aprendizagem, afinal, não é fácil mudar a forma como penso há 40 anos, mas eu já consigo ver melhoras significativas no meu comportamento. Um beijo.
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Olá Yuka!
A vida toda eu sempre me cobrei muito. Em vários setores da vida e em vários níveis. Hoje em dia, na medida do possível, procuro pensar que “feito é melhor que perfeito”.
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Oi Cláudia, com certeza feito é melhor que perfeito. Eu costumava pensar que se é para fazer mal feito, melhor nem começar rsrsrs, mas estou mudando isso em mim, para justamente poder viver de uma forma mais leve. Beijos.
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Oi Yuka,
Eu sou mais gentil comigo mesma atualmente do que já fui. Eu tinha um sentimento de inadequação muito grande. Quando tinha uns 28 anos tive uma crise que me curou um pouco disso. Eu me sentia tão mal mas tão mal que quando saí do buraco parece que deixei esse sentimento lá. Não que agora eu nao me cobre, mas é em outro nível.
Eu cuido muito dos meus limites. As vezes acho que consigo fazer muito mais, mas acabo exausta e brigando com todo mundo. Entao eu me dar tempo também significa eu ser uma pessoa melhor de se conviver, todo mundo sai ganhando.
Beijo, ótima semana! .
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Oi Dani, essa sua frase aqui “Eu cuido muito dos meus limites. As vezes acho que consigo fazer muito mais, mas acabo exausta e brigando com todo mundo. Entao eu me dar tempo também significa eu ser uma pessoa melhor de se conviver, todo mundo sai ganhando.” é justamente o que estou trabalhando em mim atualmente. Uma das coisas que decidi fazer, é que irei, hospedar em um hotel (com banheira ho ho ho) para ficar sozinha de tempos em tempos. Por enquanto, a periodicidade será de 3 em 3 meses, mas pode ser que eu reduza essa periodicidade para 2 em 2 meses, ou até mesmo 1 vez por mês, quem sabe? Resolvi nomear esse dia como o meu Day Spa Retiro Individual rsrs. Confesso que estou bem ansiosa para esse dia chegar, será na semana que vem. Vou até escrever um post sobre esse dia hehehe. Eu entendi que cuidando de mim, tenho condições de cuidar e atender melhor os outros que estão ao meu redor. Beijos.
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Oi! Também me cobro muito… é uma sensação de nunca ser o suficiente…
Tenho tentado melhorar, e um podcast que me ajudou foi o da Regina Giannetti
https://www.autoconscientepodcast.com.br/
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Oi Glaucia, eu também ouço o podcast Autoconsciente, é maravilhoso. Eu anoto em um caderno todos os episódios que gostei muito, para ouvir de novo. Beijos.
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Yuka, lembrei hoje do teu post ouvindo de novo o episódio Culpa do podcast Calcinha Larga. A Vera Iaconelli diz no final, sobre as mães em geral: Eu sugiro que a gente tente não ir dormir brigado com a gente mesmo, fazer as pazes, se você não for tão cruel com você mesma, talvez você não seja tão cruel com os seus filhos, talvez eles aprendam a não ser tão cruéis com eles mesmos… Nesse episódio, que é o primeiro do podcast, pré pandemia ainda, se fala muito da questão da culpa das mães e ela fala também sobre o peso que é para os filhos essa coisa da mãe perfeita. Então vamos ser gentis com a gente mesma. Beijo, Dani
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Oi Dani, eu ouvi esse podcast logo depois que você sugeriu para mim, mas acho que ainda não tinha caído a minha ficha de que eu era tão carrasca comigo mesma. Vou ouvir de novo, nesta fase em que me encontro, talvez eu consiga captar o que não consegui na primeira vez. Beijos e obrigada!
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Eu acho que depois de ser mãe e por todo o que passamos para conseguirmos ser pais por aqui, a autocompaixão ficou como tema para quem tinha tempo, dinheiro e espaço para se perguntar “como você está hoje?”. Agora que as crianças estão um pouco maiores (pouco, he) a gente começa a ver a falta de nos fazermos essas perguntas. Como tudo na vida, é um aprendizado. É sempre mais fácil falar para o outro se amar do que para nós mesmos. Aos poucos. Devagar. A gente vai entendendo de que vai a coisa. Como a vida mesma.
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Oi Bhuvana, exatamente, agora com as crianças um pouco mais independentes (nem tanto ainda rsrs), estou permitindo pensar mais em mim, cuidar mais de mim. Eu olhando para mim hoje, vejo que eu era uma super mulher, mas era muito cansativo também, né? Minha sogra veio nos visitar essa semana, e no primeiro dia que ela veio, eu estava bastante cansada por conta de umas demandas que tive que resolver e por isso já pedi pizza no jantar, em plena segunda-feira. A Yuka de antes, nunca teria feito isso. Teria cozinhado uma comida fresquinha para ela rsrsrs.
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Oi Yuka! Quem é vivo sempre aparece!
Saudades de vir aqui me deleitar com seus posts, mas a vida anda bem agitada por aqui, já que o baby 3 chega em novembro.
Um menino! Não, não foi planejado por nós, mas sim por Deus. Eu havia vendido tudo: carrinho, cadeirinha do carro, banheira, roupas RN, reformado minhas roupas largas… a vida é mesmo engraçada. A mais velha tem 3, a do meio tem 1 ano e meio, não esperava que passaria por tudo de novo mais uma vez!
Apesar do susto, estamos felizes. Finalmente um menininho em casa! Sempre sonhei com família grande, mas jamais imaginava que eu teria 3! Sempre achei loucura quem tinha mais de 2 nesse mundo caótico e caro que vivemos… mas enfim né? A vida também tem desses lances de pagar a língua.
Com o novo membro a bordo, estamos enxugando gastos visando o futuro deles. Estou em processo de mudança de apartamento (por um mais em conta e mais espaçoso, porém com menos tecnologia que temos nesse. Afinal ninguém morre sem uma privada high-tech né? Ou um ofurô inteligente que requenta a água).
Confesso que dói abandonar certos confortos da vida. Mas talvez eu nunca soubesse da existência disso tudo se um dia não tivesse vindo morar do outro lado do mundo.
Sobre seu post: você é a típica japonesa! Já percebeu como os japoneses são exigentes consigo mesmo? O brasileiro parece que se contenta com o “feito é melhor que perfeito”, já o japonês… se não for perfeito, melhor nem fazer! Essa autocobrança justifica bem os números de suicídio do país. É uma busca incansável por excelência. Não basta fazer, tem que ser “o” melhor! Tudo é na base do “Gambatte, você consegue!”. Acho fofo e positivo, mas tenho receios de até onde vai esse esforço e cobrança?
Cresci aqui e nunca aprendi a respeitar meus limites porque sempre fui incentivada a “oferecer mais”. Até hoje me cobro muito em tudo. Mas ao contrário de você, eu espero muito dos outros também. E aí mora o perigo! Ninguém é obrigado a superar minhas expectativas. Confesso que é uma luta diária e muita terapia. Me sinto um trem que sai dos trilhos toda hora. Agora grávida, fico frustrada porque não consigo executar tudo que me proponho. Está além de mim. Direto preciso me lembrar: “você está grávida! Precisa fazer pausas”.
Obrigada por compartilhar coisas tão pessoais nos seus posts, pelo menos a gente não se sente só nessa jornada. Como sempre você me inspira.
Se eu demorar pra aparecer de novo: já sabe! Estou tentando equilibrar os pratinhos sendo mãe de 3 pequenos, sem rede de apoio, do outro lado do mundo. Mas nunca deixo de dar uma passada por aqui pra me refugiar! Beijo beijo!
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Oi Tiemi, tudo bem? Terceiro filho? rsrsrsrs, mulher, admiro você. Às vezes eu ainda penso que se viesse um terceiro filho de surpresa, até que não acharia ruim não. Sobre eu ser uma típica japonesa, sim, eu sou. E essa autoexigência, autocobrança, autocrítica severa, faz mal demais não só para a saúde física, mas para a saúde mental. Não é à toa que alguns japoneses morrem de karoshi, ou se suicidam. Respeitar o limite é algo que estou aprendendo, porque eu não sei qual é o meu limite ao certo. Eu vou fazendo, e quando alcanço a tal da meta, eu aumento a meta, e com o tempo, de tanto aumentar a meta, vai se tornando algo inalcançável, mas mesmo assim, vou alcançando, até que se torna algo insustentável e inatingível. Comentei para uma seguidora que eu ofereci pizza comprada no primeiro dia que minha sogra veio nos visitar essa semana rsrsrs… e que está tudo bem, porque se eu tivesse que ir no supermercado, fazer a janta, lavar a louça toda, iria me dar muito trabalho. Eu iria conseguir fazer? Claro, como sempre consegui. Mas estou aprendendo a respeitar meus limites. Tô orgulhosa de mim rsrsrs. Um super beijo para você e parabéns pela gravidez!!!!
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Yuka, ao ler o texto, constatei o quanto os orientais, em especial os japoneses são altamente exigente (competitivo e impiedoso) consigo pelos valores recebidos dos pais. Aprender a se aceitar, respeitar e acolher envolve se permitir a desaprender as regras que foram impregnadas desde a tenra idade. Comece com calma…Um abraço, Ju.
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Oi Ju, sim, nós temos muito da cultura oriental mesmo. O importante é que a mudança já começou, e sinceramente, não vejo a hora de ver daqui a alguns anos, o quanto evoluímos como pessoa. Beijos.
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