Auto-Conhecimento

A importância de ensinar as crianças a compartilhar

Menino, Nas Costas, Irmãos, Crianças, Bonito, Menina

Acho muito importante uma pessoa ser capaz de compartilhar. Só que o que era natural para a geração dos nossos pais, e (um pouco menos) na nossa geração, compartilhar está ficando cada vez mais raro, pois todo mundo vive isolado no seu mundo, no seu quarto, no seu sonho, no seu universo, girando em volta do próprio umbigo.

Hoje em dia, as crianças são estimuladas desde cedo a não compartilhar. Não compartilham o quarto, não compartilham a cama, não compartilham a roupa, não compartilham a comida, , nem o lanche, muito menos o brinquedo…. e quando crescem, acham natural não compartilhar acontecimentos, sonhos, segredos, dúvidas e medos. Não conseguem tolerar o diferente, pois nunca tiveram que compartilhar nada, não tiveram que aguardar a sua vez, a conviver com as diferenças.

Andando na contramão da maioria dos pais, tenho feito algumas coisas com as minhas filhas.

Elas compartilham o quarto

Sim, fiz questão de morar em um apartamento de 2 dormitórios para que elas fossem obrigadas a compartilhar o quarto.

Elas compartilham a cama

Desde que minha segunda filha nasceu, elas dormem em um colchão de casal. No início, fiz isso por uma questão de facilidade, pois eu precisava amamentar a caçula, sem deixar a mais velha de escanteio. Ter um colchão de casal para elas foi a forma que encontrei de estar em contato com as duas no momento do sono.

Só que depois de quase 3 anos, o colchão ainda continua lá (na verdade, consolidou, já que comprei no mês passado um colchão melhor para elas), com a minha filha com os seus quase 5 anos, e a mais nova com os seus quase 3 anos. Quando uma acorda no meio da noite, é esticando a mão e encontrando a outra irmã dormindo, que encontra a paz e adormece em seguida. Por diversas vezes encontrei as duas dormindo abraçadas, ou de conchinha, ou com a perna em cima da barriga da outra.

Quando perguntei para as duas se cada uma queria ganhar uma cama, a mais velha disse que sim, já a mais nova, disse que queria continuar dormindo junto com a irmã. E não é que a irmã resolveu mudar de ideia para atender o pedido da mais nova e  disse que tudo bem continuar dormindo na mesma cama?

Eu sei que daqui a alguns anos, quando elas se tornarem pré-adolescentes, existe a chance delas não quererem ficar tão perto uma da outra, pelo menos por um tempo. Por isso, quanto mais convívio elas tiverem agora, mais tiverem que dividir, compartilhar, melhor.

Elas compartilham o lanche

Quando vou passear em alguma praça, no SESC ou em algum lugar perto de casa, elas acabam pedindo alguma coisa pra comer. Eu geralmente levo frutas para beliscar, mas às vezes, pedem um sorvete. Quando está perto da hora do almoço, eu até atendo o pedido, mas compro apenas 1 e peço para elas compartilharem. E não faço isso pensando no dinheiro, e sim, na aprendizagem que esse ato traz. Chega a ser engraçado ver a cena das duas compartilhando o sorvete. A mais velha é mais ansiosa, então a boca morde mais vezes, enquanto a caçula é bem tranquila. As duas precisam respeitar o ritmo da outra para que elas tenham as mesmas oportunidades de comer e se sentirem satisfeitas.

Elas compartilham roupas

Outra coisa são as roupas. Elas ganham roupas das filhas das minhas amigas e primas. E com isso, sabem que elas ganharam roupa de alguém da mesma forma que no momento em que a roupa ficar pequena, vai passar para outra criança. É o exercício do desapego.

A caçula muitas vezes quer experimentar vestidos da  irmã, enquanto ela tem vontade de usar novamente algumas roupas que já foram passadas para a caçula. Elas já entenderam que quando uma cede, a outra cede também.

Elas compartilham brinquedos

Os brinquedos que compramos, geralmente não são de uso exclusivo para uma única criança (claro que tem coisas que elas ganham só para elas), então elas precisam brincar juntas, se quiserem se divertir para valer. E se brigam por não querer dividir, eu confisco o brinquedo e as duas ficam sem.

Elas compartilham eletrônicos

Muitas casas têm mais de 1 televisão. Na nossa casa, temos só 1. Na hora de assistir desenhos na Netflix, por conta da diferença de idade, elas querem assistir desenhos diferentes. Já ensinei que é 1 desenho para cada. Às vezes até eu entro na rodada só para elas esperarem um pouco mais. Apesar de ter tablet, eu nunca ligo o tablet quando a televisão está ligada e vice-versa para não criar a cultura de enquanto uma assiste algo, a outra vai jogar no tablet.

E qual tem sido o resultado?

Elas são pequenas, e claro que tudo na sua devida proporção, eu já vejo os benefícios pelas decisões tomadas.

As crianças estão aprendendo cada vez mais a pensar na outra pessoa.

A minha filha mais velha já sabe que tem que dar a mãozinha para a caçula na hora de andar na rua, colocando-a para o lado da calçada. Na hora do banho, por diversas vezes, sem eu precisar falar nada, a mais velha ajuda a tirar a blusa enroscada, dá a mão para a caçula não escorregar na hora de entrar na bacia. Eu e meu marido não estaremos aqui para sempre. Então é uma forma das duas se apoiarem, confiarem uma na outra.

Isso reflete inclusive quando vêem uma criança brincando sozinha na praça, elas chamam para brincar junto, oferecem os brinquedos para brincar junto.

Minha mãe olhando isso, passou a colocar o suco de laranja em apenas uma garrafa, ao invés de 2 garrafinhas, como ela fazia antigamente. Ao chegarem em casa, elas tomam um pouquinho e passa para a outra irmã, sempre pensando que a outra ainda não tomou o suficiente. É muito bonito ver crianças de 2 e 4 anos falarem uma para a outra “toma, pode tomar mais um pouquinho”,  “deixei o restinho pra você tomar tudo”.

Ontem mesmo, dei um pouquinho de granola no pote para cada uma, enquanto eu estava preparando o jantar. A caçula terminou antes e começou a chorar, foi quando a mais velha dividiu a sua granola (que já tinha pouco) no pote da irmã, e elas terminaram de comer felizes.

Com tudo isso, espero que elas compreendam o quanto é essencial saber esperar a vez, compartilhar, serem generosas, terem empatia, para que aprendam a importância de se amarem, apesar das diferenças.

~ Yuka ~

 

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Alimentação: 16 dicas para economizar sem sacrifícios

Uvas, Cacho, Frutas, Exploração, Colheita, Maduro

Como andam seus gastos de alimentação?

Os meus não estão nada baratos, mas é por um motivo justo: introdução dos alimentos orgânicos.

Então aqui vou dar dicas do que tenho feito para economizar na alimentação, sem sacrifícios:

1.) Aproveite talos e cascas para fazer caldo de legumes

Essa eu aprendi com a minha mãe e também com uma chef de cozinha que fazia a mesma coisa para alimentar sua família de forma saudável, sem desperdício.

Sabe aquelas cascas de legumes e verduras que vão para o lixo? No meu caso, eu guardo tudo num pote de sorvete que fica no freezer. Guardo talos de espinafre, de couve-manteiga, de brócolis, cascas de batata, cenoura, alho, cebola, tudo que basicamente iria para o lixo orgânico, eu armazeno no meu pote.

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Quando o pote fica cheio, eu coloco numa panela de pressão cobrindo com água e deixo por uns 20 minutos. Escorro o caldo, espremo bem os vegetais para soltar mais caldo e guardo no congelador em cubos de gelo.

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Agora vem o pulo do gato. Em que situações eu uso?

  • Ao invés de usar água para cozinhar o feijão, uso o caldo.
  • Ao invés de usar água para fazer carne de panela, uso o caldo.
  • Ao invés de acrescentar água para amolecer uma abóbora (ou um brócolis, ou um chuchu) que está sendo refogada, uso o caldo.
  • Ao invés de usar caldo industrializado para fazer um risoto, uso o meu caldo caseiro.
  • Ao invés de usar água para fazer canja, uso o caldo.
  • Ao invés de fazer missoshiru com água, uso o caldo.

Basicamente no lugar de usar água, eu uso o caldo. Assim, mesmo oferecendo uma refeição básica, há diversos legumes e verduras embutidos dentro da minha comida graças ao meu caldo.

Na minha família, raramente ficamos doentes.

2.) Faça um cardápio semanal (no meu caso, de 3 dias)

Eu sempre tive muita preguiça em fazer o cardápio semanal, porque nunca dava certo. Eu comprava os ingredientes, só que ao longo da semana, me perdia toda na organização. No dia que estava planejado o estrogonofe, eu tinha vontade de comer feijoada. No dia que era para eu comer peixe, tinha vontade de comer ovo. Além de não saber lidar com as sobras. E ainda surgia a dúvida, como vou preparar mais comida, se ainda havia sobras na geladeira?

E com isso eu acabei adaptando o meu cardápio semanal para cardápio de 3 dias. E deu certo. Como o período é curto, consigo prever com mais facilidade, e os gastos com alimentação deu uma boa reduzida. Esse cardápio de 3 dias, muitas vezes acaba virando de 4 dias, 5 dias, dependendo da quantidade que comemos.

3.) Aproveite as promoções de produtos não-perecíveis

Na minha casa, não sei o que acontece, mas azeite e manteiga é uma coisa que consumimos bastante. E com isso, quando esses itens entram na promoção, aproveito e faço um estoque que dura meses!

4.) Compre na quantidade certa

Essa dica parece ser bem óbvia, mas não é que é difícil de acertar? Eu tento comprar na quantidade certa que dura uns 3 a 4 dias, por causa do meu cardápio de 3 dias.

5.) Aproveite os ossos para fazer caldo

Sabe aquele osso que você despreza quando limpa o frango? Adivinhem? Vira caldo. Meu freezer está cheio dessas coisas. Outro dia fiz canja de galinha com o caldo de galinha que a minha mãe sempre faz e deixa estocado no meu freezer. Não usei água. Só o caldo de galinha da minha mãe e o meu caldo de legumes. Ficou super saboroso, além de nutritivo

6.) Aproveite o soro que sobra quando fizer iogurte caseiro

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Esse soro (é o whey protein!) tem diversos nutrientes que podem ser aproveitados:

  • uso para deixar os grãos de molho (feijão, grão de bico)
  • uso substituindo o leite pelo soro quando faço bolo, pão
  • quando faço um omelete, coloco 1 colher de sopa para enriquecer
  • purê de batata? Ao invés de usar leite ou creme de leite, uso o soro
  • quando vou empanar um bife, acrescento um pouco deste soro no ovo.

7.) Use o freezer como aliado

Tem alguns pratos que eu gosto de fazer a quantidade dobrada, como o quibe recheado, feijoada.

Também tenho costume de preparar a massa do cookie e congelar em pequenas porções, assim, sempre tenho cookies quentinhos saindo do forno, disponíveis para comer a qualquer momento do dia.

8.) Transforme as sobras usando criatividade

A carne moída de hoje vira recheio de pastel de amanhã. Se ainda sobrar, vira macarrão bolonhesa. Se ainda sobrar, vira recheio de batata assada.

Sobra de molho branco? Acrescento alguns tipos de queijos e vira creme de queijo com pão italiano.

Vinagrete? Vira bruschetta.

Frango assado do domingo sobrou? E dá-lhe arroz de forno com queijo derretido com tomilho.

Pão velho vira torrada doce ou farinha de rosca.

Quando faço patê de ricota, gosto de temperar com sal grosso e chimichurri. Esse patê que sobra vira recheio do tomate recheado. O recheio do tomate (a polpa) eu guardo no congelador para complementar quando faço molho de tomate.

9.) Vai no supermercado? Não esqueça a lista

Leve uma lista, e seja firme para não comprar coisas desnecessárias, mas flexível o suficiente para substituir uma batata por batata-doce quando estiver na promoção.

10.) Não estoque alimentos além do necessário

Não esqueça que estoque é dinheiro parado na despensa. Organize os produtos de acordo com a validade. Os itens que você acabou de comprar, vai para o fundo da despensa.

11.) Frequente feira de rua

Sai bem mais em conta. Eu não frequento mais, porque agora tenho ido nos mercados que vendem produtos orgânicos. Mas na época em que frequentava feira de rua, era uma economia e tanto no orçamento.

12.) Frequente o açougue

É outro lugar que parei de frequentar por começar a consumir carnes orgânicas. Mas açougue é um lugar que o preço é bem mais em conta do que no supermercado.

13.) Não esqueça os cupons

A maioria dos supermercados já dão cupons para fidelizar os seus clientes. Não se esqueça deles no momento da compra. Aproveito também as promoções dos supermercados em compras online. Essa semana mesmo, ganhei um cupom de 30% para efetuar uma compra no Carrefour online, nem preciso dizer que aproveitei para fazer estoque de alguns produtos.

14.) Tenha um limite de gastos na alimentação

Eu só compreendi a importância de ter um limite de gastos há pouco tempo. Entendi que quando não há um limite de valor, é como se fosse um saco sem fundo. Coloque um valor limite para gastar na alimentação e use a criatividade para não ultrapassar o orçamento.

15.) Evite comprar sem necessidade

Sabe aquele salgadinho que você nem ia comprar, mas colocou no seu carrinho de compras, só porque está na promoção? Como diz o Julius:

16.) Tente reproduzir algumas receitas

Foi assim que eu aprendi a cozinhar coisas gostosas. As receitas tendem a ficar muito mais saborosas usando ingredientes de qualidade: manteiga ao invés de margarina, azeite extra-virgem ao invés de óleo, chocolate de verdade ao invés de achocolatado, leite integral ao invés de água e por aí vai.

E pra quem acha que eu faço todas essas delícias, porque eu amo cozinhar…. vai se decepcionar, porque eu nunca gostei de estar na cozinha. Sempre fui uma negação (minha mãe e meu ex-marido podem confirmar). A cozinha não é um lugar onde sinto prazer em estar, mas aprendi que cozinhar é um ato de amor, da mesma forma que lavar o banheiro não é o lugar que meu marido sente prazer em estar kkkk, mas é um ato de amor. Eu entendi que se eu não sei cozinhar, eu posso aprender. Se eu fizer uma comida ruim hoje, posso tentar novamente amanhã. E foi assim, dia após dia, que hoje, posso dizer que cozinho bem.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Downsizing na vida pessoal: enxugue custos e aumente a eficiência

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No mundo corporativo, downsizing nada mais é do que redução de custos e processos visando a eficiência. É racionalizar todas as etapas com o objetivo de construir uma organização eficaz, mantendo os processos o mais enxuto possível. A médio-longo prazo, essa prática traz diversos benefícios como revitalização da empresa, visão sistêmica, redução nos gastos, eficiência nos resultados etc.

Basicamente é encolher para crescer.

Já pensou em fazer um downsizing da sua vida pessoal?

O downsizing pode ser aplicado em qualquer lugar: no seu guarda-roupa (ter menos roupas para ter mais roupas de qualidade), nos eletrônicos (menos eletrônicos, e ter eletrônicos melhores), nas roupas de cama (ter menos conjuntos para ter lençóis melhores), no relacionamento (ao invés de ter vários colegas, ter poucos melhores amigos), nos passeios (ao invés de gastar dinheiro em qualquer lugar, poupar dinheiro para ir à Europa).

Além disso, há um outro fator que todo mundo ignora, quando gastamos o dinheiro sem pensar: o efeito cascata. Vou dar alguns exemplos.

Quando uma pessoa decide morar em um bairro melhor, a pessoa pensa só no imóvel de forma isolada. Mas há um efeito cascata ignorado. Bairros melhores costumam ter produtos e serviços mais caros, desde supermercado, a feira, açougue, lanchonete, cabeleireiro, manicure, escola das crianças, entre centenas de outros serviços e produtos, porque a priori, as pessoas que vivem nesse bairro, possuem um poder de compra maior. O inverso acontece nos bairros populares.

Outro efeito cascata comum é quando decidimos fazer uma pequena reforma no imóvel. A reforma costuma começar num único cômodo, de repente, estamos reformando a casa inteira, e não o suficiente, passamos a trocar todos os eletrodomésticos, os móveis, enxoval da cama, mesa e banho, com o intuito de nos “adequar” ao novo e reformado imóvel.

Quando resolvemos comprar um carro maior e mais caro do que nosso orçamento permite, o que acontece? Acontece que o seguro do carro é mais caro, o IPVA é mais caro, queremos colocar um combustível melhor no carro, não iremos mais querer estacionar na rua, e assim, os gastos tendem a aumentar.

E sabendo de tudo isso, eu pergunto:

Já pensou em morar em uma casa um pouco menor?

Casas menores utilizam lâmpadas com menos watts, consequentemente gastamos menos energia. Casas menores são preenchidas com móveis menores, um sofá de 2 lugares, uma poltrona, uma televisão de menor polegada, mesa com menos lugares, menos cadeiras.

Morar em uma casa menor, significa gastar menos tempo para limpar a casa, usar menos produto de limpeza para limpar superfícies que são menores, demandam menos tempo de limpeza pelo tamanho de eletrodomésticos serem menores, menos janelas, leva menos tempo para limpar.

Casa menor custa mais barato, tanto para comprar, como para alugar, além de ser mais fácil vender, caso queira se desfazer do imóvel para mudar de bairro, mudar de cidade, mudar de país.

Ter um guarda-roupa compacto significa refletir quais roupas terão prioridades na nossa vida, poucos calçados, poucos acessórios, o suficiente para nos sentir feliz.

Viver em um lugar menor significa fazer escolhas. Não podemos ter diversas louças, diversas taças, copos, talheres, panelas. Temos menos espaço para armazenar tralhas. Então, aos poucos, aprendemos a fazer escolhas acertadas, a viver com o que nos agrada, e é aí que mora uma das maiores vantagens de viver em um lugar menor: a possibilidade de viver somente com as coisas que nos agradam.

Viver menor não significa morar com menos.

Se no geral, compraríamos um sofá grande e de qualidade mediana, podemos comprar um sofá menor com qualidade superior. Se geralmente usamos roupas de lojas fast-fashion, podemos passar a comprar roupas de qualidade, com tecidos que tenham caimento melhor no nosso corpo. Se comemos qualquer porcaria na rua, podemos deixar de comer essas coisas e gastar igual ou até menos, comendo alimentos melhores, fazer uma refeição mais saudável.

Fazer uma análise da situação atual, rever metas, redimensionar a vida (antes que seja tarde demais), acaba nos proporcionando uma vida com mais qualidade, com mais liberdade.

Experimente viver com menos, enxugando custos, e aproveite para aumentar a qualidade da sua vida.

~ Yuka ~

Organização

Se você quer ter mais tempo, não faça mais rápido. Faça mais devagar.

Animais, Aves, Pardal, Natureza, Plumagem, Caneta

Sei que o título deste post soa estranho… as pessoas costumam falar exatamente o contrário: “assista vídeos no YouTube na velocidade acelerada”, “faça cursos de leitura dinâmica”, “faça tarefas com mais rapidez”, e se puder, “faça duas coisas ao mesmo tempo”.

Eu já devo ter contado pra vocês, que no meu auge da ansiedade, andava de bicicleta ergométrica, assistia televisão, conversava no celular (com o pescoço torto) e com as mãos livres, simplesmente tricotava para fazer um cachecol para mim… tudo-ao-mesmo-tempo!

Eu era produtiva? Sim. Eu era estressada? Sim.

E com isso, eu aprendi que de nada adianta sermos uma pessoa produtiva, mas estressada e mau-humorada.

Se queremos ter mais tempo de qualidade, devemos focar em 5 coisas:

1.) Desacelerar

Copa, Bebidas, Mãos Segurando, Bebida, Exploração

Se quer desacelerar, devemos pensar devagar, digitar devagar, ler um livro devagar, andar devagar, cozinhar devagar, conversar devagar. Acredite, o mundo desacelera quando nós desaceleramos primeiro. O tempo anda mais rápido ou mais devagar conforme o nosso ritmo.

2.) Fazer uma única coisa por vez

Discussão, Restaurante, Negócios, Loja De Café

Quer ouvir uma música? Ouça só a música. Mas feche os olhos e curta muito.

Vai almoçar? Então almoce prestando atenção no sabor e nas mordidas que está dando.

Vai conversar com o amigo? Preste atenção nele e esqueça o celular.

Fazer uma única coisa por vez é algo extremamente difícil nos dias de hoje. Nós temos o costume de tomar banho pensando na comida que iremos comer. Comemos pensando no filme que queremos assistir. Assistimos o filme pensando no horário que temos que dormir. E assim, vivemos dia após dia, sem estarmos presentes.

3.) Definir prioridades

Porta, Design De Interiores, Entrada, Escolha, Home

E aí surge a grande dúvida:

– Se fizer as coisas mais devagar, teremos menos tempo ainda.

Isso mesmo. Teremos que escolher quais atividades serão as mais importantes para a nossa vida.

A verdade é que não dá para fazer tudo o que a gente quer, não dá para assistir todos os filmes, ler todos os livros, conversar com todos os amigos, ter uma casa impecável todo os dias. É impossível.

Você vai ter que escolher qual filme vai assistir esta semana, qual livro quer ler este mês, decidir com quais amigos irá se encontrar desta vez, qual cômoda irá limpar hoje.

É assim que funciona o poder da escolha.

E escolhendo o que é mais importante na sua vida, você vai entender como desacelerar o tempo, como ser mais produtivo, como fazer tudo (entenda o “tudo” como “apenas” o que é importante) e dar a sensação de que hoje, valeu a pena viver.

Escrevi o post de hoje, porque no A riqueza da vida simples, muitas pessoas perguntaram como eu consigo fazer tantas coisas ao mesmo tempo, sendo que trabalho fora, faço comida todos os dias, sou mãe de 2 crianças pequenas, não tenho diarista, não tenho carro, etc.

Com a correria do dia-a-dia, nos falta tempo. Nos falta disposição, ânimo, energia… comigo também não é diferente.

Praticamente o nosso dia vai embora depois que voltamos do trabalho, também pudera, passamos de 10 a 12 horas fora de casa se contarmos o trajeto de ida e volta ao trabalho.

Prioridade.

Esta palavra é o que dita a regra em casa.

Para fazermos uma determinada atividade, precisamos deixar de executar as outras, porque simplesmente não temos tempo, nem condições físicas, nem mentais para fazer tudo com perfeição.

Se decido que levar as crianças para brincar na rua aos fins-de-semana é uma prioridade para mim, eu não vou poder gastar o dia inteiro fazendo faxina em casa. Isso significa que eu tenho que me virar para parcelar a faxina ao longo da semana. Na segunda-feira talvez eu limpe a sala, na terça-feira o banheiro, e assim por diante.

Se eu quero facilitar a minha faxina, para justamente não precisar contratar alguém para me auxiliar na limpeza, preciso escolher entre ter a sensação gostosa nos pés de ter um tapete em casa ou eliminar o tapete para facilitar a limpeza. Aqueles bibelôs que eu trazia de viagens que pegam mais poeira do que qualquer outra coisa, são itens que não existe mais em casa. Desisti de ter uma cama arrumada ao estilo MMartam por ser simplesmente impossível pra mim. A casa vai se tornando minimalista, e por ter menos coisas, a faxina e a organização se torna mais fácil.

Se eu decido que eu quero tomar o meu café da noite com o meu marido, porque pra mim é importante ter esse nosso tempo de conexão, significa que eu preciso deixar de fazer algo. No caso, eu quase não passo mais roupas. Não passo toalhas, lençol, calças, e a maioria das minhas blusas. E com isso, eu aprendi a escolher roupas que tenham tecidos que não amassam.

Todo dia é dia de escolher o que será prioridade e o que será renunciado.

4.) Mantenha sua rotina simples

Outono, Chá, Queda, Piquenique, Bebida, Orange, Cookies

Nós não precisamos ir a um super parque de diversões para divertir as crianças. Já percebeu que as crianças brincam em qualquer lugar? Leve as crianças para a praça mais perto da sua casa e uma bola. Só isso já será suficiente para elas se entreterem por algumas horas.

A mesma coisa vale para os adultos. Não precisamos ir até a cafeteria badalada, pegar o carro, dirigir até o local, procurar um estacionamento, enfrentar fila… Procure uma boa cafeteria perto da sua casa e aproveite para incentivar o comércio do seu bairro.

5.) Use o seu tempo de forma inteligente

Argila, Plano De Fundo, Bebida, Cozido, Pequeno Almoço

Outra coisa que costumo fazer é criar um “Banco do Tempo” pra mim. Quando faço massa dos cookies, duplico, ou até mesmo triplico a receita e congelo em porções pequenas. O tempo de preparação é o mesmo, só que aí eu passo meses sem precisar fazer a massa, lavar a louça e tudo mais. O único trabalho é o de colocar alguns cookies congelados na assadeira e depois de 15 minutos tenho cookies quentinhos saindo do forno. Talvez muitos de vocês achavam que eu realmente fazia os cookies do zero, mas não. Esse é o segredo para ter cookies sempre fresquinhos para a minha família e para oferecer às visitas. Faço a mesma coisa quando faço feijoada, lasanha, quibe recheado, molho de tomate caseiro. Essas porções de comida me ajudam a alimentar a família, quando por algum motivo algo sai do controle (no meu caso particular, é a preguiça).

Todos os dias, eu tenho o costume de antes de dormir, decidir fazer 1, ou 2 coisas que serão prioridades pra mim no dia seguinte. Pode ser uma comida gostosa, passear, levar o liquidificador para consertar, arrumar o guarda-roupa, enfim, eu decido o que será a prioridade do dia. Desta forma, não me sinto sobrecarregada e ainda fico com sensação de dever cumprido ao terminar a tarefa. Parece pouco, mas termino a semana tendo feito de 10 a 20 coisas importantes. Imagina isso ao longo de um ano? Tem funcionado muito bem. A lista é bem variada e não tem regra nenhuma:

  • agendar dentista + preparar bruschetta com brie e geléia de morango
  • pegar o resultado do exame laboratorial + levar as crianças pra brincar
  • assistir um filme com marido + limpar os azulejos da cozinha
  • chamar a vizinha pra tomar café em casa + separar roupas para doação
  • fazer backup do meu celular + pensar na viagem das férias

Também respeito muito a minha disposição física e mental do dia. O blog Viver Sem Pressa é um grande exemplo disso. Vocês sabiam que há muitos e muitos posts escritos que já estão agendados até maio de 2020? Ou seja, tenho posts que serão publicados semanalmente sem eu fazer nada até maio de 2020. Me permito fazer isso, porque simplesmente tem meses (sim! MESES) que eu não tenho inspiração, ou disposição ou simplesmente tempo para escrever. Então quando estou inspirada, escrevo 10, 20 posts de uma única vez. É isso que permite que o blog tenha posts novos toda semana, sem falta. Não importa se estou com indisposição, se estou sem tempo, se estou viajando, pois o post já está pronto.

Já nos momentos de ócio ou alguma atividade operacional, eu aproveito para fazer duas coisas ao mesmo tempo. Por exemplo, aproveito para ler um bom livro, ler notícias e blogs que gosto no caminho de ida e volta ao trabalho (no metrô). Também ouço (ao invés de assistir) vídeos do YouTube sobre temas de meu interesse enquanto estou cozinhando e lavando louça. E assim, eu consigo fazer com que o meu dia renda um pouco mais.

Dito tudo isso, há uma palavra de peso: consistência. Só faça! Faça o que for possível. Se só é possível arrumar a gaveta no meio do caos da casa inteira, tudo bem. Se na correria toda, você conseguiu preparar uma macarronada simples para a sua família, tudo bem. Se não conseguiu dizer eu te amo para o seu marido, porque simplesmente esqueceu, tudo bem, amanhã você tenta não esquecer. A consistência, a médio-longo prazo, torna-se um hábito, e aí que a magia começa.

Para desacelerar, mantenha sua rotina simples, defina prioridades e busque consistência. Não crie tantas expectativas e permita-se falhar.

~ Yuka ~