Auto-Conhecimento

Turismo e o seu incrível efeito manada

Paris
Fonte

Quando fui para Paris, eu não visitei os principais pontos turísticos, como mandam os sites de guias de turismo.

Eu não entrei no museu do Louvre.

Eu não subi na torre Eiffel.

Não tirei as fotos clássicas, dos ângulos clássicos, dos monumentos clássicos.

Não fui em nenhum restaurante badalado do momento.

Eu não fiz o que todo mundo que visita Paris geralmente faz.

Quando voltei para o Brasil, uma colega de trabalho que sabia que eu tinha ido para lá começou com um bombardeio de perguntas.

E depois de falar “não” para praticamente todos os lugares que ela perguntou se eu tinha visitado, ela perguntou categórica:

– Então pra que você foi pra Paris?

Fui pra Paris pra conhecer a cidade. Cheguei sim a estar de frente pro museu do Louvre e da Torre Eiffel, mas a fila de espera para conseguir entrar eram de 4 horas (em cada uma).

Eu preferi sentar no gramado em frente à torre e fazer um piquenique improvisado, do que ter a obrigação de ficar 8 horas em uma fila só para dizer (para os outros) que fui.

Eu preferi caminhar pelas ruas e conhecer os bairros que não estavam lotados de turistas.

Eu não quis tomar café nas cafeterias famosas, eu quis tomar café naquelas escondidas em becos que só os moradores locais saberiam informar.

A indústria do turismo faz com que todos frequentem os mesmos pontos turísticos, os mesmos restaurantes, as mesmas lojas e querem que a gente faça turismo de 5 dias em 5 países (é só procurar na internet).

Já eu, prefiro conhecer bem uma cidade. Prefiro sentar nos bancos das praças, alugar uma bicicleta, conversar com os moradores, frequentar supermercados do bairro, andar sem rumo pela cidade.

Prefiro reservar casas inteiras, ao invés de quartos de hotéis.

Esse é o meu jeito de viajar de verdade.

~ Yuka ~

Organização

Como decorar apartamento alugado

Eu saí de casa aos 17 anos para fazer faculdade em outra cidade, e desde então, o que eu mais fiz foi morar de aluguel. Eu até cheguei a comprar um apartamento há alguns anos, mas por uma questão de facilidade, vendi e voltei a morar de aluguel.

Na época das minhas idas e vindas de inquilina, eu cometi muitos erros. Procurava dicas pela internet, mas era tudo sempre a mesma coisa: coloque tapete, pinte a parede, etc.

Por isso hoje eu resolvi compartilhar as minhas dicas para decorar um apartamento alugado:

1.) A principal regra: tente alugar (se possível) um apartamento que tenha o básico do básico reformado

box
Fonte: Pinterest

Se conseguir alugar um apartamento com um piso ajeitado, cozinha e banheiro com azulejos brancos ou claros, o seu apartamento vai ser bem bonitinho mesmo sem gastar tanto dinheiro.

Eu já tentei ajeitar apartamentos antigos que tem o piso colorido, azulejos e armários antigos, banheiros com cerâmica azul-bebê e vou te falar… é difícil.

Por isso, mesmo que demore para encontrar uma casa que valha a pena o custo e o benefício, alugue um apartamento que tenha o básico do básico reformado. Isso vai fazer toda a diferença.

2.) Saiba qual estilo te agrada mais

Há pessoas que possuem dom para decoração. Misturam cores, texturas, tendências e fica a coisa mais linda. Eu não fui beneficiada por esse dom.

Por isso se você não quer gastar dinheiro à toa, defina o estilo de decoração que mais gosta antes de começar a decorar. Há decoração provençal, escandinavo, industrial, boho, minimalista, retrô, etc.

industrial
Estilo industrial. Fonte: Pinterest
boho
Estilo boho. Fonte: Pinterest
Provençal
Estilo provençal. Fonte: Pinterest
Rústico
Estilo rústico. Fonte: Pinterest
Escandinavo
Estilo escandinavo. Fonte: Pinterest

Eu uso o Pinterest para buscar inspirações e salvo em pastas separadas por cômodos. Foi assim que descobri que gostava de decoração escandinava com toque industrial.

3.) Saiba que há algumas benfeitorias que valem a pena tirar do próprio bolso

A regra para alugar um apartamento é que na devolução do imóvel, ele tem que estar nas mesmas condições de quando você alugou.

Sabendo disso, sinta-se à vontade para pintar as paredes, faça furos nas paredes (não no azulejo) para instalar prateleiras. E na hora de fazer a devolução do imóvel, retire todas as prateleiras, arrume os furinhos e pinte as paredes.

Se pretende morar por muito tempo, muitas vezes vale a pena instalar um box no banheiro com o próprio dinheiro, mesmo que o proprietário não concorde em pagar (mas que concorde em instalar)? Alguns gastos são bem-vindos principalmente para garantir o nosso conforto. É preciso avaliar cada situação. Eu mesma estou fazendo isso no apartamento que estou morando. Pedi para trocar os armários de cozinha que já estavam antigos por novos, sem custo adicional à proprietária, e com a condição de que deixarei para ela se um dia saísse do imóvel. Ela topou. É um investimento que valerá a pena para mim,

4.) Não invista em móveis planejados

Não invista em móveis planejados. Procure na internet móveis que tenham tamanhos aproximados do espaço que você tem. Já consegui encaixar em alguns espaços da casa, armários prontos comprados pela internet. Os móveis comprados pela internet são bem mais baratos, então meça tudo antes.

5.) Invista no conforto

sofa

Traduzindo: invista no sofá, no chuveiro e na cama. São itens que valem cada centavo, pois passamos muito tempo utilizando.

6.) Compre móveis de tamanho padrão, linhas básicas e atemporais

Sabe aquela cama king? Aquela geladeira que parece um guarda-roupa? Ou um fogão de 6 bocas? Cuidado na hora de comprar móveis e eletrodomésticos de tamanho maior. Há muitas pessoas que perdem ótimas oportunidades de morar em imóveis bacanas por causa do tamanho dos móveis.

7.) Móveis compactos com design

móvel compacto
Fonte: Pinterest

Claro que não dá para trocar todos os móveis da sua casa a cada mudança de endereço. Por isso, aposte em móveis compactos com design. Usando a criatividade, cria-se espaços novos. Uma mesa lateral pode se tornar o cantinho do café e pufes escondidos viram cadeiras ou mesas de apoio na hora de receber visitas.

8.) Quadros na parede fazem a diferença

quadros
Fonte: Pinterest

Sim. Quadros fazem a diferença na decoração. Os pôsteres podem ser comprados em lojas ou até mesmo impressos em gráfica (o que sai bem mais em conta). Não se preocupe com os furos dos pregos, no final do contrato, você terá que pintar as paredes ao fazer a entrega do imóvel, então aproveite para decorar sua casa do seu jeito.

9.) Abuse das prateleiras

Prateleiras
Fonte: Pinterest

As prateleiras definitivamente são as amigas dos inquilinos. Quer coisa mais prática do que prateleiras? É possível colocar em qualquer cômodo: na sala, na cozinha, no quarto, no banheiro, na lavanderia.

10.) Tenha plantas

plantas
Fonte: Pinterest

As plantas dão um tom aconchegante ao lar. Dê preferência aos naturais, mas se não tiver jeito, vá de artificiais mesmo.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

A decisão de não ser mãe: preconceito e pressão social

não ser mãe

O post de hoje vai falar especificamente de mulheres, porque são as que mais sofrem pressão social para terem filhos.

Eu tenho 36 anos, e a maioria dos que estão a minha volta também têm essa idade, entre 30 a 40 anos. Para muitas mulheres, é um período crucial por causa do relógio biológico, mas para algumas, esse período não possui relação nenhuma com a vontade de ser mãe.

Eu tenho amigas que são mães, porque sempre quiseram ter filhos.

Também tenho amigas que estão ansiosas para serem mães.

Tenho amigas que tentaram engravidar, mas por diversos motivos não conseguiram.

Tem as que tiveram filhos por um descuido.

Há aquelas que geraram de forma independente.

Também há as que fizeram a adoção. Abriram o coração primeiro e tiveram os filhos do coração.

Há aquelas que mesmo sem vontade, têm filhos, só para não serem julgadas.

E finalmente, as que optaram em não terem filhos.

Acredito eu, que as que optaram em não terem filhos e as que não conseguiram engravidar, são as mais julgadas pela sociedade.

Dentre todas as opções, a mais triste, são aquelas pessoas que não tem vontade em serem mães, no fundo sabem que não querem um filho, mas terão, apenas por obrigação social. São aquelas pessoas que irão gerar filhos só para serem aceitas pelas sociedade.

Quando uma mulher decide que não quer ter um filho, é uma decisão que deve ser respeitada. É o direito de cada pessoa decidir o que é melhor para a vida dela.

Essa é uma decisão muito importante e delicada a ser tomada. Nem toda mulher nasce para ser mãe. Nem toda mulher quer ser mãe. E isso definitivamente não significa ser egoísta, ou fria, ou narcisista, ou individualista, ou precipitada. É uma decisão única, e com um profundo respeito à vida.

Digo respeito à vida, porque há pessoas que tem filhos e em nenhum momento pensaram na responsabilidade que isso traz. São filhos que possuem os cuidados terceirizados, o amor terceirizado.

Eu mesma, não tinha vontade de ser mãe antes de conhecer o meu marido. A vontade de ser mãe veio com o amor que sinto por ele. Houve um momento da nossa vida que estávamos muito felizes, mas sentíamos que faltava algo. Demorou para reconhecermos que esse algo, era um filho. Meu marido também nunca teve vontade de ser pai. Então quando decidimos que queríamos gerar um filho, foi uma decisão muito consciente e bonita.

Quando eu namorava meu marido, sempre perguntavam: “você vai casar quando?”. Depois a pergunta se transformou em: “quando vão ter filhos?”. Depois que tive a minha primeira filha, a pergunta virou: “e o segundo filho, quando vem?”. Atualmente as pessoas perguntam se vamos tentar ter um menino, já que tivemos duas meninas. E eu tenho certeza que se eu engravidasse pela terceira vez, as mesmas pessoas que estão me encorajando atualmente para ter um terceiro filho, me olhariam torto dizendo que é um exagero ter três filhos.

Por aí dá para perceber que as pessoas SEMPRE irão nos cobrar por algo. Então, já que vão cobrar de qualquer jeito, a melhor maneira é seguir o nosso coração, fazer o que o nosso coração manda. Quer ter filhos? Ótimo! Não quer ter filhos? Ótimo também!

A liberdade de escolha de ser mãe é uma conquista.

A liberdade de escolha de não ser mãe, também.

~ Yuka ~

Minimalismo

A linha tênue entre ostentação e satisfação

Ostentação e satisfaçãoExiste uma linha muito, muito tênue onde caminhamos diariamente.

Essa linha é como se fosse um divisor entre a ostentação satisfação.

De um lado da linha, a ostentação.

Do outro lado, a necessidade atendida.

É muito fácil identificar se estamos caminhando no lado da ostentação.

Basicamente, são 2 perguntas cruciais:

  • Estou comprando para a minha satisfação ou para os outros?
  • Vou ter 100% de aproveitamento do produto/serviço?

A primeira pergunta é importante para avaliar se algo está sendo feito para mostrar para os outros. Aquele carro que você quer é para tentar provar para os outros que você é uma pessoa bem-sucedida? Aquela foto que você está tirando é para você guardar na sua memória ou para mostrar aos outros o quanto você parece ser feliz nas redes sociais? Aquela viagem nacional ou internacional que você pretende fazer, você permaneceria com os planos se não pudesse contar para ninguém?

A segunda pergunta mostra se estamos comprando produtos ou contratando serviços além do necessário. Aquele fogão de 6 bocas que você tem, você realmente usa 6 panelas simultaneamente na hora de cozinhar, ou serve apenas para deixar algumas panelas encostadas? Aqueles sapatos abarrotados na sapateira são usados com frequência, ou você usa sempre os mesmos sapatos? Aquele plano anual de academia que você pagou está valendo a pena, ou você vai só algumas vezes e já está quase desistindo?

Esses dias, em uma roda de conversa, surgiu o assunto de que eu moro em um bairro bom, então supostamente, sou ‘rica’. Ao mesmo tempo, sou ‘pobre’ por não ter um carro e usar transporte público.

Eu só fiz a seguinte pergunta para eles:

– Supondo que as duas opções dessem o mesmo gasto, qual você preferiria: a.) morar perto do trabalho e não ter carro; b.) morar longe do trabalho e ter carro.

Eu escolhi morar perto do trabalho. Essa opção não traz status, mas traz qualidade de vida.

Toda vez que eu e meu marido compramos algo, sempre fazemos essa pergunta. É necessidade ou ostentação? Eu não decidi viver com menos. Eu decidi viver com o suficiente.

Quando se aprende a avaliar, aprende-se a consumir de forma adequada.

É quando sentimos aquela sensação da suficiência, de estarmos satisfeitos com o que já possuímos.

As pessoas que não sabem ainda reconhecer esse sentimento de suficiência, possuem dificuldades para entender quando digo ‘não’ para brindes, quando digo que não estou precisando de nada no momento, quando digo que minhas filhas já possuem roupas ou brinquedos suficientes.

Não gasto (à toa) por ter a consciência de que aquilo não é necessário.

É estar satisfeita de que o que as pessoas julgam como pouco, é o suficiente para mim.

~ Yuka ~

Minimalismo

O ato de fazer “regifting”

regifting

Durante muitos anos eu costumava usar roupas que não combinavam, bolsas que não gostava, sapatos que machucavam, decorações em casa que não ornavam, simplesmente por um único motivo: porque havia ganhado de presente.

Depois do minimalismo, o sentimento de não querer conviver com aquilo que não traz significado para mim aumentou. E passei a não ter dor na consciência em descartar ou passar adiante itens que não tinham nada a ver comigo.

Eu deixei de usar roupas desconfortáveis, sapatos apertados, shampoos e sabonetes de hotéis, amostras grátis, brindes etc.

E parei de ficar sem graça em repassar presentes que ganho para outras pessoas. Eu agradeço muito, de coração, presentes que recebo. Mas já não me sinto mal de repassar o presente para outra pessoa.

Meu marido falou que há um episódio no seriado Seinfeld que fala justamente sobre essa prática: o regifting.

Quando conheço a loja, até faço a troca por uma coisa que estou precisando. Quando não dá para trocar, repasso para alguém que está precisando.

E desde então, fazer regifit se tornou uma prática comum aqui em casa.

~ Yuka ~