Minimalismo

Aprecie as coisas simples da vida

Eu tenho um objeto em casa, que eu nem sei se tem nome.

Comprei há 9 anos em uma das lojas do bairro da Liberdade, em São Paulo, e que uso praticamente todos os dias.

É um batedor de leite, um mini-mixer.

Há tempos penso sobre esse assunto, e hoje, resolvi escrever sobre essa pequena felicidade que sinto ao preparar o meu café.

É só um café com leite normal, mas ao fazer espuminha no leite, sinto a sensação de que foi preparado com amor.

Eu esquento o leite, ligo o “mini-batedor” dentro da caneca para fazer a espuma e depois acrescento o café.

Sabe quando você está cansada, quer sentar e tomar um bom café com leite? Essa espuma branca, fofinha, que gruda nos lábios, faz toda a diferença pra mim.

Eu sinto prazer e aconchego.

É um momento gostoso que eu e meu marido temos para desacelerar, curtir a companhia do outro, mesmo que seja por poucos minutos antes de dormir. Aliás, essa é a vantagem de quem não perde o sono mesmo tomando uma canecona de café à meia-noite.

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Aqui, o leite já morno com o mini-mixer, mini-batedor, seja lá qual for o nome.
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É só colocar e deixar ligado por uns 30 segundos.
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Meu leite com espuminha… nham nham nham…
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Aqui, já com café. Geralmente fica mais escuro, acho que coloquei pouco café desta vez. Os chocolates ganhei de uma amiga.

Se tiver um tempo, pare para avaliar quais são os seus pequenos prazeres, as pequenas alegrias, as pequenas conquistas…

Busque a consciência de que a verdadeira felicidade se esconde nas pequenas coisas da vida.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

O escravo moderno pagador de contas

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Há pesquisas que comprovam que quando acordamos, temos o que denominamos de “tanque de decisões”. Conforme tomamos decisões, esse tanque vai se esvaziando. Que roupa usar hoje? O que comer no café da manhã? Que horas sair de casa para ir ao trabalho? Quais são as minhas prioridades do dia? Etc.

Depois de inúmeras decisões tomadas ao longo do dia, quando chegamos em casa à noite, já estamos com o tanque quase vazio. É quando a nossa energia vital fica baixa, estamos cansados física e mentalmente. Nesse momento, muitos de nós, com a intenção de descansar um pouco, assistimos televisão, o YouTube, o Instagram… E a sutil lavagem cerebral se inicia.

Vemos o mundo colorido das celebridades. Mesmo sabendo que aquela vida perfeita foi totalmente editada, começamos a achar a nossa vida monótona. Aliás, é tão monótona que começamos a consumir o que as celebridades consomem, quem sabe ficamos um pouco mais parecidas com elas?

Assistimos de camarote às diversas propagandas camufladas (ou explícitas…) incentivando o consumismo ao extremo. Assistimos também as tragédias do mundo inteiro, pois não basta mais mostrar apenas as tragédias de um único país.

Toda essa visão de mundo nos provoca ansiedade e medo. E trabalhamos cada vez mais com o intuito de amenizar a ansiedade e o medo que são gerados diariamente.

O trabalho nada mais é do que uma troca. Você vende seu tempo em troca de dinheiro. Se trabalhamos o mês inteiro em troca do tempo, e não conseguimos poupar nada, significa que gastamos todo o nosso tempo. Já quando o dinheiro sobra, temos a possibilidade de recomprar o nosso tempo.

O salário é a moeda de troca para desistimos dos nossos sonhos.

Acabamos nos tornando um escravo pagador de contas.

Pagamos um financiamento caríssimo achando que estamos fazendo um ótimo negócio, sem nem ao menos saber quanto de juros estamos pagando todo os meses. Ou até sabemos, mas ficamos ao lado dos bancos, típico comportamento de síndrome de Estocolmo.

Cada vez mais o salário vai sendo comprometido com algum boleto bancário. Parcelas do financiamento do apartamento, do carro, da escola, do convênio médico, assinatura da internet, do celular, TV a cabo… Ou seja, largar o emprego, nem pensar.

E assim, o uniforme do escravo moderno vai se tornando a camisa social com uma gravata que aperta cada vez mais o pescoço.

Mesmo em situações descritas acima, a maioria não sabe quanto recebe de salário, muito menos quanto gasta. Não tem interesse em estudar sobre investimentos. Prefere ficar na ignorância, pois assim, não precisa alterar a própria rotina.

Vive um mês após o outro, rezando para que nada de errado aconteça. E quando surge um imprevisto, parcela as dívidas, já que não possui reserva financeira.

Espera-se o mês inteiro para receber o salário, e no dia do pagamento, todo o dinheiro vai embora nos boletos bancários… Resta esperar por mais 1 mês inteiro para receber o próximo salário e continuar fazendo a mesma coisa, mês após mês, ano após ano.

Somos ou não somos um escravo moderno pagador de contas?

“A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão.” Aldous Huxley

~ Yuka ~

Do It Yourself

DIY de Ovo de Páscoa e seus preços abusivos

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Semana retrasada a leitora Andrea perguntou se eu estava pensando em escrever um post sobre os preços abusivos dos ovos de Páscoa. Não, não estava.

Mas depois que ela comentou que o Kinder Ovo estava custando os inacreditáveis 700 reais o quilo, eu quase caí da cadeira. Sim, um ovo de chocolate que pesa apenas 100g sendo vendido por R$68,00.

Eu não estava acompanhando os preços dos ovos de Páscoa, porque desde o início do ano já tinha decidido que eu mesma iria produzir os ovos para a família. Pensei nisso por 2 motivos: a diversão de incluir as minhas filhas na preparação dos chocolates e também por causa do preço, que geralmente é muito mais caro só por causa do formato.

Eu costumo frequentar uma loja chamada Central do Sabor, que fica bem perto do metrô da Luz, aqui em São Paulo. É uma loja bem completa de doces, vende desde produtos descartáveis, chocolates de ótima qualidade, massa para preparar sorvete, itens de festa etc. Pra mim, é uma diversão passear nessa loja.

Eu aproveitei que estava precisando passar na loja para comprar gotas de chocolate forneáveis, e comprei os itens para fazer os meus ovos de Páscoa.

Para este ano, eu decidi fazer mini ovinhos de chocolate e embrulhar individualmente em papel colorido, já que a minha filha mais nova ainda faz muita lambança com o chocolate. A minha esperança é que com os ovinhos ela faça menos sujeira na hora de comer.

Fiz 3 tipos de ovos: meio-amargo, chocolate ao leite, e crocante.

É difícil dizer quanto custou fazer cada kit do ovo, já que a intenção inicial não era postar aqui no blog. Então infelizmente não tenho o valor exato, mas não acredito que eu tenha gastado mais que R$10,00 a R$15,00 para fazer cada ovo, já que as formas eu poderei usar no ano que vem, e ainda sobrou muito, muito chocolate. Fiz ainda para a minha família e para alguns amigos.

Eu tenho muito prazer em fazer este tipo de atividades. Em períodos de festas, como a festa-junina, compro barbante e papel de seda para fazer bandeiras coloridas. Às vezes, tenho a impressão de que comprar pronto sairia muito mais barato, mas neste caso, não faço com a intenção de economizar, e sim, para me divertir com as crianças.

Com os ovos foi a mesma coisa. Elas não vêem a hora de chegar a Páscoa para comer o chocolate que elas mesmas prepararam. Elas já comeram uma parte, mas os ovos que estão embrulhados, ficarão para a Páscoa mesmo.

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~ Yuka ~

 

 

Dinheiro, IF e FIRE

Diferença entre o minimalismo e o movimento FIRE

Como vocês sabem, eu acompanho poucos sites, blogs e canais do YouTube. Primeiro, porque não tenho tempo para acompanhar todo mundo, e segundo, porque dou foco na qualidade do conteúdo publicado.

Um destes sites que acompanho, entrou em contato comigo e não fico sabendo que ele também gosta do meu trabalho? Que dia feliz!!!

E com isso gostaria de prestigiar o trabalho do SapienLivre.com indicando uma leitura de um de seus posts: “Diferença entre o minimalismo e o movimento FIRE”. Para quem tiver interesse, depois de terminar de ler o post, clique aqui para conhecer o site.

DIFERENÇA ENTRE O MINIMALISMO E O MOVIMENTO FIRE

“Onde foi que eu me perdi tanto de mim que, agora, nesse exato momento…”

Esta frase da escritora Clarice Lispector descreve bem como todos nós já nos sentimos em algum momento ou ainda estamos nos sentindo agora mesmo.

Todo mundo em algum momento já se sentiu perdido na vida. No sentimento de não pertencimento… sabe? Eu particularmente já me questionei e continuo me questionando quase todos os dias.

Neste sentido costumamos responder a esses questionamentos de diferentes formas, coisas do tipo:

  • Buscamos compensar a nossa frustração consumindo coisas que não precisamos, se endividando e caindo em um buraco ainda maior;
  • Procurar alternativas para a vida de consumo e algumas se encontram no minimalismo, tentando viver com menos coisas para dar espaço maior para as relações humanas;
  • Busca trabalhar duro e fazer grande esforço por um período determinado de tempo para tentar alcançar a independência financeira e se aposentar por volta dos 40 ou 30 anos ( Movimento FIRE).

Diferença entre o minimalismo e o movimento FIRE

Bom, fácil de concluir que o materialismo não faz ninguém feliz. Nossa geração, de modo geral,  nunca foi tão rica e também tão infeliz.

Então entre as alternativas que temos eu costumo chamar de contra cultura, o Minimalismo e o Movimento FIRE.

O que é Minimalismo

Usando as palavras dos The Minimalist,  Minimalismo é:

“O minimalismo é uma ferramenta para se livrar do excesso da vida em favor de se concentrar no que é importante – para que você possa encontrar felicidade, realização e liberdade”.

Em outras palavras é a busca de reduzir excessos para liberar espaço e tempo para as relações humanas.

E o Movimento FIRE

O FIRE é abreviação das palavras em inglês Financially Independent, Retiring Early. Este movimento ainda pouco conhecido no Brasil, representam as pessoas que buscam a Independência Financeira e Aposentadoria Precoce ( eu prefiro falar antecipada).

Imagine poder se aposentar aos 40, alguns ainda aos 30 anos. Em uma sociedade que vem discutindo aposentadoria tradicional cada vez mais tarde, parece uma realidade impossível mas a fórmula é simples e aplicável.

A ideia é ganhar o máximo que puder, poupar entre 30% a 70% da renda. Fazer investimentos com qualidade e depois de uns 10, 15 anos viver de renda e curtir a vida.

Deixar de trabalhar neste momento passa a ser uma opção já que o dinheiro deixa de ser o fator determinante.

Qual destes é a melhor escolha para você

Se pararmos para observar estes dois movimentos são de certa forma parecidos. Todos eles buscam uma alternativa para o modelo atual de sociedade. No sentido de dar menor importância as coisas e maior liberdade para fazer escolhas.

Os FIREs trabalham mais a questão financeira reinvestindo seus ganhos, para assim ter maior liberdade de escolhas quando alcançar a independência financeira; viajar pelo mundo; viver sua paixão, mesmo que ela não remunere de forma adequada.

Os Minimalistas trabalham a limpeza geral de excessos na vida, seja de coisas materiais como também no sentido de ter uma vida menos estressante. Seja morando em uma casa menor ou controlando seus próprios desejos para diferenciar o que realmente é necessário.

Obvio que para cada uma destas estratégias existem vantagens e desvantagens. Qual destas você se identifica mais?

Eu particularmente acredito que não preciso escolher entre um ou outro. Por que não aproveitar o melhor do dois movimentos?

Afinal de contas eles se complementam. É totalmente possível ser um FIRE e também minimalista, mesmo porque não existe uma definição exata para um ou para o outro.

Temos uma péssima mania de querer rotular as pessoas de ou jeito ou de outro. O que realmente importa é saber o que te faz feliz e buscar viver de acordo com seus próprios valores.

No meu entendimento aproveitar o melhor que cada uma destas filosofias tem à oferecer é o melhor caminho. O que não fizer sentido para você descarte, simples assim.

Entre um e outro, quem disse que não é possível escolher os dois e criar um só seu?

Artigo original em: https://sapienlivre.com/minimalismo-e-movimento-fire