Gastar ou poupar? O Coast FIRE pode ser a sua solução

A conversa sobre não postergar sonhos anda rendendo.
Nos posts anteriores, escrevi sobre a importância de reconhecer que não somos eternos e como alguns momentos são mais importantes do que outros (post Quantos anos você tem pela frente).
Depois escrevi um post sobre uma dúvida que muitos têm, Quanto comprometer da renda para realizar sonhos?, compartilhando como eu pretendo utilizar melhor meu tempo e dinheiro após este período pós-pandemia.
Gastar dinheiro parece ser algo contraditório para quem está na jornada FIRE (Financial Independence, Retire Early), já que a intenção de quem quer ser FIRE é poupar o máximo do salário para se aposentar cedo.
Bill Perkins, autor do livro Die With Zero fala que alguns sonhos têm data de validade e recomenda que criemos um “Bucket List” (algo como uma lista de tudo o que queremos fazer antes de morrer), só que em blocos de tempo, no caso, de 5 anos.
Foi a grande oportunidade para resgatar a minha lista chamada “Um dia, Talvez”. Nesta lista, eu coloco tudo o que quero fazer um dia, todos os sonhos possíveis (e os meio impossíveis também).
Achei interessante que ao distribuir os itens dessa minha lista em cada balde, saí da condição “eu farei um dia” e entrei na condição “farei quando tiver entre 40 a 44 anos”, ou “quando tiver entre 45 a 49 anos”, e assim, um sonho que até então era abstrato, começa a tomar forma.
Criei um balde para cada bloco de 5 anos até os meus 80 anos (é a expectativa da minha vida, segundo a tábua da vida do IBGE):

Só nesse exercício, eu já fiquei surpresa como tenho poucos baldes… se eu tiver a sorte de viver até os 80 anos e com saúde, eu tenho 8 baldes.
Como eu tenho marido e filhas, achei legal colocar a idade dos integrantes da minha família também:

Tendo “apenas” 8 baldes e agora sabendo a idade de todos os membros da família, fui colocando tudo o que constava na minha lista do “Um dia, Talvez”.
E ao fazer a distribuição de cada sonho nos baldes, tive a certeza de que alguns dos meus sonhos precisam ser realizados com uma certa rapidez.
Por exemplo, há resorts que tem muita coisa legal para as crianças pequenas brincarem. Estes resorts, foram colocados como prioridade no primeiro balde quando minhas filhas ainda terão entre 5 até 11 anos de idade.
Alguns parques temáticos e museus, também têm data de validade para elas alcançarem o que podemos chamar de “topo da alegria”, ou até mesmo “a melhor idade para ir”.
Há também algumas viagens específicas que precisamos fazer no momento certo. Meu marido quer subir algumas montanhas, não vamos conseguir fazer isso com 70 anos de idade.
Também pretendo fazer uma viagem para o Japão com minha mãe. Ela está esperando as netas crescerem um pouco mais para poder aproveitar a viagem, e o mais importante, para elas se lembrarem dessa viagem. Tenho que colocar esta viagem no balde certo, pois na mesma velocidade que minhas filhas crescem, minha mãe envelhece.
Já se eu quisesse fazer um Cruzeiro, poderia colocar em um dos últimos baldes, pois sei que é uma viagem tranquila para terceira idade.
Veja como é importante fazer certas coisas no momento certo.
Há coisas que eu fiz e que foi muito divertido, coisas que talvez eu não fizesse mais hoje, como participar de uma corrida fantasiada de Wally… sim, eu quis pagar esse mico e ainda arrastei o marido junto.

Por outro lado, tem um tipo de viagem que eu acho que já perdi o bonde. Eu sempre falei que queria viajar de trailer, mas conforme vou ficando velha, estou ficando medrosa. Eu tenho medo do trailer quebrar no meio da estrada, tenho medo de dormir em lugares abertos, sentiria falta de tomar um banho quente no meu chuveiro, coisas que se eu fosse 10 anos mais nova, eu não pensaria duas vezes em me aventurar. Hoje eu tenho medo até de insetos… Quando vou para parques e praças com as minhas filhas, fico olhando excessivamente a grama pra ver se não tem cocô de cachorro, se não tem aranhas, se não tem um formigueiro por perto…. quando eu era mais nova, eu não ligava pra essas coisas, eu até deitava no chão da calçada.
Claro que pra fazer a maioria das coisas, precisamos de dinheiro. Mas também dá pra fazer muitas coisas com pouco dinheiro, desde que a pessoa não se importe com luxos.
Quando falo em experiências, cada família possui uma condição financeira diferente. O que é muito para mim pode ser pouco para a outra família e vice-versa.
Aqui neste post Como curtir uma viagem e economizar ao mesmo tempo, eu dei um exemplo de uma viagem em família econômica. É um resort? Não. É um hotel 5 estrelas? Claro que não. Mas para quem estava com 2 crianças pequenas (na época 2 e 4 anos) e queria descansar um pouco, o hotel atendeu muitíssimo bem. Um hotel com todas as refeições inclusas, piscina, uma área para as crianças brincarem, e comida muito boa.
Na época (foi em 2019) eu paguei R$739 por 3 noites para toda família. Significa que a diária para o casal saiu R$246,33, ou seja, R$123,16 por pessoa (com café da manhã, almoço e jantar inclusos). Além de tudo, as crianças não pagaram, entraram como cortesia.
Só estou querendo dizer que há espaço para vários orçamentos. Há viagens mais econômicas, viagens de lazer que podem ser barateadas em troca de trabalho, há até pessoas que estão dispostas a hospedarem viajantes do mundo inteiro em troca de boas histórias.
Por isso cada pessoa deve avaliar o próprio orçamento, analisar em que fase da vida está, se é o momento certo para gastar, ver o que é possível fazer e de que forma.
O importante é não deixar passar alguns sonhos, pois muitos deles têm data de validade.
Não podemos nos iludir achando que a vida só vai começar depois que atingirmos FIRE. Quem tem mais idade já sabe, quanto mais a idade avança, mais difícil se torna a tarefa de encontrar bons amigos. Quanto mais tarde começarmos a fazer exercícios físicos, mais o nosso corpo sente. Quanto mais tarde resolvermos nos alimentar bem, lá na frente pode ser tarde demais, pode ser que já estejamos doentes.
Quem está percorrendo a jornada FIRE precisa tomar muito cuidado para não exagerar no Poupar (postergar sonhos, deixar para viver só depois que alcançar FIRE), nem exagerar no Gastar (pensar apenas no presente e esquecer do futuro).
Tá, então qual seria a solução?
O Coast FIRE pode ser a sua solução.
Por definição, Coast FIRE significa juntar dinheiro suficiente no início da jornada para não precisar mais se preocupar com a independência financeira na data da sua aposentadoria. Com o montante inicial, o patrimônio ficará adormecido durante décadas, e com a ajuda do tempo e juros compostos, poderá alcançar a curva íngreme dos juros compostos até o ponto de chegar na independência financeira.
Pode ser que não consiga ser FIRE (no caso, aposentar cedo), mas saber que terá uma aposentadoria digna é um grande alívio.
Apenas para mostrar a diferença entre um e outro:
- Ser um FIRE significa que você não precisa ter um trabalho para viver, pois pode viver com o rendimento dos investimentos.
- Ser um Coast FIRE, significa que você precisa cobrir suas despesas atuais, mas não precisa se preocupar com a sua aposentadoria.
“Coast FIRE é o ponto de inflexão matemático em que o dinheiro que você investiu é suficiente para crescer a uma quantia suficiente para a aposentadoria sem exigir contribuições adicionais.” Fire the Family
Ou seja, desde que você consiga acumular um valor razoável, poderá parar de poupar (ou poupar menos) e começar a usar boa parte do seu salário para diversões. Claro que é preciso ainda pensar em como pagar as contas do mês, mas não precisará se preocupar com a aposentadoria lá na frente.
Para quem não quer perder o timing de fazer as coisas que tem vontade de fazer, o Coast FIRE pode ser a solução.
~ Yuka ~
Amei demais os últimos textos… Me fez refletir bastante. Eu às vezes penso em coisas simples que tenho vontade e tento encaixar no dia a dia, tipo: ir na padaria tal e escolher o prato que mais quero, ir na praia tal, pescar… E é totalmente verdade o quanto a gente vai ficando mais medrosa, principalmente depois que temos filhos. Hj tenho medos absurdos que antes nem me passavam pela cabeça. BEIJOS 💋
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Oi Rosana, eu sou outra pessoa depois que tive minhas filhas, estou sempre atenta, sempre preocupada com a segurança delas, e principalmente a minha. Viajar de motorhome eu acho que não vou fazer mais, mas hospedar em um motorhome, quem sabe rs. Beijos.
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Acredito que faz muito sentindo, especialmente para quem precisa de grandes montantes para o FIRE. Imagino a pessoa trabalhando muito, sem tempo e sem disposição para muita coisa, e ainda com a visão constante de economizar todo o possível, tendo uma vida não muito satisfatória, o que pode até adoecer, e ter que usar o tempo FIRE somente para se recuperar. Ou simplesmente a pessoa envelhecer e não ter a vontade de aproveitar o tempo e a liberdade. Eu já vi diversas pessoas que estavam ansiosas para se “aposentar e aproveitar” e quando isso finalmente aconteceu a grande felicidade que elas estavam esperando não aconteceu. Algumas até parecem mais infelizes do que antes.
Uma boa semana para vc, Yuka!
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“Eu já vi diversas pessoas que estavam ansiosas para se “aposentar e aproveitar” e quando isso finalmente aconteceu a grande felicidade que elas estavam esperando não aconteceu. ”
Isso acontece porque a maioria das pessoas, incluindo até mesmo eu ou quem sabe você não temos atividades que preencham o tempo de maneira satisfatório durante um longo período de tempo fora do trabalho.
Já vi casos de pessoas que saíram de seus empregos e depois de algum tempo voltaram na empresa que trabalhavam para tentar trabalhar lá novamente.
Principalmente quem trabalha como funcionário desde cedo em funções que exigem que você esteja sempre produzindo ou que é dono de sua empresa e viva aquele cotidiano de trabalho de forma integral é bem difícil criar uma nova vida e uma nova visão de vida após muitos anos nessa rotina.
A pessoa passa horas no trabalho, mais o tempo de deslocamento, mais cursos focados no desenvolvimento dentro de sua profissão, (em alguns casos: happy houurs e outros eventos sociais)… Tem gente que forma amizades ou pseudo amizades no trabalho, casa com pessoas que conheceu no trabalho, tem amantes no trabalho, fora o stutaus que alguns empregos e profissões garantem.
É fácil abrir mão de tudo isso? Pra muita gente não. A vida da pessoa vira seu trabalho e essas pessoas tem poucos motivos para se sentir tão “útil” ou inclusa em outros locais.
Mas veja, Independência financeira é pra te trazer liberdade de escolha. Se seu emprego não traz mais ou mesmo nunca trouxa satisfação e você deseja mudar, tirar um ano sabático e isso não vai te “falir”. Porque não?
Nesse período de desemprego podem surgir novas idéias, novos desejos, você pode descobrir talentos ou aptidões que não sabia que tinha. Independência financeira é muito mais que a simples aposentadoria no sentido de não fazer mais nada ou ter apenas atividades de lazer.
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Olá Anon, concordo com seu comentário, muitos de nós (incluindo eu), trabalhamos tantas horas por dia, que mal temos tempo para pensar “afinal, o que gosto de fazer?”. É uma pergunta que faço constantemente, e é estranho perceber que muitas vezes ainda não descobrimos o que amamos fazer, é um processo de auto-conhecimento. E a independência financeira é isso que você escreveu, é trazer liberdade de escolha. Se quer continuar no trabalho, continue; se quer sair, saia; se quer diminuir a carga horária, tudo bem e só de não ter aquela pressão do trabalho, de saber que está lá por opção já traz uma leveza no dia-a-dia. É poder trabalhar em algo que gosta recebendo 20% do salário antigo, ou até mesmo trabalhar de graça. É a liberdade de escolha. Beijos.
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Oi Diana, eu tenho uma opinião de que se a pessoa não consegue se divertir hoje, não conseguirá se divertir no futuro. Se a pessoa não está feliz hoje, não será no futuro. Se o casamento não está bom hoje, não estará melhor no futuro. Porque o futuro nada mais é do que uma continuação do presente. São pequenos tijolinhos que vamos pavimentando todos os dias. Por isso digo que a felicidade não pode ser postergada, e vejo algumas pessoas apostando todas as fichas no FIRE, que depois que atingir a tal meta, tudo irá mudar, não sei se realmente muda, pode ser que sim, mas pode ser que não. Um beijo.
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maravilhoso esse dois últimos posts, exatamente assim , tem que ter equilíbrio para não gastar demais ou poupar demais, vamos fazer uma viagem em 2022 para comemorarmos 15 anos da nossa filha, estamos planejando a vários anos, memórias afetivas vão ser geradas.BJSSS AMIGA LINDA, UMA SEMANA ABENÇOADA PARA VCS.
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Oi Lindadrika, viagens assim, planejadas, é muito gostoso, porque a fase do planejamento também faz parte da viagem. Com certeza vocês irão lembrar por muitos e muitos anos, o autor do livro Die With Zero fala que são “dividendos de memórias”. Beijos.
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Subarashii Yuka, sempre acertando meu timing. Posso talvez dizer que atualmente estou nessa fase de Coast FIRE, porque já juntei algo decente e não pretendo mexer nele por muito, é a segurança da aposentadoria, mas também não tenho planos de ir aportando algo, meu plano é usufruir do meu salário no momento e ter a devida “diversão”!!
Sobre a validade dos sonhos, extremamente certeira de novo, comecei meu mochilão e um dos motivos de eu ter “pressa” é pq acho que com 40 anos não teria a mesma disposição que tenho hoje, qnt mais o tempo passa menos a nossa vontade de aventureiro se espalha e mais medrosos ficamos, então fiquei entre continuar a jornada FIRE ou aproveitar a idade atual, acabei decidindo pela última.
=D
Abçs
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Oi Thiago, e olha, ao ler esse livro (ainda não terminei rs) eu lembro de você muitas vezes, porque a cada página que leio, tenho certeza que você está certo em fazer esse mochilão. Veja eu, com 39 anos, tenho as minhas obrigações familiares, hoje tenho minhas frescuras (que antes eu não tinha, juro!), e antes eu não tinha nada disso, tudo era pura diversão, eu pegava carona, sentava no chão de terra, não ligava em compartilhar banheiro, abraçava os bezerrinhos bem fedidos, passava frio, calor, lugar cheio de pernilongo, e pra mim tudo era perfeito. Fiz muita coisa na idade certa. Agora estou em outra fase. Então vá fazer esse mochilão, isso te trará tantas e tantas experiências que voltará rico (em dividendos de memórias, como diz o autor do livro). Beijos!
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Esse posto me fez refletir muito. Meus pais sempre me falam do sonho de viajar em família com os netos, nunca havia pensado na questão do tempo e da idade e dos prazos de validade para os sonhos. Vou buscar a minha lista e começar a organizar meus baldes! Muito maravilhosa ideia
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Oi Rose, vá organizar seus baldes, veja qual a idade ideal dos seus pais viajarem com os netos e planeje a viagem. Desde que comecei a ler este livro, tenho feito esta lição de casa todos os dias. Já que estamos em pandemia e não estou saindo, é uma forma de manter os sonhos vivos. Meu marido se animou e começou a procurar uma escola para aprender a tocar baixo para quando a pandemia passar. Há tempos que ele fala isso, e nunca foi atrás, agora estamos indo atrás dos nossos sonhos, antes que seja tarde demais. Beijos.
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Olá Yuka, leio com muito interesse o seu blog e mais recentemente outros sobre gestão financeira e objetivo FIRE. Estou a meio dos 40 e o meu percurso e objetivos são diferentes. Mas sempre que leio jovens casais com esse objetivo FIRE penso que eles nem imaginam o quanto ainda vão gastar com os filhos à medida que eles vão crescendo. Então esses objetivos de poupança que às vezes leio parecem-me muito difíceis. Os meus filhos têm 15 e 16 anos, em criança usaram muita roupa 2mão e só recebiam (poucos) brinquedos nos anos e natal. Mas mesmo assim tem livros e material escolar, médico, dentista, natação, futebol, inglês, explicação, festas dos colegas, etc. E agora já estou pensando na universidade.
Outra questão que tem mais que ver com o post de hoje: ainda bem que eu brinquei e saí tanto com eles porque agora só querem sair com os amigos. Temos de nos lembrar que mesmo nos reformando aos 40 eles já passaram as fases em que são mais chegados a nós. E em relação aos nossos pais, meu pai morreu aos 48 então eu também fiz algumas viagens com a minha mãe e ela nos acompanhou em viagens com o meu marido e filhos. Agora ela ainda gosta de passear e ir de férias mas já não podem ser coisas muito puxadas.
Então, poupar e preparar o futuro sim, mas viver e aproveitar a nossa idade e a nossa família porque o tempo não fica suspenso à espera que nós atinjamos o FIRE.
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Oi Catarina, exatamente, e alguns momentos são mais valiosos do que os outros. Não dá para brincar com filhos, beijar e abraçar quando eles já cresceram, eles podem até aceitar os nossos carinhos, mas irão preferir ficar com os amigos. Já enquanto as crianças são pequenas, o que eles mais querem é a nossa presença. Estou numa fase que elas sempre estão no cômodo onde estou. Se estou cozinhando, elas querem brincar na cozinha. Se estou no quarto, trazem todos os brinquedos no quarto. Se tento descansar deitando na rede, já aparece as duas saindo correndo para vir para cima de mim rsrs. Eu sei que daqui a alguns anos o interesse delas por mim irá diminuir muito. Então eu aproveito para dar uns agarrões nelas, dar bastante beijo e abraço. Caminhar a jornada FIRE é legal, eu estou e vejo muitos benefícios, mas não pode estar acima de tudo, é preciso equilíbrio. Beijos.
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Que bom! Esse carinho elas vão lembrar sempre. Continue partilhando a sua jornada, tenho aprendido muito. Beijos
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Muito legal, me peguei passando por um estresse terrível pensando sobre esse assunto alguns dias atrás, é uma forma de ver o FIRE bem interessante, obrigado!
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Oi Anon, sim, dependendo do salário que recebe e do estilo de vida que leva, a jornada FIRE pode ser muito estressante, pois será necessário abdicar boa parte do salário. Uma pessoa poupar 70% de um salário de 15.000, 20.000 é uma coisa. Outra coisa é a pessoa poupar recebendo 1 salário mínimo, ou um pouco mais (que é a realidade da maioria dos brasileiros). E isso se agrava se temos uma família, com crianças tendo as necessidades próprias da idade. Pensando de uma forma bem simplista, se tiver R$200.000 investidos e deixar esse dinheiro trabalhando sozinhos sem aportes por um período de 30 anos a uma taxa de 10% anual, no final de 30 anos, terá um patrimônio de quase 3 milhões e meio de reais. Claro que não será um FIRE, aposentando jovem com 30, 40, 50 anos. Mas poderá muito bem complementar a aposentadoria do INSS com esse patrimônio. Foram apenas 200 mil investidos e quase 3 milhões e 300 mil de juros compostos recebidos. Nada mal. Beijos.
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Oi Yuka, bom dia
Eu sou fascinado com suas postagens, pois você transcreve nossos sentimentos atuais em maravilhosos textos.
Ainda estou na jornada FIRE, continuo aportando e controlando minhas despesas. Com esses controles que não são rígidos, são até bem flexíveis, me deram a opção de tirar o pé do acelerador e apreciar mais a paisagem. Faço viagens com a senhora VAR e com o pequeno VAR, compro pequenos mimos e muitas vezes fico ao lado deles brincando e conversando. Equilíbrio é um dos meus termos preferidos.
Considero essa uma das maravilhas dessa jornada, poder aproveitar esses pequenos e prazerosos momentos com nossos entes queridos. Sinto-me bem mais leve e confiante para continuar trilhando até o final dessa jornada.
Abraços,
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Oi VAR, tudo bem? Apreciar a paisagem é algo muito importante que muitos de nós, FIREs ou não, estamos esquecendo de apreciar. A gente tende a desejar que a semana acabe logo para chegar o fim de semana. Depois queremos que o mês acabe logo para chegar o dia do pagamento. Depois queremos que chegue logo as férias, pra podermos descansar um pouco. E aí, quando a gente percebe, as crianças já estão saindo de casa, às vezes o cônjuge já faleceu, os amigos ficaram para trás, nossas mãos cheios de rugas… Eu li uma frase hoje que falava assim: “de depois em depois, a gente perde o agora”. Eu acho a jornada FIRE algo maravilhoso. A cada ano que passa, o sentimento de tranquilidade aumenta, e isso só foi possível graças à jornada FIRE, foi uma das descobertas mais importantes da minha vida. Um beijo pra você!
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Ótima reflexão
parabéns
Te coloquei no meu blogroll
abs
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Olá, obrigada Anon. Qual é o seu blog? Beijos.
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Este e o anterior posts foram fantásticos. Eu tenho gravado o post sobre o tempo que nos resta numa das abas do computador. Cada tanto me pego relendo-o pois cada vez que abro o Pinterest para pegar alguma atividade, me encontro com outro monte de Pinterest(s) guardados que queria fazer com meus filhos mas já estão grandes para isso. E ai me lembro do seu post e o releio. Aqui a coisa de organizar as finanças está se tornando séria pois a situação é preocupante mas não quero ficar só nisso, na preocupação constante. Eu quero aproveitar o tempo, comigo, com meus filhos, minha família. Não sabia o que era o Coast Fire e acho que poderia me encaixar aqui. Vou explorar mais isso. Ah! Comecei a escrever no blog do André como convidada (Muna); vi que deixou seu comentário por aí. Foi por vc que comecei esta jornada e por seu blog tomei a decisão de entrar em contato com André (a quem também conheci por vc) para deixar registradas as conquistas e fracassos nesta viagem. E ele muito amavelmente me cedeu um espaço. Um abraço!
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Oi Bhuvana, o Coast FIRE é maravilhoso e confesso que é algo que passou batido por mim. O Coast FIRE pode muito bem ser conciliado para pessoas que já possuem uma família, pois tentar ser FIRE solteiro é uma coisa, tentar ser FIRE em família já aumenta o nível de complexidade. Li alguns relatos em blogs estrangeiros de que muitos não se encaixavam no conceito FIRE (por ser muito puxado, por ter uma realidade diferente de quem está nesta jornada), mas ao descobrir sobre Coast FIRE, tudo passou a fazer mais sentido. Agora, sobre o blog André, não acredito que a Muna é você rsrsrs. Eu li seu post e gostei tanto, um post tão sincero e bem escrito, fiquei muito feliz em saber que é você. Vou comentar sempre que você postar algo rsrs. Beijos.
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Oi Yuka, eu achei engraçado a foto da fantasia de Wally rsrsr
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Oi Stifler, agora imagina eu e o marido andando no metrô de São Paulo de Wally? No início, aquela vergonha alheia, né? Porque só dava eu e o meu marido (e tínhamos que ir de metrô, porque não temos carro). Mas conforme nos aproximávamos do local da corrida, cada Wally que aparecia no caminho, era motivo de risada. Até que chegamos no local da corrida e a vista era algo surreal, praticamente um livro de ilustrações, mas ao vivo do famoso Onde está o Wally? kkkkk
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Esse post e o post anterior me marcaram muito! Refleti bastante sobre isso nas últimas semanas e cheguei a conclusão que eu poupo demais e estou me privando de muitas coisas que poderia fazer para melhorar minha qualidade de vida. Chego a poupar 70% do meu salário por mês. Fiz uma conta e cheguei à conclusão que se eu parasse de ter qualquer salário poderia viver do meu patrimônio por 10 anos sem fazer nada, então para que tanto desespero em guardar tanto? Comecei a ter medo de virar aquele avô rico que é alvo da ganância dos filhos e netos. E quando eu morrer cheio de dinheiro, milionário, meus herdeiros debocharem da minha vida enquanto gastam toda a herança com “bebidas e mulheres”. Agora estou me organizando para poupar menos, para ter um fundo tio patinhas como o Sr.365 ou algo assim. Uma porcentagem para que eu faça coisas que eu goste ou melhore a qualidade de vida da minha família. Posso continuar garantindo minha aposentadoria com uma porcentagem menor de economia e gastar mais, com segurança. Pq gastar tudo lá na frente enquanto eu estiver velho, se posso gastar um pouco hoje? Talvez eu aposente mais tarde mas aproveite mais a jornada.
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Oi Afonso, essa sua reflexão é exatamente a mesma que a minha. Você já tem um belo de um patrimônio, deixe ele crescer por si só. Mesmo sem grandes aportes, ele já irá crescer com o fator tempo e juros compostos. Se fizer os cálculos em alguma calculadora de juros compostos, verá que todo esse seu esforço não foi em vão. Entendo que a parte mais difícil você já fez, que é ter um bom montante para que os juros compostos pudessem trabalhar a seu favor. Agora nesta nova fase, ao invés de poupar 70% do salário, pode pensar em poupar talvez uns 30 a 50%, já dará um belo de um respiro na sua qualidade de vida. A sua aposentadoria já está garantida (daqui a 10 anos, 15 anos, seu patrimônio atual crescerá mesmo sem aporte nenhum), então agora é viver bem hoje, gastar parte do seu salário com as coisas que traz felicidade, gastar dinheiro com as pessoas que ama, e tentar tornar o seu dia-a-dia mais prazeroso. A jornada FIRE é uma jornada longa, precisamos nos divertir mais, principalmente se o trabalho não for algo tão insuportável assim. Beijos.
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