Minimalismo

Destralhar é um processo contínuo

Eu já havia feito um destralhe de coisas sem uso na minha casa há alguns anos.

E lembro muito bem que quando fiz esse destralhe, havia objetos que apesar de não ter utilidade, eu não conseguia desapegar. 

Passados alguns meses, quando o mesmo objeto passou pela minha mão de novo, percebi que era algo que não era mais necessário para mim, e tendo essa consciência, consegui me desapegar com muita facilidade.

O que era importante para mim há 1 ano, pode não ser mais hoje. Se eu sei que aquilo que estou prestes a desfazer ainda me traz apego, permaneço com ele, e depois de algumas semanas, ou meses, consigo me desapegar, porque tenho a certeza de que não terá mais utilidade para mim.

Da mesma forma que cortar gastos deve ser um monitoramento contínuo, eu entendi que o destralhe permanente e constante também é tão importante quanto, pois itens que eu já gostei muito, pode se tornar itens em desuso.

Isso acontece, porque coisas entram e coisas saem, a casa tem vida e nós estamos em constante mudança.

É preciso administrar e avaliar de forma contínua se um determinado item que num período foi tão importante, continua com o seu valor para permanecer na nossa vida.

Final de ano é sempre um período bom para fazer esse destralhe, renovando as energias da casa. Quem tiver com ânimo, recomendo muito.

Aproveito para agradecer mais um ano de companhia, das leituras semanais e comentários que só agregam.

Gostaria de desejar um Feliz Natal e um 2022 próspero para todos vocês.

Nos encontramos no ano que vem.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Já pensou em comprar tempo (e não coisas)?

comprar tempo

Esse post terá duas abordagens.

A primeira é comprar tempo hoje, neste exato momento.

E a outra é comprar tempo no futuro.

1.) Como comprar tempo HOJE:

Já é consenso que todos nós queremos ter mais tempo. E há diversas formas de comprar tempo, principalmente nas tarefas que podemos terceirizar. Claro que para isso, precisamos colocar a mão no bolso em alguns casos, mas em outros casos, só é necessário organizar melhor o tempo.

Ter comidas prontas

Aqui, pode-se comprar comidas prontas, ou até mesmo se planejar para ter sempre comida pronta no congelador, que é o meu caso. Se faço uma feijoada, congelo diversas porções. Se faço molho de tomate, também divido e congelo as porções. É uma alternativa muito viável para quem quer otimizar o tempo.

Quando faço massa dos cookies, duplico, ou até mesmo triplico a receita e congelo. O tempo da preparação é o mesmo, só que aí eu passo meses sem precisar fazer a massa, lavar a louça e tudo mais. Coloco alguns cookies congelados na assadeira e depois de 15 minutos tenho cookies quentinhos saindo do forno. Faço a mesma coisa quando faço lasanha, quibe recheado, pastel, etc. Essas porções de comida me ajudam a alimentar a família, quando por algum motivo algo sai do controle (que no caso, é a preguiça).

Pagar frete

Há lojas que oferecem a opção de buscar o produto comprado na loja física para ter o frete zerado. Como eu entendo que meu tempo é dinheiro, eu prefiro pagar o frete e ter a comodidade do produto ser entregue na porta de casa.

Ter alguém para limpar a casa

Eu não contrato ninguém para limpar a minha casa, porque não me sinto confortável de ter uma terceira pessoa entrando em casa, mas para quem não tem isso, acho muito legal não ter que limpar embaixo do fogão, em cima da geladeira, lavar as janelas, tirar poeira dos quadros etc.

Delivery de produtos alimentícios

Hoje, já podemos comprar itens do supermercado pela internet. Temos também produtores que entregam verduras, legumes e frutas semanalmente no conforto da nossa casa.

Fazer algo quando está inspirado

Eu já entendi que quando não estou a fim, não adianta eu ficar sentada na frente do computador por horas que eu não consigo escrever nada para este blog. Mas quando estou inspirada, consigo escrever vários textos de uma única vez.

Da mesma forma, acho bacana tentar internalizar isso para as outras áreas da vida.

Eu faço isso na cozinha. Tem semanas que eu passo na maior preguiça, sem vontade de fazer nada, aí de repente vem aquela vontade e eu aproveito para cozinhar bastante coisa e congelar tudo.

Foi a forma que encontrei para respeitar a minha vontade e o meu tempo.

2.) Como comprar tempo para o FUTURO:

Essa parte é a que mais gosto, e faço isso sempre.

Toda vez que eu invisto parte do meu salário em investimentos à longo prazo, eu tenho consciência de que estou comprando meu tempo do futuro. É esse dinheiro que somado com o poder dos juros compostos, vai permitir comprar a minha liberdade, sem que eu precise trabalhar por dinheiro.

Tenho essa consciência todos os dias, e é isso que me faz esforçar e fazer escolhas inteligentes no meu dia-a-dia. Ao invés de comprar roupas sem precisar, trocar o celular que ainda está funcionando, eu prefiro comprar bons investimentos. Para os mais entendidos, eu compro ativos, ao invés de passivos.

Como a gente não vive de vento, claro que precisamos consumir. Mas quando faço isso, gosto de fazer uma avaliação minuciosa no momento da compra e reflito se aquilo que estou prestes a comprar tem o valor que julgo importante para entrar na minha casa.

Muitas vezes, se é uma roupa para ir ao trabalho, prefiro não gastar tanto dinheiro. Aliás, é surpreendente como podemos nos vestir bem, sem torrar pequenas fortunas.

Vou dar um exemplo pessoal. Eu antes usava sapato de marcas mais caras. Eram sapatos que custavam 300, 500 reais. Mas comecei a perceber que esses sapatos além de serem caros, não duravam muito no meu pé (no máximo, 1 ano). Ou seja, para o meu pé, era muito caro, pouco durável e caro. Passei a comprar sapatos de outra marca que custa em torno de 100 a 150 reais que me atende muito bem. Ou seja, tem o mesmo estilo, o mesmo conforto, mas com preço menor. E é toda essa avaliação no momento de gastar que eu entendo que é “gastar dinheiro de forma inteligente”. Se o sapato mais barato é tão bonito quanto, e durar o mesmo tempo que os sapatos mais caros, vale o custo-benefício.

Quando faço essas análises, sinto que dou valor não só ao meu dinheiro, mas no tempo que eu demorei trabalhando para conquistar esse dinheiro, afinal, tempo é o nosso maior patrimônio.

~ Yuka ~

Minimalismo

Os 5 gastos mais úteis do ano de 2021

Continuando com a tradição que comecei em 2019, listo quais foram os 5 gastos mais úteis no ano de 2021.

Fazer essa avaliação anual tem sido interessante, pois tenho a oportunidade de rever os gastos que tive ao longo do ano, permitindo assim, que as minhas compras sejam cada vez mais conscientes e acertadas.

  • carro
  • plano de saúde
  • gastos com Felicidade
  • álbum de fotos
  • sessões de fonoaudiólogo

Carro

Em agosto deste ano, eu finalmente decidi comprar um carro.

Não comprei quando casei, não comprei quando tive minha primeira filha, não comprei quando minha segunda filha nasceu, mas comprei este ano, por causa da pandemia.

Faz 4 meses que eu estou com o carro, e posso dizer: como é bom ter um carro. Eu reconheço todas as vantagens de não ter um carro, mas também reconheço as vantagens de ter um carro.

O carro trouxe bem mais mobilidade, maaaas… não posso negar que os gastos também aumentaram, não só pelos custos associados (estacionamento, seguro, produtos para limpar o carro, minha primeira multa…), mas também pela facilidade na locomoção.

Por exemplo, se antes eu fazia compras controladas no supermercado, pois depois eu teria a missão de voltar para casa carregando todas as compras no braço; com o carro, esse problema não existe mais. Ou seja, compro o que eu quiser e volto para casa carregada, o que faz com que eu volte algumas vezes com menos dinheiro no bolso.

Plano de saúde

Eu finalmente me encontrei num plano de saúde, depois de muita busca e procura incessante.

Durante muitos anos, tive a Unimed Paulistana, da qual gostava muito, mas faliu e fui obrigada a migrar de plano quando estava grávida.

Me orientaram para que eu migrasse para o Bradesco Saúde, e escolher o plano empresarial que era mais barato.

Só depois de um tempo que eu descobri onde estava a pegadinha. Além de eu ter que criar um CNPJ fake, o plano que iniciava com valores mais baixos, rapidamente eram reajustados de forma abusiva, com reajustes anuais de 21%, depois 47%, 22% e 30%, enquanto meu salário continuava com reajuste anual de 0%. Ficou claro que seria uma questão de tempo eu continuar nele. Os planos empresariais não são protegidos pela Agência Nacional da Saúde (ANS), ou seja, eu só tinha 2 opções: pagar sem reclamar ou sair do plano.

Também descobri que quando fazíamos algum procedimento caro, o valor da mensalidade era reajustado proporcionalmente. Mais tarde, a consultora do plano de saúde me explicou que quando temos um plano empresarial, eles fazem uma média do quanto essa “empresa” gastou para fazer o reajuste anual.

Outra coisa é que há uma cláusula nos planos empresariais que ambos podem reincidir o contrato a qualquer momento, ou seja, se eu tiver alguma doença com tratamento caro, será que eles poderiam me desligar do plano? Preocupante…

Em apenas alguns anos, o valor que começou relativamente baixo, se tornou impossível de pagar.

Depois migrei para o Grupo NotreDame Intermédica, plano empresarial, mas eu continuava incomodada demais em ter um CNPJ sem ter uma empresa. Então decidi migrar temporariamente para um plano que é chamado de adesão do próprio Grupo NotreDame, mas que também não era protegido pela ANS. Me livrei do CNPJ, mas continuava com os reajustes abusivos.

Para se ter uma ideia do que estou falando, em 2020, ano que iniciou a pandemia, meu plano adesão teve reajuste de 17% (e meu salário ainda com 0% de reajuste), enquanto os planos individuais e familiares tiveram percentual de reajuste negativo de -8,19%, já que a ANS entendeu que por conta da pandemia, houve queda nas despesas assistenciais. Isso mesmo, os planos de saúde do grupo individual e familiar foram obrigados a reduzir o valor da mensalidade, enquanto eu tive que pagar um reajuste de 17%.

Outro problema da NotreDame era que eu simplesmente não conseguia marcar médicos. Que raio de plano de saúde é esse que a gente tem dificuldade de marcar consulta com especialistas? Me sentia uma bola de pingue-pongue, indo de um lado para o outro.

Quando começou a pandemia, comecei a sentir medo, porque não sabia para onde iria, caso precisasse de algo emergencial.

Resolvi testar o QSaúde, um plano de saúde novo. Até disse para o marido, “ruim por ruim, vamos testar um outro plano de saúde”, e não é que eu gostei? Até o momento, só tenho elogios. O plano tem atendido muito bem a nossa família, tem um conceito bem similar ao plano de saúde Alice, que é ter um médico da família.

Estou sendo muito bem cuidada pelos médicos, e nunca me senti tão satisfeita e feliz em pagar por algo.

Gastos com Felicidade

Desde que li o livro “Die With Zero“, eu abri uma categoria nova nos meus gastos, e nomeei como “Gastos com Felicidade”. Nesta categoria, entra tudo o que pode trazer boas memórias, lembranças e momentos felizes para mim e para a família, desde passeios, viagens, incluindo mimos para as crianças.

É muito gratificante ver os gastos desta categoria crescer, pois significa que estamos vivendo o presente, tendo ótimas experiências em família.

Álbum de fotos

Este ano, consegui colocar em prática algo que me incomodava há muito tempo.

Quando eu era criança, eu adorava ver o álbum de fotos da minha família. Sentava na sala e passava horas folheando as fotos.

As fotos se tornaram digitais e depois que comecei a ter a minha própria casa, eu não tinha mais nenhum álbum, mas isso era algo que ainda não me incomodava, porque eu sempre tive acesso à pasta das fotos que ficava dentro de algum computador, ou em algum HD externo.

Até que minhas filhas nasceram.

Obviamente, elas não têm acesso ao meu computador, ou seja, não conseguem ver as fotos. E isso era algo que me incomodava, pois sempre lembrava de como era gostoso ser criança e folhear as fotos da família.

Então este ano, eu consegui imprimir alguns álbuns. Montei e imprimi o primeiro ano de cada uma das minhas filhas, imprimi também o álbum do meu casamento.

A minha ideia é ter um álbum novo todos os anos. No fim de ano, pretendo sentar com a minha família para escolhermos de forma democrática quais as melhores fotos para entrar no álbum do ano que está para terminar. De quebra, será um momento único, de ter gratidão e lembrar como foi o nosso ano.

Este item já estava na lista do ano passado e vai permanecer este ano. É o tratamento fonoaudiólogo da minha filha mais nova, e posso dizer que está sendo maravilhoso a evolução da fala dela.

Estes foram os meus 5 gastos mais importantes do ano.

Para quem tiver curiosidade, segue a lista dos anos anteriores:

Os 5 gastos mais úteis do ano de 2020

Os 5 gastos mais úteis do ano de 2019

~ Yuka ~