Auto-Conhecimento · Minimalismo

Como focar na Era da Distração

Alimentos, Bebidas, Pessoas, Adulto, Sozinho, Café

Vivemos em um mundo estranho, onde normalizamos situações completamente absurdas…

Achamos normal mexer no celular enquanto se dirige um carro. Andar de bicicleta e mexer no celular ao mesmo tempo. Um encontro com os amigos, e pessoas conversam sem olhar nos olhos, digitando e conversando, tudo ao mesmo tempo. Não é raro estar em um restaurante e ver a família inteira, pai, mãe e 2 filhos, todos com um celular/tablet nas mãos.

Foco, atenção plena ou mindfulness não é algo que se conquista de um dia para o outro. É como se fosse um exercício físico, onde se adquire força física aos poucos, mas neste caso, seria exercício para a mente.

E como fazer isso?

Primeiro, é admitindo que está tempo demais online.

Segundo, é reconhecer que está com dificuldades de se concentrar.

Há um mapa mental bem legal disponível no site Learning Fundamentals:

Deste mapa mental acima, já faço muitas coisas, mas ainda há outras que quero implementar na minha rotina.

Outro dia li na introdução de um livro que folheei rapidamente, que infelizmente não lembro o nome, em que o autor falava que mindfulness é como se fosse uma brincadeira de ligue os pontos. Você vai ligando os pontos e não enxerga nada no início. Só depois de se distanciar e ligar bastante os pontos é que vai enxergar o desenho.

E essa explicação simples, fez total sentido para mim.

Não dá para sair de uma distração completa para ser uma pessoa completamente focada, de uma hora pra outra.

Mas podemos tomar um banho, e nesse banho, prestar atenção na água que cai sobre o corpo, no cheiro do sabonete, na espuma do shampoo, na temperatura da água, sem pensar em outras coisas.

Também podemos prestar atenção na hora de escovar os dentes. Olhar o espelho, prestando atenção se todos os dentes estão sendo bem escovados.

Ou estar em um parque, ler um livro, e parar a leitura para aproveitar a brisa que balança as folhas da árvore.

Tudo na nossa vida não passa de hábitos consolidados. E são esses pequenos hábitos que precisam ser alterados pouco a pouco.

Eu tenho insistido em inserir alguns hábitos bons na minha rotina, como por exemplo, ler um livro durante o trajeto de ida e volta do trabalho/casa. Também faço uma leve caminhada antes de chegar em casa depois de 1 dia de trabalho. Eu e meu marido temos nos esforçado para encontrar um tempo para retomar nosso café da noite pelo menos alguns dias por semana. Também encontro um tempo para sentar todos os dias na minha escrivaninha, onde escrevo um pouco para organizar a minha mente.

Não sei se é porque fiquei muito tempo trancada na pandemia (praticamente 2 anos), e depois 1 ano me locomovendo só de carro, mas uma coisa tem chamado muito a minha atenção: tenho reparado na brisa. Isso mesmo, brisa.

Eu ando pela rua, e fico prestando atenção no vento fresco que bate no meu rosto e nos meus braços. E acho isso o máximo. Até mesmo quando entro no metrô, e sento para ler um livro, quando sinto o ar-condicionado, eu fecho os meus olhos e respiro devagar, só para maximizar a sensação deliciosa de frescor.

E assim, de atividade em atividade, vou “ligando os pontos” da atenção plena, tentando sempre trazer para o momento presente, o máximo do meu dia.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Construindo uma vida da qual não preciso fugir

Desde que relaxei um pouco no quesito finanças por acreditar que alcancei um valor de patrimônio confortável, meu esforço atual tem sido em construir uma vida da qual não preciso fugir.

Acho que muitos que estão na jornada FIRE (Financial Independence Retire Early) compreendem o que estou tentando explicar.

Foi querendo fugir de situações específicas que eu sempre mirei no futuro, e aprendi muito bem a planejar as coisas que eu queria. E posso dizer que isso funcionou muito bem e me achava o máximo rs.

No meu caso em particular, eu acabei acostumando a criar “cenários de fuga” de forma proposital, pois foi assim que eu aprendi desde criança a ir atrás das coisas que eu queria muito.

Quem está na jornada FIRE, também quer que o futuro chegue logo, afinal, quem não quer ser livre e dar tchau ao emprego que nos prende por tantas horas do dia.

Foi na terapia que eu entendi que eu estou numa fase que não preciso mais fugir de ninguém nem de algo, ou seja, não preciso mais criar cenários de estresse para gerar motivação para a mudança. Não preciso correr, nem jogar meus pensamentos lá para o futuro.

Eu estou a todo momento fazendo o exercício de estar no momento presente, e ao mesmo tempo, tentar compreender a finitude de certos momentos.

Hoje eu compreendo que estou no trabalho porque eu quero. Moro na cidade e no apartamento da qual resido atualmente porque quero. Compartilho a minha vida com meu marido, porque eu o amo. Mantenho contato com os meus amigos, porque eles são importantes para mim.

E assim, de tarefas pequenas até sonhos grandes, estou construindo mentalmente um local onde se é agradável e seguro para se viver, sem a necessidade de querer fugir para o futuro.

As dificuldades da vida estarão sempre ali perto, faz parte do pacote “viver”, com ou sem FIRE, com ou sem trabalho, com ou sem casamento.

Afinal, há coisas que o tempo não espera e que precisa ser aproveitada hoje.

~ Yuka ~