Organização

Quanto tempo você gasta vivendo a vida dos outros?

tempo

Sejamos sinceros.

Quanto tempo você gasta diariamente vivendo a vida dos outros?

Vivemos a vida dos outros quando navegamos pelo Facebook por horas, sentindo aquela pontinha de inveja inconfessável de como a vida dos outros parece ser mais interessante que a nossa. Quando olhamos as fotos de pessoas perfeitas no Instagram, e também quando criamos diversos álbuns no Pinterest jurando de pés juntos que um dia iremos fazer tudo aquilo.

Ou quando nos inscrevemos e acompanhamos YouTubers que não nos acrescentam tanto como pessoa. Quando assistimos televisão só por assistir. Quando ouvimos aquela sua colega, que nem é sua amiga, lamentando de como a vida dela é triste, infeliz…

Quando a gente faz essas coisas, a vida passa pela tela do celular, pela televisão, pela tela do computador, escorre pelo dedo das nossas mãos…

Agora vou mudar a pergunta:

Quanto tempo da vida você gasta para você?

Os dias estão corridos, eu sei, mas se pararmos para pensar, quanto tempo do dia focamos nas coisas mais importantes da vida? Quantos minutos do dia tiramos para ler os livros favoritos?

Trabalhamos. Limpamos a casa. Fazemos compras no mercado. Ficamos presos no trânsito. Preparamos o jantar. Dormimos pouco… mas não temos tempo para o que é mais importante.

Precisamos pensar o que temos colocado como nossa prioridade.

Precisamos pensar de que forma estamos alimentando a nossa mente, corpo e alma.

Ao invés de olhar o que os outros tem feito de interessante, precisamos prender a atenção em nós mesmos.

Gaste mais tempo com o que é importante: você.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Independência Financeira: o início

Não sei como foram para as pessoas que estão caminhando nesta jornada para a Independência Financeira, mas para mim, tudo começou graças ao minimalismo.

Quando eu estava cansada de tanto excessos, de acompanhar as redes de “mentiras” sociais, eu quis focar em mim, descobrir o que era realmente importante. Tinha passado por um divórcio, que apesar de ter sido de forma amigável, me marcou muito, já que o pedido de divórcio não havia partido de mim.

Queria cuidar melhor de mim, a escolher melhor o que eu queria para a minha vida. Mas afinal, o que eu realmente queria mesmo? Foi difícil partir do zero, descobrir que eu não me conhecia o suficiente.

Foi quando o minimalismo entrou na minha vida.

Passei a escolher melhor o que eu queria. Não sabia por onde começar, então comecei pelo guarda-roupa abarrotado que deu lugar a poucas roupas de qualidade. Uma sapateira abarrotada deu lugar a poucos sapatos, mas confortáveis.

O minimalismo não se resume a roupas, é verdade! Mas não posso negar que o guarda-roupa é um bom lugar para começar a se conhecer melhor.

O conceito máximo do minimalismo é: foque no que é essencial e elimine o resto. Eu realmente passei a fazer isso. Depois de eliminar roupas e sapatos, parti para os objetos de decoração, eletrônicos, cozinha, banheiro… Depois, comecei a me distanciar das pessoas que não me procuravam, das pessoas que me faziam sentir pra baixo, passei a jogar fora alguns sentimentos ruins.

O dinheiro começou a sobrar por 2 causas:

  • Quando parei de me importar com opinião de pessoas que não eram importantes
  • Quando parei de comprar coisas que não tinham valor para mim

Não foi por ter parado de fazer compras que o dinheiro começou a sobrar. Foi porque não sentia mais necessidade de preencher um vazio dentro de mim, fazendo compras sem sentido.

Mujica diz que quando compramos coisas desnecessárias, gasta-se tempo de vida. Pude compreender que o Tempo escorre pelos dedos das nossas mãos quando compramos coisas que não são importantes para nós, já que gastamos tempo de vida para conseguir dinheiro.

Passei a questionar o estilo de vida que nos é imposto: “trabalhe mais, compre mais, mostre para os outros, tome mais remédios, finja que está feliz”.

Eu não conseguia entender como os outros se conformavam de uma forma tão fácil.

Entendi que desde que nascemos, não aprendemos a questionar, então não sabemos como tomar iniciativa. Ao invés disso, aprendemos a reclamar e culpar os outros pelas coisas que não dão certo na nossa vida.

Nesse momento, entrei em uma crise solitária, me sentia sozinha no mundo, comecei a questionar o motivo de termos que trabalhar tanto tempo fora de casa, de termos tão pouco tempo para o lazer…

Por mais que as pessoas dissessem “eu também sinto isso”, não percebia esse desespero por parte dessas pessoas. Para elas, a vida estava ruim, mas estava tudo bem também.

O minimalismo me fez sentir leve como há tempos não sentia. Ao mesmo tempo que eu me sentia livre do consumismo, livre de pessoas negativas, livre para ser eu mesma, eu ainda me sentia presa. Algo me incomodava.

A ficha caiu na minha licença-maternidade. Esse “algo” que me incomodava, é que eu não era livre como acreditava ser. Eu não podia acompanhar minha mãe no médico, não podia faltar no trabalho para ficar com minhas filhas nas férias escolares, não podia ficar descansando em casa em dias que eu tinha crise de enxaqueca. Eu era uma escrava do sistema moderno:

escravo-moderno

Pronto, a peça do quebra-cabeça estava completa.

A peça que faltava para que a minha liberdade pudesse ser reconquistada (ou conquistada, já que não sei se um dia já fui livre), foi descobrir o termo Independência Financeira, tão difundido nos EUA (FIRE – Financial Independence Retire Early).

A figura abaixo mostra o que geralmente acontece na nossa vida. Quando jovem, temos tempo e energia, mas não temos dinheiro. Na fase adulta, temos dinheiro e energia, mas não temos tempo. E na terceira idade, temos tempo e dinheiro (alguns nem isso), mas não temos energia.

Tempo Dinheiro Energia

E como podemos ter essas 3 coisas simultaneamente?

Alcançando a independência financeira.

No mundo das finanças, dizemos que uma pessoa alcançou a independência financeira quando esta, tem dinheiro suficiente para viver de renda, ou seja, não possui mais necessidade de trabalhar por dinheiro.

A independência financeira era a peça que faltava para fechar o ciclo de liberdade da minha vida.

  • Minimalismo;
  • Independência Financeira e
  • Liberdade.

~ Yuka ~

Minimalismo

Sobre os excessos comportamentais da vida

excessos

Um dos excessos que tem me incomodado, além do consumismo, são os excessos comportamentais.

Na política, vejo muitos colegas que se tornaram “grandes jornalistas e críticos”, com opiniões fortes, muitas vezes intolerantes. Não me importo se é de direita, centro ou esquerda, eu não vejo diferença entre eles em relação ao comportamento extremista. A pergunta que sempre me vem na cabeça é: além do discurso bonito, o que tem feito para mudar este país?

No veganismo, quem come carne, usa sapato e bolsa de couro tornam-se “assassinos”. Se a pessoa ama ou odeia carne, acho importante saber respeitar a opinião do próximo.

No minimalismo vs consumismo, têm pessoas que amam fazer compras, da mesma forma que há as que preferem não comprar nada (mesmo precisando). Cada um sabe as dores do bolso e da alma, já que muitas vezes, o consumismo nada mais é do que a necessidade de preencher um vazio.

Há ainda as altamente fitness. Não comem bolo, não tomam suco com açúcar, trocam a farinha branca pela integral, biomassa de banana, mas não queira que eu mude a minha alimentação.

Tem os religiosos fervorosos. Opinam sobre qual religião devemos ter e se não estivermos alinhados, ouve-se indiretas para tentar nos convencer. Mal sabem que isso só afasta as pessoas.

Há também os workaholics que trabalham 12 horas por dia, e acham que as pessoas que não fazem hora extra, valem menos. Temos vida fora do trabalho.

Tem gente que é viciado em exibir a “vida perfeita” nas redes sociais. Já não importa se é verdade ou mentira. O que importa é parecer feliz.

E tem aquelas pessoas que gostam de palpitar a vida dos outros, de como devemos educar os nossos filhos, como devemos nos comportar como pais. Será que não sabem que cada filho é de um jeito?

Se você faz algo deste tipo, cuidado. A sua verdade pode não ser a verdade para a realidade da outra pessoa. Cada um carrega uma história de vida, e as experiências individuais contam muito.

Tem uma frase que eu carrego comigo:

“Não use a minha verdade como sua verdade, pois viemos de realidades diferentes.”

Isso inclusive, serve para as coisas que escrevo aqui no blog. Aqui, eu compartilho a minha visão e a minha experiência. Tenho certeza que muitas das coisas que faço, não funcionaria na realidade de muita gente. E tá tudo bem.

A compreensão sobre o conceito de ser diferente, deveria ser abordada com mais frequência. Eu mesma mudo de opinião a todo momento, o que era bom hoje, amanhã pode não ser o suficiente. Às vezes, leio um livro, e me pego pensativa, de como eu pensava diferente sobre um determinado assunto.

Ser diferente é uma característica natural do ser humano, e não invadir a realidade e experiência do outro, é um exercício diário que devemos e podemos praticar e aprimorar.

Que tenhamos sabedoria e gentileza em não colocar a nossa verdade como uma verdade universal.

~ Yuka ~

Organização

Rotina da casa com filhos

super mãe

Uma leitora pediu para que eu falasse um pouco mais sobre a maternidade e como cuido da casa.

Eu e meu marido, desde sempre, nunca tivemos alguém para limpar a nossa casa. Isso significa que quem fazia a faxina da casa (dos nossos pais) eram os próprios integrantes da família.

Crescemos e ambos cursamos faculdade em uma cidade do interior (onde nos conhecemos). Ou seja, morando em um lugar novo, sem os pais, precisávamos cozinhar, limpar a casa, lavar roupa, organizar as finanças e se virar nos 30 com pouco dinheiro. Tudo isso aos 17, 18 anos.

Morar longe dos pais desde cedo, nos fez compreender que, independentemente se gostamos ou não das tarefas domésticas, precisávamos fazer. Nós dois sabemos que o lixo não se esvazia sozinho, que o banheiro não se limpa sozinho, que as roupas sujas não vão para o cesto sozinhas e que se ninguém for ao supermercado e arregaçar as mangas e cozinhar, não teremos jantar.

Em casa não tem muito “meu serviço, seu serviço”. Tem dias que enquanto eu lavo a louça, meu marido dá banho nas meninas. Outras vezes, sou eu que dou banho nas meninas e ele lava a louça. Ele coloca a roupa para lavar à noite e eu acordo e vejo que tem roupa dentro da máquina. Então eu simplesmente estendo no varal antes de ir ao trabalho.

Quando estou cansada, ele me libera mais cedo das tarefas de casa e vou dormir, enquanto ele segura as pontas e deixa tudo pronto para o dia seguinte. Tem dias que ele está cansado, e digo para tomar banho e deixar as meninas comigo para ele descansar.

Durante a semana, minha mãe me ajuda a levar e buscar uma das nossas filhas, já que as duas estudam em escolas diferentes (não por vontade nossa, mas por vontade da Prefeitura – sim, duas crianças em duas escolas em bairros diferentes, não é fácil) e ainda quebra um galho em casa fazendo algumas coisas para nos ajudar. Mãe é mãe, né?

Nos fins-de-semana, gosto de organizar/planejar as atividades da semana. Enquanto meu marido dá uma geral na casa, eu faço o almoço. Enquanto ele passa a roupa, eu vou no supermercado. Enquanto ele lava o banheiro, eu brinco com as crianças.

Quando preciso focar em algo importante ou até mesmo estudar, ele leva as meninas para andar de bicicleta para que eu possa me concentrar.

Eu poderia passar a manhã toda descrevendo a nossa rotina de casa, mas alguns de vocês já devem ter matado a charada…

Nós nos importamos com o outro.

Esse é o segredo para a rotina da casa funcionar.

Em casa, não tem nada dividido.

Tem funcionado bem, e apesar de alguns dias a gente achar que não vai dar conta de tanta bagunça, de tantos brinquedos espalhados pelo chão, a gente vai se virando.

~ Yuka ~