Auto-Conhecimento

A capacidade que temos de começar outra vez

começar outra vez

Há exatos 10 anos, eu me divorciei.

Foi bem difícil, mas ao mesmo tempo senti um alívio ao saber que a partir daquela dia, eu voltaria a ter controle da minha vida.

Logo depois do divórcio, voltei a estudar, procurei um novo lugar para morar e juntei meus caquinhos para reconstruir minha vida.

Engana-se quem pensa que não gosto dele. Muito pelo contrário, tenho admiração e gratidão por ele ter tido a coragem de dizer o que estava sentindo. Graças à essa coragem eu tive a oportunidade de reconstruir a minha vida ao lado de outra pessoa.

No dia em que ele foi embora, eu dobrei suas roupas para colocar na mala. Eu emprestei a chave de casa quando viajei por 1 mês, porque ele ainda não tinha lugar oficial para ficar. Quando retornei da viagem, encontrei a casa em silêncio e uma geladeira abarrotada com coisas que eu gostava de comer.

Foi ele que fez a mudança das minhas coisas para o apartamento novo. Foi ele que desmontou e montou meu guarda-roupa.

E com todas essas lembranças, hoje tenho a plena consciência de que meu primeiro casamento não foi um erro. Eu casei com a pessoa certa. Só não durou para sempre.

E apesar de já saber que ele tinha um caráter exemplar, foi no divórcio que eu confirmei isso.

Dizem que a cada 10 anos um novo ciclo se inicia.

Depois de 10 anos, cá estou eu, casada novamente, apaixonada e mãe de 2 lindas filhas.

E ao relembrar desse momento, lembrei da minha mãe falando que sempre achou que o divórcio era o fim da vida de uma pessoa…

… mas que ao me ver começando de novo, descobriu que o divórcio não era um fim, e sim, o recomeço de uma vida.

Neste fim de ano, aproveito para relembrar que nós temos a força de recomeçar sempre. Recomeçar uma nova vida, um novo estilo de vida, um novo hábito, ter novos propósitos…

Um feliz 2018 para todos!!!

Um feliz recomeço para todos nós.

~ Yuka ~

Minimalismo

É preciso saber a hora de partir

Estava eu lembrando do meu casamento anterior e o por quê de ter acabado.

Acredito que havia várias pequenas coisas que não estávamos alinhados, mas um dos principais motivos foi o estresse que meu emprego me causava.

Eu era workaholic e trabalhava das 7h as 22h e para piorar, não tinha um controle emocional forte, motivo pelo qual me abalava profundamente quando percebia injustiças no trabalho.

Tudo isso foi gerando estresse e para piorar, carregava esse estresse para casa. Lembro que meu ex-marido me aconselhou por diversas vezes para eu largar meu emprego, mas meu orgulho (besta, diga-se de passagem) não deixava sair do emprego para ficar desempregada, mesmo que isso custasse a minha saúde psicológica.

Estudei muito para passar em um concurso e de fato eu passei, mas quem já prestou concurso sabe que as coisas demoram para acontecer.

Foram apenas alguns meses, talvez 1 ano. Me chamaram rápido, mas demorado o suficiente para desgastar o meu casamento.

E acabamos nos divorciando.

Talvez se eu não fosse orgulhosa e tivesse largado meu emprego eu poderia estar casada com ele? (meu atual marido me agradece intensamente por eu ter sido orgulhosa rs).

Posso dar outro exemplo. Meu salário ainda é alto se comparado a média salarial da minha categoria. Mas por não receber reajustes anuais por anos, em algum momento da minha vida sei que o meu salário não será bom.

Vou ficar esperando esse dia chegar? Definitivamente não. Desta vez eu vou saber a hora de partir.

Todos os dias dou um passo a mais para o destino onde quero chegar. Leio textos, converso com pessoas, estudo, vejo vídeos, faço cursos, tudo para me preparar para quando o momento de partir chegar.

Quando falo em “partir”, pode servir para qualquer situação em que estamos…

Um casamento que já não está bom.

Um emprego que nos traz sofrimento.

Um amigo que nos faz sentir mal.

Um bairro que se tornou perigoso.

Lembranças que já não fazem mais sentido.

Aproveite este fim de ano para listar tudo o que pode partir da sua vida.

Um Feliz Natal para todos.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Felicidade incomoda?

felicidade incomoda

Quando falamos sobre felicidade, costumamos lembrar de pessoas sorrindo, coisas felizes acontecendo, e com isso a gente tem a ilusão de que todos irão ficar felizes com a sua felicidade.

O historiador Leandro Karnal já havia dito em uma de suas palestras que para saber se aquela pessoa é seu amigo de verdade, basta reparar se a pessoa ficará feliz com as suas conquistas.

Fale que vai casar. Que está grávida. Que ganhou uma viagem para o exterior. Que foi promovido. Que está feliz.

Tem gente que vibra, abraça, dá pulos de alegria e até chora de felicidade junto com a gente.

E tem pessoas que amarguradas com a felicidade alheia, gostam de alfinetar, jogar um balde de água fria, falar que foi sorte, que foi indicação, que a pessoa não merecia.

Escrevendo este post, lembrei de uma pessoa que talvez tentou me colocar para baixo quando eu estava grávida ainda de 4 meses. No momento em que todos estavam me elogiando, dizendo como eu estava bonita grávida, a pessoa olhou direto pra mim e falou: “É… já está com nariz de batatinha”. Desnecessário, né?

Tente ficar perto de pessoas otimistas e felizes. Tente ficar perto de pessoas que não falam mal dos outros.

Amigo de verdade não é aquele que empresta o ombro-amigo quando você está na pior. É aquele amigo que fica genuinamente feliz com as suas conquistas.

Analise: quantos amigos você possui que ficam realmente felizes com as suas conquistas?

Já parou para pensar quem são seus amigos verdadeiros?

~ Yuka ~

Minimalismo

Quantos anos têm os objetos da sua casa?

máquina de escrever

Nessa era de descarte e desperdício, surgiu a seguinte pergunta: qual é o item mais antigo que possuo?

Posso dizer que os objetos que tenho em casa são relativamente novos. Algumas coisas eu já tinha, outras, comprei quando casei em 2013.

O notebook que uso já tem 7 anos, está difícil, lento, trava várias vezes, por isso em breve vou comprar um novo.

O restante das coisas são novas, a máquina de lavar roupa que tem 2 anos e meio, a mesa de jantar que tem 4 anos, o sofá que tem 6 anos e por aí vai.

Mas quem ganha o troféu por cuidar bem das coisas que possui, é o meu marido.

Ele tem um moleton que usa em casa há 22 anos. Esse moleton é mais velho do que muita gente que está lendo esse blog.

Ele também tem a mesma lapiseira há 18 anos. E usa todos os dias. Outro dia perguntei pra ele se nessa época já existia lapiseira. Achava que só existia lápis rsrs.

Alguns itens beiram o absurdo, como uma pasta de elástico que possui há 16 anos. O elástico da pasta está tão larguinho, coitado, mas ele continua usando e levando todos os dias na mochila.

Tem também uma batedeira laranja herdada da mãe, ou seja, tem 34 anos, quase a minha idade. Lembro que chegamos a conversar qual batedeira iríamos comprar quando essa quebrasse. Já desisti, porque descobri que ela é inquebrável.

Conversando sobre essas coisas com a minha mãe, descubro que ela também tem objetos muito mais antigos que a do meu marido…. ela tem uma bacia há 55 anos, um livro de receitas há 59 anos, uma boneca que guarda há 60 anos, uma régua de madeira que usou no primário há 60 anos…

Os dois são um exemplo pra mim de como dar valor e cuidar das pequenas coisas, mesmo que pareçam banais. De que não precisamos sair comprando e substituindo todas as coisas que temos, só para estar na moda.

– Yuka –

Auto-Conhecimento

Vida corrida: desacelerando

desacelerar

Não é de se estranhar que a nossa vida esteja tão corrida.

E o motivo é simples.

Nós trocamos – pelo menos – 1/3 do nosso dia trabalhando para os outros em troca de dinheiro, julgo salário. Vendemos o nosso tempo por dinheiro para manter o nosso sustento, comprar comida, ter um teto para morar, pagar pelos estudos, ter conforto.

Ficamos 8 horas no trabalho + 1 hora de almoço no trabalho + 1 hora (pelo menos) no trânsito. “Só” isso já consome 10 horas do nosso dia.

Quando voltamos para casa, a maioria de nós precisamos ir ao supermercado, fazer o jantar, cuidar da nossa higiene, cuidar dos filhos, cuidar da casa.

Mesmo se não tivermos nenhuma atividade extra (como academia, curso), só com o emprego e tarefas domésticas, o dia praticamente já foi preenchido.

Quando tentamos fazer mais coisas do que o nosso tempo permite, geramos estresse e a sensação de que nos falta tempo domina a nossa rotina.

Muitos pais fazem hora extra para comprar o que há de melhor para o seu filho, mas na maioria das vezes o que o filho mais quer é ter os pais por perto.

Trocamos nosso tempo trabalhando mais para comprar coisas que nem precisamos.

Talvez compramos coisas que não precisamos por fazer uma comparação com um colega? Se um colega de trabalho compra um carro importado, uma casa grande decorada, coloca os filhos na escola bilíngue, a sensação de que está ficando para trás invade a sua mente?

A televisão dá uma bela incentivada nesse comportamento, mostrando em novelas e comerciais as mulheres surreais andando de salto alto dentro da casa, ou seja, mostram a mulher impecável que nos faz sentir um lixo. Ressaltam em comerciais a importância de trocar presentes em datas festivas (a maioria inventadas por donos de indústrias para girar o comércio) como Dia das Crianças, Dia dos Pais, Dia das Mães, Natal, Dia dos Namorados, Black Friday, etc.

Colocaram na nossa cabeça que trabalhar muito é bonito. Fazer hora extra é bonito. Não ter tempo para família é bonito. Ou seja, quanto menos tempo tivermos, mais importante iremos parecer.

Colocaram na nossa cabeça que quem tem tempo é preguiçoso. Que quem trabalha pouco é vagabundo. Quanto mais tempo tiver, mais preguiçoso vai parecer.

Quem colocou essas ideias na nossa cabeça?

Neste exato momento, eu não tenho a opção de largar meu emprego, mas sei que a empresa me paga pelas 8 horas diárias do meu serviço. Antes eu fazia hora extra. Hoje não. Antes eu vendia férias. Hoje não.

Para ter um casamento saudável, é necessário que a família passe mais tempo juntos. Para ter filhos com melhor autoestima é necessário que passem mais tempo com os pais.

Não deixe que – no pouco tempo que sobra do seu dia – a televisão, o celular, a internet afaste ainda mais sua família.

~ Yuka ~