Minimalismo

Iniciando o ano sem cartão de crédito

Inicio o post de 2024 anunciando que parei de usar o cartão de crédito.

Na verdade, já estou sem usar o cartão de crédito desde o mês passado, e posso dizer que estou gostando bastante.

Eu sempre paguei tudo, absolutamente tudo no cartão de crédito. E até pouco tempo, achava isso interessante e até mesmo inteligente por conta dos cashbacks.

Mas uma coisa me incomodava há algum tempo: a fatura do cartão que subia mês a mês.

Eu olhava os gastos do mesmo mês do ano passado e a fatura era bem menor. Do outro ano anterior então, era menor ainda e assim sucessivamente.

E com isso comecei a pensar… será que o custo de vida que está aumentando, ou sou eu que estou aumentando o padrão de vida?

Veja que aqui estou falando de padrão de vida e não de qualidade de vida.

Ao fazer uma análise dos meus gastos, uma coisa ficou evidente… pagar no cartão de crédito é fácil demais. Tão fácil, que as compras acabam se tornando, digamos, automáticas.

Se preciso de algo, passa no cartão. Se quebrou algo, passa no cartão. Se surgiu alguma coisa imperdível, passa no cartão.

Com o cartão de crédito, eu parei de pensar antes de comprar.

Será que preciso mesmo? Não dá usar algo que eu já tenho em casa? É compra por impulso?

Uma das vantagens do cartão de crédito são os pontos, ou os cashbacks. Mas até isso eu comecei a reavaliar.

Eu recebia bons retornos financeiros com os cashbacks do cartão, mas se eu fizesse as compras utilizando o PIX, ao invés de 1% de cashback do cartão de crédito, conseguia um desconto de 3 a 5%.

E mesmo sem os descontos, há outra vantagem. No final do mês, se faço a soma de todos o gastos feitos no débito e no crédito, o valor é discrepante por uma única razão: há mais gastos supérfluos no cartão de crédito!

Isso acontece, porque como a gente não vê o dinheiro saindo na hora, gastar no cartão de crédito vai se tornando algo muito fácil de se fazer, muito automático. E é justamente essa facilidade que eu quis eliminar.

Eu quero continuar gastando bem, e quero parar de gastar de forma automática, porque sei que se não tomar cuidado, o padrão de vida aumenta em um piscar de olhos. Meu foco sempre está em melhorar a qualidade de vida, e isso nao está ligado necessariamente em aumentar o padrão de vida.

Estou no segundo mês sem usar o cartão de crédito (ainda uso para assinaturas como Netflix, contas de internet etc) e apesar de ser uma mudança recente, já percebi que diminuí (e muito!) o valor dos gastos supérfluos.

~ Yuka ~

20 comentários em “Iniciando o ano sem cartão de crédito

  1. Venho fazendo isso desde que, há mais ou menos um ano e meio, pisquei e, quando vi, a fatura veio R$ 7.000.

    Hoje uso para contas fixas e recorrentes, que de outro modo seriam mais complicadas de pagar, como combustível (2% de cashback pela XP), Netflix, Uber e academia, e para despesas esporádicas, como viagens (passagem e hospedagem), dividindo no máximo no número de vezes que me permita viajar já com tudo pago. Por exemplo, comprei uma viagem mês passado para este mês, e dividi em duas vezes.

    Num mês sem despesas esporádicas minha meta é manter a fatura abaixo de R$ 1.000.

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    1. Oie. É bem isso que aconteceu comigo também. A fatura foi aumentando, aumentando, e quando percebi, estava num valor meio absurdo… aí dei um basta. Percebi que era uma armadilha, pois essas milhas e cashbacks até dão retorno, mas só se gastar, claro. E aos poucos, a gente vai se dessensibilizando e gastando horrores, achando até algumas vezes que “vale a pena porque vai receber cashbacks”.

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      1. Também estou caindo nessa armadilha, é exatamente como relatou, ainda mais com os incentivos “cashback” parece que estamos fazendo uma coisa inteligente pagar tudo no cartão, mas eventualmente há uma tendência de aumentar os gastos.

        Obrigado pelo alerta, já estava percebendo este aumento nos gastos lá em casa, talvez eu também precise parar de usar o cartão futuramente.

        https://bilionariodozero.blogspot.com

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  2. Oi Yuka! Feliz 2024!
    Fazia tempo que eu não passava por aqui! Até o formato da caixinha de comentários apareceu diferente pra mim, então caso não saiba aqui é 竹沢 チエミ, sua leitora do outro lado do mundo.

    Não anda fácil a jornada da maternidade tripla! Também começamos o ano bem intenso com um baita terremoto, bem próximo da onde moro, a propósito.

    Já está tudo bem, mas confesso que isso gerou uma certa ansiedade em mim. E quando a gente tá ansioso faz o que? Gasta mais! Come mais, se endivida mais… muitas das vezes no cartão pq dói menos. E esse post veio numa hora perfeita! Obrigada!

    Já aproveitei e li outros 2 posts que eu estava atrasada. Como sempre seu blog é um oásis em meio ao caos desse mundo virtual. Como sempre vc me inspira! Ansiosa pra saber como foi a renovação dos votos, que momento especial! Também sonho um dia em fazer… Se cuida! Beijão e some não!

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  3. Eu já consegui isto quando juntei dinheiro para fazer intercâmbio. Agora para 2024 penso em manter a fatura abaixo dos 500 reais, e comprar tudo a vista. Creio que o benefício psicológico de não precisar pagar a fatura vale mais que milhas e Cash back. Acaba motivando mais a economizar e seguir nas metas financeiras

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  4. Eu uso o cartão de crédito como se fosse débito. Dá bem certo. Uso um app minhas economias pra controlar .. e cadastro o cc como um conta corrente pra fins de anotação…. a conta corrente deixo o dinheiro pra mercado e lazer. Aí olho o saldo e decido se farei algo a mais do planejado.

    Já o cartão de crédito uso pra outras despesas , tipo compras de vestuário presente … que pra isso tenho que olhar o app pra ver se está dentro do orçamento…

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  5. Olá,.tudo bem?

    Só uso cartão de crédito para comprar medicamentos de uso contínuo (os preços de venda por telefone são mais baratos) e algum curso, etc.

    É libertador.

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  6. O pensamento de que se torna fácil demais comprar no cartão de crédito é tão fácil de ter que chega ser assustador. Uma hora você acha que está tudo controlado e ai pensa “ah, vou pedir um lanchinho” e pede um, pede dois e quando vai ver a fatura vai lá pra cima com os lanchinhos e compras avulsas.

    Uma dica, apesar de básica, é usar o cartão de crédito como débito e ai
    você gasta só o que sabe que tem/terá. Considero como uma zona cinza, mas mesmo assim é um passo para independência de cartões de crédito.

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  7. Oi Yuka,
    leio seu blog há vários anos e me inspira muito….
    Antes de mais nada tudo sendo avaliado caso a caso, conforme a realidade individualizada, mas….
    Sobre cartão de crédito, no meu caso: não tenho, nunca tive e nunca senti falta…. acho que ajuda muito não ter, pois o principal motivo que me faria tê-lo e que cogitei, seria para despesas emergenciais….
    Mas, o tempo foi passando e graças a Deus as tais despesas (as verdadeiramente emergenciais) nunca aconteceram, e atualmente, já existem outros meios para pagá-las, se for o caso.
    O fato é que não tê-lo ajuda, muito mesmo no planejamento financeiro….

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  8. Olá Yuka, Feliz ano novo. Há muito anos acompanho seu blog e é sempre bom ler o que vc escreve; muito coerente. Como alguém comentou aqui acima, suas ideias e percepções são um oásis na internet. Há alguns anos eu vivi sem cartão e era muito bom, comprava tudo no débito e somente o que eu podia, pq se não tinha o dinheiro não comprava. Com o tempo passei a utilizar e assim como vc observei ano a ano o crescimento da fatura. Acho essencial sempre revermos nossa relação com esse método de pagamento, porque ele é uma faca de dois gumes.

    Abraços!

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  9. Yuka, uma das coisas que mais gosto no seu blog é que vc é uma das poucas que realmente entende que lidar com dinheiro não é puramente racional. Essa dessensibilização do gasto com cartão é muito perigosa e comum.

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  10. Olá !!! Yuka, nossa precisava ler isso hoje!! Estou me sentindo um robô sendo controlado pelos meus impulsos e pela falta de autonomia em parar gastos que sei que são desnecessários. Todo ano é a mesma coisa, prometo pra mim mesma coisas que no final me frustro, pois não consigo cumprir……. 😦 . Vou tentar novamente fazer diferente em 2024. Obrigada pelo post

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  11. Estou há seis meses sem usar o cartão de crédito, e também consigo controlar muito melhor os gastos assim. Ainda quero o cartão para parcelar viagens maiores, essas coisas. Mas para o dia a dia, tudo pago na hora. Me tornei bem mais consciente.

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  12. Ola yuka,
    Feliz ano novo !

    Entendo, mas pensando da outra forma nesse caso

    se nos temos uma forte gestão financeira, controle de gastos, achei tanto legal o cashback que eu passou a poucos anos tudo no cartão de credito, quando antigamente eu não usava.
    eu tenho minha planilha mensal de controle de gastos a décadas, me permite de ver se tive problema ou não, mas já faz tanto tempo já, que o habito de não ter impulsos já é normal, enfim temos X reais definidos para prazer/mês, e já sabemos quando estamos perto do limite.

    Eu entendo muito bem que tem o jogo “perigoso” dos bancos/cartão/consumismo é de nos fazer gastar mais, e tem que estar muito forte para não ter impulsos, particularmente no brasil, para se perder nas inúmeras parcelas, com juros absurdos, e por isso que eu não incentivo as pessoas a pensar assim a menos de ter tudo já controlado a anos.

    eu nunca faço um PIX se não tem 5-10% de desconto.

    Abraços

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  13. Oi Yuka, bom dia. Passando primeiramente para agradecer pelo post. Há algum tempo tinha a vontade de largar o cartão de crédito e após seu post resolvi colocar em prática e utilizar somente cartão de débito e pix. Que mudança!! Neste mês paguei as ultimas compras que estavam parceladas, agora me livrei de vez do crédito (que ficará somente para pagamentos de Streaming e afins. Posso dizer que minhas despesas diminuiriam consideravelmente, meu humor mudou e parei de me assustar com faturas que só aumentavam. Outro ponto, comecei a praticar ainda mais a solicitação de desconto, que as vezes chegaram até 10% do valor da compra, sendo muito superior à 1%, 1,5% de cash back que tinha nos cartões. Obrigado mais uma vez e gratidão por me ajudar a estar mais perto da minha liberdade financeira.

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    1. Ah que ótima notícia!! Por aqui também continuamos sem o cartão de crédito, só aqueles pagamentos básicos, ou seja, a fatura vem baixíssima. Os gastos diminuíram muito!

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