Minimalismo

Eu vou ali cuidar de mim: o craftroom se tornou o meu espaço de cura

Fonte: biblioteca Pexel

Depois que minha filha nasceu, por uma questão de logística, interrompi as idas semanais a um um ateliê que ficava em São Paulo que eu simplesmente era apaixonada. Tinha café, boa conversa, um quintal repleto de lavanda e manjericão, um ateliê cheio de linhas e tecidos… era um santuário.

Após o nascimento da minha segunda filha, desativei o ateliê que eu tinha em casa por tempo indeterminado, já que achei arriscado ter itens muito pequenos como alfinetes e botões ao alcance de 2 bebês.

Os anos foram passando e meu ateliê continuou desativado, ora porque não tinha espaço, ora porque não tinha tempo, ora porque não era a prioridade.

Depois de alguns anos, procurei o ateliê que frequentava e tive a tristeza de descobrir que tinha fechado.

Depois que mudei para o novo apartamento, decidi que era a hora de ter o meu ateliê de volta, aproveitando que os quartos do apartamento eram grandes. Além disso, tinha um quarto extra!

Foi só quando eu estava organizando tudo, que eu me dei conta de como esse espaço era importante para mim.

Se antes eu achava que o craftroom seria um lugar para fazer meus artesanatos, hoje reconheço que o lugar se transformou em algo muito mais importante: se tornou um espaço de cura.

É sentada na minha escrivaninha, após um longo dia de trabalho, que eu gosto de tomar meu chá preto com leite enquanto escolho qual livro continuarei lendo hoje. Eu costumo ler simultaneamente de 3 a 5 livros e gosto de escolher qual livro ler de acordo com meu humor. É como se fosse escolher um filme… em um dia escolho um livro com conteúdo mais consistente, em outro, prefiro um livro mais leve, e assim vai.

Tenho diversas luzes indiretas que acendo conforme o dia. Tenho diversos abajures auxiliares: em formato de torrada, um abajur em formato de um livro aberto, entre outros.

Pego um caderno que tem o papel mais amarelado com gramatura mais alta, abro meu estojo que contém diversas canetas pretas de pontas variadas e começo a escrever, a planejar, a sonhar… caneta e papel acalmam a minha mente agitada.

Os livros novos que estão me aguardando para ler, ficam em uma estante logo atrás de mim (os que eu já li, vão para uma estante da sala) e eu adoro ficar olhando qual será o próximo livro que irei ler. Eu sempre gostei de livros e itens de papelaria, então faço um pequeno estoque. É como se eu tivesse dentro desse meu ateliê, uma pequena livraria e uma pequena papelaria, é tudo de bom, o que mais posso querer?

Este espaço se tornou também o espaço de conexão com as minhas filhas. Achei que seria bom ter uma mesa de apoio para quando fosse usar uma base de corte ou algo parecido, mas eis que acabou se tornando um lugar para elas ficarem por perto.

Sabe aquela mesa de cozinha onde as crianças costumam ficar sentadas enquanto as mães cozinham? A mesa de apoio do meu ateliê tem desempenhado essa mesma função.

O ateliê se tornou um lugar de aconchego, de criatividade e de cura. Metade do tempo fica arrumada, metade do outro tempo…. bom, fica um caos. Minhas filhas gostam de abrir e fechar as gavetas, olhar os papéis coloridos, as canetas e tudo isso acaba gerando uma bagunça um tanto caótica.

Mesmo assim, é um espaço onde consigo eliminar o estresse do dia-a-dia, envolvida pelos objetos que me acolhem e me envolvem.

O craftroom se tornou um dos meus lugares de cura.

~ Yuka ~

11 comentários em “Eu vou ali cuidar de mim: o craftroom se tornou o meu espaço de cura

  1. Yuka, esse post me lembrou o livro Bem-vindos à livraria de Huynam-dong. A história é de uma mulher que larga tudo para seguir um desejo de infância. A livraria se torna um espaço aconchegante, de cura, para ela e os clientes que a frequentam. É um livro leve e delicioso de ler. Quase uma terapia.
    Beijos e boa semana

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  2. O último comentário fui eu, Larissa.
    Ah, e aproveito para comentar que adoraria ter conhecido esse ateliê que vc frequentava. Também adoro artes manuais, apesar de não ter tempo para nada disso e nem energias para tal.
    Ultimamente estou flertando com a ideia de fazer aula de cerâmica ou costura. Quem sabe tendo um compromisso e hora marcada me deixe mais engajada com esse plano.

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  3. Lindo, leve e inspirador post!

    Seu cantinho deve ser maravilhoso, bem colorido e aconchegante. E deve ser muito bom estar ali com as crianças ao seu lado ou lendo ou escrevendo, aproveitando o momento presente em toda a sua plenitude.

    No final das contas, são esses momentos que reequilibram e reenergizam a vida, não é?

    Abraços!

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    1. Oi Rosana, ah eu adoro o meu cantinho… ultimamente ando chamando de meu cantinho da bagunça, porque minhas filhas bagunçam demais. Eu comprei a mesma escrivaninha pra elas, a mesma luminária fofa, mas não adianta, elas querem sentar é na minha escrivaninha mesmo rsrsrs.

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  4. Gostaria de dizer que vc foi uma das pessoas q me incentivou a resgatar hobbies. Tbm tenho duas filhas pequenas, sou servidora pública como vc. Estou conseguindo encaixar esses momentos preciosos na rotina. Participo de um clube de leitura, estou aprendendo a desenhar e voltando a tocar piano. Muito obrigada!

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