Auto-Conhecimento

Menos, porém melhor

Eu já aplico esse conceito de “menos, porém melhor” há bastante tempo, mas ultimamente, tenho gostado de aplicar na área da alimentação.

Ao invés de comer chocolates de qualidade inferior todos os dias, tenho preferido comer um chocolate 70%, acompanhado de um bom café expresso algumas vezes por semana.

Ao invés de ir em uma lanchonete e almoçar só por almoçar no dia-a-dia, prefiro levar marmita para o trabalho e quando for almoçar fora, ir em um lugar que tenha o ambiente gostoso e comida de qualidade.

Passei a comprar mais as frutas que gosto, mesmo sendo mais caras do que as outras, Gosto muito de mirtilo, golden kiwi, amora, cereja, morango e figo. E com isso, meu consumo de frutas aumentou, e consequentemente, o consumo de doces diminuiu.

Ao comer coisas mais saudáveis (mesmo sendo mais caras), a vontade de comer comida lixo diminuiu.

Eu estou lendo neste momento o livro Hábitos Atômicos e no livro tem um trecho em que fala que um hábito vai puxando o outro e como o ambiente influencia no nosso hábito.

Eu tenho vivido exatamente isso em casa. Eu decidi que faria natação, que puxou para a alimentação saudável, que me fez decidir parar de tomar refrigerantes, cortar o açúcar e por aí vai. E com isso, meu marido também resolveu me acompanhar. Já as minhas filhas, por serem pequenas, acabam não tendo outra opção a não ser aceitar.

Minhas filhas entenderam rapidamente que petisco não precisa ser necessariamente um produto industrializado. Petisco pode ser uma fruta, um iogurte caseiro, um punhado de castanhas, uma salada, enfim, opções não faltam em casa.

Minha mãe, ao me ver bem, com mais disposição e saúde, também se interessou e resolveu aderir a alimentação saudável. A mesma coisa aconteceu com uma amiga.

Apesar de ainda não ter o custo total dos gastos do mês com a nossa nova alimentação orgânica, já percebi que o desperdício dos alimentos reduziu drasticamente, o que é um motivo de vitória em casa.

Ao escolher viver desta forma, eu percebi que a qualidade das coisas que coloco dentro do meu corpo melhorou e vejam só, a insônia que me atormentava há alguns anos foi embora, junto com a fome maluca que eu sentia, e percebi como esse conceito de “menos, porém melhor” tem trazido benefícios para a minha vida.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Contestando FIRE?

Só depois que a gente trilha um caminho, a gente consegue discernir melhor, olhar para trás e analisar o que faria de diferente, certo?

Agora que estou na fase mais tranquila financeiramente, eu tenho avaliado até que ponto a jornada FIRE (Financial Independence, Retire Early) é saudável e construtiva, em um contexto em que muitos brasileiros não recebem um salário razoável a ponto de permitir aportes gordos de 40 a 70% da renda familiar.

A ideia deste post não é contestar FIRE, mas mostrar outros caminhos possíveis, sem precisar abrir mão do que é mais importante: o HOJE.

Sabe aquela viagem que você quer fazer com sua esposa, para estreitar a relação do casamento? Acho que deve ser feita.

Sabe aquele passeio que você tem certeza que seu filho vai amar e você também? Também acho que deve ser incluído como prioridade.

Sabe aquela viagem que seu amigo te chama há um tempão? Já passou da hora de ir.

Ou aquela academia que fica do lado da sua casa, que você morre de vontade de se inscrever, mas vai naquela bem longe, que é mais barata e aí você fica com preguiça de frequentar?

E se o preço para todas essas escolhas, for a aposentadoria aos 60 anos, 65 anos, tudo bem, pelo menos você vai ter a certeza de que viveu a vida por completo, sem arrependimento.

Afinal, de que adianta ser FIRE, se o casamento acabar, se o filho não tiver conexão com você, se não tiver mais amigos, se não tiver saúde? Isso se tiver a sorte de estar vivo, porque existe a real probabilidade de morrer no meio do caminho, sem ter vivido.

Hoje, eu acho que ao invés de buscar FIRE, as pessoas deveriam buscar ter uma boa reserva financeira.

O que estou querendo dizer é que não precisa ter 30 vezes o salário anual para ter uma vida boa, porque isso, sinceramente falando, é muito dinheiro, e sendo bem realista, impossível e inalcançável para a maioria dos brasileiros.

Ao invés de almejar FIRE, abrindo mão do que é mais importante hoje (cuidar da saúde, ter uma vida confortável, ter bons relacionamentos, se divertir com os amigos, ter boas experiências, viajar, passear, comprar algo que está precisando), talvez o melhor seja poupar para buscar o Coast FIRE, já que tudo isso que você está abrindo mão hoje, pode fazer muita, muita falta no futuro.

Eu já escrevi um post sobre o Coast FIRE aqui.

Para quem pode abrir mão de mais da metade do salário, sem afetar a sobrevivência e a qualidade de vida, que ótimo, esse foi o meu caso.

Eu tive meu momento eureka na fase certa, casei com uma pessoa muito econômica e que acreditou na minha ideia maluca de se aposentar cedo. Coincidentemente, já vivia abaixo do padrão de vida desde solteira, eu morava de aluguel, não tinha carro, minha primeira filha tinha acabado de nascer, ou seja, os gastos ainda estavam baixos.

Eu era minimalista, investidora, e não gastava dinheiro. Meu marido era um misto de frugal com muquirana. Juntos, éramos imbatíveis: éramos o Pinky (ele) e o Cérebro (eu) kkkk.

Somando tudo isso, a bolsa brasileira estava subindo, a renda fixa também, os imóveis também, enfim, foram vários fatores que colaboraram para alcançar um patrimônio bacana em 7 anos. Foi uma janela de oportunidade que agarramos com todas as forças.

Maaaaas se para você, entrar na jornada FIRE significa afetar a sobrevivência, ou seja, PIORAR a qualidade de vida, PIORAR a qualidade dos seus relacionamentos, não pense em FIRE, pense em ter uma boa reserva financeira, ou seja, Coast Fire.

Essa reserva financeira já te dará a segurança que precisa, já será capaz de segurar crises de 2 a 5 anos, já será suficiente para dar coragem para mudar de emprego, para pagar um curso para melhorar a posição no trabalho, talvez até mesmo para mudar de cidade ou país.

Essa reserva financeira, se colocada em bons investimentos, poderá dar um bom montante financeiro em 10 a 20 anos, conquistando até mesmo uma aposentadoria tranquila, graças ao poder dos juros compostos.

Eu mesma, achei que sairia do trabalho quando alcançasse um determinado valor de patrimônio, mas no final, cá estou eu, trabalhando todos os dias; e outra, o marido ainda passou em um concurso público. Ou seja, não precisaria ter acumulado tanto dinheiro assim.

A mesma coisa acontece com muita gente que alcançou um determinado valor de patrimônio, tirando algumas exceções de pessoas que param por completo, outras continuam trabalhando fazendo exatamente a mesma coisa, ou saem do trabalho, mas começam a trabalhar em outra atividade. Ou seja, pode ser que você também não precise acumular tanto dinheiro assim.

Beijos.

Auto-Conhecimento

Você compartilha a sua felicidade?

Chá, Hora Do Chá, Pessoa, Verão, Chá Gelado, Bebida

Conforme eu fui ficando mais velha, compreendi que são poucas as pessoas que ficam felizes de verdade com a nossa felicidade.

É como se pudéssemos ser felizes sim, mas só se for menos feliz do que a outra pessoa.

Percebi que principalmente as pessoas mais próximas se incomodam com a nossa felicidade, muitas vezes até de forma inconsciente.

Afinal, quando estamos insatisfeitos com a própria vida, o sorriso do outro incomoda, a risada incomoda, a alegria do outro incomoda, e com isso, preferem invejar, julgar ou zombar a felicidade alheia.

Quando descobri isso, a princípio, fiquei horrorizada, mas depois passei a compartilhar cada vez menos sobre os sentimentos de felicidade que eu carrego em mim.

Quando iniciam uma conversa de como a vida está difícil, de como as pessoas são superficiais, eu só ouço.

Quando comentam a dificuldade em encontrar um amor verdadeiro, que viver um grande amor é uma utopia, eu só ouço.

Quando as pessoas que recebem o mesmo salário que o meu (ou até mais), ficam reclamando que das contas que precisam pagar, eu só ouço.

Eu não tenho do que reclamar.

Mas hoje, guardo estes sentimentos de alegria e gratidão dentro da minha casa. Em casa falamos quase todos os dias sobre felicidade e a importância do sentimento de gratidão, e ensinamos nossas filhas a reconhecerem e validarem esses bons sentimentos.

Há alguns anos compartilhei esta imagem e uma frase aqui no blog, e vejo como ele continua atual.

O segredo da felicidade é ser feliz em silêncio.

felicidade em segredo

A felicidade não é um produto, apesar de hoje ter se tornado um.

O que me deixa feliz, pode não deixar você feliz, e vice-versa. Ou seja, não pode ser comparada, nem copiada.

Falar menos é sabedoria. E você? Consegue ser feliz em silêncio?

~ Yuka ~

Minimalismo

Meus devaneios…

Desde que entendi que já tinha acumulado dinheiro suficiente, e que a partir daquele momento não precisava mais poupar como fiz durante os últimos anos, algumas coisas aconteceram.

A vida anda leve.

Eu sempre gostei de valorizar a jornada do auto-conhecimento, de olhar para dentro, de reconhecer a importância das necessidades individuais.

Este blog nasceu com esse propósito, de compartilhar uma parte do meu olhar, a minha vivência, compartilhar meus erros e aprendizados. Acabou se tornando um lugar de conversa, um espaço de acolhimento onde podemos trocar experiências sem sermos apedrejados.

Às vezes, leio meus posts antigos e o que mais me orgulho não são meus textos…. são os comentários de vocês. Os comentários são repletos de maturidade, de acolhimento, de empatia.

Em um mundo polarizado, com pessoas que tem pressa, aqui, encontro pessoas que ainda estão dispostas a ler um texto de um blog qualquer.

Há muitas partes de mim que vocês ainda não conhecem, já que o blog retrata apenas um pequeno recorte do que sou. Quem me segue há mais tempo sabe que este blog fala sobre tudo e sobre nada. São devaneios sobre o meu estado atual… falo sobre minimalismo, sobre organização e planejamento, sobre economizar, sobre relacionamentos, sobre filhos, sobre artesanato, sobre culinária, sobre jardinagem, sobre independência financeira, sobre FIRE.

Na fase atual em que me encontro, há uma frase que sempre vêm à tona: “Ainda bem que acreditamos sobre FIRE e agimos no momento certo”.

Nos últimos meses, tenho me sentido livre para dar passos largos em qualquer direção.

Eu sinto muita gratidão quando olho para a minha vida e vejo tudo o que conquistei, desde amigos da vida inteira, um marido apaixonado, filhas saudáveis, um lugar para chamar de lar, um bom emprego.

A independência financeira era a cereja do bolo que faltava para conseguir aproveitar o presente.

Meu foco atual tem sido valorizar o tempo, tentar me distanciar mais do virtual e estar mais presente, motivo pelo qual não postei nas últimas semanas.

Não se preocupem, não me distanciarei do blog, nem farei pausa, pois aqui é o meu cantinho preferido.

“Chegou o momento de não mais escrever sobre o final feliz.

Quero jogar luzes sobre o durante feliz.”

Ana Claudia Quintana Arantes

Com carinho, Yuka.

Dinheiro, IF e FIRE

Você prefere ser RICO (qualidade de vida) ou PARECER RICO (padrão de vida)?

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Outro dia, conversando com uma amiga, surgiu o assunto de um conhecido que era rico. Morava em um apartamento bonito, viajava todos os anos para o exterior, tinha uma profissão consolidada, o carro do ano…

E fiquei pensando… isso pode até ser a definição de um rico, mas será que a pessoa é rica de verdade? Ou ela só parece ser rica? Afinal, é só prestar um pouco mais de atenção para perceber que há muitos pobres que parecem ricos.

Quem apenas parece ser rico, costuma viver um padrão de vida acima do que a renda permite. Gasta o dinheiro em coisas mensuráveis, já que o intuito é mostrar, provar para os outros o “sucesso” que alcançou, afinal, esse tipo de sucesso é muito visível. Gasta o dinheiro elevando o padrão de vida, pois acredita que assim, está aumentando a qualidade de vida.

Só que uma coisa é padrão de vida, e outra coisa é qualidade devida.

Quem tem um padrão de vida elevado, pode até trazer status, mas não necessariamente, qualidade de vida,

Quem tem uma qualidade de vida elevada, não necessariamente tem padrão de vida elevado, nem pode trazer status.

No momento que compreendermos a exata diferença entre os dois, saberemos se estamos gastando dinheiro em qualidade de vida ou padrão de vida.

Cada pessoa tem o seu próprio entendimento sobre qualidade de vida.

Tem gente que gasta dinheiro comprando apartamentos cada vez maiores, carros cada vez mais potentes, roupas cada vez mais caras. Só que essas coisas não necessariamente trazem qualidade de vida.

Veja que o problema não é morar em apartamentos de alto padrão localizados em bairros nobres, ter plano de saúde com cobertura total, dirigir carros exclusivos, usar roupas de grife, ou ir em busca de entretenimento de luxo.

O problema é fazer isso sem ter condições reais, ou seja, viver uma vida de aparência, para impressionar os outros.

Aprender a gastar dinheiro em coisas que aumentam a qualidade de vida pode trazer benefícios para a vida toda, mas é preciso compreender que é algo pessoal, ou seja, cada um terá que descobrir o que significa qualidade de vida.

Para algumas pessoas, qualidade de vida é morar numa casa com quintal grande. Para outras, qualidade de vida é poder morar em um bairro bom de uma grande capital.

Eu por exemplo, sempre mantive um padrão de vida abaixo do que eu poderia ter, mas sempre fui em busca para ter uma alta qualidade de vida. Hoje não preciso me preocupar com dinheiro, tenho um casamento saudável, moro numa casa que me traz bem estar, moro em um bairro agradável, tenho um trabalho que sou respeitada, estou com a saúde em dia, tenho meus amigos, gosto do meu estilo de vida e tenho consciência do caminho que trilhei para chegar onde estou atualmente.

Agora, tem gente que mesmo depois de saber exatamente a diferença entre padrão de vida e qualidade de vida, ainda assim vai preferir escolher viver no padrão errado, fingindo viver uma vida que não é dela.

Tem pessoas que escolhem viver para manter o padrão de vida. São pessoas que tornaram escravas do consumo, do estilo de vida que criou.

Para essas pessoas, só há uma frase para compartilhar: bem-vindo à corrida dos ratos.

~ Yuka ~

Minimalismo

Questionar a rotina é o primeiro passo para viver com menos

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Nós crescemos e somos inseridos em um ambiente de constante estímulo ao consumo. Somos incentivados a comprar e descartar, comprar e desperdiçar, comprar sem precisar.

O consumismo em excesso é algo que precisamos manter distância, porque as indústrias nos manipulam demais, nos fazendo consumir da forma errada: ressaltando nossas fragilidades, medos, sensação de escassez e de urgência, além da sensação de pertencimento.

Nos fazem desacreditar nas nossas forças, jogam nossa autoestima no chão com o objetivo de consumirmos cada vez mais.

Para quem quer viver com menos, questionar a própria rotina pode ser um início interessante.

Um dos questionamentos mais simples que podemos fazer é por que devemos ter tantas roupas no guarda-roupa, se só temos apenas 1 corpo? Veja que quando temos roupas em excesso, o guarda-roupa tende a ficar mais bagunçado, mais amarrotado, difícil de encontrar as peças. Temos mais trabalho, mais roupas para lavar, mais roupas para passar, mais espaço para armazenar.

Passar roupa é outra coisa que podemos avaliar se é tão necessário. Passar lençóis, as fronhas, as toalhas de mesa, panos de prato, roupas de casa, pijama… Por que precisamos passar lençol, fronha, se na primeira noite que dormimos, tudo já fica amarrotado?

Por que insistimos em usar sapatos de salto alto se sabemos que são desconfortáveis? Para ficarmos 10 cm mais alta? E qual a vantagem de parecer mais alta? Eu tinha uma chefe que usava saltos altíssimos no trabalho, ela falava que usava porque era confortável, que parecia um chinelo para ela, mas ela sempre andava escorando nas pessoas, e na sala dela, estava sempre descalça, massageando a sola do pé. Tudo isso em nome da beleza.

É claro que as indústrias nunca incentivariam para que resgatássemos um móvel antigo na casa da vó para restaurar. Não querem que compremos roupas de segunda mão, por isso a moda é tão cíclica, criam a necessidade de estarmos sempre em dia com a moda.

Se não temos dinheiro à vista, será que precisamos tanto comprar um carro financiado, um imóvel financiado, pagando juros altíssimos para os bancos?

Será necessário mesmo dar e receber presentes em datas criadas por outras pessoas que apenas tinham o intuito de lucrar a própria empresa? Comprar mesmo não tendo dinheiro, mesmo não precisando de nada, mesmo nem sendo tão íntima daquela pessoa…

Será que é normal passar tanto tempo limpando a casa? E se tivéssemos menos coisas? Não seria mais fácil passar um pano em um cômodo livre de bagunça?

Quando permitimos que os outros ditem o que devemos fazer para alcançar a felicidade, entramos na armadilha do consumismo em excesso. O resultado disso? Menos tempo, mais pressão, menos dinheiro, mais preocupação, mais comparação.

Fazer questionamentos é um ótimo exercício para ir em busca da própria felicidade.

~ Yuka ~

Minimalismo

Viver de aluguel: vivendo melhor, mas gastando o mesmo valor

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A ausência da publicação de um post no domingo passado teve um bom motivo: eu fiz uma mudança residencial. Sim, de novo.

Bom, eu moro de aluguel desde que saí da casa da minha mãe para fazer faculdade. Na época eu tinha 17 anos e hoje tenho 40.

Eu até comprei um imóvel para morar em 2013, mas acabei casando e tive 2 filhas, então decidi vender e voltar a viver de aluguel.

Ou seja, só tive imóvel para morar por um curto período de tempo.

Morar num imóvel próprio, tem as suas vantagens, claro. Mas morar num imóvel alugado também tem as suas vantagens.

Eu gosto de morar de aluguel por conta da fase de vida em que me encontro. Não gosto de não ficar amarrada em um único lugar, de não ter mobilidade. Gosto de poder mudar de bairro, de cidade, de poder escolher o tamanho da casa conforme a necessidade do momento. Gosto de saber que se surgir um vizinho chato, posso me mudar. Que se eu perder a vista do meu apartamento por causa da venda do terreno para uma construtora, posso me mudar. Para mim, tudo isso é libertador.

Não sou contra ter um imóvel próprio, só acho que para o momento em que vivo atualmente, vejo mais vantagens de morar de aluguel.

Esses dias, estava dando uma olhada de forma bem despretensiosa sites de imobiliárias, e um anúncio saltou nos meus olhos, pois era bom demais pra ser verdade.

Um imóvel amplo, com ótima distribuição dos cômodos, numa rua muito bem localizada, sendo anunciada por praticamente o mesmo preço que pagava (combo aluguel e condomínio).

Eu seria louca se não agarrasse essa oportunidade, peguei o telefone na hora e falei com o corretor de imóvel. Fomos visitar o imóvel, e assim que chegamos em casa, encaminhei os documentos para a imobiliária. No dia seguinte, a documentação já havia sido aprovada, e aa mesma semana, fui assinar o contrato.

A essa altura da leitura, vocês devem imaginar que tenho um parafuso a menos pela rapidez que as coisas aconteceram. Afinal, não estamos falando de uma mudança pequena, estamos falado de uma mudança residencial em família.

Não sei vocês, mas eu sempre tive mais medo de arrepender das coisas que eu não fiz, do que das coisas que eu fiz.

Mesmo quando faço escolhas erradas, consigo compreender que foi um aprendizado e viro a página sem ficar muito abalada ou com dor na consciência.

Só para vocês terem uma ideia de como foi boa essa troca:

IMÓVEL ANTESIMÓVEL DEPOISNOTA
60m2100m2Muito mais espaço para circulação.

2 quartos3 quartosOs quartos são realmente grandes.
Quarto 1 – Se antes cabia somente o guarda-roupa e a cama das crianças, agora, além da cama e guarda-roupa, poderão ter escrivaninhas individuais para estudar e ainda sobra bastante espaço para circulação.
Quarto 2 – No quarto de casal, que é muito grande para ter somente a cama e o guarda-roupa, decidi que irei reativar meu amado ateliê.
Quarto 3 – Esse quarto é o menor de todos, será o escritório para o marido.
Cozinha sem móveis planejadosCozinha com móveis planejados + mesa retrátilA nova cozinha, além de ser totalmente planejada, possui uma mesa retrátil. Essa mesa é muito útil, pois além de servir como apoio na preparação dos alimentos, serve para fazer refeições rápidas, além das minhas filhas poderem ficar perto de mim, desenhando ou estudando.
Banheiro sem marcenariaBanheiro novoO banheiro é todo branquinho, bem atual, mas tem uma bancada de pedra que está desgastada. A proprietária autorizou fazer a troca da bancada e do gabinete. Com isso, o banheiro ficará novinho em folha.
LavanderiaLavanderia maiorA lavanderia também tem um tamanho bem bacana, toda branquinha.
VarandaVarandaA varanda tem mais ou menos o mesmo tamanho.
Boa localizaçãoMelhor localizaçãoO novo apartamento é ainda melhor localizado, mais perto de todas as lojas e serviços que costumamos utilizar, além de ser bem abastecida de restaurantes.
5º andar1º andarPensa na alegria de poder morar num apartamento onde não terei vizinho de baixo que é sensível a barulho. Embaixo do nosso apartamento fica o salão de festas do prédio, então minhas filhas finalmente poderão correr, pular, brincar de bambolê, de Lego, sem a necessidade de ficar em cima do “tatame de lutador de muay thai” que eu deixava bem no meio da sala.

Todo esse upgrade, pagando praticamente o mesmo valor que eu pagava no outro imóvel. Era ou não era uma oportunidade imperdível? Agarrei com todas as forças e pulei de alegria (mesmo!) quando consegui assinar o contrato do novo aluguel.

Ao contrário do que muitos podem pensar, mudança residencial não é uma tarefa difícil para mim, porque sempre enxergo como uma oportunidade para renovar os ares da casa, desapegar de coisas que perderam valor, faço lista de todas as coisas que quero fazer na casa nova.

Como sei desmontar e montar móveis, pintar paredes e mais outras coisas, não preciso depender de terceiros para fazer as instalações na nova residência, o que reduz bastante tempo e custo.

Só quis compartilhar essa história, para mostrar que nem sempre apartamento maior significa gasto maior. Tendo paciência, e dando uma boa procurada em sites de imobiliária de tempos em tempos, dá para pegar boas distorções do mercado.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Minimalismo é sobre ter o que nós mais queremos

Quem quer adotar o minimalista não precisa se preocupar com privação. Não é este o princípio, pelo menos para mim.

No Japão, eu vejo que o minimalismo tem uma interpretação mais radical. Muitos deles não têm cama, dormem no chão, e quando têm, tentam se explicar que “apesar de serem minimalistas, escolheram ter uma cama”. Acho isso no mínimo esquisito, pois não consigo entender qual o problema de buscar mais conforto, ao invés de focar exclusivamente na redução de objetos.

No Brasil, vejo que muitos interpretam minimalismo como pobreza. Justificam o estilo de vida simples como minimalismo. No minimalismo, vive-se com menos por uma opção de escolha, já a pobreza não é uma opção de escolha.

Já eu, gosto do minimalismo equilibrado, sem entrar muito em rótulos ou em caixas. Gosto de pensar no minimalismo como uma busca do que é essencial para cada um, ou seja, é uma jornada interna.

Significa aprender a fazer escolhas melhores e escolhas conscientes.

Significa se conhecer melhor, buscar o autoconhecimento, descobrir o que faz feliz, independentemente da opinião alheia.

Vou compartilhar uma história com vocês.

Em 2010, há exatos 12 anos, eu fui para Vancouver, no Canadá, para um intercâmbio.

Lá, fiz amizade com o pessoal que dividia a casa, e uma coisa ficou muito evidente logo na primeira semana de convívio… esses alunos tinham um poder aquisitivo maior que o meu. Eles compravam muitas roupas, muitos souvenirs, fizeram muito mais passeios pagos do que eu, almoçavam todos os dias em restaurantes caros.

Na verdade, quem tinha o poder aquisitivo maior eram os pais desses alunos, pois a viagem era financiada por eles. Quando o dinheiro acabava, os alunos ligavam para os pais, e pronto, mais dinheiro entrava na conta bancária.

Já eu, que não era financiada por ninguém, tive que focar no que era essencial: estudar inglês e fazer passeios que não eram tão caros.

Chegando na última semana do intercâmbio, entrei em uma loja da Apple pela primeira vez e comprei o que há muito tempo queria: um MacBook.

Neste momento, os meus colegas que estavam juntos, falaram que eu era muito rica por comprar um MacBook assim, à vista, e que eles não tinham condições de comprar.

Na época eu apenas sorri e nem tentei explicar, afinal, eu teria que explicar tudo em inglês. Mas quando trago essa situação para os dias de hoje, vejo que se encaixa bem no conceito do minimalismo, que é justamente ter o que mais queremos.

Eu não queria roupas novas, não queria comprar souvenirs… eu fui até o Canadá para aprender inglês, conhecer a cidade, fazer novas amizades e se possível, voltar para o Brasil com um MacBook. O que esses meu colegas não entendiam é que eu também não tinha muito dinheiro, aliás, tinha muito menos do que eles, já que eu não tinha quem bancasse meus luxos, mas a diferença é que eu priorizei o que eu mais queria.

Eu voltei para o Brasil muito satisfeita pela experiência do intercâmbio e muito feliz pela nova aquisição.

Alguém que não conhece a história por completo, pode focar em todas as coisas que eu não tive: não tive almoços em restaurantes descolados, não voltei com a mala abarrotada de roupas importadas, nem voltei com lembrancinhas para todos os colegas do trabalho. E assim, erroneamente, podem achar que minimalismo é sinal de miséria, de escassez.

Mas quando se conhece a história completa, descobrimos que minimalismo não é sobre escassez, é justamente o oposto, é sobre definir prioridades para focar no que é mais importante.

Gosto de entender o motivo das minhas escolhas e aceitar as renúncias que vêm junto com as escolhas que faço. Desta forma, consigo fazer cada vez mais escolhas melhores e ter uma vida cada vez mais consciente.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Se quer viver de forma diferente dos outros, é necessário fazer coisas diferentes hoje

Quando eu ainda falava para as pessoas sobre aposentadoria antecipada, eu percebia sempre um padrão no comportamento.

As pessoas queriam desesperadamente aposentarem cedo, alcançar FIRE (Financial Independence, Retire Early), mas não queriam abrir mão de absolutamente nada. Queriam viver igual a todo mundo, com carro na garagem, com apartamento grande e reformado, comendo em restaurantes diariamente, comprando diversos itens todos os fins-de-semana, além de claro, não quererem estudar por conta própria.

Mas se você quer viver de forma diferente dos outros, será necessário fazer coisas diferentes hoje.

Enquanto a maioria achava que era normal não poupar dinheiro, ou poupar até 10% do salário, eu decidi que iria poupar 70%.

Enquanto a maioria continuava achando que era normal se aposentar com 65, 70 anos, eu decidi que iria me aposentar quando eu bem entendesse.

Especificamente falando do meu caso, acredito que foram 3 fatores que influenciaram muito:

1.) O trabalho do marido

Meu marido tem um trabalho com contratos que variam em torno de 1 a 2 anos.

Isso significa que de uma hora para outra, nós podemos perder a renda dele. E por isso nós nunca nos achamos no direito de aumentar os gastos de forma descontrolada, pois não sabíamos o dia de amanhã.

O que poderia ser péssimo para a maioria das pessoas, acabou se mostrando como uma grande oportunidade para nós.

Sempre tivemos medo de não conseguirmos manter o padrão de vida que estabelecemos para nós.

Uma das formas de controlar o incontrolável (a renda do marido), foi centralizar todos os gastos da nossa família apenas no meu salário. Todo o salário dele vai para investimentos. Quando o salário dele aumenta, aumentam os aportes. Quando o salário diminui, diminuem os aportes. E se a fonte secar (o que nestes 12 anos que estamos juntos, nunca aconteceu), os aportes seriam mais comedidos, mas constantes, mesmo contando apenas com o meu salário.

2.) Os dois remando juntos na mesma direção

Toda vez que meu marido fala “sem você, não estaríamos onde estamos hoje”, eu veementemente discordo.

Se ele não tivesse concordado com a minha ideia de ser FIRE, de aceitar entregar todo o seu salário todos os meses para mim para que eu pudesse fazer aportes generosos até a nossa filha mais velha completasse 6 anos de vida, de aceitar sorrindo quando comecei a enxugar os gastos, nada disso teria sido possível.

Foi de comum acordo que decidimos não aumentar o padrão de vida por alguns anos. Sabíamos que era melhor apertar naquele momento, para ter conforto daqui a alguns anos, do que ter conforto por alguns anos e passar necessidade a vida inteira.

3.) O minimalismo como um grande aliado

Há diversos tipos de armadilhas do consumo: armadilhas financeiras, armadilhas da moda, da educação, do medo, da beleza, da ostentação, do medo…

O minimalismo trouxe diversos benefícios na minha vida. Um dos benefícios foi ter permitido dar um basta em medos que são inseridos na nossa cabeça.

Isso acontece porque o minimalismo nos obriga a parar de olhar para a vida dos outros para focar na própria vida. É como se não tivéssemos mais muleta para fazer escolhas, pois teríamos que parar de olhar a vida dos outros para encarar a própria.

Não é uma tarefa fácil, pois temos que colocar a cabeça para funcionar para tomar decisões próprias, descobrir o que gostamos e principalmente o que não gostamos.

A médio prazo, essa decisão trouxe benefícios imensuráveis: aprendi a fazer boas escolhas, a viver com as coisas que eu realmente valorizo e que são importantes para mim. Isso acabou eliminando o sentimento de escassez e a sensação de gratidão se tornou presente, porque aprendi a olhar para a abundância que já tinha na minha vida.

Fazer as próprias escolhas, me permitiu não ter redes sociais, mesmo todo mundo estando presente. Não precisando de aprovação dos outros nas redes sociais, permitiu que eu pudesse ser autêntica nas coisas que eu gostava, e com isso, novamente o minimalismo veio à tona.

Quanto mais eu me conhecia, menos compras erradas eu fazia e mais o dinheiro sobrava. Sobrava, não porque eu estava deixando de gastar, afinal, eu continuava gastando. A diferença é que eu comecei a gastar melhor o meu dinheiro, em coisas que trazia felicidade para mim, e não para os outros.

E aí vem uma sensação de satisfação, de felicidade, de segurança financeira, sem a necessidade de mostrar para os outros. Os benefícios são reais, mas a experiência é individual.

Essa decisão tomada lá atrás, permitiu por exemplo, que eu comprasse um carro em agosto de 2021, utilizando apenas os dividendos que havia recebido naquele ano.

Então sempre que possível, lembre-se da frase: se quer viver de forma diferente dos outros, é necessário fazer coisas diferentes hoje.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

“Tchau” mundo digital, “oi” mundo analógico

Calma, não serei radical a ponto de excluir a tecnologia, nem a vida conectada da qual estamos imersos.

Este post é uma reflexão de tudo o que estou vivendo no momento, mais especificamente desde que a pandemia iniciou. Assim como a sua vida, a minha também nunca mais foi a mesma.

Eu fui uma das pessoas que foi impactada negativamente pela pandemia, entrando para a estatística de brasileiros com ansiedade.

Comentei em posts anteriores que na pandemia, pela primeira vez, tive depressão. Essa depressão evoluiu para crises de ansiedade, que evoluiu para um ataque de pânico e aí tudo o que eu conhecia do mundo normal desabou.

Com a minha saúde mental abalada, a minha família teve que me acolher e me dar suporte, para que eu pudesse superar diversos momentos difíceis.

Passados 2 anos, hoje, consigo descrever melhor toda a tempestade que passei. Quando estamos no olho do furacão, não conseguimos compreender a razão dos fatos, apenas sobrevivemos.

Geralmente, quando acontece algo muito importante na minha vida, uma mudança interna igualmente importante acontece dentro de mim.

Assim foi na minha adolescência. Eu decidi prestar vestibular fora da cidade onde morava para me livrar dos abusos da minha irmã. Isso acabou me proporcionando um mundo totalmente novo para mim.

Assim foi com o divórcio do meu primeiro casamento. Eu era workaholic e vivia abarrotada de coisas e não sabia definir prioridades. Foi quando aderi ao minimalismo e aprendi a definir o que era importante e jogar fora todo o resto que não era importante.

Assim foi no nascimento da minha primeira filha. Eu entendi que eu era uma escrava moderna pagadora de contas e decidi que seria livre. Foi quando entrei de cabeça na jornada FIRE (Financial Independence, Retire Early).

Na pandemia, não poderia ter sido diferente.

Passado o turbilhão emocional, eu tive que refletir novamente as escolhas que eu estava fazendo na minha vida, e uma das coisas que eu passei a avaliar foi em relação ao excesso de informação que está constantemente ao nosso redor. Na pandemia, o meu tempo de uso de celular aumentou consideravelmente.

O smartphone é um computador disponível 24 horas na palma da nossa mão. Ele é o nosso despertador, telefone, computador, televisão, máquina fotográfica, caderno, agenda, livro, aparelho de som, gravador de vídeo, vídeo game, álbum de fotos, calculadora…

Ele nos magnetiza, nos envolve, nos vicia.

Não sou psicóloga, nem médica, nem neurocientista. Então vou explicar aqui com as minhas palavras o que eu entendi após a leitura de textos sobre o malefício que causamos ao nosso cérebro por estimular de forma excessiva, despejando diariamente um volume grande de informações.

A tecnologia evoluiu muito nesses anos. Os algorítimos, as cores, os brilhos, todos esses estímulos foram milimetricamente calculados para nos atrair, com o único intuito de que consumamos cada vez mais produtos, serviços e informações, já que hoje, nosso tempo de conexão na internet virou um dos produtos mais desejados pelas empresas.

Para isso, grandes empresas de tecnologia analisam e aprimoram cada vez mais o funcionamento de neurotransmissores cerebrais para nos causar dependência.

Outra coisa preocupante é em relação ao sequestro da atenção. É rotineiro ver pessoas checando o celular enquanto conversa com alguém, quando está na reunião de trabalho, quando está dirigindo… Estamos a todo momento checando as notificações do celular enquanto fazemos outras atividades. Esse ato aparentemente inocente é um dos fatores que prejudica a saúde mental.

Vamos imaginar nosso cérebro como uma massa de energia. Quando estamos conversando com um amigo, essa energia se concentra em um local do cérebro, fazendo conexões neurais. Ao desviar a atenção para a tela do celular, essa energia se dissipa, e se acumula novamente, desta vez para concentrar na mensagem do celular. Ao retornar para a conversa, a energia se dissolve da mensagem do WhatsApp e se acumula novamente na conversa com o amigo. Como todo esse processo acontece de forma automática e rápida no nosso cérebro, não enxergamos o prejuízo. Mas precisamos entender que o cérebro refaz todas as conexões, fazendo esforço extra (mesmo sem parecer) para retomar a atividade anterior, gerando cada vez mais estímulos.

Outro ponto importante é que quando olhamos o celular, liberamos um neurotransmissor chamado dopamina, que dá aquela sensação de alívio e bem-estar. Assim como tudo nesta vida, o cérebro também se acostuma com a dose de dopamina e com o tempo, “pede” cada vez mais dopamina. Ou seja, se antes a dopamina era liberada com alguns minutos de uso de celular, hoje, precisamos aumentar o tempo de uso para ter a mesma sensação de bem-estar.

O cérebro não consegue mais desligar, nem descansar, pois mensagens e alertas surgem a todo momento tornando esse ato de checar o celular a nova rotina. Diariamente, recebemos inúmeros bombardeios no celular, uma mensagem nova, um vídeo novo, um podcast novo, tweet, e-mails, notícias intermináveis… Bom, se há estresse, há ansiedade, ou seja, junto com a dopamina, também é liberado o hormônio do estresse e entramos em um loop infinito. Não é à toa que a ansiedade se tornou o mal do século.

Eu adoro tecnologia, mas também reconheço que o excesso gera consequências desastrosas na nossa vida.

Desde o surgimento do smartphone, uma das coisas que sempre me recordo é justamente do período anterior. Eu era mais presente e mais consciente, mesmo fazendo atividades cotidianas. Quando eu ouvia música, eu apenas ouvia música. Fechava os olhos e prestava atenção na voz e na canção. Quando eu lavava louça, eu só lavava louça. Quando deitava na grama, eu ficava olhando apenas as nuvens se movimentando. Quando eu pendurava as roupas no varal, eu sentia o sol ardido que insistia em queimar a minha nuca.

E finalmente entendi, que se não conseguimos estar conscientes lavando louça, também não estaremos conscientes quando estivermos conhecendo uma das sete maravilhas do mundo.

Dada a introdução, agora vou contar as decisões que eu tomei para mudar a maneira que eu vivo a minha vida:

Tirando a cor do celular

Como disse acima, tudo no celular foi elaborado de forma estratégica, para ficarmos o máximo de tempo possível com os olhos grudados na tela do celular. Aquela notificação numérica na cor vermelha que aparece nos apps do celular avisando que chegou uma mensagem nova, também tem um intuito, serve para nos incomodar, passar a mensagem de alerta.

Quando li essa reportagem da CNN que falava sobre como passar menos tempo diante da tela do celular, eu imediatamente aderi e tirei a cor do meu celular, deixando tudo em escalas de cinza.

No primeiro dia de uso, deu um click na minha cabeça quando estava tirando fotos das minhas filhas. Ao ver as fotos em preto e branco, eu entendi que o que deve ser colorido não é o que está dentro do celular, e sim, a nossa vida real.

Com a tecnologia avançando cada vez mais, muitas vezes, parecemos mais bonitos na foto graças aos filtros. A água do mar parece mais cristalina e azul do que presencialmente graças às edições. A foto da comida que tiramos parece ser mais apetitosa do que realmente é graças à iluminação. E com isso, a vida real vai se tornando cada vez mais sem graça, enquanto a vida virtual começa a parecer mais interessante. Que perigo.

Com as imagens do meu celular em preto e branco, é como se eu conseguisse distinguir claramente o que é real e o que não é real. Eu tiro foto das minhas filhas, e vejo tudo cinza. Olho para as minhas filhas e vejo-as coloridas, assim como deve ser. Esse simples ato me faz lembrar diariamente que a vida real e que as coisas que são importantes estão aqui do lado de fora.

Após um tempo usando o celular em escalas de cor cinza, consigo perceber como o celular era estimulante e como as cores gritavam para chamam pela minha atenção.

Temos que ter consciência de que estamos lutando a todo momento contra uma máquina que foi feita para escravizar nosso tempo.

Após colocar o celular no modo cinza, vi vários benefícios. Como não consigo mais distinguir se a pessoa leu ou não a mensagem que eu mandei pelo WhatsApp, a necessidade de ficar checando o celular diminuiu. As notificações em vermelho que antes chamavam tanto a minha atenção também ficaram discretas e de repente, aquela urgência em responder as pessoas diminuiu. O meu senso de urgência mudou.

Sem notícias e podcasts

Eu costumava ouvir notícias e podcasts logo assim que eu acordava. Gostava de ouvir algo enquanto me arrumava para ir ao trabalho, ou dentro do carro, mas eu decidi parar para dar uma folga para o meu cérebro e hoje quando quero escutar algo, escuto música.

Sei que não podemos e nem conseguiríamos dar as costas para a internet. Longe de mim fazer isso, pois assim como você, eu também adoro estar conectada.

O que estou tentando fazer é apenas sair do automático para estar mais consciente.

Se antes eu ouvia ou assistia qualquer coisa de forma aleatória, hoje, eu penso muito bem antes. Eu realmente quero ouvir? Pra qual intuito? E quando passei a fazer essas perguntas, a maioria das coisas perderam valor para mim e eu passei a ter menos interesse em notícias que não terão nenhuma utilidade para mim.

Retornando para livros físicos

Vocês sabem o quanto eu adoro meu kindle…

Mas andei percebendo que para as minhas filhas que são pequenas, o kindle é como se fosse um tablet, elas não entendem que aquilo que parece tanto como um tablet, é na verdade igual a um livro físico.

Se estou num parque lendo meu kindle, será que no inconsciente, elas acham que estou na internet?

Pensando nisso, comecei a recomprar livros físicos, e posso te falar? Como é bom folhear as páginas.

Retornando para agendas e cadernos de papel

Eu sempre gostei muito de escrever no papel. Quando era mais nova, gostava de colecionar papel de carta, lápis, adesivos, diários, anotações de tarefas, mas parei de fazer isso na adolescência com o surgimento do celular.

Eu me adaptei tão bem com a tecnologia, que acabei me desapegando do papel, e passei a organizar toda a minha vida de forma digital.

Passei mais de 20 anos sem nem lembrar o quanto papel e caneta me acalmava, o quanto me fazia bem.

Hoje eu tenho diversas agendas, cadernos, adesivos, canetas coloridas, e nem consigo acreditar como consegui ficar tanto tempo sem.

Crianças e televisão

Agora que elas entraram na rotina da escola, não deixo mais elas assistirem televisão livremente. Elas assistem um pouco antes de dormir, talvez 15 minutos, 20 minutos no máximo.

Para quem acha que elas morrem de tédio quando estão sem televisão, ledo engano. Elas se divertem muito mais. É incrível como a criança tem a capacidade para inventar brincadeiras.

Vejo que escassez controlada traz benefícios, pois estimula a criatividade. Como sempre dizia a minha mãe, “se não tem, inventa”.

Outro benefício que eu não imaginava, foi que ao desligar a televisão, elas começaram a ter interesse na cozinha.

Minhas filhas de 4 e 6 anos acabaram aprendendo a utilizar faca para cortar e picotar legumes. Lavam frutas, montam a salada e arrumam a mesa do jantar.

Sem redes sociais

Continuo sem Facebook, Twitter, Instagram etc. É a melhor decisão que eu poderia ter tomado.

Mantenho o WhatsApp e acesso o YouTube.

No YouTube, avaliei de forma bem rigorosa e reduzi os canais que seguia. Deixei de seguir todas aquelas pessoas que postavam com uma frequência alta, e também deixei de seguir pessoas que postavam sempre conteúdos similares que não agregavam mais nada na minha vida.

O WhatsApp eu uso para conversar com minha família e com os meus amigos, mas quase não compareço nos grupos grandes, pois entendi que é melhor eu estar presente para a minha família, do que estar presente para colegas.

Sem celular nas refeições e no carro (para entreter crianças)

Em casa, não utilizamos celular nas refeições, nem mesmo quando estamos no restaurante. Dá trabalho, pois a criança quer sair da cadeira antes da hora, mas entendemos que hora de comer é hora de comer, é momento de diálogo e interação com as pessoas.

No carro também pensamos da mesma forma. Eu lembro quando fizemos as primeiras viagens de ônibus, quando minha filha falava que estava com tédio. Eu disse para ela olhar para a janela e contar quantas árvores tinham na estrada rsrs.

Sempre achei o tédio algo importante e que deve fazer parte da nossa vida.

Vejo crianças e adultos que não sabem mais lidar com o tédio. Não sabem mais aguardar o ônibus, não sabem mais aguardar o amigo, não sabem aguardar uma fila, não sabem ficar sem fazer nada. A qualquer sinal de tédio, pega-se o celular.

Lazer ao ar livre

Depois que saímos de São Paulo, nosso lazer se tornou muito mais ao ar livre, do que dentro de construções. Dificilmente vamos ao shopping, e quando vamos, vamos para comprar algo específico e já vamos embora.

Como não vamos com frequência, as luzes das lojas começaram a incomodar os nossos olhos. Sei que parece coisa de gente que mora na roça, mas são tantas luzes e estímulos intensos que acabamos nos cansando muito rápido.

Meditação

Consegui retomar minha meditação e tem sido um momento importante para esvaziar a mente e estar consciente.

Gosto de meditar de manhã, e quanto consigo, em alguns intervalos enquanto estou no trabalho.

Ouvir mensagens de áudio e vídeos na velocidade normal

Há alguns meses, o WhatsApp implementou uma ferramenta que permite acelerar o áudio.

YouTube também possui esse recurso de aumentar ou diminuir a velocidade do vídeo.

Após usar esses recursos durante um tempo, eu parei de fazer isso, porque entendi que há tempo para as coisas acontecerem. Não quero simplesmente ouvir um vídeo na velocidade rápida, porque isso me fez perceber que eu comecei a ficar impaciente quando as pessoas falavam de forma vagarosa, além de eu mesma começar a falar mais rápido.

Outras ações

Em posts anteriores, compartilhei que comecei a imprimir fotos em álbuns ao invés de manter as fotos apenas no computador ou na nuvem.

Quando estou em algum parque, tento me concentrar no que está acontecendo ao redor, prestar atenção no vento que bate no meu rosto, nas folhas das árvores que balançam, nas formigas que andam apressadas.

Quando vejo um grupo de amigos em silêncio, todos entretidos no próprio celular; quando vejo casais nos restaurantes em silêncio, cada um falando com uma pessoa no celular; quando vejo crianças anestesiadas assistindo televisão, tablet, celular…

Eu reforço a minha vontade de recuperar hábitos da década de 80 e 90 por 3 motivos: para desacelerar o tempo, viver o presente e ensinar minhas filhas que o mundo real é este que vivemos.

Eu desejo que minhas filhas tenham habilidades físicas e motoras, habilidades sociais, habilidades de comunicação, de negociação, empatia com pessoas. E sei que elas não vão conseguir se estiverem imersas no mundo virtual.

Quero dormir bem. Quero ter tempo e não estar exausta para os filhos. Quero ter disposição para fazer exercício físico. Ter tempo para ler, descansar, conversar, encontrar os amigos, ter tempo para ter um hobby.

O tempo só tem uma única direção. Uma vez gasto, acabou. Não temos possibilidade de guardar o tempo para ser usado depois.

Para finalizar, compartilho um vídeo que resume bem o que escrevi.

~ Yuka ~

Minimalismo

10 dicas para simplificar a rotina

Paisagem, Montanha, Nevoeiro, Pôr Do Sol, Céu, Nuvens

1. Tenha menos coisas

Costumamos negligenciar este tópico, mas ter menos coisas, simplifica muito a rotina. Menos roupas no guarda-roupa, significa menos trabalho para escolher roupas, para lavar, estender, passar, dobrar, guardar. Ter menos objetos espalhados pela casa, significa menos poeira, menos sujeira, menos manutenção, menos responsabilidades, menos dor de cabeça, menos tempo gasto, mais dinheiro no bolso, mais tempo.

2. Ajuste as expectativas

Se não conseguimos manter uma cama posta, talvez seja bom só esticar o cobertor ou a colcha para deixar a cama arrumadinha assim que acordamos. Se não conseguimos passar tantas roupas por semana, talvez chegou o momento de comprarmos roupas que tenham tecidos que não amassam tanto. Nos dias de preguiça ou de cansaço, recorrer à alguma refeição congelada, ou até mesmo preparar algo simples como um lanche. Ajustar expectativas para não se frustrar, é algo que devemos estar sempre atentos.

3. Faça comida em dobro. E congele a metade.

O trabalho para cozinhar é o mesmo, o tempo praticamente não muda, a quantidade para lavar a louça não muda, o que muda é que ganhamos tempo, quando cozinhamos o dobro de quantidade. Fazer comida em dobro e congelar a metade é o que salva a minha rotina. Faço isso em diversas preparações das refeições.

4. Aprenda receitas que usam forno e panela de pressão

Quando estou com pouco tempo, faço macarrão na panela de pressão usando ingredientes congelados como o molho de tomate caseiro, a carne moída que já refogada, o caldo de legumes caseiro que sempre tem no congelador, o queijo que deixo já deixo ralado e por aí vai. Agora, quando quero preparar alguma coisa gostosa, mas não quero passar muito tempo na cozinha, gosto de usar o forno. Coleciono receitas que usam forno e panela de pressão para me ajudar a não ocupar tanto meu tempo na cozinha.

5. Aprenda a pedir ajuda

Eu tenho o privilégio de não ter que pedir ajuda em casa, porque meu marido é muito observador e solícito. Mas sei que meu caso é uma exceção, e não uma regra. Quando me deito um pouquinho na cama no meio da tarde por estar cansada, ele silenciosamente fecha a porta para as crianças não entrarem. Quando estou participando de reuniões virtuais longas, ele sempre aparece com uma xícara de chá com leite. Enquanto estou na cozinha preparando a comida, ele já vai arrumando a mesa, colocando pratos, talheres, copos, além de lavar toda a louça e limpar a cozinha.

Pedir ajuda é imprescindível, principalmente quando temos dependentes como filhos e pais idosos.

6. Pense grande, mas comece sempre pequeno

Eu sempre lembro da minha jornada FIRE (Financial Independence Retire Early). Planejei o improvável, tracei um plano, contei pro marido, e começamos a remar juntos na mesma direção. Fazíamos tudo juntos, cortamos tudo que não era importante para nós, e a passos curtos e constantes, fomos caminhando, e hoje, passados alguns anos, eu só tenho a agradecer por ter tomado essa decisão anos atrás.

7. Aproprie-se de listas para limpar a mente

Sou adepta de listas desde que aprendi a ler e escrever. E isso não mudou, mesmo na vida adulta. Aliás, só vejo vantagens de ter listas, tantos que listas continuam norteando minha rotina, limpando a mente, tirando o que está incomodando dentro da cabeça e ainda alivia a tensão.

8. Gaste menos do que ganha

Parece ser fácil, mas é difícil. Com as indústrias se tornado mais agressivas para incentivar cada vez mais o consumo desenfreado, e unindo a facilidade em parcelar as compras usando cartões de crédito, muita gente acaba se perdendo nos cálculos e acaba gastando mais do que deveria. Claro que a conta não fecha e as dívidas e o estresse começam a aumentar.

9. Faça menos coisas

Fazer menos coisas, significa definir o que é importante. Não dá para assistir todos os filmes, ler todos os livros, encontrar todos os amigos, viajar para todos os lugares.

Simplificar a rotina significa fazer escolhas conscientes de fazer menos. É definir a importância das coisas.

Talvez para você, que não gosta de passar roupa, seja escolher tecidos que não amassem tanto. Para você que não gosta de lavar louça, ter uma máquina de lavar louça pode ser uma boa alternativa. Para você que não gosta de enfrentar o trânsito, quem sabe morar perto do trabalho pode ser a solução.

Deixe a agenda mais livre para que você se sinta mais relaxado.

10. Aprecie o simples

Quando digo simples, são as coisas cotidianas do dia-a-dia.

Aprender a apreciar o sol da manhã entrando pela janela.

Sentir a a palma da mão esquentando em uma caneca com chá.

Apreciar o banho quente em um dia frio.

Desfrutar da sensação gostosa de tirar o sapato, depois de um dia de trabalho.

Saborear o almoço que saiu melhor do que o esperado.

Sentir o frescor de um lençol recém trocado.

Se alegrar ao ouvir a voz de um amigo querido.

Desfrutar do amor que sentimos ao abraçar quem amamos.

Para conseguir apreciar o simples, é necessário estar presente, concentrar-se nas próprias ações, no que está acontecendo ao redor.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

O que você quer MENOS? E o que quer MAIS?

Os anos de 2020 e 2021 foram períodos de rebuliço para muitos de nós.

Como já comentei nesse post, tive depressão durante a pandemia. Essa depressão evoluiu para um quadro de ansiedade que me fez repensar em todas as minhas prioridades novamente.

Digo novamente, porque fazer revisão de gastos e fazer revisão de prioridades, são coisas que precisamos fazer sempre, de tempos em tempos.

A única direção que a sociedade tem seguido é aumentar o consumismo, aumentar as distrações, o estresse, as obrigações e a falta de tempo.

Ir contra essa direção, é ir contra a maré de tudo o que vemos e sentimos, uma pequena tentativa individual de tentar melhorar a qualidade de vida, mesmo com todos os percalços do dia-a-dia.

Quero começar esse ano com MENOS auto-cobrança, para viver com MENOS estresse, com MENOS tensões, MENOS complicações.

MENOS internet, MENOS exposição, MENOS tralhas.

MENOS obrigações, MENOS pessoas tóxicas, MENOS sorrisos forçados.

Busco para o ano de 2022 MAIS qualidade de vida, MAIS presença, MAIS liberdade.

Quero poder ter MAIS ócio, MAIS criatividade, MAIS espontaneidade.

MAIS sinceridade, MAIS dedicação, MAIS essência.

Quero ter MAIS paciência, MAIS silêncio, MAIS tempo livre.

MAIS livros, MAIS amigos, MAIS família e MAIS amor.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Desacelerar é uma escolha diária

Estou de volta! Feliz 2022 a todos, estava de férias e aproveitei para me desligar um pouco da internet. Espero que todos estejam bem. Aos poucos vou respondendo os comentários que recebi durante este período, ok?

Em agosto de 2020, compartilhei neste post que estávamos nos mudando de São Paulo para uma outra cidade em plena pandemia, com o intuito de trazer mais qualidade de vida para as nossas filhas.

Apesar de ainda gostar bastante de São Paulo, sair da metrópole nos deu uma outra visão em relação ao lazer para as crianças. Em São Paulo, costumávamos levar as crianças em parques (todos sempre lotados, diga-se de passagem), e também em shoppings quando havia atrações infantis.

Depois de 2 anos morando fora de São Paulo, compreendemos o quanto o lazer para as crianças era escasso na capital, e que o lugar delas não era dentro de um shopping ou em um parque ou pátio com chão concretado.

Quando vi minhas filhas tendo nojo de andar descalças na grama ou de mexer na terra, percebi o quanto elas haviam se adaptado ao chão de cimento.

Foi aí que eu entendi que lazer para as crianças era ter um local para elas correrem de forma livre e segura, com os pés descalços na grama, na areia ou na terra, com muitas árvores com folhas e gravetos no chão, insetos, lagos com peixes, além de playground com os tradicionais escorregador, balanço, trepa-trepa e brincar com outras crianças.

Temos levado as crianças para os diversos parques espalhados pela cidade para jogarem bola, pular corda, andar de bicicleta, jogar badminton, fazer um piquenique com direito a lanchinho, suco, frutas, deitar na toalha e ler um livro.

Hoje, elas não têm mais medo de subir em árvores, de tomar um banho de chuva de verão, de pegar gravetos e folhas do chão com pequenos insetos, até mesmo cutucar um formigueiro com gravetos com direito a levar as mordidas das formigas.

Outra coisa é que quando morava na capital, apesar de ter o costume de levá-las para os parques, tanto os pais dessas crianças, como as próprias crianças, brincavam de forma isolada. Aqui onde moro, as crianças se aproximam naturalmente. Em menos de 5 minutos, as crianças estão brincando juntas, crianças de todos os tamanhos e fico feliz em saber que minhas filhas terão além dos amigos da escola, os amigos do bairro.

No início, tomávamos o café da manhã em casa para depois irmos aos parques. Depois começamos a sair de casa carregando o café da manhã dentro de uma sacola para tomar no parque. Só que isso começou a evoluir num outro nível, porque as crianças também não queriam ir para casa almoçar. Elas queriam continuar brincando com os novos amigos, mesmo o relógio marcando 16h, eu e o marido passando mal de fome.

Foi aí que decidimos aderir à farofada.

Aqui, os pais já fazem isso, alguns chegam nos parques com cadeira de praia, chinelo no pé, isopor com bebidas e comida, já pensando em passar o dia inteiro na praça, assim como acontece nas praias.

No início, eu achava engraçado vê-los chegando todos equipados como se estivessem na praia, mas conforme fomos acostumando com a cidade, começamos a entender o motivo… as crianças brincam pra valer, e dá dó de interromper a brincadeira para almoçar em casa. Foi quando meu marido murmurou, de que bem que a gente também poderia comprar uma cadeira de praia e uma caixa de isopor.

Ele também se rendeu à farofada.

Em um mundo tão acelerado, com pessoas cada vez mais doentes, com a ansiedade tomando conta dos nossos dias (inclusive em mim), desacelerar se torna uma escolha diária.

Tudo para evitar ser engolida por esse mundo tão veloz, que não para nunca e recrimina quem não quer mais estar ocupado, quem não quer mais subir de cargo, quem não quer ter mais ascensão na carreira (e aumentar ainda mais as responsabilidades), quem não se importa em ganhar menos dinheiro, e só quer ter um pouco de paz e tempo para prestar atenção na própria respiração.

Nessas horas, eu abro minha bolsa térmica para pegar uma bebida, sentada na minha toalha de piquenique que encomendei especialmente para este fim, afundo meus pés na grama perto de onde as crianças estão brincando e brindo o ócio com o meu marido.

Viva a farofada! Que 2022 seja um ano mais leve para todos nós!

~ Yuka ~

Minimalismo

Destralhar é um processo contínuo

Eu já havia feito um destralhe de coisas sem uso na minha casa há alguns anos.

E lembro muito bem que quando fiz esse destralhe, havia objetos que apesar de não ter utilidade, eu não conseguia desapegar. 

Passados alguns meses, quando o mesmo objeto passou pela minha mão de novo, percebi que era algo que não era mais necessário para mim, e tendo essa consciência, consegui me desapegar com muita facilidade.

O que era importante para mim há 1 ano, pode não ser mais hoje. Se eu sei que aquilo que estou prestes a desfazer ainda me traz apego, permaneço com ele, e depois de algumas semanas, ou meses, consigo me desapegar, porque tenho a certeza de que não terá mais utilidade para mim.

Da mesma forma que cortar gastos deve ser um monitoramento contínuo, eu entendi que o destralhe permanente e constante também é tão importante quanto, pois itens que eu já gostei muito, pode se tornar itens em desuso.

Isso acontece, porque coisas entram e coisas saem, a casa tem vida e nós estamos em constante mudança.

É preciso administrar e avaliar de forma contínua se um determinado item que num período foi tão importante, continua com o seu valor para permanecer na nossa vida.

Final de ano é sempre um período bom para fazer esse destralhe, renovando as energias da casa. Quem tiver com ânimo, recomendo muito.

Aproveito para agradecer mais um ano de companhia, das leituras semanais e comentários que só agregam.

Gostaria de desejar um Feliz Natal e um 2022 próspero para todos vocês.

Nos encontramos no ano que vem.

~ Yuka ~

Minimalismo

Coisas que eu comecei a gastar mais depois do minimalismo

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Apesar do minimalismo ser visto por muitas pessoas de que é apenas viver com menos posses, posso garantir que ele é como um iceberg, só enxergamos uma pequena parte, sendo que toda parte submersa é adquirida conforme entendemos o minimalismo com mais profundidade.

Eu, depois que adotei o minimalismo como um princípio de vida, aprendi a gastar menos em coisas que não tinha valor para mim e passei a gastar muito mais em outros itens que irei compartilharei a seguir.

O minimalismo não é sobre viver com miséria e economizar a qualquer custo. É sobre se conhecer, gastar dinheiro em coisas que tenham real significado na vida de cada um. É sobre reduzir excessos de coisas desnecessárias para justamente focar nas coisas que são importantes.

O dinheiro não gasto, faz com que sempre tenhamos dinheiro disponível para gastar em coisas que são importantes para nós. Fora todo o resto que vem junto, como qualidade nas escolhas, redução do estresse, mais tempo disponível, mais auto-conhecimento, foco nas coisas essenciais, mais disposição física e mental. Ou seja, a vida vai ficando cada vez menos complicada.

Todo o dinheiro que economizei ao longo destes anos fazendo escolhas conscientes, me permitem hoje, gastar em coisas que acho importante para mim e para a minha família.

Comprar as coisas que eu realmente quero

Antes do minimalismo, eu costumava olhar as coisas que comprava pelo preço. Depois que entendi que quando comprava o que eu realmente estava querendo, me sentia tão satisfeita que não precisava comprar outras coisas para me sentir feliz, passei a ter um outro olhar sobre as coisas que eu realmente queria.

Costumo fazer a escolha de traz para frente, ou seja, primeiro escolho o que eu quero, e depois me viro com o preço. Posso dar como exemplo o carro que eu comprei para ficar mais fácil o entendimento. Primeiro eu defini o que eu queria em um carro… no meu caso era segurança, espaço confortável para 4 pessoas, um espaço generoso no porta-malas e um carro que desse pouca manutenção. Descobri que os carros japoneses são robustos e quebram pouco. A frase “se todos os carros do mundo fossem japoneses, os mecânicos estariam falidos” me fez decidir por um. Bom, agora era a hora de definir os modelos que eu não queria. Não queria os carros tipo sedan, picape, SUV, pois sempre gostei de carros mais compactos. Eu acabei me apaixonando pelo Honda Fit, um carro japonês, compacto por fora, mas espaçoso por dentro, tem um dos porta-malas mais espaçoso dentro da categoria hatch. Só depois de ter definido o modelo, eu vejo o valor que estou disposta a dar em um carro, ou seja, decido pelo ano do carro que irei comprar.

A escolha de um apartamento também acontece da mesma forma. Primeiro escolho o bairro que quero morar, depois a rua que quero morar, e por fim, fico acompanhando os sites de imobiliária semanalmente até encontrar um apartamento exatamente na rua que quero morar e no preço que posso pagar.

Isso também serve para serviços. Já compartilhei aqui no blog que minha filha mais nova tem gagueira. A gagueira dela era tão severa, que por muitas vezes, ela desistia de falar por conta da dificuldade. Se uma palavra tinha 3 sílabas, ela gaguejava por muito tempo nas 3 sílabas. Era muito difícil conseguir falar uma frase concisa. Escolhemos uma fonoaudióloga muito boa, mas era mais cara que os demais profissionais. Poderia ter contratado uma mais em conta? Poderia. Mas isso nem passou pela nossa cabeça. Eu entendo que o orçamento familiar é como uma gangorra, gasta-se aqui, economiza-se ali. E foi exatamente isso que fizemos. Passamos a gastar na fono para a minha filha, e começamos a economizar nas outras coisas que não eram tão importantes para nós.

Viagem e Lazer

Uma das coisas que não vejo a hora de fazer, é viajar. Viagens são como alimentos para a nossa memória. Desde o início da pandemia, eu nunca mais viajei, nem mesmo para lugares próximos. A última viagem que eu fiz foi antes da pandemia, e pasmem, minhas filhas ainda lembram dessa viagem que fizemos há 2 anos.

Além disso, a pandemia tirou muitos dos lazeres que curtíamos, como cinema, restaurantes, conhecer lugares novos, mas enfim, estamos dando tempo ao tempo.

Produtos que aumentam o lazer para a família

Itens que podem aumentar a convivência familiar, nós não economizamos. Como um sofá grande, uma boa televisão, uma cama confortável, um jogo que a família toda consegue se divertir, itens de cozinha que traz alegria para a casa como as pizzas deliciosas que faço usando a Stone in Box, ou até mesmo o churrasco na Table Grill.

Álbum de fotos

Há tempos estava querendo fazer isso, e finalmente consegui montar um álbum de fotos durante as férias que tirei no meio do ano.

Eu lembro como eu adorava folhear os álbuns de fotos quando criança. E isso é algo que perdemos depois que as fotos se tornaram digitais. Como minhas filhas não têm acesso ao computador, eu sempre quis que elas também tivessem a oportunidade de folhear o álbum da nossa família.

Resolvi esse problema imprimindo álbuns anuais. Este ano, montei e imprimi 4 álbuns.

A minha intenção é todo final de ano, sentarmos os 4 no sofá para projetar na televisão todas as fotos que tiramos ao longo do ano, e selecionar de forma democrática as melhores 100 fotos para montar um álbum de fotos do ano que está para terminar.

Cursos e esportes

Minha mãe já havia me criado dessa forma. Apesar de não ter tido dinheiro para supérfluos, minha mãe sempre permitiu que fizéssemos diversos cursos. Fiz curso de inglês, de japonês, de natação, instrumentos musicais, até de datilografia (quem lembra?).

Livros

Não costumo economizar em livros. Compro livros como quem compra pipoca na rua. Mas tem um porém, eu não compro para ler depois, eu só compro no momento em que irei ler. A maioria dos livros comprados estão no formato kindle, e os que não possuem formato digital, compro livros físicos.

Roupas de qualidade

Já comprei muitas roupas em grandes lojas de departamento como Renner, C&A, Riachuelo, mas essas roupas não costumam durar muito. Gosto de comprar nessas lojas quando é algo temporário, alguma blusa para usar por um curto período de tempo. Mas quando é para montar o meu guarda-roupa, prefiro roupas de tecidos naturais, que tenham bom caimento, boa textura, boa costura.

Também sou adepta a comprar roupas em brechós, esses dias encontrei um modelo de uma saia que estava querendo há tempos, que não conseguia encontrar em nenhuma loja. A saia estava nova, inclusive com etiqueta, mas por 1/3 do preço. É muito bom ter essa opção de compra, principalmente quando as roupas que se escolhe são atemporais.

A qualidade das roupas foi algo que eu comecei a prestar atenção a partir de 2010, quando eu ainda passava muito frio no inverno, mas não sabia que era por causa das roupas que eu usava. Eu colocava 3, 4 camadas de roupas, 3 meias-calças e passava frio mesmo assim. Até que num intercâmbio que fiz para o Canadá, meu então namorado (atual marido) emprestou o casaco dele para eu passar o inverno em Vancouver (com neve!), e não passei frio. Como assim? Eu passava frio no inverno tropical do Brasil e não passei frio embaixo de neve no Canadá? Era a roupa.

Comida de verdade

Em 2019, quando fiz minha reeducação alimentar, eu li bastante sobre comida industrializada e doenças associadas. Desde então, temos reduzido a quantidade que ingerimos de comidas industrializadas, principalmente os óleos vegetais (de qualquer tipo, girassol, canola, soja etc), margarinas, molhos industrializados etc.

Damos preferência para azeite e manteiga, molhos caseiros, leite fresco, legumes e vegetais in natura, além de consumir ovos, carnes e peixes.

Tempo

Toda vez que invisto parte do meu salário em ativos financeiros que me geram renda, sei que estou comprando meu tempo de volta.

Eu adoro receber o salário do mês e “comprar” meu tempo de volta, é algo que realmente me dá prazer.

Como vocês puderam perceber, eu gosto de gastar bem o meu dinheiro. Mas para que a conta do mês feche com saldo positivo, sei que a lista das coisas que não compro é muito maior. E é justamente esse equilíbrio que me permite viver com qualidade de vida.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE

Como uma vida intencional nos aproxima de uma vida FIRE

Eu e meu marido costumamos abrir as janelas do passado e ficar observando como era a nossa vida de alguns anos atrás.

Esses dias estávamos lembrando de como era a nossa vida depois que as nossas filhas nasceram. Como a gente não tinha carro, tudo era feito a pé, de metrô, de ônibus e raramente, de Uber. Era desta forma que a gente se locomovia pela cidade.

Quando minha primeira filha nasceu, eu comprei um carrinho de bebê que deitava completamente, porque já tinha a intenção de ter um segundo filho, e a minha ideia era colocar as duas no mesmo carrinho, simultaneamente. O carrinho escolhido era bem simples, um dos mais leves do mercado. Existem carrinhos específicos para quem tem 2 crianças pequenas, mas eu achava um trambolho, além do carrinho ser bem mais pesado.

Sempre tivemos o costume de leva-las em diversos parques, e um dos parques que gostávamos de ir era o Parque da Água Branca, que fica na Zona Oeste de São Paulo, que cá entre nós, não era muito perto de casa.

Era um local muito agradável, primeiro, porque tinha muitas galinhas soltas, o que pra mim era uma atração à parte, já que eu dava boas risadas observando a quantidade de galinhas atrás de mim, e ainda mais, ver as crianças correndo atrás delas. Segundo, porque o parque tem um clima bem familiar, não é lotado, nem agitado como o Parque Ibirapuera. E terceiro, porque esse parque sempre me remeteu àqueles parques mais antigos, por ter um sorveteiro que vendia sorvete americano, desses que fazem sorvete a partir de um suco concentrado, das garrafas de vidro com os xaropes de ponta cabeça. Tinha ainda o trenzinho todo colorido para as crianças, que dava voltas por todo o parque. O local contava ainda com um mini-parque de diversões, típico de quando éramos crianças. Ou seja, era como se estivéssemos entrando em um túnel do tempo, um lugar que nos trazia nostalgia e muita paz.

Para chegar nesse parque que não era perto de casa, íamos de metrô. Colocávamos as duas sentadas no carrinho, bem comportadas, uma atrás da outra. A pequena sentava na frente, e a mais velha, sentava atrás. Muitos transeuntes olhavam para nós, e sorriam, pois não era uma cena tão comum. Subíamos a ladeira empurrando o carrinho com a língua pra fora, e finalmente, chegando no parque, elas pulavam, brincavam e se divertiam a tarde toda.

Na hora de retornar para casa, as meninas, já cansadas de tanto brincar, dormiam no meio do caminho. Colocávamos a mais velha deitada no carrinho (por ser a mais pesada) e a caçula ia no colo. Como meu marido tem mais força no braço, ele carregava a caçula e eu empurrava o carrinho com a minha filha capotada lá dentro. Como não gosto de carregar peso, ainda pendurava todas as mochilas e tudo o que eu tinha direito no guidão do carrinho.

Andando pelas calçadas tortas de São Paulo, eu e meu marido ríamos alto falando que um dia, esse carrinho iria desintegrar na nossa mão. Porque esse carrinho, minha gente, andou tanto por essa cidade de São Paulo que eu nem sei como nunca quebrou.

Nós éramos um casal sacoleiro. Andávamos com um carrinho de bebê com 2 crianças dentro, sempre com uma mochila grande nas costas (com fralda, paninho, mudas de roupa extra, garrafa de água, leite, papinha, trocador, frutas, guarda-chuva, capa de chuva, etc), fora quando inventávamos de levar brinquedos… Pendurávamos tudo no carinho e saíamos de casa satisfeitos. Não é à toa que um dia fui reconhecida por uma leitora…. claro, só podia ser eu com aquele carrinho.

Quando passava no supermercado com as meninas, também pendurava todas as sacolas possíveis nesse carrinho de bebê, e com isso, precisava tomar muito cuidado para ele não tombar para trás, tamanho o peso das compras. Com as sacolas das compras penduradas, não era raro me enroscar na porta do prédio, na porta do elevador, na porta de casa.

E olhando para trás, posso dizer que na época, estávamos tão empenhados, tão decididos, acreditando e vivendo intensamente a jornada FIRE (Financial Independence Retire Early), que nada disso foi difícil para nós, não era complicado como as pessoas costumam achar.

Sempre encaramos tudo na esportiva, era algo necessário para quem tinha um projeto de vida bem definido, que era juntar o maior valor possível de patrimônio em um curto espaço de tempo, justamente por entender que a época de aportes gordos poderiam não durar para sempre.

Nós sempre soubemos que era uma escolha que estávamos fazendo. E estava tudo bem pra gente.

Hoje a gente lembra com bastante carinho dessa época, reconhecemos nosso esforço, e damos boas risadas, porque olhando pra trás, é engraçado mesmo lembrar que a gente corria pela rua com um carrinho de bebê cheio de penduricalhos, ou da gente secando a parede da sala em períodos de chuvas torrenciais. Na época, não era engraçado, mas nunca enxergamos isso como sacrifício, pois era algo que encarávamos com naturalidade, uma fase importante que precisávamos passar.

E é por isso que bato na tecla de que quando temos consciência do que queremos e para onde queremos chegar, os “sacrifícios” se tornam “escolhas”.

Termino o post de hoje com um texto retirado do blog da Claudia Ganhão, sobre o significado de viver de forma intencional:

“Viver de forma intencional, significa viver com intenção, colocando sempre a nossa intenção em tudo o que fazemos, em vez de vivermos somente em piloto automático, desresponsabilizarmo-nos das escolhas diárias, fazendo o que se espera de nós ou o que a maioria faz, sem pensarmos nas razões que nos levam a agir. É um convite para pensarmos nas nossas prioridades e motivações, a planejar e a agir de acordo com as mesmas.”

– Yuka –

Dinheiro, IF e FIRE

A minha trajetória entre os tipos de FIRE

Quando eu ouvi pela primeira vez sobre FIRE (Financial Independence Retire Early), eu tinha uma bebê recém-nascida no meu colo. Foi um marco inesquecível na minha vida, já que a vontade de voltar ao trabalho era zero.

A gana para me libertar do sistema foi tão grande, que em pouco tempo eu devorei muitos conteúdos FIRE, li centenas de livros sobre investimentos e aprimorei meu controle financeiro. Aprendi a investir e também a economizar, já que no meu trabalho, tenho o agravante do meu salário não ter reajustes anuais por longos períodos, ou seja, apesar dos gastos terem a perspectiva de aumento, a receita diminui; uma péssima combinação.

Aprender a economizar nas coisas certas para gastar em coisas que eram importantes para mim, permitiu que eu continuasse com a mesma qualidade de vida, mas aumentasse os aportes. Eu já era bem controlada financeiramente, então não tive mudanças radicais no meu estilo de vida, mas a forma como eu passei a enxergar o dinheiro, e consequentemente, a investi-lo, mudou da água para o vinho.

Os bons resultados vieram relativamente rápido, por uma sucessão de acontecimentos. A renda fixa que estava dando taxas altas de retorno, o boom imobiliário, a renda variável que ainda não tinha começado a sua subida, aliado com muito estudo, consegui enxergar o poder dos juros compostos em alguns anos, e meu foco se consolidou em acumular patrimônio suficiente para ser FIRE.

Em 2020, eu alcancei o que podemos chamar de Lean FIRE.

Lean FIRE significa que você é independente financeiramente, pois consegue pagar todas suas despesas básicas.

Eu já consigo pagar todas as minhas despesas atuais, e não apenas as despesas básicas, o que me alçaria para o patamar de FIRE, mas como minhas filhas ainda são pequenas e os gastos estão aumentando, acho prudente me considerar no patamar de Lean FIRE. Além disso, nessa crise política e financeira que todos nós nos encontramos, meu patrimônio sobe e desaba numa velocidade impressionante, já que a maior parte dele é composto de renda variável.

Neste ano, comentei que li o livro Die With Zero onde o autor fala sobre a importância de não deixar alguns sonhos para depois, pois alguns eventos têm data de validade.

Depois da leitura do livro, eu percebi que eu seria uma ótima candidata a ser uma Coast FIRE.

Coast FIRE é quando você acredita que possui patrimônio suficiente para deixar rendendo durante alguns anos, enquanto você ainda tem o trabalho ativo.

Há alguns anos, eu escrevi um post falando sobre a minha estratégia FIRE, de que a partir do ano de 2021 (oh, esse ano!!!), eu poderia ficar 5 ou 6 anos sem aportes, e que mesmo assim, seria FIRE por conta do efeito bola de neve. Nessa época, eu ainda não conhecia o termo Coast FIRE, mas pensando agora, é exatamente isso que estou prestes a fazer.

Eu tinha escrito “a partir do ano de 2021”, porque em 2021, minha filha mais velha completaria 6 anos.

A partir dos 6 anos dela, eu tinha muitos planos. Sabia que viagens com crianças seriam mais tranquilas (só não contava que estaríamos no meio de uma pandemia). É uma idade em que a criança está aberta e começa a mostrar interesse para aprender coisas novas como esportes, instrumento musical, dança, ou qualquer outra coisa que ela tenha interesse.

A verdade é que após alcançar determinados marcos FIRE, eu me sinto livre.

Claro que ainda não chegou o momento de sair do trabalho pelos motivos citados acima (e sinceramente falando, após 1 ano e meio trabalhando de casa, trabalhar presencialmente está me fazendo um bem danado), mas eu me sinto livre por saber que não preciso me preocupar com a minha aposentadoria, de saber que se caso eu venha morrer, minha família não vai passar necessidade como minha mãe passou para criar 3 crianças pequenas.

Eu me sinto livre para proporcionar experiências para as minhas filhas, permitir “usar” meu salário sem precisar me preocupar se vai faltar amanhã. É como se o final do arco-íris estivesse agora entrelaçando os meus dedos…

Iniciei o projeto FIRE com 34 anos, e no meu planejamento inicial, eu iria alcançar a Independência Financeira bem mais tarde, mas com os bons ventos dos investimentos, esse prazo antecipou bastante.

Ter começado a estudar finanças, assim que descobri sobre FIRE e ter acreditado nessa “vida de utopia” como muitos dizem por aí, fez muita, mas muita diferença.

Aos 39 anos, cheguei no Lean FIRE.

Aos 40 anos, entendi que cheguei num ponto, que eu posso deixar meu patrimônio crescer por mais alguns anos e fazer o estilo Coast FIRE, talvez até completar 45.

Poderia também ser uma Barista FIRE.

Barista FIRE é quando você atinge a independência financeira, mas trabalha em um emprego tranquilo, muitas vezes de meio período, que oferece alguns benefícios como plano de saúde, ticket alimentação, seguro odontológico.

Ou até mesmo quem sabe, uma Fat FIRE daqui a alguns anos, apenas com o poder do tempo e juros compostos.

Fat FIRE é quando uma pessoa tem dinheiro suficiente para pagar suas despesas e ainda sobra para fazer o que deseja.

Acho que o importante nessa jornada FIRE é não se amarrar em uma única regra, pois é uma jornada longa, na maioria das vezes de 10, 15, 20 anos. É claro que conforme o tempo passa, começamos a ter uma percepção diferente do que tínhamos no início da jornada.

Muitos começam essa jornada solteiros, depois encontram um companheiro, casam, tem filhos, alguns se divorciam, porque viver é isso, temos sempre mudanças acontecendo na nossa vida.

Para mim, foi muito importante não ter me amarrado em um único conceito existente, nem de me colocar dentro de uma única caixa, e sim, ter adaptado os conceitos existentes para abraçar FIRE de acordo com a minha própria realidade e necessidade.

Eu tomei algumas decisões acertadas ao longo destes anos, vivi de uma forma um pouco mais modesta, mas nada absurdo aos olhos das pessoas, tanto que passo despercebida pelo meio em que vivo.

Eu nunca me senti privando de nada, pois eu sabia que estava fazendo algo muito importante, não só transformando a minha vida, mas a vida do meu marido e das minhas filhas.

FIRE sempre foi uma jornada para a liberdade, e é por isso que eu nunca enxerguei como uma jornada de sacrifícios, e sim, de escolhas inteligentes.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Esqueça a cobrança pelo consumo e pelo status

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Outro dia, uma leitora perguntou como não me aborreço com possíveis julgamentos de amigos e família, vivendo de uma forma vamos dizer, um pouco fora do convencional.

E fiquei pensando que talvez nunca deixei isso claro nos posts, mas eu não divulgo o meu estilo de vida para as pessoas que estão ao meu redor.

É estranho falar isso, já que compartilho uma pequena parte da minha vida aqui no blog, mas não falo abertamente sobre esses assuntos na vida real. Então a minha família, os parentes e colegas de trabalho não sabem que eu sigo um estilo de vida minimalista, não fazem ideia de que entendo sobre investimentos, que estou na jornada FIRE (Financial Independence Retire Early), ou seja, não sabem dos meus planos audaciosos, dos meus sonhos ditos utópicos…

Eu costumo não ser uma pessoa radical, nem na religião, nem na política, nem nos investimentos, eu tenho a minha própria opinião, mas não saio levantando bandeira sobre essas questões, pois sei que cada um tem a sua opinião.

E é por isso que meu marido inventou um termo para isso. Ele diz que aqui em casa, vivemos o “Yukismo”, um estilo de vida que criamos baseado na nossa própria experiência de vida, que funciona muito bem para minha família.

Quando familiares e amigos nos visitam, é inevitável o comentário de que a casa é bem clean, mas eu não começo a discursar sobre o conceito de “como o minimalismo pode ser importante na vida de alguém”. Eu só dou um sorriso concordando.

Às vezes fico sabendo de algum comentário aqui e ali, algum comentário por a gente morar de aluguel, da gente não ter carro, pelo meu marido “ainda” ser um pós-doutorando, por a gente não ter feito uma festa para 300 pessoas no nosso casamento, e por aí vai.

Eu sempre fui uma pessoa discreta. Então fazer uma festa de casamento para 300 pessoas estava completamente fora de cogitação. Eu não conseguia me imaginar no meio de tantas pessoas, cumprimentando pessoas desconhecidas (porque assim, né, sempre tem uns penetras), como daria atenção para todos? Por uma decisão unânime entre eu e marido, fizemos um casamento pequeno, dito mini-wedding, para 35 pessoas em um bistrô francês e ainda emendamos uma lua-de-mel em Paris. Foi maravilhoso ter os meus melhores amigos todos perto de mim celebrando a nossa união. Foi um dos dias mais felizes da minha vida, não teria feito nada de diferente, foi tudo lindo e perfeito.

Outro exemplo fácil de dar é a festa de 1 ano dos filhos. Convenhamos, é uma festa para os adultos, já que o bebê costuma estar de olhos arregalados, assustado com tanto barulho, excesso de luz e pessoas desconhecidas.

No aniversário de 1 ano das minhas filhas, eu fiz festa estilo vovó, brigadeiro feito em casa, um bolo, alguns salgadinhos, e lá vai eu encher algumas bexigas, e chamei meia dúzia de pessoas que minhas filhas conheciam muito bem. Eu não fiz festa em buffet para as minhas filhas, mas não vejo problema em quem faz a festa, sempre que posso participo das festas dos filhos das minhas amigas, e me divirto demais. Para a família que achar esse registro importante, claro que é pra fazer essa festa, porque são momentos que não voltam nunca mais.

O que na verdade faz muita diferença, é que eu e meu marido estamos sempre muito alinhados, e SABEMOS o motivo de todas as nossas escolhas. E com isso, sabemos que se não estamos fazendo, é porque NÃO É IMPORTANTE para nós.

Sempre que for possível, precisamos fazer o que temos vontade, porque de uma forma ou de outra, as pessoas vão nos julgar. Julgar por não ter tido filhos, ou por ter tido 4 filhos. Julgar por morar em uma casa grande demais, ou em uma casa pequena demais. Julgar por sempre estar arrumada, ou por estar desleixada. As pessoas têm uma opinião formada de nós, e não acho que elas mudariam de opinião tão facilmente.

Então ao invés de gastar energia tentando convencer o outro, o que eu e meu marido fazemos é conversar muito entre nós dois, para termos essa consciência de que essa escolha só diz respeito a nossa família, que devemos respeitar a escolha dos outros, e os outros devem respeitar a nossa escolha, mas como as pessoas não costumam respeitar as nossas escolhas, nós nem comentamos sobre detalhes da nossa vida.

Infelizmente, o mundo está muito polarizado. As pessoas querem empurrar goela abaixo o seu próprio estilo de vida, a opinião, querendo ter sempre razão, como se na vida existisse apenas uma única forma de viver. E nada disso é verdadeiro.

Eu não tenho nenhuma pretensão de mostrar que a forma como eu vivo é melhor ou não, claro, ela é muito boa para mim e para a minha família, tanto que compartilho parte do que faço aqui no blog para quem tem interesse ou curiosidade, mas na vida real, não mostro nada disso que compartilho no blog.

Eu sou uma pessoa extremamente comum aos olhos das pessoas que me rodeiam. Eu faço questão de voar abaixo do radar, não chamar atenção (não quero atrair sentimentos de inveja), e por isso consigo transitar bem no ambiente familiar, no ambiente profissional, com os amigos.

A parte ruim é que são poucos os que me conhecem de fato, profundamente. Apenas alguns dos meus amigos. Quem me conhece mesmo, é o meu marido, ah esse me conhece bem.

Como tenho as minhas próprias opiniões que fogem um pouco do padrão convencional, eu percebo que quando resolvo falar o que penso para algumas pessoas, elas se sentem na obrigação de justificar por que não fazem o mesmo, e em alguns casos, tentam me atacar criticando a minha forma de viver. Ora, mas ninguém está falando que a minha forma de viver serve para a outra pessoa, ou seja, uma coisa não tem nada a ver com a outra. É assim que percebo que essa pessoa não está pronta para ouvir opiniões diferentes, e eu corto o assunto e parto para assuntos genéricos.

Já há pessoas que aceitam o jeito que sou, sem julgamentos. Acham legal, mas sabem que não servem para elas, sabem que não precisam seguir o mesmo caminho que o meu, pois cada um tem o seu ponto de vista.

São pessoas que aceitam a minha forma de pensar, não julgam se têm opiniões diferentes, respeitando o meu estilo de vida. São com essas pessoas que eu busco estar sempre por perto, apesar de ser bem difícil encontrá-los.

~ Yuka ~

Minimalismo

Quem vive com menos, tem o luxo de ter tempo livre.

Cerveja, Elogios, Pôr Do Sol, Luz Solar, Garrafas

Eu já morei sozinha em um apartamento de 120m2, de 1 dormitório, que tinha quintal. Depois meu marido começou a morar comigo, e decidimos nos mudar para um apartamento de 2 quartos, quando a nossa filha tinha completado 1 ano de idade. Foi muito legal morar lá e fui muito feliz, mas quando decidi vender o apartamento, vendi com a certeza de que não queria mais morar em uma cobertura de um prédio.

Morar em uma casa com quintal ou na cobertura de um apartamento, implica em algumas tarefas que quem mora em um andar mediano de um prédio não tem. No meu caso, eu tinha que lavar o chão de dois quintais com frequência por causa da poluição de São Paulo, já que acumulava uma quantidade impressionante de fuligem. Eu limpava os ralos que sempre acumulavam fuligem e folhas secas da minha horta, além de lavar e pintar periodicamente o muro que ficava encardido. Fazer tudo isso era algo exaustivo.

Depois de algumas mudanças residenciais, hoje moro em um apartamento de 60m2, em um andar mediano.

Apesar da nossa família ter dobrado de tamanho (de 2 para 4 pessoas), nosso apartamento diminuiu pela metade (de 120m2 para 60m2), e mesmo assim, eu e meu marido temos a sensação de liberdade.

E como isso é possível?

Eu tinha muito mais móveis quando morava em um apartamento maior. Tinha um conjunto de sofás. Além de uma mesa de jantar, tinha uma mesa de apoio que se abria para quando recebíamos nossos amigos. Tinha uma outra mesa com várias cadeiras para os momentos do churrasco. Havia uma caixa enorme onde eu guardava a árvore de Natal que ocupava um espaço considerável, e que ficava adormecido nos 11 meses restantes do ano. Uma mesinha lateral no sofá, vasos decorativos, centenas de livros já lidos acumulando poeira, e que dificilmente não seriam folheados novamente. Dez travesseiros em cima da cama, vestidos e sapatos de festa, várias bolsas, diversos sapatos etc.

Tudo isso torrava meu dinheiro e consumia tempo da minha vida, já que dava muito trabalho manter as coisas em ordem.

Conforme fui mudando para apartamentos menores, obrigatoriamente passamos a ter menos coisas. Hoje tenho um guarda-roupa pequeno, com poucas roupas. Tenho uma bancada de escritório menor, que faz com que eu não coloque objetos em cima, pois quero ter superfícies livres.

Parece esquisito falar da satisfação que sinto em relação à varanda pequena, principalmente para quem já morou em um apartamento com quintal, com direito a horta e churrasqueira.

Mas a verdade é que por ser pequena, a varanda é muito fácil de mantê-la limpa, e posso dizer que ela está sendo usada praticamente todos os dias, ora para tomar sol, ora para minhas filhas brincarem, ora para cuidar das minhas plantas.

Ou seja, a pequena varanda me dá muito mais prazer (e menos obrigações) do que um quintal grande que dava muito trabalho. Na época, eu tinha muitas plantas que demandavam atenção. Eu conferia diariamente qual vaso estava precisando de água, qual estava tomando sol demais e transferia para a sombra. Para viajar, era um sofrimento à parte, porque sempre ficava preocupada se a minha horta sobreviveria sem água durante alguns dias.

Hoje tenho algumas plantas espalhadas pela casa, todas muito fáceis de serem cuidadas. E como tenho em menor quantidade, consigo tirar a poeira das folhas, tirar as folhas amarelas, adubar com mais frequência, ou seja, consigo monitorá-las de perto.

Ter menos coisas cria mais liberdade e menos preocupação. É uma decisão consciente que traz benefícios como ter tempo para prestar atenção nas coisas das quais gostamos, e dar valor nas coisas que são mais importantes para cada um de nós.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Viciado em compras

Menina, Loja, Lembranças, Mulher, Prateleira, Trabalho

Você consegue parar de comprar?

Imagino que a resposta seja um sonoro sim.

Tem certeza? Pois é muito mais difícil do que parece, e está muito mais internalizado do que imaginamos.

A gente acha que não, mas comprar é um vício. A diferença é que esse vício é bonito, muito bem aceito pela sociedade.

Hoje em dia, eu não tenho mais essa tara para comprar coisas: comprar roupas, comprar bolsas, comprar sapatos, comprar maquiagens, comprar eletrônicos, comprar presente para os outros.

Claro que eu também adoro comprar, mas costumo comprar coisas que estou precisando ou algo que eu quero muito. Avalio muito bem antes de comprar, compro com bastante planejamento, e dificilmente me arrependo das minhas compras.

Para chegar nesse ponto, eu demorei muito, muito tempo.

Primeiro, porque eu não sabia comprar direito, então comprava qualquer coisa, chegava em casa, passava a euforia e depois não usava. Segundo, porque eu tinha vontade de comprar por comprar. Queria passear no shopping, procurar algo para gastar meu dinheiro. Eu nem sabia o que eu queria comprar, só queria gastar meu dinheiro.

Nos fins-de-semana, queria bater perna na rua para olhar as vitrines e comprar alguma coisa pra mim. Qualquer coisa servia. O ato de comprar tinha se tornado um vício para aliviar o estresse, uma válvula de escape.

E como consegui parar de comprar?

Consegui, quando passei a ter as coisas que eu realmente queria.

Tudo começou com uma carteira. Eu sempre tive o costume de trocar a carteira a cada 4, 6 meses, porque sempre gostei de fazer isso. Fiz isso praticamente durante uma década, de 2000 até 2010. Eu tinha uma coleção de carteiras…

Quando fui assaltada e fiquei sem a minha carteira, eu decidi pela primeira vez, comprar uma carteira muito boa, mas que não comprava antes, porque achava cara. Quando comprei, senti algo que não sabia direito o que era, era uma sensação boa, de satisfação, mas desta vez, uma satisfação duradoura, bem diferente do sentimento descartável que eu tinha quando fazia compras por impulso.

O que me surpreendeu, é que depois desta compra, a vontade de trocar minha carteira a cada 4 meses cessou por completo. Isso mesmo, nunca mais troquei de carteira. Essa história aconteceu em 2010. Estamos em 2021 e estou com a mesma carteira desde então, são inacreditáveis 11 anos. Ela continua conservada, e fico satisfeita toda vez que vejo, porque sei que fiz uma ótima compra.

E aos poucos, passei a fazer isso com tudo na minha vida.

Eu parei de me importar com preço e quantidade, e comecei a prestar atenção no valor que um determinado produto tinha para mim (e não para os outros).

Ao invés de ter um guarda-roupa abarrotado, decidi ter um guarda-roupa enxuto. Tenho poucas roupas, porque durante mais de 1 ano, estudei que tipo de roupas eu gostava, descobri quais modelos e cores combinavam comigo, e ainda eliminei as roupas que eu tinha dificuldades de combinar.

Muitos de vocês leram meu post sobre a bicicleta que eu comprei. Eu demorei 4 anos para acha-la, pois perdi a oportunidade de comprar na loja e depois a bicicleta deixou de ser comercializada no Brasil. Eu preferi esperar pacientemente alguém se desfazer da bicicleta, acompanhando sites de desapego, do que comprar qualquer modelo de bicicleta, pois sabia que iria ficar descontente rapidamente.

Hoje eu tomo meu chá na minha caneca preferida, sento na cadeira de um modelo que eu gosto, durmo no colchão que escolhi a dedo, sento no sofá que me dá satisfação toda vez que vejo minha família bem acomodada, uso há anos a mesma marca de sapatos que não machucam meus pés, visto as roupas que me caem bem, enfim, estou rodeada de objetos que me traz satisfação.

Nem sempre o produto que eu compro é o mais barato, mas não necessariamente é o mais caro. Eu simplesmente escolho o que eu mais desejo (dentro dos meus padrões orçamentários, claro).

Em relação ao preço das coisas, comecei a entender que mesmo se eu escolhesse algo mais caro, valia a pena, desde que eu soubesse que era realmente algo que EU queria, e não algo que era somente para ostentar para os OUTROS. Ao comprar algo da minha preferência, comecei a cuidar melhor dos objetos, e as coisas começaram a durar mais. Também não enjoava, então não precisava mais ficar substituindo os produtos por outros novos, porque dava muito prazer vê-los comigo.

Alguns produtos, eram sim mais caros, mas agora eu precisava em menor quantidade. Não sentia mais necessidade de ter 50 calças jeans. Alguns pares já me bastava, desde que o modelo ficasse perfeito no meu corpo.

Até minhas filhas estão compreendendo isso. Quando a caçula diz que quer um chinelo novo, a minha filha mais velha já explica que quando esse chinelinho que serve perfeitamente no pé dela ficar pequeno, iremos numa loja para escolher um chinelo que ela desejar. Sim, ela pode escolher o modelo que mais gostar.

Quando a gente gosta do que tem, a gente cuida bem. A gente não sente aquela necessidade de trocar, de substituir, de jogar fora, nem tem medo do julgamento alheio. E com isso, mesmo sendo itens um pouco mais caros, no final, acaba saindo mais barato, porque só aquele único objeto te atende muito bem.

Quando eu passei a fazer isso, comecei a me sentir mais satisfeita com as coisas que eu tinha, e parei de querer comprar coisas sem parar, que pensando agora, não passava de um ato automático de repetição infinita.

Então é aquela velha história da suficiência. Eu não passo vontade, porque tudo o que eu deixei de comprar, eram coisas que não eram importantes para mim.

~ Yuka ~

Minimalismo

Cuidado com os custos associados no momento da compra

woman standing near store while looking at the mannequin

Vou contar um exemplo que aconteceu com uma pessoa que eu conheço, pois acredito que será muito didático sobre o que eu quero falar hoje.

Quando a esposa desse meu colega engravidou, eles decidiram comprar um carrinho de bebê. O carrinho era enorme, praticamente uma espaçonave. Me mostraram super orgulhosos e eu fiquei me perguntando como aquele carrinho de bebê tamanho GG entrava no porta-malas do carro deles. Aí que estava a problema: não entrava. Eles trocaram por um carro com um porta-malas maior. Imagino que o IPVA também tenha ficado mais caro. Se antes eles paravam na rua quando iam passear, começaram a pagar estacionamento, afinal, não podiam correr o risco de acontecer algo com o carro novo. Não sei se eles conseguiram associar que todos esses gastos posteriores, foram por causa de uma compra não muito pensada. Quanto mesmo custou o carrinho de bebê? Pelas minhas contas, foi muito caro, se pensar no custo associado.

O custo associado de uma compra geralmente é negligenciado. E esse custo, a meu ver, pode vir de duas formas: TEMPO e DINHEIRO.

Custo associado: DINHEIRO

Para os pagantes de aluguel de imóveis (como eu), aposto que já chegaram a pensar em sair de um imóvel quando o aluguel aumenta. Em algumas situações, o inquilino, por não querer pagar o reajuste do aluguel, resolve se mudar após o término da cláusula de 18 ou 30 meses do contrato de aluguel. Só que ele não percebe que sai muito mais barato ele pagar o novo reajuste e continuar quieto no seu canto, do que resolver fazer uma mudança residencial, mesmo para um aluguel um pouco mais barato. Alugar um caminhão de mudança não sai barato, e o trabalho não acaba por aí. É preciso pintar o imóvel que estava morando, provavelmente vai precisar pintar o imóvel que vai passar a morar, fazer ajustes no varal de teto, comprar cortinas do tamanho adequado, trocar tomadas velhas. Alguns móveis precisarão ser trocados para adaptar à nova metragem do imóvel, trocar lâmpadas, pagar conta dobrado no primeiro mês de mudança…. Uma simples mudança residencial (contratar um caminhão de mudança), vira uma coisa gigantesca.

O mesmo caso serve para o proprietário de um imóvel. Se tem um bom inquilino, compensa muito mais manter esse bom inquilino por muitos anos oferecendo um reajuste abaixo do mercado, do que vagar o imóvel e enfrentar uma vacância durante não sei quantos meses.

Mudar para um apartamento maior, também tem os custos associados. Precisamos comprar mais móveis para preencher a nova casa, pagar mais IPTU, mais condomínio, mais conta de luz, mais tudo.

Isso acontece também quando resolvemos inocentemente colocar os filhos numa escola mais cara do que nosso orçamento permite, achando que o gasto será só na mensalidade. Só que as despesas só aumentam, o uniforme, o lanche, a mesada, as viagens que as crianças da escola fazem, excursão, e quando vê, os gastos extrapolam o orçamento permitido. Os presentes dos amigos que antes não passavam de lembrancinhas, agora pesa no final do mês, afinal, não dá mais pra dar um presente de R$50 para a amiga da filha. Esse é um pequeno exemplo que o custo da escola não é só a mensalidade.

Tenho uma amiga que coloca a filha numa escola particular, e ela falou que a escola exige que a criança tenha um iPad. Sim, tem que ser da Apple, não pode ser de outra marca, a justificativa é por causa dos aplicativos. Os pais que não quiserem comprar, deverão pagar um aluguel de R$1.000 por ano.

Acho que o custo associado de um carro já é mais comum, afinal, não basta pagar só as parcelas do carro, é preciso pagar tudo o que vem junto com um carro: IPVA, seguro DPVAT, seguro opcional, gasolina, manutenção do carro, etc….

Custo associado: TEMPO

Quando minha mãe me contou que comprava móveis de linha reta para não juntar poeira, eu achei ela meio doida… até que eu comecei a ter a minha própria casa e comecei a tirar poeira… e aí o que ela falava começou a fazer todo o sentido, principalmente quando não temos alguém para tirar a poeira para você. Quando compro móveis, dou preferência para móveis de linhas retas, com puxador em cava de 45 graus, porque eu sei que cada ondulação, cada puxador, cada detalhe, é um local a mais para juntar sujeira. Se a pessoa gosta de móveis estilo provençal, retrô, com detalhes, precisa saber que tem um custo associado depois: de tirar poeira.

Se vou comprar uma roupa, eu avalio se compensa o trabalho que terei de passar roupa.

Quando comprei uma mesa de centro para a sala, resolvi comprar de um material lavável, um acrílico resistente (vidro eu não quis, por medo de quebrar). Imaginei as crianças comendo na mesinha, brincando de tinta, canetinha, com cola… e por isso mesmo descartei a opção de madeira e optei por uma mesa de acrílico. A mesa segue firme e forte, e nos dias de muita sujeira, consigo lavar até embaixo do chuveiro se quiser.

Então quando for comprar algo, lembre-se sempre do custo associado. E isso não é só sobre dinheiro, estamos falando principalmente de tempo.

~ Yuka ~

Minimalismo

O universo da moda acessível se abre com brechós

Moda, Vestuário, Loja, Roupas, Vestido, Estilo

Se você tem preconceito em comprar roupas em brechó, deveria repensar um pouco.

Aprendi desde cedo a valorizar as coisas que ganhava. Nunca torci o nariz por usar roupas de outras pessoas.

Se antes fazia por necessidade financeira, hoje faço para ter acesso às roupas melhores por um preço bem justo.

Roupas de segunda mão vem de duas formas para mim. Algumas amigas passam suas roupas e também garimpo peças nos brechós online.

Acho legal ganhar roupas das amigas, porque não foram poucas as vezes que eu olhava pra roupa, e tinha certeza absoluta que não combinaria em mim. E eis que uso a roupa e não é que fica maravilhoso? São roupas que em uma situação normal, eu nunca teria se quer olhado para experimentar. Ou seja, é uma forma de abrir a minha cabeça para outros estilos de roupa.

Eu passei a dar uma atenção especial aos brechós on-line depois que comecei a fazer viagens para o exterior.

Pra mim, ficou claro que as roupas que eu trazia do exterior tinham uma qualidade superior. Há roupas que eu comprei na França em 2013, que estão intactas até hoje, passados 8 anos, a roupa ainda parece nova.

E isso se repetiu nos outros países que visitei…

Comecei a ter uma ligeira impressão de que mandam para o Brasil o refugo do que não foi vendido em outros países, ou até mesmo utilizam matéria prima de qualidade inferior. Será que as empresas fariam isso?

As roupas que eu compro aqui no Brasil não são baratas, mas se desintegram muito rápido. Há certas marcas que depois de 2 lavagens, a blusa furou. Eu ainda tinha a nota fiscal comprovando que a compra era recente, e a empresa trocou a peça, mas infelizmente, furou de novo e eu resolvi não reclamar de novo. Deveria, mas não reclamei. Acabei deixando pra lá.

A máquina de lavar roupa que eu tenho utiliza o sistema de lavagem por tombamento, ou seja, danifica menos as peças de roupas do que as máquinas que possuem abertura superior. Mas mesmo assim, algumas roupas furam depois de algumas lavagens, ficam com bolinhas, ou desbotam. Já comprei uma calça jeans preta que simplesmente desbotou na primeira lavagem.

A gente tem o costume valorizar certas marcas só porque é conhecida internacionalmente, não questionando qualidade e durabilidade.

Essas mesmas lojas de departamento que vendem roupas em diversos países… você vai lá, compra no exterior e gosta da qualidade, vem para o Brasil e compra a roupa, e ela se desintegra. Como pode? Se é a mesma loja? E a gente vê todo mundo enchendo o carrinho, pagando caro por algo que nem vale tudo isso, só porque é de uma marca conhecida.

A minha sorte é que eu compro poucas roupas, então as que eu tenho atualmente são as que “sobraram”, ou seja, roupas de qualidade que não desbotam.

Com essas experiências negativas, passei a me interessar pelos brechós, pois poderia ter acesso às roupas de qualidade, em ótimo estado, por um preço acessível.

E para quem tem aquela impressão equivocada que brechó vende roupa de defunto, pode mudar a forma de pensar. As lojas costumam fazer uma curadoria muito boa, selecionando e aprovando apenas roupas sem manchas, sem rasgos, em ótimo estado de conservação.

Então se você também tem essa impressão de que as roupas estragam muito rápido, talvez possa se beneficiar dos brechós.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Minimalismo na maternidade

man and toddler standing on shore

Se tem um lugar que recebemos incentivo para consumir, esse lugar definitivamente é na maternidade.

Tive sorte de já ser bem consciente quando me tornei mãe pela primeira vez e com isso fui pouco influenciada pelas pessoas.

Na primeira consulta da minha filha ao pediatra, ele me falou que antigamente não existia chupeta, não tinha colchão inclinado para evitar a regurgitação, não tinha almofada ou poltronas específicas para amamentação, não tinha sabão específico para lavar roupas de bebês, nem shampoos especiais para lavar os tufinhos de cabelo dos recém-nascidos. Com essas palavras em mente, saí do consultório com uma bebê recém-nascida no colo, com a certeza de que eu deveria prestar atenção na minha intuição, e não no marketing agressivo das indústrias incentivando consumo. E é assim que eu tenho levado a minha vida desde então.

Minhas filhas não saíram de roupa vermelha da maternidade, não fiz quarto decorado, não fiz mesversário, nem sessões de fotos, nem festa em buffet. Minha segunda filha mal dormiu em berço, sempre amamentei minhas filhas deitada apesar de toda contraindicação em relação a ter infecções nos ouvidos como otite, o que nenhuma das duas teve até hoje. Minhas filhas não usaram sapatos até 1 ano de idade, nunca entendi essa necessidade de colocar um tênis em um pé que nem sabe andar. Elas se vestem de acordo com a idade, ou seja, elas não usam roupas de mulher, não usam maquiagem, não pintam as unhas, não usam sapatinho com salto.

Não fiz enxoval para a minha segunda filha, ela usou tudo o que eu já tinha em casa, vindo da primogênita.

Minha mãe se surpreende até hoje, por eu ter usado 1 mamadeira, tendo 2 filhas em um curto período de tempo. Ora, quando minha segunda filha nasceu, ela mamava no peito, enquanto a filha mais velha tomava mamadeira. Coincidentemente, quando eu já estava prestes a comprar uma mamadeira para a caçula, a primeira filha largou a mamadeira, e com isso, pude aproveitar a mesma mamadeira.

Não lavei roupa separada das minhas bebês, como é recomendado em diversos sites. Gente, lavou tá novo. Nunca liguei das minhas filhas não estarem com lacinho na cabeça, se estavam com roupas coordenadas, tudo combinando. Minha preocupação sempre foi com a saúde, segurança e felicidade.

Aliás, não fiz muitas das coisas ditas normais pelos pais de primeira viagem, porque não era importante para mim. Agora, se é importante para você, faça, para não se arrepender depois.

Conforme as crianças foram crescendo, percebi que elas brincavam muito mais com uma caixa de papelão do que brinquedos comprados. E é muito fácil de compreender. Enquanto os brinquedos comprados já estão prontos, e não há muito o que fazer com uma boneca que já fala, anda, pisca e chora. Afinal, a boneca já vem pronta. Enquanto as bonecas que elas mesmas criam, precisam de um rosto pintado, fazer uma roupa, arrumar o cabelo, falar por elas, usar a criatividade.

A mesma coisa tem acontecido com outros tipos de brinquedos. Ao invés de pula-pirata e outros brinquedos que estão encostados num canto da casa, minhas filhas cismam em querer brincar com papel e tesoura, canetinha, cola, purpurina, tecido, fitas adesivas. Usam massinha de modelar para criar vestidos das bonecas, arrumam um pedaço de papelão e desenham o seu próprio celular, constroem casas para suas bonecas e se divertem horrores.

Há pouco tempo, comprei uma casa (tipo aquelas barracas do Gugu, mas numa versão melhorada) para elas brincarem. Qual não foi a minha surpresa ao perceber que nenhuma das duas se interessaram pela casa? Uma indiferença sem tamanho… tanto que depois de 2 dias eu desmontei e guardei embaixo da minha cama. Mas o interesse delas em construir a própria casa continua. Ou seja, elas não querem GANHAR uma casa. Elas querem CRIAR uma casa. Usam lençóis, almofadas, varal de chão, qualquer coisa que estiver à disposição aqui em casa pra construir o canto delas.

Pedem pra eu emprestar agulha e linha, porque querem fazer uma roupa de boneca, pedem pra eu emprestar minha pistola de cola quente, porque querem fazer uma escultura com pregos e parafusos, estão aprendendo a desenhar, de tanto me verem desenhando para elas.

Tenho gostado bastante desta forma de criação, vejo que concentração é algo raro entre as crianças, mas minhas filhas conseguem ficar concentradas por bastante tempo em uma atividade.

Digo para meu marido que o tempo vai encarregar de mantê-las ligadas na internet daqui a alguns anos. Então por enquanto… enquanto puder… prefiro mantê-las distante da internet para que a infância, que já é tão curta, se prolongue um pouco mais.

~ Yuka ~

Minimalismo

Guarda-roupa minimalista com 35 peças

Vestido, Vestuário, Cabide, Aço, Lavandaria

Atualmente, tenho um total de 35 peças, incluindo calças, saias, shorts, vestidos, blusas e blusas de frio.

Além destas roupas, tenho 5 sapatos, 3 bolsas, 2 meias, algumas roupas de baixo e meia dúzia de roupas que uso em casa, pois eu não cozinho com a roupa do trabalho, por exemplo.

Todas as minhas roupas estão no guarda-roupa, de forma que consigo visualizar todas as peças durante o ano todo.

Também não faço rodízio de roupas, porque se eu fizer, vai me faltar diversas peças, principalmente, porque gosto de mesclar as roupas, não importando se é verão ou inverno, primavera ou outono. Uso vestidos soltinhos de verão com uma jaqueta mais pesada e bota de cano curto, uso saia com tênis, saia com casaco de inverno e mais a meia-calça, ou seja, gosto de misturar roupas de estações variadas, e com isso, a quantidade de combinações que posso fazer aumenta.

As pessoas sempre se surpreendem quando descobrem que meu guarda-roupa é enxuto, pois pela quantidade de composições que faço, acham que tenho um guarda-roupa de respeito.

Se eu saísse do meu emprego hoje e passasse a trabalhar de casa, esse número reduziria ainda mais. Mas por conta do meu trabalho, atualmente, 35 peças são mais que suficientes.

O legal é não se atentar para o número em si, mas na usabilidade das peças. Se tem 100 peças e usa essas 100 peças, então esse é o seu número. Agora, se tem 100 peças e usa só 50, este é o seu novo número.

Há alguns anos, eu já tive muito mais roupas, mas metade ficava sem uso, amassado no fundo do guarda-roupa. Também tive diversas blusas muito parecidas umas com as outras, sandálias novas que estragaram dentro da caixa de sapato, peças esquecidas, peças que não combinavam comigo, roupas que não eram do meu estilo.

Esse número “35” não veio de um dia para o outro. Foi um longo processo de auto-conhecimento.

O objetivo era descobrir quais roupas eu mais gostava, que estilo me deixava mais confortável, quais tecidos eram melhores para mim, quais cores me agradava, e por fim, descobrir quantas peças eram o suficiente para mim…

Como deu para perceber, não são respostas tão imediatas e fáceis.

Eu por exemplo, adoro usar saias e vestidos. Uso o ano inteiro, desde verão até inverno.

Não é que eu deixei de ter roupas que gostava, é justamente ao contrário. Eu comecei a focar apenas nas roupas que eu usava sempre.

Todas as roupas que foram embora ao longo destes anos, eram roupas que eu já não usava por diversos motivos. Eram roupas que amassavam muito e eu tinha preguiça de passar o ferro de passar, roupas que eram decotados demais, que eram curtos demais, que eram desconfortáveis, que pinicava, que era difícil de combinar, etc.

Ou seja, a redução aconteceu de forma saudável, aos poucos, até chegar na quantidade de roupas que eu tenho hoje:

  • 4 calças
  • 4 saias
  • 2 shorts
  • 12 blusas
  • 5 vestidos
  • 4 cardigãs para primavera/outono
  • 2 casacos para outono/inverno
  • 2 blusas de lã para inverno

Tem sido uma quantidade bastante confortável, consigo fazer diversas combinações, e o melhor, uso todas as peças, SEM EXCEÇÃO.

A melhor parte de tudo isso? Não foram poucas as vezes que ouvi nos locais de trabalho que tenho gosto refinado para me vestir hohoho.

Pra vocês verem que o que faz a diferença não é quantidade, e sim, saber escolher peças versáteis para fazer as combinações.

~ Yuka ~

Minimalismo

Os 7 tipos de minimalistas

Ainda, Itens, Coisas, Plantas, Vaso, Ramos, Folhas

Essa semana o YouTube sugeriu um vídeo de um canal que eu ainda não conhecia, do Gabe Butt. O título do vídeo era: “os 6 tipos de minimalistas” (apesar dele ter apresentado somente 5). Cliquei para assistir e achei bem interessante os tipos que ele classificou, então replico aqui:

O minimalista ecológico

São pessoas que decidem pelo minimalismo para ter uma vida mais sustentável, se preocupam com o impacto ao meio-ambiente e ao mundo. Podem decidir por uma vida vegana, não terem carro para não causar poluição. Podem pagar um pouco mais caro por um produto, desde que seja um produto sustentável.

O minimalista nômade

São pessoas que tem sede pela liberdade espacial. Querem liberdade para poder viajar, mochilar, podem viajar morando em uma van. Eles possuem menos coisas, com o objetivo de ter mais liberdade. Não possuem tantos vínculos emocionais que possam prendê-lo em uma determinada cidade. Tudo o que têm é apenas o suficiente. Como sua vida não é cara, não precisam de muito dinheiro para se manter. Essas pessoas costumam não ter empregos fixos, podem ser escritores, YouTubers, freelancers, qualquer trabalho que possa fazer pelo notebook.

O minimalista financeiro/frugal

Buscam a estabilidade e a liberdade financeira. São pessoas que podem não ter um carro, porque sabem que podem prejudicar seu crescimento econômico a longo prazo. Costumam não fazer compras impulsivas, pois tudo é pensado e planejado. Não pensam de forma imediata, pensam no custo-benefício. Ao invés de escolher roupas da moda, podem preferir viajar. Compram itens de qualidade, ao invés de escolher pelo preço, pois pensam na qualidade e durabilidade dos produtos. Não se importam com status, preferem escolher a tranquilidade financeira.

O minimalista de desafios

São pessoas que adoram desafios. Se auto-desafiam constantemente, como reduzir o máximo de itens que possuem. Gostam de jogos como o Desafio dos 30 dias do The Minimalists (que consiste em destralhar 1 item no primeiro dia, 2 itens no segundo dia, 3 itens no terceiro dia e assim consecutivamente). Buscam eficiência, contam a quantidade de itens que possuem, por exemplo, ter 300 itens em casa e nada mais além disso. Para essas pessoas, os auto-desafios trazem emoção à jornada, fazem por pura diversão.

O minimalista gradual

São pessoas que não são radicais, fazem tudo de forma gradual, se livram de algumas coisas, mas de forma calma e consistente. Podem se desfazer de alguns itens em uma semana, depois esquecem sobre o assunto e acabam retomando novamente no próximo mês. Encaram como uma mudança de estilo de vida a longo prazo.

O vídeo do Gabe Butt encerra com estes 5 tipos de minimalistas. Mas fui lendo os comentários e vi algumas definições complementares:

O minimalista prático

Pessoas que aderem ao minimalismo por querer facilitar a vida, tornar a vida mais leve. Buscam a praticidade no dia-a-dia. Podem gostar de móveis de linhas retas, porque são mais fáceis de limpar, podem escolher tecidos de sofá fáceis de serem lavados.

O minimalista estético

Pessoas que gostam da simplicidade estética, das cores monocromáticas, das linhas retas, locais organizados. Tem um senso estético acima do padrão. Podem morar em casas bonitas, de visual limpo, e isso se reflete também na forma de se vestir.

Acredito que ninguém se encaixaria num único estilo, eu mesma sou um mix do Estético + Prático + Desafios + Frugal e Gradual. A intenção aqui não é colocar rótulos ou colocar as pessoas dentro de caixas, mas achei divertido ver essas classificações.

Para quem se interessar, assista o vídeo do Gabe Butt aqui.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Cultive pequenas felicidades

Gotas De Chuva, Folha, Joaninha, Gotas De Água, Orvalho

Acostumamos a acreditar que felicidade são grandes conquistas e até mesmo, o destino final.

Uma viagem internacional. O dia do casamento. O nascimento de um filho. A compra da casa própria. Entrar na faculdade. Ser promovido no emprego.

Ser rico.

Ser feliz.

Concordo que ocasiões especiais nos remetem à felicidade.

Mas quando nomeamos a felicidade como algo exclusivo de eventos grandes e memoráveis, limitamos a felicidade que podemos sentir ao longo da vida.

As conquistas grandes são importantes, mas aprender a valorizar a simplicidade, a cultivar momentos especiais, a colecionar pequenas felicidades são igualmente importantes.

De 2000 a 2003, eu fiz faculdade em uma cidade do interior de São Paulo e obviamente na república que morava não tinha uma máquina de lavar roupa. Eu lembro das centenas de vezes que esfreguei roupa no tanque, e as pendurei no varal do quintal. Mas há algo que não esqueço até hoje. Eu conseguia sentir felicidade no momento que recolhia as roupas. Ver a roupa seca depois de somente algumas horas penduradas no varal, a brisa fazendo as roupas secas roçarem meu rosto, as roupas quentes com o calor do sol. Essa sensação durava somente alguns segundos, mas era algo genuíno, uma felicidade simples.

Essas pequenas chamas de felicidade acendem inúmeras vezes ao longo do meu dia, como por exemplo, quando deixo descansando a massa de pão e quando volto vejo que dobrou de tamanho, fico encantada com o poder da fermentação.

Ou até mesmo nessa semana em que estou trocando o rejunte da minha casa (ô trabalho duro esse viu). Olhar as partes de rejunte trocados por mim, traz novamente essa felicidade instantânea, e um orgulho de mim mesma.

Eu não sei se acontece na casa de vocês, mas em todas as casas que morei, eu sempre recebi a visita ilustre das joaninhas. E resolvi comentar com as minhas filhas que quando uma joaninha visita a casa de alguém, ela traz felicidade. Não deu outra, toda vez que entra uma joaninha em casa, nós fazemos festa. Paramos tudo o que estamos fazendo para ver a “Joana”. Pegamos um copo, transferimos cuidadosamente. Olhamos por alguns minutos, e depois soltamos na varanda.

Quando meu marido traz picolé pra gente comer, nos sentamos na varanda enquanto conversamos e aproveitamos a paisagem. Eu tenho tanta certeza da saudade que vou sentir desse momento em que estamos sentados nós 4 espremidos em uma varanda pequena, tomando sorvete, que eu só fico apreciando toda cena em silêncio.

Eu poderia ficar aqui listando inúmeras situações que remetem pequenas felicidades, mas o que eu quero dizer é como a felicidade pode ser simples.

A minha felicidade tem tido essa cara, criar pequenas tradições, apreciar o crescimento das plantas, das minhas filhas, valorizar as coisas que me rodeia.

Claro que novidades são importantes também, mas em momentos de pandemia, há igualmente outras coisas que podemos fazer para continuar colecionando felicidades, justamente para podermos seguir em frente.

~ Yuka ~

Minimalismo · Organização

Casa sem estoque

Minimarisuto | Minimalism Amino
Photo by: REUTERS/Thomas Peter

Até antes da pandemia, eu costumava ter alguns estoques em casa.

Ter estoque, era o meu conforto de saber que nunca precisaria sair correndo para o supermercado em busca de um ingrediente, bem no meio da preparação de uma refeição. Eu sempre tive o comodismo e a tranquilidade de saber que meu estoque estava lá, pronto para atender as minhas necessidades.

O meu estoque nunca foi grande. Basicamente, é 1 produto a mais. Se tenho pó de café em uso, tenho sempre 1 pacote novo na despensa. Se tenho um pacote de açúcar em uso, tenho outro novo na despensa.

Esse mesmo raciocínio estendia também às outras áreas da minha casa: produtos de limpeza, produtos de higiene, não vamos esquecer do freezer.

Durante a pandemia, percebi que muitos dos estoques que eu havia feito, não puderam ser utilizados. São eles:

  • repelente: eu engravidei da minha filha caçula no período da zika vírus. Comprei aqueles repelentes que eram mais caros, eficientes para dengue e zika vírus. E desde então, usamos e repomos diversas vezes, até a última compra. Comprei 3, usei somente 1. Dois irão para o lixo em breve, pois está para vencer.
  • protetor de assento sanitário: eu evito levar minhas filhas no banheiro público, mas algumas vezes é inevitável. Por isso, sempre carrego protetores de assento sanitário na minha bolsa. Eu importei da China, então não comprei 10 unidades… eu comprei 100 unidades… Estão intocadas dentro do guarda-roupa, já que não estamos saindo de casa.
  • capa de chuva: quando finalmente encontrei capas de chuva para as minhas filhas, comprei mais um para fazer estoque. Eis que a pandemia começou, paramos de sair de casa, e minhas filhas cresceram. Duas capas que provavelmente não serão utilizadas, pois elas cresceram bastante.
  • protetor solar: é o mesmíssimo caso que o repelente. Eu tinha 1 em uso e 1 pote novo. Logo logo, os dois vão perder validade.
  • maquiagens: eu uso uma base para o rosto de uma marca coreana, que para a minha pele fica muito boa. Por ser importada, não é um produto muito barato. Na época, comprei 2, porque o preço estava bom, mas como agora uso máscara de proteção na hora de sair, deixei de passar essa base para não manchar a máscara. Ou seja, tenho 1 que mal usei, e tenho 1 que ainda está na caixa, intocado. De novo.
  • produtos de higiene: eu tenho guardado algumas escovas de dente infantil, de uma marca que apesar de ser bastante conhecida, não gosto muito. Ela é dura e tem poucas cerdas. Pior, eu ainda tenho mais um kit com 2 dessa escova de dente…
  • despensa: com a minha reeducação alimentar, acabei reduzindo a quantidade de farinha e açúcar que consumia no mês. Ainda uso para fazer pães, cookies e bolos, mas não na mesma velocidade que consumia antes. Para conseguir terminar de usar todo o estoque de farinha que eu tinha em casa, levou uns meses.
  • roupas das crianças: quando eu encontrava algo com preço bom, costumava comprar roupas de numeração maior para garantir a promoção. Mas fui percebendo que quando chegava o momento de usar, elas sempre ganhavam roupas. Ou seja, não precisaria ter comprado aquela roupa.
  • supermercado atacadista: juntando tudo isso, também tive a experiência de começar a frequentar um supermercado atacadista. Passei a comprar coisas que geralmente não comprava e isso elevou o meu custo de alimentação.

Meu marido fala que a maioria desses estoques não foram usados por causa da pandemia, que alterou a nossa rotina.

Concordo. Mas também acredito que a pandemia só mostrou o que já existia dentro de cada um de nós. Se o casamento não estava legal, piorou com a pandemia. Se a pessoa não estava bem emocionalmente, piorou com a pandemia. Se a pessoa não tinha controle financeiro, piorou na pandemia.

A pandemia me mostrou que planejar tudo e comprar com antecedência, nem sempre é bom.

Já faz alguns meses que passei a questionar se realmente era necessário ter estoque. E se eu fizesse um bom planejamento do cardápio semanal, será que não bastaria? Não seria melhor ter um freezer vazio ao invés de ter um freezer cheio?

Comprar apenas 1 unidade, ao invés de aproveitar as promoções, mesmo que no final, acabe pagando um pouco mais caro pelo valor unitário? Pelo menos não teria desperdício, produtos fora de validade, ou que demora pra ser consumido, nem ocupar o tão precioso espaço da minha casa.

Eu ainda tenho alguns estoques que estão sendo consumidos ao longo do mês, mas muitos dos meus estoques já foram embora e uma sensação boa vem crescendo à medida que os estoques diminuem.

Eu achava que seria tenso viver em uma casa sem estoques. Mas estou aprendendo que não só dá pra viver bem, como é muito bom poder abrir gavetas, armários e ver espaços vazios. Afinal, é muito mais fácil limpar gavetas, armários e até geladeira quando estes estão vazios.

Eu descobri que prefiro viver em uma casa sem estoque.

No próximo post, vou mostrar o método que os japoneses utilizam para economizar no supermercado (eles não fazem estoque!), e já aviso de antemão que tenho testado e deu muito certo.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Lar é onde seu coração está

Menina, Cabelo, Viagens, Visita De Cidade, Amsterdam

Uma pessoa comentou que durante muito tempo, buscou incessantemente a felicidade.

Essa busca era motivada para preencher o buraco que ela sentia.

Primeiro, achou que era porque não tinha um imóvel próprio. Conseguiu comprar um imóvel e reformou de acordo com o seu gosto.

Mas ainda faltava algo.

Depois achou que era porque não tinha um filho. E nasceu um filho lindo. Mas ainda faltava algo.

Não sabendo como preencher esse vazio, comprou roupas, conheceu várias pessoas, fez diversas viagens, se deparou novamente com catálogos de imóvel e quis acreditar que se tivesse um apartamento com varanda gourmet, a felicidade finalmente bateria na sua porta. Ela chegou a financiar a compra desse imóvel, até que a ficha caiu.

Foi nesse momento que eu recebi a ligação dela. Ela começou a me explicar que finalmente tinha compreendido porque eu, apesar de morar em um apartamento alugado, não ter carro, andar com as roupas de sempre, meus amigos de sempre, com minhas filhas usando roupas de segunda mão e frequentando escolas municipais do bairro, parecia feliz e satisfeita.

Na época, ela comentou que era porque eu tinha um amor verdadeiro para compartilhar. E por ter esse amor correspondido, poderia ser feliz até embaixo da ponte com o meu marido.

Tenho que concordar que ter alguém para compartilhar a vida, que nos respeita e que nos ama, torna a jornada da vida mais leve e divertida.

Mas há um outro porém que eu acabei não compartilhando com ela.

Eu sempre tive a certeza de que minha felicidade não poderia ser terceirizada nem por pessoas, nem por coisas.

Quando eu era solteira e vivia sozinha no meu apartamento, eu era feliz.

Quando eu estava recém-divorciada, e vivia um dos momentos desafiadores da minha vida, eu também sabia que no momento oportuno, eu juntaria os cacos, voltaria a sorrir e ser feliz novamente.

Meu marido já até comentou de como ele tem certeza de que eu seria uma pessoa igualmente feliz, mesmo se a gente não tivesse se esbarrado nesta vida.

Enquanto pessoas sonham em encontrar a “metade da laranja”, sempre questionei que raio era essa metade, já que nunca me considerei metade de nada.

Eu queria encontrar sim alguém, mas alguém por inteiro, porque eu sou uma pessoa por inteiro.

A verdade é que para ser feliz, não precisamos de pessoas perfeitas do nosso lado, não precisamos de empregos perfeitos, apartamentos lindos, carros novos, smartphones do ano, bancadas de mármore.

Ou seja, a minha felicidade nunca esteve condicionada ao meu casamento, nem por posses materiais. Minha felicidade não depende se estou amando alguém, se tenho ou não tenho filhos, se tenho posses materiais ou não.

O que precisamos não está do lado de fora. Está do lado de dentro.

Eu carrego o meu lar dentro de mim, porque sei que o que é mais importante, está sempre dentro de mim.

E esse é um dos motivos de conseguir levar uma vida sem posses. Compreendo que algumas pessoas sentem a necessidade de ter uma casa para fincar raízes, um local para alimentar e fermentar as suas memórias.

Já eu, prefiro a liberdade de poder me locomover. Sei que minhas filhas terão boas lembranças dos nossos momentos, e não da casa. Elas saberão reconhecer o cheiro do nosso lar em qualquer lugar que estivermos, toda vez que cookies deliciosos estiverem saindo do forno. Não importa se essa casa é alugada ou se é própria, se é a casa onde elas deram os primeiros passos ou qualquer outra casa.

Afinal, lar, é onde está o meu coração.

~ Yuka ~

Minimalismo

De quantos sapatos eu preciso – post 4

Em 2013, eu tinha 17 sapatos.

Em 2016, eu tinha 10 sapatos.

Eu 2018, eu tinha 6 sapatos.

O legal do minimalismo é que o auto-conhecimento aliado ao tempo, traz sabedoria para usar o dinheiro de forma inteligente. Não é uma questão de números, e sim, de quantos sapatos eu considero suficiente para o meu estilo de vida.

Atualmente, tenho 5 calçados que me atendem perfeitamente. Por ter poucas quantidades, o uso é bem intenso, nenhum fica muito tempo adormecido na sapateira, o que é ótimo.

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Já usei muito salto alto, mas estou num momento da minha vida que curto mais sapatilhas e sapatos confortáveis, já que não consigo correr atrás de 2 crianças de salto alto.

Esses 5 calçados só são substituídos (por outros calçados bem parecidos) quando ficam gastos. Então quando o tênis que estou usando ficar velhinho, vou lá e compro um outro par de tênis pra mim. A bota de cano curto é a mesma coisa, acho que já é o terceiro ano que compro exatamente o mesmo modelo, da mesma forma que as sapatilhas também já viraram uma compra recorrente.

E pensar que já tive mais de 50, 60 pares de sapatos…

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo · Organização

Pergunte antes de comprar

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Nos acostumamos a comprar sem avaliar.

A colocar a mão no bolso de forma automática.

A pegar o cartão de crédito e comprar qualquer coisa sem pensar.

Desprezamos valores pequenos, ah são só 10 reais, são só 20 reais, mas não dar importância para valores pequenos, significa não dar importância também para valores altos, já que o cerne da questão é que não damos importância para o tempo que gastamos para ter aquele dinheiro.

Não questionamos se o que estamos prestes a comprar, é algo que estamos precisando, ou se é algo que fomos induzidos a acreditar que é essencial.

Será mesmo tão necessário? Qual é o motivo da compra?

Recebemos tantos estímulos a todo momento que não consumir e não comprar, se tornou o novo anormal.

Rever o consumo significa usar o dinheiro de forma consciente. E com o despertar da consciência, vai perceber que muitas das coisas que compramos, tem a ver com impressionar pessoas, tem a ver com preencher um vazio. Aliás, muitas coisas que temos em casa são desnecessárias, resultado do nosso consumo exagerado.

Aquela blusa preta que está na vitrine. Não teria algo similar no seu guarda-roupa?

Aquele sapato. Quantos sapatos você já tem na sua sapateira? Não seria melhor terminar de usar alguns para depois comprar mais um?

O celular recém-lançado. Não seria mais oportuno aguardar mais um pouco, já que o seu celular ainda funciona bem?

Tem também os objetos de decoração… pense bem, daqui a algumas semanas estará tirando poeira de cima dele.

Tem também a impressora. Quantas páginas você imprime por ano? Se imprime apenas algumas folhas, talvez seja mais inteligente ir numa gráfica quando for necessário.

E os produtos de beleza? Que promete acabar com a flacidez da pele, elevar a autoestima. Será que vai mesmo?

Com tantas coisas abarrotadas, vivemos imersos em uma casa recheada de eletroportáteis sem uso, um guarda-roupa com roupas amassadas, estantes com centenas de livros que nunca mais serão folheados, armários lotados com objetos sem valor.

A casa vai ficando cada vez mais cheia, e a vida cada vez mais vazia.

Imagine quantos sonhos poderíamos realizar com todo o dinheiro que já desperdiçamos?

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Procurando o essencial

Farol, Remoto, Reino Unido, Pôr Do Sol, Rochas, Rochoso

Abro o primeiro post do ano de 2021 com a pergunta que sempre nos intriga: “O que é essencial?”

Nessa rotina maluca que vivemos, está cada vez mais difícil identificar o essencial. Mais difícil ainda, porque o essencial é único para cada pessoa. Não dá para copiar a receita do colega do lado, afinal, o que é essencial para mim, não é essencial para você.

Descobrir o essencial é ir em busca da própria essência e descobrir o valor que damos a ele. É basicamente, focar naquilo que traz felicidade. É tentar colecionar coisas e experiências das quais gostamos, mesmo que o mundo inteiro diga que é cafona.

Já comentei num post que gosto de música clássica. Pois bem, também gosto do Andrea Bocelli. Eu e toda terceira idade. Já fui num show dele, paguei ingresso que foi muito caro na área VIP, sentei na primeira fileira, bem de frente pra ele e chorei emocionada quando ele começou a cantar. Minhas amigas acham engraçado eu gostar dele, não estou nem aí. Num outro show (desta vez gratuito) que ele deu, eu tentei invadir o camarote, claro que não consegui, mas rendeu boas risadas quando minhas amigas souberam o que eu tinha tentado fazer.

Essencial é isso, você estar confortável e feliz, mesmo com o julgamento alheio.

Quando fiz meu pequeno casamento com 35 convidados, recebi crítica de familiares e de colegas que não foram convidados. Mas o que as pessoas não entenderam é que todo mundo que era importante estava nesse dia comigo. Foi um dos dias mais marcantes da minha vida, vê-los todos juntos com um único propósito: celebrar a minha felicidade.

E esse padrão foi se repetindo. Quando fui me tornando minimalista (e minha casa começou a ficar vazia para os padrões normais, mas eu estava muito feliz com isso), quando descobri sobre FIRE (e as pessoas começaram a falar que era loucura), ou quando decidi que minhas filhas estudariam em uma escola pública (e aí mais julgamentos, mas de novo, estava tudo bem).

O essencial é muito particular. Vocês sabem que eu sinto um certo orgulho quando sou chamada de muquirana. Eu realmente economizo onde posso, principalmente em coisas que eu não enxergo valor, mas não me importo em gastar nas coisas que julgo ser importante, como quando descobri sobre a gagueira da minha filha. Em nenhum momento tive receio de procurar uma das melhores clínicas de fonoaudiologia de São Paulo. Comer fora todos os dias com meus colegas de trabalho, nunca foi essencial para mim. Mas iniciar o tratamento da minha filha sim, era essencial.

Vejam só: não gastar dinheiro à toa em coisas que não são essenciais, permite que eu sempre tenha dinheiro disponível para os gastos essenciais.

Outro exercício que costumo fazer para identificar o que é essencial, é comparar uma coisa com a outra.

Por exemplo, o que é mais importante: fazer o jantar para a família ou fazer hora extra no trabalho? Para mim, é preparar o jantar. Talvez para alguém que está com as contas a pagar atrasadas, a hora extra seja mais importante. O que é mais importante: comprar alguns sapatos novos ou separar uma parte do dinheiro para investir? Sair com os colegas do trabalho para um happy hour ou se encontrar com aquela sua super amiga que não vê há muito tempo?

E assim, pergunta após pergunta, a gente vai aprendendo a fazer escolhas mais sábias. A cada escolha consciente, nos aproximamos do eu interior, do que é mais importante.

Já em relação a objetos, eu penso assim: houve um motivo importante para ele ter entrado na sua casa, certo? Pode até ser que esse motivo já não seja tão importante, ou até mesmo ele nunca ter desempenhado um papel relevante na sua vida. Vou dar exemplos para facilitar o entendimento do que estou tentando explicar.

As pessoas compram objetos, roupas, itens de decoração pensando em um objetivo. Supondo que seja uma blusa. No momento da compra, eu experimentei a roupa, achei bonita e quis comprar, porque eu imaginei que iria me sentir bonita naquela blusa. Pois bem. Só que por algum motivo aquela blusa fica lá, no canto do guarda-roupa escondida, meio amassada. Aí eu faço a seguinte pergunta: Ela está desempenhando o papel dela? Não. Não está. Então eu descarto.

Às vezes, a gente tem uma blusinha velha em casa, aquela bem surrada, com tecido até molenga de tanto que já foi usada. Essa blusa serve pra quê na minha vida? Para me deixar à vontade em casa, é confortável, uso com frequência, etc. Ela está desempenhando o papel dela? Sim, está. Com esse exemplo, dá pra entender por qual motivo eu descartaria uma blusa nova e por que permaneceria com a blusa mais velhinha. Não é questão de preço. É questão de valor.

Quando eu faço essa mesma pergunta em relação à compra de uma joia, as coisas começam a ficar ainda mais claras. Qual é o objetivo de ter uma joia? Por qual motivo eu quero ter? A resposta (pra mim) seria para ostentar, mostrar para os outros. E é por isso que não tenho nenhuma joia.

O minimalismo foi essencial para descobrir quem eu era de fato. Eliminar o que não era importante para focar no essencial fez perceber que durante muitos anos eu não vivi para mim. Vivi para os outros.

Desde escolhas simples como roupas, música que ouvimos, lugares que viajamos, os amigos que temos, o companheiro que escolhemos para passar a vida, fazer o que os outros fazem, falar o que os outros falam… quantos de nós fizemos escolhas para evitar julgamento alheio?

Quando passamos a nos descobrir e amar o que somos, apesar dos inúmeros defeitos que temos, algo mágico acontece: passamos a não sentir necessidade de ficar agradando os outros, muito menos fazer compras para preencher o vazio interior, porque sabemos e conhecemos a nossa real essência, e passamos a valorizar de forma exclusiva e profunda as nossas próprias vontades.

Quando aprendemos a viver com menos, com o suficiente, abrimos espaço para o novo, e assim, as coisas mais importantes começam a se sobressair. Compare isso com a curadoria de peças de um museu. Ao invés de ter várias peças amontoadas, dificultando apreciar as mais relevantes, deixamos expostos apenas as peças que queremos dar mais destaque e “eliminamos” o resto.

Essa seleção é um processo de conscientização, e utilizando o mesmo raciocínio para a nossa vida, podemos lapidar o que é o essencial, dando destaque especial para aquelas coisas que julgamos ser as mais importantes.

Desejo a todos vocês, um bom início de ano.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Na pandemia, o conforto se tornou o novo preto

photo of gel candle on board beside pillow

Foto: @alisaanton

Preto é tido como algo que nunca sai de moda, um clássico, algo atemporal. Há inclusive, uma expressão bem conhecida, “the new black”, usada para algo que está na moda, em alta:

  • The orange is the new black (o seriado)
  • The minimalism is the new black
  • The love is the new black
  • The gray is the new black

E por aí vai, os exemplos poderiam ser infinitos.

Este ano, definitivamente, o conforto se tornou o “the new black”.

Estou desde março trabalhando de casa, e apesar de parecer fácil, não tem sido nada fácil, principalmente porque as crianças (que também não estão indo para a creche) não entendem que você, apesar de estar na frente delas, não está disponível, pois tem que trabalhar, entregar projetos, fazer reuniões, além de cozinhar diversas vezes por dia, limpar a casa.

Como não estamos em um período normal, também não estamos passeando, nem levando as crianças para parques, e isso eleva a tensão, já que estamos todos confinados em um apartamento. Apartamento esse, que tem um aposentado que mora no andar de baixo, então preciso ficar a todo momento pedindo para as minhas filhas não pularem, não baterem no chão, não arrastarem os móveis, para não incomodar o vizinho de baixo. Esses dias, enquanto estava trabalhando até tarde da noite, até chorei, de tão cansada que eu estava.

O conforto então, acaba sendo um acalento para a alma, um retorno à essência.

A beleza passa a não ser tão importante, e o conforto se torna o protagonista.

Eu já tinha um escritório, mas só descobri que o modelo da cadeira que eu amava de paixão não era confortável para trabalhar, quando tive que ficar sentada por horas. Se fosse hoje, teria escolhido uma cadeira mais confortável.

As roupas tem ido pelo mesmo caminho. Eu não uso calça jeans em casa, nem tenho usado as blusas que não esticam, que não absorvem suor. Começamos a dar mais valor àquelas roupas que tem tramas macias, malhas gostosas, mais confortáveis para o corpo.

Idas aos restaurantes foram substituídas por comidas denominadas comfort food, que traz memórias afetivas, comida que cheira à felicidade, que cheira a casa da mãe.

Me rendi a alguns eletroportáteis para agilizar alguns serviços da casa, como por exemplo, a Airfryer. Outro dia estava assando batata doce chips para as minhas filhas, e ter ficado 2 horas na frente do forno foi o estopim para comprar a fritadeira elétrica, pois começou a incomodar o tanto de tempo que eu permanecia na cozinha, além do valor da conta do gás, que tem aumentado todos os meses.

Não vamos esquecer também da Table Grill (churrasqueira portátil que usa carvão que comprei neste ano) e também da Stone in Box (um forno que faz pizzas deliciosas, melhores que de muitas pizzarias, comprada no ano passado) que me garante belas diversões nos fins-de-semana.

Começamos a valorizar mais as janelas, o sol, o vento, a claridade. Tanto que um dos fatores de ter escolhido este apartamento em que estamos morando agora, era por ter uma varanda, e pelo apartamento ser de quina. Isso significa que tenho sol da manhã entrando pela sala e o sol da tarde entrando nos quartos, cozinha e lavanderia.

Sabíamos que era bom, mas começamos a apreciar ainda mais um bom chuveiro, uma toalha macia, um sofá confortável, um bom colchão. Até o cheiro do sabonete estou escolhendo com mais dedicação.

A casa não é mais um lugar apenas para dormir, e sim, um lar para passar os dias. Se tornou o local de trabalho, o local de lazer e o local de descanso.

Transformar a minha nova casa em um lar, torna-lo um lugar agradável, tem sido uma tarefa que está valendo muito a pena.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

A vantagem de aliar a jornada FIRE com o minimalismo

Maratona, Concorrência, Desporto, Resistência, Executar

Há algumas semanas, recebi do Renato, do Reminiscências, o seguinte comentário em relação à minha jornada FIRE:

“Encarar a questão pelo aspecto do minimalismo me pareceu uma estratégia inteligente da sua parte. Você encara como uma maratona, um investimento de longo prazo onde se escolhe um ritmo confortável e segue com ele. É justamente esse aspecto da sua estratégia que acho muito inteligente. Isso te alivia de um tremendo stress e descreve o aspecto da disciplina (suave) necessária na sua caminhada.”

Quando li esse comentário, senti um “Eureka!”.

Que frase genial. É exatamente isso!!!

Quem corre uma maratona sem administrar a própria potência, não tem fôlego para chegar até a linha de chegada.

A mesma coisa acontece com dietas radicais. De um dia para o outro, a pessoa simplesmente para de comer tudo o que gosta, para viver de alface. É claro que não vai durar. É claro que vai ter um dia em que a pessoa vai se esbaldar nos alimentos que cortou e ter o efeito rebote.

Isso também acontece nas finanças pessoais. Quem já fez corte de gastos de forma radical sabe, que no início as coisas tendem a dar certo, mas depois de algumas semanas, alguns meses, o suportável se torna insuportável e como uma avalanche, vai acabar comprando tudo o que não comprou (e mais um pouco) nas últimas semanas.

Para evitar esses cenários desastrosos, o minimalismo pode ser o grande aliado da independência financeira. Viver uma vida significativa, sem precisar “empurrar” os sonhos para depois, já que minimalismo é viver com o que você considera suficiente para ser feliz (ou seja, ter a quantidade exata das coisas que ama e acha importante) e eliminar os excessos.

Se você gosta de sentir o cheiro das páginas dos livros, mas compra e-books para economizar, você vai sentir um vazio lá na frente.

Se você sempre gostou de viajar, mas não viaja para economizar, vai sentir um vazio lá na frente.

Não significa reduzir ou deixar de comprar algo que considera importante. Significa reduzir o consumo de coisas que não possuem valor para você, para gastar nas coisas que são importantes.

Eu parei de comprar presentes para terceiros por obrigação, parei de trazer souvenirs para todo mundo toda vez que fazia uma viagem, parei de comprar sapatos caros que não duravam 6 meses no meu pé, parei de comprar livros que nunca vou ler, cursos que nunca vou fazer, roupas que nunca vão entrar em mim, aliás, parei de comprar tantas coisas… E foi assim que o dinheiro começou a sobrar para gastar nas coisas que eram importantes para mim.

O quesito moradia é algo muito importante para mim. Eu já fui assaltada algumas vezes em São Paulo, e por esse motivo, tive medo de sair de casa durante um período da minha vida. Morar em um bairro seguro foi a forma que encontrei para manter a minha saúde mental.

Para poder gastar mais na moradia e ainda manter minhas contas equilibradas, abri mão de coisas que não eram importantes. Mas vejam só, por não serem importantes, não senti falta de nada do que ficou pra trás.

Descobrindo o equilíbrio, pronto, descobriu o “ritmo confortável” para correr a maratona da Independência Financeira.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Quando se vive com paixão a jornada FIRE

woman sitting on grey cliff
Crédito da foto: @vladbagacian

Hoje resolvi escrever sobre esse tema, porque é um sentimento que eu tenho dentro de mim.

Diferente do que algumas pessoas já podem imaginar, a jornada FIRE (Financial Independence, Retire Early) não é, nunca foi e nunca será um martírio para mim.

Eu acho que isso acontece por um mix de acontecimentos:

Meu trabalho não é insuportável

Eu tenho vontade de sair do meu trabalho, mas às vezes tenho vontade de ficar. A verdade é que eu sempre quis que meu trabalho não fosse uma obrigação financeira. Hoje, trabalho, porque preciso do dinheiro. Quero um dia poder trabalhar (inclusive em outras áreas) por simplesmente querer trabalhar, tirar essa obrigação, ser dona do meu tempo. Além disso, recebo um salário ok, a minha equipe é composta por pessoas responsáveis, ou seja, não tenho que cobrar serviço, não preciso falar duas vezes a mesma coisa, são pessoas acessíveis e confiam em mim.

Eu sou minimalista

Eu não reduzi meus gastos para ser FIRE. Eu já vivia assim, antes mesmo de conhecer o movimento FIRE. Já comentei isso antes, que FIRE será consequência do meu estilo de vida. Eu vivo alguns degraus abaixo do que permitiria a minha renda familiar. E não vivo assim com o intuito de economizar. Vivo assim, porque encontrei a minha suficiência, tenho poucas coisas, mas de qualidade. Aprendi a priorizar o que é importante e eliminar excessos.

Eu conheço a minha própria suficiência

Eu não tenho além do que eu preciso.

Se eu tenho 5 sapatos, é porque eu uso todos os meus sapatos. Não há nenhum sapato que fica de escanteio, esquecido no fundo da sapateira. Todos estão em bom estado e bem cuidados. E isso só é possível, porque tenho poucas unidades.

E isso se repete em praticamente todas as áreas da minha vida.

Meu marido acredita em mim

Meu marido acredita na jornada FIRE. Se eu digo para ele que preciso de algumas semanas para estudar sobre estratégia de investimentos, para reavaliar nosso plano FIRE, posso simplesmente largar tudo para focar nos estudos. Eu e meu marido compartilhamos serviços de casa. Mas nesses períodos do meu intensivão, ele cuida de tudo após colocarmos as crianças para dormir. Ele arruma a casa, coloca as roupas para lavar, recolhe, dobra e guarda as roupas, cozinha, lava louça, leva o lixo na lixeira do condomínio, enfim, faz tudo mesmo. É confortante ter um companheiro que rema junto, que não só acredita em mim, mas encoraja para seguirmos em frente.

Eu tenho gratidão por tudo o que já conquistei

Alguém pode olhar e pensar: “nossa, grande coisa…”, mas eu sinto gratidão em tudo que já conquistei nessa vida. Desde a roupa quentinha que uso para me proteger dos dias frios (antes, eu sentia muito frio no inverno, porque não tinha dinheiro para comprar roupas de qualidade), de ter uma internet de qualidade, até de poder comprar um simples sapato com a numeração correta para minhas filhas (eu usei por muito tempo sapatos doados de qualquer numeração, por falta de dinheiro. Sentia dores nos pés, porque ora usava sapatos apertados, ora usava sapatos largos).

Sinto gratidão nas coisas pequenas, como ter janelas boas que vedam vento. Nesse apartamento que acabei de mudar, a primeira coisa que falei pro meu marido foi isso: “olha como essas janelas são boas, você lembra quando a gente passava mais frio dentro de casa do que fora?”

O que para muitos pode ser pouco, para mim e para o meu marido, temos o que nunca tivemos até então.

Dizem que a gente se acostuma com coisas boas. Eu não me acostumo. Eu sempre lembro de onde eu vim e onde estou hoje. Eu sempre lembro do caminho que trilhei.

Lembrar que tudo poderia ser muito pior

Eu poderia ter começado a investir mais cedo. Poderia. Mas poderia não ter começado até hoje.

Eu poderia ter um trabalho melhor. Poderia. Mas poderia também não ter emprego.

Eu poderia não ter saúde…

E quando penso assim, tudo fica bem.

O prazer de viver a jornada FIRE

A jornada FIRE tem sido como uma construção de uma ponte. A cada etapa concluída, uma conquista. A cada conquista, a sensação de tranquilidade aumenta, aumenta a paz e a serenidade por saber que será uma questão de tempo alcançar a aposentadoria antecipada.

Posso dizer que vivo uma jornada FIRE de forma leve, divertida, sem precisar deixar os pequenos e médios sonhos para depois.

~ Yuka ~

Minimalismo

O que é essencial nos tempos de pandemia?

all we need is love. and food. and water. and shelter.

Eu publiquei esta imagem no meu primeiro post, em agosto de 2013.

Ultimamente, tenho feito a mesma pergunta que me fez criar o blog há exatos 7 anos:

“O que é essencial?”

Já estamos em setembro e eu sei que a sensação é de estagnação e que o ano de 2020 simplesmente parou. Estamos presenciando uma tragédia nacional, com os números de mortos aumentando e sem uma vacina para ser produzida e distribuída em grande escala.

Depois de passar mais de 170 dias em casa, posso dizer que já senti todo o tipo de sentimento. Mas uma coisa é fato, a nossa vida não pode parar.

Cada um tem a sua realidade, e seus monstros internos para enfrentar.

Nessas horas, o que acaba se tornando o essencial?

Para mim, são 2 coisas: cuidar da saúde (mental, física e social) e viver intensamente baseado na realidade que temos hoje.

É viver para não se arrepender.

Já comentei isso diversas vezes aqui no blog, e continuo repetindo. Viver intensamente, para mim, não é morar em mansão, nem ter um jatinho particular. É algo simples, tão singelo, que se não prestarmos atenção, é capaz de passar despercebido.

Eu mudei de casa em plena pandemia, porque não queria deixar para depois algumas coisas. Eu não queria deixar minha vida parada, desejando por algo que nunca vai acontecer. Eu não queria me arrepender.

Lembro quando me divorciei do meu primeiro marido, a maior dor que senti não foi do divórcio propriamente dito, mas de todos os sonhos que tínhamos planejado e que não seriam mais concretizados. Isso sim doeu.

Desde então, eu entendi que é melhor se arrepender e voltar atrás, do que não fazer absolutamente nada.

Viver intensamente é cuidar da família, cuidar bem dos pais, demonstrar amor para as pessoas que temos carinho, conversar com os amigos, cuidar do lar, ter auto-cuidado, agradecer pelas coisas que já temos, valorizar o simples.

Tudo isso se resume a uma única palavra: amor.

Eu sempre achei que o amor deveria ser a base que sustenta todo o resto que vem depois, de que o que nós mais precisamos é de amor.

Isso sim, é o ESSENCIAL.

~ Yuka ~

Minimalismo

Por que é tão complicado viver uma vida simples?

Peões, Pessoas, Ocupado, Circulação, Agitado, Osaka

Viver uma vida simples vai se tornando um desafio a cada dia.

Mas por quê?

Porque temos a ingrata mania de complicar (e ainda achar que a culpa é do outro). Ponto.

Há 2 pontos que considero cruciais:

  • se importar com julgamento de terceiros
  • acúmulo de objetos/obrigações

Se importar com julgamento de terceiros

Claro que por vivermos em comunidade, imitamos o que os outros fazem para nos sentirmos incluídos. As indústrias/empresas/pessoas sabem muito bem disso e investem pesado em propaganda e marketing.

Consumimos para não sermos julgados. Usamos as roupas da moda, o relógio do momento, o celular recém-lançado, frequentamos os locais badalados e por aí vai.

Queremos mostrar para pessoas como somos felizes. Aliás, não queremos mostrar, queremos provar que somos felizes. Não basta mais se divertir em silêncio, queremos mostrar para os outros o quanto estamos e conseguimos ser felizes.

O jantarzinho do fim-de-semana se transforma em um super jantar romântico nas redes sociais. Aquela viagem para a praia num dia nublado se transforma praticamente numa praia do Caribe com a ajuda de aplicativos de edição. Ao invés de prestar atenção na comida do restaurante, a maior preocupação se tornou em tirar a foto perfeita, do melhor ângulo e iluminação para publicar em alguma rede social, e receber meia dúzia de curtidas.

Conheço pessoas que moravam perto do trabalho, e inventaram de comprar um imóvel em um bairro longe do trabalho, pois era o único local que dava para financiar. Pronto. Agora faz um trajeto de 1 hora a 1 hora e meia todos os dias, amassado dentro do transporte público. Ida e volta são 3 horas no trânsito, sendo que antes trabalhava tão perto. A pessoa chega cansada em casa, sem vontade de conversar, o humor muda, o dia já não é tão colorido como antes.

Agora com a pandemia, a renda encolhendo e vendo os amigos próximos perdendo emprego, surge a dúvida em relação àquele financiamento que parecia um negócio da China: “será que vou conseguir honrar as dívidas?”

As pessoas compram as coisas sem avaliar direito o seu uso…. compram um carro potente para andar nas ruas congestionadas de São Paulo; compram um apartamento de 3 dormitórios sendo que mora sozinho; aliás, moram em um condomínio que tem churrasqueira, piscina, academia, sauna, salão de festas, brinquedoteca, que você paga mensalmente para os outros usarem, mas você mesmo, usa pouco. Pagam uma academia com plano completo, sendo que usam somente a esteira para correr; equipam a cozinha toda, mas comem fora todos os dias.

E por se importar tanto com julgamento alheio e vivendo de aparências, se afasta do que é mais importante: da sua própria essência.

Acúmulo de objetos/obrigações

Sabe aquele quadro inocente que você comprou para decorar a casa? Parabéns, agora terá que tirar a poeira de tempos em tempos.

Sabe aquela roupa que você comprou sem pensar? Nem pensou direito se o tecido amassava ou não, e agora terá que passar as roupas, se quiser usa-la.

E aquele terno que você comprou para ir no casamento da sua prima? Agora terá que levar para a lavanderia pelo menos 1 vez por ano para oxigenar o tecido, se não quiser vê-lo manchado.

Aquele bibelô decorativo que comprou numa das viagens, parecia tão inofensivo, agora ele ocupa um espaço da mesa lateral do seu sofá, acumulando poeira junto com outros souvenirs. Já pensou como seria mais fácil limpar a mesa se a superfície estivesse desocupada?

E de item a item, coisas por coisas, as obrigações vão aumentando, até ter uma estafa mental.

Se você tem um relógio de parede que ganhou da sua vó, e toda vez que olha para o relógio lembra com muito carinho dela, vai fazer questão de tirar a poeira, e “perder” tempo cuidando do item.

Perceba que o problema não é ter as coisas, mas ter sem saber o motivo. Ficar tirando poeira de quadros sem sentido, de bibelôs sem significado, e de coisas em coisas, a gente acaba ocupando todo o nosso precioso tempo com essas coisas que não tem nenhum valor para a nossa vida.

E aí quando a gente percebe como a vida está preenchida com coisas que não valem a pena, até ficamos tentados em voltar atrás, e morar naquele bairro mais simples, alugar um apartamento menor, voltar a andar de transporte público e usar roupas de marcas populares. Mas o primeiro pensamento que vem é “mas o que os outros vão pensar de mim?”

É pensando nos outros que a nossa vida vai ficando cada vez mais complicada. São as nossas escolhas que torna a vida mais fácil ou mais difícil.

O André, do Viagem Lenta, já destacou em um post, o trecho do livro “Aquilo que realmente importa” que ele leu e que fez muito sentido:

Eu sempre gostei de pensar que quando a gente vem à vida recebe uma estrada desconhecida à frente e uma mala de viagem. E, exatamente por isso, é muito fácil acreditar que o objetivo de estarmos aqui é encher a mala ao máximo, como se isso fosse a prova irrefutável de que a viagem foi um sucesso.

Assim passamos a jornada nos preocupando em acumular posses e, percebemos aflitos que a mala nunca fica cheia o bastante. Então continuamos insistindo e a enchendo mais e mais e não notamos que com isso ela vai se tornando cada vez mais pesada e difícil de carregar. Quando nos damos conta, estamos a arrastando pelo caminho e perguntando por qual razão estamos tão cansados.

A verdade é que há um truque nessa mala: no final da estrada, descobrimos que ela não segue viagem conosco. A gente pode tentar preenchê-la com o que quiser, mas quando acaba a temporada aqui, tudo o que podemos levar é o resultado de nossas ações. A gente só leva da viagem a consciência da viagem que se fez. Todo o resto fica. A mala não é o objetivo, a estrada o é. Você pode aproveitar o caminho, ou se arrastar por ele. É uma questão de escolha.

Quem tiver interesse em ler o post do André que aborda um pouco sobre o livro, clique aqui.

Gostaria de convidar a leitura de um post do Aposente Cedo, sobre a sua experiência em relação aos excessos: Maximalismo: da quitinete à mansão. O post relata a impressionante capacidade dele e de sua esposa de reconhecer excessos e dar um passo para trás por um objetivo maior: a liberdade.

~ Yuka ~

Minimalismo

Minimalismo: a nossa vida real nada instagramável

instagram
Crédito da foto: Chompoo Baritone

“A nossa vida minimalista funciona bem para um Blog, mas não funcionaria para o Instagram.” Quem disse essa frase foi o meu marido.

Concordo 1.000%.

É muito legal ler que as nossas crianças usam roupas de segunda mão, mas quantos pais aceitariam que seus queridos filhos usassem roupas usadas? Minha prima e minha amiga dão as roupinhas para as minhas filhas. A minha filha é a terceira criança a usar a roupa, e a mais nova é a quarta criança, então já dá pra imaginar que as roupas não são tão novas.

Em um domingo de tarde, a única coisa que consigo prestar atenção é no cheiro do pão caseiro que está para sair do forno. Mas quantas pessoas se sentiriam satisfeitas com essa vida pacata? Será que muitas não prefeririam estar em um local mais estiloso?

É muito bom não ter carro, mas isso significa que nos dias de chuvas torrenciais, levamos as crianças para a escola de guarda-chuva e capa. Obviamente, chegamos ensopadas. E por isso mesmo, levamos peças extras para elas se trocarem na escola.

Falar que vai fazer uma festa simples em casa, significa pedir coxinha em cima da hora, fazer um bolo estilo vovó, pedir pro marido encher a bexiga, e cantar parabéns de forma desengonçada. Eu particularmente, acho isso o máximo. Adoro as fotos da minha família. Olhar as fotos (não só) das festinhas das minhas filhas é muito engraçado e me divirto demais. Há foto onde a aniversariante está de pijama, mas com chapéu de aniversário. Em outras, só de calcinha, e não sei por qual motivo, com o vestido na mão (mas com chapéu de aniversário na cabeça rsrs). Já perdi as contas de quantas vezes vi os docinhos da mesa pela metade, porque simplesmente algumas mãozinhas “assaltaram” antes de eu conseguir tirar as fotos. Será que os pais sentiriam orgulho dessas fotos? Eu sinto.

É responder para os outros que não ganhou nada no dia dos namorados (sim, tem gente que ainda faz perguntas sem noção), e nem ter a mínima vontade de justificar, porque simplesmente não faz sentido pedir algo se não estou precisando de nada.

Dizer que tem um guarda-roupa enxuto, significa usar as mesmas roupas com uma certa frequência. Eu e meu marido conseguimos passar muito, mas muito tempo sem comprar roupas. Quantas pessoas aguentariam se olhar no espelho com praticamente o mesmo guarda-roupa por anos e anos?

A vida real é muito mais sem graça do que parece.

E é justamente esta vida da qual me orgulho muito: uma vida nada instagramável.

~ Yuka ~

Minimalismo · Organização

Maquiagem minimalista: 7 itens

Make-Up, Paleta De Cores, Beleza, Mac, Sombra De Olho

O post de hoje é pra compartilhar como anda a minha necessáire.

Atualmente, tenho apenas 7 itens, que pra mim, são indispensáveis.

Item 1.) Base BB Cream da Missha

A minha pele é boa, então não preciso de uma base com cobertura pesada. Essa base de origem coreana, fica muito boa na minha pele oriental, além de ter FPS 42. Já perdi as contas de quantos tubos usei, pois toda vez que termina, compro outro para repor.

Item 2.) Estojo de Sombras da Urban Decay

Naked2 Basics Eyeshadow Palette | Urban decay naked2, Naked2 ...

Conheci essa marca quando viajei para o exterior, e desde então, tem sido uma das minhas queridinhas.

Item 3.) Delineador Kat von D

Foto 1 - Delineador Tattoo Liner Kat Von D

Meu olho oriental, não tem dobrinhas. Isso significa que praticamente todos os delineadores borram nos meus olhos. Menos esse. Esse é maravilhoso, além de ser super fácil a aplicação.

Item 4.) Lápis de olho da Urban Decay

24/7 Glide-on Eye Pencil - Urban Decay — beauty terapia

Da mesma forma que a maioria dos delineadores borram nos meus olhos, não posso usar qualquer lápis preto. Uso os da Urban Decay 24/7 há anos.

Item 5.) Blush da MAC

Já tive muitos blushes desta marca, mas atualmente, apenas um é o suficiente para mim.

Item 6 e 7.) Dois batons da MAC

mac

Até descobrir esta marca, não usava batons, porque não gostava da textura. A MAC possui textura matte que eu adoro.

Como podem perceber, minha maquiagem é o mais leve e natural possível. Nada de pele com cobertura pesada ou olhos carregados.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Rever o consumo com o isolamento

Escada Rolante, Escadas, Segmentos De Metais

Agora que o mundo inteiro parou e muitos de nós estamos confinados, já parou para pensar se todas as coisas acumuladas em casa faz algum sentido?

Sapatos de diversas cores e modelos parados na sapateira.

Roupas e mais roupas sem uso no guarda-roupa.

Bolsas, cintos, acessórios. Relógios, perfumes, óculos de sol.

Podemos analisar também os objetos caros… Um carro parado na garagem, um relógio de 5 mil reais no pulso, uma bolsa de luxo ou até mesmo roupas de marca, se não há para “quem mostrar”?

A verdade é que muitas pessoas viveram até o momento olhando para fora, ao invés de olhar para dentro. Ou seja, se preocuparam mais com a aparência e com o julgamento de terceiros do que com a própria qualidade de vida.

Claro que esse isolamento foi algo inesperado, mas podemos tirar uma lição disso tudo. E uma das lições é rever o consumo.

Talvez seja o momento de rever comportamentos. Será que faz sentido ter tantos pratos e copos no armário da cozinha? Ter tantas roupas abarrotadas no guarda-roupa? Reveja o tecido das suas roupas, principalmente daquela roupa que dá tanto trabalho para manter. Vale a pena ter tanto trabalho por uma blusa? Aliás, há um exercício muito bom para se fazer nesse período de quarentena: contar quantos objetos sem uso temos dentro de casa. Vai se surpreender.

Estamos tendo a oportunidade de enxergar a própria vida com outros olhos, avaliar se o nosso comportamento consumista tem valido a pena.

Aproveite para ressignificar o dinheiro, analisar o gatilho do consumo e se preocupar mais com o interno (com a qualidade de vida) ao invés do externo (com a aparência).

E faça a seguinte pergunta sempre:

– Valeu a pena acumular tantas coisas?

~ Yuka ~ 

Minimalismo

Quando não precisamos de mais nada

Fechar-Se, Colher, Colher De Pau, Idade, Rústico

Esses dias eu acumulei pontos nas compras de um supermercado, e com isso, pude trocar esses pontos por prêmios.

Um dos prêmios, me interessou… R$200,00 em compras na Etna.

Entrei no site da Etna, e por ser uma loja de móveis e decoração, tinha certeza que encontraria algo de que estava precisando. De toalhas de banho a móveis, de eletroportáteis a utensílios de cozinha, acessei diversas páginas, diversas opções, e depois de quase 1 hora procurando por algo que talvez eu estivesse precisando, cheguei a conclusão de que eu não estava precisando de nada.

Até eu fiquei impressionada, porque entre tantas opções disponíveis no site, não tive vontade de comprar nada, nem substituir nada do que eu tinha em casa por uma coisa melhor ou mais nova. Minhas colheres de pau, já estão gastas, poderia trocar por uma nova, mas as que eu uso atualmente servem tão bem… Não precisava de nenhum eletroportátil, nenhuma sanduicheira, nenhum liquidificador… não me interessei por nenhum item de decoração, nem de toalhas ou lençóis novos. De item em item, fui descobrindo o sentimento de suficiência, de estar satisfeita com as coisas que tenho no momento.

E depois de tudo isso, acabei trocando por um cupom de R$60 em compras no supermercado. Sim, para quem tinha opção entre um cupom de R$200, o cupom de R$60 não faz muito sentido, mas achei muito melhor ter os R$60 que compraria em comida (que era algo que com certeza iria usar), do que gastar R$200 em algo que não teria utilidade.

Esse momento me lembrou de um post que escrevi em 2017, onde falei que “o segredo de viver bem com menos é apreciar o que já possui e sentir-se satisfeito”.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Viver frugal para ser FIRE ou ser FIRE por ser frugal?

Bicicleta, Moto, Urbanas, Grunge, Vintage, Ciclo, Lazer

Diferentemente do que muitas pessoas podem imaginar, a minha vida não é frugal por buscar FIRE (Financial Independence Retire Early – Independência Financeira, Aposentadoria Antecipada).

FIRE é uma a estratégia financeira para reduzir gastos de forma eficiente, economizar e investir boa parte do salário para que o dinheiro trabalhe para você com a ajuda dos juros compostos. O intuito é viver de renda ainda jovem, e assim, sem a obrigação financeira, possa trabalhar em algo que alimente a sua alma.

Eu descobri que no meu caso, FIRE será consequência por causa do estilo de vida que eu e meu marido levamos.

Temos prazer de viver uma espécie de frugalidade opcional, conseguimos enxergar (e viver) a beleza nas coisas simples da vida.

Meu marido, por exemplo, vai para o trabalho de bike (anda 40km ida e volta), não pra economizar dinheiro, mas porque ele AMA pedalar. Não importa se está fazendo sol, ou se está tendo chuvas torrenciais, ele vai de bicicleta.

Eu por exemplo, não sinto que estou deixando de viver hoje, para desfrutar o amanhã, ou que estou aproveitando menos a vida.

Há um documentário sobre o movimento FIRE que foi lançado no ano passado, o Playing with Fire. No documentário, é possível perceber o sofrimento de um casal ao reduzir o padrão de vida que já estavam acostumados. A frustração, a dor, o desapontamento, a dificuldade e a dúvida pairam durante boa parte do documentário.

Eu não passei por essa fase. Eu não senti esse sofrimento que o casal do documentário passou para adequar a vida para iniciar a jornada FIRE.

Eu e meu marido, já poupávamos em torno de 50 a 70% do nosso salário desde 2010.

Quando descobri sobre a existência de um movimento chamado FIRE, nós já éramos minimalistas e frugais, não havia muito o que mudar. Fizemos pequenos ajustes no orçamento, estudei sobre investimentos, mas o comportamento do dia-a-dia e o padrão de consumo não mudou muita coisa. Mesmo com 2 crianças pequenas, nosso aporte beira 60 a 70%, dependendo do mês.

Claro que ao longo desses 10 anos, melhoramos nosso padrão de vida, mudamos para um bairro mais residencial, estamos comendo alimentos mais saudáveis, praticando exercícios físicos. Mas quando comparamos o estilo de vida que os nossos colegas possuem, nós ainda vivemos abaixo não só de 1, mas de alguns degraus.

Compreenda que eu não odeio trabalhar. Eu só não gosto de não ter tempo para as coisas que eu tenho vontade de fazer. Eu não gosto de fazer tudo o que eu considero importante à noite, quando já estou cansada e com sono. Não acho normal trabalhar cada vez mais, para pagar boletos cada vez mais altos, ter cada vez menos tempo e se acostumar a ficar o dia todo dentro de um escritório, perdendo os melhores anos da minha vida.

Eu só queria ter mais tempo para fazer as coisas que eu tenho vontade de fazer (já expliquei nesse post aqui Independência Financeira: o início), e por isso, a solução que encontrei – veja bem, não é o caminho mais rápido –  foi ser FIRE.

~ Yuka ~

Minimalismo

Minimalismo não é sobre não ter nada. É sobre ter tudo que é importante para você

Beco, Bowever, Construção, Centro Histórico

Eu coloquei essa foto para exemplificar o que eu acho em relação ao minimalismo.

Para muitos, as portas desta foto não significam nada, absolutamente nada. Essa é a minha vida: uma vida simples, sem glamour, sem ostentação.

Para muitos, uma vida totalmente sem graça.

A graça toda está justamente nos olhos de quem vê. Da mesma forma que eu vejo beleza nessa foto, na porta descascada perto da maçaneta, a beleza das marcas do tempo na madeira, eu vejo beleza na minha vida simples.

Quando falo isso, é porque realmente eu acho que vivo uma vida muito boa, cheia de abundância, com uma família que me apoia, um marido carinhoso, filhas saudáveis, um emprego bom que me proporciona morar em um bairro seguro. O que mais eu poderia querer? Como diz o meu marido, “nós já tivemos muito mais do que jamais poderíamos imaginar”.

Quando eu olho para as coisas que eu aprendi a fazer sozinha, tenho muito orgulho. Quando eu resolvo fazer as coisas por conta própria (como um DIY – do it yourself), tenho a plena consciência de que em muitos casos, sai mais caro do que se eu simplesmente comprasse algo ou contratasse alguém. Mas novamente, não faço pelo dinheiro, faço porque gosto de trabalhos manuais. A economia do dinheiro acaba se tornando a consequência.

No domingo passado, já no final do dia, eu e meu marido decidimos dar uma volta pelo bairro com as crianças, só para dar uma caminhada para esticar as pernas. No meio do caminho, minhas filhas encontraram um barranco e um pedaço de papelão, e as duas simplesmente começaram a escalar o barranco e descer sentadas no papelão. Só ouvia as gargalhadas das meninas. São esses momentos que eu tenho a certeza absoluta de que eu tenho uma vida rica.

Lembro muito bem desse momento, onde eu e meu marido nos olhamos e mesmo sem abrirmos a boca, sabíamos que pensávamos a mesma coisa: a felicidade genuína que sentimos nesses momentos de simplicidade. Enquanto algumas pessoas podem enxergar uma vida como a minha, como vida de escassez, eu e o meu marido só enxergamos abundância, gratidão e felicidade.

As pessoas que acham que eu não tenho nada, é porque possivelmente dão valores para coisas que eu não faço questão. E com isso, eu reafirmo que minimalismo não é sobre não ter nada. É sobre ter tudo que é importante para você.

Eu desejo a vocês, queridos leitores, um Feliz Ano Novo.

Que no ano de 2020, possamos reescrever a história da nossa vida.

Um grande beijo.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE · Minimalismo

Downsizing na vida pessoal: enxugue custos e aumente a eficiência

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No mundo corporativo, downsizing nada mais é do que redução de custos e processos visando a eficiência. É racionalizar todas as etapas com o objetivo de construir uma organização eficaz, mantendo os processos o mais enxuto possível. A médio-longo prazo, essa prática traz diversos benefícios como revitalização da empresa, visão sistêmica, redução nos gastos, eficiência nos resultados etc.

Basicamente é encolher para crescer.

Já pensou em fazer um downsizing da sua vida pessoal?

O downsizing pode ser aplicado em qualquer lugar: no seu guarda-roupa (ter menos roupas para ter mais roupas de qualidade), nos eletrônicos (menos eletrônicos, e ter eletrônicos melhores), nas roupas de cama (ter menos conjuntos para ter lençóis melhores), no relacionamento (ao invés de ter vários colegas, ter poucos melhores amigos), nos passeios (ao invés de gastar dinheiro em qualquer lugar, poupar dinheiro para ir à Europa).

Além disso, há um outro fator que todo mundo ignora, quando gastamos o dinheiro sem pensar: o efeito cascata. Vou dar alguns exemplos.

Quando uma pessoa decide morar em um bairro melhor, a pessoa pensa só no imóvel de forma isolada. Mas há um efeito cascata ignorado. Bairros melhores costumam ter produtos e serviços mais caros, desde supermercado, a feira, açougue, lanchonete, cabeleireiro, manicure, escola das crianças, entre centenas de outros serviços e produtos, porque a priori, as pessoas que vivem nesse bairro, possuem um poder de compra maior. O inverso acontece nos bairros populares.

Outro efeito cascata comum é quando decidimos fazer uma pequena reforma no imóvel. A reforma costuma começar num único cômodo, de repente, estamos reformando a casa inteira, e não o suficiente, passamos a trocar todos os eletrodomésticos, os móveis, enxoval da cama, mesa e banho, com o intuito de nos “adequar” ao novo e reformado imóvel.

Quando resolvemos comprar um carro maior e mais caro do que nosso orçamento permite, o que acontece? Acontece que o seguro do carro é mais caro, o IPVA é mais caro, queremos colocar um combustível melhor no carro, não iremos mais querer estacionar na rua, e assim, os gastos tendem a aumentar.

E sabendo de tudo isso, eu pergunto:

Já pensou em morar em uma casa um pouco menor?

Casas menores utilizam lâmpadas com menos watts, consequentemente gastamos menos energia. Casas menores são preenchidas com móveis menores, um sofá de 2 lugares, uma poltrona, uma televisão de menor polegada, mesa com menos lugares, menos cadeiras.

Morar em uma casa menor, significa gastar menos tempo para limpar a casa, usar menos produto de limpeza para limpar superfícies que são menores, demandam menos tempo de limpeza pelo tamanho de eletrodomésticos serem menores, menos janelas, leva menos tempo para limpar.

Casa menor custa mais barato, tanto para comprar, como para alugar, além de ser mais fácil vender, caso queira se desfazer do imóvel para mudar de bairro, mudar de cidade, mudar de país.

Ter um guarda-roupa compacto significa refletir quais roupas terão prioridades na nossa vida, poucos calçados, poucos acessórios, o suficiente para nos sentir feliz.

Viver em um lugar menor significa fazer escolhas. Não podemos ter diversas louças, diversas taças, copos, talheres, panelas. Temos menos espaço para armazenar tralhas. Então, aos poucos, aprendemos a fazer escolhas acertadas, a viver com o que nos agrada, e é aí que mora uma das maiores vantagens de viver em um lugar menor: a possibilidade de viver somente com as coisas que nos agradam.

Viver menor não significa morar com menos.

Se no geral, compraríamos um sofá grande e de qualidade mediana, podemos comprar um sofá menor com qualidade superior. Se geralmente usamos roupas de lojas fast-fashion, podemos passar a comprar roupas de qualidade, com tecidos que tenham caimento melhor no nosso corpo. Se comemos qualquer porcaria na rua, podemos deixar de comer essas coisas e gastar igual ou até menos, comendo alimentos melhores, fazer uma refeição mais saudável.

Fazer uma análise da situação atual, rever metas, redimensionar a vida (antes que seja tarde demais), acaba nos proporcionando uma vida com mais qualidade, com mais liberdade.

Experimente viver com menos, enxugando custos, e aproveite para aumentar a qualidade da sua vida.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Como os excessos da sua vida distancia da Independência Financeira

Rústico, Tabela, Madeira, Café, Hospitalidade, SimplesUm dos segredos que eu descobri com o minimalismo é que a sensação de satisfação e gratidão chega na nossa vida quando encontramos o equilíbrio da nossa própria suficiência.

Suficiência é a quantidade que basta para sentirmos satisfeitos.

Eu entendo que quando ultrapassamos a linha da suficiência, dá início ao desperdício. E o que mais vemos no mundo de hoje, são excessos.

1.) IMÓVEL MAIOR DO QUE O NECESSÁRIO

Você mora em uma casa maior do que a sua necessidade? Quantas pessoas moram com você? Às vezes moramos sozinhos, em 2 pessoas, até mesmo um casal com 1 filho, e mesmo assim, moramos em um apartamento de 3 dormitórios.

O quarto excedente se torna escritório, quarto de hóspedes (que raramente é utilizado para tal finalidade) ou até mesmo o quarto da bagunça.

Já vi também aposentados morando sozinhos em casas desproporcionais à sua nova realidade, onde os filhos já cresceram e saíram de casa.

Para todos esses casos, o potencial do apartamento não está sendo utilizado.

E tudo isso vem acompanhado de 2 coisas: gasto de dinheiro e de gasto de tempo.

A conta de luz que vem mais alta por ter uma metragem maior, além do condomínio e o IPTU que pagamos a mais também pela metragem extra. Não podemos esquecer do tamanho dos móveis que devem ser proporcionais ao tamanho da casa, e também no valor da reforma que custaria para trocar um piso, pintar a parede etc.

Além do dinheiro, gastamos também tempo. Tempo para limpar uma casa maior, tempo para organizar, tempo que você precisa trabalhar para poder gastar dinheiro para manter o seu estilo de vida com excessos.

2.) MAIS ROUPAS, SAPATOS, BOLSAS DO QUE O NECESSÁRIO

Você tem mais roupas do que precisa? Mais sapatos do que o necessário? Mais bolsas, acessórios? Tudo isso é dinheiro parado dentro do guarda-roupa. Além de perder mais tempo no momento de escolher a roupa (é muito mais fácil escolher entre 10 opções de roupa, do que 100), a chance das roupas ficarem amarrotadas e perdidas dentro do guarda-roupa é muito grande.

3.) MAIS COMIDA DO QUE CONSEGUE COMER

No restaurante, você coloca mais comida no prato do que consegue comer? Compra mais verduras, legumes e frutas do que a sua família consegue consumir na semana? Quanto de comida vai para o lixo toda semana?

Durante a refeição, você já se sente satisfeito, mas continua comendo? Novamente, são os excessos. Aqui, desperdiçamos comida, desperdiçamos dinheiro, perdemos saúde e ganhamos peso.

4.) MAIS ESTOQUE DO QUE O NECESSÁRIO

Os produtos de higiene que comprou em excesso por estar na promoção, chegou a ver a data do vencimento? O produto de beleza, produtos de higiene, os mantimentos, todos possuem data de validade.

5.) COMPRAS POR IMPULSO

Se empolga nas promoções de Natal, Black Friday, e compra além do necessário? Quantas coisas têm em casa que simplesmente você não usa?

6.) UM MODELO DE CARRO MAIS POTENTE DO QUE REALMENTE PRECISA

E o carro? Talvez você tenha um carro mais potente do que precisa realmente. Anda só pela cidade, mas tem um modelo off-road. Tem um carro esportivo, mas mal tem tempo para curtir. Se usa apenas para ir e vir ao trabalho, não compensaria ter um carro mais simples?

7.) ASSINATURAS… PACOTES…

Será que você tem um plano de celular superior ao que você usa? Já chegou a conferir? Será que um plano um pouco inferior não daria no mesmo?

Você assina TV a cabo, mas tem tempo para assistir tudo?

Você assina o plano de internet, mas chegou a conferir se está pagando um plano superior ao que você utiliza no mês?

8.) A IMPORTÂNCIA DE OLHAR COM OUTROS OLHOS

Reveja tudo o que tem dentro da sua casa. Você realmente usa tudo? Já pensou que tem muito dinheiro adormecido? Se você tivesse menos coisas acumuladas, talvez pudesse morar em uma casa menor, pagar menos IPTU, menos luz, menos em móveis, televisão com polegada menor… Você demoraria menos tempo limpando a casa, gastaria menos com manutenção dos objetos. E talvez com todos os “menos” da vida, poderia ter mais qualidade de vida morando em um bairro melhor, gastar menos tempo no trânsito, fazendo mais coisas que gosta, gerando menos estresse, gastando menos dinheiro com terapia, remédios…

Aliás, quantas cadeiras tem na sua casa, e quantas são usadas diariamente? Quantos jogos de prato tem na sua casa? Quantas xícaras, quantas canecas? A gente guarda para as visitas e ocasiões especiais, mas será que as visitas vêm com tanta frequência assim, que vale a pena ter um conjunto só para as visitas? Ocasião especial não seria todos os dias com a sua própria família?

Veja que em nenhum momento esse post faz apologia à pobreza, a economizar com sacrifícios, a viver abaixo do que você merece. Todos nós trabalhamos duro, e sabemos que o dinheiro não vem fácil. Por isso mesmo, precisamos aprender a gastar de forma inteligente e impedir os gastos inúteis, para justamente usar o dinheiro em coisas que nos traz felicidade.

Repense e reavalie.

“Todo excesso é energia acumulada em local inapropriado, estagnando o fluxo da vida. Excesso de excessos corresponde à falta de si mesmo. E se o que te falta é você, nada poderá preencher esse vazio…” Eurípedes Barsanulfo

~ Yuka ~

Minimalismo

A vida se torna mais fácil quando temos menos coisas

Volkswagen, Aventura, Viagens, Vw, Jornada, Van

Já faz um tempo que eu percebi que a sensação de liberdade que eu sinto está diretamente ligada com a quantidade de coisas que eu possuo.

Eu já tive imóvel próprio, morei inclusive em uma cobertura. Descobri a duras penas a inveja que meu imóvel provocava nos outros moradores do prédio. Era uma encheção de saco pra tudo. Quando reformei, queriam entrar no meu apartamento sem a minha autorização, queriam ver o piso que estava colocando, que tipo de bancada havia instalado na minha cozinha, que tipo de churrasqueira havia construído.

Na época, esse meu apartamento estava com infiltração. Conversei com a moradora do andar de baixo e combinei com ela de que arrumaria o meu apartamento e depois arrumaria o dela. Paguei uma pequena fortuna para contratar uma empresa especializada para colocar manta dupla.

Eu vendi o apartamento há alguns anos e hoje eu moro de aluguel. Foi a melhor decisão que já tomei na minha vida.

Como as infiltrações me perseguem, no imóvel que eu moro atualmente, há também uma infiltração que está estragando o apartamento do andar de baixo. A única coisa que eu preciso fazer hoje é pegar o telefone e informar a imobiliária. O pedreiro disse que teria que quebrar o banheiro (reformado, por sinal) até descobrir o ponto exato da infiltração. Só imaginei no gasto que o proprietário terá com a reforma no banheiro. Já eu, não vou ter gasto algum.

Outra coisa, é que acabaram de vender para uma construtora, o terreno enorme que fica bem em frente ao apartamento que eu moro. Isso significa que a chance de perder o sol da manhã nas janelas da sala e dos quartos será enorme. E agora? Bom, se incomodar muito, é só eu mudar. Aliás, se o barulho e a sujeira incomodar também, é só eu mudar.

Eu também já tive um carro. Lembro das inúmeras vezes em que fiquei presa no engarrafamento de São Paulo, naquele calor infernal de 40 graus, no meu carro popular sem ar-condicionado (com as janelas fechadas por medo do assalto). Perdi as contas das vezes que chorei dentro do carro, por simplesmente não aguentar ficar tanto tempo presa dentro do carro por causa do trânsito.

Hoje, eu ando de metrô e Uber, e tenho o hábito de ler enquanto isso. Eu moro perto do meu trabalho, moro perto de supermercados, da escola das crianças, dos consultórios médicos, e com isso, a maioria das coisas consigo fazer a pé.

Eu não tenho uma bicicleta, mas eu já sei que o dia em que tiver vontade de andar em uma, vou alugar essas bicicletas que estão espalhadas pela cidade. Assim, não tenho a preocupação em limpar, fazer manutenção, encher os pneus…

Não tenho vestidos de festa no meu guarda-roupa… E é maravilhoso isso, porque eu sempre fui magra, mas depois engordei um pouco na minha gravidez, engordei mais um pouco na minha segunda gravidez e as roupas já não serviam mais… depois de uma reeducação alimentar eu consegui emagrecer tudo o que eu tinha ganhado nos últimos 4 anos. Se eu tivesse roupas de festa, com certeza teria perdido todos eles. Hoje, se eu precisar de um vestido de festa, alugo sem hesitar.

Adoro lavar meus sofás, colchões, almofadas e travesseiros com a máquina extratora. Essa máquina consegue tirar marcas e manchas profundas e é tudo de bom. Só que faço isso apenas 1 vez por ano. Eu não compraria uma máquina caríssima para usar apenas 1 vez por ano e deixar encostada 364 dias no depósito. Eu prefiro alugar. Ligo para a empresa e em algumas horas a máquina é entregue na portaria do meu prédio, tudo de uma forma muito simples.

Todas as minhas fotos estão salvas no Google Fotos e sincronizadas automaticamente do meu celular. Sei que se roubarem o celular, todas as fotos (que para mim, é uma das coisas mais importantes que eu tenho) estarão armazenadas em um lugar seguro.

Os livros preferidos também estão no Google Drive, quando quero rele-los, baixo no meu Kindle.

Tenho poucas roupas, o suficiente para usar todas com frequência e praticamente tudo combina com tudo o que eu tenho, então não perco tempo pensando se aquela saia combina com aquela blusa.

Brinquedos que minhas filhas não brincam mais, são vendidos em sites de desapego e com o dinheiro arrecadado, compro novos brinquedos. Bom para quem comprou por um preço de banana, bom para mim que tenho oportunidade de destralhar e reduzir.

As poucas coisas que eu tenho faz com que eu more num apartamento com tamanho razoável, nem mais, nem menos metro quadrado do que eu preciso. Não há um único lugar da casa que eu não use com frequência. E isso facilita tudo, desde a manutenção da casa, na limpeza e faxina, até no pagamento do condomínio, que geralmente é proporcional ao tamanho do imóvel.

Pra quê acumular?

Conforme desapego das coisas, as coisas mais importantes vão se sobressaindo, que são as pessoas e os momentos.

E com isso, a única certeza que eu tenho é que a vida vai se tornando cada vez mais fácil quando temos menos coisas.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Como gastar dinheiro em coisas que traz felicidade

Pão, Cozimento, Frescos, Feito Em Casa, Alimentos

O tempo tem me mostrado que as escolhas que tenho feito para a minha vida estão acertadas.

Há 9 anos, quando eu e meu marido nos apaixonamos, decidimos que viveríamos juntos para sempre.

Desde então, muitas coisas mudaram. A minha forma de amar mudou, tornando-se mais madura, mais completa, mais plena.

A minha forma de viver mudou, passei a focar mais no que era essencial, no que era importante, vivendo uma vida mais minimalista.

Mesmo com o nascimento de duas filhas, continuamos com o nosso estilo de vida simples e o dinheiro passou a sobrar todos os meses.

O interesse pelos investimentos aumentava a cada dia. Aliás, desde que eu aprendi a investir direito, a vida foi se tornando cada vez mais fácil. Isso porque o minimalismo fez com que eu focasse no que era realmente importante e também porque após 8 anos investindo, os benefícios dos juros compostos já começaram a surtir efeito.

Eu não compro roupa para estar na moda, não compro presentes para pessoas que não tenho afinidade, não compro algo só para agradar alguém.

Aprender a diferenciar o que traz felicidade genuína com a felicidade momentânea foi essencial. Perceba que somos nós que damos poder ao dinheiro.

Para mim, uma roupa, é uma felicidade momentânea. Já uma viagem, é uma felicidade genuína. A lembrancinha da viagem, um chaveirinho, um souvenir são felicidades momentâneas, mas uma toalha de mesa comprada nessa cidade, é uma felicidade genuína, já que todas as vezes que preparo a mesa para jantar, lembro do prazer que senti em conhecer o local. Almoçar em restaurantes durante a semana com os colegas de trabalho é felicidade momentânea. Já almoçar com os melhores amigos é felicidade genuína.

Essas sensações do que é felicidade genuína e momentânea é muito pessoal, não dá para generalizar, cada pessoa tem a opinião do que é importante.

Vou dar outros exemplos.

MORADIA

Para mim, o bairro que eu moro traz felicidade genuína. Sinto gratidão todos os dias (não estou exagerando), sinto segurança mesmo andando à noite, é u m bairro com bastante iluminação, próximo de metrô, mas é um bairro caro. Para conseguir morar em um bairro assim, eu equilibro as contas deixando de ter algumas outras coisas como:

  • Carro: eu e meu marido decidimos não ter um;
  • Creche: decidimos morar em um bairro melhor, porque creches municipais em bairros mais centrais não são tão concorridas como as creches das periferias;
  • Lazer: por morar perto de praças, parques e Sescs, economizamos no lazer.

Repare que são economias grandes. Não é uma economia de 1 café, e sim de 1 carro e de todos os outros gastos que vem junto (IPVA, seguro, manutenção, etc); mensalidade escolar para 2 crianças, etc.

ALIMENTAÇÃO

Desde o mês passado, após assistir a alguns documentários e ler bastante a respeito sobre os efeitos dos alimentos industrializados, agrotóxicos e transgênicos na nossa saúde, eu decidi que passaria a consumir mais alimentos orgânicos, livres de venenos.

Tomar essa decisão fez com que eu gastasse mais na alimentação da família, mas a felicidade que sinto quando vejo minhas filhas comendo um morango sem veneno, um ovo sem antibióticos e hormônios, um milho sem ter sido geneticamente modificado, não tem preço.

Eu acredito que a médio, longo prazo, aumentar o consumo dos alimentos orgânicos vai nos proporcionar ainda mais saúde, menos ida aos médicos, menos gripes, menos alergias etc.

CONFORTO

Há quase 2 anos, eu e meu marido trocamos o nosso colchão. Na época, ficamos em dúvida qual compraríamos, mas depois pensamos “Quantas horas dormimos por dia?” e “Compramos um colchão pouquíssimas vezes na vida”. E com isso decidimos comprar um colchão mais caro, de uma qualidade infinitamente superior. Até hoje comentamos como o nosso colchão é confortável.

Outro item que eu tenho há alguns anos é a geladeira inverter da Panasonic. Conheci essa geladeira que tem o freezer na parte de baixo quando fui ao Japão em 2008. Além do freezer ser enorme, não ter todo aquele ar gelado em cima do meu rosto toda vez que abria a porta do freezer era (e continua sendo) um atrativo enorme para mim.

O sofá também foi um outro item que escolhemos a dedo. Na época, dos sofás que gostamos, acabamos escolhendo o mais caro por 3 motivos: eu tinha gostado demais do design, meu marido tinha gostado demais do conforto e nós dois tínhamos consciência da qualidade da estrutura do sofá. Com 2 crianças pequenas, sabíamos que o sofá teria que ser resistente, para que elas pudessem pular por muitos e muitos anos.

Pessoas que ganham o mesmo salário que eu, às vezes se surpreendem como consigo “esticar” tanto o dinheiro. Pois bem, eu mesma pinto as paredes do apartamento, eu não tenho diarista, nem passadeira, quando compro algum móvel eu mesma monto (desde uma simples sapateira até um guarda-roupa enorme), meu marido faz conserto elétrico simples, não frequento salões de beleza, a lista na verdade é bem longa…

PEQUENOS GASTOS DIÁRIOS

Tenho diversos exemplos de valor menor, mas de gastos constantes:

  • Eu não costumo comprar algo pelo preço, e sim pelo seu valor, por exemplo os esmaltes. Eu compro sempre da marca Revlon ao invés das marcas mais populares como Impala, Risqué ou Colorama. O esmalte da Revlon é mais caro, mas dura muito, muito mais. Todos os esmaltes que comprei da Revlon eu consegui usar até o final, enquanto de outras marcas, sempre acabo jogando fora por ficar duro;
  • Eu e meu marido somos pessoas simples, então um passeio pelo bairro já nos deixa felizes, um pão na chapa com um cafezinho à noite já nos alegra. Ontem mesmo ele comentou que estava com vontade de comer um brigadeiro e lá fui eu abrir a lata de leite condensado para fazer um brigadeiro bem gostoso. Para deixar com uma aparência mais gostosa, eu sempre tenho em casa forminhas coloridas de papel e chocolate granulado. Assim, o brigadeiro tem sempre cara de festa;
  • Todos os meses, faço um aporte considerável para alavancar os investimentos. Um dos motivos (dentre os vários que já citei por aqui) é que não tenho plano de saúde top de linha. Tenho um que atende as necessidades da família. Se nós tivéssemos alguma doença crônica ou até mesmo ficássemos doentes com frequência, talvez teria um plano top, mas como raramente ficamos doentes, preferi ter um plano bom e investir a diferença;
  • Minhas filhas possuem brinquedos relativamente caros, como a cozinha de madeira, a casa da Peppa Pig e outros brinquedos. Mas em compensação, não costumam ganhar presentes fora das datas que estipulamos (aniversário, dia das crianças e Natal):

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Elas também têm a casa da Peppa Pig:

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São brinquedos caros, mas que mesmo após semanas, meses e anos, elas continuam brincando quase que diariamente.

E assim, cada vez mais, a nossa casa tem se tornado um lugar gostoso de estar, pois estamos rodeados de coisas que nos fazem feliz.

Escrevi esse post para deixar claro que para termos algo, precisamos abrir mão de outras coisas. O que eu mais vejo são pessoas que querem tudo, mas não estão dispostas a abrir mão de absolutamente nada.

Então para gastar melhor o dinheiro, é preciso:

  • desaprender o que nos ensinaram sobre consumo;
  • não se comparar com outras pessoas;
  • deixar de ter/fazer/comprar coisas desnecessárias;
  • aprender a gastar dinheiro em coisas que traz felicidade genuína.

Esse post é mais um complemento do post anterior, onde comentei sobre rotinas que tornam a nossa vida melhor.

Boa semana para vocês.

~ Yuka ~

Minimalismo

Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa.

Captura de Tela 2019-05-08 às 10.30.08
Twitter: @itslucasaguiar

Muitos de vocês já devem ter visto esta foto viralizar.

A vida está cheia de pessoas dando desculpas. A faculdade que fica para depois por falta de dinheiro. A academia que fica pra depois por falta de disposição. Os encontros com os amigos que ficam pra depois por falta de tempo. E desculpas após desculpas, não percebemos que a vida vai se esvaindo e o tempo vai passando…

Claro que não temos como viver pensando somente no agora, no imediatismo, mas de tudo o que queremos/precisamos fazer, quanto estamos adiando?

O encontro com o amigo que poderia acontecer neste fim-de-semana.

Aquela viagem de bate-volta, perto da cidade que poderia acontecer ainda neste mês.

Aquele restaurante que inaugurou faz 1 ano e que ainda não deu tempo de conhecer…

Aquele telefonema (ou uma mensagem de WhatsApp) dizendo que está com saudades da amiga, poderia acontecer neste exato momento.

A vida é muito curta para adiarmos tantas coisas boas.

Quando se vê, a vida já passou. Quando se vê, já é tarde demais.

Gosto muito do poema do Mário Quintana que descreve bem o que estamos passando:

O Tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…

Mário Quintana

~ Yuka ~

 

Minimalismo

Minimalismo na visão de um leitor que tem 64 anos de idade

Esta semana, recebi um e-mail muito interessante de um leitor (que pediu para não ter seu nome divulgado) que tem 64 anos de idade, compartilhando sua experiência de vida sobre o minimalismo, acúmulos e desapegos.

“Olá Yuka, olá a todos que interagem neste Blog.

Venho há muito acompanhando as transições do modo de vida, assim posso relatar um pouco do cotidiano. Um amigo me disse certa vez: “Passamos a vida toda acumulando coisas, para na velhice passar a se desfazer delas… Então, parece óbvio, por que acumular?”.

Realmente é uma certeza: compramos terrenos em praias, chácaras, compramos carros, motos. Sempre pensando: vou construir, vou passar minhas férias ou até me aposentar. Aí, quando se aposenta, os conceitos mudam, queremos paz de espírito, tranquilidade, nenhuma preocupação de coisas que teremos que pagar pelo resto da vida como IPTU, IPVA, impostos e seguros em geral, quase não dormir à noite por isso.

Hoje, com 64 anos, posso dizer que realmente é difícil vender tudo que se acumulou, difícil de se desfazer do que se tem, isto até pelo fato de que, por sermos uma família grande, sempre moramos em casas grandes, atulhadas de coisas. Com o passar do tempo, sempre adquirindo muito, muito mais, construindo ou morando em casas maiores. Aí para se vender, além de demorar demais, não se encontra quem os compre ou pague o preço que se investiu. Basta passar pelos centros de muitas cidades e ver o número de imóveis abandonados, muitos em decadência a serem vendidos.

Quando envelhecemos, os filhos partem para suas carreiras “solo”, aí fica o vazio, aquela imensidão de casa, tantas coisas acumuladas e o que fazer.

Assim, eu e minha esposa, tomamos a decisão: saímos de uma grande casa, aportamos num pequeno apartamento, nos desfazemos de tudo que fosse possível e mantemos o mínimo para viver com tranquilidade. Quando se faz isso, tira-se um fardo dos ombros, não temos que nos preocupar mais com que não temos, isto porque não nos fará mais falta.

Para quê se ter uma casa na praia, chácara ou carro bom, se tudo que precisamos é ter uma condição que nos permita utilizar aplicativos de viagens, tantos para locomoção como para hospedagem, tudo está online, só precisamos de um celular que nos conecte.

Hoje precisamos sim de bom senso, saber buscar oportunidades, ofertas vantajosas e disponibilidade para utilizar tudo que nos rodeia, o consumismo desenfreado da humanidade (haja 1,99 nesta vida) os torna escravos deste consumo. Ser um passarinho seria a solução, isto é, viver o presente, acordar cantando e viver na alegria, cantar muito quando chove e valorizar tudo que a natureza nos oferece.

Quando envelhecemos, damos mais valor à saúde, ao presente, não temos pressa nem ansiedade pelo futuro, isto nos faz pensar e aproveitar mais a vida.

Assim, com toda vivência, mas ainda muito a aprender, posso dizer aos leitores: busquem, vivam uma vida mais simples, invistam em conhecimentos, economizem muito, poupem muito, consumam menos. Sua saúde, a natureza, o planeta e as pessoas à sua volta estarão melhores.”

A penúltima frase que o leitor escreveu, de que “quando envelhecemos, damos mais valor à saúde, ao presente, não temos pressa nem ansiedade pelo futuro, isto nos faz pensar e aproveitar mais a vida.” faz todo o sentido, principalmente para nós, minimalistas.

Quando passamos a focar no essencial e eliminamos o resto, estamos buscando justamente isso, dar mais valor ao presente.

Sem saúde física e mental, sem família, sem amigos, sem tranquilidade, a velhice não terá o seu brilho. Aproveitar a vida, é viver o presente, estar com pessoas, compartilhar histórias… E para isso, é preciso desacelerar.

Gostaria de agradecer o leitor por compartilhar a sua experiência.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Diferença entre o minimalismo e o movimento FIRE

Como vocês sabem, eu acompanho poucos sites, blogs e canais do YouTube. Primeiro, porque não tenho tempo para acompanhar todo mundo, e segundo, porque dou foco na qualidade do conteúdo publicado.

Um destes sites que acompanho, entrou em contato comigo e não fico sabendo que ele também gosta do meu trabalho? Que dia feliz!!!

E com isso gostaria de prestigiar o trabalho do SapienLivre.com indicando uma leitura de um de seus posts: “Diferença entre o minimalismo e o movimento FIRE”. Para quem tiver interesse, depois de terminar de ler o post, clique aqui para conhecer o site.

DIFERENÇA ENTRE O MINIMALISMO E O MOVIMENTO FIRE

“Onde foi que eu me perdi tanto de mim que, agora, nesse exato momento…”

Esta frase da escritora Clarice Lispector descreve bem como todos nós já nos sentimos em algum momento ou ainda estamos nos sentindo agora mesmo.

Todo mundo em algum momento já se sentiu perdido na vida. No sentimento de não pertencimento… sabe? Eu particularmente já me questionei e continuo me questionando quase todos os dias.

Neste sentido costumamos responder a esses questionamentos de diferentes formas, coisas do tipo:

  • Buscamos compensar a nossa frustração consumindo coisas que não precisamos, se endividando e caindo em um buraco ainda maior;
  • Procurar alternativas para a vida de consumo e algumas se encontram no minimalismo, tentando viver com menos coisas para dar espaço maior para as relações humanas;
  • Busca trabalhar duro e fazer grande esforço por um período determinado de tempo para tentar alcançar a independência financeira e se aposentar por volta dos 40 ou 30 anos ( Movimento FIRE).

Diferença entre o minimalismo e o movimento FIRE

Bom, fácil de concluir que o materialismo não faz ninguém feliz. Nossa geração, de modo geral,  nunca foi tão rica e também tão infeliz.

Então entre as alternativas que temos eu costumo chamar de contra cultura, o Minimalismo e o Movimento FIRE.

O que é Minimalismo

Usando as palavras dos The Minimalist,  Minimalismo é:

“O minimalismo é uma ferramenta para se livrar do excesso da vida em favor de se concentrar no que é importante – para que você possa encontrar felicidade, realização e liberdade”.

Em outras palavras é a busca de reduzir excessos para liberar espaço e tempo para as relações humanas.

E o Movimento FIRE

O FIRE é abreviação das palavras em inglês Financially Independent, Retiring Early. Este movimento ainda pouco conhecido no Brasil, representam as pessoas que buscam a Independência Financeira e Aposentadoria Precoce ( eu prefiro falar antecipada).

Imagine poder se aposentar aos 40, alguns ainda aos 30 anos. Em uma sociedade que vem discutindo aposentadoria tradicional cada vez mais tarde, parece uma realidade impossível mas a fórmula é simples e aplicável.

A ideia é ganhar o máximo que puder, poupar entre 30% a 70% da renda. Fazer investimentos com qualidade e depois de uns 10, 15 anos viver de renda e curtir a vida.

Deixar de trabalhar neste momento passa a ser uma opção já que o dinheiro deixa de ser o fator determinante.

Qual destes é a melhor escolha para você

Se pararmos para observar estes dois movimentos são de certa forma parecidos. Todos eles buscam uma alternativa para o modelo atual de sociedade. No sentido de dar menor importância as coisas e maior liberdade para fazer escolhas.

Os FIREs trabalham mais a questão financeira reinvestindo seus ganhos, para assim ter maior liberdade de escolhas quando alcançar a independência financeira; viajar pelo mundo; viver sua paixão, mesmo que ela não remunere de forma adequada.

Os Minimalistas trabalham a limpeza geral de excessos na vida, seja de coisas materiais como também no sentido de ter uma vida menos estressante. Seja morando em uma casa menor ou controlando seus próprios desejos para diferenciar o que realmente é necessário.

Obvio que para cada uma destas estratégias existem vantagens e desvantagens. Qual destas você se identifica mais?

Eu particularmente acredito que não preciso escolher entre um ou outro. Por que não aproveitar o melhor do dois movimentos?

Afinal de contas eles se complementam. É totalmente possível ser um FIRE e também minimalista, mesmo porque não existe uma definição exata para um ou para o outro.

Temos uma péssima mania de querer rotular as pessoas de ou jeito ou de outro. O que realmente importa é saber o que te faz feliz e buscar viver de acordo com seus próprios valores.

No meu entendimento aproveitar o melhor que cada uma destas filosofias tem à oferecer é o melhor caminho. O que não fizer sentido para você descarte, simples assim.

Entre um e outro, quem disse que não é possível escolher os dois e criar um só seu?

Artigo original em: https://sapienlivre.com/minimalismo-e-movimento-fire

Auto-Conhecimento

FOCO: a diferença entre você e todas as outras pessoas

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Eu gosto muito desta palavra: foco.

Tenho pensado muito, se quando digo que eu vou alcançar a minha independência financeira, o que me separa com o restante das pessoas não seria justamente o foco.

Foco é a diferença entre a pessoa que traça um plano para alcançar os objetivos, com o restante das pessoas.

Pessoas dizem estar preocupadas com a aposentadoria, com o plano da previdência, com o aumento do desemprego, com a inflação, mas poucas pessoas fazem algo a respeito, além de reclamar.

É fácil reclamar e culpar os outros, pois assim, não há a necessidade da mudança, enfim, os outros que mudem. Difícil mesmo é mudar as próprias atitudes para tentar escapar de uma determinada situação.

Faça uma análise das pessoas que estão à sua volta. Geralmente, costumam receber salários similares ao nossos: alguns ganham um pouco mais, outros ganham um pouco menos.

Quanto receberam no ano passado, somando todo o salário do ano? Talvez 20 mil? Talvez 50 mil? 100 mil reais? E desse dinheiro recebido, quanto foi poupado? A maioria responderá que não guardou nada.

Quando digo que meu estilo de vida não foi baseado em apenas 1 escolha, mas em milhões de escolhas é isso: eu escolhi colocar minhas filhas na creche municipal. Eu escolhi viver de forma frugal e minimalista. Eu escolhi o lugar onde moro atualmente (que é um bairro muito bom). Eu escolhi estudar todas as noites depois de colocar as minhas filhas para dormir.

São essas escolhas que criaram o meu estilo de vida atual. São esses conjuntos de escolhas que ainda me permite poupar e investir todos os meses. Se é fácil? É claro que não.

Enquanto há pessoas se divertindo no bar, há pessoas estudando.

Enquanto pessoas estão ativas nas redes sociais olhando a vida dos outros, há pessoas focadas na própria vida.

Enquanto há pessoas criticando as iniciativas dos outros, há pessoas que sabem onde quer chegar e acredita ser possível.

E quando todo mundo estiver desiludido, haverá pessoas descansando na sombra de uma árvore, colhendo o que plantou, vivendo a vida que sempre sonhou.

Tinha uma época que eu ficava frustrada, porque apesar de tentar explicar para as pessoas sobre a possibilidade de aprender a investir bem o dinheiro, a maioria não acreditavam em mim (e continuam não acreditando). Até que uma amiga falou que não são as pessoas que não acreditam em mim. São elas que não acreditam nelas mesmas.

Depois que compreendi e assimilei isso, passei a focar ainda mais na minha meta, nos meus objetivos, na minha família, nos meus estudos.

Percebi que essa era a nossa diferença: eu acredito na liberdade. Eu acredito ser possível ser livre. A maioria não.

Se você pensa que pode ou pensa que não pode, de qualquer forma você está certo. ~ Henry Ford ~

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

8 tipos de desperdícios: menos desperdício e mais dinheiro no bolso

Muito se fala em desperdício de luz, água e alimentação, mas pouco se fala sobre desperdício de tempo, dinheiro e espaço.

Entre tantas coisas que são difíceis de mudar (mudar o mundo, mudar as pessoas, mudar de opinião…), reduzir o desperdício é relativamente fácil. A vantagem ainda em reduzir o desperdício, é a “recompensa” que vem depois: o dinheiro que conseguimos poupar. A seguir, listei alguns dos principais desperdícios:

Desperdício 1: Tempo

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Eu levo muito a sério quando digo que tento aproveitar o máximo do tempo que eu tenho. Antes das minhas filhas nascerem, eu tinha bastante tempo, mas hoje, com o tempo escasso, aproveito cada minuto disponível para fazer coisas que eu gosto.

  • Aproveitando os momentos de espera:

Quando estou no metrô indo para qualquer lugar, eu leio livros pelo Kindle (como ele é fininho e leve, sempre está dentro da minha bolsa). Também aproveito para ler nos pequenos momentos de espera, como na fila do supermercado e enquanto estou esperando para ser atendida no consultório médico. Às vezes, o tempo de espera é tão pequeno que mal dá para ler 1 página, mas mesmo assim, é melhor ler 1 página do que não ler nenhuma.

  • Aproveitar as saídas e passeios para comprar o que preciso:

Tenho uma lista denominada “Compras” no celular. Essa lista, é diferente da lista “Supermercado”. Na lista Compras, eu anoto tudo o que estou precisando comprar, geralmente são coisas que não consigo comprar no supermercado. Para exemplificar, na minha lista atualmente há os seguintes itens: garrafa térmica para café, chinelo para as filhas, lenço umedecido, cardigã vermelho e escorredor de louça. Toda vez que eu vou sair de casa (pode ser shopping, pode ser um passeio, pode ser visitar alguém) eu tenho o costume de olhar essa lista. Se no caminho do passeio, vou passar na frente de alguma loja onde vende garrafa térmica, aproveito para comprar. Se no caminho vou passar perto de uma farmácia, aproveito para comprar o lenço umedecido. Desta forma, não preciso sair de casa só para comprar a garrafa térmica ou o lenço umedecido. Isso me faz ganhar tempo.

  • Aproveitar os momentos em que faço tarefa doméstica para estudar:

Tenho o costume de salvar vídeos do YouTube no meu perfil para assistir depois. Ouço os vídeos enquanto estendo roupa no varal, enquanto estou cozinhando, lavando a louça, guardando os brinquedos das crianças, etc.

  • Saber utilizar bem a lista de Supermercado vs Despensa:

Basicamente eu tenho 3 tipos de controle em casa:

  1. geladeira e “estoque em uso” (farinha, açúcar, arroz etc guardados em potes herméticos)
  2. despensa (lugar onde armazeno os produtos novos, lacrados)
  3. lista de supermercado

Costumo estocar alguns produtos que sempre uso (como farinha, açúcar, óleo) na despensa. Se inicio o mês com 3 pacotes de farinha, conforme eu vou abrindo os pacotes, transfiro para os potes herméticos. Quando eu pegar o último pacote da farinha na despensa para encher o pote hermético, já anoto na lista de Supermercado. Faço isso porque até eu terminar de usar a farinha que está no pote hermético, vai levar alguns dias/semanas, então não preciso sair correndo para o mercado porque descobri que não tem farinha justamente na hora em que estou fazendo um bolo. Tem coisa pior que isso?

Desperdício 2: Dinheiro

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Muitas pessoas acabam não associando que o desperdício no geral significa desperdiçar dinheiro? Se jogo fora os alimentos estragados, estou jogando dinheiro no lixo. Se deixo a água da torneira aberta sem necessidade, é dinheiro no lixo. Se compro uma roupa que fica sem uso no guarda-roupa, é dinheiro parado que foi para o lixo. Se tenho remédios em casa e compro mais remédios similares, é dinheiro no lixo, já que provavelmente os remédios terão a sua validade vencida. O mesmo acontece com as maquiagens. Maquiagens e esmaltes possuem data de validade, portanto se compro vários e não consigo usar até a data de validade, também foi dinheiro para lixo. Pare de gastar dinheiro com besteiras.

Desperdício 3: Espaço

Eu moro em um apartamento que é adequado para o tamanho da minha família. O apartamento possui 2 dormitórios, sala, cozinha, lavanderia, 2 banheiros e um quartinho de despensa. Isso significa que eu pago um condomínio de acordo com o que estou usando. Se você é uma pessoa solteira ou até mesmo recém-casado e sem filhos, morar em um apartamento de 2 ou 3 dormitórios significa que está desperdiçando espaço, e também dinheiro, já que se estivesse morando em um apartamento menor, pagaria menos condomínio, menos IPTU, menos luz (a potência da lâmpada que ilumina uma sala de 5m2 é bem diferente de uma que precisa iluminar 10m2) etc.

Desperdício 4: Energia (humana)

Muitas pessoas perguntam como consigo fazer tantas coisas, apesar de ter tantas obrigações no trabalho e em casa. Posso dizer que eu aprendi a gastar a minha energia de uma forma eficiente. Isso não significa que eu faço mais esforço que as outras pessoas. Na verdade, às vezes desconfio até que eu faço menos esforço que a maioria. Sabe como? Graças ao planejamento que faço do meu dia, semana, ano et. Por exemplo, vejo muitas pessoas cavando buraco nos lugares errados. Elas cavam, cavam, cavam, não param para pensar se está fazendo a coisa certa, se está usando a ferramenta certa, se está cavando o buraco certo. Quando não fazemos um planejamento, a chance de cavar o buraco errado é grande, a chance de usar a ferramenta errada é grande. E isso significa retrabalho e desperdício de tempo e de energia.

Temos o costume de negligenciar o planejamento através do “fazejamento”, planejando enquanto fazemos. E isso é uma das piores coisas que podemos fazer, já que muitas vezes, o buraco que foi feito é tão grande, que custamos a compreender e admitir que aquele buraco não vai nos levar a lugar nenhum.

Então, minha gente, não negligenciem o desperdício de energia.

Desperdício 5: Alimentação

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Esse item eu ainda não consegui incorporar na minha rotina. Já reduzi bastante o desperdício, mas ainda jogo comida fora.

Uma das coisas que diminuiu bastante o desperdício aqui em casa foi cozinhar menos comida. Parece óbvio, mas quando eu tinha 700g de carne moída, eu costumava cozinhar os 700g de carne. Se eu tinha 1 batata-doce gigante, eu usava toda a batata-doce. E aí o que acontecia? Eu ficava comendo sobras de comida a semana toda, e no fim, não queria mais comer, também achava que estava velho demais para congelar e ia direto para a lixeira.

Hoje eu faço assim, ao fazer o almoço do fim-de-semana, uso para cozinhar somente o que iremos consumir naquela refeição. Isso significa que muitas vezes uso 1/2 pimentão, 1/4 da cebola, 1/2 do pepino, e guardo o que sobrou na geladeira. E para preparar a próxima refeição, uso essas sobras de verduras e legumes para fazer uma outra receita. Assim ninguém enjoa da comida e diminui o desperdício.

Desperdício 6: Roupas

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Um dos desperdícios que eu costumava ter há muitos anos era em relação ao vestuário. Eram 20 blusas pretas, 10 brancas, 50 coloridas, 10 calças jeans, diversos cintos, vários sapatos, bolsas, maquiagens… todo mês comprava alguma coisa pra mim. Até que conheci o minimalismo e passei a me conhecer melhor. Encontrei o meu equilíbrio, um guarda-roupa pequeno, mas suficiente para mim. Ao invés de comprar roupas fast-fashion, passei a escolher roupas melhores, de tecidos mais duráveis, de modelagem mais adequada ao meu corpo. E com isso, a vontade de trocar de roupa a todo momento passou. Um bom exemplo é a minha carteira, que comprei em uma loja que adoro há 8 anos. Não foi barato, mas ainda está em perfeito estado.

Desperdício 7: Luz

No início deste ano, percebi que a minha conta de luz do ano de 2018 aumentou consideravelmente, já que costumo fazer uma análise dos gastos do ano que passou. E com isso, conversamos com os integrantes da família (eu, marido, filha de 3 anos e filha de 1 ano) de que precisaríamos economizar a luz da casa. Foi uma conversa simples, de que devemos desligar as luzes do quarto que estiver vazio. E adivinhem quem deixa sempre a luz ligada? Eu e meu marido. E adivinhem quem avisa que a luz está acesa, pega o banquinho e apaga as luzes dos quartos? Minha filha de 3 anos. Ela virou a general daqui de casa, sempre nos avisa quando deixamos a luz acesa. E assim, vamos nos acostumando de desligar a luz quando saímos de um cômodo.

Desperdício 8: Água

Imagem relacionada

Diferentemente da luz, que chega um boleto com o valor a ser pago mensalmente, a água já está inclusa no condomínio, então não sabemos exatamente qual é nosso consumo mensal de água. Apesar disso, sempre tentamos não desperdiçar a água. As crianças já sabem disso e ao ensaboar as mãos, peço sempre para fechar a torneira. Outra coisa que costumamos fazer é encher uma bacia e dar banho nas duas. Elas até pedem para deixar o chuveiro ligado, mas quando explico que a água é finita, e que deixar o chuveiro ligado pode acabar a água do mundo, elas compreendem e se contentam com a água da bacia.

Esses são os 8 maiores vilões do desperdício que eu encontrei.

Cabe a nós fazer o que está ao nosso alcance.

~ Yuka ~

 

 

 

 

Minimalismo

Armário cápsula infantil

armario capsula infantil
Foto: Craftiness is not optional

Algumas pessoas têm me perguntado sobre o guarda-roupa minimalista das minhas filhas.

Elas não possuem um armário abarrotado de roupas. Muito pelo contrário, possuem poucas roupas, se comparar com outras crianças do mesmo convívio social.

Basicamente a regra que utilizamos com elas são:

Roupas de festa

Elas não possuem roupas e sapatos de festa. Como as crianças crescem muito rápido, só compramos se houver alguma necessidade. Por enquanto não houve.

Outlets

Não frequento. Uma vez, minha prima me levou para fazer compras em outlets, pois “tudo estava na promoção”. Pois bem, chegando na loja, percebi que mesmo na promoção, os preços das roupas eram mais caros do que os preços que eu costumava pagar, já que eu não compro roupas de marca para as minhas filhas.

Roupa de tamanho maior

Todo mundo que tem filhos já deve comprar roupas de tamanho maior. Roupa maior dura mais tempo. Isso significa que algumas vezes preciso fazer a barra ou apertar um pouco o cós e conforme elas vão crescendo, soltando a barra.

Calçados

Minhas filhas não possuem dezenas de calçados, nem sapatos de diversas cores. Elas basicamente têm cada uma: 1 tênis, 1 sandália e 1 chinelo. Outra coisa que faço é pular 1 número do calçado. Se minha filha está usando o número 18, o próximo número que compro é o 20. Tem funcionado bem em casa. Mas uma coisa que eu não faço é economizar no calçado. Tenho muito receio delas machucarem os pés, principalmente nessa fase que elas ainda estão aprendendo a andar e correr, então compro tênis de marca reconhecida pelo conforto, como a Ortopé.

Antes de comprar, verificar o que ainda serve

Fazer isso é imprescindível se quiser ter um armário reduzido. Antes de sair para comprar alguma roupa, sempre verifico o que ainda serve. Às vezes, calças do mesmo tamanho, de marcas diferentes, possuem durabilidades diferentes. Enquanto um modelo de calça ainda serve, o outro não serve mais.

Roupas de casa

Aqui em casa, temos roupas que usamos somente em casa. Para as crianças, não poderia ser diferente. Isso tem feito milagres, já que roupas para sair não ficam tão manchadas como as roupas que são usadas em casa, que acabam manchadas de comida, tinta, etc.

A avó sabe costurar

Que coisa boa quando a avó sabe costurar. Minha mãe não sabe costurar coisas difíceis, já que ela aprendeu a costurar sozinha, mas quebra um galho costurando várias coisas como shorts, vestido e pijama. Até calcinha minha mãe tem costurado. Tenho tido muita dificuldade em encontrar calcinhas que cubram todo o bumbum, todas as que eu comprei são muito cavadas, o que estava incomodando demais a minha filha. Até que desisti de procurar e pedi para a minha mãe costurar também.

Loja barata vs cara

Eu costumo separar as roupas que compro por tipos e lojas. Blusinhas e regatas eu costumo comprar em lojas baratas, na promoção, pois não vejo muito sentido em comprar roupas com boa durabilidade, se vão servir somente por alguns meses. Criança cresce rápido, e tudo se perde rápido também. Já as blusas de frio e casaco, eu costumo comprar em lojas melhores, pois blusas boas além de aquecerem melhor, duram por mais tempo. Para as calças, eu aplico a mesma regra: compro as calças de inverno em lojas boas, e as calças finas de verão em lojas baratas.

Rodízio das roupas

Quando a roupa da mais velha fica pequena, já vai direto para o guarda-roupa da caçula. A minha filha já sabe disso e quando a roupa fica apertada, ela mesma diz que precisa deixar no guarda-roupa da irmã. Depois que não servir mais na caçula (e se estiver em bom estado de uso), doamos para um amigo do meu marido. E assim as roupas vão circulando e tendo novos usos.

Aguardar para comprar no momento certo

Só compro o que estou precisando. Isso significa que não fico comprando roupas das meninas que serviriam somente daqui a 3 anos por estar na promoção. No primeiro momento, parece incoerente não aproveitar a promoção. Mas eu acabo ganhando algumas roupas e sapatos usados das filhas das minhas amigas e também algumas roupas de presente. Se compro antecipadamente, acabo tendo mais roupas que o necessário.

Utilizo essas regras enquanto elas são pequenas, porque sei que vai chegar uma certa idade em que as minhas filhas vão querer escolher as próprias roupas, e não vão querer mais usar roupas costuradas pela avó. Enquanto essa fase não chegar, aproveito para fazer do meu jeito.

~ Yuka ~

Minimalismo

Planejando viagens minimalistas

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A leitora Isabele me perguntou como eu planejo as viagens e como consigo driblar os pontos turísticos caríssimos.

Depois que eu engravidei duas vezes, eu e meu marido demos uma pausa nas viagens, principalmente as internacionais, por 2 motivos: o primeiro é que as crianças são muito pequenas e gostaríamos que elas lembrassem dessas viagens (apesar de saber que muitos pais pensam justamente o contrário, de aproveitar agora, já que as crianças pagam menos na passagem de avião). O segundo é que eu poderia até pedir para a minha mãe ficar com as crianças e viajar com o meu marido, mas a caçula, ainda não aprendeu a dormir a noite toda. Ela tem um sono muito leve, e tem dado trabalho. Bem diferente da minha filha mais velha, que mesmo se estiver com a cama toda cheia de xixi, não acorda por nada. Então decidimos esperar mais um pouco, até que as coisas se acertem.

Dito isso, vou contar das minhas experiências antes das meninas nascerem.

As minhas viagens costumam ser muito bem planejadas. Depois que escolho o lugar, a primeira coisa que faço é começar a acompanhar o preço das passagens de avião e da acomodação. Para baratear a viagem, sigo os seguintes passos:

1. Acompanhar o preço das passagens por longos meses:

Acompanhe os preços das passagens por pelo menos 3 meses. Costumo pesquisar em sites como o Decolar.com, Maxmilhas, que fazem a pesquisa e comparam preço em diversas companhias aéreas. Quando encontro um preço razoável nesses sites de comparação, costumo ir direto no site da empresa para ver se há preços melhores. Depois de decidir por qual companhia aérea viajar, analiso de que forma consigo aumentar o desconto. Por exemplo, se resolvo comprar pelo Maxmilhas, faço o seguinte caminho:

  • Entro no Méliuz e vejo se o Maxmilhas está dando algum dinheiro de volta (Méliuz é um site que devolve parte do dinheiro gasto. Hoje, por exemplo, está sendo informado que devolvem 4% do valor gasto no Maxmilhas). Se sim, faço a compra, nisso já ganho 4% de desconto do valor total da compra.
  • O Maxmilhas possui vantagens para quem tem o cartão Nubank. Então com isso consigo mais pontos, que depois poderão ser apagados da fatura.
  • Na hora do pagamento, parcelo em 12 vezes sem juros no cartão de crédito do Nubank, e depois antecipo todas as parcelas. Assim, ganho mais 4,50% de desconto pelo Nubank.

Então além de conseguir comprar a passagem mais barata por ter pesquisado o preço por alguns meses, acabo ganhando pontos e descontos por causa do Méliuz e Nubank.

Costumávamos viajar em períodos que não coincidissem com férias escolas, ou seja, evitávamos os meses de janeiro, fevereiro, julho e dezembro que são mais caros.

Também nunca compramos pacotes de viagens em agências de viagens. Eu mesma comparo e compro a passagem de avião, a acomodação e vejo os passeios que quero fazer, pois isso faz com que a viagem tenha o meu ritmo.

2. Fazer uma lista do que levar na mala:

Sim, uma lista. E essa lista começa alguns meses antes. Essa é a lista que possibilita que eu leve poucas coisas, pois consigo combinar roupas, programar o que vou usar e o que não vou levar.

3. Fazer um roteiro turístico:

Comprado a passagem, agora é hora de fazer um roteiro. Roteiro é essencial para quem quer aproveitar bem uma viagem. Imagine ter passeado em um bairro o dia inteiro, e descobrir depois que deixou de conhecer um lugar interessantíssimo? É nesse roteiro que eu já faço a pesquisa dos valores dos lugares que quero visitar: ingressos, transporte, etc e já faço uma estimativa de quanto gastarei durante a viagem.

4. Ser flexível:

Isso significa que se a fila para conhecer um determinado lugar estiver com uma fila gigantesca, não se acanhe em desistir. Não tem problema se você não visitar o lugar. Eu mesma prefiro não me estressar, divertir na viagem, do que ficar com aquela obrigação de ter que conhecer um lugar só porque é turístico. Tenho consciência de que a viagem é para mim, e não para provar para terceiros que estive em tal lugar.

5. Conhecer a culinária local:

Eu sempre gostei de comidas de rua. Aqui em SP, comia o churrasco grego (para o terror da maioria dos meus amigos hahaha), o hot dog prensado, o churrasquinho do tio da esquina, tapioca e por aí vai. Depois da onda do Food Truck, minha paixão continuou: hambúrgueres, comida mexicana, massas, nhac nhac nhac….. Então quando viajo, nada mais natural do que sair experimentando as comidas de rua. Isso significa que alterno entre restaurantes e food trucks, o que acaba barateando bastante na alimentação.

6. Esquecer os souvenirs:

Eu não ligo para souvenirs, nem tenho fascinação em comprar algo do lugar que viajo. Muitas pessoas aproveitam para comprar roupas, bolsas, sapatos, relógios, maquiagens… mas eu não. Por isso viajo com a minha mala pequena, porque sei que vou voltar com ela com praticamente a mesma quantidade de coisas que fui viajar. Já contei no outro post que fui pra Amsterdã, na Holanda e voltei só com 1 cadeado de bicicleta, né? Essa sou eu.

7. Aproveitar os descontos para turistas:

Geralmente, as cidades possuem um ticket mensal ou semanal para turistas andarem de trem, metrô, ônibus, que vale muito a pena comprar. Por exemplo, quando fui para o Japão, eu comprei um ticket chamado Japan Rail Train, disponível somente para turistas. Esse ticket, depois de comprado, possibilita que o turista use todas as linhas ferroviárias, metroviárias e linhas de ônibus de uma determinada empresa, quantas vezes desejar. Pra mim, compensou muito ter esse ticket. Tem diversos passeios turísticos que podem ser comprados com antecedência, por um preço mais em conta. Vale a pena pesquisar antes.

8. Celular descarregado? Nunca mais!

Eu tenho uma bateria recarregável portátil. Consigo recarregar meu celular várias vezes ao dia, sem a necessidade de ter que ficar procurando uma tomada (correndo o risco de esquecer em algum lugar).

9. Comunicação com os amigos e família:

Eu faço somente pelo whatsapp. Tem gente que habilita o uso do celular para uso no exterior, mas eu nunca fiz, e nunca senti falta. Se tenho o ano inteiro para falar com as pessoas, por que escolher justamente durante a viagem?

10. Ter folgas na agenda:

Deixo para conhecer somente alguns pontos turísticos por dia. Gosto de deixar o dia livre, não gosto de entupir o dia com programações, justamente para não me sentir sufocada. Férias é para ser leve e livre, e não para correr atrás do relógio e da agenda.

11. Não conhecer tudo de uma vez:

As cidades possuem muitas coisas interessantes para ver e visitar. Existem muitos pacotes a venda como “Conheça a Grécia, Turquia e Egito em 3 dias”, “Roma, Paris e Londres em 5 dias”. Eu gosto de conhecer um único lugar de cada vez. Gosto de explorar ao máximo, visitar com calma um único país (ou dependendo, uma única cidade).

E o mais importante, não se esquecer nunca que a verdadeira viagem se faz na memória.

~ Yuka ~

Minimalismo

Minimalismo e vaidade: como administrar

maquiagem minimalista

Uma leitora me pediu um post sobre minimalismo nos cuidados pessoais.

Aqui no Brasil, fomos acostumadas desde a infância com a ideia de que é normal as pessoas nos servirem e a terceirizar alguns serviços por considerarmos barato. E isso se reflete também nos cuidados pessoais: manicure, pedicure, hidratação no cabelo, escova de cabelo, limpeza de pele, sobrancelha, depilação, esfoliação da pele, massagem relaxante. Acho legal ir no salão de vez em quando para dar um mimo para nós mesmas, mas não vou com frequência, pois acredito que consigo me cuidar de casa.

Vou compartilhar aqui o que tem funcionado pra mim.

UNHAS

Eu aprendi a fazer as unhas em casa. No início arrancava uns bifes, mas depois de um tempo, passei a fazer melhor do que as próprias manicures.

DEPILAÇÃO

Há alguns anos, eu comprei um pacote de depilação à laser por um preço muito barato, naqueles sites de compra coletiva. Como são 10 sessões, e as sessões vão ficando espaçadas porque os pelos vão nascendo cada vez menos, eu ainda tenho algumas sessões para fazer.

LIMPEZA DE PELE

Eu acabo fazendo em casa mesmo, uso um esfoliante, e alguns truques caseiros como usar gelatina incolor para tirar cravos (que funciona de verdade!!!). O legal é ir testando algumas receitas caseiras, muitas coisas funcionam super bem.

CABELO

Atualmente, não pinto mais o meu cabelo, mas tinha uma época da adolescência que eu pintava de vermelho em casa. Claro, tudo na vida tem um limite, e a gente tem que descobrir o nosso limite. Se você vai pintar de loiro, descolorir, fazer mechas ou algo parecido, eu não tentaria economizar nessa parte, a não ser que eu soubesse exatamente o que eu estava fazendo.

MAQUIAGEM

Eu já fui a louca da maquiagem. Comprava muitas maquiagens, e o pior, tinha encasquetado nas maquiagens gringas. Era M.A.C., Givenchy, Clinic, Artdeco, Dior, Shiseido… haja dinheiro.

Não contente em comprar 1 blush, comprava 4, 6 blushes, e demorava anos para terminar de usar, isso quando jogava no lixo por causa da validade dos produtos. O mesmo acontecia com as bases, hidratantes e esmaltes.

Hoje, posso dizer que ainda gosto muito de determinadas marcas, e continuo comprando. Só que eu compro 1 produto de cada vez, como explico nesse post. Se eu quero comprar um delineador, eu espero terminar o que estou usando no momento, para depois comprar. No início foi difícil fazer disso um hábito, mas hoje me acostumei. Nem preciso dizer que estou economizando muito dinheiro com isso, né?

Outra coisa que me ajudou MUITO, foi deixar de seguir as blogueiras do YouTube. Sério, não saber os produtos lançados todos os meses, ajudou muito a não ter vontade de comprar. Se assistiu um canal do YouTube e encontrou um batom com uma cor irresistível? Ótimo, coloque na sua PRÓXIMA lista de compras. Quando o seu terminar, vai lá e compra.

ROUPAS

Eu tenho roupas que gosto de verdade. Quando se tem roupas boas, de qualidade, bom caimento, boa costura, que são macias e que nos deixam bonitas (e que não necessariamente são caras), começamos a entender que não precisamos ter um guarda-roupa abarrotado. Antes, eu tinha muitas roupas, mas eram roupas compradas em promoção, ou que tinha visto em um catálogo e que ficava lindo (na modelo, óbvio, não em mim), ou comprava porque “não estava fazendo nada”.

Se antes eu tinha 300 peças de roupas (ou até mais, se duvidar…) e me sentia insatisfeita com o meu guarda-roupa, e hoje tenho poucas roupas e me sinto satisfeita, é porque eu tenho um guarda-roupa adequado para mim. Tenho calças que me deixam bem, camisas boas e confortáveis que nem preciso passar a ferro (olha que maravilha), vestidos, etc.

Para chegar a este ponto, eu precisei me conhecer melhor. Qual é a tonalidade da minha pele? Quais são as cores que combinam comigo? Quais são as cores que as pessoas geralmente elogiam quando estou usando? E assim, fui fazendo uma lista do que considerava um guarda-roupa ideal. Com a lista pronta, fui eliminando do meu guarda-roupa todas as peças que não faziam mais sentido e complementando com as que eu ainda não tinha. E foi assim que aos poucos construí um guarda-roupa minimalista.

Outro dia uma colega que trabalha comigo falou que meu trench coat era lindo e perguntou onde eu tinha comprado. Ela ficou surpresa quando eu falei que não era novo e que já estava comigo há 6 anos. E ainda parece novo!

Hoje não sinto necessidade de sair comprando roupas, nem seguir tendências.

SAPATOS

Utilizo o mesmo critério das roupas. Eu não tenho 5 botas pretas. Só tenho 1. Não tenho 5 sapatos pretos. Só tenho 1. E assim por diante.

Aqui tem um post publicado há alguns meses sobre como ter um guarda-roupa minimalista. Vale a leitura.

Resumindo…

As coisas que eu consigo fazer em casa, eu mesma faço. Uma das poucas coisas que eu pago para alguém fazer é cortar o cabelo e ir no podólogo de vez em quando. De resto, eu continuo comprando as coisas que quero comprar, independentemente do preço, mas não acumulo mais. Eu continuo usando os batons da M.A.C. porque gosto da textura, da mesma forma que continuo importando do exterior a base para pele de uma marca coreana, porque gosto da tonalidade na minha pele.

Se compro um hidratante, uso até o fim. Se compro um delineador, uso até o fim para somente quando estiver bem no finzinho, comprar um novo.

Então posso dizer que hoje, estou rodeada com as maquiagens que gosto, com as roupas que gosto, com a bolsa que gosto, com os sapatos que gosto, e não deixo de me cuidar, só porque não frequento salão de beleza. É desta forma que tenho administrado a minha vaidade com a vontade de gastar.

~ Yuka ~

 

 

Minimalismo

Maquiagem minimalista

Uma leitora pediu para eu mostrar a atualização das minhas maquiagens, só que desta vez com os pincéis que uso.

Como já faz 1 ano que eu publiquei o último post sobre o assunto, aqui vai uma foto das minhas maquiagens atuais:

maquiagem minimalista 1

  • 1 lápis preto para olhos (Urban Decay)
  • 1 delineador preto para olhos (Urban Decay)
  • paleta de sombras (Urban Decay)
  • 1 base para o rosto (Missha)
  • 3 batons (MAC)
  • 2 blushes (MAC)

maquiagem minimalista

E meus pincéis:

  • 1 para blush
  • 1 para base líquida
  • 4 para olhos (estou pensando em reduzir os pincéis…)

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Turismo e o seu incrível efeito manada

Paris
Fonte

Quando fui para Paris, eu não visitei os principais pontos turísticos, como mandam os sites de guias de turismo.

Eu não entrei no museu do Louvre.

Eu não subi na torre Eiffel.

Não tirei as fotos clássicas, dos ângulos clássicos, dos monumentos clássicos.

Não fui em nenhum restaurante badalado do momento.

Eu não fiz o que todo mundo que visita Paris geralmente faz.

Quando voltei para o Brasil, uma colega de trabalho que sabia que eu tinha ido para lá começou com um bombardeio de perguntas.

E depois de falar “não” para praticamente todos os lugares que ela perguntou se eu tinha visitado, ela perguntou categórica:

– Então pra que você foi pra Paris?

Fui pra Paris pra conhecer a cidade. Cheguei sim a estar de frente pro museu do Louvre e da Torre Eiffel, mas a fila de espera para conseguir entrar eram de 4 horas (em cada uma).

Eu preferi sentar no gramado em frente à torre e fazer um piquenique improvisado, do que ter a obrigação de ficar 8 horas em uma fila só para dizer (para os outros) que fui.

Eu preferi caminhar pelas ruas e conhecer os bairros que não estavam lotados de turistas.

Eu não quis tomar café nas cafeterias famosas, eu quis tomar café naquelas escondidas em becos que só os moradores locais saberiam informar.

A indústria do turismo faz com que todos frequentem os mesmos pontos turísticos, os mesmos restaurantes, as mesmas lojas e querem que a gente faça turismo de 5 dias em 5 países (é só procurar na internet).

Já eu, prefiro conhecer bem uma cidade. Prefiro sentar nos bancos das praças, alugar uma bicicleta, conversar com os moradores, frequentar supermercados do bairro, andar sem rumo pela cidade.

Prefiro reservar casas inteiras, ao invés de quartos de hotéis.

Esse é o meu jeito de viajar de verdade.

~ Yuka ~

Minimalismo

A linha tênue entre ostentação e satisfação

Ostentação e satisfaçãoExiste uma linha muito, muito tênue onde caminhamos diariamente.

Essa linha é como se fosse um divisor entre a ostentação satisfação.

De um lado da linha, a ostentação.

Do outro lado, a necessidade atendida.

É muito fácil identificar se estamos caminhando no lado da ostentação.

Basicamente, são 2 perguntas cruciais:

  • Estou comprando para a minha satisfação ou para os outros?
  • Vou ter 100% de aproveitamento do produto/serviço?

A primeira pergunta é importante para avaliar se algo está sendo feito para mostrar para os outros. Aquele carro que você quer é para tentar provar para os outros que você é uma pessoa bem-sucedida? Aquela foto que você está tirando é para você guardar na sua memória ou para mostrar aos outros o quanto você parece ser feliz nas redes sociais? Aquela viagem nacional ou internacional que você pretende fazer, você permaneceria com os planos se não pudesse contar para ninguém?

A segunda pergunta mostra se estamos comprando produtos ou contratando serviços além do necessário. Aquele fogão de 6 bocas que você tem, você realmente usa 6 panelas simultaneamente na hora de cozinhar, ou serve apenas para deixar algumas panelas encostadas? Aqueles sapatos abarrotados na sapateira são usados com frequência, ou você usa sempre os mesmos sapatos? Aquele plano anual de academia que você pagou está valendo a pena, ou você vai só algumas vezes e já está quase desistindo?

Esses dias, em uma roda de conversa, surgiu o assunto de que eu moro em um bairro bom, então supostamente, sou ‘rica’. Ao mesmo tempo, sou ‘pobre’ por não ter um carro e usar transporte público.

Eu só fiz a seguinte pergunta para eles:

– Supondo que as duas opções dessem o mesmo gasto, qual você preferiria: a.) morar perto do trabalho e não ter carro; b.) morar longe do trabalho e ter carro.

Eu escolhi morar perto do trabalho. Essa opção não traz status, mas traz qualidade de vida.

Toda vez que eu e meu marido compramos algo, sempre fazemos essa pergunta. É necessidade ou ostentação? Eu não decidi viver com menos. Eu decidi viver com o suficiente.

Quando se aprende a avaliar, aprende-se a consumir de forma adequada.

É quando sentimos aquela sensação da suficiência, de estarmos satisfeitos com o que já possuímos.

As pessoas que não sabem ainda reconhecer esse sentimento de suficiência, possuem dificuldades para entender quando digo ‘não’ para brindes, quando digo que não estou precisando de nada no momento, quando digo que minhas filhas já possuem roupas ou brinquedos suficientes.

Não gasto (à toa) por ter a consciência de que aquilo não é necessário.

É estar satisfeita de que o que as pessoas julgam como pouco, é o suficiente para mim.

~ Yuka ~

Minimalismo

Viver com menos papel

menos papel.jpg

Há alguns anos eu tenho tentado manter uma rotina de viver com menos papel.

Essa iniciativa facilitou muito a minha vida, pois desde então, consigo acessar todas as informações de qualquer lugar e em qualquer dispositivo (além de otimizar bastante espaço em casa).

A seguir, compartilho com vocês o que eu tenho feito:

1.) Livros: praticamente todos os meus livros físicos foram doados. Verifiquei se os livros já possuíam versão online e mantive somente aqueles (em papel) que com certeza leria novamente. Ou seja, permaneceram somente poucos e bons livros em papel.

Substituto: Kindle

kindle.png

2.) Bloco de anotação, caderno, caneta, listas: eu anoto tudo no celular. Desde lista de supermercado, lista de compras, lista dos médicos da família, dos remédios que tenho em casa, lista das nossas conquistas, das tarefas da semana, etc.

Substituto: Celular

Celular.png

3.) Comprovantes de pagamento, notas fiscais, manuais, caderno de receitas, documentos: eu comecei a utilizar o Evernote desde o ano passado e de verdade? Foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Eu armazeno TUDO no Evernote: cópias do meu RG, CPF, passaporte, carteira de trabalho, comprovantes de pagamento, notas fiscais, manuais, receitas culinárias, carteira de vacinação da família, etc. Com certa frequência, preciso recuperar algum documento e para isso eu só preciso acessar a internet (pode ser pelo celular, notebook, tablet etc) e baixar o documento. Mantenho somente o último boleto das contas de luz, gás em papel, mas é mais para comprovar minha residência, em caso de necessidade.

Substituto: Evernote

Evernote.png

4.) Fotos: Antes eu armazenava as fotos no meu notebook e fazia backup em um HD externo. Hoje guardo todas as fotos na nuvem, utilizando o serviço gratuito do Google Foto.

Substituto: Google Fotos

Google Foto.png

5.) Quando estou em algum lugar externo e preciso anotar algo, eu geralmente tiro foto. Um cartão de visita? Foto nele. Um slide interessante de uma apresentação? Foto nele. Número de telefone de uma loja? Foto nele. Um mapa de como chegar até determinado lugar? Foto nele também

Substituto: a câmera do celular

Com essas práticas, os papéis que ficavam armazenados em pastas e mais pastas, se tornaram virtuais.

~ Yuka ~

Minimalismo

De quantos sapatos eu preciso – post 3

Depois de 2 posts (post 1 e post 2) e passados alguns anos, a quantidade de meus sapatos diminuiu consideravelmente. Nestes 5 anos, de 17 calçados, a minha relação com o consumo amadureceu e hoje eu tenho exatos 6 calçados:

Captura de Tela 2018-01-17 às 09.09.56.png
1 sapatilha preta

sapatilha nude.png
1 sapatilha nude

sandalia.png
1 sandália caramelo

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1 ankle boots

chinelo.png
1 chinelo

Captura de Tela 2018-02-19 às 12.09.13
1 tênis

São os que eu preciso. Uso todos com muita frequência e todos são confortáveis.

– Yuka –

Minimalismo

Quanto menos coisas, melhor

Existe uma ilustração do artista de rua NemO’s que representa muito bem a sensação de quando eu tinha muitos objetos, alguns bens e muita responsabilidade.

Consumismo.jpg
Imagem daqui

Nessa ilustração acima, cada objeto fica amarrado no homem por um fio. Conforme ele vai adquirindo mais objetos, mais responsabilidades ele tem, e consequentemente, mais pesado ele se torna, chegando a uma situação de quase afogamento. Se prestarmos atenção ao nosso redor, podemos perceber várias pessoas que estão nesta mesma situação.

Ao adquirir um imóvel, geralmente financiado por um banco por décadas, vem também a vontade de decorar o apartamento… começa com uma televisão nova e um sofá confortável para acompanhar, a instalação de uma cozinha equipada com armários planejados, sem esquecer o guarda-roupa planejado do quarto, um banheiro com uma bancada de mármore… Depois vem as responsabilidades de um proprietário de um imóvel… Descobre-se uma infiltração na parede do banheiro, uma torneira com goteiras, fora os boletos do IPTU, condomínio, gás, luz, e com todos esses gastos, aquelas parcelas mensais do financiamento, que antes parecia estar sob controle, começa a pesar. Com todas as infinitas parcelas do financiamento, passamos a ter uma única certeza: de que não podemos perder o emprego. O medo de perder o emprego e a certeza das parcelas do financiamento que chega todos os meses nos paralisa, impede inclusive de enxergar as boas oportunidades.

Ao comprar diversos equipamentos como uma panificadora, omeleteira, sorveteira, máquina para fazer macarrão, uma torradeira, pipoqueira, sanduicheira etc, precisamos de espaço maior na cozinha para armazenamento. Cozinha maior implica morar em uma casa maior. Casa maior implica em comprar móveis maiores para preencher espaços vazios. Preencher espaços vazios significa precisar trabalhar por mais tempo para conseguir dinheiro e gastar mais tempo com limpeza. Gasta-se mais tempo com limpeza, gasta-se dinheiro com mais produtos de limpeza. Não podemos esquecer do condomínio e IPTU, já que eles são cobrados por metro quadrado.

Ao comprar ou ganhar joias, queremos mostrar aos outros para ostentar, mas ao mesmo tempo surge o medo de sofrer um assalto.

Se moramos em uma casa linda, queremos estar arrumados, aquelas roupas do guarda-roupa já não servem mais. Compra-se mais roupas, mais sapatos, mais acessórios, precisamos comprar um guarda-roupa maior.

Para sair desse tipo de looping infinito, comecei me desvencilhando de objetos… foram inúmeras blusas pretas que tirei do guarda-roupa, calças jeans que já não serviam há anos, blusas desbotadas e acessórios que não me representavam mais.

Depois veio a vontade de tirar pessoas que me puxavam para baixo. Pessoas que se diziam amigas, pessoas que precisávamos engolir por ser da família.

Passei a descobrir o real significado da qualidade. Muitas vezes, ter menos coisas é melhor. Ter menos coisas dá mais satisfação e menos trabalho para manter.

Inclusive, deixei de usar diversos itens da casa que me fez ganhar inclusive tempo, por não precisar me preocupar com coisas (por exemplo: tapetes, saia para cama box etc).

E a cada objeto, coisas, pessoas que eu me desfaço, uma ‘linha’ é cortada e eu vou ficando cada vez mais leve.

Hoje, tenho poucas linhas que estão amarradas em mim.

Isso tornou a minha vida mais leve. Quanto menos, melhor.

~ Yuka ~

Organização

Como criar metas alcançáveis

checklist.jpg

Por sugestão de uma leitora (alô, Silvia!), resolvi adiantar o post de hoje.

Ela disse: “Traçar metas é um caminho para não esquecermos do que realmente importa, mas fala-se tanto de metas hoje em dia, mas ainda há quem não saiba criá-las, eu no caso! Uma boa dica para um próximo tema: metas: sua importância e como fazê-las.”

Eu me considero uma pessoa bastante organizada. Enquanto as pessoas dão importância ao “fazejamento”, ou seja, vai fazendo e planejando ao mesmo tempo, eu foco na fase do planejamento.

O problema do “fazejamento” é que a gente não consegue ter uma visão geral do que está por vir. As coisas vão acontecendo e a gente vai resolvendo os problemas conforme vão surgindo. É o típico apagar o incêndio, ao invés de preveni- lo. Gasta-se muito mais energia e tempo apagando o incêndio do que prevenindo. E é esse o ponto onde eu queria chegar.

Eu consigo fazer muitas coisas porque eu faço planejamento. É uma conexão direta. O planejamento traz clareza, foco e auxilia na definição de prioridades.

Tá. E você pode perguntar para mim: “E por onde começar?”

Sei que é difícil entender quando a gente fica no blá-blá-blá, então vou tentar explicar como as coisas funcionam para mim.

Tudo começa pela lista do “Um Dia, talvez” que eu deixo no meu celular. Essa lista é a matriz de tudo, é a lista-mãe. É de onde originam todas as outras listas. Eu coloco tudo, TUDO o que eu tenho vontade de fazer, de ler, de ouvir, de ir, etc. Não importa se é um restaurante que eu quero conhecer, um livro que eu quero ler, um sonho que um dia eu quero concretizar, lugares que quero visitar, coisas que quero comprar, hábitos que eu quero cultivar, etc. Não há regras. A única regra é: esvaziar a cabeça e sair listando tudo.

Um dia talvez

Esta lista é alimentada a todo momento. Se passo em frente de uma loja charmosa que quero voltar depois com meu marido, anoto nesta lista. Se surge a lembrança de que quando criança tinha vontade de correr em uma plantação de girassóis, anoto também nesta lista. Se tem um aplicativo de celular que quero testar, anoto na lista. Não há critério do que colocar, nem de duração, nem de orçamento, coisas fáceis, coisas difíceis de serem concretizadas, coisas caras ou baratas.

Todo dia eu olho para esta lista e vejo o que quero fazer. Alguns itens eu acabo apagando porque percebo que foi só uma empolgação do momento. Então “pesco” algumas tarefas (ou projetos, ou lugares, etc) que estou com mais vontade de fazer. Alguns dos itens são tarefas rápidas, como “comprar escorredor de pratos”. Outros, são projetos longos, como se “alimentar melhor”, “acessar menos notícias”.

E aqui vem o pulo do gato. Quando vou até a minha lista do Um dia, Talvez, eu não pego o item mais fácil de ser resolvido. Eu pego o item que estou com mais vontade de fazer, o que eu acho mais importante para o momento.

No ano passado, eu decidi que queria morar em uma casa com decoração escandinava. Não é uma coisa simples-pronto-já-fiz.

Então eu levei esse item “decoração escandinava” em um bloco de notas (no celular mesmo), e lá, tentei descrever TUDO o que eu achava que precisava ser feito para ter uma sala com decoração escandinava. Só que para eu poder descrever melhor, precisava pegar inspirações em algum lugar. Então a primeira tarefa foi:

  • pegar inspirações no Pinterest

Captura de Tela 2018-01-29 às 13.57.25.png

Captura de Tela 2018-01-29 às 13.59.10.png

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Depois de ter acesso a algumas fotos, surgiram outras demandas como:

  • almofadas
    • comprar tecido preto e rosa bebê na 25 de março
    • comprar enchimento de almofadas na 25 de março
    • separar zíper preto e rosa que tenho em casa
    • colocar tudo numa sacola e pedir para a mãe costurar
  • colocar 2 prateleiras brancas na lateral da mesa de jantar
    • medir o tamanho das prateleiras que preciso
      • 1 prateleira: medida 19 x 60cm para colocar fruteira
      • 1 prateleira: medida 10 x 60cm para colocar quadros
      • encomendar no marceneiro do bairro
      • instalar prateleira com furadeira
  • mesa de centro pequena
    • ver se o espaço que tenho na sala comporta uma mesa de centro pequena
    • pesquisar na internet se há modelos de centro de mesa de até 40cm de largura
  • caixas de brinquedos
    • medir o tamanho disponível embaixo do rack da televisão
    • 3 caixas organizadores de madeira pinus com rodízio – ver a medida
    • pedir orçamento ao marceneiro
  • quadros e pôsteres
    • escolher modelo de pôsteres
    • escolher tamanho dos pôsteres
    • solicitar impressão dos pôsteres na gráfica
    • comprar molduras para os pôsteres

Pronto, já tenho uma lista mastigada que vai me direcionar o que preciso fazer para ter uma decoração escandinava.

Reparou que nesta lista há dois itens (prateleira e caixa organizadora) para solicitar orçamento para o marceneiro? Aí é que entra o poder do planejamento. Por ter feito esse planejamento, não precisei ir 2 vezes ao marceneiro. Posso solicitar de uma vez só o orçamento e é assim que vou ganhando tempo.

Com a lista pronta, no início da semana (geralmente no domingo), pego os itens mais importantes e decido em qual data irei fazer o quê. Por exemplo: se sábado irei na 25 de março, segunda-feira posso escolher os modelos de pôsteres, na terça-feira posso pesquisar sobre os modelos da mesa de centro. Todas essas decisões são colocadas na agenda do celular e o mais importante, cumpridas. Por isso eu coloco em datas espaçadas, para justamente não atolar a agenda e me sentir sufocada.

Quando eu terminar de executar todas as tarefas, possivelmente a minha sala já estará com a decoração escandinava.

E aí eu volto para a minha lista ‘Um dia, Talvez’ para pegar mais uns 2 ou 3 itens para serem feitos a mesma coisa.

É desta forma que se tira sonhos do papel. São sonhos que se transformam em metas. Metas que se transformam em lista de tarefas. Tarefas que se feitas, transformam em sonho concretizado.

Espero ter ajudado,

~ Yuka ~

Minimalismo

Quantos anos têm os objetos da sua casa?

máquina de escrever

Nessa era de descarte e desperdício, surgiu a seguinte pergunta: qual é o item mais antigo que possuo?

Posso dizer que os objetos que tenho em casa são relativamente novos. Algumas coisas eu já tinha, outras, comprei quando casei em 2013.

O notebook que uso já tem 7 anos, está difícil, lento, trava várias vezes, por isso em breve vou comprar um novo.

O restante das coisas são novas, a máquina de lavar roupa que tem 2 anos e meio, a mesa de jantar que tem 4 anos, o sofá que tem 6 anos e por aí vai.

Mas quem ganha o troféu por cuidar bem das coisas que possui, é o meu marido.

Ele tem um moleton que usa em casa há 22 anos. Esse moleton é mais velho do que muita gente que está lendo esse blog.

Ele também tem a mesma lapiseira há 18 anos. E usa todos os dias. Outro dia perguntei pra ele se nessa época já existia lapiseira. Achava que só existia lápis rsrs.

Alguns itens beiram o absurdo, como uma pasta de elástico que possui há 16 anos. O elástico da pasta está tão larguinho, coitado, mas ele continua usando e levando todos os dias na mochila.

Tem também uma batedeira laranja herdada da mãe, ou seja, tem 34 anos, quase a minha idade. Lembro que chegamos a conversar qual batedeira iríamos comprar quando essa quebrasse. Já desisti, porque descobri que ela é inquebrável.

Conversando sobre essas coisas com a minha mãe, descubro que ela também tem objetos muito mais antigos que a do meu marido…. ela tem uma bacia há 55 anos, um livro de receitas há 59 anos, uma boneca que guarda há 60 anos, uma régua de madeira que usou no primário há 60 anos…

Os dois são um exemplo pra mim de como dar valor e cuidar das pequenas coisas, mesmo que pareçam banais. De que não precisamos sair comprando e substituindo todas as coisas que temos, só para estar na moda.

– Yuka –

Minimalismo

A vida sem carro (e com 2 filhas)

sem carro

Para uma família de classe média que mora em São Paulo e que tem 2 filhas, não ter um carro pode ser um ponto fora da curva.

Antes mesmo de eu ser mãe, muitas pessoas estranhavam o fato de não ter um carro.

Quando fiquei grávida da minha primeira filha, me perguntavam: “agora vocês vão comprar um carro, nééé?” E lembro de ter respondido que eu compraria sim, se sentisse necessidade. E a vida prosseguiu sem sentirmos essa necessidade de ter um carro.

Logo depois, engravidei de novo. E de novo, ouvia o mesmo tipo de comentário: “um filho até que vai, mas com dois, vocês PRECISAM ter um carro!”

Então decidi mostrar um pouco neste post, como é a nossa rotina e logística sem carro:

1.) more perto de metrô

A escolha de morar em um apartamento perto de metrô (a menos de 100 metros) foi fundamental para que eu continuasse sem carro. O aluguel é mais caro? Sim, mas sai mais barato do que manter um carro.

2.) programe as atividades pela proximidade do metrô 

Todas as atividades principais da família são programadas pela proximidade do metrô. A creche fica a 3 estações, a casa da minha mãe fica a 2 estações, o meu trabalho é praticamente grudado no metrô, o pediatra fica a algumas estações etc.

3.) tenha supermercados por perto

Como isso é importante! Perto de casa há 3 supermercados (um grande e dois mini-mercados) e isso faz muita diferença na praticidade do dia-a-dia.

4.) tenha farmácia por perto

É muito importante ter farmácias por perto principalmente quando se tem criança pequena. Há uma farmácia de bairro a 1 quadra de casa e uma farmácia 24 horas a 3 quadras de distância.

5.) faça compras grandes pela internet 

Eu faço todas as compras grandes (e pesadas) pela internet: pacotes de fraldas, móveis, eletroportáteis, etc. Se uma determinada loja não tiver vendas online, eu vou até a loja de metrô/ônibus e volto de táxi.

6.) agende médicos pela proximidade de sua casa

Médicos, pediatras e exames laboratoriais: escolho pela localização do consultório/laboratório. Em dias de chuvas fortes, até pego um táxi, mas acaba não custando mais que 10 reais.

7.) organize passeios com antecedência 

Quando vamos passear, costumamos ir de metrô até o mais próximo possível do lugar e o restante do percurso pegamos táxi. Carregamos na mochila as fraldas, roupa extra, etc. Assim ficamos com as duas mãos livres para sair correndo atrás das crianças. Temos sempre um plano A e um plano B, se fizer sol, vamos para tal lugar, se chover, vamos para outro lugar. Assim, não nos frustramos com as condições climáticas.

8.) more perto do trabalho 

Meu marido vai de bike; e eu, de metrô. Nos 30 minutos que estou dentro do vagão, aproveito para ler livros e estudar.

9.) planeje viagens com antecedência 

Minha sogra mora bem longe de São Paulo e podemos ir de ônibus (10 horas de viagem) ou de avião (1 hora de viagem). Como sempre pesquiso voos promocionais com antecedência, acabo pagando quase o mesmo valor da passagem de ônibus.

É isso.

Acho que já devo ter comentado em algum post que eu já tive carro há mais de 10 anos e que ‘comia’ uma boa parte do orçamento. Quando fiquei sem carro, foi muito-muito-muito difícil pra mim. Foi árduo esperar no ponto de ônibus embaixo de sol e de chuva, sentia muito cansaço no sobe e desce do ônibus, ter que andar quarteirões, me equilibrar no ônibus e no metrô com uma bolsa grande, mas tudo é uma questão de costume. E hoje eu já me acostumei. Tenho a plena consciência de que não ter carro é o que me permite continuar investindo todos os meses, além de possibilitar horas de leitura dos meus livros preferidos.

– Yuka –

Minimalismo

Dicas para ter um guarda-roupa minimalista

armario capsula
Fonte: Pinterest

Desde 2013, meu guarda-roupa tem se tornado cada vez mais enxuto (apesar dos meus amigos e colegas acharem que tenho um guarda-roupa abarrotado de roupas).

Por isso irei compartilhar aqui as dicas que eu uso para manter meu guarda-roupa em ordem e o mais importante, somente com o essencial:

1.) CORES DIFERENTES

roupas coloridas
Fonte: Shutterstock

Para quem quer um guarda-roupa enxuto, uma dica muito importante é não ter roupas com cores repetidas. As pessoas geralmente não percebem muito a modelagem da blusa (se é uma blusa preta com manga longa, uma blusa preta com manga 3/4, uma blusa preta de manga curta, uma regata preta etc), mas reparam muito nas cores.

2.) ROUPAS DE QUALIDADE e CONFORTO x MODA FAST FASHION

roupas

Gosto de separar a qualidade das roupas que uso nestas duas categorias. Gasto em roupas de qualidade como peças bem estruturadas como blazer, uma jaqueta de couro, um casaco de inverno de boa qualidade, calças de corte alfaiataria etc. Escolho peças que são bem cuidadas por dentro, bem costuradas, alinhadas e costuras bem miudinhas e reforçadas. São peças de maior qualidade e muitas vezes mais caras, mas que duram por muito mais tempo.

Já as blusinhas, regatas e camisetas eu compro em lojas de fast fashion, que são bem mais baratas. Geralmente não compro blusas estampadas, prefiro as lisas.

3.) PEÇAS CURINGAS

Algumas peças são essenciais para fazer novas variações com peças mais básicas: vestido, saia colorida, saia preta, camisa branca, regata preta, jaqueta preta, blazer de corte clássico, calça jeans, calça branca, um sapato scarpin, etc.

4.) CRIATIVIDADE

Aqui a criatividade rola solta. Eu uso vestido como saia, camisa aberta com blusa por dentro, camisa com regata por cima, e assim vou multiplicando o meu guarda-roupa (por isso as pessoas acham que eu tenho muita roupa). Aqui tem 2 posts que exemplifico isso: camisa branca e saia amarela.

5.) ACESSÓRIOS

DIY porta joias 10

Eu não uso joias, por isso compro bijuterias baratas.

6.) SAPATOS

Tenho poucos sapatos como já mencionei neste post. Uso a mesma regra das cores em relação aos sapatos e evito ter sapatos com cores parecidas.

7.) BOLSAS

Tenho 2 bolsas e 1 mochila: uma bolsa para trabalho, uma bolsa lateral para passeio e 1 mochila. É o suficiente para mim.

8.) MAQUIAGEM

fullsizerender

Aqui neste post conto as maquiagens que possuo, e que ainda estou no processo de redução. Mas já não tenho mais 10 a 20 batons, três têm sido suficientes. Não tenho mais 3 blushes, uma é suficiente. E assim vou descobrindo o que é essencial para mim.

~ Yuka ~

Minimalismo

Desfrute sem possuir

desfrute

Dando continuidade ao post anterior que tinha como título a frase budista:

“não é mais rico quem tem mais, mas quem precisa de menos”

Atualmente, temos diversas possibilidades de desfrutar bens e serviços sem a necessidade de comprar com a finalidade de ter. Nesta última década, surgiram tantos serviços e produtos novos, que hoje podemos ter benefícios de utiliza-los, mesmo não tendo a posse.

O ato de desfrutar sem possuir também pode ser chamado de economia compartilhada, segundo o site Consumo Colaborativo:

quando o consumidor paga pelo benefício do produto e não pelo produto em si. Tem como base o princípio de que aquilo que precisamos não é um CD e sim a música que toca nele, o que precisamos é um buraco na parede e não uma furadeira, e se aplica a praticamente qualquer bem.”

São os tempos modernos: a possibilidade de viver sem ter, e mesmo assim, manter o mesmo estilo de vida.

Alguns exemplos:

MORADIA

Precisamos de um lugar para morar, e não de uma casa. Podemos morar de aluguel em uma casa de 1 dormitório e nos mudar para uma casa maior quando a família aumentar/mudar de emprego. E quando as crianças crescerem e saírem de casa, podemos novamente morar em uma casa menor. Não há preocupação se o bairro desvalorizar, se o emprego mudar de endereço, se o vizinho for barulhento.

TRANSPORTE

O principal objetivo do transporte é levar uma pessoa de um lugar até o outro. Para isso, não precisamos ter um carro. Podemos ir de metrô, ônibus, táxi, Uber, bicicleta, carro alugado, etc. Não ter carro significa não ter que se preocupar com furto, IPVA, seguro, gasolina, estacionamento, lavagem do carro, troca do óleo, manutenção, etc.

LIVROS

Queremos ler o conteúdo do livro, e não ter o livro. Podemos solicitar empréstimo de livros em Bibliotecas, ou ter a versão online do livro (e-books), eliminando preocupações em relação a espaço para armazenamento e acúmulo de poeira.

MÚSICA

O que queremos é ouvir a música. Aproveite serviços de streaming como o Spotify.

ROUPA DE FESTA

Se há um casamento/festa para ir, há opções para alugar terno ou vestido. Com isso acaba-se a preocupação da roupa repetida e se a roupa ainda serve no corpo.

DVDs

Assista filmes utilizando serviços de streaming como a Netflix.

HD Externo

Se você utiliza um HD externo para fazer backup de fotos, seus problemas acabaram. Utilize o Google Fotos. É gratuito. É ilimitado.

Papéis, comprovantes, notas fiscais e manuais

Ao invés de guardar notas fiscais, boletos, documentos em papel, receitas culinárias em cadernos, armazene tudo no Evernote. Acesse de qualquer lugar: no notebook, no tablet ou celular.

Furadeira, escada e itens de uso esporádico

Como diz o site Consumo Colaborativo, precisamos de um furo e não de uma furadeira. Podemos pegar emprestado do vizinho ou até mesmo utilizar aplicativos como o Tem Açúcar que incentiva o empréstimo de objetos entre os vizinhos.

Hospedagem

Por que alugar um quarto pequeno de hotel se podemos alugar uma casa inteira pelo mesmo preço no HouseTrip ou Airbnb?

Esses são apenas alguns dos exemplos que eu lembrei e utilizo. Ainda deve haver diversas iniciativas desconhecidas por mim.

Essas pequenas/grandes atitudes nos permite mudar de bairro, mudar o tamanho da casa conforme a necessidade, até mudar de cidade ou país. Permite economizar espaço, dinheiro e recursos naturais. E finalmente, nos permite ter liberdade por não precisar ter preocupações.

Se vocês souberem de outras formas de desfrutar sem possuir, compartilhe nos comentários!

~ Yuka ~

Minimalismo

O caminho de volta

caminho

Semana passada, a leitora Cláudia me mandou um texto maravilhoso da Téta Barbosa Noblat, publicado em 2011 no Jornal O Globo, e eu não podia deixar de compartilhar aqui esse texto que se resume muito a essência do que discutimos neste blog.

Boa leitura:

O caminho de volta – por Téta Barbosa Noblat

Já estou voltando. Só tenho 37 anos e já estou fazendo o caminho de volta.

Até o ano passado eu ainda estava indo. Indo morar no apartamento mais alto do prédio mais alto do bairro mais nobre. Indo comprar o carro do ano, a bolsa de marca, a roupa da moda. Claro que para isso, durante o caminho de ida, eu fazia hora extra, fazia serão, fazia dos fins de semana eternas segundas-feiras.

Até que um dia, meu filho quase chamou a babá de mãe!

Mas, com quase 40 eu estava chegando lá.

Onde mesmo?

No que ninguém conseguiu responder, eu imaginei que quando chegasse lá ia ter uma placa com a palavra “fim”. Antes dela, avistei a placa de “retorno” e nela mesmo dei meia volta.

Comprei uma casa no campo (maneira chique de falar, mas ela é no meio do mato mesmo.) É longe que só a gota serena. Longe do prédio mais alto, do bairro mais chique, do carro mais novo, da hora extra, da babá quase mãe.

Agora tenho menos dinheiro e mais filho. Menos marca e mais tempo.

E num é que meus pais (que quando eu morava no bairro nobre me visitaram 4 vezes em quatro anos) agora vêm pra cá todo fim de semana? E meu filho anda de bicicleta e eu rego as plantas e meu marido descobriu que gosta de cozinhar (principalmente quando os ingredientes vêm da horta que ele mesmo plantou).

Por aqui, quando chove a internet não chega. Fico torcendo que chova, porque é quando meu filho, espontaneamente (por falta do que fazer mesmo) abre um livro e, pasmem, lê. E no que alguém diz “a internet voltou!” já é tarde demais porque o livro já está melhor que o Facebook , o Twitter e o Orkut juntos.

Aqui se chama “aldeia” e tal qual uma aldeia indígena, vira e mexe eu faço a dança da chuva, o chá com a planta, a rede de cama.

No São João, assamos milho na fogueira. Nos domingos converso com os vizinhos. Nas segundas vou trabalhar contando as horas para voltar.

Aí eu lembro da placa “retorno” e acho que nela deveria ter um subtítulo que diz assim: “Retorno – última chance de você salvar sua vida!”

Você provavelmente ainda está indo. Não é culpa sua. É culpa do comercial que disse: “compre um e leve dois”.

Nós, da banda de cá, esperamos sua visita. Porque sim, mais dia menos dia, você também vai querer fazer o caminho de volta.

(Escrito por Téta Barbosa Noblat)

~ Yuka ~

Minimalismo

A liberdade de uma vida minimalista

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Esse blog teve início com o subtítulo “para ter mais tempo para o essencial” e realmente foi isso que aconteceu ao longo destes últimos 4 anos. O minimalismo trouxe uma busca maior pelo que era essencial na minha vida.

A etapa inicial do minimalismo foi muito importante para alcançar o caminho que estou trilhando hoje. Foi descobrindo o que era essencial que eu finalmente pude focar no que realmente era importante na minha vida e eliminar o que não era.

Isso inclui coisas, pessoas e mentalidade.

Eu descobri que um dos maiores benefícios que o minimalismo trouxe para a minha vida foi a liberdade:

  • a liberdade de não precisar ser igual a todo mundo, como seguir o estilo de vida minimalista.
  • liberdade de não seguir o consumismo imposto pela sociedade, como não ter carro, não ter apartamento próprio, não ter joias, não aderir ao fast fashion etc.
  • A liberdade de ter mais tempo para o que é realmente importante como consequência de ter parado de assistir televisão, acessar Facebook, frequentar shoppings, etc.
  • E chegará o dia em que terei liberdade para sair do meu emprego, quando tiver alcançado a liberdade financeira (quando os rendimentos obtidos por meio de investimentos forem capaz de pagar o meu estilo de vida).

Em diversos posts eu escrevi que ao destralhar objetos, ganhamos tempo – o bem mais precioso que temos, pois ao comprarmos somente o essencial, não perdemos tempo procurando algo para comprar, economizamos dinheiro não comprando algo desnecessário, economizamos recursos naturais como o uso desnecessário da água, economizamos espaço em casa e consequentemente podemos morar em uma casa menor (o que resulta novamente em economia de dinheiro), economizamos tempo por não precisar tirar poeira, organizar, fazer manutenção etc. Evitamos desta forma o círculo vicioso do consumismo e entramos em um círculo virtuoso.

Círculo vicioso

Sobrando mais tempo de vida, passamos a prestar atenção nas coisas ao nosso redor. Temos mais tempo para cozinhar, para ler, para conversar com pessoas queridas, temos mais tempo para pensar e refletir novas perspectivas de vida.

Círculo virtuoso

E para acompanhar essa transformação, o subtítulo do blog foi alterado para acompanhar esta nova etapa: “Viver sem pressa: alcançando a liberdade com o minimalismo”.

A vida é uma jornada. Ela não nos leva a um destino exatamente, e sim à uma transformação. ~ Filme Para salvar uma vida ~

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Minimalismo: um exercício para o autoconhecimento

autoconhecimento

Desde que passei a aderir o estilo de vida minimalista, sabia que algo estava fora da curva, alguma coisa martelava na minha cabeça, mas não sabia exatamente o que era.

Aos poucos, percebi que o que me incomodava era o consumismo em excesso que estava à minha volta.

Comecei a desapegar de várias coisas, desde roupas, sapatos, bolsas, objetos de casa, eletrônicos, produtos de beleza, maquiagem… e junto com o desapego, a alma foi ficando cada vez mais leve.

Em contrapartida, passei a perceber como as pessoas ao meu redor davam mais valor para a roupa que eu estava vestindo do que o que eu tinha a dizer. Pessoas entravam na minha casa desapontadas por eu não morar em um apartamento adequado para a minha idade ou meu cargo público, ou quando descobriam que eu não tinha carro, nem apartamento próprio, por preferir utilizar o transporte público e morar de aluguel por sentir-me mais livre.

Foi através dos olhares curiosos das pessoas que eu constatei o que já sabia: de como o mundo é movido pelo consumismo e ostentação. Trabalhamos para produzir, trabalhamos para consumir, consumimos para mostrar aos outros, e tudo gira em torno do excesso.

A moda agora é ostentar a felicidade no Facebook e Instagram, estar sempre com a roupa do momento, roupas descartáveis que duram apenas 1 estação; alimentos industrializados, fáceis de serem comprados e absorvidos pelo nosso organismo, fazendo com que depois de 2 horas já estejamos com fome novamente. Eletrodomésticos e eletroportáteis que propositalmente duram 3, 5 anos com a obsolescência programada.

Olhe ao seu redor. Você é realmente autêntico? Ou está seguindo a manada?

Será que o fato de querer um apartamento é um sonho seu? Ou um sonho que foi construído para ser seu?

Ser funcionário público traz estabilidade? Ou nos aprisiona pelo medo de trocar de emprego?

Veja as propagandas de carro. Brasileiro é louco por carros? Ou é louco por status?

Desconstruir uma teoria é muito mais difícil do que imaginamos.

O minimalismo tem me trazido esse senso crítico.

Ao não comparar a minha vida, minha roupa, meu salário, meu estilo de vida com a dos outros, comecei a descobrir o que de fato me faz feliz. E essas teorias pré-concebidas foram sendo derrubadas uma por uma.

E desde então, o minimalismo tem sido um grande aliado para o meu autoconhecimento.

~ Yuka ~

Minimalismo

Minha vida frugal, de volta ao passado…

vida frugal

Às vezes, tenho a sensação de que nasci na época errada. Às vezes, tenho a sensação de que estou voltando ao passado.

Enquanto muitas famílias pedem comida fast-food na sexta-feira à noite, aqui em casa geralmente rola uma comida caseira, como um hambúrguer caseiro com batatas fritas rústicas.

A minha casa tem sempre cheirinho de comida. Cheiro de pão caseiro saindo do forno, um bolo fofinho, uma assadeira cheia de suspiros…

O forno funciona praticamente todos os dias: são cookies, brownies, bolos, batatas recheadas, tomate confit, castanhas e amendoins torrados, sempre tem alguma coisa no forno, e na porta do forno, um pano de prato úmido para aproveitar o calor.

Faço o meu próprio iogurte grego, a granola, pão, molho de tomate, caldo de galinha, biscoito, bolo…

Faço sabão em barra, produtos de limpeza, costuro e sei fazer pequenos consertos.

Faço comida todos os dias e ainda levo marmita ao trabalho.

Estou tentando produzir meus próprios queijos.

Se tenho um tempo sobrando, faço massas de cookies para deixar congelado. Assim, quando recebo visitas, geralmente elas são mimadas com uma fornada de cookies quentinhos.

É como se eu voltasse a viver os tempos dos avós.

Para muitas pessoas, devo viver uma vida sem graça.

Para mim, vivo tentando desacelerar e descobrir as pequenas alegrias do dia a dia.

E querem saber? É uma delícia viver assim.

– Yuka –

Auto-Conhecimento

Significado do luxo nos tempos atuais

Há alguns anos, eu achava que luxo era ter coisas caras.

Hoje tenho certeza que luxo é ter liberdade para fazer escolhas.

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ANTES – meu conceito do significado da palavra “luxo” (foto retirada daqui)

luxo depois
DEPOIS – meu conceito do significado da palavra “luxo” (foto retirada daqui)

 

Hoje, pra mim, o luxo-supremo é ter tempo. E percebi os meus pequenos luxos da licença-maternidade:

– poder passear durante a semana em horário comercial

– dormir até mais tarde

– não precisar sair de casa em dias de chuva e frio

– usar moletom

– cochilar depois do almoço sentindo o cheirinho do cabelo da minha bebê

– não precisar pegar metrô em horário de pico

– assistir um seriado, comendo pipoca, em plena segunda-feira à noite

– ter tempo para puxar conversa com a moça do caixa do supermercado, da farmácia e com os moradores do prédio

– cozinhar com calma

– ter tempo pra pensar na vida

É ou não é um luxo?

Parece bobeira, mas são pequenas ações, que geralmente não consigo fazer por falta de tempo.

Incrível como a idade e a experiência faz a gente mudar os conceitos que temos sobre certos assuntos.

O tempo tem uma forma maravilhosa de nos mostrar o que realmente importa. – Caio Fernando Abreu

– Yuka –

Minimalismo

A liberdade de ser simples

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Talvez a primeira coisa em que uma pessoa perceba simplicidade na outra, seria o jeito de se vestir?

Deixa eu contar pra vocês o que aconteceu comigo nesse fim de semana. Meu marido tem o olho muito sensível à luz, e estávamos procurando um óculos escuros. Procuramos em algumas lojas de rua e como não encontramos o modelo que ele queria, fomos ao shopping – o santuário do consumismo.

Encontramos o óculos que ele queria, compramos e quando estávamos saindo da loja, o vendedor perguntou: “vocês são daqui de São Paulo?”. Respondemos que sim, e fomos embora. Bom, eu não sou de São Paulo, mas vivemos nesta cidade há 14 anos.

Só que já na rua, começamos a conversar sobre a pergunta feita, de que não somos de São Paulo. E meu marido brincou dizendo “não, somos do sítio”. E começamos a dar muita risada, porque olhando para a nossa roupa, realmente estávamos fora do “padrão”.

Como era horário de almoço, em dia de semana, a maioria das pessoas estavam vestidas de camisa social, calça social e sapato (no caso dos homens) e calça social e sapato alto (no caso das mulheres).

Eu estava com uma blusa larga (para facilitar a amamentação), minha calça legging de grávida (porque as minhas calças ainda não servem em mim), sapatilha de pano (de quando meus pés estavam inchados), e estava segurando minha filha recém-nascida envolta numa manta.

Meu marido estava com uma camisa xadrez de manga curta, bermuda e tênis all-star. E uma mochila para carregar as principais coisas da nossa filha, como fraldas, trocador, uma muda de roupa extra, etc.

Ou seja, por não estarmos vestidos da forma que o vendedor julgava “ser da capital”, ele interpretou de que nós éramos do interior.

Isso na verdade, acabou sendo um elogio para nós.

Há alguns anos, tanto eu como meu marido comprávamos roupas muito caras para o nosso salário. Eu comprava muitas maquiagens importadas, sapatos e bolsas. E chegar no nível que chegamos atualmente, de nos vestirmos confortavelmente sem nos importar com a opinião alheia (e com a moda atual), foi uma vitória para nós.

E percebemos como podemos ser livres.

De como a simples decisão de nos tornar minimalistas, trouxe liberdade para nós.

Como dizia Leonardo da Vinci, a simplicidade é o último grau de sofisticação.

~ Yuka ~

Minimalismo

O minimalismo é a ponta do iceberg para ter uma vida mais consciente

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Há 4 anos descobri o minimalismo. E desde então tenho tentado levar uma vida mais leve e simples. E com a introdução do minimalismo na minha vida, vieram todos os outros comportamentos que carrego hoje.

Primeira lição: aprender a desapegar das coisas.

Segunda lição: aprender a desapegar de pessoas negativas.

Terceira lição: viver com menos.

Quarta lição: ter o conhecimento da minha suficiência (quantidade que basta para algo) e parar de comparar com as outras pessoas.

Quinta lição: o consumo consciente.

Sexta lição: a importância da sustentabilidade.

Levar um estilo de vida minimalista possibilitou com que eu me conhecesse melhor. Por isso acredito que ainda irei descobrir a sétima, oitava, nona lição, mas por enquanto estou nesta sexta. 🙂

~ Yuka ~

Minimalismo

Minimalismo como estilo de vida

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Já se passaram pelo menos 3 anos desde que passei a ter um estilo de vida minimalista. E desde então, percebo uma evolução no meu modo de viver e de pensar. Basicamente passei por estas fases abaixo, nesta ordem:

DESTRALHAR OBJETOS:

Tudo se iniciou com a arrumação mais complexa da casa. Comecei a entender que cada objeto deveria ter a sua “casa”, só assim para conseguir manter a ordem. O molho de chave deveria ficar perto da porta, a sapateira deveria ficar na entrada do apartamento, cada sapato deveria ter o seu espaço reservado e não um sobre o outro, etc. Analisei o meu comportamento para me auxiliar na arrumação (se a minha bolsa ficava no chão ao lado do sofá, deveria ter um cesto para acomoda-la melhor). Passei a destralhar roupas, sapatos, bolsas, livros, pequenos objetos, maquiagemperfumes, esmaltes e decidi que não iria mais acumular itens desnecessariamente. Aprendi a recusar brindes, aprendi a doar presentes que não são do meu agrado e a ser menos materialista. Os objetos começaram a reduzir e com isso as tarefas de casa também. Menos móveis = menos poeira = mais fácil de limpar.

TELEVISÃO: 

A internet ajudou muito, e com isso passei a assistir cada vez menos televisão. Hoje, a televisão só é ligada para assistir filmes e seriados. Não assistir televisão me fez ganhar tempo (principalmente por causa dos intervalos comerciais) e percebi que os desejos e a vontade de comprar também diminuíram, muito provavelmente por causa das propagandas e comerciais que não assistia.

CONSUMO:

Passei a avaliar melhor o meu consumo. Passei a não ter tanta dó de gastar dinheiro em itens que julgava ser de qualidade. A durabilidade dos itens começou a aumentar.

MODA:

Deve ser por conta da idade, mas não ligo muito mais para a moda do momento. Prefiro roupas com caimento bom e que combinem com o meu estilo. Compro hoje roupas melhores, um pouco mais caras, mas que possuem durabilidade maior.

PESSOAS:

Já não ligo muito para a opinião das pessoas. E decidi que vou gostar das pessoas que gostam de mim. Não tento agradar pessoas que não gostam de mim, e não gasto meu tempo com pessoas tóxicas.

PLANEJAMENTO:

Como o tempo começou a sobrar (não saindo com pessoas tóxicas, não tirando poeira de móveis que não existiam mais, não perdendo tempo procurando coisas pra comprar etc) passei a fazer planejamento do que eu queria fazer daqui a 1 ano, daqui a 3 anos, 5 anos, 20 anos e 30 anos. Parece ser difícil, mas é muito gostoso planejar. Com o planejamento em mãos, soube qual seria o próximo passo que teria que dar para alcançar o meu planejamento.

ALIMENTAÇÃO:

A alimentação também melhorou. Organizei a despensa e a geladeira, e com isso passei a jogar menos comida no lixo. A alimentação da família mudou. De comidas enlatadas passei para a comida caseira. Frutas e legumes não faltam na geladeira e comecei a incluir alguns alimentos orgânicos.

SUSTENTABILIDADE:

A composteira não deu certo, mas hoje separamos lixo para reciclar, reutilizamos vários produtos ao invés de comprar itens novos, consertamos para utilizar por mais tempo, e também passamos a comprar alguns itens de segunda mão.

FINANÇAS:

Como já era de se esperar, a economia foi grande. Economizamos evitando o desperdício de alimentos, nas roupas que comprávamos a cada estação, nos lançamentos de alguns produtos, presentes de aniversário de pessoas que nem tínhamos tanto amizade, TV a cabo, etc. Hoje, poupamos mais de 50% do nosso salário.
PRIORIZAR: 

Começamos a priorizar algumas coisas, como momentos em família, conforto, lazer, experiências novas, não trabalhar mais que 8 horas por dia (focar durante o expediente de trabalho para não precisar fazer hora extra), dormir mais cedo, etc.

SIMPLIFICAR:

Ao invés de comprar qualquer produto pela marca por achar que valia o preço, passei a analisar de forma mais consciente a origem dos produtos, onde é fabricado, o preço e a durabilidade. As receitas culinárias ficaram mais simples para ganhar tempo, as roupas ficaram mais simples, os móveis da casa possuem linhas retas e simples, cores simples.

Ainda há muito caminho para percorrer. Todo esse percurso é um caminho sem volta e um processo contínuo.

Mas tenho reparado que quem se encanta com o estilo minimalista, dificilmente volta a ser o que era. Hoje sou uma pessoa mais consciente, com opiniões mais fortes. Uma pessoa completamente diferente de 3 anos atrás.

~ Yuka ~

Minimalismo

Como eu me tornei minimalista

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Hoje o post é um pouco diferente.

A Bárbara, do blog Meu Diário Minimalista, me convidou para responder algumas perguntas sobre como iniciei a trajetória do minimalismo. Abaixo coloquei as minhas respostas.

 

1. Primeiro, como resolvi me tornar “minimalista”?

Acho que a primeira vez que comecei de fato a prestar atenção sobre o conceito minimalista foi através do blog da Rita, o The Busy Woman and the Stripy Cats. Sabe quando você lê um texto e se identifica demais com o conceito? Então, tive isso quando li o post sobre Minimalismo e Frugalidade. Esta frase dela, definiu muito bem o meu sentimento na época que perdura até hoje:

“Ser minimalista não é uma necessidade imposta pela crise, pelos cortes orçamentais, pelo governo.
Ser minimalista é uma escolha. Uma escolha que perdura antes, durante e depois da crise.”
A partir daí, só me aprofundei no tema e comecei a colocar em prática no que eu acreditava.

2. Porque senti necessidade de mudar minha vida?

Há 5 anos, quando comecei a namorar o meu marido, tudo começou a fazer sentido. Comecei a descobrir o que era mais importante para mim, e definitivamente não era os bens de consumo. Com o tempo, esse sentimento foi acentuando e começamos a perder interesse nas compras, nos shoppings, troca de presentes em períodos festivos como Natal, Dia dos namorados etc. Ao mesmo tempo, outros sentimentos começaram a aflorar, como a vontade de estarmos mais juntos. E percebemos que para estarmos felizes, não precisávamos abrir a carteira todas as vezes. A mudança veio aos poucos, foi como uma descoberta de um novo eu.

3. Por onde comecei?

Acho que o início é sempre pelo guarda-roupa, né? Comecei descartando roupas que não tinham mais sentido pra mim, depois sapatos, maquiagens, esmaltes, objetos da cozinha, papéis, e quando percebi já estava pronta para me desfazer de alguns dos sentimentos, de opor ao consumo excessivo, ser mais consciente dos próprios atos, etc que eu considero o ponto alto do minimalismo. E a consequência disso tudo é ter mais tempo para fazer o que mais gostamos. Como diz a Rita, “o principal motivo para uma pessoa se tornar minimalista é a felicidade. Ter mais tempo para si, para o que lhe dá prazer, para estar com os seus, até para trabalhar na sua paixão. ” Perfeito!

4. Quanto tempo levou até que percebi a mudança de hábito?

A mudança de hábito ainda é um exercício diário. Por isso eu sempre digo que eu tento ser uma pessoa minimalista, mas não sei se posso dizer que sou uma minimalista. Gosto de ler bastante e tentar aplicar alguns conceitos no meu dia-a-dia. Ando descobrindo que ter tempo para pensar é um combustível para ter novas ideias e pensamentos há muito tempo adormecidos. Atualmente, meu foco está no meu pensar.

5. Você implementou outras mudanças em sua vida?
Com o minimalismo, vieram alguns questionamentos que nunca havia feito: “Preciso trabalhar 8 horas por dia mesmo?”, “Quanto preciso para viver?”, “O que eu preciso para ser mais feliz?”, “Quem são as pessoas mais importantes da minha vida?”, “O que posso fazer para fazer diferença na vida de alguém?”. São respostas que ainda estou respondendo e amadurecendo ideias.

6. Por fim, de todo esse processo, o que foi mais importante para você?
Pra mim, foi o auto-conhecimento. O lema dos minimalistas “identifique o essencial, livre-se do restante” nos obriga a pensar, ao invés de deixar tudo no piloto automático. Mais importante do que saber o que você quer para sua vida, é saber o que você não quer para sua vida. Hoje sei exatamente as coisas que quero e as coisas que não quero para minha vida. É um eterno aprendizado.

Agora gostaria de convidar a Elaine do Simplicidade Diária e a Inês do Minimal para responderem a TAG.

~ Yuka ~

Minimalismo

Buscando a simplicidade

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Durante muito tempo acreditei que pessoas bem sucedidas eram aquelas que ganhavam muito dinheiro e possuíam inúmeros bens como carros, apartamentos enormes, empregos rentáveis, poder, status, reconhecimento…

Só que há alguns anos, cansei de mostrar o que não sou. Ser para os outros, o que eu não queria me tornar. E aos poucos fui simplificando minha vida: joguei fora objetos, joguei fora alguns sentimentos e joguei fora algumas pessoas. Ao mesmo tempo que eu ia me livrando daquele peso todo que eram os excessos da minha vida, fui percebendo que o nó da minha vida também se desatava.

A palavra ‘simplicidade’, de um modo geral, significa ausência de excessos e extravagâncias na ordem material, social ou psicológica.

Ao aprender a desapegar das coisas, fui descobrindo de que não preciso, nem devo me comparar com os outros. O que traz felicidade para um, não necessariamente traz felicidade para mim. O que traz felicidade para mim, pode ser uma bobagem para o outro.

E passei a admirar as pessoas que conseguem ir no sentido contrário que o mundo inteiro vai: de que consumir é bacana, de que ter muitos bens é sinal de sucesso. Admiro pessoas que ao invés de ter coisas, preferem ter momentos. Ao invés de ostentar as coisas que tem, compartilham experiências. Ao invés de excessos, preferem a simplicidade.

Hoje, esforço para me tornar a pessoa que eu quero me tornar, e não o que as pessoas querem que eu me torne.

E posso dizer que cada passo que tenho percorrido por esse caminho, tem valido muito a pena.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

A difícil tarefa de dizer: “não quero ouvir isso”

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Por muitas vezes, durante muitos anos, talvez durante a vida inteira, eu sempre ouvi o que as pessoas tinham para me contar, mesmo se isso me fizesse mal.

Uma fofoca cá, uma maldade aqui, uma inveja ali, um desabafo acolá.

Às vezes as pessoas ao desabafar alguma coisa, despejam os problemas em cima da gente e depois quem tem que carregar aquele fardo somos nós.

Ouvir alguém falar sobre outra pessoa, com a nítida sensação de que é pura inveja é uma sensação muito pesada para mim e me custa ouvir, pois aquilo me dói. Dói porque começo a fazer julgamentos ou da pessoa que está falando mal, ou da pessoa que está sendo falada.

E ao perceber o mal que me fazia, aprendi a dizer “não, não quero ouvir isso”.

Quando percebo que alguém começa a falar sobre um assunto (geralmente sobre outra pessoa) que vai me fazer mal, falo com jeitinho, mas firme a ponto de não precisar falar 2 vezes: “por enquanto acho melhor eu não saber notícias sobre isso porque da última vez que conversamos fiquei muito nervosa e estou querendo me poupar de qualquer nervosismo para não alimentar raiva em relação a esse assunto”. Pronto. Recado dado. Geralmente a pessoa pede desculpas.

Se é difícil de fazer isso? Ô se é! Mas é só no começo. Depois a gente se acostuma a se poupar, pois a gente aprende a respeitar os próprios limites e sentimentos.

O minimalismo não é apenas o desapego de objetos. É também o desapego de emoções que nos fazem mal, com o intuito de encontrar paz, simplicidade, amor, liberdade e respeito.

~ Yuka ~

Minimalismo

Simplicidade nas festas

Fiz meu casamento íntimo (mini-wedding) com cerca de 30 convidados e foi simplesmente inesquecível.

A minha opinião é que quando optamos por fazer encontros menores, festas pequenas, comemorações simples, temos a sensação de que aproveitamos melhor os momentos e principalmente as PESSOAS. Ao invés de conversar com 100 pessoas, conversamos mais intensamente com as 30. E guardamos as lembranças de uma forma mais viva.

Frequento festas de crianças como a do meu sobrinho e dos filhos dos meus amigos. São festas grandes, com 100, 200 pessoas. A criança ganha tanto presente que nem sabe de quem ganhou. São tantos brinquedos que nem dá valor ao que tem.

E apesar de ainda não termos filhos, eu e meu marido já decidimos que festa para os filhos, seria em casa e não em um salão de festas. Convidaríamos uns 5 amigos mais próximos da criança, chamaríamos nossos pais e pronto.

E por pensar desta forma, quando vi o blog da Charla Anne (indicado pela minha amiga Sandra), vi que festas simples podem e devem acontecer.

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Lindo, né? Visitem também o blog, eles têm uma família linda!

Todas as fotos foram retiradas daqui.

~ Yuka ~

Minimalismo

Vida minimalista

minimalista

Percebo que muitas pessoas confundem “viver de forma minimalista” com “viver de forma modesta”.

Ser minimalista não significa parar de gastar dinheiro ou viver com pouco.

A ideia não é mudar radicalmente o estilo de vida, não é ter menos coisas, viver sem televisão, sem carro, deixar de viajar, não comprar roupas (claro que tem pessoas que fazem isso).

Eu não sou minimalista-radical, mas simpatizo com o conceito Minimalismo. Não por uma questão financeira, mas por uma questão de escolhas.

Tudo na nossa vida se resume a escolhas.

Ser minimalista é adquirir coisas que são essenciais para você. E ao fazer essas escolhas, você repensa o que é essencial, que é a felicidade. Você decide se quer navegar na internet durante 30 minutos ou conversar com seu marido durante os mesmos 30 minutos enquanto toma um café da tarde. Você decide se quer morar em uma casa grande ou morar em uma casa menor que atenda as suas necessidades.

Quando a vontade de ser minimalista prevalece, torna-se superficial ter uma sapateira abarrotada de sapatos, se usamos apenas em média de 5 a 6 pares do que temos. Ou seja, eliminamos todos os sapatos que não usamos e passamos a ter somente os que usamos com freqüência. Com o tempo, aprendemos a não abrir a carteira, se não for necessário.

Vê que poupar dinheiro para um minimalista é uma consquência? E não o motivo principal? O minimalista acaba gastando menos dinheiro porque passa a prestar mais atenção nas suas escolhas, no que te dá mais prazer, e elimina tudo o que não é essencial.

Já li em comentários de blogs minimalistas, de pessoas que julgam os minimalistas que possuem um computador da Apple. Eu não vejo problema algum, pois entendo que ser minimalista não é viver na miséria e com produtos de má qualidade, como muitos interpretam. É comprar produtos que julgamos de qualidade superior, para que a vida útil do computador (ou da roupa, dos móveis, etc.) aumente e evite a necessidade de fazer trocas com freqüência.

~ Yuka ~

Minimalismo

Vantagens de morar em apartamento pequeno

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Os apartamentos lançados nestes últimos 10 anos, possuem como padrão, o espaço reduzido.

Outro dia fui visitar o lançamento de um imóvel e me assustei ao entrar no quarto de casal. Tão apertado, tão estreito, mal cabia um criado-mudo ao lado da cama. O guarda-roupa embutido era tão pequeno que fiquei insegura se as minhas poucas roupas caberiam naquele guarda-roupa.

E pensei… as pessoas que compram esses apartamentos novos e pequenos, acabam por se tornar minimalistas por livre e espontânea pressão, pois não há mais espaço para excessos (a não ser que a pessoa more em uma mansão).

E por coincidência, achei uma reportagem bem bacana da Olivia Caires, na Revista Zap Imóveis que fala sobre diversas vantagens de morar em um apartamento pequeno:

Preço – Com a metragem menor, o valor do imóvel também será menor.

Contas – Com o ambiente menor, economiza-se em contas de energia e água, pois tem menos cômodos.

Imposto – O imposto é calculado proporcionalmente ao tamanho do imóvel, ou seja, imóvel menor, imposto menor.

Aconchego – Favorece a aproximação das pessoas e compartilhamento do espaço.

Menos bagunça – O espaço reduzido faz com que tenhamos apenas o essencial, pois não há espaço para acomodar supérfluos.

~ Yuka ~

Minimalismo

Passo-a-passo para ser minimalista

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Quando decidimos que queremos ser minimalistas, ficamos com a seguinte dúvida: “Por onde começar?”.

O passo-a-passo a seguir, irá descrever os passos que considero importantes: e a importância de reduzir os pertences e eliminar tralhas; a importância de eliminar compromissos e diminuir as atividades diárias para eliminar tralhas comportamentais. Essa fase sim, é a mais difícil, mas a mais compensadora: você ganha em TEMPO. Vamos lá?

1.) O primeiro passo é iniciar destralhando a casa. Destralhe a sua casa, dividindo por cômodos e também por categorias para facilitar. Não tente fazer tudo em um dia. Destralhe uma gaveta por vez, analise com cuidado quais itens são essenciais. Tudo é um processo. No início é bem difícil desfazer dos objetos, mas com o tempo fica mais fácil. Não se apegue aos objetos. Guarde somente itens essenciais. Entenda que tudo o que você vai se desfazer, houve um investimento, um gasto de dinheiro. Conscientize-se que é dinheiro que está indo embora pelo ralo. A próxima vez que você for comprar, analise se não será um item que também irá embora logo.

2.) O segundo passo é reduzir o consumo. Veja quantas coisas foram embora no passo anterior. Compre apenas itens que você sabe que vai ficar por muitos e muitos anos, mesmo que para isso tenha que gastar mais dinheiro. Invista em qualidade e durabilidade dos produtos. Lembre-se do item anterior. Comprar algo sem pensar, faz com que você queira se livrar logo. É dinheiro indo embora pelo ralo.

3.) Aprenda a viver com pouco. Veja os objetos de forma diferente e use de 2 a 3 formas o mesmo objeto. Uma peneira de inox pode ser utilizada como peneira, como escorredor de macarrão, amassar batata para purê e usar como vaporeira de legumes encaixada em uma outra panela. Menos objetos em casa, menos trabalho para limpar.

4.) Não se compare com os outros. Saiba que a grama do vizinho sempre será mais verde. Os outros têm tantos problemas quanto você. Então não olhe em volta para sentir-se insatisfeito. Passe a desfrutar o que possui. Isso diminui inclusive o consumismo.

5.) Não dê importância ao que os outros pensam de você. Pessoas que costumam avaliar outras pessoas pela posse, acharão um fracasso alguém que não tem um carro, não morar em um apartamento grande, não usar roupa da última moda. Ignore-os.

6.) Faça uma análise para descobrir onde você perde o seu tempo. Na internet? Na televisão? Será necessário escolher o que é mais importante. Corte compromissos, responsabilidades, eventos. Não tenha medo de dizer não. A cada não dito, você consegue se focar no que é realmente importante, e assim, ter mais tempo para o que você realmente quer fazer.

7.) Faça uma lista dos seus compromissos mais importantes, como encontros com a família, hobbies, etc. É nestas coisas que você deve se dedicar. Lembre-se: é necessário descobrir o que é essencial para eliminar ou reduzir o resto.

8.) Desacelere para fazer o que é realmente importante para você.

~ Yuka ~

Minimalismo

Afinal, o que é MINIMALISMO?

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Imagem: Ernst Koch / http://www.spirituallifecoach.de

Afinal, o que é ser minimalista?

Levar uma vida minimalista significa dar prioridade ao que é essencial e livrar-se do resto.

Parece simples, né? Mas é um pouco mais complexo do que parece.

Ser minimalista significa rever as atitudes de uma vida inteira em um mundo de excessos. É mudar hábitos, rever conceitos sobre consumo, fazer escolhas conscientes.

Reduzir os pertences é apenas um dos processos do minimalismo. Reduzir objetos da casa começando pelo guarda-roupa, gavetas, cômodos, sapatos, panelas, livros, traz benefícios. Um dos benefícios é a facilidade em administrar seus pertences. Os outros, são: economizar em espaço físico, economizar dinheiro (uma vez que só será comprado objetos que realmente são importantes), e economizar em tempo (para tirar poeira dos objetos, para fazer compras, em procurar objetos perdidos pela casa, etc.).

A próxima fase é destralhar a mente, eliminar distrações, desconectar de algumas pessoas que só nos fazem mal. Considero essa fase, a mais importante e a mais difícil do minimalismo, quando todas as decisões são tomadas de forma consciente. Desde decisões simples como comprar roupas e sapatos, até decisões mais complexas como decidir quais são as prioridades e o que é definido como Essencial.

Lembrando que todas as decisões, implicam em consequências: – recusar o convite para um passeio de uma pessoa que você não é tão íntima, faz ganhar de 3 a 4 horas para fazer coisas mais importantes. – comprar apenas o que é essencial faz com que seja possível concentrar-se na qualidade dos produtos, e não na quantidade. – dizer não a uma tarefa que um colega de trabalho tenta empurrar, faz ser possível focar nas atividades prioritárias e alcançar as metas com mais facilidade. – não ter Facebook implica em ficar de fora de muitas novidades, mas evita-se a comparação com outras pessoas e ter aquela sensação de frustração.

Dei alguns exemplos, mas as possibilidades são infinitas. Seguir uma vida minimalista, faz com que caminhemos em sentido contrário à maioria das pessoas em alguns casos. E muitas vezes somos até questionados por querer ser minimalistas.

Não ter Facebook pode ser insuportável para muitas pessoas. Ou até mesmo não ter um carro, mesmo depois de 30 e poucos anos. E o que diriam se descobrissem que uma pessoa só possui 3 pares de sapatos? Há muitos minimalistas que vivem com pouquíssimos pertences. Outros, não são tão extremistas.

Mas é fato que o minimalista gasta menos dinheiro como consequência das suas atitudes, como comprar apenas o que é essencial e de qualidade, e recusar o consumo incontrolável. Não é uma questão de gastar menos, e sim, ter mais tempo para o que é importante na vida. Optar por uma vida minimalista é uma escolha que fazemos para que possamos descobrir o que nos faz feliz.

~ Yuka ~

Minimalismo

O que é essencial?

all we need is love. and food. and water. and shelter.

Essa imagem acima, ilustra muito bem o que eu tenho sentido nos últimos anos. “Tudo o que precisamos é de Amor. E Comida. E Água. E Abrigo.”

Há quase 5 anos, li um livro em japonês que fala sobre como devemos cuidar de nós mesmos. Fala sobre a importância do desapego, viver com o essencial, de ter uma vida mais calma, sem pressa, sem estresse. Caminhar com calma, cozinhar sem pressa, ter bons amigos, saber saborear uma boa comida, ler um bom livro… E desde então, fiquei encantada com esse modo de vida.

Já existem termos sobre esse estilo de vida: minimalismo, slow life, slow food. E eu mesmo, não sigo nenhum deles à risca.

Com o passar do tempo, comecei a perceber quais são as coisas importantes na minha vida. Não é ostentar, não é ter um cargo, não são os amigos do Facebook.

Não é de hoje que as pessoas reclamam que o tempo está voando. E está mesmo. Quando se vê, já estamos no meio do ano. Quando se vê, já é Natal. Quando se vê, o ano já virou e a impressão de que não fizemos nada de importante.

Para mim, as coisas que são importantes são as coisas que não custam dinheiro, mas custam Tempo. O meu tempo hoje, são repletos de coisas que não são essenciais.

Queria ficar menos tempo na internet, menos tempo assistindo televisão, menos tempo pendurada no telefone. Sinto falta de encontrar meus amigos, sinto falta de reunir a família para um almoço, sinto falta de ficar à toa e de muitas outras coisas.

Chegou a hora de pensar o que é essencial pra mim…

~ Yuka ~