Auto-Conhecimento · Organização

Faça curadoria nos conteúdos que você consome

Pixabay: ThePixelman

Você faz curadoria dos conteúdos que consome?

Curadoria nada mais é do que pesquisar, selecionar, organizar e administrar algo para alguém. Neste caso, eu pesquiso, seleciono, organizo e administro os conteúdos para mim mesma.

Comecei a fazer isso, por causa do avalanche de conteúdos que temos nos dias de hoje. Eu percebi que quando não fazia isso, consumia conteúdos cada vez mais rasos, e em maior quantidade.

Com a produção diária de conteúdos por milhões e milhões de veículos de comunicação e de pessoas, eu entendi que nenhum tempo do mundo seria suficiente para consumir tudo o que eu tinha interesse.

Sabe quando dá aquela vontade de maratonar os livros, as séries, os filmes? Pois é, eu não queria mais isso para mim. Eu queria desfrutar a leitura de 1 livro, ler um pouco mais devagar só para esticar o momento prazeroso.

A alternativa para isso foi começar a fazer curadoria dos conteúdos.

Funciona assim:

Livros:

Quando me interesso por algum livro, ou porque ouvi alguém comentando, ou porque vi em uma livraria ou sebo, eu não compro imediatamente. Eu simplesmente entro na minha conta da Amazon e incluo na minha pasta Lista de Desejos. Esse livro fica nessa pasta por tempo indeterminado, até que um dia eu decida ler algo. Quando esse dia chega, dou uma olhada na pasta e faço uma pequena pesquisa. Leio a resenha, a opinião dos críticos, procuro a formação dessa pessoa (se for algum livro mais didático ou sobre desenvolvimento pessoal) e vejo se o livro baseou-se em algum outro livro. Eu tenho preferido ler o livro original, do que ler o livro de alguém que se baseou em outro livro.

E é assim que, de livro em livro, vou selecionando bons livros para ler.

Vídeos:

Também faço algo parecido quando quero assistir vídeos no YouTube / Netflix etc. Eu tenho uma pasta “Assistir mais tarde” e basicamente vou colocando tudo o que tenho vontade de assistir uma hora dessas.

Depois, com mais calma, olho novamente essa pasta e é impressionante a quantidade de vídeos que eu apago, ou seja, que não tenho motivos para assistir.

Notícias:

Faço a mesma coisa com as notícias.

No início do dia, dou uma olhada nas notícias e vou abrindo algumas páginas (em uma nova aba) das notícias que quero ler. E só depois penso com calma se quero ler mesmo, e de novo, cerca de 70% das notícias, não me interessam mais, ou porque já li, ou porque era apenas fogo de palha.

Redes Sociais:

Bom, não tenho redes sociais. Não tenho Instagram, não tenho Facebook, nem Twitter ou outras coisas.

Tenho o Whatsapp, mas deixo no silencioso o dia todo. Aí de tempos em tempos dou uma olhada se tem alguém urgente para responder, e o restante, só leio e respondo quando tenho disponibilidade. Isso significa que às vezes demoro 1 dia para responder, às vezes 1 semana, às vezes 1 mês. E está tudo bem para mim.

Uma dica: prestar atenção no jeito da pessoa transmitir conhecimento

Algo que tenho prestado bastante atenção nestes últimos anos é se o jeito da pessoa transmitir conhecimento é o ideal para mim.

Vou dar um exemplo que vai ficar fácil de todos entenderem.

Vamos falar da Monja Coen. Acho que a maioria das pessoas a conhecem, que além de ter publicado vários livros, também faz diversas palestras e produz diversos conteúdos. Sei que ela motiva milhões de pessoas, mas eu não capto muito bem o que ela fala, ou seja, a sua fala não toca o meu coração. Já li seus livros, já assisti pessoalmente algumas de suas palestras, mas é isso, é como se não desse um “match”… e está tudo bem. Então não insisto mais nos conteúdos que ela produz.

Agora vamos para um outro exemplo. Clóvis de Barros. Ele parece ser uma pessoa digamos… desengonçado. Fala alto demais, gesticula demais, fala palavrão, gagueja, mas ele consegue prender a minha atenção. Saio de suas palestras com gostinho de quero mais, ou seja, ele toca o meu coração, eu aprendo com ele. Então eu continuo acompanhando seus conteúdos.

Pra vocês terem uma ideia, eu absorvo mais em uma palestra de 15 minutos do Clóvis de Barros do que uma palestra de 2 horas da Monja Coen. Isso não desqualifica a monja, muito pelo contrário, reconheço todo o poder de sua influência. Só não serve para mim e somente para mim.

Neste mundo imenso de informação, onde tudo é jogado na nossa frente, cabe a nós, fazer uma curadoria bem feita dos conteúdo para finalmente encontrar aquele livro especial, aquele documentário especial, aquele filme especial, aquela pessoa que toca nosso coração.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Desapego do mundo virtual

La lusinga dell'essere e il continuo ritorno - Sicilia Network

Escrevo este post no silêncio da noite, enquanto todos dormem. Este é momento que tento equilibrar minha mente, encontrar a paz, respirar o silêncio, avaliar minhas atitudes, colocar meus pensamentos no lugar.

Quando convivemos com crianças, ver uma simples foto de 1 ano atrás chega a ser algo impressionante.

As crianças crescem num piscar de olhos. Há um ano, um ser humano dependente de tudo, usando fraldas… e de repente, lá está a criança colocando a mãozinha na cintura expressando seus sentimentos.

É algo fascinante de observar, e só confirma como o tempo voa.

Quero compartilhar uma reflexão que tem me acompanhado quase que diariamente desde o início da pandemia.

Quanto tempo do seu dia você vive para você?

Nessa era da internet, é bem improvável que alguém consiga viver 100% desconectado.

Salvo raras exceções, isso deve ter agravado ainda mais na pandemia. Ou seja, consumir algo que outras pessoas produziram, se torna cada vez mais comum: notícias, sites, vídeos no YouTube, fotos no Instagram, Facebook, TikTok, WhatsApp, Twitter, etc.

Olhar fotos de comida que os outros estão comendo em restaurantes. Contemplar as viagens paradisíacas que outras pessoas fizeram. Assistir os vídeos que outras pessoas produziram, o que as outras pessoas estudaram, o que as outras pessoas escreveram. Assistir os outros cozinhando, preparando refeições. Assistir pessoas dançando, fazendo esportes, jogando videogames.

Enquanto se permanece afundado no sofá de casa, o consumo excessivo das experiências de terceiros, que de nada acrescenta na vida, continua pela tela do celular.

Abdicar de viver a própria vida para ver a vida do outro através de uma tela. É para ‘isto’ que estamos trocando o tempo valioso da nossa vida? O tempo valioso que não podemos comprar de volta?

Gosto da seguinte pergunta: “Afinal, quanto tempo do meu dia eu vivo para mim?”

Enquanto o mundo se prepara para se tornar cada vez mais virtual, minha família se prepara para seguir mais uma vez, uma vida contrária à maioria.

Semana que vem, vou detalhar um pouco a minha trajetória invertida: do digital ao analógico.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

O que você quer MENOS? E o que quer MAIS?

Os anos de 2020 e 2021 foram períodos de rebuliço para muitos de nós.

Como já comentei nesse post, tive depressão durante a pandemia. Essa depressão evoluiu para um quadro de ansiedade que me fez repensar em todas as minhas prioridades novamente.

Digo novamente, porque fazer revisão de gastos e fazer revisão de prioridades, são coisas que precisamos fazer sempre, de tempos em tempos.

A única direção que a sociedade tem seguido é aumentar o consumismo, aumentar as distrações, o estresse, as obrigações e a falta de tempo.

Ir contra essa direção, é ir contra a maré de tudo o que vemos e sentimos, uma pequena tentativa individual de tentar melhorar a qualidade de vida, mesmo com todos os percalços do dia-a-dia.

Quero começar esse ano com MENOS auto-cobrança, para viver com MENOS estresse, com MENOS tensões, MENOS complicações.

MENOS internet, MENOS exposição, MENOS tralhas.

MENOS obrigações, MENOS pessoas tóxicas, MENOS sorrisos forçados.

Busco para o ano de 2022 MAIS qualidade de vida, MAIS presença, MAIS liberdade.

Quero poder ter MAIS ócio, MAIS criatividade, MAIS espontaneidade.

MAIS sinceridade, MAIS dedicação, MAIS essência.

Quero ter MAIS paciência, MAIS silêncio, MAIS tempo livre.

MAIS livros, MAIS amigos, MAIS família e MAIS amor.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Minimalismo na maternidade

man and toddler standing on shore

Se tem um lugar que recebemos incentivo para consumir, esse lugar definitivamente é na maternidade.

Tive sorte de já ser bem consciente quando me tornei mãe pela primeira vez e com isso fui pouco influenciada pelas pessoas.

Na primeira consulta da minha filha ao pediatra, ele me falou que antigamente não existia chupeta, não tinha colchão inclinado para evitar a regurgitação, não tinha almofada ou poltronas específicas para amamentação, não tinha sabão específico para lavar roupas de bebês, nem shampoos especiais para lavar os tufinhos de cabelo dos recém-nascidos. Com essas palavras em mente, saí do consultório com uma bebê recém-nascida no colo, com a certeza de que eu deveria prestar atenção na minha intuição, e não no marketing agressivo das indústrias incentivando consumo. E é assim que eu tenho levado a minha vida desde então.

Minhas filhas não saíram de roupa vermelha da maternidade, não fiz quarto decorado, não fiz mesversário, nem sessões de fotos, nem festa em buffet. Minha segunda filha mal dormiu em berço, sempre amamentei minhas filhas deitada apesar de toda contraindicação em relação a ter infecções nos ouvidos como otite, o que nenhuma das duas teve até hoje. Minhas filhas não usaram sapatos até 1 ano de idade, nunca entendi essa necessidade de colocar um tênis em um pé que nem sabe andar. Elas se vestem de acordo com a idade, ou seja, elas não usam roupas de mulher, não usam maquiagem, não pintam as unhas, não usam sapatinho com salto.

Não fiz enxoval para a minha segunda filha, ela usou tudo o que eu já tinha em casa, vindo da primogênita.

Minha mãe se surpreende até hoje, por eu ter usado 1 mamadeira, tendo 2 filhas em um curto período de tempo. Ora, quando minha segunda filha nasceu, ela mamava no peito, enquanto a filha mais velha tomava mamadeira. Coincidentemente, quando eu já estava prestes a comprar uma mamadeira para a caçula, a primeira filha largou a mamadeira, e com isso, pude aproveitar a mesma mamadeira.

Não lavei roupa separada das minhas bebês, como é recomendado em diversos sites. Gente, lavou tá novo. Nunca liguei das minhas filhas não estarem com lacinho na cabeça, se estavam com roupas coordenadas, tudo combinando. Minha preocupação sempre foi com a saúde, segurança e felicidade.

Aliás, não fiz muitas das coisas ditas normais pelos pais de primeira viagem, porque não era importante para mim. Agora, se é importante para você, faça, para não se arrepender depois.

Conforme as crianças foram crescendo, percebi que elas brincavam muito mais com uma caixa de papelão do que brinquedos comprados. E é muito fácil de compreender. Enquanto os brinquedos comprados já estão prontos, e não há muito o que fazer com uma boneca que já fala, anda, pisca e chora. Afinal, a boneca já vem pronta. Enquanto as bonecas que elas mesmas criam, precisam de um rosto pintado, fazer uma roupa, arrumar o cabelo, falar por elas, usar a criatividade.

A mesma coisa tem acontecido com outros tipos de brinquedos. Ao invés de pula-pirata e outros brinquedos que estão encostados num canto da casa, minhas filhas cismam em querer brincar com papel e tesoura, canetinha, cola, purpurina, tecido, fitas adesivas. Usam massinha de modelar para criar vestidos das bonecas, arrumam um pedaço de papelão e desenham o seu próprio celular, constroem casas para suas bonecas e se divertem horrores.

Há pouco tempo, comprei uma casa (tipo aquelas barracas do Gugu, mas numa versão melhorada) para elas brincarem. Qual não foi a minha surpresa ao perceber que nenhuma das duas se interessaram pela casa? Uma indiferença sem tamanho… tanto que depois de 2 dias eu desmontei e guardei embaixo da minha cama. Mas o interesse delas em construir a própria casa continua. Ou seja, elas não querem GANHAR uma casa. Elas querem CRIAR uma casa. Usam lençóis, almofadas, varal de chão, qualquer coisa que estiver à disposição aqui em casa pra construir o canto delas.

Pedem pra eu emprestar agulha e linha, porque querem fazer uma roupa de boneca, pedem pra eu emprestar minha pistola de cola quente, porque querem fazer uma escultura com pregos e parafusos, estão aprendendo a desenhar, de tanto me verem desenhando para elas.

Tenho gostado bastante desta forma de criação, vejo que concentração é algo raro entre as crianças, mas minhas filhas conseguem ficar concentradas por bastante tempo em uma atividade.

Digo para meu marido que o tempo vai encarregar de mantê-las ligadas na internet daqui a alguns anos. Então por enquanto… enquanto puder… prefiro mantê-las distante da internet para que a infância, que já é tão curta, se prolongue um pouco mais.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE

Chegou a hora de rever o ano de 2020

E chegamos enfim, no mês de dezembro. Que ano…

Dezembro é o período em que eu faço revisão da minha vida. Afinal, é o fechamento do ano.

Reservo alguns dias para analisar o que fiz de importante no ano e, principalmente, o que não foi feito, já que dezembro é um ótimo período para revisitar os planos da vida, renovar projetos e desenhar um ano seguinte melhor.

Então basicamente faço o seguinte:

1.) Avaliação das conquistas

Ao longo do ano, vou listando as minhas pequenas conquistas e também as conquistas da minha família. Na minha lista deste ano, tem várias coisas, desde a maravilhosa notícia de que minha filha mais velha finalmente conseguiu parar de roer unha (era uma coisa desesperadora de se ver, até sangrava), o desfralde da caçula e também o início do seu tratamento da gagueira. Também descobri uma receita de pão melhor do que a minha (que se tornou a oficial desde então), ter me mudado de São Paulo, ter atingido a meta do aporte anual… Não posso esquecer também de ter tido a grata oportunidade de ler o livro do André, do Viagem Lenta, antes de ser publicado, e dar meus humildes pitacos para alguém que já é FIRE há 10 anos (Já leu? Recomendo muito! Viagem Lenta: a jornada para a liberdade e independência financeira).

Como vocês sabem, faço essa Lista das Conquistas desde 2008, um ano que foi muito difícil, pois foi quando divorciei. Desde então, nunca mais parei, porque descobri que quando faço essas anotações, tenho a oportunidade de ter meu momento de reflexão, de relembrar todas as coisas boas que aconteceram no ano.

Esse ano é um exemplo de como essa lista foi importante. Num ano com tantas perdas, ler essa lista me faz enxergar que aconteceram muitas coisas boas também.

É como se fosse um caderno de memórias, que me dá a oportunidade de revisitar todas as listas dos anos anteriores, mas que só contém notícias boas. Alimentar essa lista ao longo desses 13 anos, permitiu perceber que o que considero como “conquistas” têm mudado ao longo dos anos. Antes, a conquista era muito material, relacionado sempre com dinheiro: a compra de uma bicicleta, a compra de um eletrodoméstico, um eletroportátil, uma roupa. Com o tempo, os meus valores de vida e a percepção do que é realmente importante começaram a maturar, e hoje, consigo ficar feliz de forma sincera a descoberta de uma receita nova, da família estar jantando juntos, de ter minhas plantinhas, das minhas filhas não ficarem doentes.

2.) Fechamento patrimonial

O fechamento patrimonial é uma das minhas diversões. Desde 2015 (quando descobri sobre FIRE, aposentadoria antecipada), faço religiosamente o fechamento patrimonial do ano.

É por meio dessa planilha que acompanho a minha evolução financeira.

Ver a evolução do gráfico é algo gratificante, já que todos os dias são como grãos de areia. Tomamos decisões minúsculas para construir algo quase imperceptível. Por isso, quando vejo a curva acentuada do gráfico anual, os juros compostos mostrando a sua força, é algo que realmente me faz sentir que as escolhas que fiz lá atrás foram acertadas.

3.) Revisão e previsão orçamentária anual

Basicamente, tudo o que acontece na minha vida financeira, consta no aplicativo Minhas Economias, desde salário, restituição do imposto de renda, renda extra, aluguel, condomínio, contas, boletos, tudo.

Anoto tudo, porque quando chega o final do ano, vem a recompensa: o meu único trabalho é entrar no site do aplicativo e gerar o relatório/gráfico para descobrir meus gastos em todas as categorias, como alimentação, moradia, restaurantes, viagens. É tudo muito simples e maravilhoso.

Avalio quanto gastei no ano, analiso as categorias de gastos, se extrapolei em algo, se devo mudar algum mau hábito financeiro, ou até mesmo gastar mais em alguma determinada categoria.

4.) Cálculo do meu IPCA pessoal

A partir do relatório gerado pelo aplicativo Minhas Economias, transfiro os gastos totais de cada categoria para uma planilha para descobrir o meu próprio IPCA. Em 2018 por exemplo, a minha inflação pessoal foi de 35,96%. Foi com esse número exorbitante que no ano seguinte, consegui ter uma deflação do meu IPCA em -20,63%. Este ano, está em 4%.

5.) Definição (e revisão) de prioridades

Dou uma olhada nas metas do ano, se deixei de fazer algo importante, e se ainda a meta faz sentido pra mim. Por várias vezes, percebi que algumas perdem o sentido, então não vejo motivo de levar para o ano seguinte.

Além disso, tenho o costume de nomear o ano que vai vir. Claro que há sempre diversas prioridades, mas dar um título para o ano é a forma que eu encontrei para lembrar o meu norte, onde tenho que colocar mais força. Por falar em força, a desse ano de 2020, foi “Força no aporte”, por causa do contrato de trabalho de 2 anos do meu marido. Não queríamos deixar passar essa oportunidade.

O tema de 2021 ainda não decidi, mas acredito que será algo ligado às minhas filhas.

6.) O que eu não quero levar para 2021

Siiim, isso é algo que penso também.

O que eu fiz este ano que não quero levar para 2021?

São tantas coisas que não quero levar para o ano seguinte…. rsrs.

Esse ano foi difícil. Com a pandemia, eu vi o trabalho invadindo minha vida privada e foi bem difícil lidar com isso (na verdade, ainda está sendo). Eu tive dificuldades em lidar com o isolamento, vi minhas filhas ficarem muito ansiosas e com mais birras que o normal, isso me desestabilizou, principalmente por conta das demandas do trabalho.

Minhas amigas e meu marido dizem que é por causa do isolamento, que foi a pandemia que está causando o estresse, mas sendo bem sincera, eu não gostei de mim como mãe esse ano.

Há algumas semanas, decidi que iria mudar a forma como lido com as birras homéricas das minhas filhas, e comecei procurando por conteúdos sobre psicologia infantil para que eu pudesse ajustar o meu comportamento, dar uma orientação melhor no momento da birra, e não simplesmente fechar a cara e colocar de castigo. Afinal, se eu não ensina-las a como lidar com as frustrações do dia-a-dia, quem irá ensinar? O óbvio tinha deixado de ser óbvio e foi preciso me distanciar para perceber que algo não estava legal.

Futuramente, pretendo escrever um post sobre esse assunto, mas não será hoje.

E fazendo esses 6 passos, consigo deixar 2020 para trás, e começar o ano de 2021 com a cabeça erguida. É um ritual de passagem de ano, o momento de ser honesta comigo mesma, afinal, o que eu quero mudar em mim? Para onde quero ir? Quais são as pessoas que quero do meu lado?

Tudo o que faço sempre foi, e sempre será para que eu não tenha uma vida com tantos arrependimentos.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Na pandemia, o conforto se tornou o novo preto

photo of gel candle on board beside pillow

Foto: @alisaanton

Preto é tido como algo que nunca sai de moda, um clássico, algo atemporal. Há inclusive, uma expressão bem conhecida, “the new black”, usada para algo que está na moda, em alta:

  • The orange is the new black (o seriado)
  • The minimalism is the new black
  • The love is the new black
  • The gray is the new black

E por aí vai, os exemplos poderiam ser infinitos.

Este ano, definitivamente, o conforto se tornou o “the new black”.

Estou desde março trabalhando de casa, e apesar de parecer fácil, não tem sido nada fácil, principalmente porque as crianças (que também não estão indo para a creche) não entendem que você, apesar de estar na frente delas, não está disponível, pois tem que trabalhar, entregar projetos, fazer reuniões, além de cozinhar diversas vezes por dia, limpar a casa.

Como não estamos em um período normal, também não estamos passeando, nem levando as crianças para parques, e isso eleva a tensão, já que estamos todos confinados em um apartamento. Apartamento esse, que tem um aposentado que mora no andar de baixo, então preciso ficar a todo momento pedindo para as minhas filhas não pularem, não baterem no chão, não arrastarem os móveis, para não incomodar o vizinho de baixo. Esses dias, enquanto estava trabalhando até tarde da noite, até chorei, de tão cansada que eu estava.

O conforto então, acaba sendo um acalento para a alma, um retorno à essência.

A beleza passa a não ser tão importante, e o conforto se torna o protagonista.

Eu já tinha um escritório, mas só descobri que o modelo da cadeira que eu amava de paixão não era confortável para trabalhar, quando tive que ficar sentada por horas. Se fosse hoje, teria escolhido uma cadeira mais confortável.

As roupas tem ido pelo mesmo caminho. Eu não uso calça jeans em casa, nem tenho usado as blusas que não esticam, que não absorvem suor. Começamos a dar mais valor àquelas roupas que tem tramas macias, malhas gostosas, mais confortáveis para o corpo.

Idas aos restaurantes foram substituídas por comidas denominadas comfort food, que traz memórias afetivas, comida que cheira à felicidade, que cheira a casa da mãe.

Me rendi a alguns eletroportáteis para agilizar alguns serviços da casa, como por exemplo, a Airfryer. Outro dia estava assando batata doce chips para as minhas filhas, e ter ficado 2 horas na frente do forno foi o estopim para comprar a fritadeira elétrica, pois começou a incomodar o tanto de tempo que eu permanecia na cozinha, além do valor da conta do gás, que tem aumentado todos os meses.

Não vamos esquecer também da Table Grill (churrasqueira portátil que usa carvão que comprei neste ano) e também da Stone in Box (um forno que faz pizzas deliciosas, melhores que de muitas pizzarias, comprada no ano passado) que me garante belas diversões nos fins-de-semana.

Começamos a valorizar mais as janelas, o sol, o vento, a claridade. Tanto que um dos fatores de ter escolhido este apartamento em que estamos morando agora, era por ter uma varanda, e pelo apartamento ser de quina. Isso significa que tenho sol da manhã entrando pela sala e o sol da tarde entrando nos quartos, cozinha e lavanderia.

Sabíamos que era bom, mas começamos a apreciar ainda mais um bom chuveiro, uma toalha macia, um sofá confortável, um bom colchão. Até o cheiro do sabonete estou escolhendo com mais dedicação.

A casa não é mais um lugar apenas para dormir, e sim, um lar para passar os dias. Se tornou o local de trabalho, o local de lazer e o local de descanso.

Transformar a minha nova casa em um lar, torna-lo um lugar agradável, tem sido uma tarefa que está valendo muito a pena.

~ Yuka ~

Minimalismo

Eu sei, mas não devia

Paisagem, Montanha, Nevoeiro, Pôr Do Sol, Céu, Nuvens

O texto abaixo, foi escrito pela Marina Colasanti, no livro “Eu sei, mas não devia”, da Editora Rocco, 1996.

Eu sei, mas não devia – Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

~ Marina Colasanti ~


E por mais triste que seja, é a pura verdade. E ainda vou além, a gente se acostuma a trabalhar doente, a esconder a dor de cabeça, a febre, o cansaço no corpo, tomando remédios cada vez mais fortes.

A gente se acostuma a aceitar tomar veneno todos os dias, em doses homeopáticas, quando aceitamos que o uso de agrotóxicos nos alimentos é algo normal.

Um dia a gente para de sorrir, para de contar piada, para de sentir emoções, passa a achar que expressar amor é coisa de gente cafona, e quando a gente percebe, a gente já morreu por dentro.

Eu tento a todo momento fazer o caminho de volta.

Pra eu nunca esquecer de dizer ‘eu te amo’ para meu marido e minhas filhas. Pra eu sempre lembrar que as minhas filhas existem pelo fato de eu amar muito o meu marido. Primeiro eu amei meu marido, e desse amor nasceram as minhas filhas.

Não quero esquecer nunca de sentir o calor de um abraço, a ternura do olhar, viver uma vida mais tranquila, com mais amor.

Eu não quero parar de sentir, nem parar de viver.

~ Yuka ~

 

 

Minimalismo

Minimalismo não é sobre não ter nada. É sobre ter tudo que é importante para você

Beco, Bowever, Construção, Centro Histórico

Eu coloquei essa foto para exemplificar o que eu acho em relação ao minimalismo.

Para muitos, as portas desta foto não significam nada, absolutamente nada. Essa é a minha vida: uma vida simples, sem glamour, sem ostentação.

Para muitos, uma vida totalmente sem graça.

A graça toda está justamente nos olhos de quem vê. Da mesma forma que eu vejo beleza nessa foto, na porta descascada perto da maçaneta, a beleza das marcas do tempo na madeira, eu vejo beleza na minha vida simples.

Quando falo isso, é porque realmente eu acho que vivo uma vida muito boa, cheia de abundância, com uma família que me apoia, um marido carinhoso, filhas saudáveis, um emprego bom que me proporciona morar em um bairro seguro. O que mais eu poderia querer? Como diz o meu marido, “nós já tivemos muito mais do que jamais poderíamos imaginar”.

Quando eu olho para as coisas que eu aprendi a fazer sozinha, tenho muito orgulho. Quando eu resolvo fazer as coisas por conta própria (como um DIY – do it yourself), tenho a plena consciência de que em muitos casos, sai mais caro do que se eu simplesmente comprasse algo ou contratasse alguém. Mas novamente, não faço pelo dinheiro, faço porque gosto de trabalhos manuais. A economia do dinheiro acaba se tornando a consequência.

No domingo passado, já no final do dia, eu e meu marido decidimos dar uma volta pelo bairro com as crianças, só para dar uma caminhada para esticar as pernas. No meio do caminho, minhas filhas encontraram um barranco e um pedaço de papelão, e as duas simplesmente começaram a escalar o barranco e descer sentadas no papelão. Só ouvia as gargalhadas das meninas. São esses momentos que eu tenho a certeza absoluta de que eu tenho uma vida rica.

Lembro muito bem desse momento, onde eu e meu marido nos olhamos e mesmo sem abrirmos a boca, sabíamos que pensávamos a mesma coisa: a felicidade genuína que sentimos nesses momentos de simplicidade. Enquanto algumas pessoas podem enxergar uma vida como a minha, como vida de escassez, eu e o meu marido só enxergamos abundância, gratidão e felicidade.

As pessoas que acham que eu não tenho nada, é porque possivelmente dão valores para coisas que eu não faço questão. E com isso, eu reafirmo que minimalismo não é sobre não ter nada. É sobre ter tudo que é importante para você.

Eu desejo a vocês, queridos leitores, um Feliz Ano Novo.

Que no ano de 2020, possamos reescrever a história da nossa vida.

Um grande beijo.

~ Yuka ~

Organização

Se você quer ter mais tempo, não faça mais rápido. Faça mais devagar.

Animais, Aves, Pardal, Natureza, Plumagem, Caneta

Sei que o título deste post soa estranho… as pessoas costumam falar exatamente o contrário: “assista vídeos no YouTube na velocidade acelerada”, “faça cursos de leitura dinâmica”, “faça tarefas com mais rapidez”, e se puder, “faça duas coisas ao mesmo tempo”.

Eu já devo ter contado pra vocês, que no meu auge da ansiedade, andava de bicicleta ergométrica, assistia televisão, conversava no celular (com o pescoço torto) e com as mãos livres, simplesmente tricotava para fazer um cachecol para mim… tudo-ao-mesmo-tempo!

Eu era produtiva? Sim. Eu era estressada? Sim.

E com isso, eu aprendi que de nada adianta sermos uma pessoa produtiva, mas estressada e mau-humorada.

Se queremos ter mais tempo de qualidade, devemos focar em 5 coisas:

1.) Desacelerar

Copa, Bebidas, Mãos Segurando, Bebida, Exploração

Se quer desacelerar, devemos pensar devagar, digitar devagar, ler um livro devagar, andar devagar, cozinhar devagar, conversar devagar. Acredite, o mundo desacelera quando nós desaceleramos primeiro. O tempo anda mais rápido ou mais devagar conforme o nosso ritmo.

2.) Fazer uma única coisa por vez

Discussão, Restaurante, Negócios, Loja De Café

Quer ouvir uma música? Ouça só a música. Mas feche os olhos e curta muito.

Vai almoçar? Então almoce prestando atenção no sabor e nas mordidas que está dando.

Vai conversar com o amigo? Preste atenção nele e esqueça o celular.

Fazer uma única coisa por vez é algo extremamente difícil nos dias de hoje. Nós temos o costume de tomar banho pensando na comida que iremos comer. Comemos pensando no filme que queremos assistir. Assistimos o filme pensando no horário que temos que dormir. E assim, vivemos dia após dia, sem estarmos presentes.

3.) Definir prioridades

Porta, Design De Interiores, Entrada, Escolha, Home

E aí surge a grande dúvida:

– Se fizer as coisas mais devagar, teremos menos tempo ainda.

Isso mesmo. Teremos que escolher quais atividades serão as mais importantes para a nossa vida.

A verdade é que não dá para fazer tudo o que a gente quer, não dá para assistir todos os filmes, ler todos os livros, conversar com todos os amigos, ter uma casa impecável todo os dias. É impossível.

Você vai ter que escolher qual filme vai assistir esta semana, qual livro quer ler este mês, decidir com quais amigos irá se encontrar desta vez, qual cômoda irá limpar hoje.

É assim que funciona o poder da escolha.

E escolhendo o que é mais importante na sua vida, você vai entender como desacelerar o tempo, como ser mais produtivo, como fazer tudo (entenda o “tudo” como “apenas” o que é importante) e dar a sensação de que hoje, valeu a pena viver.

Escrevi o post de hoje, porque no A riqueza da vida simples, muitas pessoas perguntaram como eu consigo fazer tantas coisas ao mesmo tempo, sendo que trabalho fora, faço comida todos os dias, sou mãe de 2 crianças pequenas, não tenho diarista, não tenho carro, etc.

Com a correria do dia-a-dia, nos falta tempo. Nos falta disposição, ânimo, energia… comigo também não é diferente.

Praticamente o nosso dia vai embora depois que voltamos do trabalho, também pudera, passamos de 10 a 12 horas fora de casa se contarmos o trajeto de ida e volta ao trabalho.

Prioridade.

Esta palavra é o que dita a regra em casa.

Para fazermos uma determinada atividade, precisamos deixar de executar as outras, porque simplesmente não temos tempo, nem condições físicas, nem mentais para fazer tudo com perfeição.

Se decido que levar as crianças para brincar na rua aos fins-de-semana é uma prioridade para mim, eu não vou poder gastar o dia inteiro fazendo faxina em casa. Isso significa que eu tenho que me virar para parcelar a faxina ao longo da semana. Na segunda-feira talvez eu limpe a sala, na terça-feira o banheiro, e assim por diante.

Se eu quero facilitar a minha faxina, para justamente não precisar contratar alguém para me auxiliar na limpeza, preciso escolher entre ter a sensação gostosa nos pés de ter um tapete em casa ou eliminar o tapete para facilitar a limpeza. Aqueles bibelôs que eu trazia de viagens que pegam mais poeira do que qualquer outra coisa, são itens que não existe mais em casa. Desisti de ter uma cama arrumada ao estilo MMartam por ser simplesmente impossível pra mim. A casa vai se tornando minimalista, e por ter menos coisas, a faxina e a organização se torna mais fácil.

Se eu decido que eu quero tomar o meu café da noite com o meu marido, porque pra mim é importante ter esse nosso tempo de conexão, significa que eu preciso deixar de fazer algo. No caso, eu quase não passo mais roupas. Não passo toalhas, lençol, calças, e a maioria das minhas blusas. E com isso, eu aprendi a escolher roupas que tenham tecidos que não amassam.

Todo dia é dia de escolher o que será prioridade e o que será renunciado.

4.) Mantenha sua rotina simples

Outono, Chá, Queda, Piquenique, Bebida, Orange, Cookies

Nós não precisamos ir a um super parque de diversões para divertir as crianças. Já percebeu que as crianças brincam em qualquer lugar? Leve as crianças para a praça mais perto da sua casa e uma bola. Só isso já será suficiente para elas se entreterem por algumas horas.

A mesma coisa vale para os adultos. Não precisamos ir até a cafeteria badalada, pegar o carro, dirigir até o local, procurar um estacionamento, enfrentar fila… Procure uma boa cafeteria perto da sua casa e aproveite para incentivar o comércio do seu bairro.

5.) Use o seu tempo de forma inteligente

Argila, Plano De Fundo, Bebida, Cozido, Pequeno Almoço

Outra coisa que costumo fazer é criar um “Banco do Tempo” pra mim. Quando faço massa dos cookies, duplico, ou até mesmo triplico a receita e congelo em porções pequenas. O tempo de preparação é o mesmo, só que aí eu passo meses sem precisar fazer a massa, lavar a louça e tudo mais. O único trabalho é o de colocar alguns cookies congelados na assadeira e depois de 15 minutos tenho cookies quentinhos saindo do forno. Talvez muitos de vocês achavam que eu realmente fazia os cookies do zero, mas não. Esse é o segredo para ter cookies sempre fresquinhos para a minha família e para oferecer às visitas. Faço a mesma coisa quando faço feijoada, lasanha, quibe recheado, molho de tomate caseiro. Essas porções de comida me ajudam a alimentar a família, quando por algum motivo algo sai do controle (no meu caso particular, é a preguiça).

Todos os dias, eu tenho o costume de antes de dormir, decidir fazer 1, ou 2 coisas que serão prioridades pra mim no dia seguinte. Pode ser uma comida gostosa, passear, levar o liquidificador para consertar, arrumar o guarda-roupa, enfim, eu decido o que será a prioridade do dia. Desta forma, não me sinto sobrecarregada e ainda fico com sensação de dever cumprido ao terminar a tarefa. Parece pouco, mas termino a semana tendo feito de 10 a 20 coisas importantes. Imagina isso ao longo de um ano? Tem funcionado muito bem. A lista é bem variada e não tem regra nenhuma:

  • agendar dentista + preparar bruschetta com brie e geléia de morango
  • pegar o resultado do exame laboratorial + levar as crianças pra brincar
  • assistir um filme com marido + limpar os azulejos da cozinha
  • chamar a vizinha pra tomar café em casa + separar roupas para doação
  • fazer backup do meu celular + pensar na viagem das férias

Também respeito muito a minha disposição física e mental do dia. O blog Viver Sem Pressa é um grande exemplo disso. Vocês sabiam que há muitos e muitos posts escritos que já estão agendados até maio de 2020? Ou seja, tenho posts que serão publicados semanalmente sem eu fazer nada até maio de 2020. Me permito fazer isso, porque simplesmente tem meses (sim! MESES) que eu não tenho inspiração, ou disposição ou simplesmente tempo para escrever. Então quando estou inspirada, escrevo 10, 20 posts de uma única vez. É isso que permite que o blog tenha posts novos toda semana, sem falta. Não importa se estou com indisposição, se estou sem tempo, se estou viajando, pois o post já está pronto.

Já nos momentos de ócio ou alguma atividade operacional, eu aproveito para fazer duas coisas ao mesmo tempo. Por exemplo, aproveito para ler um bom livro, ler notícias e blogs que gosto no caminho de ida e volta ao trabalho (no metrô). Também ouço (ao invés de assistir) vídeos do YouTube sobre temas de meu interesse enquanto estou cozinhando e lavando louça. E assim, eu consigo fazer com que o meu dia renda um pouco mais.

Dito tudo isso, há uma palavra de peso: consistência. Só faça! Faça o que for possível. Se só é possível arrumar a gaveta no meio do caos da casa inteira, tudo bem. Se na correria toda, você conseguiu preparar uma macarronada simples para a sua família, tudo bem. Se não conseguiu dizer eu te amo para o seu marido, porque simplesmente esqueceu, tudo bem, amanhã você tenta não esquecer. A consistência, a médio-longo prazo, torna-se um hábito, e aí que a magia começa.

Para desacelerar, mantenha sua rotina simples, defina prioridades e busque consistência. Não crie tantas expectativas e permita-se falhar.

~ Yuka ~

Minimalismo

Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa.

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Twitter: @itslucasaguiar

Muitos de vocês já devem ter visto esta foto viralizar.

A vida está cheia de pessoas dando desculpas. A faculdade que fica para depois por falta de dinheiro. A academia que fica pra depois por falta de disposição. Os encontros com os amigos que ficam pra depois por falta de tempo. E desculpas após desculpas, não percebemos que a vida vai se esvaindo e o tempo vai passando…

Claro que não temos como viver pensando somente no agora, no imediatismo, mas de tudo o que queremos/precisamos fazer, quanto estamos adiando?

O encontro com o amigo que poderia acontecer neste fim-de-semana.

Aquela viagem de bate-volta, perto da cidade que poderia acontecer ainda neste mês.

Aquele restaurante que inaugurou faz 1 ano e que ainda não deu tempo de conhecer…

Aquele telefonema (ou uma mensagem de WhatsApp) dizendo que está com saudades da amiga, poderia acontecer neste exato momento.

A vida é muito curta para adiarmos tantas coisas boas.

Quando se vê, a vida já passou. Quando se vê, já é tarde demais.

Gosto muito do poema do Mário Quintana que descreve bem o que estamos passando:

O Tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…

Mário Quintana

~ Yuka ~

 

Auto-Conhecimento

Saber a importância de se colocar também como prioridade

Se você já viajou de avião, já ouviu a conhecida frase “Em caso de despressurização da cabine, máscaras cairão automaticamente a sua frente. Coloque primeiro a sua e só então auxilie quem estiver a seu lado”.

A ideia de colocar a máscara de oxigênio primeiro em você, para somente depois colocar nos outros tem um fundamento: dar prioridade para os outros primeiro, pode fazer com que você e a outra pessoa fiquem sem ar.

E é a partir desse ponto que darei início ao post de hoje.

A importância de se colocar como prioridade e ter amor próprio

Esse é o princípio básico para ter um relacionamento feliz. Infelizmente, vejo muitas pessoas começarem um relacionamento sem ter um pingo de amor próprio. Se você não se amar primeiro, como terá condições de amar alguém? Eis a razão de muitos relacionamentos não darem certo: quando a sua felicidade depende dos outros.

A importância de colocar o casamento como prioridade, ao invés de colocar somente os filhos

É claro que além dos filhos serem nossa prioridade, eles também dependem dos pais e ninguém aqui está discutindo isso. O que estou querendo dizer é que muitos casamentos terminam, porque o casal dá atenção somente e exclusivamente aos filhos, perpetuando o papel dos pais e esquecendo o papel de marido e mulher. Já conheci alguns casais que diziam que o filho era a prioridade máxima deles, que gostavam mais do filho do que do marido/esposa, e hoje, estão divorciados, cada um no seu canto. Eu entendi que quando colocamos o casamento como prioridade, o casal tende a ser mais unido. Isso acontece porque apesar dos filhos serem importantes, quando colocamos o casamento como prioridade, o casal tende a se comunicar mais, o clima da família torna-se mais saudável e como consequência do bom relacionamento dos pais, os filhos tentarão reproduzir esse ideal quando crescer.

A importância de se colocar como prioridade, ao invés de colocar o casamento

Essa questão é uma continuação do dois anteriores. Antes de ter um casamento feliz, é preciso ser feliz sozinho. Tem gente que se anula para agradar o cônjuge. Tem gente que deixa de encontrar os amigos. Outros deixam de vestir o que gosta, de fazer as coisas que tem prazer para agradar o parceiro. Se o seu parceiro não for um filho da p#!@, é claro que a pessoa ficará feliz com a sua felicidade. Ao se colocar como prioridade e fazer coisas que traz felicidade, essa mesma felicidade transbordará também para o parceiro, para os filhos. E isso não é e nem pode ser interpretado como egoísmo. Eu aprendi que quando cuido muito bem de mim, tenho força o suficiente para cuidar bem dos outros. Se estou mal, como terei forças para cuidar dos outros?

A importância de definir prioridades nas suas finanças

Essa frase pode ser usada também em relação às finanças. Conheço pessoas que se negam a juntar dinheiro, por não acharem justo enriquecer, enquanto há milhares de pessoas passando fome no mundo. São pessoas que apesar de terem a capacidade de poupar dinheiro, escolheram viver também na pobreza. Não perceberam que ao enriquecer, poderiam ajudar muito mais pessoas.

Saber a importância de se colocar como prioridade, é um ato de amor próprio.

~ Yuka ~

Organização

Quanto tempo você gasta vivendo a vida dos outros?

tempo

Sejamos sinceros.

Quanto tempo você gasta diariamente vivendo a vida dos outros?

Vivemos a vida dos outros quando navegamos pelo Facebook por horas, sentindo aquela pontinha de inveja inconfessável de como a vida dos outros parece ser mais interessante que a nossa. Quando olhamos as fotos de pessoas perfeitas no Instagram, e também quando criamos diversos álbuns no Pinterest jurando de pés juntos que um dia iremos fazer tudo aquilo.

Ou quando nos inscrevemos e acompanhamos YouTubers que não nos acrescentam tanto como pessoa. Quando assistimos televisão só por assistir. Quando ouvimos aquela sua colega, que nem é sua amiga, lamentando de como a vida dela é triste, infeliz…

Quando a gente faz essas coisas, a vida passa pela tela do celular, pela televisão, pela tela do computador, escorre pelo dedo das nossas mãos…

Agora vou mudar a pergunta:

Quanto tempo da vida você gasta para você?

Os dias estão corridos, eu sei, mas se pararmos para pensar, quanto tempo do dia focamos nas coisas mais importantes da vida? Quantos minutos do dia tiramos para ler os livros favoritos?

Trabalhamos. Limpamos a casa. Fazemos compras no mercado. Ficamos presos no trânsito. Preparamos o jantar. Dormimos pouco… mas não temos tempo para o que é mais importante.

Precisamos pensar o que temos colocado como nossa prioridade.

Precisamos pensar de que forma estamos alimentando a nossa mente, corpo e alma.

Ao invés de olhar o que os outros tem feito de interessante, precisamos prender a atenção em nós mesmos.

Gaste mais tempo com o que é importante: você.

~ Yuka ~

Organização

Como criar metas alcançáveis

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Por sugestão de uma leitora (alô, Silvia!), resolvi adiantar o post de hoje.

Ela disse: “Traçar metas é um caminho para não esquecermos do que realmente importa, mas fala-se tanto de metas hoje em dia, mas ainda há quem não saiba criá-las, eu no caso! Uma boa dica para um próximo tema: metas: sua importância e como fazê-las.”

Eu me considero uma pessoa bastante organizada. Enquanto as pessoas dão importância ao “fazejamento”, ou seja, vai fazendo e planejando ao mesmo tempo, eu foco na fase do planejamento.

O problema do “fazejamento” é que a gente não consegue ter uma visão geral do que está por vir. As coisas vão acontecendo e a gente vai resolvendo os problemas conforme vão surgindo. É o típico apagar o incêndio, ao invés de preveni- lo. Gasta-se muito mais energia e tempo apagando o incêndio do que prevenindo. E é esse o ponto onde eu queria chegar.

Eu consigo fazer muitas coisas porque eu faço planejamento. É uma conexão direta. O planejamento traz clareza, foco e auxilia na definição de prioridades.

Tá. E você pode perguntar para mim: “E por onde começar?”

Sei que é difícil entender quando a gente fica no blá-blá-blá, então vou tentar explicar como as coisas funcionam para mim.

Tudo começa pela lista do “Um Dia, talvez” que eu deixo no meu celular. Essa lista é a matriz de tudo, é a lista-mãe. É de onde originam todas as outras listas. Eu coloco tudo, TUDO o que eu tenho vontade de fazer, de ler, de ouvir, de ir, etc. Não importa se é um restaurante que eu quero conhecer, um livro que eu quero ler, um sonho que um dia eu quero concretizar, lugares que quero visitar, coisas que quero comprar, hábitos que eu quero cultivar, etc. Não há regras. A única regra é: esvaziar a cabeça e sair listando tudo.

Um dia talvez

Esta lista é alimentada a todo momento. Se passo em frente de uma loja charmosa que quero voltar depois com meu marido, anoto nesta lista. Se surge a lembrança de que quando criança tinha vontade de correr em uma plantação de girassóis, anoto também nesta lista. Se tem um aplicativo de celular que quero testar, anoto na lista. Não há critério do que colocar, nem de duração, nem de orçamento, coisas fáceis, coisas difíceis de serem concretizadas, coisas caras ou baratas.

Todo dia eu olho para esta lista e vejo o que quero fazer. Alguns itens eu acabo apagando porque percebo que foi só uma empolgação do momento. Então “pesco” algumas tarefas (ou projetos, ou lugares, etc) que estou com mais vontade de fazer. Alguns dos itens são tarefas rápidas, como “comprar escorredor de pratos”. Outros, são projetos longos, como se “alimentar melhor”, “acessar menos notícias”.

E aqui vem o pulo do gato. Quando vou até a minha lista do Um dia, Talvez, eu não pego o item mais fácil de ser resolvido. Eu pego o item que estou com mais vontade de fazer, o que eu acho mais importante para o momento.

No ano passado, eu decidi que queria morar em uma casa com decoração escandinava. Não é uma coisa simples-pronto-já-fiz.

Então eu levei esse item “decoração escandinava” em um bloco de notas (no celular mesmo), e lá, tentei descrever TUDO o que eu achava que precisava ser feito para ter uma sala com decoração escandinava. Só que para eu poder descrever melhor, precisava pegar inspirações em algum lugar. Então a primeira tarefa foi:

  • pegar inspirações no Pinterest

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Depois de ter acesso a algumas fotos, surgiram outras demandas como:

  • almofadas
    • comprar tecido preto e rosa bebê na 25 de março
    • comprar enchimento de almofadas na 25 de março
    • separar zíper preto e rosa que tenho em casa
    • colocar tudo numa sacola e pedir para a mãe costurar
  • colocar 2 prateleiras brancas na lateral da mesa de jantar
    • medir o tamanho das prateleiras que preciso
      • 1 prateleira: medida 19 x 60cm para colocar fruteira
      • 1 prateleira: medida 10 x 60cm para colocar quadros
      • encomendar no marceneiro do bairro
      • instalar prateleira com furadeira
  • mesa de centro pequena
    • ver se o espaço que tenho na sala comporta uma mesa de centro pequena
    • pesquisar na internet se há modelos de centro de mesa de até 40cm de largura
  • caixas de brinquedos
    • medir o tamanho disponível embaixo do rack da televisão
    • 3 caixas organizadores de madeira pinus com rodízio – ver a medida
    • pedir orçamento ao marceneiro
  • quadros e pôsteres
    • escolher modelo de pôsteres
    • escolher tamanho dos pôsteres
    • solicitar impressão dos pôsteres na gráfica
    • comprar molduras para os pôsteres

Pronto, já tenho uma lista mastigada que vai me direcionar o que preciso fazer para ter uma decoração escandinava.

Reparou que nesta lista há dois itens (prateleira e caixa organizadora) para solicitar orçamento para o marceneiro? Aí é que entra o poder do planejamento. Por ter feito esse planejamento, não precisei ir 2 vezes ao marceneiro. Posso solicitar de uma vez só o orçamento e é assim que vou ganhando tempo.

Com a lista pronta, no início da semana (geralmente no domingo), pego os itens mais importantes e decido em qual data irei fazer o quê. Por exemplo: se sábado irei na 25 de março, segunda-feira posso escolher os modelos de pôsteres, na terça-feira posso pesquisar sobre os modelos da mesa de centro. Todas essas decisões são colocadas na agenda do celular e o mais importante, cumpridas. Por isso eu coloco em datas espaçadas, para justamente não atolar a agenda e me sentir sufocada.

Quando eu terminar de executar todas as tarefas, possivelmente a minha sala já estará com a decoração escandinava.

E aí eu volto para a minha lista ‘Um dia, Talvez’ para pegar mais uns 2 ou 3 itens para serem feitos a mesma coisa.

É desta forma que se tira sonhos do papel. São sonhos que se transformam em metas. Metas que se transformam em lista de tarefas. Tarefas que se feitas, transformam em sonho concretizado.

Espero ter ajudado,

~ Yuka ~

Minimalismo

Se tivesse mais tempo livre…

tempo-livre

Esse é um ótimo exercício para verificar se estamos no caminho certo (entenda como caminho que queremos percorrer, não o caminho que – os outros – querem que percorramos).

Se eu tivesse mais tempo…

… eu cuidaria mais do meu corpo: comeria melhor, cozinharia comidas diferentes para aguçar meu paladar, faria exercícios físicos, porque eu só tenho este corpo e ele merece ser tratado com mais carinho e respeito.

… eu iria passear e observar mais: conheceria mais lugares novos, sentaria em uma cafeteria do lado de fora para ficar observando a rua e as pessoas.

… eu viajaria mais: para conhecer outras culturas, outros tons de pele, iria gostar de conversar com pessoas desconhecidas, descobrir que existem várias realidades paralelas e que a minha realidade não é a única existente.

… eu aprenderia um instrumento musical, pode ser piano ou violino, ou os dois, ouviria mais música clássica, que é o que aquece meu coração.

… eu encontraria mais os amigos, passaria mais tempo com eles, pois são os irmãos de alma que eu escolhi.

… eu tentaria descobrir mais coisas que amo, fazendo atividades nunca feitas, trabalhos novos, com o intuito de descobrir o que gosto e o que não gosto.

… eu faria mais trabalhos manuais como costura, marcenaria, pintura, reforma, pra poder ajudar mais pessoas necessitadas.

E depois de escrever tudo isso, surge uma pergunta/dúvida:

– E porque eu não faço essas coisas hoje? Falta de tempo? Falta de dinheiro? Falta de disposição?

Tem uma entrevista que o Mário Sérgio Cortella disse que “tempo é uma questão de prioridade”. Ou seja, quando a gente fala que não tem tempo, é porque aquilo não é prioridade na nossa vida.

Vamos ser sinceros… É um belo tapa na nossa cara.

Parece que a gente mal tem tempo para pensar o que é nossa prioridade, onde queremos gastar o nosso tempo.

Aliás, onde queremos “ganhar” o nosso tempo? Quais são as verdadeiras prioridades?

Eu e meu marido temos pensado muito sobre quais prioridades que queremos valorizar.

Mais brincadeiras com as filhas, sim.

Mais faxina, não.

Mais filmes, cinema, Netflix, sim.

Mais televisão, não.

Mais tempo para passear, sim.

E assim por diante.

~ Yuka ~

 

 

Minimalismo

O que é essencial?

all we need is love. and food. and water. and shelter.

Essa imagem acima, ilustra muito bem o que eu tenho sentido nos últimos anos. “Tudo o que precisamos é de Amor. E Comida. E Água. E Abrigo.”

Há quase 5 anos, li um livro em japonês que fala sobre como devemos cuidar de nós mesmos. Fala sobre a importância do desapego, viver com o essencial, de ter uma vida mais calma, sem pressa, sem estresse. Caminhar com calma, cozinhar sem pressa, ter bons amigos, saber saborear uma boa comida, ler um bom livro… E desde então, fiquei encantada com esse modo de vida.

Já existem termos sobre esse estilo de vida: minimalismo, slow life, slow food. E eu mesmo, não sigo nenhum deles à risca.

Com o passar do tempo, comecei a perceber quais são as coisas importantes na minha vida. Não é ostentar, não é ter um cargo, não são os amigos do Facebook.

Não é de hoje que as pessoas reclamam que o tempo está voando. E está mesmo. Quando se vê, já estamos no meio do ano. Quando se vê, já é Natal. Quando se vê, o ano já virou e a impressão de que não fizemos nada de importante.

Para mim, as coisas que são importantes são as coisas que não custam dinheiro, mas custam Tempo. O meu tempo hoje, são repletos de coisas que não são essenciais.

Queria ficar menos tempo na internet, menos tempo assistindo televisão, menos tempo pendurada no telefone. Sinto falta de encontrar meus amigos, sinto falta de reunir a família para um almoço, sinto falta de ficar à toa e de muitas outras coisas.

Chegou a hora de pensar o que é essencial pra mim…

~ Yuka ~