Dinheiro, IF e FIRE

Filhos e dinheiro: como temos lidado – 3º post

Vamos continuar com a saga de tentar explicar o conceito de dinheiro para as minhas filhas (elas estão com 6 e 8 anos).

Para quem quiser ler os posts anteriores, estão aqui:

Filhos e dinheiro: como temos lidado – 1º post
Filhos e dinheiro: como temos lidado – 2º post

Há 2 anos, eu contei para elas que existia a “Caixa Mágica do Dinheiro”.

– “Essa Caixa Mágica faz brotar dinheiro. Coloco 1 moeda, e depois de um tempo, aparece outra moeda”.

Minhas filhas batiam palma, ficavam eufóricas. Para elas, era como se eu estivesse apresentando um show de mágica. Elas pediam para mostrar onde estava essa caixa e eu só dava risada, dizendo que no momento certo, apresentaria a caixa para elas. Fiz isso durante alguns anos, porque achava que elas ainda eram muito novas para lidarem com dinheiro. A intenção era só plantar uma sementinha na cabeça delas sobre os juros compostos.

Veja o que eu tinha escrito no 2º post sobre dinheiro:

“E se eu falar que se você colocar nesta caixa amarela, os seus 30 M&Ms continuarão sendo 30 M&Ms. Mas que se você colocar os seus M&Ms na caixa certa, deixar por um tempo sem comer, eles podem virar 60 M&Ms?”

Os olhos dela brilharam. E ainda perguntou:

“Onde mamãe? Qual é a caixa que eu tenho que guardar para que eu tenha mais chocolates?”

Pronto, o conceito dos juros compostos foi plantado nela.

Eu falei para ela que no momento certo, eu iria apresentar a caixa que faz isso.

Neste momento, é isso que tenho feito com as crianças.

Passados 2 anos, as meninas continuavam doidas para descobrir onde estava essa caixa mágica hahaha. De tempos em tempos, elas lembravam dessa conversa e me perguntavam sobre a caixa. Este ano, decidi comprar 2 pequenas caixas, uma para cada. Falei que a caixa verdadeira onde eu guardava meu dinheiro ficava em outro lugar, mas que eu explicaria o funcionamento da Caixa Mágica do Dinheiro utilizando aquelas caixinhas.

Expliquei que quanto mais velho o dinheiro fica, mais herdeiros eles tem, assim como acontece com os adultos: minhas filhas não tem nenhum filhos; já eu, tenho 2 filhas; minha mãe, além de filhas, tem genro, tem netos, etc.

– “Com o dinheiro, acontece a mesma coisa. A moedinha depois de um tempo, cresce, vira moedão e, que depois de um tempo, vira nota. E a nota, depois de um tempo, começa a gerar novas moedinhas e assim sucessivamente. Quanto mais notas velhas eu tiver, mais moedinhas nascem. E assim como acontece com as crianças, quanto mais dormem, mais crescem.”

Elas entenderam muito bem o conceito dos juros compostos desta forma.

Eu ainda não dou mesada, mas às vezes dou um dinheirinho, e acho legal que elas pedem para guardar na Caixa Mágica.

Engraçado que elas não pedem dinheiro para nós, pais. Elas se viram “fabricando” dinheiro. Na ânsia de querer colocar dinheiro na Caixa Mágica, as duas se juntaram para fazer pulseiras para vender na escola. E voltaram com uns 90 reais, vendendo 1 pulseira por 1 real. Até eu fiquei impressionada com a proatividade das duas.

Quando elas pedem pra abrir a caixa e olhar, eu coloco algumas moedas só para elas se animarem, e logo, já fecham, porque sabem que o dinheiro precisa descansar para multiplicar.

Também tenho ensinado as minhas filhas a gastarem bem, afinal, a vida não é feita só de poupar.

Esses dias, uma delas quis comprar uns cards do Pokémon. Ela ganhou alguns dos amigos, mas queria ter mais. Então sugeri usar o dinheiro que estava guardado. Mostrei as opções que achei mais vantajosas, e pedi para ela escolher. Ela foi eliminando um a um até sobrar 2 opções (método que ensinei para ela quando era bem criancinha), e no final, escolheu a opção que tinha uns cards especiais, ao invés de quantidade. Fiquei feliz dela ter ficado bastante satisfeita com a sua escolha.

Vou copiar aqui o trecho que escrevi no meu primeiro post sobre esse assunto: “quando elas vão ao supermercado comigo, às vezes deixo elas escolherem algo para levar até um determinado valor. Se querem levar mais de 1 coisa, precisam escolher qual item quer levar mais. Assim, já vai aprendendo desde cedo que não se pode ter tudo na vida, que a vida são feitas de escolhas e principalmente, renúncias. Por muitas vezes, vi (com muito orgulho) a minha filha mais velha franzindo a testa, quebrando a cabeça para decidir o que iria levar: uma barra de chocolate ou um saquinho de pipoca. E é exatamente esse exercício que eu quero que ela faça: de fazer escolhas.”

Eu percebo que esses pequenos exercícios do dia-a-dia que elas fazem desde que são muito pequenas, tem ajudado muito na hora de tomar as decisões hoje em dia.

Elas já entendem que nem sempre o mais caro é o melhor, nem que o mais barato é o melhor, que é preciso avaliar caso a caso.

Meu marido costuma fazer algumas compras erradas e ele acaba sendo o exemplo do que não fazer rsrs.

Ele comprou um fone bluetooth barato, deixou cair no chão e quebrou no mesmo dia, e olha que eu falei para ele comprar o melhor que existe no mercado, principalmente, porque música é algo muito importante para ele.

Também comprou uma sapatilha para bicicleta da China, e durou apenas 1 ano… Achou que durou muito? Que nada, a outra que ele tinha de uma marca muito boa, durou 8 anos.

Descobri recentemente que ele tinha comprou um relógio esportivo baratinho, e adivinhem? O relógio parecia de brinquedo.

A gente dá risada em casa, e meu marido também, e aproveitamos para utilizar essas situações como exemplo para as nossas filhas, que aprendem na prática de que forma podemos gastar bem o nosso dinheiro, sem aquele ar de seriedade.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Educação dos filhos: ensinando a vencer o sistema

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Vejo pais que colocam os filhos em escola intensiva desde os primeiros anos escolares… A criança tem 8, 9 anos, tem que concorrer a bolsa, tem simulado aos sábados, faz cursos de idioma, de instrumento musical, esporte aos sábados e domingos, tudo para entrar entrar em uma faculdade de renome, ter um emprego invejável, comprar casa, carro e constituir uma família.

Isso é sinal de sucesso.

Não que isso seja errado, mas meu foco é outro, quando falo sobre educar minhas filhas para vencer o sistema.

Quero que elas não se iludam em comprar coisas sem necessidade.

Eu não compro tudo o que elas me pedem. Elas não têm tudo o que elas querem no momento que elas pedem. Elas entram nas lojas de brinquedo, já sabendo que não comprarei nada, se não for em datas que estipulamos antes (aniversário, dia das crianças e Natal), então elas não fazem birra, não choram, pois é algo que já entendem que o combinado não é caro.

Como elas não terão acesso a todos os brinquedos que elas gostariam de ter, a alternativa que resta para elas é escolher bem qual brinquedo vão querer ganhar. São muitas dúvidas, muitos meses fazendo escolhas e mais escolhas, até chegar no brinquedo mais desejado, e claro, que tenha até o preço teto autorizado.

Minhas filhas entram nas lojas de brinquedo com felicidade, e não com cara emburrada, com frustração. Olham os brinquedos, escolhem com cuidado, e vão me mostrando as opções que estão gostando mais. Perguntam: “esse é muito caro?”

Para mim, amar é ensina-las a enfrentar o mundo real.

Claro que há pais que possuem condições financeiras para mimar seus filhos, inclusive de bancar seus fracassos financeiros quando adulto.

Eu não tive essa opção, então sempre soube que se fizesse besteira, eu teria que arcar sozinha, o que me fez crescer com responsabilidade em relação às minhas próprias atitudes.

O sucesso do outro pode não ter o mesmo significado para mim

Quantas pessoas ditas “bem sucedidas” estão felizes de fato?

Aliás, o que é ser bem sucedido para você?

Para muitos, ser bem sucedido é ter um emprego que paga altos salários, morar em uma mansão, ter um carrão, viajar sempre para o exterior, e por aí vai.

Sucesso pra mim é diferente.

Para mim, uma pessoa de sucesso é aquela que tem a capacidade de se sentir satisfeita com a vida que tem, sem ficar invejando a vida dos outros. Ser capaz de amar uma pessoa e sentir compaixão pelo próximo. Ter bons e fiéis amigos. Ser capaz de viver por conta própria sem incomodar os outros. Ter boa saúde mental, saúde física e saúde financeira. Ter autoconhecimento. Ter equilíbrio emocional.

Eu busco esse segundo tipo de sucesso para mim e também para as minhas filhas. Esse é o meu conceito de sucesso. E é em busca desse sucesso que eu tento educa-las.

Daí vocês começam a juntar o quebra-cabeça e entender, o motivo de eu ter colocado as meninas em uma escola pública do bairro. Vejam bem, não é uma escola pública qualquer, eu procurei uma escola pública de qualidade, onde podia ter mais chances de ter esse diálogo.

É neste convívio escolar que nossas filhas nos veem conversando com a diretora da escola, nos oferecendo para ajudar, a fazer parte da Associação de Pais.

É com o nosso exemplo que elas aprendem que a união faz a força, que um pai não faz nada sozinho, mas que juntando diversos pais, somos capazes de ajudar na manutenção da escola, equipar a sala de informática, comprar bons livros para a biblioteca, reaproveitar uniformes para os alunos novos.

Elas aprendem a negociar, a dialogar, a lutar pelos direitos e a reconhecer o quanto juntos somos fortes.

Há algum tempo, o Aposente Cedo fotografou o trecho do livro que ele estava lendo: Propósito, de Sri Prem Baba. Diego, peço licença para usar sua foto, da mesma forma que fez muito sentido para você, fez muito sentido para mim também:

livro

Coisas são coisas

Significa que não quero que elas achem que coisas são mais importantes que pessoas. Que ninguém pode se sentir mais importante por ter mais coisas.

Eu vejo pessoas tratando mal quem ganha menos, quem tem uma profissão menos valorizada pelo mercado. Vejo pessoas tratando de forma indiferente os porteiros do prédio, falando com desdém com os funcionários da limpeza, desvalorizando a pessoa que luta para sustentar a família vendendo bala no farol, e isso dói.

Tenho focado muito em 4 questões quando educo as minhas filhas: respeito, foco, escolhas e a importância de saber esperar para ter algo.

Precisam entender que ninguém é melhor do que o outro só por ter mais dinheiro ou mais posses.

Precisam entender que quem quer tudo, não faz nada direito.

Precisam entender que na vida precisamos fazer escolhas e aceitar as renúncias.

Precisam entender que é preciso ter paciência para ter algo.

Ensino sobre doar para os mais necessitados.

Ensino sobre compartilhar coisas.

Que não precisamos comprar por comprar, nem gastar por gastar.

Escrevi um post em 2019, contando um pouco da minha experiência sobre esse assunto. Quem tiver interesse, segue o link: A importância de ensinar as crianças a compartilhar

Presenteie com experiências

Ano passado, minhas filhas acabaram ganhando mais presentes do que eu gostaria (de familiares), e com isso, decidi perguntar se este ano, elas não gostariam de ao invés de ganhar um brinquedo, ganhar experiências para criar memórias em família, como ir num parque de diversões ou fazer uma pequena viagem. E para a minha alegria, as duas aceitaram.

Se colocar na ponta do lápis, comprar o brinquedo sairia bem mais em conta. Mas aqui, estou tentando ensinar que ao invés de ter, podemos sentir. Que ao invés de uma alegria solitária, a alegria compartilhada é muito melhor.

Para mim, tem muito mais valor um dia de muita animação em família do que pagar um brinquedo e depois de algumas semanas, ver esse brinquedo encostado em algum lugar da casa.

Claro que elas terão que trilhar o próprio caminho, esse, aliás, será a escolha delas.

Mas o que eu quero, é que elas tenham acesso à informação que eu não tive.

Não importa se elas vão seguir ou não os meus passos. Elas irão escolher o que elas querem, errar e acertar, mas pelo menos saberão que não há um único caminho a ser seguido. Não esse caminho da competição, não o caminho da ostentação, não o caminho do consumismo em excesso.

Quero apresentar o caminho que eu e meu marido temos trilhado há tempos: o caminho de viver com simplicidade e ter a liberdade de escolha graças à independência financeira.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE

Como uma vida intencional nos aproxima de uma vida FIRE

Eu e meu marido costumamos abrir as janelas do passado e ficar observando como era a nossa vida de alguns anos atrás.

Esses dias estávamos lembrando de como era a nossa vida depois que as nossas filhas nasceram. Como a gente não tinha carro, tudo era feito a pé, de metrô, de ônibus e raramente, de Uber. Era desta forma que a gente se locomovia pela cidade.

Quando minha primeira filha nasceu, eu comprei um carrinho de bebê que deitava completamente, porque já tinha a intenção de ter um segundo filho, e a minha ideia era colocar as duas no mesmo carrinho, simultaneamente. O carrinho escolhido era bem simples, um dos mais leves do mercado. Existem carrinhos específicos para quem tem 2 crianças pequenas, mas eu achava um trambolho, além do carrinho ser bem mais pesado.

Sempre tivemos o costume de leva-las em diversos parques, e um dos parques que gostávamos de ir era o Parque da Água Branca, que fica na Zona Oeste de São Paulo, que cá entre nós, não era muito perto de casa.

Era um local muito agradável, primeiro, porque tinha muitas galinhas soltas, o que pra mim era uma atração à parte, já que eu dava boas risadas observando a quantidade de galinhas atrás de mim, e ainda mais, ver as crianças correndo atrás delas. Segundo, porque o parque tem um clima bem familiar, não é lotado, nem agitado como o Parque Ibirapuera. E terceiro, porque esse parque sempre me remeteu àqueles parques mais antigos, por ter um sorveteiro que vendia sorvete americano, desses que fazem sorvete a partir de um suco concentrado, das garrafas de vidro com os xaropes de ponta cabeça. Tinha ainda o trenzinho todo colorido para as crianças, que dava voltas por todo o parque. O local contava ainda com um mini-parque de diversões, típico de quando éramos crianças. Ou seja, era como se estivéssemos entrando em um túnel do tempo, um lugar que nos trazia nostalgia e muita paz.

Para chegar nesse parque que não era perto de casa, íamos de metrô. Colocávamos as duas sentadas no carrinho, bem comportadas, uma atrás da outra. A pequena sentava na frente, e a mais velha, sentava atrás. Muitos transeuntes olhavam para nós, e sorriam, pois não era uma cena tão comum. Subíamos a ladeira empurrando o carrinho com a língua pra fora, e finalmente, chegando no parque, elas pulavam, brincavam e se divertiam a tarde toda.

Na hora de retornar para casa, as meninas, já cansadas de tanto brincar, dormiam no meio do caminho. Colocávamos a mais velha deitada no carrinho (por ser a mais pesada) e a caçula ia no colo. Como meu marido tem mais força no braço, ele carregava a caçula e eu empurrava o carrinho com a minha filha capotada lá dentro. Como não gosto de carregar peso, ainda pendurava todas as mochilas e tudo o que eu tinha direito no guidão do carrinho.

Andando pelas calçadas tortas de São Paulo, eu e meu marido ríamos alto falando que um dia, esse carrinho iria desintegrar na nossa mão. Porque esse carrinho, minha gente, andou tanto por essa cidade de São Paulo que eu nem sei como nunca quebrou.

Nós éramos um casal sacoleiro. Andávamos com um carrinho de bebê com 2 crianças dentro, sempre com uma mochila grande nas costas (com fralda, paninho, mudas de roupa extra, garrafa de água, leite, papinha, trocador, frutas, guarda-chuva, capa de chuva, etc), fora quando inventávamos de levar brinquedos… Pendurávamos tudo no carinho e saíamos de casa satisfeitos. Não é à toa que um dia fui reconhecida por uma leitora…. claro, só podia ser eu com aquele carrinho.

Quando passava no supermercado com as meninas, também pendurava todas as sacolas possíveis nesse carrinho de bebê, e com isso, precisava tomar muito cuidado para ele não tombar para trás, tamanho o peso das compras. Com as sacolas das compras penduradas, não era raro me enroscar na porta do prédio, na porta do elevador, na porta de casa.

E olhando para trás, posso dizer que na época, estávamos tão empenhados, tão decididos, acreditando e vivendo intensamente a jornada FIRE (Financial Independence Retire Early), que nada disso foi difícil para nós, não era complicado como as pessoas costumam achar.

Sempre encaramos tudo na esportiva, era algo necessário para quem tinha um projeto de vida bem definido, que era juntar o maior valor possível de patrimônio em um curto espaço de tempo, justamente por entender que a época de aportes gordos poderiam não durar para sempre.

Nós sempre soubemos que era uma escolha que estávamos fazendo. E estava tudo bem pra gente.

Hoje a gente lembra com bastante carinho dessa época, reconhecemos nosso esforço, e damos boas risadas, porque olhando pra trás, é engraçado mesmo lembrar que a gente corria pela rua com um carrinho de bebê cheio de penduricalhos, ou da gente secando a parede da sala em períodos de chuvas torrenciais. Na época, não era engraçado, mas nunca enxergamos isso como sacrifício, pois era algo que encarávamos com naturalidade, uma fase importante que precisávamos passar.

E é por isso que bato na tecla de que quando temos consciência do que queremos e para onde queremos chegar, os “sacrifícios” se tornam “escolhas”.

Termino o post de hoje com um texto retirado do blog da Claudia Ganhão, sobre o significado de viver de forma intencional:

“Viver de forma intencional, significa viver com intenção, colocando sempre a nossa intenção em tudo o que fazemos, em vez de vivermos somente em piloto automático, desresponsabilizarmo-nos das escolhas diárias, fazendo o que se espera de nós ou o que a maioria faz, sem pensarmos nas razões que nos levam a agir. É um convite para pensarmos nas nossas prioridades e motivações, a planejar e a agir de acordo com as mesmas.”

– Yuka –

Do It Yourself · Organização

Casa adaptada para as crianças

Semana passada, uma leitora me falou que estava grávida, e lembrei que há alguns meses tinha pensado em publicar um post sobre como funciona a dinâmica aqui em casa com as minhas filhas.

Desde que elas nasceram, uma série de pequenas adaptações foram feitas para que a casa se tornasse um local seguro para elas. Alguns móveis e objetos foram comprados, mas também usei muitas coisas que já tinha em casa.

A maioria foram soluções simples, que não exigiram nada além de boa intenção. A vantagem é que além de ter tornado a casa mais segura, tem colaborado para que as crianças sejam mais responsáveis e independentes de acordo com a idade.

1.) Cama das crianças o mais próximo possível do chão

A minha primeira filha, dormiu muito bem no berço.

Já a segunda filha, ficava inquieta e chorava muito, e no fim, acabei desistindo do berço quando ela tinha apenas alguns meses de vida.

A alternativa que eu encontrei foi comprar uma cama de casal baixa (basicamente um estrado com um colchão de casal em cima), pois assim, as duas faziam companhia uma para outra na hora de dormir. Para nós, pais, também foi um alívio, já que a cama grande comporta um adulto e duas crianças na hora de coloca-las para dormir.

Minha filha caçula, que dormia mal, acordava de madrugada e chorava para que alguém fizesse companhia no berço, se acalmou quando passou a dormir na cama de casal, pois descobriu que ao esticar a mãozinha, a sua irmã estava ao seu lado. Não foram poucas as vezes que vi as duas dormindo abraçadas.

Outra vantagem foi na hora do despertar. No berço, a caçula dependia de mim para sair, ou seja, já acordava chorando; e com a cama de casal, uma acordava a outra e ela mesma saía da cama engatinhando.

Essa cama tem sido muito útil até hoje. De vez em quando, pergunto se elas não gostariam de ter cada uma a sua própria cama, mas elas ainda gostam muito de dormir juntas.

2.) Revisão de todos os itens armazenados em casa

Blog - Crianças e produtos de limpeza. Veja recomendações de profissional  da saúde para evitar acidentes CEV Baby

Quando eu descobri que estava grávida, basicamente, tirei tudo de todas as gavetas e armários para pensar numa nova logística.

Com as gavetas e armários vazios, fui analisando tudo que era perigoso, pontudo e pesado. Essas coisas ficaram nos armários superiores, como tesoura, faca, palitos, produtos de limpeza, etc. Nos armários inferiores, permaneceram os potes plásticos, as panelas, as toalhas, os panos de prato, etc.

Fazer isso foi fundamental para eu ter tranquilidade. Como eu sabia que tinha revisto toda a organização dos objetos da casa, eu tinha a tranquilidade delas andarem por toda a casa, deixar abrir as portas dor armários e das gavetas, sem correr grandes perigos.

3.) Dar preferência para as gavetas de baixo

Essa sapateira, que nada mais é do que duas sapateiras uma do lado da outra, com uma tábua de madeira em cima, é uma mão na roda.

As crianças usam as gavetas de baixo, os adultos usam as gavetas de cima.

Essa pequena decisão, tão simples, facilitou o acesso aos sapatos, e no momento de sair de casa, elas mesmas calçam os sapatos e guardam no momento que chega em casa, desde quando minhas filhas tinham 2 anos de idade.

4.) Móveis presos na parede

Cantoneira Para Fixar Armario Na Parede - Armario Collection

Por motivos de segurança, móveis que podiam tombar para a frente (como a sapateira, cômoda), fixamos na parede.

5.) Usando o criado-mudo como escada

A minha cama é bem alta. Primeiro, porque é uma cama-baú. E segundo, porque o colchão é um pouco mais alto do que os colchões tradicionais. O que tornou para as minhas filhas, uma missão impossível subirem na cama, elas não conseguiam subir de jeito nenhum.

O criado-mudo se mostrou uma ótima alternativa para auxiliar na subida. Ensinei-as a usarem o criado-mudo como uma escada. Na época, meu marido achou um absurdo eu ensinar isso, mas depois que viu a praticidade, entendeu.

De manhãzinha, quando elas acordavam antes de mim, saíam da cama que é bem baixinho, e subiam na cama dos pais usando o criado-mudo como escada. 

6.) Instalando varão do guarda-roupa na altura delas

Eu fiz algo parecido com a foto acima, só que em um guarda-roupa tradicional.

Pois é… essa é a vantagem de saber montar o próprio guarda-roupa. Alterei um pouco a altura das prateleiras, e instalei o varão no local que achei adequado e pronto.

Aqui em casa, rola um desfile de moda todos os dias… minhas filhas ficam trocando de roupa o dia todo, a todo momento. Uma hora é blusinha com saia, outra hora é vestido, depois surge de princesa, de sereia, e por aí vai.

Com o guarda-roupa na altura delas, elas conseguem ter a autonomia para escolher as próprias roupas por conta própria, e principalmente, guardar também.

7.) Mesa para crianças

Casa & Decoração | Objeto e Arte | Mesa de jantar com banco, Decoração,  Mesa de sofá

Essa mesa de acrílico, que nada mais é do que uma mesa de centro da sala, serve muito bem para as crianças desenharem, pintarem, brincarem de massinha.

8.) Banquetas para acessar o inacessível

Banquinho Antiderrapante Degrau | Petit Papillon Bebê & Criança

Tenho três banquetas bem parecidas com essa. Uma fica no banheiro e outras duas na sala. A caçula usa a banqueta para auxiliá-la na hora de sentar no vaso sanitário e também para acessar a pia do banheiro para lavar as mãos.

Quando elas eram menores, a banqueta ainda ajudava a acender e desligar as luzes dos quartos. Por serem leves, elas levam as banquetas da sala para a cozinha (quando querem me ajudar a cozinhar), da cozinha para o quarto (quando querem alcançar algo que deixei escondido).

9.) Gancho mais baixo para toalha de mão

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Não é a coisa mais bonita de se ver, mas além do toalheiro que está na altura padrão, há um gancho com uma outra toalha de mão numa altura mais baixa. Com isso, elas conseguem enxugar as mãos.

10.) Jarra de água e copo acessível para tomarem água

Claro que sempre insisto para tomarem água, mas também deixo uma jarra de água e copo em cima da mesa da sala para elas tomarem água sempre que sentirem vontade.

11.) Fruteira acessível

Da mesma forma que a água, a fruteira também está sempre visível, instalada numa prateleira. As frutas colocadas nessa fruteira já estão higienizadas, então é só esticar a mão e comer.

12.) Brinquedos em caixas de madeira

Brinquedos são guardados em caixotes de madeira, desta forma, elas conseguem pegar e guardar com facilidade.

13.) Espelho colocado na altura das crianças

Atualmente, já não tenho mais espelho de corpo, porque na porta do guarda-roupa tem um espelho bem grande. Mas durante muito tempo, tive um espelho de corpo e resolvi abaixar até a altura delas. Conforme elas cresciam, eu subia um pouco mais o espelho.

14.) Protetor de tomadas

Tudo o que você precisa saber para ter proteção no quarto de bebê

Tem criança que quando a gente fala “não bota o dedo aí na tomada”, a criança vai obedecer (foi o caso da caçula). Já a filha mais velha, adorava tomadas e por mais que eu avisasse, ela sempre estava com um dedinho, um lápis, um palito. Então dependendo da criança que você tem, protetor de tomadas é fundamental sim.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento · Minimalismo

Proteja o seu maior patrimônio

Pessoa, Loira, Menina, Pedra, Acima, Rio, Água, Verão

Não. Não estou falando da sua conta bancária, nem do seu patrimônio financeiro.

Estou falando da sua saúde física, mental e espiritual.

Estou falando de você, da sua família, do seu casamento, dos seus filhos, dos seus amigos.

Eu sei que você protege o patrimônio da empresa que trabalha, toma decisões difíceis que faz até perder seu sono em algumas noites.

Mas e quando estamos falando do seu maior patrimônio, você também toma decisões difíceis e perde o sono?

Ou prefere tomar apenas decisões fáceis e deixar tudo para depois?

O que você faz para manter a sua saúde em dia?

O que você faz para manter seu casamento saudável?

O que você faz para participar da vida dos seus filhos?

O que você faz para manter seus amigos próximos de você?

Talvez esteja na hora de analisar a sua rotina e rever as prioridades.

Convido você a assistir o vídeo abaixo. Ela é dividida em 2 partes. Veja como é surpreendente, quando aprendemos sobre prioridades.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

O lado bom de tudo

Sorriso, Boca, Dentes, Rir, Nariz, Menina, Queixo

Minha filha mais nova de 3 anos tem gagueira.

Descobri isso muito cedo, alguns meses depois que ela começou a falar. Achei estranho, a boca torta no momento de falar, a bochecha enchia como se precisasse fazer força, já tinha visto essa cena inúmeras vezes quando era criança.

Aguardei alguns meses, a gagueira começou a ficar mais evidente. Ninguém em casa ainda havia percebido.

Pois bem.

Eu tenho uma irmã que tinha gagueira severa.

Eu era pequena, e cresci vendo minha irmã mais nova tendo muitas dificuldades na fala. Ela pulava pra voz sair, ficava vermelha e sem ar, batia no próprio peito, batia na cabeça para que as palavras pudessem sair. E as palavras não saíam. Vi pessoas chutando palavras aleatórias com o intuito de ajuda-la, o que acabava irritando-a ainda mais.

A gagueira é um distúrbio neurológico que provoca um mau funcionamento nas áreas do cérebro que dificulta a fala. Apesar de 95% dos casos de gagueira ter fator hereditário, fonoaudiólogos disseram que minha irmã era gaga por sermos bilíngues, e que minha mãe tinha que tomar a decisão de escolher uma única língua. Ou seja, abandonar o japonês e falar somente português.

O início da gagueira da minha irmã coincidiu com o falecimento precoce do meu pai, e durante muitos anos, minha mãe achou que a gagueira tinha causa psicológica, por conta da ausência da minha mãe para trabalhar sustentar a família.

Minha mãe ignorou todos prognósticos dos especialistas e ela mesma passou a treinar a fala da minha irmã. Sem conhecimento específico, criou exercícios baseando-se na própria intuição. Todos os dias, a todo momento, quando íamos para a escola, quando voltávamos da escola, quando estávamos jantando, minha mãe estava lá, treinando com ela.

Hoje, a minha irmã tem 36 anos, é bilingue, e há mais de uma década, a gagueira dela é imperceptível. Uma conquista da minha irmã, mas a vitória é da minha mãe.

Minha filha ri em voz alta, fala do jeitinho dela, gaguejando, é estimulada a todo momento pela irmã mais velha que tira os brinquedos da mão e sai correndo. Ela contesta, argumenta, briga, chora, e tudo isso faz com que ela fale muito.

Claro que não é fácil, principalmente, porque eu sei como a gagueira afeta na qualidade de vida de uma pessoa.

Mas nessas horas, insisto em lembrar que se a minha mãe conseguiu tratar a gagueira severa da minha irmã, sem marido, sem tempo, sem dinheiro, sem internet, sem conhecimento científico, por que eu não conseguiria, se tenho o apoio do meu marido, tenho tempo, posso contratar um fonoaudiólogo, e ainda tenho internet que me permite acessar as últimas pesquisas sobre o assunto?

Ter visto a luta da minha mãe é ter a certeza de que tudo ficará bem.

O que me resta é agradecer por poder ouvir a voz doce da minha filha, por ela conseguir expressar os sentimentos através da fala, por ser uma criança saudável, por ser uma criança generosa.

A gagueira não tem cura, mas pode muito ser atenuada, até se tornar imperceptível.

Daqui a 10 anos (tempo que considero suficiente para mudar a trajetória da vida), volto para compartilhar com vocês que a conquista foi da minha filha, mas que a vitória é minha.

~ Yuka ~

Minimalismo

Crianças mimadas, adultos de porcelana

Contemplando, Amizade, Amigos, Crianças, Menina

Semana retrasada foi dia das mães. Poderia até ter publicado este post, mas como ando distraída, só pensei nisso depois.

Não sou especialista nesse assunto de maternidade, nem de educação. Então só vou compartilhar a minha visão, o meu ponto de vista e o que tenho feito com as minhas 2 filhas.

A importância da frustração

Eu que sou mãe, sei que dá vontade de atender todas as vontades dos nossos filhos, mas isso não é nem um pouco saudável. Propositalmente, eu não atendo todas as vontades das minhas filhas, porque eu quero que elas saibam o que é frustração. Elas chutam o chão, choram, gritam, mas depois entendem que a vida é assim mesmo. E olhem só, a cada frustração que elas sentem, elas vão aprendendo a lidar com esse sentimento que é tão complexo.

A importância do ócio

Quando viajo de ônibus com as minhas filhas, não levo livro, não levo brinquedos para distrair, não levo tablet, não empresto meu celular. Ensinei as meninas a ficarem quietinhas no ônibus, pois ônibus não é lugar para brincar, nem fazer barulho. Eu levo alguma coisa para elas comerem no início da viagem e depois digo para elas dormirem. Quando elas estão muito entediadas, sugiro que apreciem a paisagem, e assim, o sono vem rápido.

Outra coisa que eu percebo, é que quando elas estão ociosas e sem televisão, elas brincam mais de pintura, de desenho, de faz de conta, de teatro, dançam, cantam… ou seja, começam a usar a criatividade para se divertir.

A importância de não atender todas as demandas

Assim como eu, vocês também devem conhecer adolescentes que acham que quem tem que resolver o ócio deles são os pais. Só cobram, e não tentam resolver o próprio problema. Não sabem lidar com o tempo vazio, nem com a falta de certas coisas. Acham que tudo se resolve com dinheiro, com os pais comprando o que falta. Não quero isso para as minhas filhas. Querem uma máscara de um personagem de desenho? Então vamos fazer com o material que temos em casa. E assim, elas vão compreendendo que nem sempre precisamos gastar dinheiro, nem ficar esperando os outros resolverem os nossos problemas.

A importância de não querer suprir o que não tivemos na infância

É mais fácil enumerar as coisas que tivemos, do que enumerar o que não tivemos na infância (porque a lista é extensa). Na nossa época, era algo normal a criança ter poucos sapatos, poucas roupas, poucos brinquedos.

Atualmente vejo pais atendendo todas as demandas dos filhos, dando presentes a todo momento (por não ter ganhado tantos brinquedos), colocando na melhor escola (por ter estudado em uma escola pública do bairro), dando uma mesada gorda (por não ter tido mesada), dizendo sim para tudo (porque seus pais disseram muitos nãos)…. Mas não percebem que foram justamente esses limites que recebemos, que moldaram o nosso caráter hoje e a resiliência que temos em relação a vida.

Crianças que tiveram tudo na infância se tornam adultos que não se esforçam, acham que os pais têm obrigação em pagar as contas. Permita que seu filho tenha o sentimento de conquista, e não de que conseguiu tudo de mão beijada.

A importância de compartilhar

Já escrevi um post sobre esse assunto, explicando de que forma incentivo intensamente a importância de compartilhar.

Minhas filhas compartilham quarto, compartilham a cama, compartilham brinquedos, as roupas, a televisão… E assim, de coisas em coisas, vão entendendo que precisam esperar pela sua vez, e a trabalhar a paciência.

Ensinar sobre paciência, sobre a espera

Eu não compro brinquedos com frequência.

Os brinquedos são comprados em datas festivas como aniversário, dia das crianças e no Natal. As crianças entram nas lojas de brinquedo SABENDO que não irei comprar nada. Elas não fazem birra, elas olham, se encantam, brincam e depois saímos da loja sem comprar nada. Quando gostam muito de um brinquedo, me chamam para mostrar explicando que é o que vai querer ganhar no dia do seu aniversário.

A questão não é o dinheiro, e sim, sobre ensinar a ter paciência e a importância da espera. Elas não fazem birra, porque sabem que irão ganhar algo em breve.

Ensinar que não se pode ter tudo na vida, é preciso fazer escolhas

Quando estou no supermercado (antes da pandemia), sei que não custa nada comprar 2 coisas que elas estão pedindo. Mas faço elas escolherem 1. “Qual você quer mais? O chocolate ou o biscoito?” Com a mãozinha pequena na cabeça, vejo minha filha escolhendo com muita dificuldade qual quer mais. Mas é assim mesmo. É desta forma que elas vão aprendendo desde a infância de que não podemos ter tudo na vida, de que temos que fazer escolhas. São as pequenas decisões e escolhas que elas fazem no dia-a-dia que irão treiná-las a ter autonomia quando elas tiverem que tomar as suas próprias decisões.

A importância de ter responsabilidades

Minha filha de 3 anos já compreende que roupa suja deve ser colocada no cesto da lavanderia. Ela não faz isso sozinha, mas leva até a lavanderia quando explico que não deve deixar a roupa no chão. Quando elas voltam da creche (também antes da pandemia), elas guardam os sapatos na sapateira, vão ao banheiro lavar as mãos (há um banquinho para que a caçula alcance a torneira e um gancho na altura delas onde fica pendurado a toalha de mão). Elas sabem que quando terminam de comer, devem levar o prato na pia da cozinha. Como diz o meu marido, não adianta um filho ser fluente em inglês, saber robótica e tudo mais, mas não saber lidar nem com as próprias roupas sujas.

Ensinar a diferença entre valor e preço

Esse ano fiz festinha de aniversário para a minha filha mais velha. Como estamos quarentenando, a festa foi só entre a gente mesmo. Não fiz grandes coisas, só um brownie em formato redondo, uma bandeja de brigadeiros, suco de laranja para as crianças, café para mim e para o meu marido e alguns balões coloridos para decorar a parede.

Cantamos parabéns duas vezes, fomos até o quarto para medir a altura da aniversariante, entreguei para ela o presente que eu mesma havia feito com a minha máquina de costura: uma necessáire para ela guardar o pente e o espelho de mão.

E eis que ela grita de euforia e me abraça: “mamãe, este foi o melhor aniversário que eu já tive em toda minha vida!”. Esta festa aconteceu no início desse mês e, após 3 semanas, ela ainda lembra com alegria.

Criança não vê preço, vê o valor das coisas. São os adultos que ensinam as crianças de forma errônea que preço é melhor do que valor. Que festa em buffet com 200 pessoas é melhor do que festa em casa com os melhores amigos. Que viagem para Paris é melhor do que viajar para a casa da vó.

A criança não é o centro do universo da nossa família

Você já deve ter visto inúmeras crianças sentadas nos bancos prioritários em transportes públicos, enquanto vovôs de cabelos brancos ficam em pé, se agarrando em qualquer lugar para não se desequilibrar.

Eu fico muito indignada com essa cena, e mesmo antes de me tornar mãe, havia jurado que, se um dia eu viesse a ser mãe, meus filhos não iriam tirar lugar de um idoso ou de qualquer outra pessoa necessitada.

Minhas filhas não sentam nos transportes públicos, porque entendem que as pessoas que estão lá de pé, trabalharam o dia inteiro, estão cansadas. No máximo, sentam no meu colo. Quando entra algum idoso, elas já se levantam, porque sabem que eu vou ceder o meu lugar para ele. Minhas filhas têm 5 e 3 anos e já entendem sobre empatia. Tem adulto de 50 anos que ainda não descobriu o significado dessa palavra.

Eu passei 9 meses da minha gravidez em pé no transporte público, porque as pessoas simplesmente não cediam seus lugares. Adolescentes sentados nos bancos prioritários, jogando Candy Crush, porque os pais sempre deixaram sentar nesses bancos prioritários, sendo tratados como centro do universo na sua família.

Criar como uma grama, e não como uma flor

Na minha infância, eu tive uma professora de japonês que costumava me chamar de grama. Eu não gostava, principalmente, porque ela chamava minhas irmãs de flores, e eu também queria obviamente ser uma flor.

Só depois de um tempo que eu entendi. Eu era grama, porque mesmo as pessoas pisando em mim, mesmo sendo esquecida, não sendo a preferida, eu sempre estava de pé. Vocês sabem que eu tive uma infância difícil, eu tive uma irmã agressora, que hoje sei que se enquadra como violência doméstica. Enfrentei um divórcio, burnout no trabalho, e apesar dos apesares, sempre recomecei.

– – –

Todas as coisas que eu faço com as minhas filhas, nunca teve o intuito de economizar, mas torná-las adultas responsáveis. São 5 pilares que tento ensinar: responsabilidade, foco, escolha, renúncia e paciência.

Tudo isso tem um único propósito: não criar adultos de porcelana.

Há uma frase famosa em que diz que “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional”. A minha intenção não é evitar a dor das minhas filhas, e sim ensinar a administrar os sentimentos, APESAR da dor.

Elas sentirão a dor da perda, a da saudade, a da despedida, a da frustração, da rejeição. O que eu tento fazer é ensina-las a lidarem com os sentimentos, apesar da rejeição, apesar da frustração, apesar da indignação, apesar das injustiças.

Foi assim com a gente. Quantos de nós sofremos bullying, numa época que nem existia essa palavra? Nós sobrevivemos. E com isso nos tornamos mais fortes.

Quando digo não para certos brinquedos, elas têm duas alternativas: chorar ou construir algum brinquedo através de materiais que já temos em casa.

Quando elas se tornarem adolescentes e passarem a receber uma mesada, vão ficar reclamando do valor da mesada ou vão aprender a pechinchar, buscar no brechó, fazer troca com as amigas, empreender?

Eu não posso evitar que elas não tenham problemas todos os dias. Mas eu posso ensiná-las a como enfrentar e lidar com os problemas da vida.

~ Yuka ~

Minimalismo

O desafio da quarentena com filhos pequenos

Criança imaginação
Foto: Pinterest

Depois de quase 1 mês de confinamento, tive a brilhante ideia de entrar no guarda-roupa e me esconder das minhas filhas por uns 15 minutos. Ah, que delícia. Silêncio. Escuro. E finalmente, so-zi-nha.

Quando minha filha me encontrou, ela abriu um sorriso largo, achando que eu estava brincando de esconde-esconde.

Eu sou uma pessoa que desde criança, sempre gostei do silêncio.

O silêncio aquieta a minha alma, abraça meus pensamentos e me mantém em equilíbrio.

Indo na contramão da maioria dos pais, minhas filhas não têm acesso ao tablet, nem ao celular. Elas assistem um pouco de desenho no Netflix. Isso significa que elas ficam pouco tempo sentadas no sofá.

Elas brincam pra valer, e quando digo pra valer, significa tomar banho e conseguir molhar até o teto do banheiro. Derrubam todas as almofadas do sofá no chão para criar um oceano de faz de conta. Querem me ajudar a cozinhar, isso significa ter 2 crianças em cima de uma banqueta, enquanto eu manuseio uma faca. Traduzindo, cozinho com apenas 1 pé no chão, enquanto minha outra perna tenta fazer uma barreira para que a caçula não caia da banqueta.

E quando elas querem almoçar embaixo da mesa? Aliás, já tomamos café da manhã, os 4 em pé, porque as cadeiras estavam sendo usadas como casinha. Para ter um momento de trégua, invento de fazer uma sessão-cinema, torcendo para que se acalmem por pelo menos 30 minutos, e aí eis que derrubam toda pipoca em cima do sofá… nesse momento, há dois pares de olhos me olhando com aquela cara “foi sem querer, mamãe”.

Decido tomar um banho para relaxar… ligo o chuveiro e as danadas podem estar fazendo o que for, largam tudo, tirando as roupinhas enquanto correm pelo corredor, e chegam na porta do banheiro já sem roupa. Incrível como para certas coisas elas são tão rápidas.

Comprei um aquário com alguns peixinhos para distrai-las nesse período de confinamento, e secretamente, ter a esperança de fazer uma meditação enquanto olho os peixes nadarem. Ao tentar transferir os peixes para o aquário, muitas mãozinhas querendo me ajudar, e olhem só, o peixe pulou e caiu em cima da mesa. Gritaria geral. Até meu marido gritou. Quase surda, peguei o peixinho com a mão mesmo, e joguei de volta na água. Ufa, de volta à normalidade. Será mesmo? Comecei a pensar que ao invés de sossego, arranjei mais um trabalho pra mim. Preciso dar comida para os peixes 4 vezes por dia. Bom, pra quem dá comida para as crianças umas 7 vezes por dia, isso não parece ser uma tarefa difícil.

Não vamos esquecer que elas andam de patinete em dupla dentro do apartamento, alcançando uma velocidade considerável. Ora é patinete, ora é bicicleta, até o triciclo entra na rodada. Esses dias, decidiram que o guarda-roupa seria o novo quarto delas. Levaram seus bichinhos de pelúcia, suas roupas preferidas, biscoitinhos. Cadê minha colher de pau? Hum, dentro do guarda-roupa.

Eu não as reprimo, porque sei que são crianças fazendo coisas de crianças. Eu mesma cresci fazendo essas coisas.

Pais de crianças saudáveis, guardam brinquedos no final do dia. Pais de crianças que brincam pra valer, guardam brinquedos no final do dia, e também colocam os móveis de volta para o lugar. Arrumo a cadeira que está de ponta cabeça, coloco de volta a cômoda do quarto que foi distanciada da parede para virar um trampolim (elas fazem salto ornamental no colchão). Recoloco o encosto do sofá que tinha virado cadeirinha de praia, pedem inclusive um copo de água com canudo e uma rodela de limão para decorar.

Onde elas aprendem tudo isso? Não faço a mínima ideia.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Garanta o seu futuro, antes de garantir a do seu filho

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Quando nos tornamos pais, é comum ouvirmos por aí de que abrimos um plano de previdência privada no nome do filho com o intuito de garantir o seu futuro. Esse singelo gesto de amor, de preocupação e de esperar por um futuro melhor é lindo… mas tenho que perguntar: e pra você? Você tem um plano para a sua aposentadoria?

Não estou dizendo para não pensar no futuro dos filhos. Afinal, quem não gostaria de ver os filhos felizes, realizando sonhos, com o “futuro garantido”?

O problema começa quando os pais pensam somente no futuro deles, esquecendo do seu próprio futuro, que chegará muito antes do deles.

Além da reforma da previdência que está chegando, temos um outro porém: nós viveremos por mais tempo. E com isso trabalharemos por mais tempo, aposentaremos mais tarde e ainda ganharemos (se não morrermos antes) uma aposentadoria pífia.

Sem contar com a possibilidade de ficarmos desempregados. Já parou para pensar que teremos jovens entrando no mercado de trabalho, junto com a constante automatização da mão-de-obra, e idosos trabalhando com um salário bem mais alto do que um salário inicial de um jovem? Na hora da demissão, adivinhe quem a empresa irá demitir? O jovem com cabeça fresca e que ganha pouco, ou nós, com cabeça mais lenta, ganhando mais? Não haverá vaga de emprego para todos e isso poderá gerar a nossa demissão.

Caso essa situação venha a acontecer, quais serão os seus planos? Como irá se sustentar? Como irá sobreviver? Como irá pagar suas contas? Seus remédios?

O melhor presente que podemos dar para os nossos filhos, é não depender financeiramente deles. Já deve ter percebido que há situações em que muitos pais precisam ajudar os filhos financeiramente.

Imagine se você estiver contando com o dinheiro do seu filho, que ainda nem se tornou adulto, e do salário que ele ainda nem recebeu, para garantir a sua própria sobrevivência?

Os gastos na terceira idade naturalmente costumam aumentar: plano de saúde, remédios, e gastos por ter mais tempo livre, consequentemente mais lazer…

Se esse for o seu caso, repense. Talvez esteja na hora de pensar primeiro no seu futuro, antes de pensar no futuro dos filhos.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

A importância do investimento e a metáfora do guarda-chuva

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Desenhei essa imagem do guarda-chuva para explicar a importância que a independência financeira tem para mim.

Geralmente as pessoas acham que a categoria “investimento” é 1 das 8 armações que um guarda-chuva possui: investimento, família, trabalho, relacionamento, etc.

Aqui em casa, a categoria investimento, que denominamos “independência financeira”, é o guarda-chuva em si. É ele que PROTEGE todo o resto que está embaixo.

COMO ASSIM? Calma, vou explicar item por item:

CASAMENTO

Ter dinheiro investido traz paz para o casamento. Dizem que 80% dos divórcios têm em sua origem a falta do dinheiro. Eu e meu marido não temos nenhum tipo de estresse por dinheiro.

FUTURO DOS FILHOS

Tenho tranquilidade em saber que no momento certo, poderei oferecer para as minhas filhas o que elas precisarem. Não, não pretendo presentear com carro, nem apartamento. Mas terei oportunidade em oferecer uma educação de qualidade e conhecimentos que só obtive depois dos meus 30 anos.

MUDANÇA DE GOVERNO

O meu trabalho e a do meu marido tem relação direta com verbas federais e estaduais. Isso significa que mudança de gestão pode gerar cortes de verbas, e ter consequências como a não reposição da inflação salarial (o que já tem acontecido), e no caso do meu marido, até mesmo desemprego. Estamos na situação que independentemente de quem governar este país, estaremos seguros.

DESEMPREGO

Há 2 anos, na fase em que diversas pessoas estavam sendo demitidas, eu tive tranquilidade para conduzir as principais decisões familiares. Um grande exemplo que eu já contei aqui, foi quando no mês em que a minha filha nasceu, meu marido ficou desempregado. Em nenhum momento eu senti insegurança ou raiva, muito pelo contrário, fiquei feliz em saber que ele poderia participar ativamente dos primeiros meses da nossa caçula, estando em casa comigo.

SEGURANÇA

Eu que já fui assaltada pelo menos 10 vezes, sei bem o valor da segurança. Por isso mesmo, escolho muito bem o bairro e também a rua em que vou morar, principalmente agora que tenho crianças. A rua precisa ser bem iluminada, com boa circulação de pessoas, próxima de metrô, com diversos comércios como farmácia 24 horas, açougue, supermercado, bancos, padaria etc. Apenas para ficar claro, são os meus investimentos que pagam o aluguel do meu apartamento.

CONFORTO

É inegável o prazer do conforto. E quando falo conforto, não estou falando só da cama que dormimos, o sofá que sentamos, a roupa que vestimos. Estou falando também do conforto de poder chamar um Uber em dias de chuva, o conforto de poder pedir comida em algum restaurante quando estou muito cansada para cozinhar.

OPORTUNIDADE

Já aconteceu de você saber que algo é a oportunidade de ouro, mas não tinha dinheiro? Comigo já aconteceu 2 vezes. As 2 oportunidades perdidas foram imóveis que eu queria comprar pra investir, mas não tinha dinheiro. Sabia que estava muito barato, mas a única forma de comprar naquela época era fazendo dívidas e eu perdi a oportunidade. Ter dinheiro significa que você está dentro do jogo. Hoje, estou dentro do jogo.

SAÚDE

Eu pago um plano de saúde para a minha família. E isso me traz tranquilidade. Um exemplo, semana passada, meu marido foi avisado por um médico para ele ir atrás de um médico especialista, pois detectou na tomografia que ele estava com uma massa densa no fígado. Deu um gelo na hora. Mas se eu não tivesse um plano de saúde, acho que ficaria mais preocupada.

AUTO-CONHECIMENTO

Considero que a busca pela Independência Financeira (IF) obriga a pessoa ter um auto-conhecimento, vamos dizer, fodástico. Digo isso porque a IF não é um evento passageiro, uma mania. É um estilo de vida. E por ser um estilo de vida, não dá para viver a vida toda na miséria, fazendo longos sacrifícios por 10, 20 anos de sua vida, pois isso não seria viver com plenitude. Ter o auto-conhecimento, encontrar o equilíbrio e a tão famosa suficiência, é essencial para que alcancemos a satisfação em todas as coisas que temos.

VELHICE TRANQUILA

Saber que poderei usufruir da minha aposentadoria, sem precisar depender do salário das minhas filhas, nem da ajuda do governo é muito bom. Isso traz paz.

Depois de ler todos esses itens, algumas pessoas podem perguntar: “mas como eu também posso buscar a minha independência financeira?”

Sabem como? Começando a juntar o primeiro real. Não menospreze nenhum centavo. Pode ser R$1, R$10 ou R$100.

Dia após dia, mês após mês, ano após ano juntando dinheiro, vai chegar um momento em que os juros compostos começam a surtir efeito.

Acredite.

~ Yuka ~

 

Organização

Dicas para esconder a bagunça da casa (brinquedos)

Depois que tive as minhas duas filhas, a casa nunca mais foi a mesma rs.

Uma coisa que eu percebi é que quando deixei os brinquedos no quarto das meninas (para deixar a casa mais organizada), elas quase não tinham iniciativa para brincar. Quando passei a deixa-los na sala, começaram a brincar muito mais. Foi dessa forma que entendi que brinquedos precisam ficar no cômodo que elas passam a maior parte do tempo: no nosso caso, na sala.

Só que havia um problema… brinquedos na sala, significa muita bagunça na sala, e pior, bagunça permanente.

A solução que encontrei foi usar truques para esconder alguns brinquedos, enquanto deixava outros à mostra.

Qualquer pessoa que entrar na minha casa, vai saber que há crianças morando em casa. A intenção nem é esconder tudo, mas deixar a casa o mais apresentável possível.

Dica 1: Adaptar locais para esconder brinquedos, misturando aos móveis

Eu tenho um rack de televisão deste modelo, que comprei na Mobly.

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Adivinhem o que tem nas gavetas?

Na primeira porta, guardamos itens de desenho como caderno, lápis de cor, canetinha, papel, giz de cera, tinta, pincéis etc. Como são itens pequenos, guardar aqui dá muito certo.

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Já na segunda porta, guardamos tapetinhos para forrar o chão nos dias mais frios, assim minhas filhas não sentam no chão gelado.

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Embaixo do rack, encomendei 3 caixotes de madeira pinus com rodinhas, na Marcenaria Asahi, da Elo7. Não foi barato, mas a qualidade é impressionante, vale cada centavo. Recomendadíssimo.

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Dentro dessas 3 caixas, cabem muitos brinquedos e pelúcias. Como as caixas possuem rodinhas, as próprias crianças puxam e pegam os brinquedos.

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Outra coisa que ajuda muito a diminuir a bagunça é a cama com baú embaixo. E posso dizer que esse espaço que antes era inutilizado, está sendo aproveitado de uma forma bem útil.

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Dica 2: Mostre alguns itens como se fosse parte da decoração

Na mesma Marcenaria Asahi, comprei duas prateleiras para colocar livros infantis que ficam expostos na sala, na altura das minhas filhas. Então até a caçula que tem 1 ano e meio, consegue pegar os livros. No início, guardava os livros em uma caixa, mas elas não liam com frequência, por isso resolvi expor na parede mesmo.

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Dica 3: Móveis infantis não precisam ser necessariamente coloridos

Ao invés de comprar móveis coloridos, tento comprar móveis que possuam linhas mais retas, minimalistas. Tenho uma mesa de centro transparente, de acrílico, que fica na sala. Essa mesa, além de servir de apoio para nós, adultos, serve também para as crianças brincarem de massinha de modelar, vira mesa de pintura e desenho. Serve inclusive para elas comerem algum lanchinho da tarde. A visita nunca imaginaria que são as crianças que mais usam essa mesa.

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Dica 4: Abuse dos ganchos transparentes e ventosas

Gancho é uma coisa maravilhosa! Existe atualmente no mercado, ganchos transparentes da 3M que são inclusive removíveis, ou seja, não estragam a pintura da parede. Há de diversos tamanhos, mas eu gosto dos menores para colocar em alguns pontos da sala. Eu colei alguns destes na parte superior da parede para pendurar bandeiras em períodos festivos como Natal, festa junina, aniversário etc.

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Outra coisa boa para quem tem crianças pequenas em casa, é ter um organizador de brinquedos dentro do box do banheiro. Esse que eu tenho, gruda na parede com ventosa. Ele não é grande, nem pequeno demais, o que é ótimo, porque já negociei com as minhas filhas de trazerem somente brinquedos que caibam nesse organizador. Depois de usar, a água escorre pelos furos.

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Dica 5: Há coisas que simplesmente não dá para esconder

A cozinha de madeira é uma delas. Qual o melhor lugar para deixar? No quarto das crianças. Elas brincam lá? Não. Então tive que fazer uma escolha: ter uma casa arrumada ou pensar nas crianças? Resolvi pensar nas crianças e por isso a cozinha está na sala, ao lado do sofá. As crianças brincam na cozinha, praticamente todos os dias.

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Mostrei as fotos deste post para o meu marido, e ele deu risada falando que as fotos são de antes das coisinhas acordarem… porque depois que elas acordam, parece que passou um furacão em casa.

Essa foto é de 10 minutos depois que elas acordaram.

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~ Yuka ~

Organização

Rotina da casa com filhos

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Uma leitora pediu para que eu falasse um pouco mais sobre a maternidade e como cuido da casa.

Eu e meu marido, desde sempre, nunca tivemos alguém para limpar a nossa casa. Isso significa que quem fazia a faxina da casa (dos nossos pais) eram os próprios integrantes da família.

Crescemos e ambos cursamos faculdade em uma cidade do interior (onde nos conhecemos). Ou seja, morando em um lugar novo, sem os pais, precisávamos cozinhar, limpar a casa, lavar roupa, organizar as finanças e se virar nos 30 com pouco dinheiro. Tudo isso aos 17, 18 anos.

Morar longe dos pais desde cedo, nos fez compreender que, independentemente se gostamos ou não das tarefas domésticas, precisávamos fazer. Nós dois sabemos que o lixo não se esvazia sozinho, que o banheiro não se limpa sozinho, que as roupas sujas não vão para o cesto sozinhas e que se ninguém for ao supermercado e arregaçar as mangas e cozinhar, não teremos jantar.

Em casa não tem muito “meu serviço, seu serviço”. Tem dias que enquanto eu lavo a louça, meu marido dá banho nas meninas. Outras vezes, sou eu que dou banho nas meninas e ele lava a louça. Ele coloca a roupa para lavar à noite e eu acordo e vejo que tem roupa dentro da máquina. Então eu simplesmente estendo no varal antes de ir ao trabalho.

Quando estou cansada, ele me libera mais cedo das tarefas de casa e vou dormir, enquanto ele segura as pontas e deixa tudo pronto para o dia seguinte. Tem dias que ele está cansado, e digo para tomar banho e deixar as meninas comigo para ele descansar.

Durante a semana, minha mãe me ajuda a levar e buscar uma das nossas filhas, já que as duas estudam em escolas diferentes (não por vontade nossa, mas por vontade da Prefeitura – sim, duas crianças em duas escolas em bairros diferentes, não é fácil) e ainda quebra um galho em casa fazendo algumas coisas para nos ajudar. Mãe é mãe, né?

Nos fins-de-semana, gosto de organizar/planejar as atividades da semana. Enquanto meu marido dá uma geral na casa, eu faço o almoço. Enquanto ele passa a roupa, eu vou no supermercado. Enquanto ele lava o banheiro, eu brinco com as crianças.

Quando preciso focar em algo importante ou até mesmo estudar, ele leva as meninas para andar de bicicleta para que eu possa me concentrar.

Eu poderia passar a manhã toda descrevendo a nossa rotina de casa, mas alguns de vocês já devem ter matado a charada…

Nós nos importamos com o outro.

Esse é o segredo para a rotina da casa funcionar.

Em casa, não tem nada dividido.

Tem funcionado bem, e apesar de alguns dias a gente achar que não vai dar conta de tanta bagunça, de tantos brinquedos espalhados pelo chão, a gente vai se virando.

~ Yuka ~

Organização

Como organizar a bolsa de passeio de filhos pequenos

Quando se tem um bebê ou uma criança pequena (no meu caso, tenho os dois), é fato que precisamos nos organizar de forma que nada falte durante o nosso passeio.

Ao mesmo tempo que queremos levar tudo o que temos em casa por precaução, o volume e o excesso de peso, nos faz pensar duas vezes se realmente devemos fazer isso.

Para nós, que passeamos com as filhas sem ter um carro, temos 3 truques:

  • mochila confortável nas costas
  • carrinho de bebê
  • bolsa transversal

A MOCHILA

Esqueça outros tipos de bolsas. A mochila é indispensável para essa fase, onde as crianças ainda são pequenas e precisamos levar muitas coisas. Além de distribuir melhor o peso nas costas, permite ter as duas mãos livres.

O modelo que temos, compramos na Imaginarium:

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Ela é feita de tecido, leve, cabe muitas coisas e tem bolsos e compartimentos externos facilitando a organização.

Dentro da mochila, sempre que possível, utilizamos frascos menores:

– álcool em gel em pote pequeno;

– garrafinha de água (200ml);

– algumas fraldas (nossa caçula ainda usa);

– lenço umedecido (carregamos um pacote que já não esteja tão cheio);

– uma fraldinha leve para forrar a bancada na hora de trocar fralda;

– 1 muda de roupa extra para cada filha;

– guarda-chuva de alumínio, a mais compacta, fina e leve possível, também tem proteção UVA (comprei no bairro da Liberdade, em São Paulo);

 

– 1 paninho para secar a mão, limpar a boca, no fim, serve para qualquer coisa;

– algo para as meninas beliscarem, colocado em um recipiente pequeno. Também gosto de levar banana para uma emergência, é saudável, enche a barriga e não faz sujeira na hora de comer;

– um saquinho de lixo, assim, não preciso sair correndo atrás de uma lixeira.

Todos os itens são colocados SEMPRE no mesmo compartimento da mochila. Assim, sabemos que as fraldas estão na parte de trás da mochila, que a água está na lateral, o álcool em gel no bolsinho da frente e por aí vai.

A BOLSA TRANSVERSAL

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Na minha bolsa transversal (que é de tamanho médio) coloco o que é muito importante para mim, que não posso largar em nenhum momento:

– carteira (cartão do convênio médico, cartão de crédito, documento, etc);

– RG das meninas;

– chave de casa;

– celular;

– dinheiro;

– passe de metrô

– 2 protetores de assento sanitário (para a minha filha mais velha precisar usar o banheiro público, vai que…)

– algo que eu precise tirar com rapidez: se eu estiver indo para a rodoviária, são as passagens; se minha filha estiver resfriada, é um pacotinho de lenço.

O CARRINHO DE BEBÊ

No cesto que fica na parte de baixo do carrinho, deixamos sempre uma capa de chuva própria para carrinho de bebê (comprei o meu no Mercado Livre). Assim, se chover, as duas entram no carrinho e não se molham.

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A regra que reina para usar o carrinho basicamente são essas:

– durante o passeio, a mais velha já anda, então a bebê fica no carrinho;

– se a bebê dormir, entra no carrinho;

– se a mais velha dormir, ela dorme no carrinho;

– se as duas dormirem, a mais pesada fica no carrinho, enquanto a outra fica no nosso colo;

– a mochila fica sempre que possível, pendurada no carrinho;

– quando chegamos no destino (parque, biblioteca, etc), a mochila fica no carrinho, para não carregarmos peso. A gente fica de olho, mas se roubarem, paciência. Vou perder fraldas, paninhos, algumas peças de roupas, nada que me dê dor-de-cabeça. Por isso, tudo o que é importante está na bolsa transversal, que carrego sempre comigo. Decidimos desencanar mesmo.

Já perceberam que quem fica com o peso maior, é o carrinho. Lá, depositamos tudo e mais um pouco. Colocamos tanto peso, que precisamos até tomar cuidado para ele não tombar para trás, quando a nossa filha decide sair do carrinho sem avisar.

Utilizamos o Uber de uma forma bem eficiente. Para lugares próximos de casa, sai mais barato pegar o Uber do que ir de transporte público.

Desta forma, não há uma regra específica. Para cada passeio, avaliamos se levaremos o carrinho de bebê, o canguru, porque se há risco das duas dormirem, preferimos levar também o canguru – que vai pendurado (também) no carrinho de bebê, cobertor pequeno (para caso elas cochilarem), chapeuzinho para proteger do sol ou do vento, enfim, o que eu levo vai mudando conforme estação e também a distância do lugar.

~ Yuka ~

Minimalismo

O hábito de ler livros (sem gastar dinheiro)

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Eu sou daquelas pessoas que AMA ler livros.

Eu leio enquanto estou no metrô, no consultório médico, esperando uma amiga na cafeteria, na hora do meu almoço, um pouco antes de dormir…

Depois que as editoras passaram a comercializar livros em formato eletrônico, minha alegria só aumentou. Meus livros preferidos ‘entraram’ dentro do celular, do tablet, do computador. Passei a carregar 20, 50 livros no celular, sem precisar carregar peso extra.

Até que no ano passado, aderi ao meu amado Kindle.

Não sei se é do conhecimento de todos, mas o Le Livros, fornece gratuitamente milhares de livros sobre diversos assuntos, de ficção científica à economia. Muitos dos livros que eu li são do Le Livros.

Outro hábito que eu e meu marido mantemos com muito gosto, desde que as nossas filhas nasceram, é a leitura diária de livros.

Só que (para o meu desespero) até a minha filha mais velha completar 1 ano e meio, ela mordia a quina dos livros, rasgava e rabiscava as folhas.

Ao completar 2 anos de idade, ela parou com tudo isso e ainda sabia diferenciar o que era nosso e o que era de outra pessoa.

Foi quando passamos a pegar livros nas bibliotecas municipais e estaduais do bairro.

Geralmente, nós vamos à Biblioteca de São Paulo e na Biblioteca Infantil Multilíngue Belas Artes. Podem não ser as mais próximas, mas são bibliotecas maravilhosas e acessíveis, por ser perto do metrô.

Tentamos não misturar os livros da casa com os da biblioteca. Por isso deixamos em lugares diferentes, para que a nossa filha entenda que aqueles livros separados, são emprestados.

Ela definitivamente ama os livros “novos”.

E mais uma vez me lembro do quanto podemos nos divertir sem precisar abrir a carteira, nem acumular objetos em casa.

Basta ter paciência para procurar lugares bacanas, e disposição para levar os filhos nesses lugares.

~ Yuka ~

Minimalismo

A vida sem carro (e com 2 filhas)

sem carro

Para uma família de classe média que mora em São Paulo e que tem 2 filhas, não ter um carro pode ser um ponto fora da curva.

Antes mesmo de eu ser mãe, muitas pessoas estranhavam o fato de não ter um carro.

Quando fiquei grávida da minha primeira filha, me perguntavam: “agora vocês vão comprar um carro, nééé?” E lembro de ter respondido que eu compraria sim, se sentisse necessidade. E a vida prosseguiu sem sentirmos essa necessidade de ter um carro.

Logo depois, engravidei de novo. E de novo, ouvia o mesmo tipo de comentário: “um filho até que vai, mas com dois, vocês PRECISAM ter um carro!”

Então decidi mostrar um pouco neste post, como é a nossa rotina e logística sem carro:

1.) more perto de metrô

A escolha de morar em um apartamento perto de metrô (a menos de 100 metros) foi fundamental para que eu continuasse sem carro. O aluguel é mais caro? Sim, mas sai mais barato do que manter um carro.

2.) programe as atividades pela proximidade do metrô 

Todas as atividades principais da família são programadas pela proximidade do metrô. A creche fica a 3 estações, a casa da minha mãe fica a 2 estações, o meu trabalho é praticamente grudado no metrô, o pediatra fica a algumas estações etc.

3.) tenha supermercados por perto

Como isso é importante! Perto de casa há 3 supermercados (um grande e dois mini-mercados) e isso faz muita diferença na praticidade do dia-a-dia.

4.) tenha farmácia por perto

É muito importante ter farmácias por perto principalmente quando se tem criança pequena. Há uma farmácia de bairro a 1 quadra de casa e uma farmácia 24 horas a 3 quadras de distância.

5.) faça compras grandes pela internet 

Eu faço todas as compras grandes (e pesadas) pela internet: pacotes de fraldas, móveis, eletroportáteis, etc. Se uma determinada loja não tiver vendas online, eu vou até a loja de metrô/ônibus e volto de táxi.

6.) agende médicos pela proximidade de sua casa

Médicos, pediatras e exames laboratoriais: escolho pela localização do consultório/laboratório. Em dias de chuvas fortes, até pego um táxi, mas acaba não custando mais que 10 reais.

7.) organize passeios com antecedência 

Quando vamos passear, costumamos ir de metrô até o mais próximo possível do lugar e o restante do percurso pegamos táxi. Carregamos na mochila as fraldas, roupa extra, etc. Assim ficamos com as duas mãos livres para sair correndo atrás das crianças. Temos sempre um plano A e um plano B, se fizer sol, vamos para tal lugar, se chover, vamos para outro lugar. Assim, não nos frustramos com as condições climáticas.

8.) more perto do trabalho 

Meu marido vai de bike; e eu, de metrô. Nos 30 minutos que estou dentro do vagão, aproveito para ler livros e estudar.

9.) planeje viagens com antecedência 

Minha sogra mora bem longe de São Paulo e podemos ir de ônibus (10 horas de viagem) ou de avião (1 hora de viagem). Como sempre pesquiso voos promocionais com antecedência, acabo pagando quase o mesmo valor da passagem de ônibus.

É isso.

Acho que já devo ter comentado em algum post que eu já tive carro há mais de 10 anos e que ‘comia’ uma boa parte do orçamento. Quando fiquei sem carro, foi muito-muito-muito difícil pra mim. Foi árduo esperar no ponto de ônibus embaixo de sol e de chuva, sentia muito cansaço no sobe e desce do ônibus, ter que andar quarteirões, me equilibrar no ônibus e no metrô com uma bolsa grande, mas tudo é uma questão de costume. E hoje eu já me acostumei. Tenho a plena consciência de que não ter carro é o que me permite continuar investindo todos os meses, além de possibilitar horas de leitura dos meus livros preferidos.

– Yuka –

Do It Yourself

DIY Quiet Book: um livro educativo para entreter a criança 

Na primeira experiência que eu tive da licença-maternidade, por mais incrível que isso possa soar, eu tive um tempo para mim, entre os intervalos da mamada e da soneca.

E nesses intervalos eu fiz um livro de atividades para criança, feito de feltro, conhecido como Quiet Book. Aliás, não fiz um livro, mas fiz quatro no total (pois eu tinha previsão de ter 3 filhos e queria dar de presente 1 livro para a filha de uma amiga querida).

Talvez por isso quando me descobri grávida da minha segunda filha, comecei a sonhar com vários projetos de artesanato que para fazer durante a minha licença-maternidade.

Só que na segunda licença-maternidade não consegui costurar 1 única barra de calça rsrs, para provar que cada filho é de um jeito mesmo. Uns mais independentes, outros mais carentes.

Eu deixei os livros de feltro guardados no fundo do guarda-roupa até que minha filha tivesse a idade certa para aproveitar o presente.

E finalmente o tão aguardado momento chegou, aos 2 anos e 5 meses. Ela já sabe contar, usa os dedos com habilidade, ou seja, já consegue brincar com o livro que fiz com tanto amor para ela.

Eu peguei as ideias deste livro em diversas páginas da internet, não foram criações minhas. Na época nem pensei em postar no blog, então infelizmente não salvei os links originais.

Este livro não está com a capa customizada, mas cada livro possui o nome da criança na capa.

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~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Os filhos do consumismo vs pais consumistas = culpa de quem?

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A pergunta que a gente sempre houve é que filho custa caro, muito caro.

Sim, filhos custam.

Mas também não custa horrores como vejo informar muitas capas de revistas (e algumas pessoas que conheço).

Antigamente era muito comum filhos estudarem em escola pública, morar numa casa simples, dividir quarto com irmãos, usar roupa surrada do primo, andar de chinelo na rua ao invés de tênis (ou até mesmo descalço), festa de aniversário com doces e salgados feitos pela mãe e vó, beber água da torneira, ganhar presente só no Natal, ir para a escola a pé, andar de ônibus, andar a pé, viajar para casa de parente, brincar ao ar livre, descer a ladeira da rua com carrinho de rolimã ou skate.

Já hoje…

É muito mais comum ver crianças em escolas particulares, morar numa casa decorada, cada criança com seu próprio quarto, plano de saúde particular, usar somente roupas novas, beber água de garrafa, almoçar no shopping, brincar no shopping, ganhar presentes todos os meses, ter playstation, TV a cabo com 1000 canais, festa de aniversário em buffet com palhaços e animadores, ir para a escola de carro, viajar para resorts, hotel fazenda, Disney…

Realmente, neste caso, filho custa muito.

Depende de como criamos e onde levamos os filhos para passear e como lidamos com o consumismo.

Se levarmos para passear no shopping, almoçarmos por lá e comprarmos alguma bobeirinha, é claro que a criança já vai crescer achando normal que em todo passeio os pais precisam abrir a carteira e gastar dinheiro.

Acredito muito que a criança aprende pelo exemplo.

Toda semana eu e meu marido saímos com as nossas filhas para colocar os pés descalços na grama, na areia ou na terra. Se está chovendo, saímos de casa mesmo assim, vamos para a biblioteca infantil que tem livros e brinquedos. Ou seja, isso significa que nossos passeios de fim de semana geralmente incluem parques, piqueniques, passear pela rua, bibliotecas públicas, centros culturais e parquinhos infantis.

Levamos suco natural, sanduíche, frutas e alguma bobeirinha pra beliscar.

Também pedimos para as avós não comprarem presentes de forma exagerada, pois tanto eu como meu marido acreditamos que a criança tem que aprender a esperar, já que a vida não dá tudo o que a gente quer na hora que a gente quer.

Veja bem, a criança não precisa usar a fralda mais cara. Não precisa de um quarto decorado. Não precisa de brinquedos novos toda semana, nem de brinquedos caros. Não precisa de roupas lindas e coordenadas. Não precisa de uma casa grande.

O que a criança precisa é do nosso amor, do nosso tempo e da nossa atenção.

E tudo isso, vejam só… é de graça.

– Yuka –

Auto-Conhecimento

Filhos livres e independentes

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Desde que minha filha aprendeu a andar, ela faz algumas tarefas de casa, como por exemplo:

  • leva a própria fralda suja para a lixeira do banheiro
  • quando voltamos do supermercado, ela ajuda a levar alguns pacotinhos para a cozinha
  • ajuda a guardar os brinquedos na caixa
  • tira as roupas da máquina de lavar roupa para eu estender no varal
  • quando estamos varrendo a casa, ela sai correndo procurar a vassourinha pequena dela e começa a varrer junto com a gente

E por aí vai.

Eu já pensava bastante sobre o assunto, pois algumas pessoas do meu trabalho falavam em tom de brincadeira de que eu estava incentivando a exploração infantil. Mas a decisão de escrever um post veio quando o meu marido também ouviu esse tipo de comentário no trabalho dele, só que desta vez, de que ele estava sendo machista ao ensinar tarefas domésticas para a nossa filha.

Como já disse em posts anteriores, eu não fico chateada, nem irritada, nem sinto nada com estes comentários, pois sei que as pessoas não falam na maldade, elas falam por falar, falam sem pensar muito. A parte boa disso tudo é que me dá conteúdo para escrever aqui neste blog, o que é ótimo!

Então vamos lá.

Eu estimulo sim a minha filha a ajudar nas tarefas de casa. Como ela é muito pequena, tudo é muito divertido para ela. Ela adora desempacotar os itens quando volto do supermercado, abrir as caixas que vêm do correio, gosta muito de levar os pratinhos e copos de plástico para a mesa quando estou preparando o almoço, jogar lixo até a lixeira, etc. Tudo isso porque ela gosta muito de me imitar. Se estou varrendo a casa, ela também quer varrer. Se estou guardando os brinquedos dela em uma caixa, ela também começa a me ajudar. Se estou deitada descansando, ela vem correndo e encosta a cabeça no travesseiro comigo.

Eu não tenho muita ambição em relação a ela, de querer que ela seja médica, advogada, engenheira, astronauta.

Mas eu desejo muito 2 coisas: eu desejo que ela seja muito feliz, e desejo muito que ela seja livre.

E quando falo SER LIVRE, é no sentido mais amplo da palavra.

Se ela não sabe cozinhar, ela se torna dependente de uma mãe, de um cozinheiro, de um restaurante ou de alguém para cozinhar para ela.

Se ela não sabe limpar a casa, ela se torna dependente de uma empregada doméstica ou faxineira.

Se ela não sabe pregar um prego na parede, ela será dependente de uma pessoa que faça isso para ela.

Quando ensino a minha filha a cozinhar, limpar a própria casa, a ajudar nas tarefas de casa, (também pretendo ensiná-la) a poupar dinheiro, a administrar a casa, a rotina, a vida, a administrar as emoções, estou ensinando a minha filha a ser livre.

Eu não quero a minha filha dependente, nem por pessoas, nem por coisas. E isso não é nem de longe exploração infantil e/ou machismo por ensinar tarefas domésticas, já que mesmo se eu tivesse um filho homem, também ensinaria a cozinhar, pregar botão, varrer a casa, consertar chuveiro, etc.

Eu sempre dizia que devemos criar os filhos para o mundo, e não para ficar embaixo das nossas asas. Mas quando eu não era mãe, o que mais ouvia era “você fala isso porque não é mãe”. Hoje eu sou mãe e posso dizer que a minha opinião continua exatamente a mesma. Criamos os filhos para o mundo. Por isso a importância de estimular a criatividade, a independência e, principalmente, a liberdade dos nosso filhos.

~ Yuka ~

Minimalismo

Montando um enxoval minimalista para a segunda bebê

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A querida leitora Rosana me pediu para escrever um post sobre como eu montaria um enxoval minimalista, desta vez para a minha segunda filha.

E para isso, resolvi resgatar o meu primeiro post sobre o tema: “Montando um enxoval minimalista para o bebê”.

Uma das perguntas que a leitora fez, foi se eu tive algum item que antes eu não tinha incluído e que incluiria, ou algum item que eu comprei e achei desnecessário, se eu faria o estoque de fralda novamente, se valeu a pena fazer chá-de-bebê. As respostas estão logo aí embaixo:

Apesar de algumas controvérsias, eu não vou comprar roupas novas para a minha bebê, pois eu tenho muitas, muitas roupas. Algumas já usadas pela filha mais velha, outras, ainda novas. Por conta disso, não vejo necessidade de comprar roupas novas só para dizer que são novas. Vou separar as roupinhas que a minha filha mais velha usou, lavar, passar, dobrar com cuidado, e tenho certeza que vai bater aquela saudade gostosa, de lembrar que a minha filha já foi daquele tamanhinho, e que agora, uma outra vida está para chegar.

A única coisa que estou pensando seriamente em comprar, é 1 body novo para levar na maternidade. Eu estou guardando o primeiro body que a minha filha usou na maternidade. E gostaria de guardar o primeiro body que minha segunda filha irá usar na maternidade. Quero olhar para o body e lembrar de cada uma das filhas, para isso, quero ir na loja e escolher a peça pensando nela.

Então vamos lá para a lista:

– Berço, colchão, 2 lençóis e 1 protetor de colchão

Por saber que está vindo uma outra filha, eu já me adiantei e comprei uma cama de solteiro bem baixinha, para que ela não ficasse com ciúmes de perder o berço (e ainda mais a atenção dos pais), e comecei a fazer a adaptação para a cama nova, que aliás, ela adorou. Pedi para o meu marido desmontar o berço e guardar longe da vista dela, e só montaremos um pouco antes do nascimento da segunda filha. Ou seja, continuaremos com o mesmo berço, com o mesmo colchão, os mesmos lençóis e o mesmo protetor de colchão. Como minha filha frequenta a creche, eu tive que comprar mais 2 lençóis para levar na malinha dela. Estou considerando 2 lençóis, mas só porque tenho uma máquina de lavar roupa que lava e seca. Na urgência, consigo colocar o lençol para secar. Se eu não tivesse essa máquina, eu teria comprado mais 1 ou 2 lençóis, pois havia noites em que a fralda vazava e tinha que trocar o lençol de 2 a 3 vezes. Não senti falta de protetor de berço (kit berço), saia para berço, travesseiro, fronha, cobertor para deixar na cama, mosquiteiro, nem ursinhos de pelúcia decorativo.

– Carrinho de bebê e colchonete para carrinho

Conheci muitas pessoas que tiveram que trocar o carrinho de bebê quando a criança havia completado 8 meses, 1 ano de idade, por causa do modelo do carrinho. Eu tinha comprado um modelo que deita bem, só que era um pouco dura para recém-nascido, por isso comprei o colchonete para carrinho. Eu ainda estou usando o mesmo carrinho, só que já sem o colchonete, e não me arrependi de ter comprado esse modelo.

– Sling e canguru

Vou manter o sling que foi muito útil em bebê recém-nascido e o canguru para quando estiver mais firminha. Aliás, usamos o canguru até hoje.

– Banheira

A banheira foi bem útil, já o balde eu não incluiria na lista, pois depois que o bebê completar 6 meses, não caberá mais no balde. Depois ganhamos uma banheira um pouco mais funda, por isso acabamos nos desfazendo da banheira anterior, mas se não tivesse ganhado a nova banheira, ainda estaria usando a mesma.

– Sabonete líquido, creme para assadura, cortador de unha, cotonete, algodão

Minha opinião continua a mesma do post anterior.

– Fraldinhas de pano para limpar boca

Eu tinha falado 6 unidades, mas hoje eu vejo que tenho mais, acho que tenho uns 10. É bem útil, uso para limpar a boca, limpar a mão, secar o suor, na hora de passear, etc.

– Fraldinhas de pano maiores para forrar carrinho

Eu tinha falado 2 unidades, mas eu só usei quando a minha filha era recém-nascida. Hoje, por exemplo, não uso mais. Mas eu manteria mesmo assim na lista para bebezinhos.

– Toalha fralda

Eu manteria em 2 unidades, pois logo a criança cresce e passamos a usar toalhas normais.

– Trocador portátil

Uso o trocador que eu mesma costurei. Muito útil, uso até hoje. Eu não compraria aquele trocador que fica em cima da cômoda, porque depois que o bebê cresce, trocamos mais  cima da cama mesmo.

– Mantas

Ainda concordo em ter algumas, de várias espessuras, mas a manta grossa eu não usei ainda pelo medo do sufocamento. Eu não a cubro na hora de dormir, apenas coloco roupas quentinhas. Só cubro se for uma mantinha mais fina.

– Roupas

Como eu terei novamente uma menina e praticamente no mesmo período (a primeira nasceu em maio, a segunda está prevista para nascer em abril), não vou comprar nenhuma peça de roupa nova.

– Capa para amamentação, absorvente para seios

Não precisa de uma capa para amamentação. Eu coloco um paninho leve por cima do meu ombro.

Comprei só 1 caixa de absorvente para os seios. A produção de leite logo se equilibrou. Aliás, até sobrou, então desta vez vou usar os que já tenho.

– Fraldas descartáveis e lenço umedecido

Vou novamente fazer o chá de fraldas no meu trabalho. Da outra vez ganhei fraldas para mais de 1 ano e meio de uso e valeu muito a pena, mas só porque eu organizei o meu chá-de-bebê de forma muito econômica. Se gastar muito, não vale a pena fazer o chá. Melhor fazer as contas e verificar se vale a pena ou não.

Apesar de muitas mães amarem lenço umedecido, eu prefiro o algodão com água. Então quase não usei, e as que ganhei, acabei doando para amigas.

– Outros itens

Minha cunhada me deu o extrator elétrico de leite. Esse foi bem útil quando eu voltei a trabalhar. No momento, emprestei para uma colega de trabalho, mas um pouco antes do parto, vou pedir de volta.

– O que eu tive que comprar

Comprei 100 cabides pequenos de bebê para pendurar as roupinhas no guarda-roupa. E vou usar esses mesmos cabides para a bebê e acabei comprando 50 cabides infantis para a minha filha mais velha.

E também 2 luvas pequenas para recém-nascido. Eu não sabia, mas o bebê nasce com as unhas bem afiadinhas. Tive que comprar na própria maternidade algumas luvas para ela não machucar o rosto. Aliás, levem esse item na bolsa da maternidade se não quiser pagar uma fortuna na loja da maternidade.

Esses foram os gastos principais. No meu caso, não houve muitos imprevistos, nem arrependimentos. Acredito que para mim este enxoval minimalista caiu muito bem para o meu estilo de vida.

Para quem tiver interesse, há ainda este post que fala sobre os itens que não comprei: “O que custa mais caro? Ter um filho ou a vaidade dos pais?”

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Licença-maternidade: o período sabático que a minha filha me deu

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Muitas pessoas falam que a licença-maternidade é um período único. Um período mágico para curtir de fato a maternidade. Cuidar do seu bebê, aprender a cuidar de um novo ser, aprender a ser mãe.

No meu caso, foi tudo isso sim, mas também teve mais uma coisa.

Quando estava de licença-maternidade, fiz a maior descoberta da minha vida. Talvez eu já soubesse, mas não queria ouvir, não estava pronta para entender…

Como quem acorda de uma hipnose, eu descobri que era uma ESCRAVA.

Eu não queria mais trabalhar por 8 horas todos os dias, mas não havia outra opção. Eu voltei a trabalhar porque precisava pagar as contas do mês.

Só que eu não queria mais trabalhar por obrigação, não queria deixar minha filha gripada na creche… mas eu precisava registrar meu crachá na empresa onde trabalho… foi quando compreendi que eu era uma escrava do sistema.

Nós nascemos escravos e a maioria de nós morremos escravos. Com 6 meses, o bebê meio que já é obrigado a ir para a escolinha para que os pais possam trabalhar. Desde então, a maioria de nós nunca mais para de ir para a escola até se formar na faculdade. Depois temos que escolher uma profissão e o resto da história vocês já sabem.

E por querer fugir desse sistema, eu pensei muito durante a minha licença-maternidade de que forma poderia encontrar alternativas para escapar dessa realidade que eu não estava mais disposta a pagar.

A alternativa que encontrei foi rever todo o meu orçamento para nos aposentarmos aos 50 anos, ou seja, daqui a 15 anos. Em 15 anos, terei a minha carta de alforria e poderei trabalhar no que gosto, e não escolher o trabalho por causa do salário. Mas não faço disso uma tortura. Continuamos tendo nossos momentos de lazer, pretendemos ainda fazer muitas viagens, nos divertir, enfim, viver.

Eu só quero ter a oportunidade de descobrir o que gosto. Eu sempre achei que poderia trabalhar num santuário de elefantes… Ser marceneira para construir cozinhas infantis… Eu poderia pintar muro de escolas, costurar roupas… mas eu fico no escritório mais de 10 horas por dia, e volto exausta para casa.

Eu quero ter a oportunidade de me descobrir.

Até então, eu achava que o período sabático era ligado a viagens, algo caro, inacessível.

Quando fui ver a definição neste site aqui, vi que o que até então eu chamava de “presente”, era na verdade, um período sabático.

O período tem que partir de uma motivação pessoal: seja repensar a vida, resgatar o sonho de estudar fotografia, trabalhar com crianças carentes da Ásia ou até conhecer o mundo. E, diferentemente do que muitos pensam, nem sempre precisa durar um ano. “Mas o tempo necessário para produzir mudança. A duração vai depender de cada objetivo”.

Foi no período da licença-maternidade que eu percebi a minha maior mudança mental e comportamental.

Acredito que a minha filha trouxe esse presente para mim. Foi por não querer ficar longe dela que eu acordei, alcancei um nível maior de consciência. Eu deixei de ser vítima para correr atrás do que eu acredito. Foi ela que trouxe isso pra mim.

~ Yuka ~

 

Auto-Conhecimento

Levando minha filha de 1 ano e 6 meses para me ajudar na cozinha

Minha filha, infelizmente, era ruim de garfo. Desde que parei de amamentá-la, tive muitas dificuldades em fazê-la comer. Ela pinçava algumas coisas aqui e ali, mas era daquelas que mal olhava para a comida e decidia que não gostava daquela comida e ponto final. E não tinha ninguém que fizesse ela mudar de ideia.

Hoje ela tem 1 ano e 9 meses. Mas há 4 meses, um móvel me chamou atenção, a “torre de aprendizagem montessori”, que auxiliaria a ficar em pé na pia da cozinha de forma segura. Já que minha filha não tinha interesse em experimentar comidas, pensei em levá-la para a cozinha para ela ter a oportunidade de ver a preparação do alimento.

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Custa em torno de R$450,00. Mas o meu maior impedimento não era o preço, e sim o tamanho deste móvel. Eu sei que vocês estão carecas de saber – mas não custa relembrar – que minha cozinha é estreita e não entra um móvel desse tamanho, mataria todo o espaço de circulação. Eu deixava minha filha em pé numa banqueta de plástico, mas tinha que ficar atrás dela o tempo todo para que não corresse o risco dela desequilibrar.

E então vi umas ideias bem bacanas no Pinterest como esta foto aqui embaixo e decidi fazer uma adaptação.

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Comprei esta banqueta de madeira na Leroy Merlin por R$71,90.

 

 

Pedi para o amigo do meu marido arranjar uns tocos de madeira na oficina dele para fazer uma extensão para cima, coincidindo com a altura da pia da cozinha.

Mas no final, nem precisei fazer a adaptação, pois minha filha se adaptou muito bem mesmo sem as estruturas laterais.

E posso te contar uma coisa? Desde que ela passou a me “ajudar” na cozinha, ela passou a experimentar de tudo. Ela ama subir no banquinho para me ver. Toda vez que vou cozinhar, ela já começa a empurrar a banqueta para perto da pia e começa a subir sozinha para ficar mais perto de mim. Hoje ela experimenta várias comidas na pia mesmo. E tem descoberto novos sabores a cada dia, com isso passou a aceitar muito mais alimentos novos.

Se levo a comida (nova, que ela nunca experimentou) direto para a mesa, ela continua rejeitando. Mas se faço ela experimentar a mesma comida quando ela está no banquinho da pia, ela aceita super bem, e não rejeita mesmo quando levo para a mesa.

Outra tática que deu muito certo foi ter comprado esta cozinha para ela.

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Eu comprei o gabinete de cozinha e a geladeira numa loja chamada Trenzinho, em São Paulo. Não é um brinquedo barato, mas que fez toda diferença na aprendizagem dela. Hoje ela sabe que tem que lavar as mãos antes da preparação dos alimentos, depois ela simula que está enxugando as mãos, coloca o avental, abre a geladeira, escolhe as frutas e legumes (de plástico) que irá cortar, prepara a comidinha no fogão, e depois dá comida para as bonecas. Tudo é muito divertido e didático. Eu gostei bastante, fora que faz um sucesso danado quando os amiguinhos vêm em casa.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Não compare seu filho com a dos outros 

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Essa é uma frase que tenho utilizado com certa frequência, desde que minha filha nasceu.

Como pais, sabemos quando um filho está bem, se está se desenvolvendo de forma saudável, se está crescendo, se está aprendendo habilidades novas.

Vejo muitos pais aflitos porque o filho ainda não andou, porque ainda não nasceram os dentinhos, porque o colega da mesma idade já desfraldou, porque acha que está magrinho, ou que está gordinho…

Para os pais que tem filhos (pequenos ou grandes), tenho um conselho a dar. Não compare seu filho com a dos outros.

Não apresse seu filho para andar, uma hora ele vai andar. E nunca mais vai parar de andar, de correr, de pular, de subir, de descer.

Não apresse seu filho para falar, uma hora ele vai falar, e tagarelar, e gritar, e berrar e chorar.

Veja que não fez nenhuma diferença na vida adulta se você andou aos 10 meses ou com 1 ano e 4 meses. Se começou a falar com 1 ano ou aos 2 anos. Ninguém se torna mais bacana que o outro só porque um desfraldou aos 11 meses e o outro aos 4 anos de idade.

É no momento que sentimos confiante e quando o corpo está pronto que começamos a arriscar passo a passo, um pé na frente do outro, e começamos a andar.

É no momento que sentimos liberdade e aceitação que queremos testar a nossa voz e confirmar que sai sons diferentes da nossa boca.

E isso tudo não pode ser visto como uma competição dos pais.

Para evitar essa comparação com os outros, eu tenho uma tática. Dificilmente consulto algo nos livros e internet. Então sinceramente, até hoje não sei com quantos anos um bebê tem que começar a falar. Não sei com quantos anos (ou meses) uma criança começa a andar. Mas uma coisa é certa. Eu sei que minha filha está se desenvolvendo e aumentando a quantidade de palavras que balbucia. O tempo que ela consegue andar na rua também está aumentando. Vários dentinhos já nasceram, faltam muitos ainda para nascer, mas não sei e não me importo quando deve nascer.

Não se importe se o filho do vizinho usa roupa de marca e está sempre arrumadinho. Se o filho do seu colega já foi viajar para o exterior, ou se ganha brinquedos bacana, ou se tem festinha de aniversário em buffet, ou se já está aprendendo inglês com 2 anos de idade.

Comparar com os outros traz frustração e infelicidade, porque a gente só enxerga o lado externo, e não sabemos as escolhas que a outra pessoa fez para pagar um aniversário em buffet, por exemplo.

Não comparar com os outros é a melhor cura e libertação que você pode dar para a sua alma. O que importa é o seu filho, não a dos outros.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Como criar filhos sem estourar o orçamento?

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Todo ano, algumas revistas da área de finanças publicam na capa: “Quanto custa um filho?”, “Um filho pode custar mais de 2 milhões de reais” etc. E daí você vai pensando que com o seu salário será impossível criar um filho, imagina dois filhos? Três filhos então é sinal de insanidade mental, de não dar oportunidades melhores para o filho, enfim…

Quando penso em filhos, eu não penso no dinheiro. Eu não decidi a quantidade de filhos que quero baseado na minha conta bancária. Decidi a quantidade pelo meu coração. E foi a partir disso que a conta (bancária) foi fechando. Se pensasse somente no dinheiro, não teria tido nenhum. Para mim, filho não entra na matemática financeira, porque não é assim que funciona.

Não dá para falar que um filho irá custar 1 milhão, 2 milhões, 10 milhões. Ou que não vai custar nada. O fato dele estar vivo irá custar dinheiro, claro. Mas já parou para pensar que se ficássemos fazendo esse tipo de conta, não faríamos nada? Porque o cafezinho que tomamos na lanchonete pode custar muito em 50 anos, o ônibus que pegamos todo dia vai custar muito ao longo dos anos, aquele sorvete que tomamos com muito gosto em dias de calor também não vai sair tão barato se somarmos os gastos até o dia de nossa morte.

Pra mim a questão toda gira em torno de que tipo de valor você quer passar para o seu filho.

Dá para gastar o suficiente na criação dos seus filhos, como dá para exagerar nos gastos.

Dá para preparar um enxoval simples, ou montar o enxoval em Miami. Dá para ter filhos sim, sem carro, apesar de algumas pessoas acharem impossível. Dá para fazer festinha de aniversário em casa, ou em buffet para 100 pessoas. Dá para fazer viagens para casa da vó, ou para a Disney. Dá para reaproveitar as roupas do irmão mais velho, do primo mais velho, do filho da amiga, do filho da vizinha, como dá para andar sempre estilosa, acompanhando as últimas tendências da moda. Dá para brincar de graça em parques, ruas, pátios, bibliotecas públicas, centros culturais, como tem lugares que precisam ser pagos para brincar. Dá para brincar de aviãozinho com pedaço de papel, uma casa feita com lençóis, uma tábua improvisada que vira escorregador como também dá para ter brinquedos caríssimos e automatizados.

Então, apesar do dinheiro fazer parte da realidade, não coloque uma pedra na sua frente imaginando que só poderá ter 1 filho (se for o caso de querer ter mais) porque o dinheiro não permite. Quem sabe pensando um pouco mais, não dá para aumentar a família?

~ Yuka ~

 

 

 

 

Auto-Conhecimento

Estou grávida… de novo!

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Sim, estou grávida de novo.

Sim, o filho foi planejado.

Minha filha hoje está com 1 ano e 4 meses, isso significa que até o nascimento do bebê, ela terá 2 anos de idade, já que estou grávida de 3 meses.

Como na minha primeira gravidez, os dias têm demorado para passar por conta da minha pressão baixa e enjôos. A parte boa é que depois que essa fase passar, vou poder curtir a minha gravidez com a minha filha e meu marido.

Minha filha fica passando a mãozinha, dá uns tapinhas e uns beijinhos na minha barriga, além de enfiar o dedo no umbigo e dar risada com tudo isso.

É muito gostoso ver a família crescer.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

12 sinais de que você está criando seu filho para ser escravo

Beach boy with tablet
Beach boy with tablet

Andei lendo o texto “12 sinais de que você está criando seu filho para ser escravo” e fiquei muito feliz em perceber que tenho percorrido o caminho que eu acredito.

Algumas pessoas podem até achar “alternativo” o tipo de vida que levo e/ou a forma como quero criar meus filhos. Podem achar que eu tenho que comprar mais coisas, gastar mais, mas o importante é que eu e meu marido compartilhamos da mesma opinião, o que fortalece ainda mais nosso casamento.

Não vou copiar o texto neste post porque acho que o autor merece a leitura no próprio site, mas gostaria de comentar os tópicos (são 12):

1.) Você matriculou seu filho em uma escola que o prepara para o mercado de trabalho

Não. Não quero que minha filha se encaixe no mercado de trabalho. Como mãe, quero oferecer a liberdade e incentivo para ela decidir o que ela quer fazer. Aliás, esse é um dos motivos dela frequentar a creche municipal, ao invés de uma creche privada, pois sou daquelas que acredita no ensino público. Sei que não é simplesmente jogar seu filho na escola e achar que só os professores têm responsabilidades. Estudei a vida inteira em escola pública e quero coloca-la na creche municipal e na escola pública, ter maior diversidade racial e sócio-econômico. Provavelmente teremos que ser mais participativos, quem sabe ajudar a pintar a parede da escola, manter uma comunicação ativa com a comunidade local. Muitos me desencorajam dizendo que isso é puro romantismo, que não vai dar certo, mas eu acredito nas pessoas e acredito que isso pode dar certo.

2.) Você leva seu filho no shopping para passear

Eu e meu marido não passeamos mais no shopping, porque sabemos que shopping é o paraíso do consumo. Quando queremos passear, passeamos no parque, na rua, em qualquer lugar, menos no shopping.

3.) Você permite que ele tenha mais coisas que o necessário

Nós temos apenas o necessário. Isso faz com que a minha filha também não tenha mais coisas que o necessário, apenas o suficiente. Aliás, ela tem poucos brinquedos e roupas.

4.) Você acredita que ajuda seu filho quando executa tarefas simples pra ele

Vou dar um exemplo simples… quando minha filha era uma bebê, aprendeu a rolar e estava com o rostinho enterrado no colchão. Fiquei observando bem de perto para que não acontecesse nada com ela, mas deixei que ela se esforçasse um pouco para sair daquela situação, pois ficava pensando que seu a ajudasse sempre, ela não saberia o que fazer se ela enterrasse o rosto de madrugada, dentro do berço. Dar autonomia e independência também é tarefa dos pais.

5.) Você ensina seu filho a valorizar as coisas pelas marcas que elas carregam

Estou em processo de mudança, pois andei descobrindo que marca não é sinônimo de qualidade. Antes, eu não sabia disso porque não tinha condições financeiras de comprar marcas caras. Por isso sempre achei que marca cara era sinônimo de qualidade. Hoje vejo que muitas marcas são sinônimos de status do que de qualidade.

6.) Você não ensina seu filho a receber doações

Quando eu era mais nova, eu sempre recebia roupas das amigas da minha mãe. E adorava. E eu ganho roupas das filhas das minhas amigas. Por isso acredito que para a minha filha receber doações será algo natural.

7.) Você faz da alimentação por frutas e legumes algo pontual

Muito pelo contrário, aqui em casa quase não entra produtos industrializados. Um dos últimos itens industrializados que utilizamos em casa é o molho de tomate e caldo de galinha.

8.) Você o deixa ver televisão

Nós não assistimos televisão em casa. Temos uma televisão, mas só assistimos filmes e seriados. Isso aconteceu graças à NET. Nós tínhamos TV a cabo, e depois de um tempo, pedimos para retirar a TV a cabo e ficar somente com a TV aberta. Qual não foi a surpresa quando percebemos que eles arrancaram inclusive a antena coletiva do nosso prédio? Ficamos impossibilitados de assistir até canais abertos. E isso acabou sendo o passo que faltava para deixarmos de assistir televisão.

9.) Você não educa seu filho com uma medicina preventiva

Em casa eu tento alimentar a minha família de forma saudável, com alimentos naturais e frescos, não faço uso de remédios de forma frequente. Acredito que quanto mais um corpo for saudável, menos precisa-se de remédios.

10.) Você incentiva que seu filho tenha ídolos

Eu não tenho ídolos. Pra mim, herói é uma mãe que carrega um filho de 6 anos no colo, um pai que é mãe ao mesmo tempo, um médico que não esqueceu o seu juramento e trata seus pacientes da forma mais humanitária possível. Meus ídolos não são cantores, jogadores de futebol, modelos, milionários. Meus ídolos são pessoas simples. Quero ensinar isso para a minha filha.

11.) Você ensina as suas crenças para ele

Cada pessoa tem uma crença em relação a religião, modo de viver, trabalho, etc. Cada pessoa precisa descobrir as suas crenças e respeitar as diferenças. Inclusive respeitando a decisão dos filhos de qual crença irá seguir ou não irá seguir.

12.) Você não coloca em prática o que ensina para ele

Fala que não tem dinheiro, mas seu filho vê você gastando em shopping. Fala que não tem tempo, mas seu filho vê você fofocando com a vizinha. Os filhos são observadores. Por isso estamos sempre tomando cuidado para que o nosso discurso seja o mais coerente possível.

~ Yuka ~

Do It Yourself

Festa de aniversário minimalista em casa: aniversário de 1 ano

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Acho muito legal festas minimalistas, com poucos convidados e poucos enfeites, como já havia comentado neste post. Inclusive, o meu casamento foi minimalista também.

Esses dias foi o aniversário de 1 ano da minha querida filha. Fizemos uma festa pequena em casa, apenas para os mais chegados (total de 8 pessoas).

Foi muito bom, minha filha não se assustou com as pessoas, foi no colo de todo mundo, se divertiu com os brinquedinhos novos, e até bateu palmas na hora de cantar o parabéns. Foi uma festa pensada para ela.

Fizemos o bolo, os doces, mas encomendamos os salgados. Tudo muito simples, mas feito com muito carinho.

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Comprei bexiga e grudei com fita crepe no teto.

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Bolo kitkat feito por mim e pelo meu marido.

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Copinhos de brigadeiro.

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Um pouco de gomas coloridas para colorir a mesa.

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E sachêzinho de gaveta como lembrancinha.

Eu já tinha o prato para bolo e também as caixinhas em MDF (que aliás são ótimas para festas). Acho bom ter essas peças em casa porque vira um acessório coringa na hora de receber visitas. Como vê na foto, dá para usar de duas formas, como caixinha ou com ele virado ao contrário.

Essas caixas são tão úteis que tenho uma na bancada do banheiro, no hall de entrada, no criado mudo e em cima da mesa de jantar como porta-remédio. Até escrevi um post especial sobre essas caixinhas.

Mas veja, eu e meu marido temos a característica de sermos reservados em relação à vida pessoal. Por isso uma festa minimalista cai como uma luva para o nosso estilo de vida.

Se esse não é o seu caso, se você gosta de animação, pessoas, festas grandes, faça uma festa grande, desde que isso seja a vontade sua, e não dos outros. O importante é identificar o que é essencial para você.

~ Yuka ~

 

 

Dinheiro, IF e FIRE

Gastos dos 7 meses aos 12 meses

Dando continuidade ao post “O que custa mais caro: ter um filho ou a vaidade dos pais?”, quero compartilhar com vocês como foram os gastos da minha filha, dos 7 meses ao 12 meses.

  • FRALDAS: Continuei usando as fraldas que ganhei no chá-de-bebê, por isso não tive gastos com fraldas por enquanto.
  • CADEIRINHA PORTÁTIL PARA ALIMENTAÇÃO: comprei o modelo portátil da Fisher-Price, pois minha casa é pequena. Muito bom, compacta, dá para instalar em vários tipos de cadeira. Possibilita tirar a bandeja, regular a inclinação e altura. Outro dia recebi a visita de uma criança de 3 anos que usou o cadeirão tranquilamente para almoçarmos todos juntos na mesa. Uma nova custa R$600,00. Eu comprei uma usada em ótimo estado por R$130,00.

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  • ITENS DE SEGURANÇA PARA CASA: protetor de tomada, protetor de quina para os móveis e trava para gavetas e vaso sanitário. A minha filha é muito curiosa, e sem esses itens, achei que seria arriscado.
  • REMÉDIOS: como todo bebê que começa a frequentar a creche, ela já teve gripe, virose, diarréia, conjuntivite. Então comprei remédios para ela.
  • ROUPAS: ainda estou usando as roupas que ela ganhou.
  • BRINQUEDOS: outro item que ainda não estou tendo gastos. Ela brinca com uma colher, panela, potes, escova de dente, lata de leite vazia, caixa de papelão, tudo vira brinquedo para ela. O que andei comprando foram livros infantis, pois vejo que ela adora livros.
  • ARTIGOS DE HIGIENE: como limpo o bumbum dela com algodão molhado, compro rolos de algodão para depois cortar, sabonete e xampu, dedeira para limpar os dentinhos.
  • MAMADEIRA, COPO DE TREINAMENTO E POTE TÉRMICO:
  • SAPATO
  • CADEIRA PARA CARRO: a partir de 12 meses, parece que aposentamos o bebê conforto para usar outro modelo de cadeira. Eu ganhei um usado da minha prima, para instalar no carro da minha mãe.

Como vê, ainda não tive tantos gastos com a minha filha.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Ter imaginação é um exercício para o cérebro

Fonte: pinterest
Fonte: pinterest

A minha filha ainda é pequena demais para entender o que é o consumismo, mas gosto de mostrar para ela as minhas “invenções”. Uma garrafinha vazia com várias pedras de bijuteria dá um efeito lindo e vira um chocalho. Alterno o tamanho das garrafas e o conteúdo para ter barulhos diferentes, com arroz, milho, feijão…

Gosto de imaginar que ao me ver criando coisas a partir do nada, ela também irá aprender a se divertir usando a imaginação.

As crianças de hoje estão muito acomodadas em serem servidas. Os adultos precisam entretê-las o tempo todo. Um videogame, assistir televisão, mexer no celular, ter palhaços em festa…

Claro que não dá pra isolar os nossos filhos da realidade tecnológica existente hoje, mas se eu puder prolongar a infância, já vou ficar feliz.

Reclamamos de que as crianças de hoje não sabem brincar sozinhas, que estão viciadas em televisão, vídeo game e celular. Será que são as crianças ou somos nós que incentivamos? Outro dia o filho da minha prima que tem 6 anos veio fazer uma visita em casa. Quando chegou a hora de ir embora, ele disse que tinha gostado de um brinquedo da minha filha e veio me pedir todo envergonhado. Sabe o que ele queria? Uma garrafa vazia com um pouco de milho cru. Era esse o brinquedo que ele tinha gostado tanto e veio me pedir. As crianças de hoje continuam sendo crianças.

Brincar de bolinha de sabão, de seguir as formigas, pegar um cabo de vassoura e lençol e transformar em uma cabana, jogar bola, brincar de esconde-esconde, um graveto que vira varinha de condão, uma caixa vazia vira um carrinho, criar castelos de areia, brincar de adivinhar o formato das nuvens…

Perceberam que tudo o que falei não envolve dinheiro? Não gastar dinheiro se torna consequência das coisas que acredito.

E também porque meu lema é “comprar é mais fácil, criar é muito mais difícil”.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

O machismo começa na infância?

criança brincando de passar roupa

Sempre ouço amigas e colegas reclamando que os maridos não ajudam em casa. Ou que até ajuda, mas a divisão das tarefas não é tão equilibrada, sempre pesando mais para o lado da mulher.

Já parou para pensar que talvez isso possa ser uma consequência das nossas atitudes?

Toda vez que uma criança do sexo masculino é reprimida pelos familiares ou amigos de brincar de casinha, de pentear o cabelo de uma boneca, vesti-la, segura-la no colo, coloca-la para ninar, brincar de passar roupa, andar com carrinho de supermercado, etc., intimamente, estamos falando que estas atividades não são adequadas para um homem, e sim, são tarefas exclusivas da mulher.

Esta criança cresce aprendendo de que não pode gostar de rosa, de flores e de laços. E cresce sabendo que há distinção de tarefas para homens e mulheres.

Ao definir tarefas desta forma, eu acredito que a chance desta criança se tornar um homem que não irá ajudar nas tarefas de casa serão maiores.

Imagine comigo: um menino que brinca de boneca pode se transformar em um futuro pai que dará colo para o seu filho. Um menino que brinca de fazer trancinhas nas bonecas, saberá naturalmente fazer tranças no cabelo da sua filha. Um menino que brinca de passar a roupa e limpar a casa, aprende desde pequeno que essas tarefas não são exclusivamente femininas. São tarefas dos dois.

Nós impomos que menino vista azul e menina rosa. Que menino brinca de carrinho e a menina de boneca. Que menino tenha uma caixa de ferramentas e a menina um kit de panelas. São estereótipos criados há muitos anos e continuamos sustentando, e pagamos um preço muito alto depois.

Será que estamos colaborando para perpetuar uma sociedade machista? Precisamos avaliar com carinho, pois a infância é o primeiro passo onde podemos mudar essa percepção.

Aqui em casa quem tem habilidade para pintar parede, trocar o chuveiro, montar um móvel, usar a serrote e a furadeira sou eu.

Já o meu marido é muito caprichoso nas tarefas de casa como lavar o banheiro, limpar a casa, lavar a louça, etc.

Ele não é menos homem por gostar de uma vassoura, nem eu sou menos mulher por ter uma caixa de ferramentas. Tentamos não criar estereótipos. Cada um executa o que faz de melhor.

Quem sabe não chegou a hora de dar uma boneca para o seu filho? Ou um carrinho para a sua filha?

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Você tem medo da creche pública?

creche

Desde que descobri que estava grávida, uma coisa sempre ficou martelando na minha cabeça. Creche pública ou privada?

Durante a minha gestação, ouvi muitos comentários dos amigos e colegas que me davam “dicas” para não colocar a minha filha numa creche pública. Descaso, medo, distância da casa, flexibilidade de horário, enfim, eram vários os motivos.

Eu sabia de uma coisa: não dava para ter uma opinião de uma coisa que eu não conhecia. E por isso pedi para o meu marido fazer a inscrição assim que minha filha nasceu, em uma creche municipal do bairro, para aguardar ser chamada. A fila era longa (posição 302), e com a dúvida pairando no ar dela não ser chamada a tempo, fiz a matrícula em uma creche privada para garantir a vaga. Mas eis que após 6 meses de espera ao término da minha licença-maternidade, minha filha foi contemplada com uma vaga.

Eu e o meu marido estudamos a vida inteira em escola pública. Desde a pré-escola até a universidade. Esse fato pesou muito na hora da escolha. Outra coisa que notamos é a falta de diversidade racial nas creches particulares do bairro. Queríamos uma escola inclusiva, não uma escola somente de brancos, mas de brancos, negros, amarelos, pardos. Também queríamos estar perto de famílias de nível-social e econômico variado, pois acreditamos que conviver com as diferenças é um grande começo para ter mais paciência e tolerância com o próximo.

Para a minha filha que não terá festa em buffet,  não terá presentes caros, nem usará roupas de marca, estar inserida na creche municipal será fundamental para não criar um ambiente de ostentação e inveja, pois é difícil explicar para uma criança porque a amiguinha dela tem uma Barbie de R$300,00 e ela não; porque a amiga foi pra Disney e ela não.

E para quem ainda tem dúvidas (ou medo) de uma creche municipal, segue a comparação:

1.) Minha filha tem uma pele extremamente sensível. Um xixi mal limpo e logo dá uma bela de uma assadura, mas ela nunca teve assaduras na creche.

2.) A mochila dela volta todos os dias com 2 a 3 peças de roupas trocadas. E todas ainda estão cheirosas, somente um pouco suadas, ou seja, não deixam ela com roupa suada o dia todo.

3.) Todas as professoras têm curso superior e são formadas em pedagogia.

4.) Uma mãe estava oferecendo uma bolacha recheada para seu filho de 4 meses e resolveu oferecer para outra criança que estava olhando. A coordenadora pedagógica pegou a bolacha das duas crianças e falou que naquela creche, este tipo de alimento não era permitido.

5.) Outro dia meu marido foi buscá-la um pouco mais cedo e viu uma das professoras de peruca azul, óculos de maluca, batucando um tamborim para entreter os bebês de 4 a 10 meses, enquanto as outras professoras alimentavam os bebês. O esforço de todas as professoras é nítido e emociona qualquer pessoa.

6.) Também quando eu já estava deixando a minha filha na creche e indo embora, vi de relance a professora segurando a minha filha no colo e beijando a cabecinha dela. Não preciso nem falar como isso aqueceu o meu coração. Há creches particulares que visitei que se orgulhavam de não segurar os bebês no colo, mas nesta creche em que minha filha está matriculada, dão colo, abraço, beijos…

7.) Os bebês dormem em colchonetes, no lençolzinho dela que levo de casa semanalmente.

8.) Bebês que tiverem no máximo 2 faltas o mês recebem 5 latas de 400g (o que dá 2 kg) de leite em pó Nestogena (Nestlé) todos os meses.

9.) Têm 5 refeições por dia, com cardápio super variado de legumes, verduras e frutas, tendo inclusive acompanhamento nutricional. Não preciso levar leite, nem nenhum tipo de comida na creche.

10.) Após a aprovação da lei 16.140/2015, escolas e creches municipais de São Paulo estão começando a receber produtos orgânicos na merenda escolar.

Eu cheguei a visitar várias creches particulares. E a que eu fiz a matrícula a comida era natural, mas não era orgânica. O almoço e jantar eram incluídos, mas precisava levar o leite, as frutas, os lanchinhos. Na verdade, tinha que levar tudo, desde a mamadeira, copo de treinamento, brinquedos, até pano perfex, álcool em gel, caneta para tecido e retroprojetor, etc. E ainda teria que pagar uma mensalidade de R$1.500,00. Todas as creches que pesquisei na região onde moro estavam nesta faixa: entre R$1.300,00 a R$1.700,00 o período integral.

Depois que descobri que a fama ruim de uma creche municipal era preconceito das pessoas, fico pensando no interesse político por trás de todo o movimento para denegrir a imagem de uma creche e uma escola gratuita. Quem definiu que somente escola paga é escola boa?

Se você ainda tem dúvidas ou medo de uma creche pública, um conselho que dou é: não tenha pré-conceitos e vá matricular seu filho e tire a sua própria conclusão. Acredito que há muitas creches boas, mas também muitas creches que não são boas, por isso é importante avaliar e analisar cada caso, mas tenha em mente uma coisa: o que é importante não são as paredes brancas ou o parquinho novo. O importante é ver se as crianças são bem cuidadas e se estão felizes.

~ Yuka ~

 

Do It Yourself

DIY Brinquedos para fazer em casa

A querida Cristina, uma leitora deste blog, me pediu para mostrar o móbile de berço que eu havia feito para a minha filha.

Pensando nisso, o post de hoje são algumas das coisas que já fiz para ela. Espero que gostem.

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Esse móbile simulando balões de ar quente foi feito de papel colorido e linhas de costura.

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Fiz esse brinquedo usando bastidor de madeira e amarrando várias fitas coloridas.
Fiz esse brinquedo usando bastidor de madeira e amarrando várias fitas coloridas.

Elefante de pelúcia
O elefante de pelúcia vira um travesseiro.

Chocalho - coloquei várias pedrinhas de bijuteria dentro de uma garrafinha de plástico.
Chocalho – coloquei várias pedrinhas de bijuteria coloridas dentro de uma garrafa de plástico. De tempos em tempos vou trocando o conteúdo para mudar o som: feijão, arroz, milho, etc.

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Simulando o mar dentro de uma garrafinha de plástico. Misturei água e corante azul com óleo de cozinha.

Usei dois bambolês para criar esse brinquedo. Forrei os bambolês com tecido e fiz alguns penduricalhos de feltro. Ela brinca até hoje com os penduricalhos de feltro.
Usei dois bambolês para criar esse brinquedo. Forrei os bambolês com tecido e fiz alguns penduricalhos de feltro. Ela brinca até hoje com os penduricalhos.

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Naninha
Naninha

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Mesmo para quem não sabe costurar, dá para fazer vários brinquedos sensoriais. Minha filha adora amassar garrafa pet de 1,5l, já coloquei feijão em uma garrafa pet de 500ml e ela ficou durante algumas semanas entretida com o som, controle remoto que não usamos mais (lembre-se de tirar as pilhas), pedaço de papel para ela amassar, fita grossa de gorgurão, almofada. O maior exemplo de que não precisamos comprar zilhões de brinquedos é a certeza que eu tenho de que ela se diverte muito mais com essas coisas da casa do que propriamente com os brinquedos que comprei, pois ela sempre escolhe os brinquedos feitos por mim. Todos os brinquedos feitos têm um custo mínimo… por exemplo, paguei R$5,00 pelos 2 bambolês, R$0,65 por cada garrafinhas de plástico, usei tecidos, cola, linha, miçangas e feltros que já tinha em casa.

Pra que ela pudesse ter autonomia para pegar os brinquedos sem a minha ajuda, liberei o espaço do rack da televisão para criar uma “brinquedoteca”.

Ela pegando um dos livros para eu ler.
Pegando um dos livros. Toda vez que ela pega um livro, eu leio para ela.

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Ela escolhendo qual brinquedo pegar.
Escolhendo qual brinquedo pegar.

Todos os brinquedos em volta dela estavam dentro do cesto. É ela que ao longo do dia vai tirando do cesto para brincar.
Todos os brinquedos em volta dela estavam dentro do cesto. Ela vai tirando do cesto para brincar.

Os brinquedos maiores eu guardo nesta caixa que eu mesma fiz com papelão e forrei com tecido.
Os brinquedos maiores eu guardo nesta caixa que eu mesma fiz com papelão e forrei com tecido.

caixa brinquedo DIY 13

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

O que custa mais caro: ter um filho ou a vaidade dos pais?

bebe consumismo

Como vocês sabem, ainda estou no início da jornada que é ser mãe. Nesses 6 meses, posso dizer que gastei muito pouco com a minha filha.

Afinal, quanto custa ter um filho desde o momento em que se sabe que estamos grávidos até o bebê completar 6 meses de idade? Um filho custa caro ou são as pessoas que “gourmetizam” e transformam a gravidez em um comércio e torna o processo custoso? Já imaginou que filhos podem não custar tanto assim? O pediatra da minha filha sempre fala que o mercado achou uma ótima forma de lucrar com a vaidade e com a insegurança dos pais. Chorando muito? Compre uma chupeta. Medo do seu filho regurgitar? Compre um colchão especial. Compre um carrinho tipo nave espacial, uma mamadeira mesmo o bebê tomando somente leite materno. Coitado do filho que não tem um quarto decorado, um bebê com certeza ficaria muito chateado se não tiver um berço novo e paredes em cor pastel. E se a mãe aceitar roupinhas usadas? O que as pessoas irão pensar?

Em meio a esse mar de produtos, filtrar as informações e perceber o que é realmente necessário depende da percepção dos pais.

Até agora, a lista das coisas que NÃO comprei é muito maior do que a lista das coisas que comprei. Também quero deixar bem claro que é uma lista pessoal, pois sei que muitas mães compraram e acharam super útil alguns itens que eu não senti falta.

ENXOVAL PARA BEBÊ MINIMALISTA (O QUE NÃO COMPRAR)

Eu pequei algumas listas que achei na internet e coloquei os meus comentários (e não coloquei aqui o que eu comprei para não gerar confusão).

Maternidade

  • lembrancinha: sei que é tradição as mamães oferecerem lembrancinha na maternidade, mas eu não fiz porque eu não queria aquele vuco-vuco de pessoas na maternidade. Eu sabia que queria ficar tranquila no quartinho curtindo cada detalhe da minha filha que tinha acabado de conhecer.
  • bolsa maternidade: para a maternidade, levei uma mala de viagem pequena, pois precisei colocar a roupinha da bebê, as minhas roupas e a do meu marido. E no dia-a-dia (passeio, ida ao pediatra), uso uma mochila para ficar com as mãos livres.
  • penhoar: como meu pijama não é aberto, eu não comprei, mesmo estando na lista da maternidade.
  • concha para seios: não sei para que serve e nem fiz questão de pesquisar.
  • calcinhas pós-parto: outro item que não achei necessário. Eu já usava calcinha de grávida, continuei usando até a minha barriga diminuir de tamanho.
  • cintas ou bermudas compressoras: idem ao item anterior.
  • roupa para saída da maternidade (da mãe): fui para a maternidade de madrugada, descabelada e sentindo dor, qualquer roupa que eu estivesse na saída, seria muito melhor do que a roupa que entrei. Não achei importante comprar uma roupa só para eu sair da maternidade.
  • roupa para saída da maternidade (da bebê): a não ser que eu ou a bebê seja uma celebridade, não vejo muito sentido em comprar uma roupa para saída de maternidade só para ir para casa.

Amamentação

  • poltrona de amamentação: já sentei em algumas poltronas, achei bem apertado. Eu amamento no sofá, na cama, sentada, deitada, em qualquer lugar da casa e em qualquer posição.
  • almofada de amamentação: quando dou de mamar sentada, uso travesseiro e almofada, mas a posição que minha filha mais gosta é mamar deitada. E eu aproveito para descansar (pois também estou deitada) enquanto ela mama.

Quarto

  • quarto decorado: que quarto? Compartilhamos o nosso quarto com ela. E mesmo se tivesse um quarto para ela, não teria coragem de deixa-la dormindo sozinha.
  • berço desmontável: não achei necessário.
  • saia de berço: na minha opinião, só junta poeira.
  • kit berço: o berço fica lindo, mas dizem que é bem perigoso.
  • travesseiro: outro item considerado perigoso.
  • travesseiro antissufocante: nem sabia que existia.
  • posicionador para dormir: também não sabia que existia.
  • fronha: se não tem travesseiros, não terá fronhas.
  • móbile: eu mesma fiz um.
  • tela mosquiteiro: não achei necessário.
  • colchão anti-refluxo: a não ser que ela tivesse problema de refluxo, o que não foi o caso.
  • travesseiro anti-refluxo: idem ao item anterior.
  • trocador: como o trocador ocupa uma superfície, preferi eu mesma fazer um trocador portátil.
  • tapete EVA: temos um colchonete de casal para ela ficar brincando na sala.
  • manta térmica: outra coisa que nem sabia da existência.
  • abajur infantil: usamos o abajur que já temos no criado-mudo.
  • guarda-roupa: separamos um espaço para ela no nosso guarda-roupa.
  • cômoda: idem ao item anterior.
  • lixeira: utilizamos a lixeira que já tínhamos em casa.
  • babá eletrônica: eu utilizo um aplicativo no celular que desempenha muito bem a função.
  • luz noturna: dormimos os três na escuridão total.

Higiene e Saúde

  • loção para bebê: pele de bebê é tão macia, tão cheirosa, não senti necessidade.
  • hidratante: idem ao item anterior.
  • perfume: idem ao item anterior.
  • óleo de massagem: idem ao item anterior.
  • talco: sabia que talco é pedra moída? Eu uso amido de milho para passar no bumbum da minha filha (só de vez em quando).
  • lenços umedecidos: uso algodão umedecido em água. Lenço umedecido só na hora de passear.
  • pomada para assadura: acho que quanto mais se usa, mais o bebê se torna dependente deste produto, pois a pele não cria resistência. Eu parei de usar e a minha filha dificilmente tem assaduras. Só passo o creme de tratamento quando necessário.
  • pote para guardar algodão: uso uma lata bem bonita que ganhei na maternidade.
  • pote para bastonete: uso o próprio pote do bastonete.
  • vasilha para despejar água morna: uso um pote que eu já tinha em casa.
  • garrafa térmica: idem ao item anterior.
  • bandeja ou cesto para organizar itens de higiene: idem ao item anterior.
  • aspirador nasal: não achei necessário.
  • fita adesiva: até agora não entendi porque esse item está em tantas listas de enxovais, já que a maioria usa fraldas descartáveis em seus bebês.
  • termômetro para banheira: não achei necessário.
  • antiderrapante para banheira: não achei necessário, pois não saio do lado dela nem por 1 segundo.
  • bolsa térmica para cólicas: eu mesma fiz uma bolsinha utilizando arroz, seguindo os sites americanos.
  • vacinação: o Brasil possui uma das mais completas vacinas do mundo. Damos no posto de saúde.

Alimentação

  • mamadeira: não comprei porque dou leite e suco em copinho. E do copinho irei direto para o copo de treinamento.
  • esterilizador de mamadeira: idem ao item anterior.
  • aquecedor de mamadeira: idem ao item anterior.
  • pinça para mamadeira: idem ao item anterior.

Roupas

  • laços e arcos na cabeça: achei desnecessário. Muitas vezes, confundem a minha filha com menino. Nem ligo.
  • sapatinhos: como ela não anda, não achei necessário comprar.
  • roupas de passeio: O “uniforme” dela é composto por basicamente alguns bodys e calças. É a roupa mais confortável, na minha opinião. Nada de vestidinhos que ela teima em morder a barra ou sapatos apertados que prejudicam a mobilidade.
  • chupeta: não dei chupeta. As pessoas acham um horror porque minha filha chupa o dedo. Já foi comprovado em vários estudos (é só procurar na internet) de que o dedo é muito menos prejudicial do que até mesmo a chupeta ortodôntica, além de não prejudicar na amamentação.
  • prendedor de chupeta: idem ao item anterior.
  • porta-chupeta: idem ao item anterior.
  • cesto de roupa suja para bebê: eu lavo as roupinhas dela junto com as nossas roupas.
  • sabão em pó especial para bebê: uso mesmo sabão em pó para as minhas e para as roupas dela.
  • não furei a orelha dela + brinco de ouro.

Outros gastos

  • não ofereço remédio de forma desnecessária, pois acredito que o corpo precisa aprender a combater algumas doenças. Se vejo que ela está com febre, mas animadinha, fico monitorando. É incrível como muitas vezes a febre passa depois de algumas horas.
  • não fiz mesversário, não vou dar festas de aniversário em buffet, gosto mais das festas tradicionais, em casa de vó, etc.
  • livros sobre como cuidar dos bebês: cada bebê é único. O que funciona para um filho, pode não funcionar para o irmão dele. O melhor ensinamento é a observação. Observando, aprendemos os pequenos sinais que os bebês dão.
  • brinquedos: ela está na fase em que fica encantada com tampa plástica, controle remoto, livros coloridos.
  • comprar/trocar de carro
  • comprar/trocar de apartamento: depois que uma mãe ou pai comprar todos os produtos listados acima, até entendo a necessidade de mudar para um apartamento maior.

Agora imagine o tempo que eu economizo não precisando tirar a poeira do abajur infantil, da cômoda, lavando e passando o kit-berço, a saia para o berço, a tela mosquiteiro, não lavando as roupas separadamente. No tempo que eu ganho não passando perfume, óleo, talco, loção, hidratante na bebê. No espaço que sobra em casa para minha filha brincar ao não ter um guarda-roupa ou uma cadeira de amamentação no meio do caminho, e no (muito) dinheiro que economizei. Com essas pequenas-grandes atitudes, percebi que no fim dos 6 meses, sobraram 3 coisas: tempo, disposição e dinheiro.

Na minha opinião, o fato de não comprar as coisas impostas pela sociedade do consumo (com a aprovação quase que unânime da população) não significa que eu ame menos, ou que eu não me importe com a minha filha. Muito pelo contrário. Eu não preciso provar o meu amor pela minha filha (ou pela minha mãe ou pelo meu marido) comprando objetos. Quando eu decido não comprar alguma coisa, é porque analisei bem e vi que eu não preciso daquele item. Eu não compro alguma coisa por vaidade, do tipo “o que as outras mães vão achar se ela não estiver bem arrumadinha?” Gosto de colocar uma roupa que eu sei que ela está confortável.

Eu quero ensinar para a minha filha outros valores: o valor do amor, o valor da gratidão, estimular a criatividade, valorizar as diferenças, a ter tolerância. E por coincidência (ou não), são coisas que não envolvem dinheiro.

Só para ter em números… pesquisei na internet o preço (peguei sempre o preço médio disponível) de todos os itens que não comprei. O valor que eu economizei foi de R$8.327,07, só nos primeiros 6 meses do bebê. Se eu somar os possíveis gastos dos items da categoria Outros, nem sei quanto sairia (troca do apartamento, compra de um carro etc).

Eu não gosto de gastar mal o meu dinheiro. E eu tenho certeza que um bebê ainda não sabe se gosta de rosa ou azul, se quer morar em um apartamento maior, se quer usar uma roupa de marca…

Eu gosto de gastar bem. E pra mim, gastar bem é frequentar bibliotecas para dar acesso a livros e incentivar a leitura e a imaginação, é ir em parques e praias para deixar correr, brincar, se sujar… é ir em centros culturais, exposições e eventos infantis para ter mais experiências, encontrar os amigos para aprender a ouvir opiniões diferentes e brincar com outras crianças. Ao invés de comprar brinquedos sofisticados, sentar no chão e mostrar como fazer um castelo de areia, ensinar a nadar… olha só, mais uma vez, para ter tudo isso, não preciso gastar muito dinheiro. Eu gasto tempo, porque na minha opinião, tempo é um bem muito precioso, pois segundo Neil Fiore, especialista em produtividade pessoal, tempo “é um recurso não-renovável. Uma vez gasto, e se você gasta-lo mal, ele se vai para sempre”.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Desmistificando 11 teorias em relação a um bebê

Oi pessoal.

Como sou toda prática e desencanada, sempre gostei muito de testar algumas teorias (principalmente quando alguém falava para mim com muita ênfase) para facilitar a minha vida. E hoje queria compartilhar a minha experiência sobre:

1.) grávida não poder comer ovo cru porque pode dar salmonella:

Quando faço ovo frito, gosto de comer a gema bem crua e desde que eu nasci, nunca peguei salmonella. Perguntei para o meu obstetra e ele falou que o que pode acontecer é me dar uma diarréia, mas que isso não se transmite para o feto. Conclusão: comi normalmente durante os meus 9 meses de gestação e continuo ótima.

2.) grávida não poder comer peixe cru:

Ora, até parece que as mulheres do Japão param de comer peixe cru durante a gestação. Continuei comendo o meu sashimi e sushi. Claro que não comprava os peixes em qualquer esquina, apenas em um supermercado que sempre tem peixe bem fresquinho.

3.) grávida não comer verduras cruas para não contrair toxoplasmose:

Essa eu acho que tem razão. Parei de comer verduras cruas em restaurantes e até mesmo na casa dos amigos. Mas continuei comendo em casa, depois de muito bem higienizadas.

4.) lavar a roupa do bebê separado com sabão especial

Acho que deve ter alguns bebês com pele sensível, mas não foi o caso da minha filha. Lavo as roupas dela junto com as nossas desde o primeiro dia que ela chegou em casa. Eu sempre fico pensando se na época das nossas avós (que era normal ter 10 filhos), elas lavavam as roupas de cada filho separadamente?

5.) passar as roupas e fraldas com ferro de passar para reforçar a higienização

Como eu moro em apartamento, não há muitos insetos que possam pousar nas roupinhas e fraldas enquanto seca no varal. Por isso não vejo necessidade de passar as roupas a ferro com o intuito de higienizar. Só passo se a roupa estiver amassadinha.

6.) deixar uma luz fraca acesa durante a noite, pois bebê tem medo do escuro

Eu nem sabia dessa até a minha filha completar 1 mês. Nós três dormimos no escuro total e ela nunca reclamou. E mais… até onde eu sei, não havia luz dentro do útero…

7.) menina usa rosa e menino usa azul

Como eu ganho bastante roupinhas dos bebês das minhas amigas, tenho roupas de várias cores… Lembro que a primeira visita dela ao pediatra, foi em um dia que fez muito frio. E a única roupa bem quentinha que ela tinha era azul. Ela foi de azul na sua primeira consulta.

8.) hidratante e perfume

Bebê já tem um cheirinho tão gostoso e uma pele tão macia… não achei necessário.

9.) furar a orelha

Não furei a orelha dela porque acho que quem tem que decidir se vai querer ter um furo é ela.

10.) evitar sair antes das vacinas

As vacinas oferecidas pelo Governo, são doenças controladas, por isso acredito que ela não vá pegar coqueluche andando na rua. Claro que não fui ao shopping ou no cinema, mas fui passear e também fui a restaurantes.

11.) colocar pouca água na banheira para não afogar

Aprendi isso na maternidade, mas imagina o frio que ela deve passar? Ela chorava em todos os banhos. Até que enchi a banheira até a borda. Ela nunca mais chorou, muito pelo contrário, distribui sorrisos na hora do banho.

~ Yuka ~

 

Do It Yourself

DIY Fiz um chocalho para bebê

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Esse fim de semana fiquei com vontade de fazer um brinquedo para minha bebê… Um brinquedo que fosse gentil ao toque e que as mãozinhas pequenas dela pudesse segurar.

Surgiu a ideia de fazer um chocalho. E a solução encontrada para fazer o barulhinho característico foi colocar milho cru dentro daquele potinho que vem no chocolate Kinder Ovo.

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Depois foi só fazer um molde onde a cabeça do coelho fosse grande o suficiente para comportar o potinho com o milho; e que o cabo fosse fino o suficiente para que um bebê pudesse segurar.

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Bordei os olhos, nariz e a boca e deixei as bochechinhas coradas.

Ela adorou!

Ficou bochechuda igual a minha filha.

~ Yuka ~

Organização

Truques para aproveitar e organizar espaços da casa com um bebê pequeno

Oi pessoal!

Como passaram o Dia dos Pais? Meu marido passou o primeiro dia como pai, foi bem legal.

Vocês sabem que por enquanto ainda continuo no meu apartamento de 1 dormitório. O espaço está ficando pequeno a cada dia que passa, e já estou procurando um apartamento de 2 dormitórios em algumas imobiliárias, mas sem pressa. Se eu conseguir me mudar no ano que vem, estarei feliz.

Com a chegada de uma bebê, tive que pensar muito de que forma reorganizaria a nossa casa e como iria acomodar o berço, a banheira, o carrinho, as roupinhas, as fraldas entre todas as outras coisas que vem junto com um bebê.

Aqui em casa, tudo ainda está em constante mudança e adaptação, mas já dá para mostrar um pouco de que forma organizamos os espaços para que o lugar onde eu moro não parecesse um campo de guerra.

O mais importante é que quando era possível, pedia os presentes em cores neutras como bege, cinza claro e branco, para não causar poluição visual e não brigar com as cores da casa.

BANHEIRO

No banheiro, precisava colocar um item razoavelmente grande: a banheira.

Pedi uma banheira branca que tivesse as bordas retas porque eu tinha um objetivo: pendurar na parede…

bebe_banheiro1Fiz um furo na borda da banheira e coloquei um parafuso na parede dentro do box. Assim pude deixar a banheira pendurada sem ocupar o espaço do chão.

bebe_banheiro2SALA

Eu adoro assistir filme deitada, mas não tenho um sofá grande nem televisão no quarto. Por isso comprei um colchonete de casal e ‘escondi’ atrás da cortina (tudo bem que não está tão escondido, mas foi o lugar que achei, por enquanto).

bebe_colchão1Ficou fácil de usar, fácil de guardar. E guando a minha bebê aprender a rolar e engatinhar, posso deixar esse colchonete aberto com alguns brinquedos.

bebe_colchão2QUARTO

Como a nossa filha compartilha o quarto comigo e com o meu marido, escolhi tudo na cor branca: berço, colchão, lençóis. O que não era branco, simplesmente pintei de branco. As cores virão nos detalhes, como na manta, no cobertor, nos brinquedos.

bebe_berço1Também não coloquei itens muito decorativos ou volumosos no berço como tela mosquiteiro ou kit berço.

Como há um espaço considerável embaixo do berço, optei por aproveitar para colocar 3 caixas organizadoras para guardar as mantas e cobertores que ocupavam bastante volume na cômoda, e também alguns pacotes de fralda.

bebe_berço2Nas prateleiras acima do berço, comprei 4 caixas de madeira, só que a cor não combinou, já que era um tom de madeira. Não tive dúvidas e pintei de branco. Como a caixa é vazada, os objetos ficavam aparentes criando uma poluição visual. Costurei um saco usando um tecido bege para colocar dentro dessa caixa. Vocês podem acompanhar melhor neste post.

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cesto organizado 3As roupas da minha filha ficaram dentro do guarda-roupa, mais especificamente na parte onde pendurava as minhas calças. Comprei cabides para roupa infantil e pendurei as roupinhas, pois fica mais fácil visualizar os tamanhos e corro menos risco de perder alguma roupa, já que bebês crescem muito rápido.

Ah, como eu tenho uma máquina de lavar roupa que lava e seca, tenho quantidade reduzida de roupinhas.

Os inúmeros pacotes de fralda que ganhei, tiveram que ser separados por tamanhos, pois seria usado em períodos diferentes (como expliquei neste post).

As fraldas tamanho P estão embaixo do berço, dentro da caixa organizadora, pois assim fica fácil de pegar (o pacote aberto fica dentro da gaveta da cômoda).

bebe_berço3As fraldas tamanho M estão dentro do guarda-roupa. A previsão de uso é a partir dos 3 meses até completar 8 meses.

bebe_fraldaMAs fraldas tamanho G e GG foram ensacadas e guardadas em cima do guarda-roupa, já que a previsão de uso é a partir dos 9 meses. Quando terminar de usar as fraldas tamanho M que estão dentro do guarda-roupa, pretendo descer as fraldas G para este espaço.

bebe_fraldaGOutra coisa que estou fazendo é somente comprar as coisas que preciso no momento em que irei utilizar. Por exemplo, só vou comprar o cadeirão, os pratos e talheres infantis quando minha filha começar a incluir outros alimentos além de leite materno. Isso poupa bastante espaço em casa, pois não deixo objetos guardados por 6 meses, 1 ano sem usar.

Eu evito comprar por impulso para não bagunçar a casa, lembrando sempre da frase “menos é mais”.

~ Yuka ~

Minimalismo

Ela nasceu…

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Uma leitora me escreveu para informar que eu não havia falado que minha filha tinha nascido. Voltei alguns meses para olhar os posts e olha só que mancada, e não é que esqueci de falar mesmo?

Sendo assim, vou comentar brevemente como foi, tá?

Desde o início da gestação eu tinha preferência por parto normal, mas sabia que o número de cesáreas nas maternidades privadas beirava os 90%. Então meu obstetra falou que chegar na maternidade no momento certo é o que pode fazer diferença para ter um parto normal. Isso porque se chegar cedo demais, a equipe de enfermagem começa a realizar procedimentos para induzir as contrações e se mesmo assim não houver dilatação, podem recorrer à cesárea.

Sabendo disso, resolvi controlar as contrações em casa até o limite, e só cheguei na maternidade quando os intervalos das contrações estavam em 10 minutos.

O meu parto foi calmo, com os médicos e equipe de enfermagem me assessorando e após 3 horas, ela tinha nascido.

Desde então, já se passaram 2 meses e meio, e descobri que sou uma mãe tranquila. Tenho lidado bem com a rotina de trocar as fraldas, dar de mamar, brincar, dar banho, fazer dormir, etc. Nesse meio tempo, encontro tempo para costurar e cozinhar, que são as coisas que gosto de fazer.

Meu marido me ajuda quando está em casa, desde trocar a fralda, fazê-la arrotar, dormir. Também cozinha, limpa a casa, enfim, somos uma equipe.

Ela tem sido uma bebê calma e por incrível que pareça, ela quase não chora e antes de completar 2 meses, já dormia a noite toda: mama pela última vez às 23h e acorda às 6h30~7h.

Tento não seguir nenhuma teoria para não me deixar maluca. Por isso ouço, avalio, mas sigo meu instinto.

Falo isso porque eu comecei a folhear alguns livros, em especial o Encantadora de Bebês. E o fato de não sair conforme planejado me frustrava e eu comecei a me cobrar por não estar dando certo. Por isso larguei mão das literaturas e comecei a prestar mais atenção nos sinais da bebê, e com isso aos poucos, estou conseguindo saber quando ela está irritada, com sono, com fome e quando está entediada.

Está sendo muito gostoso ter uma pessoinha tão pequena e delicada em casa.

~ Yuka ~

Organização

Facilitando a troca de fraldas

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Considerando que uma mãe (ou pai) de um recém-nascido troca umas 8 fraldas por dia (às vezes até mais), fiquei pensando de que forma poderia facilitar e tornar mais prática as trocas de fraldas.

Pensei em comprar um trocador para colocar em cima da cômoda, mas como eu não gosto de fazer as coisas em pé, o que deu mais certo para mim foi montar uma Cesta para Troca de Fraldas para poder trocar em cima da cama. Esse cesto me dá a liberdade, inclusive, de fazer as trocas em qualquer cômodo da casa (em cima da cama, no sofá, no colchonete etc) já que tenho tudo o que preciso sempre em mãos.

Sem esse cesto, eu ficava um pouco perdida, porque uma hora o creme estava no banheiro, outra hora na sala, ou esquecia de pegar a fralda limpa e até juntar tudo, o algodão molhado com água já estava frio.

Esse cesto compõe de:

  • Pote onde guardo algodão
  • Fraldas descartáveis
  • Álcool em gel para fazer a assepsia das mãos, caso necessário
  • 1 garrafa térmica com água morna
  • Toalha pequena para enxugar as mãos, caso necessário
  • Potinho para colocar a água morna
  • Creme anti-assaduras

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O trocador portátil eu deixo dobrado do lado do cesto.

Primeiro eu estendo o trocador portátil em cima da minha cama.

Pego a garrafa térmica e despejo um pouco de água morna no recipiente, molho o algodão e limpo a bebê, passo o creme anti-assadura, coloco a fralda e pronto.

Se precisar secar a minha mão, uso a toalha pequena.

Tudo num único lugar!

~ Yuka ~

Do It Yourself

DIY Organizando o quarto utilizando cestos / caixas

Para organizar meu quarto, queria colocar algumas caixas em cima da prateleira para dar uma camuflada na bagunça. Para não errar na hora da compra, eu já tinha o tamanho da prateleira anotado no meu celular e sempre andava com uma trena na minha bolsa.

E passeando em uma loja, vi que estas caixas estilo “caixa de feira” estavam na promoção e resolvi comprar 4 destes cestos organizadores.

Só que ao colocar na prateleira, vi que não combinou nem um pouco, pois o meu quarto tem um tom de branco.

cesto organizado 1

Com uma tinta branca que eu já tinha em casa, resolvi pintar só a parte de fora das caixas (porque se eu pintasse a parte de dentro, teria que comprar mais tinta).

Achei que ficou melhor do que na cor original, só que ainda tinha um problema… Como o cesto é vazado, aparecia pelas fendas tudo o que eu colocava.

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Decidi costurar uns sacos para tentar esconder a “bagunça” dentro dos cestos. Como estes cestos não têm tampa, costurei um quadrado extra pra deixar forrado como se fosse uma tampa pra não pegar poeira.

cesto organizado 3

E aqui está como ficou o resultado final. Fiquei bem satisfeita 😀

Antes e depois:

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Guardo nestas caixas pacote de papel higiênico, lenço umedecido, pacote de algodão e outras miudezas.

~ Yuka ~

Organização

Como calcular o tamanho e quantidade das fraldas no Chá-de-Fraldas

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Onde eu trabalho, existe uma tradição em oferecer chá-de-fraldas para quem está grávida.

O costume é mandar convite para todos os funcionários (independentemente se você conhece a pessoa ou não) e assim, quem te conhece participan do seu chá-de-fraldas e quem não te conhece não vai no seu chá.

Mas afinal, como saber quem vai e quem não vai de verdade no chá? E como prever o tamanho das fraldas que iremos ganhar? Começam a surgir algumas dúvidas como:

“E se eu ganhar muito P e faltar outros tamanhos?” – bom, você terá que comprar os outros tamanhos que faltam, já que dificilmente você conseguirá trocar o tamanho das fraldas nas farmácias ou supermercados.

“E se eu ganhar muito G e faltar os tamanhos menores?” – nesse caso, o prejuízo é menor, pois você aproveita as fraldas. A parte ruim é que precisará de um lugar em casa para estocar as fraldas durante uns 9 meses até chegar o momento em que seu filho estará grande o suficiente para usar fralda G.

Para evitar isso, eu queria garantir primeiro quantidades suficientes em fraldas P, depois a M, depois a G e assim por diante.

Eu pesquisei na internet quantas fraldas eu precisaria de cada tamanho:

– Tamanho RN – 76 fraldas (2 pacotes) para usar durante 10 dias

– Tamanho P – 480 fraldas (17 pacotes) para usar durante 2 meses (8 fraldas por dia)

– Tamanho M – 1080 fraldas (36 pacotes) para usar durante 6 meses (6 fraldas por dia)

– Tamanho G – 1500 fraldas (63 pacotes) para usar durante 10 meses (5 fraldas por dia)

– Tamanho GG – 1050 fraldas (43 pacotes) para usar durante 7 meses (5 fraldas por dia)

Na hora de pedir o tamanho da fralda no convite, levei em consideração que pessoas próximas poderiam me dar tamanho P e M (já que é muito mais garantido que esta pessoa vá comparecer no seu chá). Pessoas que são colegas, poderiam me dar tamanho G e GG (já que a chance desta pessoa comparecer é menor). Assim, não precisaria estocar as fraldas de tamanho maior na minha casa durante tanto tempo:

Dica 1) Não pedir fralda RN para ninguém. Você vai ganhar de alguém, acredite. 

Dica 2) Pedir em torno de 20% a mais do número que precisa de cada tamanho.

Dica 3) Eu escolhi 20 pessoas que eu sabia que iria no chá, por serem pessoas próximas, amigas, que estão sempre perto de mim e coloquei no convite fraldas tamanho P.

20 pessoas = 20 pacotes de fraldas (17 fraldas + 20% = 20 pacotes de fraldas)

Dica 4) Eu escolhi 43 pessoas que eu tinha amizade, mas não aquele contato diário e coloquei no convite fraldas tamanho M.

43 pessoas = 43 pacotes fraldas (36 fraldas + 20% = 43 pacotes de fraldas)

Dica 5) Eu escolhi 75 pessoas que apesar de saber quem é, não tinha quase contato. Coloquei no convite tamanho G.

75 pessoas = 75 pacotes fraldas (63 fraldas + 20% = 75 pacotes de fraldas)

Dica 6) O restante dos funcionários, coloquei no convite tamanho GG.

Com isso, eu acabei ganhando:

– RN – 76 fraldas, das 76 que esperava ganhar.

– P – 580 fraldas, das 480 que precisava ganhar (de 2 meses que precisava, tenho fraldas para 2 meses e 12 dias).

– M – 1136 fraldas, das 1080 fraldas que precisava ganhar (de 6 meses que precisava, tenho fraldas para 6 meses e 9 dias).

– G – 559 fraldas, das 1500 fraldas que precisava ganhar (de 10 meses que precisava, tenho fraldas para 3 meses e 20 dias).

– GG – 184 fraldas, das 1050 fraldas que precisava ganhar (de 7 meses que precisava, tenho fraldas para 1 mês e 6 dias).

Como podem ver, a margem de erro foi pequena e vou estocar poucas fraldas G e GG. Não especifiquei marca, primeiro porque eu acho indelicado (já estou escolhendo o tamanho da fralda. Acho indelicado especificar a marca também) e segundo porque acho bom variar a marca por causa de alergias que seu filho pode ter com uma determinada marca.

Depois, foi só alegria. Separei por tamanho, e guardei assim:

– RN na cômoda

– P deixei perto da cama mesmo, já que vou usar em menos de 10 dias depois que minha filha nascer

– M guardei tudo no guarda-roupa

– G empacotei e coloquei em cima do guarda-roupa

– GG empacotei e coloquei em cima do guarda-roupa

 

TEXTO ADICIONADO EM 07/07/2015:

Eu demorei um pouco para perceber que não existe um padrão no tamanho das fraldas. Então na hora de começar a usar as fraldas, tenha em mente que há tamanhos diferentes mesmo todas elas sendo P.

Por exemplo, enquanto a fralda P da Turma da Mônica já tinha ficado apertada na minha filha, a P da Pampers ainda estava folgada. Tentem administrar isso para não perder as fraldas.

~ Yuka ~

Minimalismo

Montando um enxoval minimalista para o bebê

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*Post atualizado em 16/11/2015

A primeira dica que eu dou é: NÃO COMPRE NADA.

Sim, apesar da vontade de sair comprando tudo, não compre nada, pelo menos por enquanto. Essa decisão de segurar o impulso foi essencial para que eu não ganhasse presentes duplicados.

No início da minha gestação, elaborei uma lista enxuta de enxoval para bebê que foi muito útil. Pesquisando pela internet, vi que tinha muitos itens que eu considerava desnecessário como fita crepe para prender fraldas (fralda descartável precisa de fita crepe?), perfume, poltrona para amamentação (na minha casa pequena essa poltrona é inviável), etc. Então acabei elaborando uma lista para as minhas próprias necessidades.

Essa lista me auxiliou inclusive para me orientar quais eram os itens que ainda faltavam para comprar, principalmente quando alguma amiga perguntava o que eu estava precisando. Ao invés de responder “eu não sei”, eu olhava a lista e conseguia ter uma ideia do que estava faltando.

E quando percebi, vi que não precisava comprar mais nada.

No final das contas, eu comprei só o berço. O restante, eu ganhei. Se eu tivesse comprado as coisas para a minha filha no impulso, provavelmente teria muitos presentes duplicados.

A lista é uma coisa muito pessoal, já que o que pode ser desnecessário pra mim, pode ser de extrema importância para você.

Segue a minha lista:

– Berço, colchão, 2 lençóis e 1 protetor de colchão

Somente o berço, colchão, 2 lençóis e 1 protetor de colchão. Nada de kit berço (protetor de berço), saia para berço, travesseiro, fronha, cobertor para deixar na cama, mosquiteiro, nem ursinhos de pelúcia (tem um post aqui explicando o perigo de sufocamento).

– Carrinho de bebê e colchonete para carrinho

Como minha mãe iria me dar um de presente, pedi o que fecha como um guarda-chuva para ficar compacto. Guardo embaixo do berço para não ocupar espaço em casa. Como a estrutura deste tipo de carrinho é mais dura, pedimos também um colchãozinho que acomoda no carrinho para não machucar as costas da bebê.

– Sling e canguru

O sling pode ser utilizado em bebês recém-nascidos até uma criança maior. Já o canguru que ganhei servirá para quando a bebê estiver com o pescoço um pouco mais firme.

– Banheira

Pedimos um modelo com a borda reta para que pudessemos pendurar na parede do box para ocupar menos espaço. Apesar de ser adepta ao ofurô (balde), hoje não incluiria na minha lista, pois quando o bebê completar uns 6 meses, não caberá mais no balde.

– Sabonete líquido, creme para assadura, cortador de unha, cotonete, algodão

Há sabonetes no mercado que serve para o corpo todo, da cabeça aos pés, evitando ter que comprar xampu e sabonete separadamente. O creme para assadura é o tratamento, e não o prevenção, pois não vejo necessidade de passar a pomada de prevenção, senão a pele do bebê não cria proteção nunca.

– Fraldinhas de pano para limpar boca

6 unidades

– Fraldinhas de pano maiores para forrar carrinho

2 unidades

– Toalha fralda

2 unidades

– Trocador portátil

Costurei um trocador para minha filha. E é bom porque ele é portátil, consigo carregar na bolsa.

– Mantas

É interessante ter de várias espessura. Um bem grosso para o inverno, uma manta de soft média e uma manta de malha.

– Roupas

Ganhei muita, mas muita roupa. Roupa nova e roupa usada. Mas na minha lista, eu tinha colocado basicamente 6 bodys de manga comprida, 6 bodys de manga curta, 6 calças (ou mijão), meias, luvas, toucas, alguns body grosso de inverno.

– Capa para amamentação, absorvente para seios

Não precisa de uma capa para amamentação. Eu coloco um paninho leve por cima do meu ombro.

Comprei só 1 caixa de absorvente para os seios. A produção de leite logo se equilibrou.

– Fraldas descartáveis e lenço umedecido

Fiz chá de fraldas no meu trabalho e ganhei fraldas para mais de 1 ano e meio de uso.

Eu prefiro usar o lenço umedecido somente na hora de passear. No dia a dia uso algodão com água.

– Outros itens

Minha cunhada me deu o extrator elétrico de leite.

Não sei se na prática a quantidade de roupas será suficiente ou se ainda falta alguma coisa pra comprar.

Papais e mamães de primeira viagem acabam sofrendo um pouco pelo excesso de informação, cada um fala uma coisa. Por isso decidimos fazer a nossa própria lista e ir adaptando conforme nossa necessidade.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Afinal, quanto custa ter um filho?

maternidade

Eu sempre tive uma curiosidade muito grande em saber se todos os objetos, roupas, brinquedos, preparação do quarto e se tudo o que os pais compram são realmente necessários, ou se são supérfluos.

Concordo muito com o texto da Rosely Sayão que eu comentei aqui, Mas nunca soube responder com exatidão por justamente não ter a experiência de uma maternidade.

Eu descobri que estou grávida do meu primeiro filho. E resolvi aproveitar essa experiência para tentar compartilhar com vocês o que é necessário e o que eu achei desnecessário na minha gestação.

Encontrei esse post, do blog Vida Organizada, muito interessante e acho que muita coisa irei seguir.

Muitas pessoas perguntaram para mim, agora que estou grávida, se eu compraria um carro. Não, não comprarei um carro. E também continuarei no meu apartamento de 1 dormitório.

O berço ficará no nosso quarto, dividindo o quarto conosco. Claro, não para sempre, mas até o filho completar 1 ou 2 anos. Esse é o tempo necessário para continuarmos com o nosso planejamento de juntar dinheiro suficiente para fazer a mudança para um apartamento de 2 quartos, com planejamento e segurança financeira.

Também não comprarei muitas coisas, apenas o necessário.

Pra mim, a questão toda não é economizar ou não querer gastar dinheiro. Eu não quero comprar o que eu não vou usar. A economia que gera por eu tentar viver uma vida mais simples, é a consequência.

Não quero ter o trabalho de ir na loja, escolher, pagar, esperar chegar em casa, arranjar um lugar em casa pra colocar o que comprei, não quero tirar o pó de uma coisa que não uso, depois ter o trabalho de me desfazer (dar para alguém? Vender? Jogar fora?) e perceber que gastei energia e tempo à toa.

Por isso penso e analiso muito antes de trazer algo em casa para não trazer dor de cabeça futura.

A nossa prioridade será dar atenção, carinho, amor, educação, conhecimento, e principalmente tempo para o nosso filho.

Será uma nova fase 🙂

O próximo post será sobre a lista de enxoval minimalista para bebê que eu estou montando.

– Yuka –

Auto-Conhecimento

Quanto custa ter um filho?

quanto custa um filho

Hoje li um texto muito interessante da Rosely Sayão, publicado na Folha de São Paulo.

Reproduzo alguns trechos bem interessantes:

“Festas de aniversário com direito a recreacionistas, bufês, lembrancinhas etc.; viagens ao exterior; calçados ou roupas caras porque da moda; brinquedos e traquitanas tecnológicas de última geração; e mais: carro, escola, cursos extracurriculares, altas mesadas, aprendizado de língua estrangeira no exterior etc (…). Os filhos querem, querem, querem, querem sempre mais. Nunca estão satisfeitos. E os pais trabalham, trabalham, trabalham cada vez mais para ganhar mais e, assim, tentar satisfazer as necessidades e os caprichos do filho, que quase sempre custam bem caro (…). Ter um filho custa horas de sono e muitas preocupações; custa mudanças de vida temporárias e renúncias; custa a necessidade de disponibilidade pessoal constante; custa abdicar de sonhos e projetos; custa paciência quando ela já se foi, custa perseverança mesmo quando cansados, e muito mais.”

Muitas famílias que não têm condições financeiras em colocar os filhos em uma escola privada ou oferecer uma viagem ao exterior, possuem também filhos honestos e esforçados. É bom lembrar que oferecer tudo do bom e do melhor, não é garantia de ter um filho de sucesso.

Se tiver interesse, visite a página para ler o texto na íntegra.

~ Yuka ~