Casa adaptada para as crianças
Semana passada, uma leitora me falou que estava grávida, e lembrei que há alguns meses tinha pensado em publicar um post sobre como funciona a dinâmica aqui em casa com as minhas filhas.
Desde que elas nasceram, uma série de pequenas adaptações foram feitas para que a casa se tornasse um local seguro para elas. Alguns móveis e objetos foram comprados, mas também usei muitas coisas que já tinha em casa.
A maioria foram soluções simples, que não exigiram nada além de boa intenção. A vantagem é que além de ter tornado a casa mais segura, tem colaborado para que as crianças sejam mais responsáveis e independentes de acordo com a idade.
1.) Cama das crianças o mais próximo possível do chão
A minha primeira filha, dormiu muito bem no berço.
Já a segunda filha, ficava inquieta e chorava muito, e no fim, acabei desistindo do berço quando ela tinha apenas alguns meses de vida.
A alternativa que eu encontrei foi comprar uma cama de casal baixa (basicamente um estrado com um colchão de casal em cima), pois assim, as duas faziam companhia uma para outra na hora de dormir. Para nós, pais, também foi um alívio, já que a cama grande comporta um adulto e duas crianças na hora de coloca-las para dormir.
Minha filha caçula, que dormia mal, acordava de madrugada e chorava para que alguém fizesse companhia no berço, se acalmou quando passou a dormir na cama de casal, pois descobriu que ao esticar a mãozinha, a sua irmã estava ao seu lado. Não foram poucas as vezes que vi as duas dormindo abraçadas.
Outra vantagem foi na hora do despertar. No berço, a caçula dependia de mim para sair, ou seja, já acordava chorando; e com a cama de casal, uma acordava a outra e ela mesma saía da cama engatinhando.
Essa cama tem sido muito útil até hoje. De vez em quando, pergunto se elas não gostariam de ter cada uma a sua própria cama, mas elas ainda gostam muito de dormir juntas.
2.) Revisão de todos os itens armazenados em casa
Quando eu descobri que estava grávida, basicamente, tirei tudo de todas as gavetas e armários para pensar numa nova logística.
Com as gavetas e armários vazios, fui analisando tudo que era perigoso, pontudo e pesado. Essas coisas ficaram nos armários superiores, como tesoura, faca, palitos, produtos de limpeza, etc. Nos armários inferiores, permaneceram os potes plásticos, as panelas, as toalhas, os panos de prato, etc.
Fazer isso foi fundamental para eu ter tranquilidade. Como eu sabia que tinha revisto toda a organização dos objetos da casa, eu tinha a tranquilidade delas andarem por toda a casa, deixar abrir as portas dor armários e das gavetas, sem correr grandes perigos.
3.) Dar preferência para as gavetas de baixo
Essa sapateira, que nada mais é do que duas sapateiras uma do lado da outra, com uma tábua de madeira em cima, é uma mão na roda.
As crianças usam as gavetas de baixo, os adultos usam as gavetas de cima.
Essa pequena decisão, tão simples, facilitou o acesso aos sapatos, e no momento de sair de casa, elas mesmas calçam os sapatos e guardam no momento que chega em casa, desde quando minhas filhas tinham 2 anos de idade.
4.) Móveis presos na parede
Por motivos de segurança, móveis que podiam tombar para a frente (como a sapateira, cômoda), fixamos na parede.
5.) Usando o criado-mudo como escada
A minha cama é bem alta. Primeiro, porque é uma cama-baú. E segundo, porque o colchão é um pouco mais alto do que os colchões tradicionais. O que tornou para as minhas filhas, uma missão impossível subirem na cama, elas não conseguiam subir de jeito nenhum.
O criado-mudo se mostrou uma ótima alternativa para auxiliar na subida. Ensinei-as a usarem o criado-mudo como uma escada. Na época, meu marido achou um absurdo eu ensinar isso, mas depois que viu a praticidade, entendeu.
De manhãzinha, quando elas acordavam antes de mim, saíam da cama que é bem baixinho, e subiam na cama dos pais usando o criado-mudo como escada.
6.) Instalando varão do guarda-roupa na altura delas
Eu fiz algo parecido com a foto acima, só que em um guarda-roupa tradicional.
Pois é… essa é a vantagem de saber montar o próprio guarda-roupa. Alterei um pouco a altura das prateleiras, e instalei o varão no local que achei adequado e pronto.
Aqui em casa, rola um desfile de moda todos os dias… minhas filhas ficam trocando de roupa o dia todo, a todo momento. Uma hora é blusinha com saia, outra hora é vestido, depois surge de princesa, de sereia, e por aí vai.
Com o guarda-roupa na altura delas, elas conseguem ter a autonomia para escolher as próprias roupas por conta própria, e principalmente, guardar também.
7.) Mesa para crianças
Essa mesa de acrílico, que nada mais é do que uma mesa de centro da sala, serve muito bem para as crianças desenharem, pintarem, brincarem de massinha.
8.) Banquetas para acessar o inacessível
Tenho três banquetas bem parecidas com essa. Uma fica no banheiro e outras duas na sala. A caçula usa a banqueta para auxiliá-la na hora de sentar no vaso sanitário e também para acessar a pia do banheiro para lavar as mãos.
Quando elas eram menores, a banqueta ainda ajudava a acender e desligar as luzes dos quartos. Por serem leves, elas levam as banquetas da sala para a cozinha (quando querem me ajudar a cozinhar), da cozinha para o quarto (quando querem alcançar algo que deixei escondido).
9.) Gancho mais baixo para toalha de mão
Não é a coisa mais bonita de se ver, mas além do toalheiro que está na altura padrão, há um gancho com uma outra toalha de mão numa altura mais baixa. Com isso, elas conseguem enxugar as mãos.
10.) Jarra de água e copo acessível para tomarem água
Claro que sempre insisto para tomarem água, mas também deixo uma jarra de água e copo em cima da mesa da sala para elas tomarem água sempre que sentirem vontade.
11.) Fruteira acessível
Da mesma forma que a água, a fruteira também está sempre visível, instalada numa prateleira. As frutas colocadas nessa fruteira já estão higienizadas, então é só esticar a mão e comer.
12.) Brinquedos em caixas de madeira
Brinquedos são guardados em caixotes de madeira, desta forma, elas conseguem pegar e guardar com facilidade.
13.) Espelho colocado na altura das crianças

Atualmente, já não tenho mais espelho de corpo, porque na porta do guarda-roupa tem um espelho bem grande. Mas durante muito tempo, tive um espelho de corpo e resolvi abaixar até a altura delas. Conforme elas cresciam, eu subia um pouco mais o espelho.
14.) Protetor de tomadas

Tem criança que quando a gente fala “não bota o dedo aí na tomada”, a criança vai obedecer (foi o caso da caçula). Já a filha mais velha, adorava tomadas e por mais que eu avisasse, ela sempre estava com um dedinho, um lápis, um palito. Então dependendo da criança que você tem, protetor de tomadas é fundamental sim.
~ Yuka ~
Genial Yuka!
Acho essencial darmos liberdade na casa e oportunidade de exercícios de independência às crianças.
Eu queria ter dado um pouquinho mais de liberdade para a minha kkkk! São tantas as coisas que, “se a gente soubesse antes” teria feito diferente.. rsrs!
Muitas vezes é sujeito a pessoa olhar o filho como uma extensão, sem lembrar que é uma outra pessoa, e que merece ser respeitada como um igual.
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Oi Cinthia, o bom quando a gente mostra para as crianças que elas têm o espaço delas aqui em casa, elas passam a entender que elas também fazem parte da casa, mas também da limpeza, da organização, e que têm responsabilidades. Beijos.
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Gosto mto desses posts. Estou usando a estratégia de mercado de algum outro tá funcionando muito obrigada .
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Oi Beatriz, essa do mercado é muito boa, né? Uso toda semana e tem funcionado maravilhosamente bem por aqui também. Nunca mais saí do orçamento. Beijos.
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Tem toda uma modinha “Montessori” faz algum tempo que me deixa muito brava. Eu sou professora e conheço a metodologia faz muito tempo e foi feita para trabalhar com crianças vulneráveis. Hoje parece algo exclusivo de quem tem um monte de dinheiro para comprar este produto ou aquele feito para criança. Por isso seu post de hoje é lindo de ler: você não precisa de dinheiro: precisa de empatia. Quando meus gêmeos nasceram não tínhamos dinheiro para comprar “objetos Montessori”. Mas tínhamos muita vontade de compartilhar a nossa vida com esses dois pequenos seres humanos que estavam chegando no mundo. A casa toda tinha que ser para os quatro. Hoje continuamos pensando assim. Meus filhos dormem em um colchão de casal no chão desde os 5 meses (estão com 4 e meio) e eles sabem que se querem deitar, é só ir até o colchão e …deitar. Quer comer fruta? Está na altura deles. Quer brincar? Os móveis que temos na nossa mini sala são 90% deles (porque optamos por deixar o quarto para dormir e a sala, onde passamos grande parte do tempo todos pois não temos onde ir, para brincar e compartilharmos o espaço). Aprenderam que tomada não é para encostar. As coisas de limpeza ficaram acima deles até crescerem e compreenderem que algumas eram perigosas. A casa não é deles como alguma vez alguém me falou pois temos prateleiras que são nossas, dos adultos. Essas pessoas (foram três pessoas em momentos diferentes na verdade) falaram que criança tem que aprender a respeitar espaços de adultos e que não precisávamos mudar nossa casa por eles. Mas nós entendemos que a casa tinha que ser um lar para quatro pessoas diferentes com necessidades diferentes. É só refletir: o que vc acharia se sua mãe, avó, pai, velhinho da família precisasse de uma adaptação na casa e vc simplesmente não quisesse fazer porque fica feia, da trabalho, etc? Em fim, sei que viajei neste comentário um pouco mas acho que seu post ajuda a ver que não é complicado viver com crianças: é entender simplesmente que tem outro ser aí convivendo com vc e que ele/ela precisa ser levado em conta. E que isso não é questão de dinheiro e sim de empatia. Um abraço, Yuka!
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Oi Bhuvana, também tenho o mesmo sentimento que você em relação à moda montessori. Quando a minha primeira filha nasceu e comecei a fazer essas pequenas adaptações em casa, me surpreendi quando as visitas me falaram que eu seguia a linha montessoriana, porque eu nunca na vida tinha ouvido falar nessa palavra. Eu pegava garrafa pet pequena e colocava miçangas, feijão, arroz pra fazer barulho e usar como chocalho, e tudo isso virou chique “porque estava seguindo o montessori” kkkk. Quando eu falava que nunca tinha ouvido sobre isso, e que nem sabia quem era Montessori, de repente, não era mais chique. Eu não tenho conhecimento sobre a causa, nem estudei sobre o assunto, mas a impressão que eu tenho é que deturparam e comercializaram a teoria montessoriana. O que era para auxiliar no desenvolvimento cognitivo, acolher, incluir e apoiar a criança, montessori virou um produto e se tornou um estilo gourmetizado. E nada disso é necessário, como você escreveu bem, o que a criança precisa é só de adultos com um pouco de empatia. Beijos.
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Olá Yuka,
Adorei o tema do post desse domingo, e acho que sou a leitora grávida do começo do texto 🙂
Ainda não tinha pensado nessa adaptação da casa para o bebê, pois são tantas coisas para pensar nesse momento, hahaha.
Mas vou seguir essas dicas quando for a hora. Imagino que a partir de uns 6, 7 meses, quando a bebê deve começar a engatinhar e ter acesso à toda a casa! Nos mudamos recentemente e o lado bom é que na nova casa tem poucas coisas acumuladas e pouca coisa no chão. Assim tem mais espaço para circulação e brincadeiras. Mas em algum momento vou ter que reorganizar as coisas em gavetas e armários também e colocar tudo que é perigoso fora do alcance. Beijos!
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Siiim Larissa, escrevi esse post pensando em você rs. Mudança de casa é sempre muito bom (pelo menos eu gosto), traz ótimas vibrações, oportunidade para rever coisas sem uso, mas dá um trabalhão… isso mesmo, as mudanças para a bebê podem ser feitas depois que as coisas que estiverem ajeitadas, fazer sem pressa. Vai ter coisas que nem vai precisar fazer para a sua bebê, porque cada criança é de um jeito (que nem a tomada, para uma das minhas filhas, eu tive que colocar o protetor, para a outra, nem precisei). Um beijo.
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Oi Yuka, obrigada pelo post! Sou uma leitora assídua, gosto de todos os temas que você aborda aqui no blog, principalmente minimalismo, finanças e decoração. E mesmo antes de engravidar, me interessava pelos posts sobre educação. Inclusive, eu cheguei aqui por meio do post sobre lugares para levar crianças em São Paulo, quando tava pesquisando o assunto no google para ter ideias de onde levar minha sobrinha. Sim, mudar de casa é uma delícia. Eu não tinha mudado muitas vezes de casa e já estava na última casa a dez anos. Mudar faz muito bem, dá uma chacoalhada em tudo, faz a gente pensar em coisas de outro ponto de vista e valorizar coisas que não enxergávamos antes. Sobre a bebê, realmente, não dá para saber o que vou precisar adaptar. Veremos quando ela chegar! Beijos.
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Oi Yuka, saudades também de vir sempre aqui…as vezes a correria faz a gente atropelar o dia…rs
Mas, estou aqui! Estamos todos bem, tentando seguir com os limites colocados. E evitando muitas saídas.
Logo tudo passará.
Filhos, mudam nossa vida. Viram ela de ponta cabeça, mas vale a pena todas as mudanças em prol dos rebentos. E tudo na vida passa, a infância aqui ta indo já….meus filhos cresceram rápido e as mudanças vão acontecendo conforme crescem.
Os gostos mudam, a vida muda.
E assim vamos nos adaptando as mudanças. Quando pequenos tinham o cantinho na sala, brincavam e depois organizavam, até hoje são assim organizados nas coisas deles.
Aqui gostamos de manter as coisas organizadas, e manter nossa rotina…e com as aulas em casa ajudou muito.
Era só criar uma nova rotina e pronto.
O que dá dó é que ficaram afastado dos amigos, nesta idade eles gostam de interagir com os amigos…trocar ideias. Eu senti muito por isso, mas logo tudo passará, ainda bem que temos a tecnologia para aproximar um pouquinho.
Aqui a casa é adaptada até para os bichinhos que criamos kkkkk.
É assim cachorrinha, gatinho, porquinho da índia, gerbil e o Jabuti o mais velho da turma, está comigo há 30 anos!!
É uma loucura o dia a dia. Pra cuidar de tudo e todos, mas faze-nos um bem danado ❤
Só porque faz tempo que não comento muito, escrevi um texto kkkkk
Uma ótima semana !!!
bjssssssssssssssssssss
Dri 🌻
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Oi Dri, pois é, já parei pra pensar como você dá conta de tantas frentes, seus filhos, seus artesanatos, seus (inúmeros kkk) bichinhos de estimação, a casa… haja disposição rsrs. Aqui em casa as crianças ainda insistem em não arrumar os brinquedos, se distraio, vira uma coisa quase impossível de arrumar, o jeito é continuar ensinando, falando todos os dias, pra que elas internalizem logo rsrs. Beijos.
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Aos pouquinhos elas pegam o ritmo, uma coisa que ajuda muito aqui é que somos, eu e marido ultra organizados. Eu com horários então… rs
Nem eu sei como dou conta de tudo, e desde sexta minha mãe está aqui, ela teve crise de asma…ai veio para cá, assim fica mais fácil de ajudar nas inalações, e junto veio a cachorrinha dela hahahaha.
Se eu não fui ainda para o hospício, pode ter certeza que já nasci louca kkkkkk
E vamos seguindo…meu blog até que está ativo…mas o dia passa e não dá para aproveitar muito, preciso tentar me organizar melhor nos horários hahahahahaha 😂🤣
Super bjs Yukinha….
Se der tempinho ai passa lá no meu cantinho, eu to tendo visitas novas…e os comentários estão parecidos com os seus em alguns posts….parecem textos kkkkkk
bjs
https://atelieradrianaavila.blogspot.com/
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Oi Yuka, bom dia
Outro ótimo post, como sempre bem explicado e de grande utilidade no nosso dia-a-dia.
Compartilhei o post com a sra. VAR e já implantei algumas dicas. Ela curtiu bastante.
Abraços
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Olá VAR, que legal! Obrigada! Beijos.
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