Auto-Conhecimento · Minimalismo

Minimalismo na maternidade

man and toddler standing on shore

Se tem um lugar que recebemos incentivo para consumir, esse lugar definitivamente é na maternidade.

Tive sorte de já ser bem consciente quando me tornei mãe pela primeira vez e com isso fui pouco influenciada pelas pessoas.

Na primeira consulta da minha filha ao pediatra, ele me falou que antigamente não existia chupeta, não tinha colchão inclinado para evitar a regurgitação, não tinha almofada ou poltronas específicas para amamentação, não tinha sabão específico para lavar roupas de bebês, nem shampoos especiais para lavar os tufinhos de cabelo dos recém-nascidos. Com essas palavras em mente, saí do consultório com uma bebê recém-nascida no colo, com a certeza de que eu deveria prestar atenção na minha intuição, e não no marketing agressivo das indústrias incentivando consumo. E é assim que eu tenho levado a minha vida desde então.

Minhas filhas não saíram de roupa vermelha da maternidade, não fiz quarto decorado, não fiz mesversário, nem sessões de fotos, nem festa em buffet. Minha segunda filha mal dormiu em berço, sempre amamentei minhas filhas deitada apesar de toda contraindicação em relação a ter infecções nos ouvidos como otite, o que nenhuma das duas teve até hoje. Minhas filhas não usaram sapatos até 1 ano de idade, nunca entendi essa necessidade de colocar um tênis em um pé que nem sabe andar. Elas se vestem de acordo com a idade, ou seja, elas não usam roupas de mulher, não usam maquiagem, não pintam as unhas, não usam sapatinho com salto.

Não fiz enxoval para a minha segunda filha, ela usou tudo o que eu já tinha em casa, vindo da primogênita.

Minha mãe se surpreende até hoje, por eu ter usado 1 mamadeira, tendo 2 filhas em um curto período de tempo. Ora, quando minha segunda filha nasceu, ela mamava no peito, enquanto a filha mais velha tomava mamadeira. Coincidentemente, quando eu já estava prestes a comprar uma mamadeira para a caçula, a primeira filha largou a mamadeira, e com isso, pude aproveitar a mesma mamadeira.

Não lavei roupa separada das minhas bebês, como é recomendado em diversos sites. Gente, lavou tá novo. Nunca liguei das minhas filhas não estarem com lacinho na cabeça, se estavam com roupas coordenadas, tudo combinando. Minha preocupação sempre foi com a saúde, segurança e felicidade.

Aliás, não fiz muitas das coisas ditas normais pelos pais de primeira viagem, porque não era importante para mim. Agora, se é importante para você, faça, para não se arrepender depois.

Conforme as crianças foram crescendo, percebi que elas brincavam muito mais com uma caixa de papelão do que brinquedos comprados. E é muito fácil de compreender. Enquanto os brinquedos comprados já estão prontos, e não há muito o que fazer com uma boneca que já fala, anda, pisca e chora. Afinal, a boneca já vem pronta. Enquanto as bonecas que elas mesmas criam, precisam de um rosto pintado, fazer uma roupa, arrumar o cabelo, falar por elas, usar a criatividade.

A mesma coisa tem acontecido com outros tipos de brinquedos. Ao invés de pula-pirata e outros brinquedos que estão encostados num canto da casa, minhas filhas cismam em querer brincar com papel e tesoura, canetinha, cola, purpurina, tecido, fitas adesivas. Usam massinha de modelar para criar vestidos das bonecas, arrumam um pedaço de papelão e desenham o seu próprio celular, constroem casas para suas bonecas e se divertem horrores.

Há pouco tempo, comprei uma casa (tipo aquelas barracas do Gugu, mas numa versão melhorada) para elas brincarem. Qual não foi a minha surpresa ao perceber que nenhuma das duas se interessaram pela casa? Uma indiferença sem tamanho… tanto que depois de 2 dias eu desmontei e guardei embaixo da minha cama. Mas o interesse delas em construir a própria casa continua. Ou seja, elas não querem GANHAR uma casa. Elas querem CRIAR uma casa. Usam lençóis, almofadas, varal de chão, qualquer coisa que estiver à disposição aqui em casa pra construir o canto delas.

Pedem pra eu emprestar agulha e linha, porque querem fazer uma roupa de boneca, pedem pra eu emprestar minha pistola de cola quente, porque querem fazer uma escultura com pregos e parafusos, estão aprendendo a desenhar, de tanto me verem desenhando para elas.

Tenho gostado bastante desta forma de criação, vejo que concentração é algo raro entre as crianças, mas minhas filhas conseguem ficar concentradas por bastante tempo em uma atividade.

Digo para meu marido que o tempo vai encarregar de mantê-las ligadas na internet daqui a alguns anos. Então por enquanto… enquanto puder… prefiro mantê-las distante da internet para que a infância, que já é tão curta, se prolongue um pouco mais.

~ Yuka ~

Do It Yourself · Organização

Casa adaptada para as crianças

Semana passada, uma leitora me falou que estava grávida, e lembrei que há alguns meses tinha pensado em publicar um post sobre como funciona a dinâmica aqui em casa com as minhas filhas.

Desde que elas nasceram, uma série de pequenas adaptações foram feitas para que a casa se tornasse um local seguro para elas. Alguns móveis e objetos foram comprados, mas também usei muitas coisas que já tinha em casa.

A maioria foram soluções simples, que não exigiram nada além de boa intenção. A vantagem é que além de ter tornado a casa mais segura, tem colaborado para que as crianças sejam mais responsáveis e independentes de acordo com a idade.

1.) Cama das crianças o mais próximo possível do chão

A minha primeira filha, dormiu muito bem no berço.

Já a segunda filha, ficava inquieta e chorava muito, e no fim, acabei desistindo do berço quando ela tinha apenas alguns meses de vida.

A alternativa que eu encontrei foi comprar uma cama de casal baixa (basicamente um estrado com um colchão de casal em cima), pois assim, as duas faziam companhia uma para outra na hora de dormir. Para nós, pais, também foi um alívio, já que a cama grande comporta um adulto e duas crianças na hora de coloca-las para dormir.

Minha filha caçula, que dormia mal, acordava de madrugada e chorava para que alguém fizesse companhia no berço, se acalmou quando passou a dormir na cama de casal, pois descobriu que ao esticar a mãozinha, a sua irmã estava ao seu lado. Não foram poucas as vezes que vi as duas dormindo abraçadas.

Outra vantagem foi na hora do despertar. No berço, a caçula dependia de mim para sair, ou seja, já acordava chorando; e com a cama de casal, uma acordava a outra e ela mesma saía da cama engatinhando.

Essa cama tem sido muito útil até hoje. De vez em quando, pergunto se elas não gostariam de ter cada uma a sua própria cama, mas elas ainda gostam muito de dormir juntas.

2.) Revisão de todos os itens armazenados em casa

Blog - Crianças e produtos de limpeza. Veja recomendações de profissional  da saúde para evitar acidentes CEV Baby

Quando eu descobri que estava grávida, basicamente, tirei tudo de todas as gavetas e armários para pensar numa nova logística.

Com as gavetas e armários vazios, fui analisando tudo que era perigoso, pontudo e pesado. Essas coisas ficaram nos armários superiores, como tesoura, faca, palitos, produtos de limpeza, etc. Nos armários inferiores, permaneceram os potes plásticos, as panelas, as toalhas, os panos de prato, etc.

Fazer isso foi fundamental para eu ter tranquilidade. Como eu sabia que tinha revisto toda a organização dos objetos da casa, eu tinha a tranquilidade delas andarem por toda a casa, deixar abrir as portas dor armários e das gavetas, sem correr grandes perigos.

3.) Dar preferência para as gavetas de baixo

Essa sapateira, que nada mais é do que duas sapateiras uma do lado da outra, com uma tábua de madeira em cima, é uma mão na roda.

As crianças usam as gavetas de baixo, os adultos usam as gavetas de cima.

Essa pequena decisão, tão simples, facilitou o acesso aos sapatos, e no momento de sair de casa, elas mesmas calçam os sapatos e guardam no momento que chega em casa, desde quando minhas filhas tinham 2 anos de idade.

4.) Móveis presos na parede

Cantoneira Para Fixar Armario Na Parede - Armario Collection

Por motivos de segurança, móveis que podiam tombar para a frente (como a sapateira, cômoda), fixamos na parede.

5.) Usando o criado-mudo como escada

A minha cama é bem alta. Primeiro, porque é uma cama-baú. E segundo, porque o colchão é um pouco mais alto do que os colchões tradicionais. O que tornou para as minhas filhas, uma missão impossível subirem na cama, elas não conseguiam subir de jeito nenhum.

O criado-mudo se mostrou uma ótima alternativa para auxiliar na subida. Ensinei-as a usarem o criado-mudo como uma escada. Na época, meu marido achou um absurdo eu ensinar isso, mas depois que viu a praticidade, entendeu.

De manhãzinha, quando elas acordavam antes de mim, saíam da cama que é bem baixinho, e subiam na cama dos pais usando o criado-mudo como escada. 

6.) Instalando varão do guarda-roupa na altura delas

Eu fiz algo parecido com a foto acima, só que em um guarda-roupa tradicional.

Pois é… essa é a vantagem de saber montar o próprio guarda-roupa. Alterei um pouco a altura das prateleiras, e instalei o varão no local que achei adequado e pronto.

Aqui em casa, rola um desfile de moda todos os dias… minhas filhas ficam trocando de roupa o dia todo, a todo momento. Uma hora é blusinha com saia, outra hora é vestido, depois surge de princesa, de sereia, e por aí vai.

Com o guarda-roupa na altura delas, elas conseguem ter a autonomia para escolher as próprias roupas por conta própria, e principalmente, guardar também.

7.) Mesa para crianças

Casa & Decoração | Objeto e Arte | Mesa de jantar com banco, Decoração,  Mesa de sofá

Essa mesa de acrílico, que nada mais é do que uma mesa de centro da sala, serve muito bem para as crianças desenharem, pintarem, brincarem de massinha.

8.) Banquetas para acessar o inacessível

Banquinho Antiderrapante Degrau | Petit Papillon Bebê & Criança

Tenho três banquetas bem parecidas com essa. Uma fica no banheiro e outras duas na sala. A caçula usa a banqueta para auxiliá-la na hora de sentar no vaso sanitário e também para acessar a pia do banheiro para lavar as mãos.

Quando elas eram menores, a banqueta ainda ajudava a acender e desligar as luzes dos quartos. Por serem leves, elas levam as banquetas da sala para a cozinha (quando querem me ajudar a cozinhar), da cozinha para o quarto (quando querem alcançar algo que deixei escondido).

9.) Gancho mais baixo para toalha de mão

Crianças de banho Toalha de Limpar Adorável Pato Dos Desenhos Animados Do  Berçário Sapo Panda Animal Pendurado Tecido de Pelúcia Macia Do Bebê da  Criança|Toalhas de mão| - AliExpress

Não é a coisa mais bonita de se ver, mas além do toalheiro que está na altura padrão, há um gancho com uma outra toalha de mão numa altura mais baixa. Com isso, elas conseguem enxugar as mãos.

10.) Jarra de água e copo acessível para tomarem água

Claro que sempre insisto para tomarem água, mas também deixo uma jarra de água e copo em cima da mesa da sala para elas tomarem água sempre que sentirem vontade.

11.) Fruteira acessível

Da mesma forma que a água, a fruteira também está sempre visível, instalada numa prateleira. As frutas colocadas nessa fruteira já estão higienizadas, então é só esticar a mão e comer.

12.) Brinquedos em caixas de madeira

Brinquedos são guardados em caixotes de madeira, desta forma, elas conseguem pegar e guardar com facilidade.

13.) Espelho colocado na altura das crianças

Atualmente, já não tenho mais espelho de corpo, porque na porta do guarda-roupa tem um espelho bem grande. Mas durante muito tempo, tive um espelho de corpo e resolvi abaixar até a altura delas. Conforme elas cresciam, eu subia um pouco mais o espelho.

14.) Protetor de tomadas

Tudo o que você precisa saber para ter proteção no quarto de bebê

Tem criança que quando a gente fala “não bota o dedo aí na tomada”, a criança vai obedecer (foi o caso da caçula). Já a filha mais velha, adorava tomadas e por mais que eu avisasse, ela sempre estava com um dedinho, um lápis, um palito. Então dependendo da criança que você tem, protetor de tomadas é fundamental sim.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

O lado bom de tudo

Sorriso, Boca, Dentes, Rir, Nariz, Menina, Queixo

Minha filha mais nova de 3 anos tem gagueira.

Descobri isso muito cedo, alguns meses depois que ela começou a falar. Achei estranho, a boca torta no momento de falar, a bochecha enchia como se precisasse fazer força, já tinha visto essa cena inúmeras vezes quando era criança.

Aguardei alguns meses, a gagueira começou a ficar mais evidente. Ninguém em casa ainda havia percebido.

Pois bem.

Eu tenho uma irmã que tinha gagueira severa.

Eu era pequena, e cresci vendo minha irmã mais nova tendo muitas dificuldades na fala. Ela pulava pra voz sair, ficava vermelha e sem ar, batia no próprio peito, batia na cabeça para que as palavras pudessem sair. E as palavras não saíam. Vi pessoas chutando palavras aleatórias com o intuito de ajuda-la, o que acabava irritando-a ainda mais.

A gagueira é um distúrbio neurológico que provoca um mau funcionamento nas áreas do cérebro que dificulta a fala. Apesar de 95% dos casos de gagueira ter fator hereditário, fonoaudiólogos disseram que minha irmã era gaga por sermos bilíngues, e que minha mãe tinha que tomar a decisão de escolher uma única língua. Ou seja, abandonar o japonês e falar somente português.

O início da gagueira da minha irmã coincidiu com o falecimento precoce do meu pai, e durante muitos anos, minha mãe achou que a gagueira tinha causa psicológica, por conta da ausência da minha mãe para trabalhar sustentar a família.

Minha mãe ignorou todos prognósticos dos especialistas e ela mesma passou a treinar a fala da minha irmã. Sem conhecimento específico, criou exercícios baseando-se na própria intuição. Todos os dias, a todo momento, quando íamos para a escola, quando voltávamos da escola, quando estávamos jantando, minha mãe estava lá, treinando com ela.

Hoje, a minha irmã tem 36 anos, é bilingue, e há mais de uma década, a gagueira dela é imperceptível. Uma conquista da minha irmã, mas a vitória é da minha mãe.

Minha filha ri em voz alta, fala do jeitinho dela, gaguejando, é estimulada a todo momento pela irmã mais velha que tira os brinquedos da mão e sai correndo. Ela contesta, argumenta, briga, chora, e tudo isso faz com que ela fale muito.

Claro que não é fácil, principalmente, porque eu sei como a gagueira afeta na qualidade de vida de uma pessoa.

Mas nessas horas, insisto em lembrar que se a minha mãe conseguiu tratar a gagueira severa da minha irmã, sem marido, sem tempo, sem dinheiro, sem internet, sem conhecimento científico, por que eu não conseguiria, se tenho o apoio do meu marido, tenho tempo, posso contratar um fonoaudiólogo, e ainda tenho internet que me permite acessar as últimas pesquisas sobre o assunto?

Ter visto a luta da minha mãe é ter a certeza de que tudo ficará bem.

O que me resta é agradecer por poder ouvir a voz doce da minha filha, por ela conseguir expressar os sentimentos através da fala, por ser uma criança saudável, por ser uma criança generosa.

A gagueira não tem cura, mas pode muito ser atenuada, até se tornar imperceptível.

Daqui a 10 anos (tempo que considero suficiente para mudar a trajetória da vida), volto para compartilhar com vocês que a conquista foi da minha filha, mas que a vitória é minha.

~ Yuka ~

Organização

Como organizar a bolsa de passeio de filhos pequenos

Quando se tem um bebê ou uma criança pequena (no meu caso, tenho os dois), é fato que precisamos nos organizar de forma que nada falte durante o nosso passeio.

Ao mesmo tempo que queremos levar tudo o que temos em casa por precaução, o volume e o excesso de peso, nos faz pensar duas vezes se realmente devemos fazer isso.

Para nós, que passeamos com as filhas sem ter um carro, temos 3 truques:

  • mochila confortável nas costas
  • carrinho de bebê
  • bolsa transversal

A MOCHILA

Esqueça outros tipos de bolsas. A mochila é indispensável para essa fase, onde as crianças ainda são pequenas e precisamos levar muitas coisas. Além de distribuir melhor o peso nas costas, permite ter as duas mãos livres.

O modelo que temos, compramos na Imaginarium:

Captura de Tela 2018-07-25 às 15.55.52

Ela é feita de tecido, leve, cabe muitas coisas e tem bolsos e compartimentos externos facilitando a organização.

Dentro da mochila, sempre que possível, utilizamos frascos menores:

– álcool em gel em pote pequeno;

– garrafinha de água (200ml);

– algumas fraldas (nossa caçula ainda usa);

– lenço umedecido (carregamos um pacote que já não esteja tão cheio);

– uma fraldinha leve para forrar a bancada na hora de trocar fralda;

– 1 muda de roupa extra para cada filha;

– guarda-chuva de alumínio, a mais compacta, fina e leve possível, também tem proteção UVA (comprei no bairro da Liberdade, em São Paulo);

 

– 1 paninho para secar a mão, limpar a boca, no fim, serve para qualquer coisa;

– algo para as meninas beliscarem, colocado em um recipiente pequeno. Também gosto de levar banana para uma emergência, é saudável, enche a barriga e não faz sujeira na hora de comer;

– um saquinho de lixo, assim, não preciso sair correndo atrás de uma lixeira.

Todos os itens são colocados SEMPRE no mesmo compartimento da mochila. Assim, sabemos que as fraldas estão na parte de trás da mochila, que a água está na lateral, o álcool em gel no bolsinho da frente e por aí vai.

A BOLSA TRANSVERSAL

Captura de Tela 2018-07-25 às 16.10.42

Na minha bolsa transversal (que é de tamanho médio) coloco o que é muito importante para mim, que não posso largar em nenhum momento:

– carteira (cartão do convênio médico, cartão de crédito, documento, etc);

– RG das meninas;

– chave de casa;

– celular;

– dinheiro;

– passe de metrô

– 2 protetores de assento sanitário (para a minha filha mais velha precisar usar o banheiro público, vai que…)

– algo que eu precise tirar com rapidez: se eu estiver indo para a rodoviária, são as passagens; se minha filha estiver resfriada, é um pacotinho de lenço.

O CARRINHO DE BEBÊ

No cesto que fica na parte de baixo do carrinho, deixamos sempre uma capa de chuva própria para carrinho de bebê (comprei o meu no Mercado Livre). Assim, se chover, as duas entram no carrinho e não se molham.

Captura de Tela 2018-07-25 às 16.13.37

A regra que reina para usar o carrinho basicamente são essas:

– durante o passeio, a mais velha já anda, então a bebê fica no carrinho;

– se a bebê dormir, entra no carrinho;

– se a mais velha dormir, ela dorme no carrinho;

– se as duas dormirem, a mais pesada fica no carrinho, enquanto a outra fica no nosso colo;

– a mochila fica sempre que possível, pendurada no carrinho;

– quando chegamos no destino (parque, biblioteca, etc), a mochila fica no carrinho, para não carregarmos peso. A gente fica de olho, mas se roubarem, paciência. Vou perder fraldas, paninhos, algumas peças de roupas, nada que me dê dor-de-cabeça. Por isso, tudo o que é importante está na bolsa transversal, que carrego sempre comigo. Decidimos desencanar mesmo.

Já perceberam que quem fica com o peso maior, é o carrinho. Lá, depositamos tudo e mais um pouco. Colocamos tanto peso, que precisamos até tomar cuidado para ele não tombar para trás, quando a nossa filha decide sair do carrinho sem avisar.

Utilizamos o Uber de uma forma bem eficiente. Para lugares próximos de casa, sai mais barato pegar o Uber do que ir de transporte público.

Desta forma, não há uma regra específica. Para cada passeio, avaliamos se levaremos o carrinho de bebê, o canguru, porque se há risco das duas dormirem, preferimos levar também o canguru – que vai pendurado (também) no carrinho de bebê, cobertor pequeno (para caso elas cochilarem), chapeuzinho para proteger do sol ou do vento, enfim, o que eu levo vai mudando conforme estação e também a distância do lugar.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

A decisão de não ser mãe: preconceito e pressão social

não ser mãe

O post de hoje vai falar especificamente de mulheres, porque são as que mais sofrem pressão social para terem filhos.

Eu tenho 36 anos, e a maioria dos que estão a minha volta também têm essa idade, entre 30 a 40 anos. Para muitas mulheres, é um período crucial por causa do relógio biológico, mas para algumas, esse período não possui relação nenhuma com a vontade de ser mãe.

Eu tenho amigas que são mães, porque sempre quiseram ter filhos.

Também tenho amigas que estão ansiosas para serem mães.

Tenho amigas que tentaram engravidar, mas por diversos motivos não conseguiram.

Tem as que tiveram filhos por um descuido.

Há aquelas que geraram de forma independente.

Também há as que fizeram a adoção. Abriram o coração primeiro e tiveram os filhos do coração.

Há aquelas que mesmo sem vontade, têm filhos, só para não serem julgadas.

E finalmente, as que optaram em não terem filhos.

Acredito eu, que as que optaram em não terem filhos e as que não conseguiram engravidar, são as mais julgadas pela sociedade.

Dentre todas as opções, a mais triste, são aquelas pessoas que não tem vontade em serem mães, no fundo sabem que não querem um filho, mas terão, apenas por obrigação social. São aquelas pessoas que irão gerar filhos só para serem aceitas pelas sociedade.

Quando uma mulher decide que não quer ter um filho, é uma decisão que deve ser respeitada. É o direito de cada pessoa decidir o que é melhor para a vida dela.

Essa é uma decisão muito importante e delicada a ser tomada. Nem toda mulher nasce para ser mãe. Nem toda mulher quer ser mãe. E isso definitivamente não significa ser egoísta, ou fria, ou narcisista, ou individualista, ou precipitada. É uma decisão única, e com um profundo respeito à vida.

Digo respeito à vida, porque há pessoas que tem filhos e em nenhum momento pensaram na responsabilidade que isso traz. São filhos que possuem os cuidados terceirizados, o amor terceirizado.

Eu mesma, não tinha vontade de ser mãe antes de conhecer o meu marido. A vontade de ser mãe veio com o amor que sinto por ele. Houve um momento da nossa vida que estávamos muito felizes, mas sentíamos que faltava algo. Demorou para reconhecermos que esse algo, era um filho. Meu marido também nunca teve vontade de ser pai. Então quando decidimos que queríamos gerar um filho, foi uma decisão muito consciente e bonita.

Quando eu namorava meu marido, sempre perguntavam: “você vai casar quando?”. Depois a pergunta se transformou em: “quando vão ter filhos?”. Depois que tive a minha primeira filha, a pergunta virou: “e o segundo filho, quando vem?”. Atualmente as pessoas perguntam se vamos tentar ter um menino, já que tivemos duas meninas. E eu tenho certeza que se eu engravidasse pela terceira vez, as mesmas pessoas que estão me encorajando atualmente para ter um terceiro filho, me olhariam torto dizendo que é um exagero ter três filhos.

Por aí dá para perceber que as pessoas SEMPRE irão nos cobrar por algo. Então, já que vão cobrar de qualquer jeito, a melhor maneira é seguir o nosso coração, fazer o que o nosso coração manda. Quer ter filhos? Ótimo! Não quer ter filhos? Ótimo também!

A liberdade de escolha de ser mãe é uma conquista.

A liberdade de escolha de não ser mãe, também.

~ Yuka ~