Auto-Conhecimento

A importância de uma amizade

best friend

O leitor Julio me pediu para falar sobre amizades, sobre a cobrança que sentimos em relação a quantidade, e não qualidade.

Sabe que eu nunca me importei em ter muitos amigos? Há alguns anos, quando trabalhava numa empresa privada, conheci uma pessoa que era muito simpática e amável. Era a alegria de uma roda de conversa. Ela me chamava de amiga, e juro que tentei ser amiga dela, mas ela nunca tinha tempo para mim. Ela sempre tinha compromissos, ia para barzinhos e baladas nos fins de semana, sempre rodeada de pessoas e eu não conseguia ter uma conversa mais séria com ela. Ou seja, se eu estivesse passando por algum problema, ela não poderia me dar atenção, pois ela estava sempre ocupada para atender todos os seus amigos.

Se eu tenho 24 horas e ela também, não entendia como ela conseguia administrar tantas coisas e tantas pessoas nas mesmas 24 horas. Depois de um tempo eu descobri a resposta: ela não conseguia.

Veja bem, há tipos e tipos de pessoas. Eu descobri que eu não era o tipo de pessoa que conseguiria administrar 100 melhores amigos. Eu tenho um limite para conseguir dar atenção a todos.

Entendi que para dar atenção aos meus amigos, eu precisaria deixar de lado as amizades superficiais. Comecei fazendo pequenos testes… e se eu não ligasse mais, o que será que aconteceria? E a resposta foi: nada. A pessoa também não me ligou, o tempo passou e a amizade esfriou. Ou seja, eu não era importante. Aos poucos fui entendendo a diferença entre amigos de verdade e o que chamo de colegas.

Eu tenho vários colegas, mas poucos amigos.

Esses poucos amigos que tenho, são os que eu chamo de irmãos de alma. São pessoas que escolhi para caminharem junto comigo, são pessoas que irão envelhecer comigo.

Muitas pessoas dizem que amigo de verdade é aquele que segura a nossa mão quando estamos tristes. Eu discordo. Amigo de verdade é aquele que consegue ficar genuinamente feliz com as nossas conquistas. Quando eu passei no concurso público, não foram todas as pessoas que ficaram felizes com a minha felicidade. Alguns, sem explicação, se afastaram de mim.

Para mim, amizade verdadeira não é aquela que fica passando a mão na cabeça. O verdadeiro amigo é aquele que por mais que doa, diz as verdades que ninguém mais tem coragem de dizer.

Quando eu era mais nova, recebi um conselho de uma amiga sobre a importância de não esquecer os amigos (que é minha amiga até hoje – alô Dani!). Me ensinou que os relacionamentos vêm e vão na nossa vida, mas que a amizade permanece. Era no ombro dela que eu choraria e nos braços dela que eu sempre voltaria. Foi graças ao conselho dela que eu namorei, casei, divorciei e casei de novo, e todas as minhas amigas sempre estiveram do meu lado.

Algumas delas moram em outras cidades, pois cresci em Santos, estudei no interior de São Paulo e moro na capital, mas a distância nunca impediu que a amizade se dissolvesse.

Aos que não dão valor a um amigo, sempre penso… Quem estará conosco quando os nossos pais falecerem? Quem irá nos visitar quando estivermos doentes? Quem fará companhia quando estivermos aposentados? Quem irá nos aguentar quando estivermos com 80 anos? Os amigos!

Depois que saímos da adolescência, fazer amigos se torna uma tarefa mais difícil. As pessoas parecem estar sempre ocupadas, não estão disponíveis o tempo todo. Então procure uma pessoa que esteja disposta a ser nosso amigo. E continue sempre fazendo isso, sempre procurando pessoas que estão dispostas a nos conhecer.

Mas não se esqueça, para ter amigos, precisamos primeiro nos doar. Mostrar que podemos ser um ótimo amigo. Dar oportunidade para a pessoa nos conhecer.

Num mundo onde as pessoas só querem falar e não têm mais paciência e disponibilidade para ouvir, ter amigos de verdade significa saber valorizar o que a pessoa tem a nos oferecer e ensinar.

~ Yuka ~

26 comentários em “A importância de uma amizade

  1. Realmente, Yuka, é como você diz. As pessoas querem falar e falar, mas na sua vez é sempre uma desculpa. Recentemente foi meu aniversário é convidei aquelas que eu considerava amigas para ir a um restaurante. Nem se deram ao trabalho de responder (e olha que poderiam ter alegado que era feriado e iam ficar com os filhos, etc). Foi isso mesmo, visualizaram a mensagem e não responderam (fiquei chateada porque não era uma saída qualquer, era meu aniversário. E fiquei passada com a extrema falta de educação.). Enfim, se souber como fazer amizades na fase dos 30 anos, por favor me diga. Porque estou sempre disposta a me doar e a ajudar. Também me viro para arrumar tempo para as pessoas na minha rotina ocupada. Mas nunca recebo nada em troca e acabo perdendo o interesse na pessoa (tipo essa sua experiência de parar de ligar para as pessoas superficiais). Então, como lidar? Sinceramente, não sei!

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    1. Oi Carol, sei bem o que você passa. O que eu percebo é que mesmo as pessoas que foram muito amigas um dia, os sentimentos vão mudando. Talvez por insensibilidade, por falta de interesse da pessoa e até mesmo mudança de interesse. Por exemplo, um amigo do trabalho me disse que a cada 3 anos eu subo um degrau de evolução. Isso significa que as pessoas que eu não tenho tanto contato, não me reconhecem mais, ou seja, nossos interesses se tornam diferentes. Para conhecer pessoas novas, eu tento não conceber um conceito prévio em relação às pessoas. Alguns novos amigos que possuo, são justamente pessoas que eu nunca imaginei que teria afinidades. Outra coisa é ficar próxima de pessoas com afinidades semelhantes. Mas vou te falar, tá difícil encontrar pessoas que estão dispostas a nos conhecer melhor, viu. Beijos.

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  2. Esse post me fez pensar em uma questão que eu evito: sou uma pessoa de poucos amigos. Não sei porque. Só sei que sou amiga sincera, mas quando a vida nos afasta, as amizades acabam se distanciando. Até sei que é preciso cultivar as amizades, procura e dar atenção, mas infelizmente isso nos impõe um desligar-se do comodismo. E é preciso encontrar um tempo no meio de tantas obrigações, mas nem sempre fazemos isso. É claro que com o tempo tenho observado cada vez mais essa necessidade.Não é preciso ter um mundo de amigos, mas é preciso dar um pouco mais de atenção às amizades sinceras. Obrigada pelo toque!

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    1. Oi Silvia, meu marido tem isso que você escreveu. Ele é um super amigo, gosta da pessoa, de conversar, mas se por algum motivo ela sai do emprego, ou muda de cidade, a amizade acaba esfriando. Ele percebeu isso depois de eu tanto falar sobre a importância de um amigo, e agora tem se esforçado para manter as amizades. Não é uma tarefa fácil, demanda tempo, atenção, disponibilidade e paciência. Mas vale muito a pena! Beijos pra você.

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    1. Oi Orlando, não ter redes sociais faz muita diferença (pelo menos pra mim). Lembro que quando olhava para as fotos das pessoas no Facebook com aquele bando de pessoas, sempre sorrindo, com 30 pessoas ao redor, a impressão que eu tinha era que não tinha amigos. Prefiro muito mais ter meus poucos amigos verdadeiros do que ter 1000 “amigos” do Facebook. Beijos.

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  3. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, Estou lisonjeado, fui citado.
    Infelizmente isso é mais frequente do que se imagina, muitos utilizam aqueles mais próximos no ciclo social como parâmetro, daí vem a inveja, a infelicidade, bem perspicaz essa perspectiva, porque de certo modo amizade é como amor, sempre querer o melhor para outro, até porque existe pessoas que preferem te ver no fundo do poço ao invés de apreciarem o teu sucesso.

    Se doar, ultimamente parece que se doar não é uma coisa fácil, ainda mais com essas rotinas lotadas que muitos enfrentam, e ao ler o seu texto percebi que negligenciei pessoas que precisam de uma maior proximidade em momentos importantes, gerir relacionamentos para mim não é algo tão fácil, mas creio que devemos nos atentar a quem quer proximidade, até porque como disse: na vida adulta a dificuldade em criar novas amizades aumenta.

    Por muito tempo comparei a quantidade de amigos, pouco me atentava a qualidade, de certo modo isso me impactava, pois muitos ao meu redor tem grupos de amigos enormes e eu me sentia meio que por fora por não pertencer a grupos e ter apenas amigos “soltos”, porém comparar-se com o outro é condenar-se a infelicidade, e são justamente esses amigos “soltos” me proporcionam alegrias na vida. Agradeço pelo texto, aplicar o minimalismo nos vários âmbitos da vida definitivamente traz tranquilidade. Yuka, você é o melhor guru do minimalismo do Brasil S2

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    1. Oi Julio, hahaha, adorei seu comentário. O “fui citado!” foi o melhor kkk. Sobre a quantidade de amigos, eu entendo você. Quando eu tinha Facebook, esses sentimentos surgiam a todo momento. Via os amigos sempre acompanhados, indo para bares, festas, felizes, sorridentes. Só que um dia, uma amiga que sempre tirava fotos com um grupo de pessoas me confidenciou que ela se sentia muito sozinha, que não gostava daquelas pessoas que estavam sempre juntas. É de cair o queixo, não? São poucas as pessoas que iriam admitir uma coisa dessas, mas percebi que Facebook (como o Instagram e outras redes sociais) são apenas um recorte do que queremos mostrar, e não do que de fato acontece. Você mesmo já deve ter percebido isso. Casais que se diziam apaixonados nas redes sociais, se divorciarem em um curto espaço de tempo. Pessoas que se diziam felizes, cometerem suicídio por estar com depressão. Parar completamente de acessar as redes sociais fez um bem danado para a minha vida. Ao invés de focar na vida dos outros, passei a focar na própria vida, e assim, comecei a perceber as minhas qualidades e as falhas onde poderia melhorar. Que nem quando você disse que percebeu que acabou negligenciando pessoas importantes, isso só foi possível porque você está prestando mais atenção em você, do que nos outros. Um beijo pra você, Julio!

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    1. Oi Talita, quando eu estudava e prestava concursos, apesar de ser casada, não tinha filhos. Isso facilitou muito o meu foco nos estudos. Quando a gente tem filhos, a prioridade acaba sendo a criança. Então o que daria para fazer é aproveitar os pequenos momentos disponíveis para estudar. Por exemplo, se você for de carro para o trabalho, ouvir audiobooks, se você for de transporte público, aproveitar esse momento para estudar para ler algo. Na hora do almoço, almoçar em meia hora e estudar a outra meia hora, aproveitar o tempo de volta para casa para estudar mais um pouco. Em casa, pegue alguns dias da semana, combine com seu marido para ter um pouco de tempo para estudar, das 21h às 23h. Nesses dias, combine com seu marido dele colocar as crianças para dormir, já deixe preparado no dia anterior a janta do dia seguinte, pode ser macarrão com salada que é fácil. O que eu faço também é aproveitar o tempo enquanto estou me arrumando para ir trabalhar. Nesses momentos, eu ouço vídeos do YouTube enquanto faço maquiagem, troco de roupa, etc. É assim que ganho pequenos minutos para estudar. Boa sorte. Beijos.

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  4. Esse texto aqueceu meu coraçãozinho.. rs
    Essa é uma área que há dois anos venho revisando semanalmente..Fiz uma lista chamada ” Amizades a cultivar” e listei as poucas pessoas que faço questão de manter em minha vida..a lista tem a categoria dos que moram longe e os de perto..
    Nos que moram longe,uma vez na semana os chamo no whatsapp e busco saber como foi a semana,as alegrias,os desafios,e dedico no minimo 1 hora de uma conversa profunda com a pessoa,e assim sempre temos mais a mais coisas para conversar em qualquer semana,o bom disto é que bate a sensação de participar da vida do outro mesmo ele morando longe.
    Na lista dos que moram perto,gosto de dizer que sou a chata que reúne a galera,já aconteceu de eu sair de porta em porta para reunir um grupo de 4 amigos que sempre diziam não ter tempo. rs
    Além disso,toda semana convido uma pessoa da lista para um piquenique no jardim no domingo a tarde,ou um acaí na semana a noite..ou simplesmente sentar na calçada de casa e “jogar conversa fora” ( No interior isso ainda é possível urull).
    O mesmo tenho feito com meus parentes de perto,vó,tios,primos..
    Posso afirmar que esse hábito faz toda diferença..Pretendo continuar me esforçando nesse sentido 🙂

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    1. Oi Leide, que coisa linda que você faz. Cultivar uma amizade é que nem cuidar de uma flor. É necessário cuidar, regar, ter paciência, ter amor. E você tem feito isso lindamente. Parabéns! Beijos.

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  5. Percebo que meus interesses mudaram nos últimos anos. Minha mente evoluiu, meus gostos, propósito de vida… mas algumas amizades não acompanharam essa evolução. O que fazer quando você não quer mais conversar sobre o último capítulo da novela, o cantor x do reality show musical, a participante y do novo bbb, simplesmente porque não assiste mais tv aberta e não tem mais interesse? Tenho um grupo de amigas que é mais ou menos assim, os programas se resumem a baladas e curtição, simplesmente não tem possibilidade de ir a um show de mpb (porque é coisa de velho), um museu ou teatro nem pensar… e assim vou “administrando” a amizade. Tenho consciência que não sou melhor do que elas por me sentir refinando meus gostos, porém as afinidades de algum tempo atrás já não são mais as mesmas. O que mais tenho feito é recusar convites, me fingir de morta no grupo de watsapp quando não tenho ideia do que comentar, mas as vezes me sinto mal por isso, porque sei que são boas pessoas, apenas não estamos na mesma sintonia nesse momento. O que me aconselharia?
    Beijos Yuka!!!
    (Sorte de quem pode tê-la como amiga no mundo real!)

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    1. Camila, como entendo o que você escreveu! Também sinto isso com algumas pessoas. Continuo gostando muito, mas os interesses mudaram. Na verdade, a maioria delas nem sabem quanto eu recebo de salário, não sabem do meu blog, não têm interesse sobre a fase em que estou vivendo (que é me tornar livre através da independência financeira). No meu caso, o que me salva é que o meu marido é o meu melhor amigo. Isso significa que eu conto tudo pra ele, desde um colega sem noção que deu em cima de mim, até sobre ideias malucas que tenho sobre empreendedorismo. Ele me faz não me sentir sozinha. É importante você continuar com suas amigas, mas é imprescindível conhecer novas pessoas, novos grupos para acolherem a sua nova versão. Se você se abrir para 200 pessoas e encontrar 1 grande amiga, já vai ter valido a pena! Ah outra coisa é praticar a tolerância, tentar entender que as pessoas têm aprendizados diferentes, que estão em fases diferentes da vida. E entender que algumas amizades são para sempre, outras, são por um tempo determinado. É vida que segue. Um beijo pra você.

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  6. Vou ainda mais longe nesse comentário da Camila, acima. Percebo que as pessoas estão cada vez mais egoistas. Para mim, amizade é uma via de mão dupla, como qualquer relacionamento (hoje eu cedo um pouco, amanhã o outro cede, enfim, tenta-se entrar em um acordo). Quando ela fala que não tem companhia para o show de mpb ou para o museu, super entendo a frustração dela. Tenho percebido que as pessoas ultimamente querem sair com você se você estiver sempre disposto a fazer o que ELAS querem. Qualquer coisa que saia disso estraga os planos.

    Vivi essa experiência de refinar meus gostos. Antes eu estava disposta a ir em qualquer lugar pela companhia. Hoje não faço mais isso, pois além de não achAr justo (afinal, os outros nunca cedem para me agradar), percebi que estava me violentando ao frequentar lugares que detesto.

    Enfim, no meu caso às vezes meus pais e minha irmã me acompanham para me agradar (embora eu perceba que muitas vezes eles não entendam o motivo de eu gostar de alguma coisa). E faço o mesmo por eles. Porém, gostaria de ter relacionamentos fora do ciclo familiar, mas está cada vez mais difícil.

    Só para finalizar, outro dia minha irmã foi para São Paulo e pediu para rever os amigos de mestrado. Como não era um programa “para beber”, teve gente que não foi. Mesmo sabendo que ela tinha viajado por horas para estar lá e só ia ficar um dia.

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    1. Oi Carol, exatamente, amizade é uma via de mão dupla, mas infelizmente a maioria acha que é uma via única, em que somente o outro tem que ceder. Tanto que muitas das amizades que possuo, apesar de não termos os mesmos gostos musicais, apesar de não estarmos na mesma fase de vida (algumas estão tentando casar, tem as que estão tentando ter filhos, outras divorciando, outra é aposentada. Tem algumas que são mais consumistas, outras nem tanto), somos bem próximas. Enfim, gosto delas mesmo sendo diferentes, já passamos por tantos momentos legais, nos apoiamos tanto, já choramos juntas, já brigamos, e a amizade lá, firme e forte. No final, vai sobrando somente a amizade que vale a pena, que são poucos. Já tive muitos amigos, mas muitos vieram e já foram embora. Os que restaram, são os que guardo no coração.

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  7. Quando eu cheguei no Brasil, não entendi muito o que um colombiano que morava comigo falou sobre amizade em São Paulo (não vou estender isto para o Brasil porque não tenho expriência fora de SP): aqui vc tem “amigos”. “Amigo de cerveja, de balada, de faculdade,de trabalho”. Agora, amigos..isso é mais complicado. Ele dizia que conceito de amizade não era a mesma coisa para nós, resto da América Latina. Tanto é que em dez anos morando no Brasil, fiz duas amigas que posso chamar de amigas. O resto, são três amigas e amigos do meu país que mantenho como se a distancia nâo importasse. mas eu percibi que, pelo menos em SP, o estilo de vida conspita contra a amizade. Tudo é longe, o pessoal acostuma trabalhar longos períodos, a vida passa. Por isso é muito importante ser ciente do que está acontecendo no nosso dia a dia e como as nossas escolhas também conspiran contra criar laços verdadeiros. Um abraço.

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    1. Que coisa mais verdadeira que eu ouvi… sim, infelizmente tenho que concordar com você e com o colombiano que falou isso para você. Eu, apesar de ter nascido em São Paulo, cresci em Santos, litoral de São Paulo. A distância entre Santos e São Paulo é apenas de 1 hora, mas toda vez que vou lá, percebo como as pessoas são diferentes. Elas são amáveis, carinhosas, cuidadosas, pacientes. Falo isso desde a vendedora da loja de roupas, do moço que vende água de côco, aos gerentes de banco, dos vizinhos que encontramos no elevador do prédio. Grandes amigos que possuo também são amigos que conheci fora de São Paulo. Uma amiga de Santos (da época do colegial – 23 anos de amizade), algumas da faculdade (interior de São Paulo – 18 anos de amizade) e pouquíssimas de São Paulo. Você teve sorte de ter duas amigas que pode ser chamada assim. Também consegui algumas amigas em São Paulo, que chamo-as de “presente”. As relações parecem superficiais, percebo que mesmo as pessoas que se parecem ser amigas, que almoçam juntas, nem vão ao velório quando alguém próximo falece. Lembro-me de um dia, que a mãe de uma amiga faleceu. Quando ela me ligou, eu estava no trabalho, eu simplesmente desliguei o meu computador e falei para a minha chefe que eu estava saindo do trabalho para encarar uma viagem de quase 4 horas porque simplesmente eu precisava estar lá com ela. Fui com a roupa do corpo, nem pensei em voltar pra casa para me trocar, não pensei em nada, só pensei nela. Cada ano que passa, sinto que está mais difícil fazer novas amizades. Em parte por morar em SP, talvez. Outra parte por eu estar mais seletiva. Por isso quando encontramos aquela pessoa que vale a pena, não podemos nos dar ao luxo de não dar atenção, já que uma próxima oportunidade de conhecer alguém para se chamar de amigo pode não aparecer por muitos e muitos anos. Beijos.

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  8. Nossa, é bem assim mesmo como você falou Yuka.

    Quando eu estava na escola tinha o meu grupinho e eram as melhores pessoas do mundo, falávamos sobre qualquer coisa; quando cheguei na faculdade as amizades foram mais superficiais, e nenhuma se manteve depois. As vezes observo como crianças facilmente se relacionam e chamam de amigo a alguém que acabaram de conhecer e como na vida adulta alguns amigos parecem ser pessoas que eu nem conheço.

    Por ser tímida tenho dificuldade de fazer novas amizades, é doído cortar alguém da minha vida mas um dia, depois de um momento de reflexão, eu decidi fazer isso, acho que esse momento chega para todos nós. Cansei de regar a plantinha da amizade quando percebi que estava regando sozinha, parei de insistir com pessoas que não correspondiam, que não tinham tempo pra mim, entendi que os relacionamentos são feitos de duas pessoas e não da para manter sozinha, algumas coisas tem fim e vida que segue. Acho que nesse ponto os relacionamentos românticos são mais fáceis porque um chega no outro e “avisa” que acabou, já nas amizades não tem um “quer ser amigo?” e nem o “vamos parar por aqui” pois começa sem perceber e acaba sem querer.

    Sinto falta de algumas amizades que acabaram, mas como você disse no texto, sempre procuro pessoas que estejam dispostas a serem meus amigos, queria que fosse fácil como na infância, chegar em alguém e falar “Hey quer ser meu amigo?” e pronto, virou amigo kkk

    Desculpa o textão, gostei muito do seu post.

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    1. Oi Sun, eu também, como você, sinto de muitas amizades que acabaram… às vezes olho alguma foto e lembro dos momentos felizes que passamos juntos. Mas a correria da vida, a distância ou até mesmo afinidades nos fizeram distanciar e a amizade esfriar, infelizmente. Também vejo minha filha chamando as coleguinhas de amiga e acho muito bonito. As crianças não têm preconceito, não julgam como nós julgamos, por isso aceitam todos como amigos. É uma lição a aprender, ou melhor, relembrar. Eu queria ter mais tempo de ócio para poder conversar com as minhas amigas. Agora na onda do whatsapp, vejo que muitas das conversas acabaram se tornando via celular. Muitos felizes aniversários chegam por mensagem, se pensar bem, é triste né? Beijos.

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