Minimalismo

Trabalhar pode ser bom, quando não precisamos do dinheiro

Trabalhar pode ser uma experiência enriquecedora, quando não estamos totalmente dependentes do dinheiro. Esta frase tem se tornado cada vez mais verdadeira para mim nos últimos anos.

Primeiro, vi isso acontecer com o meu marido, quando alcançamos uma renda passiva do seu salário. Depois, essa percepção se estendeu a mim mesma, quando alcancei renda passiva do meu salário.

Durante toda a minha vida, trabalhei movida pela necessidade financeira, assim como a maioria das pessoas que não nasceram em berço de ouro. Não pude escolher a graduação que queria; tive que escolher a que era possível.

Se antes, meu salário servia para pagar as despesas da casa, hoje, é como um bônus adicional, uma fonte de renda que traz conforto e segurança financeira, o que me agrada muito, afinal, dinheiro para aposentadoria eu já tenho, dinheiro para reserva de emergência eu já tenho, planejei o futuro das minhas filhas. Então, posso usar a renda do salário para aumentar a felicidade da família, enquanto os meus investimentos continuam fermentando com a magia do tempo e dos juros compostos.

Continuar trabalhando também me permite eliminar qualquer preocupação futura em relação à minha carteira de investimentos, garantindo que meu patrimônio sobreviva por décadas sem necessidade de novos aportes.

Depois de ter alcançado essa tranquilidade financeira, a ideia de não trabalhar, algo que era tão sonhado e desejado por mim, tornou-se impensável pelo menos por enquanto, pois agora, consigo apreciar o valor do meu trabalho.

Compartilho essas reflexões, porque considero impressionante essa minha mudança de pensamento. O que antes parecia um fardo quase insuportável, hoje se transformou em algo prazeroso.

E é a partir desse ponto de vista que percebo que trabalhar pode ser uma experiência gratificante, quando não dependemos exclusivamente do salário para sobreviver.

~ Yuka ~

28 comentários em “Trabalhar pode ser bom, quando não precisamos do dinheiro

  1. Você é funcionária publica?

    Eu sou e se você também for, vai entender meu comentário. A grande maioria dos funcionários públicos não saem de seus empregos e uma parcela dos que saem, saem pra assumir outro emprego público.

    Principalmente os servidores estaduais e federais por terem geralmente salários e benefícios acima da média do mercado, além da progressão dos salários que permite que servidores até de nível médio no médio longo prazo alcancem salários que não conseguiriam na iniciativa privada. Dessa forma, mesmo os insatisfeitos ou parcialmente satisfeitos, acabam ficando onde estão.

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    1. Sim, sou funcionária pública, e entendo bem seu comentário. Eu mesma, se trabalhasse em uma empresa privada, não conseguiria ter um salário que recebo. Algumas áreas como tecnologia, robótica, medicina etc acho que já possuem um salário base mais alto, então se for para uma empresa privada, já podem até ter um salário inicial mais alto, o que não seria no meu caso.

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  2. Que bom que você não desistiu de trabalhar. Vou dar minha opinião polêmica. Eu acho um absurdo uma pessoa jovem e saudável não trabalhar. O valor do trabalho vai além do salário recebido, pois devemos retribuir para sociedade o que recebemos. Todos vamos ao supermercado, ao medico, temos nosso lixo recolhido. Então o mínimo que fazemos é trabalhar. Hoje eu ensino isso para minhas filhas, o valor do trabalho, para que não sejam esses jovens egoístas que querem ganhar rios de dinheiro sendo “influenciadores digitais”, só mostrando fotos e vídeos no Instagram.

    Eu eentendo que deve ser frustrante estar em um trabalho sendo infeliz, e que o fato de se ter uma boa reserva financeira te dá a opção de mudar de trabalho sem medo de passar necessidades financeiras.

    Mas não trabalhar, não ser útil, para mim seria deprimente

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    1. eu concordo porém por motivos diferentes.

      sobre “devolver pra sociedade” isso fazemos todos dias pagando a tonelada de impostos que pagamos, e mais umas pessoas pauladas quando liquidamos investimentos. Não me sentiria incomodado em deixar de trabalhar mas continuar pagando meus impostos pra que teoricamente sejam utilizados pra melhorar a sociedade em geral (sabemos que no Brasil não é bem assim, mas minha consciência está limpa)

      o que me incomodaria de deixar de trabalhar é realmente a falta de propósito. Humanos foram programados por milhões de anos de evolução a sobreviver, lutar por sobrevivência. Se não temos um propósito, desafios, incômodos, etc, nosso corpo vai murchar. Imagino que por isso os ultra bilionários nunca param, como Steve Jobs, Zuckerberg, Silvio Santos.. por mais que poderiam viver pra sempre na praia tomando drinks, essa existência pareceria demasiada patética, e certamente se deprimiriam.

      Inclusive eu já estou na mesma fase que a yuka, meu salário é um”bônus” pra minha renda mensal que já cobre meus gastos e sobra. Mas enquanto eu não tiver um plano muito solido, um projeto interessantes, do que vou fazer quando deixar de trabalhar, não vou parar.

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      1. Eu acho que deixar de trabalhar completamente é que a gente não aguenta ficar sem fazer nada por muito tempo. Acho que é mais comum as pessoas que alcançam um determinado valor de patrimônio, migrar o trabalho para algo mais confortável, ou para realizar algum sonho antigo. Mas sem fazer nada absolutamente, ficar assistindo netflix, jogar videogame, acho que é difícil, também não sei se é bom para o cérebro.

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    2. Faz sentido, não à toa as pessoas que param completamente de trabalhar e de prestar qualquer serviço à sociedade em idade produtiva, não aguentam. É preciso encontrar alguma ocupação, ainda que não remunerada, ainda que de ordem familiar.

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    3. Ah, eu também agradeço todos os dias por não ter desistido de trabalhar rsrs. Acho que o dinheiro faz com que tenhamos liberdade para escolher algum outro trabalho, principalmente se estivermos infelizes no trabalho. Agora, se a pessoa já tem dinheiro suficiente, está infeliz com o trabalho, e mesmo assim não quer sair do trabalho, aí é outro caso.

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  3. Fugindo um pouco da proposta do post, mas você não tem receio de ao gastar seu salário integralmente(nem sei se é o seu caso), você incorporar isso ao seu estilo de vida habitual e consequentemente estabelecer um novo “piso de gastos”? Pergunto porque tenho receio de elevar meu padrão e depois por qualquer motivo não conseguir mantê-lo. Ainda mais considerando que estou num padrão confortável (mas sabemos que sempre dá pra gastar mais)

    No mais, eu acho que defendo a aposentadoria precoce msm, mas meu marido é do seu time e disse que mesmo tendo renda passiva suficiente, ele continuaria trabalhando, mas agora usufruindo de um trabalho que não tenha como função primordial o próprio sustento, mas sim dar um propósito maior.

    Quem sabe qdo eu chegar na renda q almejo eu também não mude minha opinião.

    Bjs

    Well

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    1. Oi Well, tudo bem? Eu percebi isso que sou uma ótima poupadora, mas uma ótima gastadora também no ano passado rsrsrs. Depois que cheguei num patamar confortável de patrimônio, dei uma bela de uma relaxada e meus gastos alcançaram um pico histórico rsrsrs. Esse ano estou tentando ajustar os gastos novamente, mas esse ano teremos um gasto ainda bem alto, já que eu e meu marido renovaremos os votos do casamento, mas é um gasto que vale muito a pena!! Sobre receio de gastar o salário integral, nós não temos tanto assim, pois eu e meu marido poupávamos entre 50 a 70% da renda familiar na época “hard” do FIRE. A nossa renda aumentou de uns anos pra cá, e mesmo depois de ter alcançado a tranquilidade financeira, decidimos por não usar todo o salário, ou seja, continuamos poupando de 30 a 50%. Isso significa que aumentamos nossos gastos, mas continuamos investindo pesado todos os meses.

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  4. Ao passo que quanto mais você precisa desse emprego, mais o detesta HAHAHA

    Pelo menos foi assim comigo.

    Hoje estou desempregada e, embora o dinheiro ainda me preocupe (e muito), prefiro estar fora de lá do que adoecendo pra manter as contas pagas.

    Um abraço!

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    1. Jana, eu fiquei um mês em casa procurando um emprego que gostasse e achei! Na verdade ele apareceu na hora certa, eu estava feliz da vida curtindo minhas “férias”, saindo bastante e gastando dinheiro que eu tinha fruto de tantos anos de trabalho. Acredito que você também vai encontrar um trabalho que goste!

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  5. Olá, gostei do seu texto, parabéns! Pois é, eu parei de trabalhar de vez há cinco anos e estou muito feliz. Não ter compromissos é pode viajar quanto quiser, por exemplo. Agora o meu trabalho não remunerado é escrever no blog e estudar música! O importante é ter o que fazer e sentir- se útil!

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    1. Essa utopia é inalcançável. Existem trabalhos que não são prazerosos de maneira alguma, mas são necessários e o único prazer neles é a sensação de dever cumprido.

      Mesmo quem gosta do seu trabalho não está disposto todo dia e tem que fazer atividades chatas e após longos anos pode se sentir entediado, frustrado.

      O que eu quero dizer é que vivemos em uma sociedade movida pelo conforto e prazer e precisamos entender que viver nem sempre será assim, que vamos nos sentir cansados, frustados, entediados, mas nada disso é motivo para cruzar os braços.

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      1. Olá, verdade, mesmo gostando do trabalho, uma jornada longa é muito cansativa, principalmente se depois do trabalho há outra jornada esperando, que é cuidar da casa, cuidar dos filhos.

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    2. Essa utopia é inalcalçável. Existem trabalhos que não são agradáveis de ser realizados, mas são necessários e o único prazer neles é o de dever cumprido ao finalizar a tarefa.Nem todos vão conseguir o trabalho dos sonhos.

      Mesmo quem é feliz no seu trabalho passa por momentos de frustação, acorda com preguiça, se sente entediado.

      O que eu quero dizer é que vivemos em uma sociedade que preza pelo conforto , pelo prazer. Porém, precisamos entender que em algum momento vamos nos sentir cansados, tristes, fustrados, entediados, mas isso não é motivo para desistir ou cruzar os braços.

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    3. Sim, para isso teria que ter menos desigualdade social, educação igualitária, e renda mais equiparada, não ter pessoas que ganham 100 mil enquanto outras ganham 1 mil. Com salários mais ou menos no mesmo nível, e pessoas tendo condições educacionais de escolher cursos que gostam, acho que a tendência seria a pessoa acabar escolhendo algo que gosta ou acha que gosta. Eu por exemplo, acabei escolhendo um curso mais fácil de entrar, e não o curso que eu queria fazer de fato….

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  6. Bacana esse post.

    Eu me identifico bastante com tua história. Há pouco tempo venho percebendo que o trabalho não é tão ruim assim.

    Será que é porque a situação financeira está mais tranquila agora? Será que é porque a maturidade me fez entender que é impossível ficar sem “fazer nada” para sempre? Será que é porque é melhor ficar no escritório do que em casa cheia de crianças barulhentas?

    Também servidor público, mas minha carreira só melhorou financeiramente depois que assumi uma função de assessoria e de atingir o terço final da tabela de progressão funcional. Antes disso, fiquei quase 10 anos em uma função relativamente desagradável e com ganhos que não superavam muito meu custo de vida.

    Enfim, seja o que for, parece que descobri um propósito que nunca pensei que encontraria no trabalho, o que me coloca numa situação muito boa, devo confessar.

    Por fim, teu relato me despertou uma curiosidade. Estou há quase 15 anos tentando alcançar a famosa FIRE (cuja ideia abandonei, pelo menos enquanto ainda aprecio o trabalho), mas me parece que ainda tenho uma longa jornada até chegar ao valor necessário.

    Vc já fez algum post aqui no blog relatando sua jornada financeira? Poderia indicar o link?

    Se não, se me permite, deixo a sugestão para um post com essa retrospectiva.

    Grande abraço e felicidades,

    Pepê

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