Auto-Conhecimento · Minimalismo

A eterna busca por mais

Pássaro, Martim Pescador, Filiais, Penas, Animal

Semana passada, publiquei o post “A importância de saber o que não quer para a sua vida” que gerou alguns comentários sobre a pressão social que sofremos por buscarmos a suficiência.

É comum interpretar alguém que se sente satisfeito com a própria vida como uma pessoa acomodada, preguiçosa. Afinal, nós fomos treinados a sentir eterna insatisfação, a nunca acomodar, a querer sempre mais, estudar para passar numa faculdade, fazer uma pós-graduação, trocar de emprego de tempos em tempos etc.

Queremos – e somos pressionados a – buscar um emprego que pague mais, a adquirir casas cada vez maiores, carros potentes e robustos, roupas de marcas mais caras, celulares de última geração, eletrodomésticos modernos, e de preferência, mostrar todas estas conquistas materiais nas redes sociais, afinal, se não mostrar para os outros, qual seria a graça de ter tudo isso, não é mesmo?

Essa corrida incessante para ter mais é tão doentia que perdemos a capacidade de pensar na própria suficiência: o quanto precisamos para nos sentir felizes.

Citam a conhecida frase “quanto mais, melhor”, mas quando respondemos que “estamos satisfeitos, não precisamos de mais” isso soa como provocação, como algo que está fora do percurso padrão.

Ter mais não necessariamente torna a vida melhor, principalmente quando se alcança a suficiência.

Já parou para pensar quanto é o suficiente para você ter uma vida confortável e feliz?

Para alguns, ter um carro é importante, mas vai perceber que não precisa ter um BMW na garagem.

Para outros, ter um imóvel próprio é importante, enquanto para outros, basta ter um teto para morar, desde que tenha dinheiro para pagar mensalmente o aluguel.

Veja que saber o quanto precisa para se sentir bem é fundamental para ter mais chances de ser feliz.

Isso vale também para a independência financeira. Para alguns, ter R$5.000 mensais de renda passiva já seria o suficiente para desligar o computador e dar adeus ao emprego. Para outros, esse valor seria maior.

Não importa se você precisa de 5 ou 50 mil para viver, o que importa é saber o quanto precisa para se sentir confortável, seguro e feliz.

Quem precisa de mais, precisa pagar o preço: acumular mais patrimônio. Quem precisa de menos, tem as suas vantagens: pode sair da corrida dos ratos antes.

Não há certo ou errado, não considero que quem precisa de menos seja mais vitorioso do que quem precisa de mais, visto que necessidades são muito individuais e histórias de vida são particulares.

Eu ainda acho que a felicidade anda de mãos dadas com a simplicidade. Eu acredito que essa relação vem pela possibilidade de eliminar preocupações. Quanto mais coisas temos, mais preocupações precisamos ter. E tudo isso acaba se transformando em uma grande prisão, ou, como ilustra a figura abaixo, âncoras que vão sendo amarradas e nos afundam cada dia um pouco mais. Respirar vai se tornando um ato difícil, já que são inúmeras amarras, inúmeras responsabilidades…

Isso acontece, porque desde sempre, sofremos pressão de todos os lados, inclusive de pessoas próximas que nós amamos, mostrando como somos insuficientes, de como não somos bem-sucedidos o suficiente, não usamos as melhores roupas, não somos bonitos o suficiente, não temos uma casa grande o suficiente, nem o melhor carro, e por aí vai.

Quando consumimos além da nossa necessidade, significa que estamos vendendo o tempo da nossa vida para obter coisas que não estamos precisando. Tempo esse, que poderíamos ter ficado com nossos filhos, pais, amigos, que poderíamos ter acordado mais tarde, descansado mais.

Claro que esse caminho da simplicidade é completamente oposto do que a maioria busca.

Vou compartilhar uma história que aconteceu comigo um pouco antes da pandemia. Eu recebi uma proposta para assumir um cargo importante, de responsabilidade e visibilidade. Enquanto a pessoa estava conversando comigo, eu já tinha a resposta: eu não iria aceitar. E logo que tive oportunidade, falei isso para a pessoa, agradeci o convite, e expliquei que não tinha interesse, pois já tinha encontrado a suficiência no meu trabalho.

Eu sabia que junto com o novo cargo, viria mais responsabilidades e muitas renúncias que eu não estava disposta a abrir mão. Eu teria que trabalhar num local distante da minha casa, consequentemente não iria mais conseguir buscar as minhas filhas na creche. Provavelmente meu marido teria que preparar e dar a janta para as crianças e não duvidaria se eu voltasse algumas vezes por semana à noite, quando elas já tivessem adormecido. Talvez eu me tornaria uma pessoa estressada, ansiosa, pavio-curto… Em troca de um salário melhor e reconhecimento? Não havia o que pestanejar, o saldo final não era nada positivo.

O que consideramos suficiente muda, conforme nos conhecemos melhor. Já comentei que há mais de 10 anos, eu achava que precisava dos meus 50 sapatos. Eu achava que precisava de um apartamento próprio com 3 dormitórios (mesmo morando sozinha). Eu achava que precisava de um carro. Eu achava que precisava de reconhecimento e aprovação de outras pessoas.

Só que as opiniões vão mudando, porque passamos a ter consciência de alguns dos nossos atos.

Eu comparo a consciência, como se fosse um óculos. Se antes, todas as escolhas eram feitas de forma aleatória, anestesiada, sem foco; com o óculos, passamos a enxergar melhor os nossos atos, passamos a ter consciência das nossas atitudes e das consequências.

Ao contrário do que é dito, ter conhecimento da suficiência não nos aproxima da escassez. Significa admitir que já temos o que precisamos, e por isso, não necessitamos de mais. Ou seja, estamos falando de abundância.

No meu caso, não havia espaço para mais trabalho, mais estresse, menos tempo. Eu queria justamente o contrário: mais tempo, menos estresse, mais amigos, mais família, mais amor.

Quando recebo as pessoas que eu amo em casa, e faço uma torta, um cookie, um pão; eu recebo em troca, amor. A xícara de café que insiste em não terminar para que o momento não termine.

A vida é feita de diversas camadas de memórias. Vivemos todos os dias criando camadas e mais camadas de memórias. E é por isso que devemos avaliar muito bem antes de tomarmos qualquer decisão que possa afetar a qualidade dessas memórias, porque afinal, serão justamente essas memórias que irão nos acalentar no final da nossa vida.

~ Yuka ~

46 comentários em “A eterna busca por mais

  1. Incrível reflexão. Compartilho do mesmo pensamento. Também sou servidora publica e não gostaria de trabalhar como chefia. Quero curtir a vida e minha família. São minhas prioridades

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    1. Ter cargo de chefia no serviço público pode ser bem complicado.
      Os servidores não serão demitidos, muitas vezes trabalham a nos no setor, com vícios e manias que não querem abrir mão.
      Muitos servidores simplesmente podem ignorar ou boicotar um superior. O Chefe por sua vez se não tiver respaldo de quem está mais acima dificilmente conseguirá avanços significativos, muitas vezes é simplesmente impossível alcançar os objetivos almejados.

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      1. Sim, trabalhar com cargo de chefia em um serviço público não é nada fácil. Quando pegam uma equipe complicada, a mudança acontece a passos curtos. Eu tive sorte nesse ponto, apesar de atualmente assumir um cargo de responsabilidade, a equipe que trabalha comigo é bastante responsável, o que torna o trabalho menos maçante, mas sei de seções com funcionários bem complicados. Beijos.

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    2. Olá, onde trabalho, eu já tenho um cargo de diretoria, e a minha sorte é que tenho uma equipe harmônica, e sei que é algo raro. E por saber que isso é algo raro, não quero ter dor de cabeça trocando para um outro cargo de maior responsabilidade. Também quero aproveitar a vida e a minha família, melhor coisa, né? Um beijo.

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  2. Incrível ! Atualmente tenho pensado como nem sempre ganhar mais dinheiro, significa ter um saldo positivo. Nesse período de isolamento, descobri uma felicidade que chamo de quase clandestina: o café quentinho, a cama arrumada, o almoço em família!

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    1. Oi Rose, ah essas felicidades pequenas é tudo de bom. Eu também adoro café (que no meu caso é um chá preto com leite) quentinho, cama arrumada e almoço em família. Não perderia essa paz por nenhum dinheiro do mundo. Beijos.

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  3. Oi Yuka!

    Quem dera eu tivesse pensado assim há 4 anos, 30kgs e algumas doenças psicossomáticas atrás…

    Um cargo significa pressão por todos os lados, dos superiores, dos colegas que querem manipular, do público (cliente).
    É uma ilusão e a pessoa ainda fica sujeita a responder processo administrativo disciplinar futuro (com meu pai aconteceu isso..)

    Hoje em dia só quero priorizar algumas ‘portas que se abrem’: treinamentos de laboratórios de inovação, de tutoria do órgão e procurar trocar o cargo por liberação para teletrabalho! Mas nem isso há garantias, pois mesmo selos do CNJ que ganhamos no período acabam “não passando de obrigação” aos olhos da chefia.. e quem trabalha com chefe de ego doente ainda passa por assédio moral (e se entrar na onda ainda assedia servidores).

    Complicado…

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    1. Oi Cinthia, é exatamente isso, a pressão vem de todos os lados, de cima, de baixo, dos lados. Dependendo da equipe, sofremos assédio dos funcionários, o que vira uma tortura psicológica, já que não há muito o que se possa fazer. Eu já trabalhei em um local tóxico, quando era bem mais nova, que me deixou doente. Já faz alguns anos que trabalho em um local harmônico, que foi construído na base de muita conversa e alterado para gestão horizontal, ao invés da tradicional gestão vertical (onde só o chefe tem voz). Então reconhecer a suficiência é muito importante, pra que buscar mais, se já estou satisfeita onde estou rsrs? Beijos.

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  4. Também sou servidor público e acabo de rejeitar uma chefia. Iria ganhar “apenas” 2mil de DAS. Nao compensa. Ainda mais em serviço publico onde a estabilidade, progressões automaticas e falta de meritocracia e mudancas de rumo a cada 4 anos (no maximo) tornam quase todos desmotivados. Prefiro poder chegar em casa e desligar o celular sem preocupações com o trabalho.

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    1. Verdade, essa mudança a cada 4 anos é algo que gera um certo desconforto mesmo. Precisamos avaliar muito bem cada decisão grande que tomamos, muitas vezes, só arranjamos dor de cabeça. Beijos.

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  5. Mais uma bela reflexão sua, Yuka =)

    Realmente a forma como nossa sociedade foi se moldando colocou todos dentro dessa “receita”, na qual a falta dos “ingredientes necessários” (as posses, o sucesso profissional, sucesso no amor, sucesso X, sucesso Y..) faz com que o resultado final não seja “apetitoso”, digamos assim. Acho que é um grande exercício de autocinhecimento (mais uma vez!) conseguirmos nos desvencilhar disso tudo, e sermos de fato felizes ainda que muitos te olhem “torto” por você estar acima dos 30 anos, ganhar razoavelmente bem e “nem ter um carro”.

    Abraço!
    https://engenheirotardio.blogspot.com/

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    1. Oi Engenheiro, pra você ter uma ideia, avó do meu marido perguntava pra ele, “quando você vai ter o seu carro? você é o meu único neto que ainda não tem carro.” Meu marido dava uma bela de uma enrolada, como se ele estivesse mal de dinheiro, mas a verdade é que ele não tinha e continua não tendo interesse nenhum em ter um carro. Nós fazemos isso, porque descobrimos que não adianta explicar o real motivo de não termos um carro (porque não estamos precisando), parece que as pessoas não conseguem entender. Agora, quando falamos que não temos dinheiro (mesmo sendo mentira), eles entendem rapidinho. Então é o que temos falado hahaha. Beijos.

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  6. oi Yuka, bom dia

    Gostei do seu comentário, que se a gente responde que não tem dinheiro, todo mundo entende. Agora se tentamos explicar que não queremos um carro, é bem mais difícil.

    Sobre a questão de recusar chefias, isso é possível no serviço público. Em empresas privadas, é meio que obrigatório, a pessoa se sente obrigada a aceitar com medo de ser demitida, mesmo que saiba que a sua vida vai piorar muito apesar do aumento de salário.

    Eu também acho que, tirando a vaidade de ser chefe (para quem tem), é só incomodação. Tem algumas pessoas – poucas – que conseguem agregar e motivar os demais – mas no geral aceitam a chefia só por causa do valor a mais da comissão. No serviço público, a motivação tem que vir de dentro da pessoa, porque às vezes as coisas são tão difíceis em termos de fazer os projetos andarem e ter respostas ágeis para as questões que surgem que acaba sendo quase que uma vocação continuar motivado. A segurança de não ser demitido e de ter o salário sempre garantido acabam tornando algumas pessoas muito acomodadas.

    Mas, ao mesmo tempo, sabemos que se não houver alguma estabilidade, os cargos serão usados politicamente, para retirar e colocar pessoas conforme o alinhamento político delas. E quando existem interesses econômicos e políticos envolvidos, ter as pessoas corretas nos locais certos, com acesso a dados sigilosos e com poder sobre o andamento de processos pode fazer muita diferença para o grupo político no poder. É uma espécie de privatização do interesse público.

    Isso é uma visão de dentro, normalmente as pessoas que veem o funcionalismo de fora para dentro só veem a parte da estabilidade, salários altos em comparação com a iniciativa privada, e não levam essas outras considerações em conta.

    Beijo, Daniela

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    1. Oi Daniela, hahaha, pois é, vai entender, né (as pessoas entenderem quando a gente fala que não tem dinheiro, mas não querem entender quando a gente fala que não quer). A única questão é que a pessoa não pode ser muito orgulhosa, porque fazer o que fazemos, significa que aos olhos dos outros, seremos sempre fracassados. Se estiver tudo bem, é uma estratégia maravilhosa, pois tira os urubus e os curiosos de perto. Sobre a recusa de cargo, verdade, se fizer isso em uma empresa privada, aquela máxima de achar a pessoa acomodada, sem brilho, será prevalecida e pode ser que outras oportunidades nem surjam por conta dessa recusa. Complicado. Beijos.

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      1. Yuka,

        Uma outra coisa que me veio à cabeça agora lendo os demais comentários, é que algumas coisas são mais fáceis de fazer na idade certa. Não que depois seja impossível, mas o custo pessoal vai ser muito maior. Por exemplo, fazer faculdade, mudar de cidade, aceitar um cargo que exija mais dedicação, morar no exterior, etc. Quando a gente fica mais velha, tem mais amarras, filhos, marido, pais idosos. Mais coisas para deixar para trás.
        A questão da recusa na empresa privada é demissão mesmo, tenho uma pessoa próxima que trabalhou em uma multinacional e chegou ao topo na cidade. Foi oferecido cargo em SP, ele não aceitou por motivos familiares e foi colocado na geladeira. Terminado o projeto que ele era gerente, foi demitido. Ele sabia disso, e também sabia que o próximo passo depois de sp era o exterior. Inviável, pois a esposa é servidora pública com um excelente salário e não estava disposta a se mudar (a maioria dos colegas dele era casada com mulheres que não trabalhavam fora). Isso é a regra nas empresas grandes, em cargos de gerência.
        Sobre o que os outros acham, o caminho é o desapego da opinião alheia. Se acharem que estou sem dinheiro é melhor ainda, porque assim não vem pedir dinheiro emprestado (é triste, mas na minha família funciona). Eu me importo muito com a opinião de quem gosta de mim, e essas pessoas vão sempre ser ouvidas, mesmo que eu não concorde com a opinião delas. Mas conhecidos, colegas de trabalho, gente que não ajuda mas que fica criticando e falando mal por trás? Só quero distância.

        beijo, Daniela

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        1. Oi Daniela, exatamente, conforme vamos envelhecendo, vão somando outras responsabilidades: criação dos filhos, os pais que estão idosos e que precisam de cuidados, a conta vai ficando difícil fechar e com isso passamos a querer correr menos riscos. Sobre a demissão na empresa privada, lembrei de mim, inclusive. Tem uma diretora (que ficou no cargo por 4 anos) pegou as minhas 2 licenças maternidades. A minha gravidez foi conduzida de forma tranquila, mas se fosse em uma empresa privada, talvez eu tivesse sido demitida, por ter engravidado tão próximo uma da outra, fora que ainda estava pensando em ter 3 filhos na época rsrs.
          Seu último parágrafo sou eu, sem tirar uma única vírgula hahaha. Beijos.

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  7. Encontrar minha autossuficiência tem sido uma questão para mim. Me ensinaram que isso tinha a ver com dinheiro, aparência e conforto. Mas hoje, depois de muitos erros, aprendizados e reflexões eu vejo que tem pouco a ver com isso. Meu estar bem tem muito mais a ver com ter tempo, paz e saúde. Eu prefiro fazer minha própria comida saudável do que comprar pronta, prefiro viver num “mínimo existencial” financeiro e guardar o que sobra para a tranquilidade do futuro, prefiro a simplicidade da vida a qualquer luxo, seja com restaurantes, viagens ou perfumes. Prefiro correr ao ar livre do que academia, prefiro não me envolver em disputas pra estar em paz, prefiro menos preocupações do que mais poder, prefiro menos amigos e mais intimidade, prefiro a verdade do que qualquer maquiagem, gosto de estar comigo mesma, ouvir música clássica eleva minha vibração, contemplar a natureza e a beleza do cotidiano me traz um prazer enorme e as minhas melhores viagens são na leitura. Enfim, parece que o que me ensinaram para viver foi “como não ser feliz”. O VIVER SEM PRESSA tem sido essencial nessas minhas descobertas e reflexões, eu continuo no caminho de encontrar esse equilíbrio ideal pra todo dia estar bem, mas já sinto uma paz e alegria genuínas a maior parte do tempo. Obrigada Yuca. Beijão!

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    1. Oi Dane, é exatamente isso, o bem estar tem muito mais a ver com “tempo, paz e saúde” como você escreveu. Só que isso não traz status, e as pessoas (ou as indústrias?) querem status, pois isso gira a economia, mesmo ferrando a nossa vida. Por isso nos ensinam que felicidade tem a ver com “dinheiro, aparência e conforto”, tudo o que traz status e gasto de (muito) dinheiro. Não é à toa que muitas pessoas são infelizes hoje em dia, e mesmo se você compartilhar o seu segredo da felicidade (viver com o suficiente e poupar o que sobra, ouvir música, contemplar natureza, ler bons livros, preparar uma boa comida etc), as pessoas vão torcer o nariz e achar isso cafona. É um caminho solitário, de auto-conhecimento, mas que vale muito a pena, pois vai tornando a vida cada vez mais leve e fácil de ser vivida. Um beijo, e obrigada por toda a sua consideração.

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  8. Quantas reflexões… Obrigada Yuka. Seus textos e os comentários aqui sempre me ajudam muito a entender as coisas que passamos, sentimos.. alguns desajustes da vida… Eu sempre fui a eterna insatisfeita e hoje paro pra pensar que isso não me levou aonde eu queria chegar… Quem sabe, as vezes é preciso paz para alcançar aquilo que se busca né, e os seus textos sempre me fazem refletir nesse sentido. Obrigada, boa semana e cuidem-se todos. 😘

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    1. Oi Ariane, eu também já quis muito mais do que eu tenho hoje, e só me trouxe infelicidade. Quando aprendi a agradecer pelas coisas que já tinha, a vida se tornou colorida. O mesmo aconteceu com o meu marido, quando comecei a namora-lo, ele era muito rabugento, só enxergava a escassez, e isso gerava sentimento de inveja, o que era muito feio. Aos poucos, ele foi descobrindo outras formas de ver o mundo, de agradecer pelas pequenas conquistas, de enxergar as coisas como oportunidades, e quem diria, até as feições do rosto dele mudou, ficou mais suave, as pessoas dizem que ele ficou mais bonito, mas não sabem explicar o que. E eu sei exatamente o que é. As feições do rosto dele se tornou mais suave, menos enrugado, mais leve, assim como é a vida dele hoje. E é por isso que eu sempre digo que esse é um caminho do auto-conhecimento, uma jornada muitas vezes solitária, mas que vale muito a pena percorrer. Um beijo.

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  9. Excelente reflexão, foge daquele mito onde dizem que se acomodar, ser frugal e se contentar com uma FIRE de valor baixo é para fracos…Cada um tem o direito de escolher seu modo de viver, seja estressado com saldo bancário alto ou com uma vida bem vivida cheia de tempo livre e família presente. Equilíbrio é fundamental para poder ter esse poder de escolha, ter a oportunidade de soltar um “não quero isso” feliz!
    Abraço!

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    1. Oi Semeador, sim, cada um sabe onde o calo aperta. Se meu emprego fosse insuportável, eu já teria declarado FIRE há muito tempo, com o valor que já possuo. Por isso o importante é saber o que queremos e o que não queremos, pra não tomar decisões baseadas nas escolhas dos outros. Um grande beijo.

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  10. Bom, Yuka, esse seu post me atingiu em cheio! Estou próxima aos 50 anos e fazendo mestrado. Para mim era importante, mesmo que pensar em uma carreira acadêmica não seja meu foco. Falta coragem de começar do zero. Por outro lado, tudo o que você disse me fez pensar que buscar a comodidade de trabalhar perto da família e se adaptar ao que já temos não é comodismo, mas sim busca pela qualidade de vida.
    Eu estava bem animada (mais ou menos, na verdade) para prestar um concurso em outro estado, para ganhar mais, mesmo que isso me afaste de minha família, algo difícil para mim, mesmo eu sendo solteira.
    Meu consciente sempre me avisa que talvez eu não precise ir tão longe para ganhar um pouco mais, que, talvez mais perto, outras oportunidades surjam.
    Enfim, estou num dilema, mas suas reflexões me deram um breque mais que necessário!

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    1. Oi Silvia, eu não acho errado irmos em busca de salários melhores, oportunidades melhores, mas precisamos ter a consciência de que nada é de graça. Esse aumento salarial vem sempre com alguma condicional. No meu caso, era abrir mão da qualidade da minha vida atual (poder buscar minhas filhas na creche, preparar o jantar para a família, etc). Talvez se minhas filhas tivessem 15 anos, ou até mesmo se elas já estivessem morando sozinhas e independentes, talvez eu tivesse aceitado a proposta. Mas o fato é que agora, neste momento, eu tenho outras coisas que considero mais importantes para a minha vida. No seu caso, a condicional é que morará em uma cidade distante, ficará longe da cidade que está habituada a morar, longe da sua família e de seus amigos. O que você precisa avaliar é se essa diferença salarial que você terá morando em outra cidade e tendo um novo emprego, compensa as perdas que você terá. Tem que valer muito a pena, porque as perdas que você irá enfrentar pode inclusive te trazer outros poréns como solidão, tristeza, depressão. Em um outro cenário, a diferença salarial pode ser tão grande que compensa morar 5 anos longe da família, poupar tudo o que puder, e anunciar uma aposentadoria precoce para voltar para perto da família, só que desta vez, para sempre. Às vezes, mesmo dobrando o salário, você entenda que é um preço muito alto para pagar, pois nesse período de afastamento, perderá momentos importantes com as pessoas queridas. Só você saberá a resposta, como disse, não há resposta errada, há decisões que precisam ser tomadas para que você tenha o mínimo possível de arrependimentos. Um grande beijo.

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  11. Certeira como sempre Yuka, essa semana e semana passada passei por uma decisão de vida igualmente a sua, oferta de trabalho boa e alto salário. A troca? Mudar de cidade, viver longe da família, abdicar de horas livres e conversas jogada fora!! Eu decidi em não aceita, mesmo sabendo que o salário era muito bom pra mim e muito acima da média do que os outros ganham, mas resolvi não aceitar porque o que eu ganho atual já é o suficiente pra eu ser feliz e ter uma linda paz de espírito.

    Como sempre, certeira!

    Bjs Yuka!

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    1. Oi Thiago, olha só, nessas horas eu acho que é a maior provação que podemos passar, mostrar para nós mesmos que caminho queremos seguir. Eu já tive tanta dor de cabeça no trabalho anterior que eu vi que nada paga a nossa saúde mental. Para pessoas que possuem dívidas, ou que estão muito enroladas financeiramente, aceitar uma proposta dessas, seria a solução de muitos problemas. Mas quando a vida já está ok, algumas decisões que tomamos custam muito caro. Se você já está feliz, com paz de espírito, com sua família e seus amigos por perto, a vida já está praticamente ganha rsrs. Beijos.

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  12. Yuka, seus textos são sempre incríveis. Sempre que leio, vejo que seus argumentos são constatações de que uma vida simples é sim um caminho para a felicidade. Conhecer a si mesmo e saber o que quer, torna tudo mais claro no momento das escolhas em todos os aspectos da nossa jornada nesse mundo. Obrigado!

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    1. Olá Nurrumu, nos conhecer melhor é a melhor receita para nos aproximarmos da felicidade. Há pessoas que se sentem muito felizes e realizadas buscando sempre mais, enquanto há inúmeras pessoas que sentem felicidade com o que a sociedade considera pouco. A jornada é individual, e por isso mesmo, precisamos prestar atenção na nossa felicidade, e não o que as pessoas querem que a gente faça. Um beijo.

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  13. Yuka, parabéns por mais essa perola de sabedoria.

    Acredito que ainda existam muitas pessoas procuram acumular coisas, são os famosos acumuladores. Porém tenho notado que tantas outras pessoas optam por “parecer”, que vivem uma vida de aparências e sem conteúdo.

    Esses “acumuladores” e “pessoas de aparência” vivem apenas para os “outros” e esquecem de viver para si mesmo.

    Abraços,

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    1. Oi VAR, ao meu redor, conheço várias pessoas que vivem de aparência. São pessoas que vivem de forma confortável, com um certo status, mas não possuem nenhuma ou pouca reserva financeira. Reclamam que a vida está difícil, mas não querem abrir mão de nada, da diarista, do carro, dos restaurantes, das viagens internacionais. E ainda comentam que eu tenho “sorte” por saber sobre investimentos, mas quando me proponho a ensinar, fogem rapidinho, pois não querem ter o trabalho de aprender, é mais fácil continuar reclamando da “vida difícil” que leva rs. Sigamos com a nossa jornada, VAR!!! Um beijo.

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  14. Acredito que felicidade nada tem aver com a quantidade de dinheiro ou de coisas que uma pessoa tem. Felicidade está explicitamente ligada a quantidade e qualidade de relações que você tem.

    Deus é tão sábio que ele proporciona felicidade desde um indio em uma aldeia a um Bilionário nos EUA! Ambos, se tiverem um trabalho para sustentar suas familias e boas relações, serão felizes.

    Você pode sim ter muitas coisas e ser feliz, viver com propósito, ter algum tipo de missão. Luciano Hang é alguém que consigo ver esse tipo de felicidade aqui no Brasil.

    Da mesma forma que você pode ser Feliz como você relatou no Post.

    Agora, só acho que o segredo da infelicidade é querer somente ter satisfação própria e esquecer dos relacionamentos. Igual muitos ricos que trabalham a vida inteira e esquecem da familia. Com certeza estes irão colher isolamento e infelicidade no futuro.

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    1. Oi Grilo, felicidade tem a ver sim com a qualidade das relações. Acho muito importante ter família, ter bons amigo por perto, isso faz muita diferença na qualidade de vida. Muitas pessoas infelizmente esquecem a importância de ter bons relacionamentos, e a necessidade de cultivá-los, e só lembram disso quando já estão sozinhos, se sentindo solitários. É algo que devemos lembrar sempre, principalmente porque amigos de verdade não é algo que se encontra em qualquer esquina. Um beijo.

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