Do It Yourself · Organização

Casa adaptada para as crianças

Semana passada, uma leitora me falou que estava grávida, e lembrei que há alguns meses tinha pensado em publicar um post sobre como funciona a dinâmica aqui em casa com as minhas filhas.

Desde que elas nasceram, uma série de pequenas adaptações foram feitas para que a casa se tornasse um local seguro para elas. Alguns móveis e objetos foram comprados, mas também usei muitas coisas que já tinha em casa.

A maioria foram soluções simples, que não exigiram nada além de boa intenção. A vantagem é que além de ter tornado a casa mais segura, tem colaborado para que as crianças sejam mais responsáveis e independentes de acordo com a idade.

1.) Cama das crianças o mais próximo possível do chão

A minha primeira filha, dormiu muito bem no berço.

Já a segunda filha, ficava inquieta e chorava muito, e no fim, acabei desistindo do berço quando ela tinha apenas alguns meses de vida.

A alternativa que eu encontrei foi comprar uma cama de casal baixa (basicamente um estrado com um colchão de casal em cima), pois assim, as duas faziam companhia uma para outra na hora de dormir. Para nós, pais, também foi um alívio, já que a cama grande comporta um adulto e duas crianças na hora de coloca-las para dormir.

Minha filha caçula, que dormia mal, acordava de madrugada e chorava para que alguém fizesse companhia no berço, se acalmou quando passou a dormir na cama de casal, pois descobriu que ao esticar a mãozinha, a sua irmã estava ao seu lado. Não foram poucas as vezes que vi as duas dormindo abraçadas.

Outra vantagem foi na hora do despertar. No berço, a caçula dependia de mim para sair, ou seja, já acordava chorando; e com a cama de casal, uma acordava a outra e ela mesma saía da cama engatinhando.

Essa cama tem sido muito útil até hoje. De vez em quando, pergunto se elas não gostariam de ter cada uma a sua própria cama, mas elas ainda gostam muito de dormir juntas.

2.) Revisão de todos os itens armazenados em casa

Blog - Crianças e produtos de limpeza. Veja recomendações de profissional  da saúde para evitar acidentes CEV Baby

Quando eu descobri que estava grávida, basicamente, tirei tudo de todas as gavetas e armários para pensar numa nova logística.

Com as gavetas e armários vazios, fui analisando tudo que era perigoso, pontudo e pesado. Essas coisas ficaram nos armários superiores, como tesoura, faca, palitos, produtos de limpeza, etc. Nos armários inferiores, permaneceram os potes plásticos, as panelas, as toalhas, os panos de prato, etc.

Fazer isso foi fundamental para eu ter tranquilidade. Como eu sabia que tinha revisto toda a organização dos objetos da casa, eu tinha a tranquilidade delas andarem por toda a casa, deixar abrir as portas dor armários e das gavetas, sem correr grandes perigos.

3.) Dar preferência para as gavetas de baixo

Essa sapateira, que nada mais é do que duas sapateiras uma do lado da outra, com uma tábua de madeira em cima, é uma mão na roda.

As crianças usam as gavetas de baixo, os adultos usam as gavetas de cima.

Essa pequena decisão, tão simples, facilitou o acesso aos sapatos, e no momento de sair de casa, elas mesmas calçam os sapatos e guardam no momento que chega em casa, desde quando minhas filhas tinham 2 anos de idade.

4.) Móveis presos na parede

Cantoneira Para Fixar Armario Na Parede - Armario Collection

Por motivos de segurança, móveis que podiam tombar para a frente (como a sapateira, cômoda), fixamos na parede.

5.) Usando o criado-mudo como escada

A minha cama é bem alta. Primeiro, porque é uma cama-baú. E segundo, porque o colchão é um pouco mais alto do que os colchões tradicionais. O que tornou para as minhas filhas, uma missão impossível subirem na cama, elas não conseguiam subir de jeito nenhum.

O criado-mudo se mostrou uma ótima alternativa para auxiliar na subida. Ensinei-as a usarem o criado-mudo como uma escada. Na época, meu marido achou um absurdo eu ensinar isso, mas depois que viu a praticidade, entendeu.

De manhãzinha, quando elas acordavam antes de mim, saíam da cama que é bem baixinho, e subiam na cama dos pais usando o criado-mudo como escada. 

6.) Instalando varão do guarda-roupa na altura delas

Eu fiz algo parecido com a foto acima, só que em um guarda-roupa tradicional.

Pois é… essa é a vantagem de saber montar o próprio guarda-roupa. Alterei um pouco a altura das prateleiras, e instalei o varão no local que achei adequado e pronto.

Aqui em casa, rola um desfile de moda todos os dias… minhas filhas ficam trocando de roupa o dia todo, a todo momento. Uma hora é blusinha com saia, outra hora é vestido, depois surge de princesa, de sereia, e por aí vai.

Com o guarda-roupa na altura delas, elas conseguem ter a autonomia para escolher as próprias roupas por conta própria, e principalmente, guardar também.

7.) Mesa para crianças

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Essa mesa de acrílico, que nada mais é do que uma mesa de centro da sala, serve muito bem para as crianças desenharem, pintarem, brincarem de massinha.

8.) Banquetas para acessar o inacessível

Banquinho Antiderrapante Degrau | Petit Papillon Bebê & Criança

Tenho três banquetas bem parecidas com essa. Uma fica no banheiro e outras duas na sala. A caçula usa a banqueta para auxiliá-la na hora de sentar no vaso sanitário e também para acessar a pia do banheiro para lavar as mãos.

Quando elas eram menores, a banqueta ainda ajudava a acender e desligar as luzes dos quartos. Por serem leves, elas levam as banquetas da sala para a cozinha (quando querem me ajudar a cozinhar), da cozinha para o quarto (quando querem alcançar algo que deixei escondido).

9.) Gancho mais baixo para toalha de mão

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Não é a coisa mais bonita de se ver, mas além do toalheiro que está na altura padrão, há um gancho com uma outra toalha de mão numa altura mais baixa. Com isso, elas conseguem enxugar as mãos.

10.) Jarra de água e copo acessível para tomarem água

Claro que sempre insisto para tomarem água, mas também deixo uma jarra de água e copo em cima da mesa da sala para elas tomarem água sempre que sentirem vontade.

11.) Fruteira acessível

Da mesma forma que a água, a fruteira também está sempre visível, instalada numa prateleira. As frutas colocadas nessa fruteira já estão higienizadas, então é só esticar a mão e comer.

12.) Brinquedos em caixas de madeira

Brinquedos são guardados em caixotes de madeira, desta forma, elas conseguem pegar e guardar com facilidade.

13.) Espelho colocado na altura das crianças

Atualmente, já não tenho mais espelho de corpo, porque na porta do guarda-roupa tem um espelho bem grande. Mas durante muito tempo, tive um espelho de corpo e resolvi abaixar até a altura delas. Conforme elas cresciam, eu subia um pouco mais o espelho.

14.) Protetor de tomadas

Tudo o que você precisa saber para ter proteção no quarto de bebê

Tem criança que quando a gente fala “não bota o dedo aí na tomada”, a criança vai obedecer (foi o caso da caçula). Já a filha mais velha, adorava tomadas e por mais que eu avisasse, ela sempre estava com um dedinho, um lápis, um palito. Então dependendo da criança que você tem, protetor de tomadas é fundamental sim.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

A importância de ensinar as crianças a compartilhar

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Acho muito importante uma pessoa ser capaz de compartilhar. Só que o que era natural para a geração dos nossos pais, e (um pouco menos) na nossa geração, compartilhar está ficando cada vez mais raro, pois todo mundo vive isolado no seu mundo, no seu quarto, no seu sonho, no seu universo, girando em volta do próprio umbigo.

Hoje em dia, as crianças são estimuladas desde cedo a não compartilhar. Não compartilham o quarto, não compartilham a cama, não compartilham a roupa, não compartilham a comida, , nem o lanche, muito menos o brinquedo…. e quando crescem, acham natural não compartilhar acontecimentos, sonhos, segredos, dúvidas e medos. Não conseguem tolerar o diferente, pois nunca tiveram que compartilhar nada, não tiveram que aguardar a sua vez, a conviver com as diferenças.

Andando na contramão da maioria dos pais, tenho feito algumas coisas com as minhas filhas.

Elas compartilham o quarto

Sim, fiz questão de morar em um apartamento de 2 dormitórios para que elas fossem obrigadas a compartilhar o quarto.

Elas compartilham a cama

Desde que minha segunda filha nasceu, elas dormem em um colchão de casal. No início, fiz isso por uma questão de facilidade, pois eu precisava amamentar a caçula, sem deixar a mais velha de escanteio. Ter um colchão de casal para elas foi a forma que encontrei de estar em contato com as duas no momento do sono.

Só que depois de quase 3 anos, o colchão ainda continua lá (na verdade, consolidou, já que comprei no mês passado um colchão melhor para elas), com a minha filha com os seus quase 5 anos, e a mais nova com os seus quase 3 anos. Quando uma acorda no meio da noite, é esticando a mão e encontrando a outra irmã dormindo, que encontra a paz e adormece em seguida. Por diversas vezes encontrei as duas dormindo abraçadas, ou de conchinha, ou com a perna em cima da barriga da outra.

Quando perguntei para as duas se cada uma queria ganhar uma cama, a mais velha disse que sim, já a mais nova, disse que queria continuar dormindo junto com a irmã. E não é que a irmã resolveu mudar de ideia para atender o pedido da mais nova e  disse que tudo bem continuar dormindo na mesma cama?

Eu sei que daqui a alguns anos, quando elas se tornarem pré-adolescentes, existe a chance delas não quererem ficar tão perto uma da outra, pelo menos por um tempo. Por isso, quanto mais convívio elas tiverem agora, mais tiverem que dividir, compartilhar, melhor.

Elas compartilham o lanche

Quando vou passear em alguma praça, no SESC ou em algum lugar perto de casa, elas acabam pedindo alguma coisa pra comer. Eu geralmente levo frutas para beliscar, mas às vezes, pedem um sorvete. Quando está perto da hora do almoço, eu até atendo o pedido, mas compro apenas 1 e peço para elas compartilharem. E não faço isso pensando no dinheiro, e sim, na aprendizagem que esse ato traz. Chega a ser engraçado ver a cena das duas compartilhando o sorvete. A mais velha é mais ansiosa, então a boca morde mais vezes, enquanto a caçula é bem tranquila. As duas precisam respeitar o ritmo da outra para que elas tenham as mesmas oportunidades de comer e se sentirem satisfeitas.

Elas compartilham roupas

Outra coisa são as roupas. Elas ganham roupas das filhas das minhas amigas e primas. E com isso, sabem que elas ganharam roupa de alguém da mesma forma que no momento em que a roupa ficar pequena, vai passar para outra criança. É o exercício do desapego.

A caçula muitas vezes quer experimentar vestidos da  irmã, enquanto ela tem vontade de usar novamente algumas roupas que já foram passadas para a caçula. Elas já entenderam que quando uma cede, a outra cede também.

Elas compartilham brinquedos

Os brinquedos que compramos, geralmente não são de uso exclusivo para uma única criança (claro que tem coisas que elas ganham só para elas), então elas precisam brincar juntas, se quiserem se divertir para valer. E se brigam por não querer dividir, eu confisco o brinquedo e as duas ficam sem.

Elas compartilham eletrônicos

Muitas casas têm mais de 1 televisão. Na nossa casa, temos só 1. Na hora de assistir desenhos na Netflix, por conta da diferença de idade, elas querem assistir desenhos diferentes. Já ensinei que é 1 desenho para cada. Às vezes até eu entro na rodada só para elas esperarem um pouco mais. Apesar de ter tablet, eu nunca ligo o tablet quando a televisão está ligada e vice-versa para não criar a cultura de enquanto uma assiste algo, a outra vai jogar no tablet.

E qual tem sido o resultado?

Elas são pequenas, e claro que tudo na sua devida proporção, eu já vejo os benefícios pelas decisões tomadas.

As crianças estão aprendendo cada vez mais a pensar na outra pessoa.

A minha filha mais velha já sabe que tem que dar a mãozinha para a caçula na hora de andar na rua, colocando-a para o lado da calçada. Na hora do banho, por diversas vezes, sem eu precisar falar nada, a mais velha ajuda a tirar a blusa enroscada, dá a mão para a caçula não escorregar na hora de entrar na bacia. Eu e meu marido não estaremos aqui para sempre. Então é uma forma das duas se apoiarem, confiarem uma na outra.

Isso reflete inclusive quando vêem uma criança brincando sozinha na praça, elas chamam para brincar junto, oferecem os brinquedos para brincar junto.

Minha mãe olhando isso, passou a colocar o suco de laranja em apenas uma garrafa, ao invés de 2 garrafinhas, como ela fazia antigamente. Ao chegarem em casa, elas tomam um pouquinho e passa para a outra irmã, sempre pensando que a outra ainda não tomou o suficiente. É muito bonito ver crianças de 2 e 4 anos falarem uma para a outra “toma, pode tomar mais um pouquinho”,  “deixei o restinho pra você tomar tudo”.

Ontem mesmo, dei um pouquinho de granola no pote para cada uma, enquanto eu estava preparando o jantar. A caçula terminou antes e começou a chorar, foi quando a mais velha dividiu a sua granola (que já tinha pouco) no pote da irmã, e elas terminaram de comer felizes.

Com tudo isso, espero que elas compreendam o quanto é essencial saber esperar a vez, compartilhar, serem generosas, terem empatia, para que aprendam a importância de se amarem, apesar das diferenças.

~ Yuka ~

 

Dinheiro, IF e FIRE

Filhos e dinheiro: como temos lidado

mesada

Aqui neste texto, eu vou dividir a questão de dinheiro vs filhos em 3 partes. A primeira é como estamos lidando atualmente, depois como pretendo lidar com a mesada e depois sobre herança.

COMO ESTAMOS LIDANDO ATUALMENTE

Quando eu estava grávida, o gerente do meu banco entrou em contato para conversarmos sobre abertura de um plano de previdência privada para a minha filha. Ouvi atentamente toda a explicação, e no fim, saí da agência com uma única certeza: de que eu deveria me preocupar mais com a minha aposentadoria, e não com o plano previdenciário da minha filha. Entendi que se abro um plano no nome das minhas filhas, e se por algum motivo eu realmente estiver precisando do dinheiro quando elas completarem 18 anos (posso estar desempregada, doente etc), eu não poderei usar este dinheiro – a não ser que elas concordem em abrir mão – já que o dinheiro estará no nome delas.

Eu tenho muito claro para mim que as minhas filhas terão todo o tempo do mundo para conquistar a própria independência. Quando elas tiverem os seus 37 anos, – idade que eu tenho hoje – eu terei 71 anos. E por isso mesmo, sei que preciso pensar na minha tranquilidade financeira.

Vejo muitos pais pagando mensalmente uma previdência privada para os filhos, mas não terem uma reserva de emergência para si. Claro que acreditamos que os filhos irão nos ajudar em caso de necessidade, mas não podemos, nem devemos contar com essa possibilidade. E se eles estiverem desempregados? E se eles estiverem em dificuldades?

Considerando isso, atualmente, eu faço 2 coisas com as minhas filhas:

1.) quando elas vão ao supermercado comigo, às vezes deixo elas escolherem algo para levar até um determinado valor. Se querem levar mais de 1 coisa, precisam escolher qual item quer levar mais. Assim, já vai aprendendo desde cedo que não se pode ter tudo na vida, que a vida são feitas de escolhas e principalmente, renúncias. Por muitas vezes, vi (com muito orgulho) a minha filha mais velha franzindo a testa, quebrando a cabeça para decidir o que iria levar: uma barra de chocolate ou um saquinho de pipoca. E é exatamente esse exercício que eu quero que ela faça: de fazer escolhas.

2.) Outra coisa que eu faço com elas é a “sexta-feira feliz”. Toda sexta-feira quando voltamos da creche, deixo elas escolherem alguma bobeirinha pra comer, pode ser pipoca, sorvete, pirulito, milho cozido, passar em uma loja de doces, ou no supermercado, o que elas preferirem. Isso tem feito com que elas aprendam a esperar, a ter paciência. Quando elas pedem para comprar algo na segunda, terça, quarta ou quinta-feira, eu explico que “hoje” ainda não é sexta-feira. E elas compreendem. Ou seja, como elas sabem que em um dia da semana poderão comprar o que têm vontade de comer, não fazem birra quando digo “não”. Se eu nunca deixasse comprar, ou melhor, se elas não soubessem quando seria a próxima vez que conseguiriam comer o que têm vontade, talvez fizessem birra. Outra coisa que eu costumo falar é que “eu não estou falando que você não pode comer pipoca, só estou dizendo que não compraremos pipoca hoje, mas podemos fazer pipoca em casa”. Quero que elas saibam que se não podemos comprar, podemos fazer, podemos criar, podemos inventar, podemos substituir…

Essa prática de fazer a “sexta-feira feliz” nos trouxe um outro benefício: a de entrar em lojas de brinquedos, sem que eu precise comprar algo. Sim, elas não fazem birra nas lojas de brinquedos, nem na loja de doces. Eu já expliquei que elas ganham presentes 3 vezes por ano: no aniversário, no dia das crianças e no Natal.

Elas entram nas lojas, olham, brincam, “anotam mentalmente” o que querem, e depois saem das lojas sem fazer birra, pois sabem que ainda não é o momento certo para ganhar brinquedos.

Às vezes dou algumas moedas para comprarem pirulito na doceria do bairro. Outro dia minha filha mais velha ficou triste, porque percebeu que quando se compra o pirulito, fica sem a moeda. Expliquei que é assim mesmo, trocamos o nosso dinheiro por comida, brinquedos…

COMO PRETENDO LIDAR COM A MESADA NO FUTURO

Como as minhas filhas são muito pequenas, elas ainda não ganham mesada. Já ouvi dizer que o valor é muito subjetivo para cada família. Ele não deve ser pouco a ponto da criança desanimar por demorar demais para conseguir poupar para comprar o que quer, mas também não pode ser muito a ponto de achar que dinheiro cresce em árvore.

Cada família precisa avaliar o valor ideal, considerando as necessidades da idade.

Considerado o valor, eu pretendo dar um pouco a mais, mas isso porque tenho o intuito de incentivar a poupar desde pequenas. No início, claro, a criança não vai entender o que está fazendo, mas pretendo orientar a guardar de 30 a 40% do que recebe de mesada. Aos poucos essa prática vai se tornando natural.

No início, pretendo falar algo do tipo: “se você não usar o seu dinheiro por 10 dias, você terá uma moeda no décimo primeiro dia”, o que iria sugerir as noções básicas dos juros compostos. Afinal, o dinheiro “brotaria” três vezes por mês.

Quando estiverem alfabetizadas, e sabendo noções básicas de matemática, pretendo abrir conta em corretoras independentes para auxiliar nos investimentos, não com o meu dinheiro, e sim, com o dinheiro economizado das suas mesadas.

Claro que terá outras iniciativas, por exemplo, se me ajudarem a economizar na conta de luz, metade do valor economizado irá para elas, ou algo parecido.

Se elas souberem desde cedo, o que eu só descobri depois dos 30 anos de idade, com dedicação e foco, conseguirão alcançar a independência financeira ainda jovens.

SOBRE HERANÇA

Outra coisa que eu tenho muito claro na minha cabeça, é a ordem de prioridades: se os pais estão bem, os filhos ficarão bem. Sabe aquela orientação que recebemos quando embarcamos em um avião? Coloquem as máscaras primeiro e somente depois nos filhos? É basicamente assim que eu penso.

Isso significa que enquanto muitas famílias pensam em deixar um imóvel ou uma herança no nome dos filhos, eu penso no meu marido, e ele em mim.

Tenho a consciência de que sou um caso à parte por pensar mais no marido do que nas filhas se eu vier a falecer. Isso acontece, porque eu confio plenamente no meu marido e também confio na integridade dele, como pai e principalmente como pessoa. Tenho certeza de que meu marido faria de tudo, até o impossível, para que nunca falte nada para as nossas filhas.

Quero ensiná-las desde cedo a compreenderem que o dinheiro que nós estamos juntando para a aposentadoria, é nosso dinheiro: da mãe e do pai. Não serão delas. E por isso mesmo elas precisarão também pensar no próprio futuro. Não quero que elas cresçam achando que podem contar com o nosso dinheiro, pois já vi pessoas brigando sobre herança de pais que nem doente estavam.

Na minha casa, dinheiro definitivamente não é um assunto tabu.

~ Yuka ~

 

 

 

Organização

Banheira portátil: a alegria das crianças

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Foto: site oficial da Bibabath

Eu gosto muito do apartamento que moro.

Para mim, tem o tamanho ideal: fácil de limpar, fácil de manter, tem o tamanho suficiente para 4 pessoas viverem de forma confortável e aconchegante.

Os dois banheiros também possuem um tamanho muito bom, considerado até grande para os padrões atuais.

Minhas filhas gostam de tomar banho juntas (e eu também, já que facilita o meu trabalho, além de economizar água e luz).

Elas costumam tomar banho dentro de uma bacia grande que eu coloco dentro do box do chuveiro. O problema é que elas estão crescendo, e a bacia que antes comportava tão bem as duas, está pequena. As duas até tentam, mas tomar banho juntas dentro da bacia está ficando difícil a cada dia que elas crescem.

Procurei diversas opções que pudesse contornar essa situação. Eu realmente queria que as duas continuassem tomando banho juntas.

Depois de várias buscas no Google, encontrei o Bibabah. Ele é fantástico!

Feito de um material de PVC, suporta temperaturas de até 60 graus, permitindo inclusive lavar na máquina de lavar roupa utilizando água quente e ainda pode ser dobrado e aberto com muita facilidade, como se fosse um varal de roupas de chão.

Ele não é vendido no Brasil, mas para a minha sorte, a empresa envia para nosso país.

Já faz um tempo que essa banheira chegou em casa e apesar das minhas filhas não tomarem banho nessa banheira durante a semana (porque gasta muita água e energia), nos fins de semana, tem sido pura diversão!

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Foto: site oficial da Bibabath

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Foto: site oficial da Bibabath

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Foto: site oficial da Bibabath

~ Yuka ~

Minimalismo

Armário cápsula infantil

armario capsula infantil
Foto: Craftiness is not optional

Algumas pessoas têm me perguntado sobre o guarda-roupa minimalista das minhas filhas.

Elas não possuem um armário abarrotado de roupas. Muito pelo contrário, possuem poucas roupas, se comparar com outras crianças do mesmo convívio social.

Basicamente a regra que utilizamos com elas são:

Roupas de festa

Elas não possuem roupas e sapatos de festa. Como as crianças crescem muito rápido, só compramos se houver alguma necessidade. Por enquanto não houve.

Outlets

Não frequento. Uma vez, minha prima me levou para fazer compras em outlets, pois “tudo estava na promoção”. Pois bem, chegando na loja, percebi que mesmo na promoção, os preços das roupas eram mais caros do que os preços que eu costumava pagar, já que eu não compro roupas de marca para as minhas filhas.

Roupa de tamanho maior

Todo mundo que tem filhos já deve comprar roupas de tamanho maior. Roupa maior dura mais tempo. Isso significa que algumas vezes preciso fazer a barra ou apertar um pouco o cós e conforme elas vão crescendo, soltando a barra.

Calçados

Minhas filhas não possuem dezenas de calçados, nem sapatos de diversas cores. Elas basicamente têm cada uma: 1 tênis, 1 sandália e 1 chinelo. Outra coisa que faço é pular 1 número do calçado. Se minha filha está usando o número 18, o próximo número que compro é o 20. Tem funcionado bem em casa. Mas uma coisa que eu não faço é economizar no calçado. Tenho muito receio delas machucarem os pés, principalmente nessa fase que elas ainda estão aprendendo a andar e correr, então compro tênis de marca reconhecida pelo conforto, como a Ortopé.

Antes de comprar, verificar o que ainda serve

Fazer isso é imprescindível se quiser ter um armário reduzido. Antes de sair para comprar alguma roupa, sempre verifico o que ainda serve. Às vezes, calças do mesmo tamanho, de marcas diferentes, possuem durabilidades diferentes. Enquanto um modelo de calça ainda serve, o outro não serve mais.

Roupas de casa

Aqui em casa, temos roupas que usamos somente em casa. Para as crianças, não poderia ser diferente. Isso tem feito milagres, já que roupas para sair não ficam tão manchadas como as roupas que são usadas em casa, que acabam manchadas de comida, tinta, etc.

A avó sabe costurar

Que coisa boa quando a avó sabe costurar. Minha mãe não sabe costurar coisas difíceis, já que ela aprendeu a costurar sozinha, mas quebra um galho costurando várias coisas como shorts, vestido e pijama. Até calcinha minha mãe tem costurado. Tenho tido muita dificuldade em encontrar calcinhas que cubram todo o bumbum, todas as que eu comprei são muito cavadas, o que estava incomodando demais a minha filha. Até que desisti de procurar e pedi para a minha mãe costurar também.

Loja barata vs cara

Eu costumo separar as roupas que compro por tipos e lojas. Blusinhas e regatas eu costumo comprar em lojas baratas, na promoção, pois não vejo muito sentido em comprar roupas com boa durabilidade, se vão servir somente por alguns meses. Criança cresce rápido, e tudo se perde rápido também. Já as blusas de frio e casaco, eu costumo comprar em lojas melhores, pois blusas boas além de aquecerem melhor, duram por mais tempo. Para as calças, eu aplico a mesma regra: compro as calças de inverno em lojas boas, e as calças finas de verão em lojas baratas.

Rodízio das roupas

Quando a roupa da mais velha fica pequena, já vai direto para o guarda-roupa da caçula. A minha filha já sabe disso e quando a roupa fica apertada, ela mesma diz que precisa deixar no guarda-roupa da irmã. Depois que não servir mais na caçula (e se estiver em bom estado de uso), doamos para um amigo do meu marido. E assim as roupas vão circulando e tendo novos usos.

Aguardar para comprar no momento certo

Só compro o que estou precisando. Isso significa que não fico comprando roupas das meninas que serviriam somente daqui a 3 anos por estar na promoção. No primeiro momento, parece incoerente não aproveitar a promoção. Mas eu acabo ganhando algumas roupas e sapatos usados das filhas das minhas amigas e também algumas roupas de presente. Se compro antecipadamente, acabo tendo mais roupas que o necessário.

Utilizo essas regras enquanto elas são pequenas, porque sei que vai chegar uma certa idade em que as minhas filhas vão querer escolher as próprias roupas, e não vão querer mais usar roupas costuradas pela avó. Enquanto essa fase não chegar, aproveito para fazer do meu jeito.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

As assustadoras canções infantis brasileiras

galinha

Depois que eu tive as minhas filhas e passei a cantarolar canções infantis, me deparei com uma realidade muito triste… de que as nossas canções ou são assustadoras ou possuem letras que não fazem sentido.

Canções assustadoras:

  • Atirei o pau no gato tô tô
    Mas o gato tô tô
    Não morreu reu reu
    Dona Chica cá
    Admirou-se se
    Do berro, do berro que o gato deu:
    Miau!

 

  • Marcha soldado
    Cabeça de papel
    Quem não marchar direito
    Vai preso pro quartel
    O quartel pego fogo
    A policia deu sinal
    Acode, acode, acode a bandeira nacional

 

  • Nana nenem
    Que a cuca vem pegar
    Papai foi pra roça
    Mamãe foi trabalhar

 

  • Boi, boi, boi
    Boi da cara preta
    Pega esta criança que tem medo de careta

 

  • A Barata diz que tem sete saias de filó
    É mentira da barata, ela tem é uma só
    Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só !

 

  • O anel que tu me destes,
    Era vidro
    E se quebrou.O amor que tu me tinhas
    Era pouco e se acabou.

 

Agora vem a leva das canções com letras sem fundamento nenhum:

  • Fli (fli)
    Fli Flai (fli flai)
    Fli Flai Flu (fli flai flu)
    Tumba (tumba)Tumbalala tumbalala tumbalala vista
    Tumbalala tumbalala tumbalala vistaNo no no no vista
    No no no no vista

 

  • Borboletinha tá na cozinha
    fazendo chocolate
    para a madrinhaPoti, poti
    perna de pau
    olho de vidro
    e nariz de pica-pau pau pau

 

  • Pirulito que bate bate
    Pirulito que já bateu
    Quem gosta de mim é ela
    Quem gosta dela sou eu

 

  • Foi na loja do mestre André
    Que eu comprei um pifarito,
    Tiro, liro, li um pifarito,Ai olé, ai olé,
    Foi na loja do mestre André.
    Ai olé, ai olé,
    Foi na loja do mestre André.

 

Tudo bem, as músicas tem rima, são alegres e engraçadinhas, mas bem que podia ter um fundo de aprendizagem moral, né?

~ Yuka ~