Minimalismo

Eu sei, mas não devia

Paisagem, Montanha, Nevoeiro, Pôr Do Sol, Céu, Nuvens

O texto abaixo, foi escrito pela Marina Colasanti, no livro “Eu sei, mas não devia”, da Editora Rocco, 1996.

Eu sei, mas não devia – Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

~ Marina Colasanti ~


E por mais triste que seja, é a pura verdade. E ainda vou além, a gente se acostuma a trabalhar doente, a esconder a dor de cabeça, a febre, o cansaço no corpo, tomando remédios cada vez mais fortes.

A gente se acostuma a aceitar tomar veneno todos os dias, em doses homeopáticas, quando aceitamos que o uso de agrotóxicos nos alimentos é algo normal.

Um dia a gente para de sorrir, para de contar piada, para de sentir emoções, passa a achar que expressar amor é coisa de gente cafona, e quando a gente percebe, a gente já morreu por dentro.

Eu tento a todo momento fazer o caminho de volta.

Pra eu nunca esquecer de dizer ‘eu te amo’ para meu marido e minhas filhas. Pra eu sempre lembrar que as minhas filhas existem pelo fato de eu amar muito o meu marido. Primeiro eu amei meu marido, e desse amor nasceram as minhas filhas.

Não quero esquecer nunca de sentir o calor de um abraço, a ternura do olhar, viver uma vida mais tranquila, com mais amor.

Eu não quero parar de sentir, nem parar de viver.

~ Yuka ~

 

 

Minimalismo

Minimalismo não é sobre não ter nada. É sobre ter tudo que é importante para você

Beco, Bowever, Construção, Centro Histórico

Eu coloquei essa foto para exemplificar o que eu acho em relação ao minimalismo.

Para muitos, as portas desta foto não significam nada, absolutamente nada. Essa é a minha vida: uma vida simples, sem glamour, sem ostentação.

Para muitos, uma vida totalmente sem graça.

A graça toda está justamente nos olhos de quem vê. Da mesma forma que eu vejo beleza nessa foto, na porta descascada perto da maçaneta, a beleza das marcas do tempo na madeira, eu vejo beleza na minha vida simples.

Quando falo isso, é porque realmente eu acho que vivo uma vida muito boa, cheia de abundância, com uma família que me apoia, um marido carinhoso, filhas saudáveis, um emprego bom que me proporciona morar em um bairro seguro. O que mais eu poderia querer? Como diz o meu marido, “nós já tivemos muito mais do que jamais poderíamos imaginar”.

Quando eu olho para as coisas que eu aprendi a fazer sozinha, tenho muito orgulho. Quando eu resolvo fazer as coisas por conta própria (como um DIY – do it yourself), tenho a plena consciência de que em muitos casos, sai mais caro do que se eu simplesmente comprasse algo ou contratasse alguém. Mas novamente, não faço pelo dinheiro, faço porque gosto de trabalhos manuais. A economia do dinheiro acaba se tornando a consequência.

No domingo passado, já no final do dia, eu e meu marido decidimos dar uma volta pelo bairro com as crianças, só para dar uma caminhada para esticar as pernas. No meio do caminho, minhas filhas encontraram um barranco e um pedaço de papelão, e as duas simplesmente começaram a escalar o barranco e descer sentadas no papelão. Só ouvia as gargalhadas das meninas. São esses momentos que eu tenho a certeza absoluta de que eu tenho uma vida rica.

Lembro muito bem desse momento, onde eu e meu marido nos olhamos e mesmo sem abrirmos a boca, sabíamos que pensávamos a mesma coisa: a felicidade genuína que sentimos nesses momentos de simplicidade. Enquanto algumas pessoas podem enxergar uma vida como a minha, como vida de escassez, eu e o meu marido só enxergamos abundância, gratidão e felicidade.

As pessoas que acham que eu não tenho nada, é porque possivelmente dão valores para coisas que eu não faço questão. E com isso, eu reafirmo que minimalismo não é sobre não ter nada. É sobre ter tudo que é importante para você.

Eu desejo a vocês, queridos leitores, um Feliz Ano Novo.

Que no ano de 2020, possamos reescrever a história da nossa vida.

Um grande beijo.

~ Yuka ~

Dinheiro, IF e FIRE

Como gastar dinheiro em coisas que traz felicidade

Pão, Cozimento, Frescos, Feito Em Casa, Alimentos

O tempo tem me mostrado que as escolhas que tenho feito para a minha vida estão acertadas.

Há 9 anos, quando eu e meu marido nos apaixonamos, decidimos que viveríamos juntos para sempre.

Desde então, muitas coisas mudaram. A minha forma de amar mudou, tornando-se mais madura, mais completa, mais plena.

A minha forma de viver mudou, passei a focar mais no que era essencial, no que era importante, vivendo uma vida mais minimalista.

Mesmo com o nascimento de duas filhas, continuamos com o nosso estilo de vida simples e o dinheiro passou a sobrar todos os meses.

O interesse pelos investimentos aumentava a cada dia. Aliás, desde que eu aprendi a investir direito, a vida foi se tornando cada vez mais fácil. Isso porque o minimalismo fez com que eu focasse no que era realmente importante e também porque após 8 anos investindo, os benefícios dos juros compostos já começaram a surtir efeito.

Eu não compro roupa para estar na moda, não compro presentes para pessoas que não tenho afinidade, não compro algo só para agradar alguém.

Aprender a diferenciar o que traz felicidade genuína com a felicidade momentânea foi essencial. Perceba que somos nós que damos poder ao dinheiro.

Para mim, uma roupa, é uma felicidade momentânea. Já uma viagem, é uma felicidade genuína. A lembrancinha da viagem, um chaveirinho, um souvenir são felicidades momentâneas, mas uma toalha de mesa comprada nessa cidade, é uma felicidade genuína, já que todas as vezes que preparo a mesa para jantar, lembro do prazer que senti em conhecer o local. Almoçar em restaurantes durante a semana com os colegas de trabalho é felicidade momentânea. Já almoçar com os melhores amigos é felicidade genuína.

Essas sensações do que é felicidade genuína e momentânea é muito pessoal, não dá para generalizar, cada pessoa tem a opinião do que é importante.

Vou dar outros exemplos.

MORADIA

Para mim, o bairro que eu moro traz felicidade genuína. Sinto gratidão todos os dias (não estou exagerando), sinto segurança mesmo andando à noite, é u m bairro com bastante iluminação, próximo de metrô, mas é um bairro caro. Para conseguir morar em um bairro assim, eu equilibro as contas deixando de ter algumas outras coisas como:

  • Carro: eu e meu marido decidimos não ter um;
  • Creche: decidimos morar em um bairro melhor, porque creches municipais em bairros mais centrais não são tão concorridas como as creches das periferias;
  • Lazer: por morar perto de praças, parques e Sescs, economizamos no lazer.

Repare que são economias grandes. Não é uma economia de 1 café, e sim de 1 carro e de todos os outros gastos que vem junto (IPVA, seguro, manutenção, etc); mensalidade escolar para 2 crianças, etc.

ALIMENTAÇÃO

Desde o mês passado, após assistir a alguns documentários e ler bastante a respeito sobre os efeitos dos alimentos industrializados, agrotóxicos e transgênicos na nossa saúde, eu decidi que passaria a consumir mais alimentos orgânicos, livres de venenos.

Tomar essa decisão fez com que eu gastasse mais na alimentação da família, mas a felicidade que sinto quando vejo minhas filhas comendo um morango sem veneno, um ovo sem antibióticos e hormônios, um milho sem ter sido geneticamente modificado, não tem preço.

Eu acredito que a médio, longo prazo, aumentar o consumo dos alimentos orgânicos vai nos proporcionar ainda mais saúde, menos ida aos médicos, menos gripes, menos alergias etc.

CONFORTO

Há quase 2 anos, eu e meu marido trocamos o nosso colchão. Na época, ficamos em dúvida qual compraríamos, mas depois pensamos “Quantas horas dormimos por dia?” e “Compramos um colchão pouquíssimas vezes na vida”. E com isso decidimos comprar um colchão mais caro, de uma qualidade infinitamente superior. Até hoje comentamos como o nosso colchão é confortável.

Outro item que eu tenho há alguns anos é a geladeira inverter da Panasonic. Conheci essa geladeira que tem o freezer na parte de baixo quando fui ao Japão em 2008. Além do freezer ser enorme, não ter todo aquele ar gelado em cima do meu rosto toda vez que abria a porta do freezer era (e continua sendo) um atrativo enorme para mim.

O sofá também foi um outro item que escolhemos a dedo. Na época, dos sofás que gostamos, acabamos escolhendo o mais caro por 3 motivos: eu tinha gostado demais do design, meu marido tinha gostado demais do conforto e nós dois tínhamos consciência da qualidade da estrutura do sofá. Com 2 crianças pequenas, sabíamos que o sofá teria que ser resistente, para que elas pudessem pular por muitos e muitos anos.

Pessoas que ganham o mesmo salário que eu, às vezes se surpreendem como consigo “esticar” tanto o dinheiro. Pois bem, eu mesma pinto as paredes do apartamento, eu não tenho diarista, nem passadeira, quando compro algum móvel eu mesma monto (desde uma simples sapateira até um guarda-roupa enorme), meu marido faz conserto elétrico simples, não frequento salões de beleza, a lista na verdade é bem longa…

PEQUENOS GASTOS DIÁRIOS

Tenho diversos exemplos de valor menor, mas de gastos constantes:

  • Eu não costumo comprar algo pelo preço, e sim pelo seu valor, por exemplo os esmaltes. Eu compro sempre da marca Revlon ao invés das marcas mais populares como Impala, Risqué ou Colorama. O esmalte da Revlon é mais caro, mas dura muito, muito mais. Todos os esmaltes que comprei da Revlon eu consegui usar até o final, enquanto de outras marcas, sempre acabo jogando fora por ficar duro;
  • Eu e meu marido somos pessoas simples, então um passeio pelo bairro já nos deixa felizes, um pão na chapa com um cafezinho à noite já nos alegra. Ontem mesmo ele comentou que estava com vontade de comer um brigadeiro e lá fui eu abrir a lata de leite condensado para fazer um brigadeiro bem gostoso. Para deixar com uma aparência mais gostosa, eu sempre tenho em casa forminhas coloridas de papel e chocolate granulado. Assim, o brigadeiro tem sempre cara de festa;
  • Todos os meses, faço um aporte considerável para alavancar os investimentos. Um dos motivos (dentre os vários que já citei por aqui) é que não tenho plano de saúde top de linha. Tenho um que atende as necessidades da família. Se nós tivéssemos alguma doença crônica ou até mesmo ficássemos doentes com frequência, talvez teria um plano top, mas como raramente ficamos doentes, preferi ter um plano bom e investir a diferença;
  • Minhas filhas possuem brinquedos relativamente caros, como a cozinha de madeira, a casa da Peppa Pig e outros brinquedos. Mas em compensação, não costumam ganhar presentes fora das datas que estipulamos (aniversário, dia das crianças e Natal):

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Elas também têm a casa da Peppa Pig:

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São brinquedos caros, mas que mesmo após semanas, meses e anos, elas continuam brincando quase que diariamente.

E assim, cada vez mais, a nossa casa tem se tornado um lugar gostoso de estar, pois estamos rodeados de coisas que nos fazem feliz.

Escrevi esse post para deixar claro que para termos algo, precisamos abrir mão de outras coisas. O que eu mais vejo são pessoas que querem tudo, mas não estão dispostas a abrir mão de absolutamente nada.

Então para gastar melhor o dinheiro, é preciso:

  • desaprender o que nos ensinaram sobre consumo;
  • não se comparar com outras pessoas;
  • deixar de ter/fazer/comprar coisas desnecessárias;
  • aprender a gastar dinheiro em coisas que traz felicidade genuína.

Esse post é mais um complemento do post anterior, onde comentei sobre rotinas que tornam a nossa vida melhor.

Boa semana para vocês.

~ Yuka ~

Minimalismo

Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa.

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Twitter: @itslucasaguiar

Muitos de vocês já devem ter visto esta foto viralizar.

A vida está cheia de pessoas dando desculpas. A faculdade que fica para depois por falta de dinheiro. A academia que fica pra depois por falta de disposição. Os encontros com os amigos que ficam pra depois por falta de tempo. E desculpas após desculpas, não percebemos que a vida vai se esvaindo e o tempo vai passando…

Claro que não temos como viver pensando somente no agora, no imediatismo, mas de tudo o que queremos/precisamos fazer, quanto estamos adiando?

O encontro com o amigo que poderia acontecer neste fim-de-semana.

Aquela viagem de bate-volta, perto da cidade que poderia acontecer ainda neste mês.

Aquele restaurante que inaugurou faz 1 ano e que ainda não deu tempo de conhecer…

Aquele telefonema (ou uma mensagem de WhatsApp) dizendo que está com saudades da amiga, poderia acontecer neste exato momento.

A vida é muito curta para adiarmos tantas coisas boas.

Quando se vê, a vida já passou. Quando se vê, já é tarde demais.

Gosto muito do poema do Mário Quintana que descreve bem o que estamos passando:

O Tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…

Mário Quintana

~ Yuka ~

 

Auto-Conhecimento

FOCO: a diferença entre você e todas as outras pessoas

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Eu gosto muito desta palavra: foco.

Tenho pensado muito, se quando digo que eu vou alcançar a minha independência financeira, o que me separa com o restante das pessoas não seria justamente o foco.

Foco é a diferença entre a pessoa que traça um plano para alcançar os objetivos, com o restante das pessoas.

Pessoas dizem estar preocupadas com a aposentadoria, com o plano da previdência, com o aumento do desemprego, com a inflação, mas poucas pessoas fazem algo a respeito, além de reclamar.

É fácil reclamar e culpar os outros, pois assim, não há a necessidade da mudança, enfim, os outros que mudem. Difícil mesmo é mudar as próprias atitudes para tentar escapar de uma determinada situação.

Faça uma análise das pessoas que estão à sua volta. Geralmente, costumam receber salários similares ao nossos: alguns ganham um pouco mais, outros ganham um pouco menos.

Quanto receberam no ano passado, somando todo o salário do ano? Talvez 20 mil? Talvez 50 mil? 100 mil reais? E desse dinheiro recebido, quanto foi poupado? A maioria responderá que não guardou nada.

Quando digo que meu estilo de vida não foi baseado em apenas 1 escolha, mas em milhões de escolhas é isso: eu escolhi colocar minhas filhas na creche municipal. Eu escolhi viver de forma frugal e minimalista. Eu escolhi o lugar onde moro atualmente (que é um bairro muito bom). Eu escolhi estudar todas as noites depois de colocar as minhas filhas para dormir.

São essas escolhas que criaram o meu estilo de vida atual. São esses conjuntos de escolhas que ainda me permite poupar e investir todos os meses. Se é fácil? É claro que não.

Enquanto há pessoas se divertindo no bar, há pessoas estudando.

Enquanto pessoas estão ativas nas redes sociais olhando a vida dos outros, há pessoas focadas na própria vida.

Enquanto há pessoas criticando as iniciativas dos outros, há pessoas que sabem onde quer chegar e acredita ser possível.

E quando todo mundo estiver desiludido, haverá pessoas descansando na sombra de uma árvore, colhendo o que plantou, vivendo a vida que sempre sonhou.

Tinha uma época que eu ficava frustrada, porque apesar de tentar explicar para as pessoas sobre a possibilidade de aprender a investir bem o dinheiro, a maioria não acreditavam em mim (e continuam não acreditando). Até que uma amiga falou que não são as pessoas que não acreditam em mim. São elas que não acreditam nelas mesmas.

Depois que compreendi e assimilei isso, passei a focar ainda mais na minha meta, nos meus objetivos, na minha família, nos meus estudos.

Percebi que essa era a nossa diferença: eu acredito na liberdade. Eu acredito ser possível ser livre. A maioria não.

Se você pensa que pode ou pensa que não pode, de qualquer forma você está certo. ~ Henry Ford ~

~ Yuka ~

Organização

Como criar metas alcançáveis

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Por sugestão de uma leitora (alô, Silvia!), resolvi adiantar o post de hoje.

Ela disse: “Traçar metas é um caminho para não esquecermos do que realmente importa, mas fala-se tanto de metas hoje em dia, mas ainda há quem não saiba criá-las, eu no caso! Uma boa dica para um próximo tema: metas: sua importância e como fazê-las.”

Eu me considero uma pessoa bastante organizada. Enquanto as pessoas dão importância ao “fazejamento”, ou seja, vai fazendo e planejando ao mesmo tempo, eu foco na fase do planejamento.

O problema do “fazejamento” é que a gente não consegue ter uma visão geral do que está por vir. As coisas vão acontecendo e a gente vai resolvendo os problemas conforme vão surgindo. É o típico apagar o incêndio, ao invés de preveni- lo. Gasta-se muito mais energia e tempo apagando o incêndio do que prevenindo. E é esse o ponto onde eu queria chegar.

Eu consigo fazer muitas coisas porque eu faço planejamento. É uma conexão direta. O planejamento traz clareza, foco e auxilia na definição de prioridades.

Tá. E você pode perguntar para mim: “E por onde começar?”

Sei que é difícil entender quando a gente fica no blá-blá-blá, então vou tentar explicar como as coisas funcionam para mim.

Tudo começa pela lista do “Um Dia, talvez” que eu deixo no meu celular. Essa lista é a matriz de tudo, é a lista-mãe. É de onde originam todas as outras listas. Eu coloco tudo, TUDO o que eu tenho vontade de fazer, de ler, de ouvir, de ir, etc. Não importa se é um restaurante que eu quero conhecer, um livro que eu quero ler, um sonho que um dia eu quero concretizar, lugares que quero visitar, coisas que quero comprar, hábitos que eu quero cultivar, etc. Não há regras. A única regra é: esvaziar a cabeça e sair listando tudo.

Um dia talvez

Esta lista é alimentada a todo momento. Se passo em frente de uma loja charmosa que quero voltar depois com meu marido, anoto nesta lista. Se surge a lembrança de que quando criança tinha vontade de correr em uma plantação de girassóis, anoto também nesta lista. Se tem um aplicativo de celular que quero testar, anoto na lista. Não há critério do que colocar, nem de duração, nem de orçamento, coisas fáceis, coisas difíceis de serem concretizadas, coisas caras ou baratas.

Todo dia eu olho para esta lista e vejo o que quero fazer. Alguns itens eu acabo apagando porque percebo que foi só uma empolgação do momento. Então “pesco” algumas tarefas (ou projetos, ou lugares, etc) que estou com mais vontade de fazer. Alguns dos itens são tarefas rápidas, como “comprar escorredor de pratos”. Outros, são projetos longos, como se “alimentar melhor”, “acessar menos notícias”.

E aqui vem o pulo do gato. Quando vou até a minha lista do Um dia, Talvez, eu não pego o item mais fácil de ser resolvido. Eu pego o item que estou com mais vontade de fazer, o que eu acho mais importante para o momento.

No ano passado, eu decidi que queria morar em uma casa com decoração escandinava. Não é uma coisa simples-pronto-já-fiz.

Então eu levei esse item “decoração escandinava” em um bloco de notas (no celular mesmo), e lá, tentei descrever TUDO o que eu achava que precisava ser feito para ter uma sala com decoração escandinava. Só que para eu poder descrever melhor, precisava pegar inspirações em algum lugar. Então a primeira tarefa foi:

  • pegar inspirações no Pinterest

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Depois de ter acesso a algumas fotos, surgiram outras demandas como:

  • almofadas
    • comprar tecido preto e rosa bebê na 25 de março
    • comprar enchimento de almofadas na 25 de março
    • separar zíper preto e rosa que tenho em casa
    • colocar tudo numa sacola e pedir para a mãe costurar
  • colocar 2 prateleiras brancas na lateral da mesa de jantar
    • medir o tamanho das prateleiras que preciso
      • 1 prateleira: medida 19 x 60cm para colocar fruteira
      • 1 prateleira: medida 10 x 60cm para colocar quadros
      • encomendar no marceneiro do bairro
      • instalar prateleira com furadeira
  • mesa de centro pequena
    • ver se o espaço que tenho na sala comporta uma mesa de centro pequena
    • pesquisar na internet se há modelos de centro de mesa de até 40cm de largura
  • caixas de brinquedos
    • medir o tamanho disponível embaixo do rack da televisão
    • 3 caixas organizadores de madeira pinus com rodízio – ver a medida
    • pedir orçamento ao marceneiro
  • quadros e pôsteres
    • escolher modelo de pôsteres
    • escolher tamanho dos pôsteres
    • solicitar impressão dos pôsteres na gráfica
    • comprar molduras para os pôsteres

Pronto, já tenho uma lista mastigada que vai me direcionar o que preciso fazer para ter uma decoração escandinava.

Reparou que nesta lista há dois itens (prateleira e caixa organizadora) para solicitar orçamento para o marceneiro? Aí é que entra o poder do planejamento. Por ter feito esse planejamento, não precisei ir 2 vezes ao marceneiro. Posso solicitar de uma vez só o orçamento e é assim que vou ganhando tempo.

Com a lista pronta, no início da semana (geralmente no domingo), pego os itens mais importantes e decido em qual data irei fazer o quê. Por exemplo: se sábado irei na 25 de março, segunda-feira posso escolher os modelos de pôsteres, na terça-feira posso pesquisar sobre os modelos da mesa de centro. Todas essas decisões são colocadas na agenda do celular e o mais importante, cumpridas. Por isso eu coloco em datas espaçadas, para justamente não atolar a agenda e me sentir sufocada.

Quando eu terminar de executar todas as tarefas, possivelmente a minha sala já estará com a decoração escandinava.

E aí eu volto para a minha lista ‘Um dia, Talvez’ para pegar mais uns 2 ou 3 itens para serem feitos a mesma coisa.

É desta forma que se tira sonhos do papel. São sonhos que se transformam em metas. Metas que se transformam em lista de tarefas. Tarefas que se feitas, transformam em sonho concretizado.

Espero ter ajudado,

~ Yuka ~