Auto-Conhecimento · Dinheiro, IF e FIRE

Chegou a hora de rever o ano de 2020

E chegamos enfim, no mês de dezembro. Que ano…

Dezembro é o período em que eu faço revisão da minha vida. Afinal, é o fechamento do ano.

Reservo alguns dias para analisar o que fiz de importante no ano e, principalmente, o que não foi feito, já que dezembro é um ótimo período para revisitar os planos da vida, renovar projetos e desenhar um ano seguinte melhor.

Então basicamente faço o seguinte:

1.) Avaliação das conquistas

Ao longo do ano, vou listando as minhas pequenas conquistas e também as conquistas da minha família. Na minha lista deste ano, tem várias coisas, desde a maravilhosa notícia de que minha filha mais velha finalmente conseguiu parar de roer unha (era uma coisa desesperadora de se ver, até sangrava), o desfralde da caçula e também o início do seu tratamento da gagueira. Também descobri uma receita de pão melhor do que a minha (que se tornou a oficial desde então), ter me mudado de São Paulo, ter atingido a meta do aporte anual… Não posso esquecer também de ter tido a grata oportunidade de ler o livro do André, do Viagem Lenta, antes de ser publicado, e dar meus humildes pitacos para alguém que já é FIRE há 10 anos (Já leu? Recomendo muito! Viagem Lenta: a jornada para a liberdade e independência financeira).

Como vocês sabem, faço essa Lista das Conquistas desde 2008, um ano que foi muito difícil, pois foi quando divorciei. Desde então, nunca mais parei, porque descobri que quando faço essas anotações, tenho a oportunidade de ter meu momento de reflexão, de relembrar todas as coisas boas que aconteceram no ano.

Esse ano é um exemplo de como essa lista foi importante. Num ano com tantas perdas, ler essa lista me faz enxergar que aconteceram muitas coisas boas também.

É como se fosse um caderno de memórias, que me dá a oportunidade de revisitar todas as listas dos anos anteriores, mas que só contém notícias boas. Alimentar essa lista ao longo desses 13 anos, permitiu perceber que o que considero como “conquistas” têm mudado ao longo dos anos. Antes, a conquista era muito material, relacionado sempre com dinheiro: a compra de uma bicicleta, a compra de um eletrodoméstico, um eletroportátil, uma roupa. Com o tempo, os meus valores de vida e a percepção do que é realmente importante começaram a maturar, e hoje, consigo ficar feliz de forma sincera a descoberta de uma receita nova, da família estar jantando juntos, de ter minhas plantinhas, das minhas filhas não ficarem doentes.

2.) Fechamento patrimonial

O fechamento patrimonial é uma das minhas diversões. Desde 2015 (quando descobri sobre FIRE, aposentadoria antecipada), faço religiosamente o fechamento patrimonial do ano.

É por meio dessa planilha que acompanho a minha evolução financeira.

Ver a evolução do gráfico é algo gratificante, já que todos os dias são como grãos de areia. Tomamos decisões minúsculas para construir algo quase imperceptível. Por isso, quando vejo a curva acentuada do gráfico anual, os juros compostos mostrando a sua força, é algo que realmente me faz sentir que as escolhas que fiz lá atrás foram acertadas.

3.) Revisão e previsão orçamentária anual

Basicamente, tudo o que acontece na minha vida financeira, consta no aplicativo Minhas Economias, desde salário, restituição do imposto de renda, renda extra, aluguel, condomínio, contas, boletos, tudo.

Anoto tudo, porque quando chega o final do ano, vem a recompensa: o meu único trabalho é entrar no site do aplicativo e gerar o relatório/gráfico para descobrir meus gastos em todas as categorias, como alimentação, moradia, restaurantes, viagens. É tudo muito simples e maravilhoso.

Avalio quanto gastei no ano, analiso as categorias de gastos, se extrapolei em algo, se devo mudar algum mau hábito financeiro, ou até mesmo gastar mais em alguma determinada categoria.

4.) Cálculo do meu IPCA pessoal

A partir do relatório gerado pelo aplicativo Minhas Economias, transfiro os gastos totais de cada categoria para uma planilha para descobrir o meu próprio IPCA. Em 2018 por exemplo, a minha inflação pessoal foi de 35,96%. Foi com esse número exorbitante que no ano seguinte, consegui ter uma deflação do meu IPCA em -20,63%. Este ano, está em 4%.

5.) Definição (e revisão) de prioridades

Dou uma olhada nas metas do ano, se deixei de fazer algo importante, e se ainda a meta faz sentido pra mim. Por várias vezes, percebi que algumas perdem o sentido, então não vejo motivo de levar para o ano seguinte.

Além disso, tenho o costume de nomear o ano que vai vir. Claro que há sempre diversas prioridades, mas dar um título para o ano é a forma que eu encontrei para lembrar o meu norte, onde tenho que colocar mais força. Por falar em força, a desse ano de 2020, foi “Força no aporte”, por causa do contrato de trabalho de 2 anos do meu marido. Não queríamos deixar passar essa oportunidade.

O tema de 2021 ainda não decidi, mas acredito que será algo ligado às minhas filhas.

6.) O que eu não quero levar para 2021

Siiim, isso é algo que penso também.

O que eu fiz este ano que não quero levar para 2021?

São tantas coisas que não quero levar para o ano seguinte…. rsrs.

Esse ano foi difícil. Com a pandemia, eu vi o trabalho invadindo minha vida privada e foi bem difícil lidar com isso (na verdade, ainda está sendo). Eu tive dificuldades em lidar com o isolamento, vi minhas filhas ficarem muito ansiosas e com mais birras que o normal, isso me desestabilizou, principalmente por conta das demandas do trabalho.

Minhas amigas e meu marido dizem que é por causa do isolamento, que foi a pandemia que está causando o estresse, mas sendo bem sincera, eu não gostei de mim como mãe esse ano.

Há algumas semanas, decidi que iria mudar a forma como lido com as birras homéricas das minhas filhas, e comecei procurando por conteúdos sobre psicologia infantil para que eu pudesse ajustar o meu comportamento, dar uma orientação melhor no momento da birra, e não simplesmente fechar a cara e colocar de castigo. Afinal, se eu não ensina-las a como lidar com as frustrações do dia-a-dia, quem irá ensinar? O óbvio tinha deixado de ser óbvio e foi preciso me distanciar para perceber que algo não estava legal.

Futuramente, pretendo escrever um post sobre esse assunto, mas não será hoje.

E fazendo esses 6 passos, consigo deixar 2020 para trás, e começar o ano de 2021 com a cabeça erguida. É um ritual de passagem de ano, o momento de ser honesta comigo mesma, afinal, o que eu quero mudar em mim? Para onde quero ir? Quais são as pessoas que quero do meu lado?

Tudo o que faço sempre foi, e sempre será para que eu não tenha uma vida com tantos arrependimentos.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Alcançando grandes mudanças com mini-hábitos

Amanhã já iniciamos o mês de abril. Inacreditável como o tempo passa rápido, não?

E quando penso nisso, a frase que vem na minha cabeça é: “Como estão indo as metas do ano?”

Dar entrada no mês de abril significa que 25% do ano de 2019 já se foi.

Será que já conseguimos alcançar 25% das nossas promessas que fizemos no início de ano?

As minhas metas estão indo bem, alguns mais, outros menos. Em outro post vou falar sobre esse assunto especificamente, mas uma das minhas metas deste ano era emagrecer, e até o momento, já emagreci 9 quilos. Falta 1 quilo para finalizar a meta.

Estou a passos curtos executando as tarefas, vendo e revendo os meus hábitos, ajustando os meus objetivos para que as metas  (sim, são mais de uma) se tornem alcançáveis.

E pensando nisso, gostaria de indicar um livro que eu li há alguns anos e que gostei bastante:

Mini-Hábitos: hábitos menores, maiores resultados, do Stephen Guise.

mini habitos

A ideia central do livro é bem interessante. Ele ilustra com o exemplo da prática de um exercício físico. Como o autor não conseguia praticar exercícios com regularidade, decidiu que iria fazer 1 flexão por dia. Fazer 1 flexão por dia era tão simples, e tão ridículo se não o fizesse, que ficava diariamente na posição para fazer a tal da flexão. Uma vez na posição, não tinha motivos para fazer apenas 1 flexão, e acabava fazendo mais uma vez, e mais uma, e mais uma. E assim, as coisas foram evoluindo dia após dia para ele.

Outro exemplo que ele dá é para as pessoas que não conseguem ler um livro. Seguindo o método do livro, pode-se criar o hábito de ler 1 página por dia. Se achar muito, poderia ser 1 parágrafo. Pode ser que você acabe lendo muito mais que 1 parágrafo por dia, mas a sensação de tarefa cumprida é indescritível.

Um dos motivos de eu ter facilidade para cumprir as metas, é justamente porque parcelo as minhas metas em tarefas minúsculas, tão pequenas que acabam tornando fáceis para serem executadas. E esse livro vai de encontro com o que eu tenho feito diariamente. Espero que gostem da leitura.

Até semana que vem.

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

FOCO: a diferença entre você e todas as outras pessoas

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Eu gosto muito desta palavra: foco.

Tenho pensado muito, se quando digo que eu vou alcançar a minha independência financeira, o que me separa com o restante das pessoas não seria justamente o foco.

Foco é a diferença entre a pessoa que traça um plano para alcançar os objetivos, com o restante das pessoas.

Pessoas dizem estar preocupadas com a aposentadoria, com o plano da previdência, com o aumento do desemprego, com a inflação, mas poucas pessoas fazem algo a respeito, além de reclamar.

É fácil reclamar e culpar os outros, pois assim, não há a necessidade da mudança, enfim, os outros que mudem. Difícil mesmo é mudar as próprias atitudes para tentar escapar de uma determinada situação.

Faça uma análise das pessoas que estão à sua volta. Geralmente, costumam receber salários similares ao nossos: alguns ganham um pouco mais, outros ganham um pouco menos.

Quanto receberam no ano passado, somando todo o salário do ano? Talvez 20 mil? Talvez 50 mil? 100 mil reais? E desse dinheiro recebido, quanto foi poupado? A maioria responderá que não guardou nada.

Quando digo que meu estilo de vida não foi baseado em apenas 1 escolha, mas em milhões de escolhas é isso: eu escolhi colocar minhas filhas na creche municipal. Eu escolhi viver de forma frugal e minimalista. Eu escolhi o lugar onde moro atualmente (que é um bairro muito bom). Eu escolhi estudar todas as noites depois de colocar as minhas filhas para dormir.

São essas escolhas que criaram o meu estilo de vida atual. São esses conjuntos de escolhas que ainda me permite poupar e investir todos os meses. Se é fácil? É claro que não.

Enquanto há pessoas se divertindo no bar, há pessoas estudando.

Enquanto pessoas estão ativas nas redes sociais olhando a vida dos outros, há pessoas focadas na própria vida.

Enquanto há pessoas criticando as iniciativas dos outros, há pessoas que sabem onde quer chegar e acredita ser possível.

E quando todo mundo estiver desiludido, haverá pessoas descansando na sombra de uma árvore, colhendo o que plantou, vivendo a vida que sempre sonhou.

Tinha uma época que eu ficava frustrada, porque apesar de tentar explicar para as pessoas sobre a possibilidade de aprender a investir bem o dinheiro, a maioria não acreditavam em mim (e continuam não acreditando). Até que uma amiga falou que não são as pessoas que não acreditam em mim. São elas que não acreditam nelas mesmas.

Depois que compreendi e assimilei isso, passei a focar ainda mais na minha meta, nos meus objetivos, na minha família, nos meus estudos.

Percebi que essa era a nossa diferença: eu acredito na liberdade. Eu acredito ser possível ser livre. A maioria não.

Se você pensa que pode ou pensa que não pode, de qualquer forma você está certo. ~ Henry Ford ~

~ Yuka ~