Aqui em casa, desde que as crianças nasceram, eu criei o que chamo de Método Compasso na hora de viajar.
Antes de engravidar, eu e o marido fizemos diversas viagens nacionais e internacionais, mas depois que a minha primeira filha nasceu, eu estava exausta, e só queria descansar.
Logo depois, minha segunda filha nasceu, o cansaço físico e as noites mal dormidas continuaram.
Eu até queria viajar, mas não queria pegar longas estradas, viajar de avião, não queria conhecer cidades novas, só queria me hospedar em um hotel com uma boa cama e um bom chuveiro para descansar. Procurei um hotel relativamente pequeno, perto de São Paulo, que tinha uma piscina aquecida bem gostosa e percebi como aquela viagem havia feito bem para mim, e também para as minhas filhas. Elas eram pequena, então não precisavam de um lugar grande. Um hotel com um jardim bem cuidado e um pequeno playground foi mais do que suficiente.
Tem até um post que eu escrevi sobre esse tipo de hotel aqui.
Foi bem nesse período que eu comecei a avaliar que não compensava levar as minhas filhas, ainda bebês, em resorts (com piscinas gigantes, animadores infantis, passeio a cavalo, arvorismo etc), já que elas não tinham idade para aproveitar ao máximo o que era (muito bem) cobrado pelos hotéis.
Para explicar para o marido qual critério eu achava bacana para viajar com as crianças, eu usei a palavra “compasso”, e esse termo acabou pegando. Ou seja, conforme as crianças fossem crescendo, a perna do compasso que abrange regiões no mapa também aumentaria.
Enquanto as meninas eram pequenas, de 0 a 4 anos, viajamos para locais bem perto de São Paulo:

Conforme elas foram crescendo (atualmente estão com 6 e 8 anos), aumentamos também o raio das cidades que visitamos, como se utilizássemos mentalmente, um compasso.

Ano que vem, irei ampliar ainda mais o raio, adicionando regiões como Nordeste e Sul.
Quando elas estiverem com 9 a 12 anos, acredito que já estaremos viajando por todo o Brasil, incluindo alguns países da América Latina:

Quando elas tiverem de 12 a 14 anos, pode ser que inclua a América do Norte.

E depois Europa, Ásia, etc.
Para mim, fazer isso, é utilizar o conceito máximo de aproveitar muito bem o que é ofertado.
Lembra quando eu falei há muitos anos que eu tenho um fogão de 4 bocas, porque não sei pilotar 6 panelas simultaneamente? Ou seja, comprar um fogão de 6 bocas, era jogar dinheiro fora, porque 2 bocas não seriam utilizadas. Outro exemplo, pra que comprar um tênis de corrida com super tecnologia de amortecimento envolvida, se mal corre atrás de um ônibus? É jogar dinheiro fora, é aproveitar mal o dinheiro. Estou utilizando a mesma regra, só que aplicando em viagens.
Pra mim, não faz o menor sentido pagar resorts caríssimos com diversos tipos de entretenimento, se elas mal andavam, mal se socializavam com outras crianças. Era uma época em que eu mal sentia o sabor da comida, já que comia rapidinho para trocar de posto com o marido no cuidado de 2 bebês que ainda usavam fraldas, isso quando uma não começava a chorar para mamar bem na hora que eu ia dar a primeira garfada. Não valia a pena pagar caro por um restaurantes gourmet.
Assim, né? Quem tem dinheiro, faz o que quer. Mas quem tinha um objetivo bem delimitado com orçamento contado que nem eu, tinha que administrar bem o dinheiro para conseguir realizar todos os sonhos.
Claro que não pretendo usar essa regra a ferro e a fogo. Por exemplo, meu marido tem o sonho de participar do Tour de France, na categoria amador. Para ele participar desse torneio, não pode estar muito velho, já que precisa ter condicionamento físico para pedalar muito. Neste caso, não usarei a regra do compasso, e sim, a regra do livro Die With Zero, onde o autor explica que não podemos perder a oportunidade de fazer determinadas coisas em determinadas idades.
~ Yuka ~
Acho bastante útil quem tem filhos, viajar com os mesmos para localidades diferentes de onde moram entre a infância e adolescência.
A partir da uns 8, 9 anos, já dá pras crianças entenderem bem seu entorno e a partir da adolescência, se aprofundarem ainda mais em história e no entendimento de realidades diferentes das suas. Isso é muito bom pra formação dessas pessoas, pensando inclusive na vida adulta dessas crianças.
Nasci na grande SP onde morei até os 21 anos. Viajei muito durante minha infância e adolescência pelo fato dos meus pais serem de outros Estados e ter família grande e espalhada.
Em grande parte, graças a isso passei por 8 Estados e pelo DF, numa é poca em que viajar não estava tão na “moda” como hoje, já que não haviam influenciadores digitais.
Isso é muito importante para termos uma visão mais ampla do mundo e não ficarmos numa bolha cheia de achismos sobre tudo.
Isso sendo “povão”. Viajávamos de carro ou ônibus.
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Oi Anon, também penso dessa forma, quando as crianças começam a entender um pouco sobre geografia, acho legal viajar para outros lugares um pouco mais distante, porque já vai tendo uma noção sobre a história do local. Eu gosto muito do Brasil, e gostaria muito que minhas filhas conhecessem primeiro os diversos estados do Brasil, antes de viajar para o exterior, porque aqui, temos lugares lindíssimos. Sobre “povão”, estamos juntos então, já fui de São Paulo até Belém do Pará de ônibus rsrs. Beijos.
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Já chegastes, viestes à Beagá?
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Ainda não Estevam, acredito que daqui a 1 ou 2 anos, o compasso já irá abranger BH também rs. Beijos.
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Vais gostar uai!
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Você sempre com boas “sacadas” para facilitar a vida e sem deixar de ser uma idéia minimalista, não?
E concordo com você, moro a 1h30 da praia, sempre valeu muito a pena pegar uma pousada pé na areia só pra não ter o trabalho de se preocupar com o café da manhã ou a arrumação da casa, um descanso com certeza
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Oi Gláucia, tudo bem? É uma delícia viajar por perto só pra descansar né? Eu adoro também. De 2 anos pra cá, tenho pegado uns hotéis melhores, com estrutura, para as crianças poderem brincar mais, mas se fosse uma viagem só minha e do marido, com certeza voltaria naquele hotel que indiquei, pequena, confortável, com comida deliciosa rsrs. Beijos.
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Um poço de bom senso, como sempre 🙂
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Hohoho, bondade sua FT!
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oi Yuka, boa tarde
Quando eu estava grávida, eu lia aqueles blogs de gente que viajava com 2 crianças de menos de 3 anos para locais inimagináveis e pensava que ia fazer igual. Aliás, ficar sem fazer viagens legais foi uma coisa que me fez muita falta nos primeiros anos da minha filha. Isso que a gente até viajou, mas um tipo de viagem que não é o que eu gosto. Ou até gosto, para ficar 2 dias, não uma semana. Mas eu sempre estava tão exausta, que ter uma piscina, recreação e não ter que me preocupar com a comida era o máximo. Então, na época, foi o que deu para fazer.
Agora a minha filha está com 12 anos e já fizemos uma viagem legal, com passeios variados que ela ajudou, inclusive, a planejar. É outra vida. Ainda não é o mesmo ritmo de antes, que saíamos as 8h da manhã para voltar às 8h da noite, mas também porque é mais complicado conciliar 3 pessoas para se arrumar de manhã então nunca conseguimos sair muito cedo.
Sobre o teu método, eu diria que não é nem tanto a distância, porque com criança às vezes 1h30 de carro equivale a uma viagem de avião de 1h30 – onde eu moro, para quase qualquer lugar do Brasil tem, no mínimo 1h30 de avião até SP ou RJ e depois mais um voo. Acho que a distância é mais complicada até os 6,7 anos, depois, no meu caso, ficou tudo mais fácil. Quando a minha filha tinha 5 fomos para Portugal e o voo em si foi bem tranquilo. Os passeios é que não deram muito certo, porque os interesses dela eram pracinha e os nosso era museu.
Um abraço,
Daniela
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Oi Dani, acho o povo que viaja com crianças bebês para o exterior, bem corajoso. E aquelas famílias que colocam cadeirinha nas costas e vai subindo montanha? Não é para qualquer um, eu já mal aguento carregar meu próprio peso, imagina tendo mais 1 ou 2 bebês nas costas? É admirável, mas sempre entendi que não era pra mim rsrs. “Acho que a distância é mais complicada até os 6,7 anos, depois, no meu caso, ficou tudo mais fácil.”, sim, também tenho percebido isso, principalmente no quesito banheiro, antes era um sufoco, sempre achava que elas iriam fazer na roupa kkk. Beijos.
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Vc leu minha mente. Eu estou super exausta pq tenho uma filha de 9 meses e uma criança de 3. Nem tenho vontade de viajar. Mas meu marido faz muita questão. Eu sou flexível, já viajamos para lugares próximos para ver minha sogra e ir em clubes. Mas no final do ano ele quer viajar o dia todo de carro para chegar em lugares que não são pra faixa etaria delas e com grande probabilidade de chover
Não sei o que fazer. Ele está bem relutante
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Oi Anon, olha, sei bem essa fase em que você está passando. É uma fase inferninho, você tem basicamente 2 bebês, sendo que a de 9 meses é totalmente dependente de você até para tomar água. Não sei se você já consegue dormir bem, mas eu, nessa fase, não conseguia dormir não. O ideal era que seu marido entendesse essa situação delicada, que não é permanente, e sim, uma fase temporária. Mas se a viagem for inevitável, bem que você podia ir dirigindo, assim, ele que cuidaria das crianças dentro do carro. E também deixaria as obrigações bem divididas, por exemplo, permitir que você “suma” por umas 3 horas por dia para fazer uma caminhada, deitar na rede, ler um livro, ir numa cafeteria sozinha. Eu fazia isso com meu marido, mas não era 3 horas, era tipo de 1 a 2 horas. Eu falava “você toma conta das crianças? vou dar uma volta.” rsrsrs. Na hora de comer, mesma coisa, diga para o seu marido comer antes enquanto você fica com as crianças, para depois você conseguir comer devagar. Talvez ajude a amenizar um pouco essa sobrecarga. Beijos.
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Oi Yuka, tudo bem? Última vez que comentei aqui minha filha tinha alguns meses de vida. Agora está com 2 anos. Essa lógica do compasso faz bastante sentidos para nós. Nesse feriado, resolvemos vir para um hotel em Paulínia, interior de SP, com piscina e um jardim arrumado. Assim, conseguimos variar um pouco da rotina, e fazer passeios na região, que tem Holambra com vários atrativos e o JD botânico de Nova Odessa. Outra coisa que deu bastante certo para nossa configuração atual de família com bebê é alugar casas confortáveis no Airbnb. É uma delícia também . Já nos hospedamos em casas com jardim e bastante espaço, pra a bebê se esbaldar, em cidades do litoral, como Bertioga, Ubatuba, Paraty e em Cunha. Recomendo também. Agora, viajar para o exterior também parece muito esforço por enquanto. Não estou preparada e prefiro deixar para mais para frente. Até porque não terei férias até pelo menos o ano que vem vem…
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Oi Larissa, nossa, como o tempo passou rápido, sua filha já está com 2 anos!!!! Sim, pra gente essa forma de viajar deu e está dando muito certo, e conforme as crianças crescem, vai ficando mais gostoso, porque elas aproveitam melhor e interage mais com a gente também.
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