Desacelerar o tempo: viver com menos pressa

desacelerar

Estou no processo de tentar desacelerar o meu tempo.

Há alguns anos, mais especificamente depois que comecei a morar em São Paulo, isso piorou demais.

Pessoas estressadas, trânsito infernal, ficamos brigando por espaço na rua, dentro do metrô, no aperto do ônibus, na fila do mercado, nas lojas, nos corredores dos shoppings.

Outro dia uma amiga que mora em São Paulo falou que há 1 ano não visito a casa dela. Um ano? Até eu me assustei. E olha que moramos na mesma cidade. Desde quando estou tão sem tempo? Quando percebi, estava até sem tempo para visitar minha vó, sem tempo para assistir um filme em casa no meio da semana, sem tempo para ficar à toa.

Pra tentar fazer tudo, cada vez mais durmo tarde, cada vez mais acordo cansada.

Onde será que meu tempo está indo embora? Será que é na frente da televisão? Ou na internet? Será que perco muito tempo limpando a casa ou cozinhando? Será que é falta de foco, de fazer tudo ao mesmo tempo e não fazer nada ao mesmo tempo? Eu não sei.

Eu e meu marido combinamos o seguinte: ele vai tentar voltar todo dia no mesmo horário (porque o trabalho dele não tem horário fixo), pra gente conseguir criar uma rotina. Assim que a gente conseguir criar uma rotina, tentaremos identificar aonde gastamos mais tempo. Eu quero que sobre mais tempo pra gente conversar, passear, divertir, namorar.

Engraçado a teoria de que para ganhar tempo, precisamos perder tempo. O post do Paulo Campos mostra essa relação.

A pergunta que fica no ar é: Por que temos tanta pressa? Pra chegarmos aonde? Como se faz o tempo desacelerar? Como voltar a ser mais intensa, mais presente?

Sei que o primeiro passo é abraçar menos tarefas. Diminuir a quantidade de obrigações e deixar as coisas rolarem. E caminhar devagar.

~ Yuka ~

4 Comments on “Desacelerar o tempo: viver com menos pressa”

  1. Pingback: Me fizeram refletir: – Meu Aqui e Agora

  2. Yuka,

    Me identifiquei muito com o seu post.
    Escrevo muito sobre tempo no meu blog, se quiser ver: Tempo – Simplicidade e Harmonia

    Acredito que o excesso de coisas a fazer é que atrapalha tudo. É muita demanda para pouco tempo!
    Mesmo vivendo em grandes cidades, as gerações que hoje estão na casa dos 80 anos ou mais conseguia ter uma vida mais tranquila, mas a situação piorou tanto, que pessoas de 70, 75 anos muitas vezes têm tantas atividades quanto os mais jovens, mesmo que seja em casa, cuidar dos netos, etc.
    Há algumas décadas, pessoas de 60 anos conseguiam uma vida mais tranquila que somente as de 80 de hoje conseguem.

    Fico me perguntando: o que deu errado?

    A questão das prioridades é válida, mas acho que vivemos em uma época com muitas demandas e também muitas distrações. Nos distanciamos demais do essencial, pois a ilusão do consumo de uma forma ou de outra nos afeta.

    Consumimos demais, mas ao mesmo tempo somos consumidos pelo excesso de conectividade, de interação e até de objetivos – que muitas vezes não são realmente nossos, mas frutos do meio. Por isso, acredito que o autoconhecimento é muito importante. Acredito que não vai dar para ter mais tempo livre como as pessoas de 80 anos, mas dá para melhorar um pouco essa questão. É o que penso.

    Boa semana,
    Simplicidade e Harmonia

    Curtido por 1 pessoa

  3. Yuka,

    Me identifiquei muito com o seu post.

    Acredito que o excesso de coisas a fazer é que atrapalha tudo. É muita demanda para pouco tempo!
    Mesmo vivendo em grandes cidades, as gerações que hoje estão na casa dos 80 anos ou mais conseguia ter uma vida mais tranquila, mas a situação piorou tanto, que pessoas de 70, 75 anos muitas vezes têm tantas atividades quanto os mais jovens, mesmo que seja em casa, cuidar dos netos, etc.
    Há algumas décadas, pessoas de 60 anos conseguiam uma vida mais tranquila que somente as de 80 de hoje conseguem.

    Fico me perguntando: o que deu errado?

    A questão das prioridades é válida, mas acho que vivemos em uma época com muitas demandas e também muitas distrações. Nos distanciamos demais do essencial, pois a ilusão do consumo de uma forma ou de outra nos afeta.

    Consumimos demais, mas ao mesmo tempo somos consumidos pelo excesso de conectividade, de interação e até de objetivos – que muitas vezes não são realmente nossos, mas frutos do meio. Por isso, acredito que o autoconhecimento é muito importante. Acredito que não vai dar para ter mais tempo livre como as pessoas de 80 anos, mas dá para melhorar um pouco essa questão. É o que penso.

    Boa semana,

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    • Oi Rosana, a conclusão que estou chegando é que fazemos tudo o que não é prioridade se tornar prioritário: assistir televisão, atualizar as redes sociais, aproveitar que estamos na internet para bisbilhotar a vida alheia no Instagram, ler os sites de fofoca, acompanhar as tragédias do mundo inteiro. Depois estamos ocupados demais tirando fotos sorrindo e felizes para mostrar ao mundo todo como estamos lindas e felizes (nem que seja só a aparência). Uma ida ao supermercado parece uma compra no shopping, são tantas opções para escolher, são centenas de pão: pão integral, pão de forma, pão australiano, pão de hot-dog, pão de hamburguer, pão de padaria, etc… nisso, vamos perdendo os preciosos minutos, preciosas horas, dias… Reduzir é a palavra de ordem para desacelerar o tempo. Hoje eu entendi que é assim que a gente desacelera o tempo. Beijos.

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