Auto-Conhecimento

Cultivar a consciência

Quando eu estava grávida, fiquei impressionada com a quantidade de mulheres que também estavam grávidas. Era no trabalho, na rua, no metrô, uma coisa bem maluca.

Quando minha filha nasceu, foi a vez de ver só famílias andando com carrinhos de bebê. Até pensei…. hum, nada anormal, afinal, todas aquelas mulheres grávidas também tiveram seus filhos. Mas mesmo assim, ainda era incrível a quantidade de bebês de colo que eu avistava.

Quando comprei meu carro, vocês já devem imaginar… eu só via o modelo e a cor do meu carro circulando pela cidade toda.

Todos esses exemplos que citei, são coisas que sempre estiveram à minha volta, mas passavam despercebidos por mim. A partir do momento que comecei a prestar atenção, devido à fase de vida que me encontrava, elas se destacaram, sobressaíram.

O nosso cérebro funciona desta forma para tudo.

A nossa mente alterna entre o divagar e o concentrar. Quando nossa mente está divagando, ela não está concentrada. Da mesma forma, quando a nossa mente está concentrada, ela não está divagando. Isso significa que não conseguimos concentrar e divagar ao mesmo tempo. Ou estamos concentrados, ou estamos divagando.

Todo o tempo que divagamos, é quando estamos vivendo no piloto automático.

Esses dias fechei a porta do meu apartamento, girei a chave, e fui para o trabalho. Quando meu marido foi sair de casa, viu a porta quase encostada no batente, mas aberta. Detalhe que a lingueta da fechadura estava para fora, o que comprova que eu girei a chave, com a porta aberta. Ficou claro que eu estava no piloto automático.

Quando estamos no piloto automático, não temos consciência. Por isso, muitas das atividades requer atenção dupla… será que desligamos o forno? Trancamos a porta do carro? Onde deixamos o carro estacionado?

Eu sempre tive muito medo de entrar no piloto automático em momentos indevidos. Sempre que saio com as minhas filhas, coloco na minha cabeça que estou saindo com 2 crianças. Quando mudo a rotina, deixo alarme no celular para não correr o risco de esquecer algo importante.

Faço tudo isso, porque estar consciente nos tempos atuais, é um desafio, principalmente, porque o celular faz de tudo para tirar a nossa atenção. Quantas pessoas você conhece que enquanto conversa com você, desvia o olhar para o celular toda vez que ele vibra? O pior não é o celular vibrar, mas a quantidade de vezes que a pessoa olha para o celular toda vez que vibra, enquanto conversa com você. É desconcertante.

É alarmante a quantidade de pessoas que estão no piloto automático em momentos que deveriam estar conscientes.

Conversando com os amigos e olhando para o celular.

Trabalhando e olhando para o celular a cada 10 minutos.

As crianças brincando no parque, enquanto todos os pais olham para o celular.

Atravessando a rua olhando o celular.

Andando de bicicleta e olhando o celular.

Dirigindo e olhando o celular.

Cada vez mais, reforço o discurso de que estamos caminhando para um lugar da qual ainda não temos ideia do tamanho do prejuízo que tudo isso está causando na nossa vida.

O que tenho tentado fazer nestes últimos meses é, aos poucos, recuperar a consciência de pequenas coisas cotidianas.

Quando estou escovando os dentes, estou escovando os dentes.

Quando estou tomando banho, só penso no banho, na temperatura da água, na sensação boa que ele me traz.

Quando estou fazendo anotações na minha agenda, concentro todas a minha atenção neste ato.

E assim, de atividade em atividade, procuro os campos vazios (divagações) e tento preencher com o presente (estado de consciência).

~ Yuka ~

Auto-Conhecimento

Aprendizados da vida

Fiquei pensando esses dias sobre como alguns temas trouxeram grandes ensinamentos para o meu crescimento pessoal.

Pensando nisso, listei alguns tópicos que foram relevantes para o meu desenvolvimento:

Violência doméstica
  • De que o dia de amanhã sempre poderá ser melhor do que o dia de ontem
  • Me ensinou a olhar para a frente, a não ficar lamentando pelo que passou
  • Me ensinou a nunca maltratar e a humilhar os outros
  • De que o mais importante é a beleza interior
  • Me ensinou a ter compaixão e estar ao lado das minorias sociais
  • De que amigos são irmãos de alma, um muro protetor
Minimalismo
  • Me ensinou a ser feliz com menos posses
  • Me ensinou a fazer escolhas melhores
  • Passei a ter menos obrigações
  • A evitar comparações
  • A ter mais consciência
  • Ter mais dinheiro
FIRE
  • Me ensinou a definir prioridade e foco
  • A importância de ter metas
  • A importância de agir no momento certo
  • Entender que a vida pode ser dividida em fases (fase de economizar, fase de usufruir etc)
  • De que a união faz a força (eu e o marido)
  • Tirou o meu complexo de burrice
  • Alcancei a tranquilidade financeira
Filhos
  • Tem me ensinado a ser mais paciente
  • Que nem sempre as coisas saem do meu jeito
  • Me ensinando a ter humildade, a reconhecer as próprias falhas
  • De como o tempo passa rápido e que temos que aproveitar melhor o dia de hoje
Crises de ansiedade
  • Ensinou a importância de pedir ajuda
  • Reconhecer que não sou capaz de tudo
  • Que posso fazer as coisas mais devagar
  • De que escolher o parceiro certo pode definir como será a recuperação da saúde mental
  • As vantagens de voltar ao analógico: sair mais com os amigos, estar mais presente, desacelerar
  • Aproveitar a nova fase Coast FIRE
  • Aprendendo sobre atenção plena

No ano passado, logo depois de me recuperar de uma crise de pânico, eu lembro de ter prometido para mim mesma que eu iria sair daquela situação melhor do que quando entrei, e que iria transformar essa crise em uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida.

Desde então, tenho levado essa promessa ao pé da letra.

Se antes eu estudava até dizer chega sobre finanças, investimentos e FIRE, hoje, considero que já sei o suficiente. Agora meu foco está em retomar algumas áreas da minha vida.

Luiz Albert Hanns, psicólogo, psicanalista e pesquisador, diz que não devemos nos culpar por não termos uma vida equilibrada. Que o mais comum é aprendermos um pouco mais sobre nós mesmos para saber o que podemos abrir mão em determinados períodos da vida, o que cada ciclo de vida está nos pedindo (há períodos em que temos que caprichar mais na área profissional, ou períodos em que precisamos dar mais atenção aos filhos, ao cônjuge etc).

Houve momentos em que a prioridade eram as minhas filhas.

Houve momentos em que a prioridade era juntar dinheiro e estudar sobre investimentos para acelerar a independência financeira, pois sabia que quanto mais cedo fizesse isso, mais fácil me beneficiaria dos juros compostos.

Agora estou entrando em uma fase de querer estar presente, de aproveitar o momento.

Tenho lido diversos conteúdos sobre viver o presente, inclusive iniciei um curso gratuito e online na Universidade de Yale sobre ciência da felicidade, chamado de “The Science of Well-Being”. Este curso promete reunir o que a ciência diz sobre felicidade e nos ensinar a transformar essas informações em ações cotidianas.

Vejo tudo isso como o início de uma temporada de novos estudos.

~ Yuka ~