Auto-Conhecimento

O que é ser “bom aluno”, “bom filho” para você?

escola-prisa%cc%83o

Durante muitos anos eu era uma pessoa insegura, com muito medo de dar opiniões, pois acreditava piamente de que eu era burra (e feia), por influência da minha irmã mais velha.

Também não questionava os professores, pois foi assim que eu aprendi na escola: os professores falam, os alunos ouvem e obedecem.

O tempo passou, passei num concurso público muito disputado há mais de 10 anos, mas a insegurança continuava lá no fundo.

Foi meu marido que me mostrou que há vários tipos de inteligência. E que eu só não me encaixava no sistema educacional tradicional da escola.

A minha inteligência, não era aquela que dá nota 10 na prova. Eu tinha dificuldades em decorar e interpretar textos, consequentemente, nunca tive notas altas.

A minha inteligência, é a intrapessoal (inteligência relacionada ao autoconhecimento e ao equilíbrio interior, inclusive quando a pessoa se encontra em situações difíceis. O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela é um de seus melhores exemplos – fonte), conhecimento esse que tem sido muito útil na minha vida pessoal e profissional.

Tenho muita facilidade de planejar e prever algumas coisas com antecedência. Tanto que meu marido brinca que eu tenho visão além do alcance e que meu lema deveria ser: “espada justiceira, dê me a visão além do alcance”, do Thundercats.

Queria também deixar claro que não sou contra o ensino. Acredito que a educação é a base de uma sociedade madura, vide países que investiram pesado na educação. Eu sou a favor do ensino e da educação, mas não acredito que a educação dos moldes atuais seja um método adequado.

A educação tradicional quer colocar todo mundo na mesma forma. A escola ensina a não questionar, a obedecer, a aceitar, a decorar. Não incentiva a criar, a discutir, a questionar.

Aprendemos a repetir o que os outros falam sem refletir o que estamos falando. A televisão, a mídia, as indústrias e o governo fala que tal coisa vai ser bom para a sociedade (mesmo isso sendo péssimo), e todos repetem que isso vai ser bom, e assim vamos sustentando o sistema, pessoas que protegem com unhas e dentes a dependência do sistema de contas. E não percebemos como somos manipulados diariamente.

Todos nascemos originais e morremos cópias. – Carlos Jung

Onde eu quero chegar com tudo isso, é: quando você for dar bronca no seu filho, talvez ele também só não se encaixe no sistema de ensino atual. Ao invés de avaliar somente as notas altas, devemos aprender a valorizar os outros tipos de inteligência.

Somos mais de 7 bilhões de pessoas no mundo. Cada pessoa com uma habilidade e inteligência diferente da nossa. Cabe a nós, pais, ter a humildade de respeitar as diferenças individuais.

Quem tiver interesse, tem um texto bem bacana sobre os 7 pecados do nosso sistema de educação forçada.

~ Yuka ~

 

15 comentários em “O que é ser “bom aluno”, “bom filho” para você?

  1. Olá, Yuka! Parabéns pelo texto.
    Eu me identifiquei muito com o que escreveu, pois também fui criada nos mesmos moldes educacionais. Sou insegura até hoje, tanto que mesmo estando certa apresento uma argumentação vacilante… total falta de confiança em mim mesma. Hoje sou professora e dou bastante abertura para que os alunos opinem e discutam ideias, afinal não quero ser uma tirana que põe medo em todos. Minhas classes não são as mais quietas e até enfrento desrespeito algumas vezes, mas não consigo restringir a liberdade individual de cada um. Não sei se estou no caminho certo ou se realmente tenho absoluto êxito, mas o fato é que não quero formar cidadãos passivos.

    Curtido por 1 pessoa

    1. Oi Silvia, eu acho que você está no caminho certo sim em dar voz aos seus alunos. Pode ser que hoje, as pessoas ainda não entendam o real motivo de você dar esse espaço aos alunos, mas quando eles crescerem, eles vão valorizar esse respeito individual que você deu a eles. Meu marido sempre foi muito questionador desde criança (o oposto de mim), e ele lembra até hoje das professoras que incentivavam esse lado dele. Um beijo.

      Curtir

  2. Tb me pego analisando sobre isso. Eu, apesar de me sentir bastante insegura quando criança e adolescente, ate que tinha facilidade e sempre tirava boas notas. Mas nunca fui sempre de nota 10, mas achava q tinha q ser. Mas ao mesmo tempo eu nao estava a fim de ficar decorando endecorando so por causa de nota kkkk. Nunca vi sentido niddo. Resumo, estava sempre frustrada e ate me achava preguiçosa! Que engano! Gracas a Deus meus pais nunca foram de ficar cobrando notas altas, e hj vejo o quanto isso foi importante para minha libertacao do sistema! As peças vao se encaixando e tb esperompoderir montando pra que quando meu filho esteja nessa fase eu saiba ajuda lo. Por sinal, estou tendo a chance de fazer esse comentario imenso pq hj ele foi para o primeiro dia de aula, ai meu Deus, 2 anos e 8 meses. Ele ficou chorando e eu aqui de prontidao caso eu tenha que pega- lo antes! Vamo qye vamo! Nao comentomsempre mas leio tudo! Rsrsrs bjsssss e obrigada por compartilhar suas experiências e percepções!

    Curtido por 1 pessoa

    1. Oi Debora, eu entendo o primeiro dia de aula rsrs. Ficava rodeando a creche pra ver se eles iriam me ligar, não sabia nem o que fazer. Olha, você que tem um filho pequeno também, pode ser que você seja chamada pela coordenadora da escola por seu filho não ser “quieto”, “obediente”, “querer colo”, enfim. No início, eu ouvia e pedia desculpas, mas hoje, eu ouço com muita atenção, mas o que eu não concordo, eu digo que não concordo. Eu não acho que minha filha é contestadora, ela tem opinião própria. Eu não acho que seja anormal ela quer colo a toda hora, poxa ela nem tem 2 anos, quem não iria querer colo? O que eu quero dizer é não abaixe a cabeça para tudo o que vão dizer do seu filho, porque tem muitos discursos por aí que são só repetições, e não o que de fato acontece com o seu filho. Um grande beijo!

      Curtir

  3. Excelente texto! Concordo plenamente!!!
    Não é de se estranhar que muitos países estão a adotar o homeschooling… Será que aqui no Brasil daria para fazer? O que você pensa sobre isso?
    Grande abraço!

    Curtir

    1. Oi Yasmin, eu já cheguei a pensar em não colocar minha filha na escola sim. Até conversei de uma forma bem superficial com o meu marido, mas depois desisti porque eu não sei qual futuro ela vai querer escolher pra ela, se o caminho tradicional de estudar, ganhar um diploma e trabalhar na área, ou o caminho alternativo de ser empreendedora sem necessariamente precisar de um diploma para isso. Sendo bem sincera, eu não sei como funciona o homeschooling, então não conseguiria dar um palpite sobre isso. Mas realmente, no exterior a gente vê mais famílias aderindo aos estudos em casa. Um grande beijo.

      Curtir

  4. Mt verdade no texto. Me remeteu a questão da comparação dos filhos, a individualidade deve ser respeitada. Não gosto ate hoje quando minha mãe vem me comparar com outras pessoas, minhas amigas especialmente (sou filha única). Aos olhos da sociedade um determinado comportamento ou caminho na vida pode ser associado ao sucesso mas de repente não é isso que a pessoa quer para vida, neh?! Bjinhos!

    Curtir

    1. Oi Rebeca. Isso mesmo, acredito que o sucesso é muito individual. O que uma pessoa pode entender como “bem sucedida”, pode não ser o que eu acredito. Colocar todos na mesma fôrma e ditar regras iguais é meio complicado, né? Beijos.

      Curtir

  5. Meu Deus Yuka!!!! me encontrei no seu texto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! você não faz ideia!!! pela primeira vez, encontrei alguém, que tenha dito, o que eu sinto e que tenha as mesmas dificuldade e facilidades que eu….gente…. eu sou normal então!!!!!! muita gratidão!!!!! sempre me senti mal e burra por não compreender textos e decorar as coisas…parece que não entra no meu cérebro, no entanto para outras, me sinto ótima em desenvolver….meu namorado sempre diz que sou ótima e sou mais inteligente do que eu penso, mas a insegurança não me deixa desenvolver. Deixo de procurar trabalhos melhores, por medo de me expor, e me passar por ridicula, sem capacidade… muita gratidão pelo seu texto…. Ainda assim, acredito que vou procurar terapia para me livrar disso. Obrigada mais uma vez.

    Curtir

    1. Olá! Eu também achava que eu era por muitos e muitos anos. Tanto que sempre me esforcei para ser aquela pessoa simpática, legal, companheira, já que eu acreditava que eu era burra e feia (e segundo minha irmã, nenhum homem iria querer ficar comigo por conta disso). Hoje, acredito que cada pessoa tem um tipo de inteligência, que é o que nos faz tornar especial. Eu entendo muito bem essa questão da insegurança, mas seu namorado deve ter razão em relação a você, de que é inteligente, da mesma forma que meu marido também falava que eu era. No início não acreditava, achava que ele estava falando só para me agradar, mas veja bem, seu namorado é uma das pessoas que mais te conhece, ele não iria falar isso da boca para fora. Escrever nesse blog me ajudou muito a melhorar a minha auto-estima, em saber que eu não sou “a esquisita minimalista”, de que há milhares de pessoas que pensam e agem como eu. Desejo muita sorte para você!! Um beijo.

      Curtir

      1. ah mas sabe de uma coisa Yuka…..vc é tão inteligente e visionaria…aprendo mto com vc e seus textos. Sua irmã não sabia de nada…rsrs..irmãos sempre nos provocando rsrsrs…e eu tb tenho certeza que vc é linda…por dentro e por fora! bjos de Luz…Gratidão!

        Curtido por 1 pessoa

  6. Olá querida!

    Estou muito feliz pelo blog! tenho me identificado muito com as tuas palavras. Coisa boa, isso! tanta futilidade neste e nas pessoas que falam tão coisa sem sentido, sem nexo… mas ainda bem, graças a Deus! que existem pessoas, como você, que pensam fora da caixa, que não se encaixam aos padrões atuais de mundo, e do que é dito “normal”.

    Bem, há uns anos atrás, estive fazendo faculdade de Gastronomia, pelo qual não conclui, motivos pessoais: – separação! Neste ínterim, algumas vezes estive frequentando a sala da psico da faculdade, e em uma dessas conversas, eu lhe disse que não conseguia assimilar as coisas em sala de aula, e na hora da prova: nota baixa. Ela me disse que meu tipo de inteligência é visual, e que nosso ensino é engessado, que me daria bem, morando na Europa. E quantos me achei burra… quer dizer: minha cabeça é dura para entender certas coisas. Mas acredito que é pelo motivo da falta de simplicidade no falar, no transmitir aquilo que se pensa, rsrsrs.

    Mas eu fico feliz de ter caído por aqui! rsrsrs. Vamos nos falando.
    Beijos.

    Curtir

    1. É isso mesmo, eu mesma acreditei por muito tempo ser burra, hoje eu sei que quem estava errado não era eu, era o ensino, a forma como a educação é transmitida aqui no Brasil. Há diversas formas de assimilar e aprender, mas a nossa escola tradicional só ensina de uma única forma: sentar na cadeira e escutar, sem poder fazer discussões em salas de aula. Claro que há escolas maravilhosas, mas a maioria, as mais acessíveis, não são nem um pouco agregadores. Beijos.

      Curtir

Deixar mensagem para debora vasconcellos Cancelar resposta