A importância do vazio

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Outro dia uma amiga me visitou em casa e a primeira coisa que ela falou ao entrar na minha casa foi: “Nossa, você pratica a arte do desapego mesmo”. Achei engraçado o comentário. Ela olhou para a sapateira (postado aqui) e gostou da ideia de organizar os sapatos daquela forma e ainda emendou: “Que legal você guardar seus sapatos assim. O restante dos sapatos você guarda no quarto? ” E eu respondi: “Não não, todos os meus sapatos estão na sapateira. E a outra metade da sapateira é do meu marido” (postado aqui). Ela ficou espantada.

Não tenho tantos sapatos, mas tem um detalhe: uso TODOS os sapatos que tenho.

Sei que não preciso preencher todos os vazios da minha vida.

Manter espaço, mente e tempo vazios, dá a oportunidade para o NOVO entrar na vida.

Por exemplo, quando percebemos que a falta de tempo é uma realidade dos dias de hoje, a tendência natural é tentar aproveitar ao máximo cada minuto da vida. Ao tentar falar com alguém pelo telefone e acessar internet ao mesmo tempo, acabamos não fazendo nada de forma completa: nem conversamos direito com a pessoa, nem conseguimos prestar atenção no que estamos lendo. Ou seja, não fazemos nada de forma intensa.

Se sei que a minha casa é pequena e ocupo todos os espaços disponíveis com móveis, objetos para tentar aproveitar o máximo de espaço, não há lugar para o novo entrar.

Quando elimino tudo o que é não é essencial, as oportunidades passam a surgir. Passo a concentrar nas coisas que importam, porque percebo que não dá para ter tudo. Se percebo que é impossível falar com todas as pessoas que conheço, então passo a dar atenção especial às pessoas que tem importância na minha vida. Se não posso guardar todos os livros na estante, então guardo apenas aquelas que são especiais. Se não posso guardar todas as roupas, então fico somente com as peças que amo e que cai bem no meu corpo. E ainda deixo um espaço no guarda-roupa: para o novo entrar.

Me livrar da insegurança de que um dia poderei precisar do que estou me desfazendo hoje, é muito importante. Por causa desse “um dia” que pode nunca chegar, é que guardamos tralhas.

Se deixo minha mente vazia, posso ouvir novas opiniões, não ficar com opinião enraigado em relação a um determinado assunto, dando-me oportunidade para aprender coisas novas.

Quando passamos a fazer isso, a vida destrava e começa a fluir.

Flui porque você fica rodeada por energias boas: seus melhores amigos, seus móveis preferidos, seus livros, sua poltrona predileta, assiste somente a programas de televisão de que tem interesse, e passa a sobrar tempo para conhecer o novo.

~ Yuka ~

3 Comments on “A importância do vazio”

  1. Oi Yuka, post excelente! Ano passado visitei uma amiga e quando voltei para casa, achei meu apto tão vazio! E gosto que seja assim. Gosto de ter espaço sobrando no chão, nas paredes, espaço para circular. Não sinto essa necessidade que as pessoas parecem ter de preencher cada m2 com alguma coisa. E tudo bem 🙂
    Já fui dessas que preenchiam cada minuto com uma atividade ou que ligava a TV para “ouvir alguém”. Aos poucos fui desligando disso e gostando cada vez mais de fazer as coisas no meu ritmo, sem necessidade de me mostrar produtiva pra ninguém e cada vez apreciando mais o sliêncio, pois é justamente nessas horas calmas e silenciosas que consigo ME ouvir melhor 🙂
    Abraço,

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  2. Olá Yuka! Tudo bem?

    Deixa eu me apresentar: meu nome é Helaine Martins, sou repórter de uma revista que se chama Sorria, produzida aqui em SP. Ela é uma publicação social que tem parte da sua renda revertida pro GRAAC e pro Instituto Ayrton Senna.

    A matéria de capa da próxima edição será sobre tempo.

    A ideia surgiu do resultado de uma pesquisa que diz que 35% dos brasileiros se sentem escravos do tempo e até gostariam de pagar para ter uma hora a mais no dia: estariam dispostos a desembolsar, em média, 50 reais em um dia útil e até 85 reais por uma hora a mais em um dia de folga.

    Por meio da vida dos personagens, vamos abordar diferentes aspectos do tempo no mundo contemporâneo e tentar saber por que estamos tão acelerados, como é possível desacelerar e, com isso, aproveitar melhor as coisas e os valores que realmente importam.

    Um dos personagens que procuro é alguém que conseguiu aproveitar melhor o tempo, sem fazer nenhuma mudança radical. Alguém que vivia um caos cotidiano e, sem mudar de cidade nem de emprego, conseguiu ajustar a rotina, estabelecer novas prioridades, guardar um tempo para a família, para uma atividade física, um hobby, para si mesmo, tudo isso só com mais organização e pequenas mudanças no cotidiano.

    Pessoas com uma história como a sua e seu Viver sem Pressa 🙂

    Você topa conversar comigo sobre essa experiência? E se rolar mesmo a entrevista, topa fazer foto?

    Pra saber mais sobre a revista é só acessar:

    http://www.revistasorria.com.br/site/edicao/
    https://www.facebook.com/revistasorria

    Aguardo o seu retorno!

    Obrigada!

    Abs,
    Helaine

    Helaine Martins
    helaine.martins@editoramol.com.br
    11 3024-2441

    Editora MOL
    http://www.editoramol.com.br
    11 3024-2444

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