Auto-Conhecimento · Minimalismo

Desacelerar é uma escolha diária

Estou de volta! Feliz 2022 a todos, estava de férias e aproveitei para me desligar um pouco da internet. Espero que todos estejam bem. Aos poucos vou respondendo os comentários que recebi durante este período, ok?

Em agosto de 2020, compartilhei neste post que estávamos nos mudando de São Paulo para uma outra cidade em plena pandemia, com o intuito de trazer mais qualidade de vida para as nossas filhas.

Apesar de ainda gostar bastante de São Paulo, sair da metrópole nos deu uma outra visão em relação ao lazer para as crianças. Em São Paulo, costumávamos levar as crianças em parques (todos sempre lotados, diga-se de passagem), e também em shoppings quando havia atrações infantis.

Depois de 2 anos morando fora de São Paulo, compreendemos o quanto o lazer para as crianças era escasso na capital, e que o lugar delas não era dentro de um shopping ou em um parque ou pátio com chão concretado.

Quando vi minhas filhas tendo nojo de andar descalças na grama ou de mexer na terra, percebi o quanto elas haviam se adaptado ao chão de cimento.

Foi aí que eu entendi que lazer para as crianças era ter um local para elas correrem de forma livre e segura, com os pés descalços na grama, na areia ou na terra, com muitas árvores com folhas e gravetos no chão, insetos, lagos com peixes, além de playground com os tradicionais escorregador, balanço, trepa-trepa e brincar com outras crianças.

Temos levado as crianças para os diversos parques espalhados pela cidade para jogarem bola, pular corda, andar de bicicleta, jogar badminton, fazer um piquenique com direito a lanchinho, suco, frutas, deitar na toalha e ler um livro.

Hoje, elas não têm mais medo de subir em árvores, de tomar um banho de chuva de verão, de pegar gravetos e folhas do chão com pequenos insetos, até mesmo cutucar um formigueiro com gravetos com direito a levar as mordidas das formigas.

Outra coisa é que quando morava na capital, apesar de ter o costume de levá-las para os parques, tanto os pais dessas crianças, como as próprias crianças, brincavam de forma isolada. Aqui onde moro, as crianças se aproximam naturalmente. Em menos de 5 minutos, as crianças estão brincando juntas, crianças de todos os tamanhos e fico feliz em saber que minhas filhas terão além dos amigos da escola, os amigos do bairro.

No início, tomávamos o café da manhã em casa para depois irmos aos parques. Depois começamos a sair de casa carregando o café da manhã dentro de uma sacola para tomar no parque. Só que isso começou a evoluir num outro nível, porque as crianças também não queriam ir para casa almoçar. Elas queriam continuar brincando com os novos amigos, mesmo o relógio marcando 16h, eu e o marido passando mal de fome.

Foi aí que decidimos aderir à farofada.

Aqui, os pais já fazem isso, alguns chegam nos parques com cadeira de praia, chinelo no pé, isopor com bebidas e comida, já pensando em passar o dia inteiro na praça, assim como acontece nas praias.

No início, eu achava engraçado vê-los chegando todos equipados como se estivessem na praia, mas conforme fomos acostumando com a cidade, começamos a entender o motivo… as crianças brincam pra valer, e dá dó de interromper a brincadeira para almoçar em casa. Foi quando meu marido murmurou, de que bem que a gente também poderia comprar uma cadeira de praia e uma caixa de isopor.

Ele também se rendeu à farofada.

Em um mundo tão acelerado, com pessoas cada vez mais doentes, com a ansiedade tomando conta dos nossos dias (inclusive em mim), desacelerar se torna uma escolha diária.

Tudo para evitar ser engolida por esse mundo tão veloz, que não para nunca e recrimina quem não quer mais estar ocupado, quem não quer mais subir de cargo, quem não quer ter mais ascensão na carreira (e aumentar ainda mais as responsabilidades), quem não se importa em ganhar menos dinheiro, e só quer ter um pouco de paz e tempo para prestar atenção na própria respiração.

Nessas horas, eu abro minha bolsa térmica para pegar uma bebida, sentada na minha toalha de piquenique que encomendei especialmente para este fim, afundo meus pés na grama perto de onde as crianças estão brincando e brindo o ócio com o meu marido.

Viva a farofada! Que 2022 seja um ano mais leve para todos nós!

~ Yuka ~

36 comentários em “Desacelerar é uma escolha diária

    1. Oi Havane, obrigada por sentir falta do blog rsrs, como tirei férias do trabalho, resolvi tirar férias do blog também, apesar de ter ficado em casa e não ter viajado, foi muito bom esse tempo de descanso e poder acordar tarde rs. Um beijo, e feliz 2022 para você também.

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  1. Feliz 2022. E Parabéns pela escolha de ter ficado fora da internet por um tempo, isso também ajuda a desconectar de tudo e ficar mais focado em si.
    Quanto a descrição que fez de sua rotina em comparação com a anterior especialmente com relação as crianças podemos tirar alguns pontos curiosos.
    Você morava em São Paulo e mudou pelo que você já disse para uma cidade próxima de São Paulo.
    Veja quanta mudança de percepção com uma mudança relativamente pequena. Quem mora num município da Grande São Paulo como eu já morei pode ter uma vida muito parecida com a de quem vive em cidades médias ou mesmo relativamente pequenas do interior do Brasil.
    Muitas pessoas relutam em entender isso. Eu morei no Grande ABC, num bairro mediano e estava a no máximo 15 minutos de praticamente tudo o que precisava e se quisesse poderia fazer a maioria das coisas que precisava na região do meu bairro, podendo inclusive ir a pé.
    E mesmo na capital é possível viver de forma semelhante dependendo do bairro que se mora.

    Com relação a ser farofeiro ou a sociabilidade das crianças, acho que isso tem haver também com o perfil socioeconômico do local. Em regiões e bairros mais ricos, escolarizados etc, a tendência acredito eu é que as pessoas sejam mais reservadas. Nem sempre tem muito haver com a cidade e sim com o perfil que citei.

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    1. Olá Anon, confesso que no ano passado, logo que mudei de cidade, eu sentia uma saudade imensa do caos de São Paulo. Mas conforme fui me acostumando, entendi que São Paulo não está longe de mim (aliás, vou todos os dias para lá por conta do meu trabalho), e ao morar em uma cidade menor, tenho aproveitado mais o que a cidade oferece de lazer. Minhas filhas nunca puderam brincar tanto como brincam hoje, e só de ver isso, já valeu a pena todo o esforço. Um grande beijo, e feliz 2022 para você também.

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  2. Bom dia amiga linda, feliz 2022 para vcs!!! como senti falta de seus posts de domingo,kkkk , parece que estava faltando alguma coisa! concordo com vc a respeito do texto, esse ano decidi exonerar um cargo (sou funcionária pública em dois orgãos), descobri que não quero a vida corrida que tinha antes! vou cortar um salário, porém ganhar em tempo, saúde e qualidade de vida, isso não tem dinheiro que compre!

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    1. Estou na mesma situação, mas sem coragem de deixar um deles, afinal foi com muito empenho que consegui entrar nos dois concursos. Mas essa vida corrida tá me deixando cada dia mais exausta.

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      1. Querida Cintia, foi bem difícil tomar essa decisão, porém descobri que o tempo passa muito rápido e eu estava ficando doente por falta de um tempo só para mim, estou em paz com minha decisão, espero que vc pese bem, pois percebi o quanto consegui me adequar ao novo orçamento.bjssss

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      2. Oi Cintia, você está trabalhando quantas horas por semana nestes 2 trabalhos? Talvez o que você pode fazer, é estipular um prazo para ficar nestes 2 trabalhos, ou estipular um valor de patrimônio que quer alcançar, pois saberá que será por um período determinado. Um beijo!

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    2. Oi Dri, feliz 2022 para você também. Isso é algo que tenho pensado ultimamente, não para agora, talvez para daqui a uns 2 anos, de reduzir minha carga de horário. Seria muito bom ter 1 dia livre para mim. Beijos.

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  3. Como amo ler os seus posts! Tbm estou nesse caminho de viver mais! Estava em um ritmo de trabalhar mais, para gastar mais, e as faturas cada vez mais altas. Agora fazendo o caminho inverso, querendo viver mais, visitar meus pais e tenho levado muito meus filhos aos parques! Amo! Feliz 2022

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    1. Oi Rose, é impressionante como nos habituamos a gastar sem pensar, como você escreveu, com as faturas vindo cada vez mais altas. Nesse mês de janeiro, a minha fatura do cartão de crédito veio bem alta, tudo bem que comprei camas para as meninas (e todo o resto que precisei comprar junto, colchão, cobertor, lençol, fronha, protetor de colchão etc), e com isso eu decidi que em 2022, minha meta é tentar manter a fatura do cartão de crédito mais baixa. O legal é que não gastar dinheiro, não significa que as crianças não vão brincar, muito pelo contrário, vejo como elas precisam de pouco para se divertirem. Um grande beijo, e feliz 2022 para você também.

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  4. oi Yuka, bem vinda de volta!

    Achei mesmo que você estava de férias da internet também.

    Muito bom isso, de perceber que que as crianças precisam brincar com outras crianças. Cada vez mais eu penso que a nossa rotina corrida não tem espaço para isso. A gente trabalha a semana inteira, de manhã até a noite, chega no sábado tem as coisas para fazer para conseguir poder trabalhar a próxima semana – mercado, lavar roupa, limpar a casa. Não é viável a longo prazo, mas é a vida que a gente leva. Quando a gente se dá conta, as crianças estão nesse esquema também.

    Não precisa de atração nenhuma para as crianças se divertirem, um balanço, um espaço para correr e outras crianças e já é suficiente para elas. O resto é invenção nossa, que achamos sempre que temos que ter mais. Quando nós nos mudamos, há 3 anos, eu vi bem o que é isso. No prédio anterior não tinha quase criança. Nesse aqui, tem muita criança, desde pequenas até uns 12 anos, que descem sempre para brincar na área comum. Chega sábado e domingo, às vezes tem mais de 10 brincando juntas, é bem legal. Claro né, tem algumas brigas, rola uns stress às vezes, mas é um baita exercício de socialização para elas. O mais parecido que conseguimos com o brincar na rua do nosso passado. Se deixar, elas descem às 10h da manhã e voltam às 8 da noite.

    Às vezes vamos em uma praça aqui perto também, ou andar de bicicleta com um casal de amigos cuja filha é amiga da nossa filha. É impressionante como isso me faz mais bem do que me enfiar em um shopping cheio de gente. Se eu fico muito tempo em um shopping, vai me dando uma impressão que a vida é só trabalhar para comprar tudo aquilo que eles estão vendendo. Para mim, faz mal mesmo. Só tenho ido muito rapidamente quando preciso de algo, em um horário com pouca gente, para sair o mais rapidamente possível.

    Um grande abraço e um ótimo ano para você e para os demais leitores!

    Daniela

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    1. Oi Daniela, siiiim, estava de férias do trabalho, e aproveitei para tirar férias do blog também rsrs, me fez um bem danado, como é bom descansar, eu adoro. Sobre a criança não precisar de muita coisa, é justamente isso. A minha irmã por exemplo, acha que minhas filhas passam necessidade rsrsrs, porque elas usam roupas baratinhas (porque elas sujam horrores na creche, o que é ótimo, não vejo sentido nenhum de comprar uma roupa cara), elas ganham brinquedos em épocas como aniversário, dia das crianças e Natal (minha irmã quer dar brinquedo sempre e eu recuso). Pra mim, elas têm mais do que o suficiente, elas tem amor dos pais e da família, um lugar seguro para morar, muita comida saudável na geladeira, brinquedos, roupas, e muito, muito espaço para elas correrem e se divertirem. Como você bem escreveu, “o mais parecido que conseguimos com brincar na rua do nosso passado”. Um grande beijo, e feliz 2022 para você.

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  5. Que bom te ver(ler) novamente! Um 2022 mais relaxado a todos!
    Adorei acompanhar no texto a mudanças das suas meninas, agora estão tendo a infância gostosa que toda criança poderia ter…
    Por aqui a vida está na contramão, estou entrando nos estágios do curso e o tempo vai ficando mais reduzido e a sensação de pressa consome. Porém, ler um texto como esse é aquele alerta para que se o mundo não colabora, mudemos nós, nem que seja em nosso em pensamento e postura.
    Uma pergunta: como ficou a questão dos deslocamentos? Como vc voltou a trabalhar presencialmente, não ficou muito pesado o ir e vir?
    Beijos

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    1. Oi Diana, nessa pandemia, eu tive muita ansiedade (e depressão), e isso me fez muito mal. Acho que a nossa vida hoje, sempre nos leva para uma vida corrida. É como se fosse o percurso de um rio, quando nos distraímos, é sempre para esse sentido que estamos sendo levadas, para uma vida corrida. Por isso é importante a todo momento parar para remar contra a maré, é uma decisão diária que precisamos tomar. No meu trabalho, eu costumo levar meu chá com leite, é algo que minha mãe preparava para mim todos os dias de manhã quando ainda morava com ela, então é algo que me traz um bem estar danado. Também leio livros no meu horário de almoço, e quando chego em casa, eu separo um tempo para mim antes de dormir (essa parte é mais desafiadora, porque com 2 crianças, né? rsrsrs) para dar uma olhada e escrever na minha agenda, no planner, que eu adoro. Busca no Google sobre Bullet Journal, é um método de organização com desenhos, caligrafia, canetas coloridas. Eu sempre gostei dessas coisas de papelaria, mas durante muitos anos, parei de comprar. Desde o ano passado, recomecei com esse costume, e tem me feito um bem danado. Um grande beijo.

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      1. Bom domingo, Yuka!
        Eu também já tive depressão ansiosa e em mais de uma vez. Essa doença é muito difícil, mas como tudo traz ensinamentos, hoje eu tenho que cuidar mais de mim para não recair. Esses seus gestos de amor próprio são incríveis, porque amor próprio não é só ficar dizendo coisas boa a si, mas ter esse desvelo conosco.
        Obrigada pela dicas. Você é maravilhosa!

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        1. Oi Diana, eu nunca havia tido depressão, nem crises de ansiedade, então foi algo muito difícil de se lidar, principalmente por estarmos em plena pandemia (que segui à risca os protocolos). Eu tenho encarado a ansiedade (a depressão já foi embora) como se fosse uma faculdade rsrs. Converso e ouço com muita atenção a psicóloga, faço anotações das coisas mais importantes, durante a semana leio algo importante sobre o tema e tento exercitar a minha forma de pensar. Anoto meus pensamentos em um caderno para entender o tipo de raciocínio que tenho e se preciso mudar em algo. Apesar de eu ser bastante otimista, eu carrego muitos traumas da infância, e nas sessões de terapia, tento entender como isso se desenrola no meu dia-a-dia. Eu entendi por exemplo, que eu ultrapasso meus limites diversas vezes, porque apesar de não exigir dos outros, sou muito exigente comigo mesma, porque sempre fui chamada pela minha irmã mais velha de incompetente, insuficiente, incapaz. Então eu acabo fazendo muito além do que os outros fazem, mas sempre acho que faço pouco. Que loucura, não? O desafio agora é mudar a forma como lido comigo mesma, mas não vai ser fácil, já que penso dessa forma há 40 anos rsrs. Mas enfim, não vai ser fácil, mas vai valer muito a pena!!! Beijos.

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          1. Amei sua ideia de faculdade! E todo os esforço que você tem colocado em sua recuperação já tem lhe trazido benefícios, é perceptível pelo o que você transparece nos seus textos… Realmente, quando mais tempo tempo pensando de um jeito, mas difícil você mudar. Porém, quando você passar a ver os benefícios, aos poucos sua mente passará a desejar a mudança e cada vez será mais facil. Ou seja, como quase tudo na vida: o começo é o mais difícil. Depois de 11 anos de terapia (reparei nisso esses dias, quanto tempo!), basta 1 ou 2 sessões para eu resolver uma questão. Antes aquilo podia se estender por meses…

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  6. Farofada é termo meio pejorativo, mas o que vem com o significado é lazer, diversão, aproximação com a família e outras pessoas e, muito importante tb, economia kkk. Se organizar tudo direitinho, dá certo e a gnt curte um belo dia e pelo melhor motivo: levar as crianças para serem crianças. Feliz 2022 e sucesso pra todos nós.

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    1. Oi Lucia, sim, eu sempre fui da turma da farofa, já meu marido era fino kkkk. Eu lembro quando fomos viajar para o exterior, levei meu potinho com sanduíche que eu adorava (tomate seco com queijo branco e rúcula) para comer no aeroporto. Para mim, era uma coisa muito natural de se fazer, pois sempre tive esse costume. Meu marido fez uma cara de horrorizado quando eu tirei o pote da minha bolsa kkkk, mas quando viu os preços abusivos das lanchonetes e quando experimentou o meu sanduíche que modéstia à parte, estava delicioso, tirou o chapéu e disse que eu era muito esperta e inteligente hahahahaha. Um grande beijo e feliz 2022 para você também.

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  7. Feliz 2022!
    Que bom que você voltou!
    Os seus textos são essenciais para uma reflexão sobre prioridades.
    Que esse seja um ano que você e sua família façam muitas atividades que nos inspirem.

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    1. Oi Luciana, sim, tirei férias do trabalho e aproveitei pra tirar férias do blog também, para descansar um pouco, mas já estou de volta. Pena que férias dura pouco rsrs. Um grande beijo pra você!!! Feliz 2022!!!

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  8. Yuka, que bom que vc voltou, estava preocupada. Mas entendo sua necessidade de descanso. Todos nós precisamos desacelerar… seu post me trouxe alegria!

    Lendo esse post, parecia que eu estava lendo algo sobre nossa rotina. Aqui onde moro é beeeeem interior. 80 mil habitantes, temos apenas 1 McDonald’s, o shopping é minúsculo e com lojas de marcas desconhecidas. Pra comprar uma Zara/GAP, só on-line mesmo. Nem parece o Japão tecnológico com vários arranha-céus que todos ouvem falar né?

    Trabalhamos numa empresa de tecnologia muito grande na cidade, praticamente ela sozinha movimenta toda a economia da cidade. Se dependesse de nós, a princípio, nunca teríamos escolhido morar aqui, considerando o fato de já ter morado há 1 hora de Tokyo por 12 anos e amar o caos da cidade grande. Mas o trabalho nos forçou a morar nessa cidade. No começo achávamos legal poder desfrutar de praias belíssimas (o forte dessa região) e nevascas intensas. Parece até incoerente, mas aqui as estações são super bem definidas, até mais que outras cidades do Japão. Mas com filhos, passei a amar aqui. Tantos parques e brinquedotecas gratuitas. Minha mais velha ama brincar na terra, com gravetos e folhas. No Instagram meus amigos e família apelidaram ela de AgroGirl! Pq ela não quer brincar com o balanço, escorregador… mas sim com as coisas da natureza.

    Me sinto extremamente grata por poder proporcionar isso para minhas filhas. Confesso que até aprendo com ela, já que detesto sujar as mãos de terra e morro de medo de certos bichinhos, rs! Prazer, menina de apartamento!

    Quando nasceu a segunda filha, meu marido decidiu tirar a licença paternidade (muitos não tiram pq o salário cai pra 67% do normal e corre o risco de no retorno a empresa não te querer de volta). Ele achou que perdeu a evolução da nossa filha mais velha e queria fazer diferente agora com a segunda. Nesse 1 ano nos propomos a conhecer todos os parquinhos da cidade e região. Olhando as fotos e vídeos da minha galeria, vejo o quanto aproveitamos! Teve um dia que fez sol após longos dias de chuva. Fomos a um parque novo incrível. Eu e as meninas ficamos sujas de Barro brincando nas poças de água! Não me lembro a última vez que me aconteceu isso! Kkkkkkkkk Foi divertido! Depois a família toda precisou de banho e lavar roupas e sapatos!

    Outra coisa interessante é que sempre pensei que japoneses fossem fechados para amizades com estrangeiros, nunca nem tentei contato. Mas no mundo da criança, tudo é possível. Minhas filhas saíram loirinhas e cacheadas (igual o pai) e chama bastante atenção por serem diferentes. As crianças sempre se aproximam e falam do cabelo delas… e assim nasce uma amizade. Através das diferenças!
    Eu tenho praticado mais meu nihongo pq as mães sempre vem puxar assunto comigo… crianças quebram barreiras e preconceitos!

    Ultimamente tem nevado bastante por aqui, tem sido triste ficar presas dentro de casa, mas tento fazer coisas que alegram o dia. Tenho feito vários bolos caseiros, minha mais velha ama! E quando marido chega do trabalho, sempre tem um bolinho de sobremesa. A Tiemi de antes passaria no mercado e compraria algo pronto, umas bolachas… mas quero que as meninas se lembrem dessa infância com bolos e parques…

    Enfim, quis compartilhar um pouco da nossa vida, porque me senti representada nesse post. E agora ainda mais, tenho certeza que estou no caminho certo.

    Temos feito cofrinho para quando as meninas tiverem 4 e 5 anos, irmos viajar pra Disney que fica há 8 horas de carro daqui (se essa pandemia colaborar até lá né? Precisamos ajustar nossas expectativas), mas confesso que não abro mão da vida que temos aqui pra morar perto de Disney nenhuma! Rs… A meta é aquele cofrinho de 300 mil do Daiso sabe? Estamos enchendo com moedinhas de ¥500. Já está na metade, sendo que a mais velha tem 2 anos. Acho que cumpriremos antes do prazo, mas confesso que é empolgante essa meta da família. Se encher antes da data, faremos outro, pra outro passeio. E assim estamos vivendo nossa vida.

    Como sempre vc me inspira.
    Queria ser sua vizinha, Yuka! Íamos com as meninas nos parquinhos juntas, farofar! Kkkkkkk beijão!

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    1. Oi Tiemi, tudo bem? Sim, já estou de volta, tirei férias durante algumas semanas neste final de ano, foi ótimo, renovador!!! Eu também tinha um certo nojo por exemplo das cascas das árvores, se você olhar bem de perto, verá um monte de bichinhos pequenos se movimentando rsrsrs, também cresci em apartamento, mas a minha sorte é que eu tinha uma praia à minha disposição a 1 quadra da casa da minha mãe. Na parte que você escreveu que as crianças se aproximam naturalmente, é exatamente isso que acontece por aqui também, é tão bonito ver que criança não tem preconceito de raça, nem sócio-econômico, não interessa se o amiguinho tem dinheiro ou não, se estuda numa escola particular ou não, se tem tênis caro ou não, eles só querem brincar juntos. É lindo demais de se ver. Da mesma forma que você disse que se sentiu representada neste post, seu comentário também me representou rsrs, eu também queria ser sua vizinha, nós iríamos arrasar na farofada. Beijos! Feliz 2022 para você e para sua família.

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  9. Escrevi um longo e belíssimo comentário.
    Espero que não tenha dado erro 🤭
    Geralmente aparece a prévia pra mim, mas dessa vez não apareceu 😩

    Mas caso tenha dado erro, saiba que esse post me emocionou demais, pq parece que vc estava contando nossa rotina com as crianças.

    Beijo Yuka

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    1. Oi Renato, sim, eu e meu marido levamos mais tempo para ir e voltar do trabalho, não tem jeito, algo tem que ser prejudicado, mas para as crianças tem sido perfeito. A minha filha mais velha acabou de se matricular na primeira séria de uma escola municipal da cidade, período integral, o que me fez ter mais certeza de que tomamos a decisão certa de ter saído de São Paulo. Um beijo.

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      1. Eu te entendo perfeitamente, trabalho longe de casa para reduzir o tempo do meu filho dentro de um carro. E os ganhos do contato com a natureza no desenvolvimento infantil são imensos. Tato, olfato, equilíbrio, visão a curta distância e em profundidade. Todos os sentidos são estimulados pelo contato com a natureza de uma forma que uma tela ou o ambiente asséptico de um parquinho interno de condomínio nunca conseguiriam alcançar. O impacto no longo prazo é enorme.

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        1. Oi Renato, é exatamente esse o meu caso. As diversões e a variedade de opções de lazer aumentaram num nível que eu não imaginava ser possível. Na capital, exigia muito esforço da minha parte para leva-las em passeios e eventos que não incentivassem o consumo. Hoje elas brincam com as sementes das árvores, com os insetos que aparecem (formigas, minhocas, etc), se sujam de uma forma inacreditável com terra e barro, correm e pulam em gramados onde há espaço de sobra. O preço que eu pago para proporcionar isso para elas, é justamente um tempo a mais no meu trajeto ao trabalho. Mas isso é algo que tenho pensado também, de repente encontrar algum trabalho nessa nova cidade, assim, eu ganharia mais tempo de qualidade, mesmo com a redução do salário. Quem sabe. Um beijo.

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          1. oi Yuka, não sei se é viável para você, mas minha opção para mitigar a distância foi o onibus. Minha empresa tem ônibus, assim eu caminho um pouco de manhã, para chegar na parada certo. Assim, posso ir dormindo, ouvindo música ou podcast. O que se mostrou bem melhor do que ir dirigindo.

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            1. Oi Renato, sim, transporte público estava nos meus planos quando mudei de cidade, mas acabei comprando um carro por conta da pandemia. Quem sabe daqui a pouco quando as coisas estiverem mais normalizadas e minhas duas filhas estiverem estudando na nova cidade (por enquanto apenas a mais velha estuda na nova cidade, enquanto a mais nova continua na creche perto do meu trabalho), ir de transporte público pode ser uma opção. Eu adorava, pois eu aproveitava para ler muitos livros no trajeto do meu trabalho. Beijos.

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  10. Adorei seu comentário, suas postagens anteriores e descobri como tem pessoas legais neste mundo ainda! É um prazer fazer um intervalo na guerra de mensagens de briga e ler sobre o prazer de viver e descobrir nosso mundo. Estou na fase de netos e me preocupo que eles tenham uma infancia melhor. Mas na verdade encontrei vc por causa da composteira Trasix. Tenho uma faz mais de cinco anos linda e trabalhando incessantemente. Mas alguém inadvertidamente colocou um pedacinho de pano para compostar. Isso deve ter forçado muito a pá e ela parou de rodar, embora o motor continue funcionando mas sem conseguir girar a pá, trabalhando somente na aeração e temperatura. tentei entrar em contato com a Trasix em SP para ter informações de onde poderia levar porque tenho receio de levar em qualquer local que não entendam porque ela é maravilhosa. Mas vi que as ultima postagens é de 2019. Fiquei preocupada se fecharam com a Pandemia. Vc saberia me dizer? Bjão

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    1. Oi Vania, tudo bem? Dei uma olhada no Google, e parece-me que eles estão funcionando normalmente, chegou a ligar nesse telefone? (11) 3032-4148. Qualquer coisa tente encontrar um e-mail, talvez seja mais fácil entrar em contato com eles. Boa sorte.

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