Dinheiro, IF e FIRE

Filhos e dinheiro: como temos lidado – 2º post

Já publiquei um post em 2019 falando sobre esse assunto.

https://viversempressa.com/2019/06/16/filhos-e-dinheiro-como-temos-lidado/

Passado dois anos, vim atualizar o que tenho feito com as crianças.

Minhas filhas atualmente estão com 4 e 6 anos.

Eu ainda não dou mesada para elas.

O que faço é preparar o terreno para poder plantar sementes no momento certo:

A importância de esperar e sentir alegria enquanto espera

Eu tenho uma agenda em que coloco as minhas metas.

E resolvi acrescentar algumas páginas e envelopes para que elas também pudessem participar dessa construção das metas.

Para que fique mais fácil o entendimento para elas, elaboramos metas coletivas para que todos pudessem se divertir juntos. E com isso, elas criaram 3 metas: juntar moedinhas pra comprar doces, fazer uma pequena viagem de fim-de-semana, e ir de novo ao Parque da Turma da Mônica.

Toda moedinha que aparecia em casa, elas acrescentavam no envelope das balas e pintava um quadradinho. Elas sabem que quanto mais quadradinhos coloridos, mais próximo da meta estamos.

Veja que não estamos falando de preço aqui. Vinte reais é um valor pequeno, que eu poderia simplesmente ir na doceria e comprar balas. Mas o que estou fazendo aqui com minhas filhas é o exercício da espera, de sentir alegria enquanto tenta alcançar a meta. Elas pulam de alegria toda vez que abrimos a agenda, pois sabem que a meta está cada vez mais próxima. Como o valor é simbólico, sempre conseguimos alcançar essa meta relativamente rápido.

Enquanto esperamos esse dia especial chegar, elas gostam de conversar entre si sobre quais doces irão comprar, como irão dividir, etc.

Eu acho essa “espera” muito saudável.

Na foto abaixo, todos os quadradinhos já haviam sido pintados por elas, ou seja, meta alcançada.

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Já para a meta da viagem de fim-de-semana, todo início do mês, separamos uma quantia para que elas possam colocar no envelope da viagem. Como há 2 metas (a viagem de fim-de-semana e o Parque da Turma da Mônica), expliquei que começaríamos com a meta da viagem, e somente depois de alcançarmos esta meta, partiríamos para a meta do Parque.

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Essa meta de ir no Parque da Turma da Mônica ainda não foi iniciada, por isso a página está em branco, mas o importante é que elas folheiam as páginas e ficam sonhando.

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Eu quero que elas entendam que não dá pra fazer tudo de uma vez, precisamos priorizar as metas.

Primeiro tentamos a meta mais fácil (a da bala), depois a metas que temos mais vontade (a viagem de fim-de-semana) e por último a meta que pode esperar um pouco mais (a do Parque da Turma da Mônica, pois elas já foram).

Acho importante saber esperar e aprender a sentir alegria na espera (e não frustração).

Afinal, a espera é um exercício, assim como nós, adultos, também precisamos praticar.

Ensinar que quem guarda sempre tem

Esse é o nosso lema em casa, pra tudo.

Se elas pedem para brincar de barbante, peço para usar o que precisam e guardar na gaveta o que não for usar.

Se querem brincar de cola, entrego o pote, e digo para elas usarem o necessário.

E como sempre falo “quem guarda sempre tem”, elas estão aprendendo naturalmente que tudo bem usar, consumir, comprar. O problema está no desperdiçar.

A importância de saber sobre juros compostos

Particularmente falando, acho um pouco cedo ensinar sobre dinheiro. Sei que há pais que ensinam os filhos bem cedo, mas eu ainda prefiro esperar um pouco mais.

Há pouco tempo, comprei um cofrinho para elas, mas as moedinhas viraram brinquedos e elas sumiram com metade dessas moedas. Ou seja, não estão prontas.

Mas isso não significa que não falamos sobre investimentos (eu e o marido) e elas acabam ouvindo bastante coisa, apesar de não entenderem absolutamente nada.

Em uma das conversas, tentei explicar sobre o conceito dos juros compostos para a minha filha mais velha, com o M&M que ela  segurava firmemente nas mãos.

“E se eu falar que se você colocar nesta caixa amarela, os seus 30 M&Ms continuarão sendo 30 M&Ms. Mas que se você colocar os seus M&Ms na caixa certa, deixar por um tempo sem comer, eles podem virar 60 M&Ms?”

Os olhos dela brilharam. E ainda perguntou:

“Onde mamãe? Qual é a caixa que eu tenho que guardar para que eu tenha mais chocolates?”

Pronto, o conceito dos juros compostos foi plantado nela.

Eu falei para ela que no momento certo, eu iria apresentar a caixa que faz isso.

Neste momento, é isso que tenho feito com as crianças.

Daqui a 2 anos, eu volto para contar as novidades.

~ Yuka ~

41 comentários em “Filhos e dinheiro: como temos lidado – 2º post

  1. Bom dia, como amo seus posts, no domingo sempre a primeira coisa que faço é abrir seu texto! perfeito! Acredito que é uma tarefa árdua ensinar sobre dinheiro! minha garota tem 14 anos, já falamos bastante sobre juros compostos, porém , quando ela tem algum dinheiro, gasta sem pensar muito!!!

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    1. Olá Lindadrika, é a idade mesmo, pensa que já fui assim, igual sua filha. A gente vai aprendendo com a maturidade, a vida vai nos ensinando aos poucos a necessidade de poupar. Claro que alguns aprendem rápido, mas a maioria, assim como eu, só aprende na necessidade mesmo. Mas é isso, nosso papel é tentar direciona-los para o caminho que julgamos correto. Beijos.

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  2. Que legal Yuca! Você transformou em linguagem infantil exatamente o que estou vivendo hoje. Começando a jornada fire agora com a previsão de alcançá-la daqui uns dez anos. Quando penso nesse tempo todo, são 120 meses (3.650 dias), sinto até um arrepio… eu nunca me dediquei a algo por tanto tempo conscientemente! Rsss. O que quero fazer comigo é o que você já está fazendo com suas filhas, transformar esse tempo numa diversão, imaginar como serão os meus dias fire desde já pra que eu tenha força e ânimo pra prosseguir apesar de todos os desafios. E também já transformar minha vida hoje pra que quando eu chegar lá a libertação seja mais completa, como viver esse tempo de forma proveitosa e saudável. Suas filhas são umas sortudas de já receberem todo esse ensinamento tão cedo! Acho que pra maioria das pessoas é difícil esperar… pra elas vai ser fichinha! Beijão!

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    1. Oi Éllen, posso te dar um acalento rsrs. Conforme os anos forem passando, irá perceber que esse prazo de 10 anos será menor. Acontece com a maioria dos que caminham essa jornada FIRE. Comigo também não foi diferente. Talvez aconteça com você também. O que você escreveu é muito importante “transformar esse tempo numa diversão”. Não sei se chegou a ler um post que escrevi há algum tempo, sobre “Gamificando a jornada FIRE”. O que é tortura para alguns, pra mim é diversão, eu gosto de planilhar meus gastos, fazer planejamentos, ver onde posso cortar gastos (sem reduzir a qualidade de vida, diga-se de passagem), listar tudo o que eu quero fazer, como posso fazer e quando posso fazer e por aí vai. Tudo isso vai gerando uma empolgação que contagia o marido também rs. Ensinar a esperar é um grande presente que dou para as minhas filhas. Num mundo que tem tanta pressa, a “espera” é como um sopro de encantamento, e quando vejo minha filha de 6 anos ver algo e pedir para mim assim “mamãe, veja esse brinquedo, quando chegar o Natal, queria ganhar de presente, se não for muito caro” é algo que me encoraja e me mostra como a espera pode ser ensinada para uma criança. Beijos.

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  3. Fala Yuka, Tudo bem?
    Não tenho filhos, portanto não tenho essa experiência que você está tendo agora, mas tenho certeza que é importante ensinar aos filhos o valor do dinheiro e dessa forma que você está fazendo, não está ensinando apenas sobre dinheiro, mas principalmente sobre planejamento e disciplina.
    Suas filhas ainda são muito novas, o resultado dos ensinamentos plantados hoje aparecerão no futuro. Mas devemos levar em consideração também que os resultados vão variar de pessoa pra pessoa e de acordo também com os fatos e influências que elas enfrentarão na adolescência e vida adulta.
    Mesmo as suas filhas crescendo no mesmo ambiente e com a mesma educação é possível que venham a desenvolver comportamentos e posicionamentos diferentes quanto a vida financeira.
    Mas a sua parte você está fazendo e isso é o mais importante hoje, mais à frente elas farão suas escolhas.
    Vejo como muito importante também ensinar aos filhos sobre o mundo do trabalho e importância de se valorizar todas as profissões e funções, isso de certa forma tem haver também com dinheiro, mas nesse caso essas orientações são pra quando elas forem mais velhas.

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    1. Olá Anon, concordo com o que você escreveu, de que “devemos levar em consideração também que os resultados vão variar de pessoa pra pessoa….”. Pra mim faz total sentido isso, porque na minha família há esse exemplo. Minha mãe sempre tentou nos ensinar sobre poupar (porque ela não sabia sobre investimentos), mas eu só passei a poupar mesmo quando passei uns perrengues na faculdade. Minhas irmãs, não são poupadoras vorazes como eu, são mais para gastadoras. O que eu tento considerar é que minhas filhas estarão ensinadas, mas livres para seguir o caminho que escolher. Se decidirem ir pelo caminho da gastança, consumir em excesso, desperdiçar tempo e dinheiro, tenho a consciência de que é o caminho que elas escolheram e que talvez, com o tempo e maturidade, possam lembrar dos meus ensinamentos sobre a educação financeira. Essa já é a esperança e expectativa da mãe kkkk. Um grande beijo.

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  4. Achei o post sensacional, ter uma forma visível de acompanhar ajuda muito! Mas me diga, nas metas de viagens, o dinheiro está no banco por exemplo ou em algum lugar que elas possam ver? Porque eu tenho uma certa dificuldade sobre essa separação das metas.
    Eu vi outro dia alguém pedindo que o Nubank fizesse esses “envelopes” nas contas deles (parece que alguns banco digitais já fazem), eu achei muito interessante, porque ter um único CDB para todas as metas pode confundir né? Ou viajei? kkkkkkkkk

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    1. Oi Gláucia, nesses 2 projetos financeiros (a da bala e a da viagem), eu coloco num envelope tipo ziplock transparente que vem junto com a agenda. Como elas são novas e a intenção é ensiná-las, não me preocupo muito com os juros compostos não recebidos. Elas gostam de abrir a agenda, contar as moedinhas, ver os quadradinhos coloridos, então acho importante manter uma forma de visualizar o dinheiro. Já para você, acho interessante se recompensar quando alcança algumas metas financeiras. Vou dar valores hipotéticos. Você pode fazer uma viagem quando alcançar os primeiros 10 mil reais. Dependendo do seu aporte mensal, isso pode levar meses ou até mesmo anos. Se for levar anos, pode reduzir esse valor de 10 para 5 mil, pra não dar uma desanimada. Eu estipularia uma porcentagem pequena desses 10 mil como recompensa para viajar (ou qualquer outra coisa que você queira fazer). Por exemplo, 5% ou 10%. Se for 5%, daria 500 reais, e alguém pode chegar e falar, mas como viajar por esse valor. Pois é, no início é assim mesmo, as viagens precisam ser curtas, perto de casa, bem econômicas. Depois você vai juntando mais dinheiro, e quando chegar nos 20 mil reais, você teria 1000 reais pra gastar em algo que gosta. Quando juntar 30 mil reais, teria 1500 reais e assim por diante. Claro que os valores precisam ser reajustas para a sua realidade, mas a ideia central seria essa. Eu fiz desta forma, e com isso me sentia muito empolgada em poupar mais, porque sabia que alcançando a próxima meta financeira, eu poderia fazer alguma coisa bem bacana com o meu marido. Beijos.

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  5. Uouuu Yuka, explêndido, muito legal, essa separação por envelopes é muito simples e prática e ajuda muito o entendimento das crianças. Não tenho filhos, mas ninguém sabe oq pode acontecer no futuro, mas de uma coisa eu tenho certeza, qnd tiver educando meus possíveis futuros filhos lembrarei de vc rsrs

    Abçs

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    1. Oi Thiago, ensinar a gente ensina as crianças, mas vamos ver se elas vão aplicar o que ensino rsrs. Mas aí será escolha delas, pelo menos fiz meu papel de ensinar o truque da vida kkk. Beijos.

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  6. Não tenho filhos, mas já vou aplicar em mim essa técnica rsrsr
    O lúdico ensina muito e trabalha questões com mais habilidade e suavidade que muitas outras técnicas não trabalham. Parabéns! Você é uma inspiração!

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    1. Oi Diana, durante muitos anos, quando tinha uns 20 anos, eu gostava muito de poupar de uma forma lúdica. Eu tinha uma pasta sanfonada pequena (aquelas de A a Z, sabe?) e colocava nas etiquetas os meus gastos mensais. Cada aba tinha uma conta a pagar: luz, gás, aluguel, ônibus, e por aí vai, tinha uma aba chamada poupança (porque na época nem sabia nada sobre investimentos). Detalhe que essa pasta sanfonada era toda colorida, porque eu fazia scrapbooking na época, então deixei bem bonitinho que dava gosto de ver. No início do mês, eu gostava de separar meu dinheirinho em cada compartimento, e aí a mágica acontecia. Uma das abas lá no final, era “sobra”. Eu paga a conta de luz, e o dinheiro que sobrava, colocava nessa aba sobra. Nessa minha casa, o gás era de botijão, então tinha muitos meses que eu não precisava comprar, e com isso, podia colocar esse dinheiro não gasto na aba sobra. Você tinha que ver o quanto sobrava no final do mês, era muito palpável e fácil de visualizar. Foi nesse período, com esse método, que eu comecei a ser bem organizada financeiramente. Um beijo.

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      1. Você muito fofa desde sempre! Eu com talento para escrita: consegui visualizar sua pasta e seu cuidado e delicadeza com suas finanças… Você pensa em escrever um livro de sua jornada?

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        1. Oi Diana, eu gostaria de um dia poder escrever sim um livro, vontade eu tenho, mas ainda não se tornou a prioridade do momento. Espero que daqui a alguns anos já consiga pelo menos rascunhar alguma coisa rs. Beijos.

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      2. Eu já fui muito mais organizada financeiramente…mas ando desanimada com as demandas da vida nova que escolhi é deixei de lado esse cuidador. Ler seus textos está me fazendo ter ânimo novamente.

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        1. Oi Diana, sobre as demandas da vida que a gente escolhe, é algo difícil mesmo. Porque no primeiro momento, as coisas que deixará de ter, poderá ser vista como um regresso, como um passo para trás, como uma perda do padrão de vida. Mas quando se distanciar um pouco para observar a nova vida, verá que é porque tem um objetivo maior. Ou seja, não serão sacrifícios, serão escolhas. Um grande beijo.

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  7. Bom legal Yuka! Obrigado pelas dicas! Minha esposa e eu planejamos nosso primeiro e único filho pra assim que a pandemia for controlada e já estou pensando nessas estratégias de aprendizado e criação. Uma medida que meus pais fizeram comigo e acho que me ajudou muito na forma como eu e meu irmão tratamos nosso dinheiro: A partir de uma certa idade (acho que uns 11-12 anos) tínhamos uma mesada baixa (tipo uns R$50/mês) mas éramos também pagos pelas nossas notas na escola…Em cada boletim trimestral da escola recebíamos um “bônus” em dinheiro para notas entre 70-80%, 80-90%,90-95% e 95-100% (entre 60-70% era obrigação)para cada disciplina.Dessa forma éramos remunerados pela nossa performance na escola. Isso nos ensinou desde cedo que trabalhando firme recebíamos um retorno. Tanto eu quanto meu irmão sempre fomos bons alunos (passamos em universidade federal) e financeiramente somos bem resolvidos. Pretendo fazer o mesmo com meus filhos…fica a dica. Grande abraço!

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    1. Oi Nunes, que legal o que seus pais fizeram com você e seu irmão, e pelo jeito deu muito certo. Eu ainda fico pensando o que eu poderia fazer quando minhas filhas tiverem essa idade de 11, 12 anos, já que precisamos prestar atenção neles e tentar adaptar alguma regra que sirva bem para o comportamento de cada filho. Vou anotar sua dica, pois é sempre bom ter algumas opções quando chegar o momento certo. Obrigada por compartilhar!!

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  8. boa tarde Yuka,

    A questão da espera aqui em casa é meio complicada. A ansiedade faz que a minha filha tenha uma certa tendência a ficar “vivendo no futuro”, quando está esperando algo que deseja muito. Isso faz com que não consiga aproveitar direito o que está no presente, porque só tem o que está esperando na cabeça. Isso desde muito pequena, quando nem tinha noção da passagem de tempo e uma semana, um mês ou um ano era tudo a mesma coisa. Ela agora tem 10 anos e reconhece esse estado de ansiedade. Sabe que precisa controlá-lo de alguma forma, mas tem ainda algumas situações que foge do controle. Isso que nunca escondemos nada dela – ou talvez por isso.

    Aqui em casa nós damos semanada para a nossa filha, e ela já ganhou dos avós presentes em dinheiro algumas vezes. Ela não gasta quase nada, tem um certo fetiche em acumular. Nós estimulamos que ela, às vezes, use o dinheiro para comprar algo que quer, de uma forma inteligente. O meu foco é que ela aprenda a usar bem o dinheiro e que pense antes de gastar.

    Nós nunca demos dinheiro para ela em troca de qualquer serviço doméstico. O nosso discurso é que as tarefas domésticas são responsabilidade de quem mora na casa e devem ser divididas conforme a possibilidade e o tempo de cada um. Isso vale também para a escola, estudar é a obrigação dela, assim como eu trabalho, ela estuda. Não tem prêmio monetário por isso, nem punição.

    Mas eu não sei até que ponto o que a gente planeja para os filhos realmente influencia o resultado. Acho que o exemplo ajuda, mas tanto para um lado quanto para o lado contrário. Quando eu era criança, a minha mãe se preocupava muito com a comida saudável e insistia que comêssemos de tudo, nem que fosse pouquinho. Eu, que nunca gostei muito de vegetais em geral, até comia, mas odiava. Quando comecei a me governar e decidir o que comer, passei muitos anos sem comer salada e tomando horrores de refrigerante, que também era muito regulado. Ou seja, as boas intenções da minha mãe se deram algum resultado foi pelo lado contrário. Hoje eu até como vegetais, mas está longe de ser algo que eu goste. Tive um pouco isso com o jeito de lidar com o dinheiro também, que até hoje é diferente do jeito que os meus pais lidam.

    Então não é que eu ache que a gente não deva fazer nada, é só que o imponderável tem um peso grande, é uma caixinha de surpresas, a gente faz com a melhor das intenções, mas o resultado mesmo, não tem como saber. Chega um ponto que os amigos e os namorados começam a ter muita influência nos comportamentos, tanto para o bem quanto para o mal. A pessoa passa a descobrir outras formas de viver, que não são, necessariamente, iguais as formas de viver da sua família original.

    Enfim, desculpa de novo pelo tamanho do post, é que uma ideia vai puxando outra, e quando vejo virou um tratado.

    beijo e boa semana!
    Daniela

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    1. Oi Daniela, sobre sua filha gostar de acumular dinheiro, também sou que nem você, precisamos ensinar a poupar, mas tão importante quanto poupar, é ensinar a gastar de forma inteligente. Ela com 10 anos está com uma ótima idade para fazer esses treinos, e a semanada, ou a mesada é uma ótima forma de incentivar. Eu não lembro da minha mãe ensinar isso pra mim, apesar de ganhar mesada. Tanto que quando entrei em uma universidade no interior de São Paulo, não sabia como gastar dinheiro, e saía gastando tudo, achando que aquele dinheirão todo que minha mãe depositava na minha conta, eu podia gastar com roupas, festas, bugigangas. Chegava o final do mês, e claro que faltava dinheiro pra comida, ônibus, xerox da faculdade. Só aprendi na marra mesmo. Então se nossas filhas conseguirem aprender isso ANTES de sair de casa, melhor rsrs, o susto será menor. Também concordo com você que não necessariamente nossas filhas irão seguir o nosso conselho, depende muito da personalidade do filho, com quem eles andam, das dificuldades que passam, da maturidade, enfim, sempre digo que a gente faz o que a gente pode, mas decidir qual caminho escolher, está na mão dos nossos filhos. Conheço filhos de pais ausentes, leva chinelada por qualquer coisa, só xingamento em casa, e essa criança não está crescendo de uma forma admirável? Até falo pro meu marido, só falta nossa filha, que a gente cuida com muito amor e carinho, ensina tudo o que está ao nosso alcance, resolver ser mulher de bandido… Como você disse, filho é uma caixinha de surpresa. Beijos.

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  9. Bem legal, Yuka! Aqui também estamos firmes no propósito de ensinar educação financeira kkkkk, desde a metade do ano passado a filha cismou com uma boneca Cry babies, cara que só, onde já se viu 400 Dilmas em uma boneca, ela pediu e claro que expliquei que era muito cara, então fez um cofrinho da tarefa da escola e está até hoje juntando moedas. E o propósito de ter a boneca continua firme, as vezes pergunto para que estamos juntando e ela sempre fala: “Pra comprar Cry babies”! Precisamos ensinar nossas crianças que é preciso ser responsável para administrar o dinheiro com sabedoria, ela fez 6 anos já, quando vamos ao mercado explico que pode escolher uma besteirinha só, comparamos os preços… não fica gritando nem dando chilique. Boa semana!

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    1. Oi Cleo, eu acho muito legal podermos ensinar os nossos filhos na prática. No supermercado, faço que nem você, digo que pode escolher 1 besteirinha. E lá vai as meninas escolher… A menorzinha escolhe rápido, mas a maior, fica na dúvida, olha os doces, olha pra mim, depois de muito custo decide o que levar. Entendo que fazer escolhas é algo importante, senão cresce e não vai saber fazer escolhas inteligentes, já que nunca precisou pensar com a própria cabeça. Beijos.

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  10. Peguei dicas bem legais, Yuka 🥰
    O meu de 3 anos ama dinheiro, hoje a primeira coisa que falou quando acordou foi “mãe, me dá um dinheiro?” Rss e depois vi ele mexendo no dente, ele explicou que queria tirar pra fada do dente trazer uma moeda (credooo). Ele ainda não é muito de gastar, espero que continue. Ele é focado em guardar pra ir pros EUA ver de perto furacão 🤷‍♀️ Ele ama furacão e tornado kkkkk

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    1. Oi Rosana, a minha de 4 anos ainda não entende muito de dinheiro, a de 6 anos já entende bem. Outro dia, a gente tinha conseguido juntar esses 20 reais pra comprar doce. Tanto que pintamos todos os quadradinhos. Como era tudo moedinha, já viu, né? A menor pediu pra contar as moedinhas, ficou brincando com as moedas, me distraí, e quando fui contar de novo quanto tinha? Menos de 16 reais…. até hoje não encontrei onde estão as outras moedas kkkk sumiram pra sempre. Beijos.

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  11. Gostei muito dessa sua ideia, parabéns! Se um dia eu tiver filhos vou tentar educar financeiramente também desde cedo, eu acho isso muito importante. Quando eu era criança, lembro que minha mãe criou uma conta poupança para mim e eu depositava a mesada nela, e adorava ver que ela aumentava sozinha 🙂 Acho que foi ali que comecei a me interessar pelo assunto.

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    1. Oi Bilionário, sim, acho que o segredo todo é esse, ensinar as nossas crianças que dinheiro brota quando colocamos nos investimentos certos. Eu nunca tinha me tocado nisso, então gastava por gastar. Imagine se a gente tivesse poupado desde cedo, hoje com a minha idade, já estaria aposentada rsrs. Beijos.

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  12. Oi Yuka,

    Adorei sua didática para ensinar suas filhas, sendo essa uma maneira bastante lúdica e intuitiva.

    Também pretendo ensinar meu filho, a importância financeira nesse mundo com equilíbrio e atenção. Ainda está longe, pois o pequeno VAR tem somente dois anos, mas tenho dedicado tempo e atenção para trabalhar esse tema. E essa maneira que você trabalha é incrível e já está registrada no meu arquivo FIRE.

    Abraços,

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    1. Oi VAR, é, 2 anos é bem pequeno mesmo, minha filha de 4 ainda não tem interesse nenhum por dinheiro. O que eu percebo também é que vai depender de criança pra criança. A minha filha que hoje tem 6 anos, já entendia um pouco sobre dinheiro aos 4 anos de idade. Então o legal é ir observando a criança, e introduzir aos poucos o assunto de acordo com o interesse que ele for demonstrando. Gosto também de entrar nas lojas de brinquedo e já na porta da loja reforçar “hoje não compraremos nada, só vamos olhar. Se gostar muito de algo, me chame, me mostre, que eu anoto pra gente comprar no dia do seu aniversário” e cumpro com o que falei. Até hoje não tive problemas com birra e choro em lojas de brinquedo rs. Beijos.

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  13. Achei o máximo os desenhos das metas e a atualização da estratégia! Nossa, não sabia que o Parque da Turma da Mônica ainda existia. Fui quando eu tinha uns 8 anos e achei o máximo.
    Em breve pegarei uma consultoria aí de como está se saindo na prática essa educação financeira pras filhotas.
    Beijo

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    1. Oi AC, o Parque existe, fomos em janeiro de 2020… nossa, parece que foi há tanto tempo por conta da pandemia, mas isso foi ano passado. As meninas adoraram, apesar da menorzinha ter dormido bem no meio da diversão kkkk. Beijos.

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  14. Vou roubar a ideia das metas! Meus filhos vão fazer 5 anos em julho e querem muito voltar para Holambra. Eu falo MUITO de dinheiro com eles mas acho que sua forma (mais visual, mais concreta) vai ajudar muito a compreenderem melhor sobre o valor do dinheiro, da importância de guardar e de focar no que realmente queremos (e não em desejos do momento. Criança é tudo desejo do momento, hehehe). Os avôs deram um cofrinho para cada um mas também as moedas viraram brinquedo e terminei fazendo moedinhas falsas para eles brincarem. Passo por aqui em julho para te atualizar de como está indo a agenda de metas 🙂

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    1. Oi Bhuvana, é, nessa idade que nossas crianças estão, moedinha vira brinquedo mesmo. Tem dado bastante certo aqui em casa, viu? Testa sim, e depois você me conta como está sendo aí na sua casa. Beijos.

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  15. Olá Yuka.
    Adorei a didática com as filhas… Essas são sortudas, de aprender desde cedo, planejamento financeiro.
    Adorei também o seu planner… poderia me dizer onde comprou?

    Bjs à família linda!!!

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