Auto-Conhecimento · Minimalismo

Felicidade não dá lucro (e o mercado sabe disso)

Piano, Música Clássica, Tocador De Piano, Pianista

Resolvi escrever sobre esse assunto, porque é algo que tem chamado muito a minha atenção, de como o mercado lucra com a nossa infelicidade.

Se não existissem tantas pessoas desconfortáveis com o próprio corpo, não teria tantos produtos sendo vendidos por aí para esta finalidade: cinta modeladora, cremes anti-rugas, anti-flacidez, anti-celulite, anti-idade, livros de dieta, livros de auto-ajuda, entre tantos outros itens.

Se fôssemos mais autoconfiantes, será que sentiríamos essa necessidade de trocar tanto de roupa como trocamos? Ter tantos sapatos, blusas, colocar tanta maquiagem no rosto… Talvez não sentíssemos a necessidade de trocar de celular todos os anos, trocar de carro mesmo sem necessidade, postar fotos de viagens nas redes sociais só pra mostrar que estamos podendo.

A verdade é que o mercado sabe que pessoas felizes não dão lucro, e incentiva o medo e a insatisfação para fazer a economia girar.

Temos medo de nos tornar pobre. Temos medo de ser diferente. Medo de ser feio. De ficar doente. De perder emprego. Da violência. Temos medo de ser ignorado. De não ser bom o suficiente. Medo da solidão. Da velhice. Da morte.

Nos preocupamos com coisas que nem aconteceram ainda, e em muitos casos, nem vai acontecer, já que normalizaram a insegurança, a angústia, o medo, a escassez.

É o medo do medo. E vivendo entre tantos medos, esquecemos de viver.

Tentamos diminuir esses medos gastando nosso dinheiro, porque foi assim que nos ensinaram. Pagamos por um plano de saúde, porque temos medo de adoecer. Pagamos por uma escola boa, porque temos medo dos nossos filhos não terem oportunidades. Pagamos para morar em um bairro bom, porque temos medo da violência. Pagamos por luxos e entretenimentos caros, porque nos disseram que isso tem nome: felicidade.

Com tantas publicidades que nos distanciam da própria essência, a busca por essa felicidade idealizada se torna algo quase inalcançável, inatingível. A busca pelo corpo perfeito, a pele perfeita, uma vida financeira perfeita, uma casa perfeita, um relacionamento amoroso perfeito, a obsessão pela saúde, pela segurança… Tudo para gastarmos cada vez mais, para buscarmos uma vida de perfeição (que não existe).

Será que felicidade não seria pequenos momentos de alegria, satisfação e bem-estar?

Eu lembro de um episódio que me trouxe muita felicidade. Desde criança, sempre gostei de música clássica, tinha uma pequena coleção de fitas K-7 que minha tia gravava pra mim.

Tinha uma música em especial que apesar de ter ouvido algumas vezes em filmes, trechos de comercial, nunca consegui descobrir a autoria. Era janeiro de 2011, quando ouvi de longe, uma pessoa tocando no piano a tal da música que sempre gostei. Num ímpeto de pressa com comoção, com medo de perder o momento certo de abordá-lo, toquei no ombro daquele homem e pedi para que ele me falasse o nome da música que ele havia acabado de tocar.

Era Canon in D, de Johann Pachelbel.

Essa descoberta foi tão importante para mim, que eu casei com meu marido com um quarteto de cordas tocando essa música. Pra mim, ter descoberto o nome da música naquele dia era felicidade tocando em mim. Ter casado com meu marido ao som desta música, era felicidade dentro de mim.

Precisamos começar a avaliar se a felicidade que nos vendem é de fato felicidade para nós. Ou se é felicidade (lucro) para as empresas.

~ Yuka ~

71 comentários em “Felicidade não dá lucro (e o mercado sabe disso)

  1. Bom dia. Realmente já havia observado isso, em especial em relação à estética. Quantas pessoas jovens e lindas estão fazendo “harmonização facial”, quantas estão desgastando seus próprios dentes saudáveis para colocar lentes em busca do branco perfeito. Fico muito assustada pois tenho uma filha e quero educá-la para que ela não tenha essa obsessão pela própria imagem.

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    1. Oi Juliana, a harmonização facial está na moda, da mesma forma que as lentes de contato para os dentes, eu não entendo muito disso, mas ver os dentes naturais sendo desgastados propositalmente para colocar as lentes de contato não faz muito sentido pra mim. Lembro sempre da minha dentista falando, que cada dente é muito importante, que não se tira, não se desgasta, pois fará muita falta quando formos mais velhos, cada dente saudável dentro da nossa boca será muito importante. É realmente preocupante, não sabemos como nossas filhas irão reagir com essa obsessão pela perfeição quando forem adolescentes… Beijos.

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  2. É verdade. A busca pela “perfeição” faz as pessoas gastar dinheiro, se endividar, gastar tempo trabalhando mais para alcançar a tal da perfeição vendida na internet, principalmente.
    Por curiosidade resolvi ouvir a sua música, e que bom gosto! Ela é simplesmente linda, relaxante, toca no fundo da alma. Amei.

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    1. “Com tantas publicidades que nos distanciam da própria essência[…]
      Perfeita colocação.Vejo que estamos em um era que as pessoas estão cada vez mais distantes de si mesmo.
      Fala-se tanto de autoconhecimento mas as pessoas pouco praticam ou quando o fazem é a partir da régua do outro.
      Hoje é aniversário do meu marido.Ontem saímos para andar na Liberdade/Augusta depois de meses em casa.Meu marido felizão comendo pizza vegano me deixou muito feliz.rsrs.
      Acredito que a felicidade não está na perfeição e sim nas pequenas coisas que nos deixam contentes.

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      1. Com certeza Marcela. Como já dizem algumas frases, a felicidade não é o destino, é o caminho. O que me traz felicidade, pode ser a maior besteira para o outro. Veja que antes da pandemia, uma das minhas felicidades era passear na 25 de março. Eu colocava meu tênis e falava toda feliz para o marido: “não me espere para almoçar, vou ficar lá o dia todo” kkkkkk, voltava cansada, suada, e feliz. Já para o meu marido, a 25 de março é a tradução do inferno rsrs, ele faz de tudo para passar bem longe dali. O legal é ir colecionando felicidades, ir anotando as coisas que nos deixam felizes, acho que comentei em algum post que eu tenho uma Lista de Conquistas desde 2008. Todo ano vou anotando todas as minhas conquistas pessoais, e vejo como eu mudei. Antes, minhas conquistas resumiam às compras de itens materiais, e hoje, a maioria das minhas conquistas são “família jantando juntos”, “minha filha parou de roer unha”, “mudei de cidade”, “descobri uma nova receita de pão” e por aí vai, a felicidade foi se tornando mais singela, mais simbólica, mais simples, mais fácil de ser encontrada. É exatamente a frase que você escreveu: “a felicidade não está na perfeição e sim nas pequenas coisas que nos deixam contentes”. Beijos.

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    1. A feĺicidade é algo que vem de dentro da pessoa.
      Se você ama seu marido, e mesmo assim é infeliz, a culpa não é do seu marido.
      É algo que vem de dentro de você que causa sua infelicidade.

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    2. Oi Dani, já falei deste livro algumas vezes no blog, mas conhece o livro “As 5 Linguagens do Amor”? Talvez você e seu marido estejam conversando em línguas diferentes, o que faz com que o “tanque do amor” não fique cheio. São 5 as linguagens do amor: palavras de afirmação, qualidade de tempo, presentes, gestos de serviços e toque físico. Vou dar um exemplo que aconteceu comigo. Quando minhas duas filhas nasceram, meu tempo mudou de forma radical. A gente não tinha mais aquele tempo de antes, já que havia 2 bebês que precisavam de atenção. Meu marido continuou sendo o marido de sempre, ajudava nas tarefas de casa (gestos de serviços), muito compreensivo e carinhoso, me elogiava (palavras de afirmação), mas paramos de tomar o nosso café da noite, não assistíamos mais filmes e seriados juntos, mal tínhamos tempo para conversar. Pois bem, a minha principal linguagem do amor é tempo de qualidade. Então, não adianta uma pessoa vir com presentes, ou falar qualquer outra linguagem do amor, porque meu “tanque do amor” não vai encher. Quando eu li esse livro, tudo passou a fazer sentido, e desde então, priorizamos a qualidade de tempo, que é tão importante para mim. Tente descobrir qual é a sua linguagem do amor e a do seu marido, pode ser que isso faça diferença no seu casamento. Um beijo.

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  3. Acho que a questão aí é mais ampla que a mercantilização da felicidade. Muitas dessas escolhas que supostamente trariam satisfação ou felicidade são feitas fundamentalmente pela vaidade.
    As pessoas não querem se sentir deslocadas, inferiores e buscam pelo que outros buscam, muitas vezes ignorando suas próprias necessidades.
    A questão estética que você citou é um exemplo claro e comum disso.

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    1. Verdade, e isso, de fazer as coisas por não querer se sentir deslocado, às vezes beira o absurdo, ignorando a própria felicidade. Não é à toa que a disciplina mais popular da Harvard (pelo menos há alguns anos) era de um professor que ensinava como ser feliz, e outras instituições como Yale e Unicamp também inspirada na iniciativa da Harvard, começaram a oferecer disciplina com o mesmo tema. Encontrar a felicidade, não é olhar para o outro e comparar, e sim, olhar para dentro, e descobrir o que é importante. Beijos.

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    2. Muito grata por este post!

      Realmente, é algo a ficarmos muito atentos, se estamos tentando curar feridas comprando “curativos caros”…
      Ou às vezes é criado um desejo/uma inadequação, que nem existia, pelo próprio marketing.

      Grata por compartilhar a sua música, que se tornou a música de vocês.. encheu meu coração de alegria.

      Definitivamente, também sou uma pessoa “tempo de qualidade”.. talvez seja exatamente por isso que o Fire nos é tão caro.. hehe

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  4. Excelente post Yuca!!! Felicidade verdadeira não dá lucro.

    Yuca, poderia me informar por onde começo a entender sobre finanças, planejamento financeiro e investimentos? Sei que estudou muito pra chegar aonde está. Poderia me indicar algum curso pra leigos, pra começar do zero?

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  5. É comprensível suas palavras e totalmente aceitáveis, mas acredito que por mais que as pessoas sejam felizes elas tem dúvidas nas vidas delas. “As coisas” que estão disponíveis no mercado como você já sabe, se agarram a essas dúvidas. O problema que vejo nestas coisas é as pessoas manter as dúvidas para a vida toda.

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    1. Olá, sem dúvidas, o inconveniente disso tudo é realmente o consumo excessivo, a perda de tempo trabalhando para conseguir dinheiro para comprar algo completamente desnecessário, só porque é imposto pela sociedade. E muitas vezes, sem nem mesmo a pessoa ter conhecimento disso tudo, achando que de fato é super importante para ela. São questões bem complexas e profundas mesmo. Beijos.

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  6. Yuka querida que texto rico! Adorei! Tambem casei com essa musica!😊 Essa musica é muito linda, minha preferida, sempre me emociono ao escuta-la! Beijos😘

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    1. Oi Ana, que legal que você também casou com essa música, essa música é muito linda mesmo. Depois que (finalmente) descobri o nome da música, ouço em todos os lugares, mas na época em que não conhecia, nossa, como era difícil viu rsrs. Um beijo.

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  7. Bom dia!!

    Leio suas postagens sempre e gosto muito.
    Me identifiquei muito com essa pois tenho o mesmo sentimento. Coisas pequenas me deixam nas nuvens. Amei descobrir o nome dessa música porque sempre gostei e nem imaginava descobrir. As vezes ouvia em um filme, como você citou, e depois acabava esquecendo. Passava um tempo, ouvia de novo e pronto: mais uma pílula da felicidade!
    Assim são os filmes. Alguns me fazem tão bem que parece até que tomei algum remédio. Lembro da emoção enorme que senti assistindo a última cena do filme “Cinema Paradiso”. O homem vive uma emoção tão grande com uma coisa simples. Para mim, resume tudo que você escreveu.
    Muito obrigada por essa postagem de hoje!

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    1. Bom dia Carla, é muito bom ter esses sentimentos de felicidade genuína como a sua. Quando se aprende a ser felizes com pouco, o dia tende a se tornar mais leve, com inúmeros momentos de felicidade, já que felicidade não vai se resumir em comprar algo ou fazer alguma viagem, e sim, em pequenos momentos, como assistir um filme bacana, descobrir uma receita culinária gostosa, ouvir o passarinho cantar ao visitar nossa janela e por aí vai. Um beijo!!

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  8. Sempre inspiradora!
    Essa semana fui dar uma volta no shopping justamente porque fui levada pela mídia a comprar um tal sanduíche que só vendiam 1 por CPF, rs.
    Fazia tempo que eu não ia ao shopping (bem antes da pandemia) então aproveite para dar uma volta e ver as novidades.
    Fiquei completamente chocada quando descobri que a Estrela abriu uma loja de maquiagem para crianças! Não é um absurdo? Até comentei com o meu marido “daqui a poucos anos eu vou dizer que na minha época criança não usava maquiagem e as pessoas vão ficar chocada”. Imagina que triste viver num mundo com meninas se maquiando todos os dias pra se sentirem mais bonitas? Aliás tinha até BB cream! Imagina, crianças com pele perfeita usando creme para corrigir imperfeições?
    Chega a dar medo de viver assim… realmente felicidade não dá lucro!
    Beijos
    Elsa

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    1. Oi Elsa, fui até procurar esse lançamento que você falou… olha só “A companhia lançou uma coleção de maquiagens e produtos voltados para crianças, com o objetivo de valorizar a experimentação e a autoconfiança das meninas.” Criança tem que brincar, pintar, pular, socializar com outras crianças, aprender coisas novas… não a ficar se maquiando, e entrar no mundo dos adultos de forma precoce. Já viu criança de 5 anos de sapatinho de salto alto e sutiã? Vai nessa mesma linha de raciocínio. Por isso precisamos ter muito claro isso, de que as empresas pensam nos lucros, não necessariamente no nosso bem, e ter o discernimento de avaliar o que é o certo e errado para nós (apesar da nossa dificuldade em tirar esse véu grosso bem na frente dos nossos olhos que faz com que seja difícil fazer essa avaliação). Beijos.

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  9. Oi Yuka acho q não precisamos de muito para viver e ser feliz coisas pequenas me deixa feliz tomar café e andar de bicicleta post perfeito obrigado Boa semana para vc

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  10. Como sempre, ótima reflexão.

    Como mulheres nós (bom, eu, pelo menos) sentimos muito essa pressão estética. E vendem isso como autoestima, autoconfiança – mais recentemente, autocuidado. Não vou negar que fazer uma hidratação no cabelo ou passar um creme no corpo não pode ser um momento de felicidade, carinho consigo mesma e cuidado. Mas é preciso ter um equilíbrio. Se a felicidade dá pessoa depende de fazer tal procedimento estético ou de ter tal marca de creme para cabelo, tem algo de errado.

    É necessário autoconhecimento para perceber o que você realmente gosta e o que lhe foi imposto (e isso vai para além da estética).

    Essa semana esbarrei com esse post e achei muito relevante
    https://chatadegalocha.com/2020/10/autoestima-alem-da-beleza/
    Sempre me incomodou essa ideia de autoestima = estar bonito. A estima que sinto pelas pessoas que gosto não diminui por ele estar mais gordo, com o cabelo sem corte ou com uma roupa fora de moda. Por que a estima que sinto por mim tem que ser pautada nisso?

    Já estou no aguardo pelo próximo post. Uma ótima semana!

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    1. Oi Maju, a pressão estética de fato vem por todos os lados. Na verdade, agora que estou escrevendo, a pressão não é só estética, é também por tudo. Veja pelo lado da maternidade, quando uma criança faz alguma coisa errada, geralmente o julgamento sempre vai para a mãe, e não para o pai. Se o homem não casa, ninguém fala nada. Se o homem decide não ter filhos, resolve não pintar os cabelos brancos, resolve usar uma roupa curta, ninguém fala nada. O mesmo não acontece com nós, mulheres. Que coisa, não? Vou dar uma lida nesse texto que você mandou, obrigada por compartilhar, é sempre muito bom ter sugestões de leitura. Um beijo.

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  11. Boa tarde, Yuka!!! Acompanho seu blog há alguns anos, porém, raramente comento. Mas este post com certeza foi uma das melhores leituras que tive o prazer de ler em minha vida! Parabéns pela coerência! Boa semana!

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  12. oi Yuka, boa tarde,

    Eu também acho que o medo vende, assim como a insatisfação. Sem nem falar da vaidade e da inveja. Aliás, acho que querer ser melhor que os outros é o que mais vende. Dá para fazer esse exercício, para cada propaganda que a gente vê, tentar identificar qual é o ponto que ela está usando para te convencer: ser feliz como a família da propaganda de margarina, estar seguro com o carro tal, estar bonita como a modelo do creme tal, e por aí vai. Sem contar naquelas que colocam a “saúde” (ou o medo de morrer, indiretamente) como desculpa para qualquer coisa que vendem

    Mas talvez as pessoas que se pautam muito pelo que os outros pensam não se conheçam o suficiente para saber do que realmente gostam e o que traz felicidade para elas. Daí tem que se pautar pelo que os outros acham, o tempo todo. E tem sempre a coisa de fazer parte do grupo, de precisar da aprovação desse grupo para se sentir amado (não vão gostar de mim se eu fizer diferente). O Contardo Calligaris escreve muito sobre essa questão da validação do grupo, as colocações que ele faz a respeito são muito interessantes e ajudam a gente a entender como funciona a cabeça da gente.

    Com a minha filha, eu sempre insisto que não devemos criticar a aparência das pessoas, que cada um é do jeito que é, e não temos nada a ver com isso. Então aqui em casa não tem isso de dizer que o fulano é feio, ou gordo ou magro, ou tem orelha assim ou nariz assado. Mas daí entramos na questão da importância de ser “bonita”. Eu brinco dizendo que ela não é um enfeite para ser bonita, e que isso não é importante, mas o peso das influências é muito grande. Com 7, 8 anos já tem meninas que vão de maquiagem para a escola. E não é nem batom, é sombra, rímel. E todas elas acham que maquiadas ficam mais bonitas. Então por enquanto eu proíbo, mas sei que não vai ser por muito tempo. Espero só que ao menos parte do que eu digo para ela permaneça lá, escondido em algum canto do cérebro. Porque sei que a insatisfação com o corpo é uma das maiores causas de infelicidade para as mulheres e fazem elas se tornarem presas fáceis para todo o tipo de propaganda enganosa.

    Beijo, Daniela

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    1. Essa questão da aparência é fato. E é muito difícil que isso não tenha certa importância, pois é algo que vai além da nossa racionalidade, vemos alguém e achar aquela aparência agradável ou não é automático, julgar, menosprezar pessoas pela aparência é que é o erro.
      No caso das mulheres e da maquiagem, acho que há um exagero que se torna insegurança, tem muita mulher que não consegue ficar sem maquiagem, tirar fotos sem maquiagem, estou exagerando um pouco, mas quero dizer que isso pode se tornar até certo ponto uma dependencia psicológica.
      Prinicpalmente na era das redes sociais.
      Mas os homens nao estão livres dessas cobranças e desses julgamentos, mulheres também julgam homens pela aparência.
      Acadêmias estão aí pra comprovar isso.

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      1. Oi Yuka adorei seu texto felicidade para mim e ter paz Para dormir sem penssar em dívidas andar na Rua sem medo de cobranças atender o telefone ou a porta tranquila despreocupada não dever nada Para ninguém e também tomar café e andar de bicicleta sim pura felicidade 😄 abraço

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        1. Oi Maria, são pequenas felicidades agradáveis… pra mim também, felicidade é quando estou tomando meu chá preto com leite (que me remete à infância, minha mãe preparava para mim), quando estou comendo bolinho de chuva em dias de chuva, quando vejo minhas filhas dormindo e vejo como elas cresceram rápido, quando estou conversando com meu marido, quando converso com minhas amigas, são coisas que não dão ibope, mas são muito importantes para mim. Um beijo.

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      2. Olá, complementando seu comentário, e hoje tem aqueles filtros nas redes sociais que deixam as pessoas “mais bonitas”. Então a pessoa começa a ficar com vergonha do seu próprio rosto. É muito louco isso. Tudo isso vai gerando insegurança, já que todo mundo nas redes sociais é bonito rsrs. Já deve ter percebido isso também.

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    2. Oi Daniela, essa sua frase foi matadora “querer ser melhor que os outros é o que mais vende”. Tô até aplaudindo aqui rsrs. É super verdade isso… há muita vaidade nisso né? E talvez por isso as pessoas nem se importam em fazer dívidas, desde que a vida (pelo menos na aparência) esteja tudo bem, pura perfeição.
      Eu também tenho tentado manter minhas filhas com o pé no chão, assim como você faz. Mas vejo que será uma questão de tempo, porque elas já ficam com os olhos brilhando quando olham para maquiagens, unhas pintadas etc, não entendem por que não podem usar. Eu explico, que não é coisa para criança, mas como as outras crianças usam, elas têm dificuldades para entender. Tenho essa mesma esperança que você, de quem sabe, lá na frente, elas compreendam que as coisas que eu falo sempre foi pensando no bem delas rs. Beijos.

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  13. Oi Yuka adorei seu texto felicidade para mim e ter paz Para dormir sem penssar em dívidas andar na Rua sem medo de cobranças atender o telefone ou a porta tranquila despreocupada não dever nada Para ninguém e também tomar café e andar de bicicleta sim pura felicidade 😄 abraço

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    1. Ah, fico feliz que você está comentando aqui no blog, sabe que já estou sentindo uma melhora na fala da minha filha… é bem pouco, quase imperceptível, mas meu marido também percebeu. Estou esperançosa, talvez nem precise esperar 10 anos como falei no post anterior rsrs. Beijo.

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  14. Que reflexão maravilhosa Yuca! Eu tinha voltado recentemente para o instagram e já saí novamente, rsss. Estava percebendo o quanto aquele ambiente é cruel e sufocante… não é apenas o marketing das empresas, as pessoas também se regulam e controlam mutuamente. O que se aplaude são viagens – quanto mais distante melhor, exposição do corpo – uma beleza vulgar e cheia de filtros e o “sucesso” padrão de nossa sociedade – a pessoa pode estar morrendo por dentro, mas lá no instagram parece que atingiu o ápice da montanha vida. Eu enviei esse seu texto pra cinco pessoas da minha convivência, mas apenas duas comentaram a respeito. Acredito que as demais estão tão submersas nessa “aparência” que nem quiseram responder. Encontrar a harmonia nesse mundo de aparências tem sido um desafio diário! Beijão!!!

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    1. Essa sua frase é a mais triste verdade “viagens – quanto mais distante melhor”. Se a gente vai pra Itu, pro Itanhaém, pra Embu, ninguém dá ibope. Agora, é só falar que foi pra Paris, Nova York, Veneza que todo mundo vem elogiar. Eu não tenho Instagram, mas outro dia, estava pesquisando acho que era sobre alimentação saudável, e acabou caindo em um Instagram de uma pessoa que nem conheço. Era algo sobre fitness e alimentação, a pessoa lá, de bikini, maquiagem impecável (mesmo na praia), nas praias do Caribe ou sei lá de onde era aquela foto com mar transparente, sentada num balanço de costas mostrando que não tem celulite (ou que deu uma alterada com a ajuda do photoshop)… Depois de um tempo rolando a página, o Instagram pede para fazer o login, então isso durou pouco tempo, pois fechei logo em seguida. Mas quando fechei, me senti péssima. Uma sensação esquisita, que costumo não ter, já que não tenho redes sociais. Era como se tivesse uma nuvem cinza em cima de mim, como se minha vida não fosse lá grandes coisas. E isso porque eu acessei por uns 5 minutos, talvez? Imagine a pessoa vendo o dia todo, a vida (editada) maravilhosa do fulano, nossa, não é à toa que dá uma boa deprimida, né? Acho que eu ia ficar muito deprimida rsrs. Que nem você escreveu, “a pessoa pode estar morrendo por dentro, mas lá no Instagram parece que atingiu o ápice da montanha da vida”, é bem isso mesmo!! Sei que é difícil, pois é como se fosse um vício, mas se conseguir permanecer sem o Instagram por um tempo, você vai ver como vai te fazer bem. Eu tinha vício em assistir televisão. Eu achei que ia morrer quando minha televisão quebrou em 2015, estava de licença-maternidade, ou seja, um ótimo momento para assistir mais televisão. E no final foi maravilhoso, porque acabou me dando a oportunidade (forçada) de enxergar outras coisas além da televisão kkk. Um beijo pra você.

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      1. Yuca, você descreveu exatamente como é a experiência do instagram para mim, rsss. Eu tinha voltado no fim do ano passado porque achei que estava muito “por fora” do que estava acontecendo no mundo. Que engano! Eu quero saber é da vida cotidiana de pessoas que importam para mim e eu para elas… Quero compartilhar momentos reais, calor humano. Saí no fim do mês passado e não estou sentindo falta. Espero não retornar, rsss. Beijos!

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  15. Yuka, fui no YouTube só pra ouvir a música citada nesse post e sentir um pouquinho da sua alegria.

    Que post inspirador. Realmente a indústria lucra com nossa insatisfação e infelicidade. Perceber isso já é um grande passo. Andar na contra mão é algo muito maior! Admiro quem consegue. Quem não se deixa influenciar. Quem sabe o que realmente quer e o que realmente te faz feliz.

    Obrigada por compartilhar tantas ideias incríveis com a gente e nós fazer refletir. Beijão!

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    1. Oi Tiemi, que bom que foi ouvir a música que gosto. Sei que não é todo mundo que gosta de música clássica rsrs, aqui em casa, minhas filhas não gostam, nem meu marido, nem minhas amigas hahaha. Que bom te ver por aqui! Beijos.

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    1. Oi Rosana, lembro quando assistia bastante televisão, tinha tantos comerciais no Natal incentivando a compra de presentes, de perfumes, até nas novelas as pessoas ficavam trocando presentes, muitos presentes, e na minha vida por exemplo, nunca foi assim, já que durante muito tempo nós não tínhamos dinheiro. Aí além da gente não ter dinheiro, a gente se sente pior, né? Porque é como se fosse a confirmação que faltava, que sem essas coisas, não podemos alcançar a felicidade, ou até mesmo a dignidade de “ter um Natal como todos”, e isso é a maior balela rsrs. Beijos.

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  16. Oi Yuka, acompanho seu blog há um tempo e suas reflexões são um sopro de lucidez. Gosto, inclusive, da sua frequência de postagem, que permite que possamos ler e refletir sobre o assunto ao invés de ser uma avalanche de informação. Essa semana, recebi a notícia de minha filha conseguiu uma vaga na creche pública que queríamos, e só tenho a te agradecer, porque foi a sua experiência que me fez questionar o porquê de muitas necessidades que temos, principalmente quando se trata de filhos, sendo muitas delas incutidas em nós com base no medo. Muito obrigada!

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    1. Oi Fernanda, siiiim, a frequência de postagem é para dar um alívio para vocês e para mim também rsrs. Acho muito chato quando recebo notificações frequentes de algo, fora que acredito ser impossível manter um nível de qualidade postando algo todos os dias. Sobre a vaga na creche pública, só tenho uma palavra pra te falar….. Vivaaaaaaa!!!!! rs. Que notícia maravilhosa Fernanda. Se for possível, se aproxime aos poucos direção, dos professores, fará muita bem para você saber como funciona a parte interna de uma creche. Quando buscava minha filha, gostava de sentar em um banco junto com a Diretora (que controlava a saída dos alunos) e ficava conversando sobre as coisas da creche, era muito bom. Foi uma experiência maravilhosa que tivemos, tanto que quando minha filha saiu da creche, chorei muito, e os funcionários da creche também choraram kkkk. Beijos.

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  17. Acredito que precisamos tomar diariamente pílulas de sanidade, para não ficarmos presos nesse caos que está o mundo. Todos nós já caímos nas armadilhas do marketing que vende felicidade em caixa, e se não tomarmos cuidado, caímos novamente.

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    1. O poder do marketing é muito mais forte do que a nossa consciência, se deixarmos pra lá, as coisas tendem a desandar. Por isso avaliar se torna muito importante, sempre que possível, se algo que pretendemos comprar é fruto de uma necessidade nossa mesmo, ou se é necessidade criada.

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  18. Nossa que texto bacana!! Tudo que eu sempre senti, acreditei e tento viver, mas nunca consegui colocar em palavras e textos!! Obrigado por descrever para mim. A musica é muito bonita!!

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  19. Yuka, já Leu o livro A coragem de ser imperfeito? É maravilhoso e explora a vergonha, vulnerabilidade e mostra o caminho para ser você mesmo . Imagino que se aceitar e ter autoconfiança sejam uma arma contra as pressões do mercado, principalmente as estéticas.
    Um bjo e obrigada pela reflexão.

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    1. Oi Pam, a pressão estética é muito poderosa, principalmente para nós, mulheres. Nós somos muito julgadas se estamos acima do peso, se estamos com cabelo branco, se estamos com uma roupa amassada, se estamos com cara de cansada. Ainda não li esse livro que você citou, pelo jeito é bem bom, né? Vai ficar para a minha lista dos livros que quero ler rsrs. Beijos.

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