Minimalismo

Por que é tão complicado viver uma vida simples?

Peões, Pessoas, Ocupado, Circulação, Agitado, Osaka

Viver uma vida simples vai se tornando um desafio a cada dia.

Mas por quê?

Porque temos a ingrata mania de complicar (e ainda achar que a culpa é do outro). Ponto.

Há 2 pontos que considero cruciais:

  • se importar com julgamento de terceiros
  • acúmulo de objetos/obrigações

Se importar com julgamento de terceiros

Claro que por vivermos em comunidade, imitamos o que os outros fazem para nos sentirmos incluídos. As indústrias/empresas/pessoas sabem muito bem disso e investem pesado em propaganda e marketing.

Consumimos para não sermos julgados. Usamos as roupas da moda, o relógio do momento, o celular recém-lançado, frequentamos os locais badalados e por aí vai.

Queremos mostrar para pessoas como somos felizes. Aliás, não queremos mostrar, queremos provar que somos felizes. Não basta mais se divertir em silêncio, queremos mostrar para os outros o quanto estamos e conseguimos ser felizes.

O jantarzinho do fim-de-semana se transforma em um super jantar romântico nas redes sociais. Aquela viagem para a praia num dia nublado se transforma praticamente numa praia do Caribe com a ajuda de aplicativos de edição. Ao invés de prestar atenção na comida do restaurante, a maior preocupação se tornou em tirar a foto perfeita, do melhor ângulo e iluminação para publicar em alguma rede social, e receber meia dúzia de curtidas.

Conheço pessoas que moravam perto do trabalho, e inventaram de comprar um imóvel em um bairro longe do trabalho, pois era o único local que dava para financiar. Pronto. Agora faz um trajeto de 1 hora a 1 hora e meia todos os dias, amassado dentro do transporte público. Ida e volta são 3 horas no trânsito, sendo que antes trabalhava tão perto. A pessoa chega cansada em casa, sem vontade de conversar, o humor muda, o dia já não é tão colorido como antes.

Agora com a pandemia, a renda encolhendo e vendo os amigos próximos perdendo emprego, surge a dúvida em relação àquele financiamento que parecia um negócio da China: “será que vou conseguir honrar as dívidas?”

As pessoas compram as coisas sem avaliar direito o seu uso…. compram um carro potente para andar nas ruas congestionadas de São Paulo; compram um apartamento de 3 dormitórios sendo que mora sozinho; aliás, moram em um condomínio que tem churrasqueira, piscina, academia, sauna, salão de festas, brinquedoteca, que você paga mensalmente para os outros usarem, mas você mesmo, usa pouco. Pagam uma academia com plano completo, sendo que usam somente a esteira para correr; equipam a cozinha toda, mas comem fora todos os dias.

E por se importar tanto com julgamento alheio e vivendo de aparências, se afasta do que é mais importante: da sua própria essência.

Acúmulo de objetos/obrigações

Sabe aquele quadro inocente que você comprou para decorar a casa? Parabéns, agora terá que tirar a poeira de tempos em tempos.

Sabe aquela roupa que você comprou sem pensar? Nem pensou direito se o tecido amassava ou não, e agora terá que passar as roupas, se quiser usa-la.

E aquele terno que você comprou para ir no casamento da sua prima? Agora terá que levar para a lavanderia pelo menos 1 vez por ano para oxigenar o tecido, se não quiser vê-lo manchado.

Aquele bibelô decorativo que comprou numa das viagens, parecia tão inofensivo, agora ele ocupa um espaço da mesa lateral do seu sofá, acumulando poeira junto com outros souvenirs. Já pensou como seria mais fácil limpar a mesa se a superfície estivesse desocupada?

E de item a item, coisas por coisas, as obrigações vão aumentando, até ter uma estafa mental.

Se você tem um relógio de parede que ganhou da sua vó, e toda vez que olha para o relógio lembra com muito carinho dela, vai fazer questão de tirar a poeira, e “perder” tempo cuidando do item.

Perceba que o problema não é ter as coisas, mas ter sem saber o motivo. Ficar tirando poeira de quadros sem sentido, de bibelôs sem significado, e de coisas em coisas, a gente acaba ocupando todo o nosso precioso tempo com essas coisas que não tem nenhum valor para a nossa vida.

E aí quando a gente percebe como a vida está preenchida com coisas que não valem a pena, até ficamos tentados em voltar atrás, e morar naquele bairro mais simples, alugar um apartamento menor, voltar a andar de transporte público e usar roupas de marcas populares. Mas o primeiro pensamento que vem é “mas o que os outros vão pensar de mim?”

É pensando nos outros que a nossa vida vai ficando cada vez mais complicada. São as nossas escolhas que torna a vida mais fácil ou mais difícil.

O André, do Viagem Lenta, já destacou em um post, o trecho do livro “Aquilo que realmente importa” que ele leu e que fez muito sentido:

Eu sempre gostei de pensar que quando a gente vem à vida recebe uma estrada desconhecida à frente e uma mala de viagem. E, exatamente por isso, é muito fácil acreditar que o objetivo de estarmos aqui é encher a mala ao máximo, como se isso fosse a prova irrefutável de que a viagem foi um sucesso.

Assim passamos a jornada nos preocupando em acumular posses e, percebemos aflitos que a mala nunca fica cheia o bastante. Então continuamos insistindo e a enchendo mais e mais e não notamos que com isso ela vai se tornando cada vez mais pesada e difícil de carregar. Quando nos damos conta, estamos a arrastando pelo caminho e perguntando por qual razão estamos tão cansados.

A verdade é que há um truque nessa mala: no final da estrada, descobrimos que ela não segue viagem conosco. A gente pode tentar preenchê-la com o que quiser, mas quando acaba a temporada aqui, tudo o que podemos levar é o resultado de nossas ações. A gente só leva da viagem a consciência da viagem que se fez. Todo o resto fica. A mala não é o objetivo, a estrada o é. Você pode aproveitar o caminho, ou se arrastar por ele. É uma questão de escolha.

Quem tiver interesse em ler o post do André que aborda um pouco sobre o livro, clique aqui.

Gostaria de convidar a leitura de um post do Aposente Cedo, sobre a sua experiência em relação aos excessos: Maximalismo: da quitinete à mansão. O post relata a impressionante capacidade dele e de sua esposa de reconhecer excessos e dar um passo para trás por um objetivo maior: a liberdade.

~ Yuka ~

44 comentários em “Por que é tão complicado viver uma vida simples?

  1. Ótimo texto! Especialmente a parte sobre como acumular bens causa estresses, mais trabalho etc. e como muito disso tudo é imposto pra gente. Acredito que agora, com a pandemia, muitos estão tendo noção do que é desnecessário. Abraços

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  2. Nossa, Yuka, post incrível. É isso mesmo, esse mundinho está cheio de gente fútil que só o que tem a oferecer é a aparência. Lamentável. Quem se arrisca a viver na contramão dessas futilidades precisa enfrentar com coragem o desdém das pessoas que vivem de aparência e ostentação. Eu prefiro enfrentar. Grande beijo e excelente domingo.

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    1. Oi Cleo, e o pior é que esse desdém vem muitas vezes de pessoas que amamos, pessoas próximas, amigos e familiares. Não é fácil perceber e engolir isso no início, mas a parte boa é que depois de um tempo isso já não se torna um incômodo rsrs. Beijos.

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  3. Eu me protejo do julgamento/opinião alheia não expondo minha vida.Minhas redes sociais eu uso para compartilhar informações, quase não tenho fotos.
    Quando ao consumo estou em transição da simplicidade voluntária para o minimalismo.
    A opinião dos outros nos afeta, mas aprendi que quando menos estivermos expostos melhor.

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    1. Oi Marcela, falou pouco, mas falou bonito. Concordo com você. Por isso aquele lema “o segredo da felicidade é ser feliz em silêncio” é o trilho em que devemos permanecer. Beijos.

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  4. “Não basta mais se divertir em silêncio, queremos mostrar para os outros o quanto estamos e conseguimos ser felizes”. Um motivo mais pelo qual as redes sociais devem ser usadas caso precisarmos para o trabalho e só. Porque quiera ou não, quando vc se expõe as redes, vc se expõe ao um mundo de fantasia e acha que essa fantasia é real e que “por que eu não sou assim de feliz?”. Sobre acumular coisas, hoje casualmente reli um livro de um autor que eu gosto muito, Alex Castro, “Atenção” (ele escrevia outras coisas das quais eu gostava muito mas daqui a uns anos ele começou frequentar um templo budista e escreve, do jeito dele, sobre esses aprendizados). O capítulo que li fala sobre ter coisas e como tudo isso vai virar lixo quando não estivermos. Importa realmente juntar coisas? Para que? Para quem? E não podia deixar de pensar no que falo com meu marido cada vez que entramos em lojinhas de…coisas para pegar palitinhos de sorvete para armar brinquedos, ou cola, etc e ver saber que tudo, ABSOLUTAMENTE tudo vai parar no lixo cedo ou tarde. E como o futuro dos nossos filhos depende muito de escolhermos que coisas queremos ter, que coisas realmente precisamos. Tudo tem a ver com tudo. Que mundo queremos para nossos filhos. Que ideias queremos que levem com eles. Que cuidado queremos que tenham com eles e os outros. O que realmente importa? Um beijão.

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    1. Oi Bhuvana, perfeito seu comentário. É a pergunta que tenho feito também. Vivemos em um mundo em que consumir e descartar é algo visto como perfeitamente normal. Na verdade, quem não faz isso que é visto como diferente. Não sei como foi pra você, mas depois que eu virei mãe, o mundo mudou junto, fico pensando nisso que você escreveu, “que mundo queremos para nossos filhos”. É algo a se pensar, e agir. Um beijão pra você também.

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  5. Se tem algo que não gosto, é acumular coisas em casa, seja em gavetas, em prateleiras, etc.
    Como é bom ter pouco gasto de energia mental para escolher uma roupa, por exemplo.
    Menos é mais.Texto excelente, como sempre! Parabéns
    Abraço

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    1. Oi Semeador, tenho a impressão que no geral, as mulheres acabam juntando mais quinquilharias do que homens. Claro que sempre há exceções rsrs. Mas temos maquiagens, mais sapatos, mais roupas, mais esmaltes, mais bolsas, mais produtos para o cabelo, mais perfumes, aí junta tudo isso e vira uma montanha de coisas sem uso rsrs. Realmente, quando temos menos coisas para escolher (ao invés de 1000 roupas, 50 roupas), as escolhas se tornam muito mais fáceis. Beijos.

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      1. Concordo, observava muito isso com minha ex-namorada, são muito itens diversos como você citou, mulheres devem ter mais dificuldade com isso.
        No meu caso eu tive uma época em que comecei a comprar “cds” antigos de um cantor preferido, comprar jogos para video-game em versão física….Sorte que descobri blogs e livros que me fizeram sair disso. Com tantas assinaturas a preços baixos, era inútil alimentar minha sala com itens físicos que nem usaria rsrs

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  6. Olha nem me fale. Na hora de mudar de casa é que vemos o tanto de coisa inútil que temos. E olha q já tinha me mudado ano passado, doado muita coisa e não comprei nada de lá pra cá. Mapeei como os entulhadores de casa os presentes de casamento, livros e as coisas compradas em viagens. Os livros entreguei 4 caixas pra doação essa semana! Concordo 100% que as “coisas” dificultam muito a vida!

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    1. Oi Muquirana, nem te falo nada porque eu também estou de mudança e nossa, como a gente junta tralhas. No meu caso, estou desenterrando tantos brinquedos das minhas filhas…. A parte boa da mudança é ter essa noção de que apesar de tudo, ainda temos muito. Vamos seguindo firme no desapego rs. Beijos.

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  7. Olá Yuka!

    Excelente post, me lembrou daquela história do filósofo Diderot, onde ele ganhou de presente um excelente e luxuoso robe, e que ao vestí-lo sentiu que o resto do guarda-roupa dele não combinava com esta vestimenta tão sofisticada. Então começou a renovar o guarda-roupa com novas roupas caras para igualá-lo, mas logo viu que os móveis da casa não eram comparáveis às novas roupas. Então começou a trocar os móveis até que sua casa até que ao fim da jornada estava endividado e sem nenhum dinheiro – simplesmente por conta de um robe novo.

    Acho que todos nós temos um pouco de Diderot em nós, e, mesmo sabendo do efeito destrutivo de “inflar o estilo de vida,” de uma forma ou outra acabamos acumulando. Deve ter um instinto da gente que nos influencia. A nossa melhor defesa é tentar sempre optar por menos, e não mais – o mais a gente sempre pode conseguir de uma forma ou outra depois.

    Abraços e seguimos em frente!

    Pinguim Investidor
    https://pinguiminvestidor.com

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    1. Oi Pinguim, se eu te falar que já dei uma de Diderot…. rsrsr. Um dia resolvi colocar finalmente um box de vidro no meu banheiro (quando eu ainda tinha imóvel próprio)… Depois resolvi clarear os rejuntes que eram escuros e eu não gostava. Depois resolvi trocar a pia. Aí os azulejos e os pisos começaram a me incomodar. Tive que tirar o box de vidro, reformar todo o banheiro e recolocar o box. Passados algumas semanas, a casa inteira me incomodava, já que o banheiro era novo, e o restante da casa não. No final, acabei por fazer uma reforma básica em todo o apartamento. Essa história só teve um final feliz, porque eu além de ter comprado o imóvel por um preço bem abaixo do mercado, consegui vender na alta. Mas aconteceu exatamente o texto que você descreveu. Por isso mesmo, tenho muito cuidado em aumentar o padrão de vida, pois sei que junto com o aumento, virá outros gastos inevitáveis. Beijos.

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      1. Uau, nossa, parece tirado mesmo do exemplo dele!

        Mas não se preocupe, tenho certeza que todo mundo já passou ou vai passar por esse efeito algum dia. Eu, por exemplo, sou tentado pelo efeito Diderot toda vez que alguém me traz um acessório de computadores. Logo me pego fantasiando sobre o que mais poderia acoplar e “tunar” a máquina, até que eu paro e penso a loucura que eu estou imaginando.

        Abraços e seguimos em frente!

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  8. Olá Yuka!

    Obrigado pela menção ao blog!

    De fato, sempre há tempo para se reinventar quando pensamos no que realmente importa. O exemplo do Aposente Cedo mostra bem isso. O que é necessário para nós nem sempre é o que “nos dizem” o que é necessário. Cabe a cada um avaliar se está vivendo sua vida ou a vida dos outros.

    Abraço!

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    1. Oi André, acho que muitos pessoas vivem a vida dos outros, o sonho dos outros, mas ainda não perceberam isso. Por isso quando falamos algo a respeito, ficam indignados, chateados, contrariados. Há uma frase atribuída a Harriet Tubman: “Libertei mil escravos. Podia ter libertado outros mil se eles soubesses que eram escravos”. Beijos.

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  9. Yuka,
    Seus posts são MARAVILHOSOS e o do André tbm, muito muito profundo!
    Há 3 anos embarquei nessa viagem infinita que é o minimalismo e diminui quase a 0, minhas compras de roupas, sapatos e quinquilharias (brincos, maquiagem, etc). Essa semana trocamos de guarda-roupas, saímos de um comprado, pra um planejado e para minha enorme surpresa não sei de onde surgiu tantaaaa roupa! Eu perguntava a meu marido, quantos corpos eu tenho pra ter tanta roupa assim? o lado dele ficou arrumado em 30 minutos e o meu passei um dia inteiro pra pensar a logística. Tenho roupas formais que não uso há 3 anos, desde o último emprego que exigia roupas alinhadas e várias de ginástica encalhadas pela preguiça de fazer exercícios. Fiquei naquela dúvida se devo me desfazer ou não, uma vez que estou em busca de recolocação no mercado (mas tbm não sei se meu proximo emprego exigirá esse tipo de vestimenta) e a vontade de retomar os exercícios que são essencias pra nossa vida. Hoje me considero bem desapegada, não tenho mais receio de doar itens que ficam encalhados eternamente, gosto de fazer a energia circular, mas nesses dois itens essas preocupações ainda me surgem.
    Essa semana lá na minha tia rolou uma conversa assim: nossa paguei 35,00 reais nesse macacão lindo da moda, se eu usar 3 x já se pagou não é? Eu respondi: ollha não curto roupas da moda mais, quero roupas confortáveis, atemporais e que eu possa usar em qualquer ocasião, por isso não me importo de pagar um pouco mais nelas. Ela me disse que não gosta de repetir roupa, fiquei pensando, em que momento na nossa sociedade as roupas se tornaram descartáveis? Tive uma amiga que não podia postar nas redes sociais fotos com a roupa repetida, pra cada evento precisava comprar uma nova… \0/

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    1. Oi Camila, eu também fiz uma limpa no guarda-roupa há algumas semanas, e achei que tinha muitas roupas que já não estava usando mais. No seu caso, espere mais um pouco, e veja como será o seu próximo emprego. Depois com o novo emprego, você consegue decidir mais fácil se aquelas roupas serão necessárias ou não. Sobre a conversa na sua tia, já percebeu que o mundo todo anda descartável? A “cultura do cancelamento” é um exemplo disso, não são mais só as roupas e objetos que são descartáveis. Animais de estimação se tornaram descartáveis, pessoas também. É algo que tenho pensado com bastante frequência. Beijos.

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  10. Olá Yuka, seus posts são sempre ótimos e esse não é diferente, chega deu uns soquinhos aqui na boca do estômago em algumas partes rssssss mas é aquele soquinho bom, de tá vendo, é isso mesmo, você já pensa isso, concorda com isso só não tomou atitude. Então vai e toma né Ariane?
    E eu adorei ler de novo essa passagem do livro que você copiou aí, acabei indo ver o post do Viagem Lenta e gostei muito. É duro mas é verdade né… o que se leva são as experiências, a consciência de ter aproveitado ou não, a mala não segue viagem… não há motivo para enche-la com coisas que não nos trazem alegrias e ainda nos fazem perder tempo.
    Boa semana e boa mudança aí! Beijos.

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    1. Oi Ariane, pois é, decidi colocar no post o trecho do livro que o Viagem Lenta havia citado, já que é tão bom rsrs. Em breve faço uma postagem sobre a mudança. Ai que bagunça aqui em casa rsrs.

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  11. olá, bom dia Yuka,

    Sobre o comentário da Camila, dias atrás comentei com uma amiga de mais idade sobre essa questão das roupas. Foi com a vinda das roupas prontas da China que as roupas baixaram de preço, e começaram a ser tratadas como artigos descartáveis, pois já não eram tão caras.Isso começou lá no início da década de 90, mais ou menos.

    No meu caso, eu também achava que o armário estava enxuto, mas dias atrás tirei duas sacolas grandes de roupas que estavam lá paradas há sei lá quanto tempo. Aquelas que a gente guarda porque acha que vai usar, mas acaba não usando nunca. Ou porque a cor não combina (mais) com você ou porque é uma roupa “complicada” (decotada, justa, tem que passar) ou porque não são mais a sua cara. Eu não tenho problema em repetir roupa, até porque tenho muitas roupas parecidas, que só eu devo saber que não são as mesmas. Mas essas, eu uso todas. As muito diferentes é que vão ficando sem uso.

    Uma forma que eu uso para não juntar muita tralha é delimitar os espaços. Ou seja, se defino onde vou guardar os sapatos, todos os meus sapatos têm que caber ali, se o espaço estiver cheio para entrar um novo só saindo outro. Eu não sou minimalista por definição, acho que a minha maior dificuldade não é desapegar das coisas, é não comprar outras para substituir. No médio prazo as coisas vão estragando, se você não comprar novas para substituir, elas acabam por diminuir sozinhas.

    Mas realmente época de mudança é bom para reavaliar o que está nos armários, acabamos sempre nos surpreendendo o quanto eles podem esconder tralhas.

    Boa mudança! É sempre uma bagunça, mas se é para a vida da gente melhorar, vale a pena enfrentar!

    Beijo

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    1. Oi Daniela, obrigada pela torcida na mudança de casa, espero que as coisas se ajeitem logo, é muita coisa pra arrumar rsrs. Eu destralhei bastante coisa antes da mudança, durante a mudança, e pasmem, continuo me desfazendo de mais coisas na casa nova. Essa sua estratégia de delimitar espaços é ótima! Eu tenho tentado deixar a superfície das coisas sem nada, por exemplo, deixar em cima da cômoda sem nada, deixar o rack sem nada, mas é sempre um desafio com crianças, já que tudo vira território dos brinquedos rsrs. Um beijo pra você!

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  12. Mais um ótimo texto, Yuka! E só pensar no acumulo de coisas/parafernálias para encher a casa já me dá uma coceira de desespero hahaha Aliás, esses tempos atrás assisti ao filme minimalismo e achei super interessante, já o viu? Claro, eu não sou ao extremo, mas tudo que eu puder doar/vender o faço aqui em casa! Abs

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  13. Olá Yuka!
    Que texto excelente (como sempre)!

    O peso emocional diminui quanto mais nós temos de objetos e coisas para nos preocupar. Agora venho tentando simplificar também a vida financeira e os investimentos. O cotidiano de todos aqui de casa está muito mais saudável e tranquilo e espero que suas mudanças também tragam esse benefício adicional.

    Obrigado pela menção ao blog!

    Beijos

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    1. Oi AC, você mais do que ninguém pode dizer com propriedade sobre a sensação de liberdade que o desapego pode trazer. Nessa mudança, aproveitei para desapegar de mais algumas coisas rs. Beijos!

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  14. Yuka, como é agradável ler seus post´s. Foi incrível descobrir seu blog e admirar essa leitura que trás paz, tranquilidade e sem dúvidas muita sabedoria. Estou no caminho do minimalismo já a algum tempo, e a cada experiência e decisão, são novas descobertas maravilhosas. Obrigado por compartilhar tantas reflexões sensíveis e libertadoras. Um grande abraço e mais uma vez, muito obrigado!!!!

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    1. Oi Virgílio, obrigada por essa mensagem tão carinhosa, tão afetuosa. Eu que agradeço por você dispor do seu precioso tempo e ler as coisas que escrevo nesse pequeno blog. Um grande beijo!

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  15. Amei seu texto Yuka! Parabéns! Aprendi o estilo minimalista com Rosana Radke e através dela conheci seu texto maravilhoso…..acredito tbm em tudo q disse…..essa libertação é um processo muito benéfico para nosso crescimento ne.

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  16. Fala Yuka!

    Acho que o grande problema, para mim pelo menos, é o maldito piloto automático. Não me entenda mal, eu gosto de rotina, não sou um grande fã de surpresas, mas com o tempo a gente acaba fazer certas coisas sem pensar muito bem no porque, não temos motivos claros, apenas fazemos

    Tem certas coisas que ouvimos tantas vezes que assumimos como certo e não questionamos; “comprar casa é um investimento” , quantas vezes já não ouvimos isso de parentes, ouvi isso diversas vezes dos meus pais, mas eles nunca me explicaram o que é um investimento, tive que descobrir sozinho.

    O marketing nos influencia de muitas formas e muitas vezes não nos damos conta que fomos influenciados porque ele age devagar no nosso cérebro, leva tempo para ele maturar, e quando ele finalmente toma conta da gente, nos convencemos de que comprarmos porque pensamos muito bem no assunto e a compra fazia sentido. Acho que o ser humano não gosta de pensar que não é racional.

    Ser intencional na vida é difícil, ser racional ainda mais, é um exercício diário, e esse é um hábito que eu ainda estou desenvolvendo.

    Obrigado por compartilhar suas ideias conosco!

    https://nasuaessencia.com

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    1. Concordo com você Bruno, fomos condicionados a vida toda a pensar de uma forma única. Que casa é investimento, que devemos trocar carro a cada 2 anos, que precisamos casar, precisamos ter filhos, precisamos comprar uma casa mesmo que seja financiada, que é normal trabalhar até quase morrer, que devemos gastar dinheiro porque caixão não tem gaveta, que ostentar é legal, economizar não é legal, e por aí vai. Até escrevi um post há alguns anos sobre isso, se tiver interesse, segue: https://viversempressa.com/2016/12/05/as-mentiras-que-contam-para-voce/

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        1. Oi Bruno, na verdade, ainda não parei para pensar como poderia fazer isso sem que a página fique poluída com propagandas. O meu blog já é monetizado pelo WordAds, mas escolhi a opção mais simples justamente para não poluir o visual do blog, e é claro que o rendimento é pífio rsrs. Há alguns blogs tão poluídos, com tantas propagandas no meio do post, que pra mim não valeria a pena. Alguma sugestão?

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  17. Olá Yuka!
    Para falar a verdade eu não conheço essa opção do WordAds, vou pesquisar, obrigado por compartilhar. Já pensou em algum programa de afiliado? Acho que dessa forma você poderia recomendar produtos que você mesma já tenha testado e fornecer um link de afiliado para os seus leitores. Eu acho que essa é uma forma de ajudar os seus leitores e em contrapartida eles te ajudam. Eu experimentei isso num post que fiz sobre o Kindle, eu o tenho e o uso, tentei explicar suas vantagens e desvantagens, se alguém que ler quiser comprar, pode usar o link que deixei na pagina. Acho que dessa forma você não poluiria o blog com propagandas, que eu também acho horrível, e ainda ajudaria as pessoas que te acompanham, pensa nisso e depois me conta.
    Se você tiver interesse em ler o meu texto sobre o Kindle, pode visitar https://nasuaessencia.com/voce-deveria-ter-um-kindle/.

    Abraços!

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