Minimalismo

Crianças mimadas, adultos de porcelana

Contemplando, Amizade, Amigos, Crianças, Menina

Semana retrasada foi dia das mães. Poderia até ter publicado este post, mas como ando distraída, só pensei nisso depois.

Não sou especialista nesse assunto de maternidade, nem de educação. Então só vou compartilhar a minha visão, o meu ponto de vista e o que tenho feito com as minhas 2 filhas.

A importância da frustração

Eu que sou mãe, sei que dá vontade de atender todas as vontades dos nossos filhos, mas isso não é nem um pouco saudável. Propositalmente, eu não atendo todas as vontades das minhas filhas, porque eu quero que elas saibam o que é frustração. Elas chutam o chão, choram, gritam, mas depois entendem que a vida é assim mesmo. E olhem só, a cada frustração que elas sentem, elas vão aprendendo a lidar com esse sentimento que é tão complexo.

A importância do ócio

Quando viajo de ônibus com as minhas filhas, não levo livro, não levo brinquedos para distrair, não levo tablet, não empresto meu celular. Ensinei as meninas a ficarem quietinhas no ônibus, pois ônibus não é lugar para brincar, nem fazer barulho. Eu levo alguma coisa para elas comerem no início da viagem e depois digo para elas dormirem. Quando elas estão muito entediadas, sugiro que apreciem a paisagem, e assim, o sono vem rápido.

Outra coisa que eu percebo, é que quando elas estão ociosas e sem televisão, elas brincam mais de pintura, de desenho, de faz de conta, de teatro, dançam, cantam… ou seja, começam a usar a criatividade para se divertir.

A importância de não atender todas as demandas

Assim como eu, vocês também devem conhecer adolescentes que acham que quem tem que resolver o ócio deles são os pais. Só cobram, e não tentam resolver o próprio problema. Não sabem lidar com o tempo vazio, nem com a falta de certas coisas. Acham que tudo se resolve com dinheiro, com os pais comprando o que falta. Não quero isso para as minhas filhas. Querem uma máscara de um personagem de desenho? Então vamos fazer com o material que temos em casa. E assim, elas vão compreendendo que nem sempre precisamos gastar dinheiro, nem ficar esperando os outros resolverem os nossos problemas.

A importância de não querer suprir o que não tivemos na infância

É mais fácil enumerar as coisas que tivemos, do que enumerar o que não tivemos na infância (porque a lista é extensa). Na nossa época, era algo normal a criança ter poucos sapatos, poucas roupas, poucos brinquedos.

Atualmente vejo pais atendendo todas as demandas dos filhos, dando presentes a todo momento (por não ter ganhado tantos brinquedos), colocando na melhor escola (por ter estudado em uma escola pública do bairro), dando uma mesada gorda (por não ter tido mesada), dizendo sim para tudo (porque seus pais disseram muitos nãos)…. Mas não percebem que foram justamente esses limites que recebemos, que moldaram o nosso caráter hoje e a resiliência que temos em relação a vida.

Crianças que tiveram tudo na infância se tornam adultos que não se esforçam, acham que os pais têm obrigação em pagar as contas. Permita que seu filho tenha o sentimento de conquista, e não de que conseguiu tudo de mão beijada.

A importância de compartilhar

Já escrevi um post sobre esse assunto, explicando de que forma incentivo intensamente a importância de compartilhar.

Minhas filhas compartilham quarto, compartilham a cama, compartilham brinquedos, as roupas, a televisão… E assim, de coisas em coisas, vão entendendo que precisam esperar pela sua vez, e a trabalhar a paciência.

Ensinar sobre paciência, sobre a espera

Eu não compro brinquedos com frequência.

Os brinquedos são comprados em datas festivas como aniversário, dia das crianças e no Natal. As crianças entram nas lojas de brinquedo SABENDO que não irei comprar nada. Elas não fazem birra, elas olham, se encantam, brincam e depois saímos da loja sem comprar nada. Quando gostam muito de um brinquedo, me chamam para mostrar explicando que é o que vai querer ganhar no dia do seu aniversário.

A questão não é o dinheiro, e sim, sobre ensinar a ter paciência e a importância da espera. Elas não fazem birra, porque sabem que irão ganhar algo em breve.

Ensinar que não se pode ter tudo na vida, é preciso fazer escolhas

Quando estou no supermercado (antes da pandemia), sei que não custa nada comprar 2 coisas que elas estão pedindo. Mas faço elas escolherem 1. “Qual você quer mais? O chocolate ou o biscoito?” Com a mãozinha pequena na cabeça, vejo minha filha escolhendo com muita dificuldade qual quer mais. Mas é assim mesmo. É desta forma que elas vão aprendendo desde a infância de que não podemos ter tudo na vida, de que temos que fazer escolhas. São as pequenas decisões e escolhas que elas fazem no dia-a-dia que irão treiná-las a ter autonomia quando elas tiverem que tomar as suas próprias decisões.

A importância de ter responsabilidades

Minha filha de 3 anos já compreende que roupa suja deve ser colocada no cesto da lavanderia. Ela não faz isso sozinha, mas leva até a lavanderia quando explico que não deve deixar a roupa no chão. Quando elas voltam da creche (também antes da pandemia), elas guardam os sapatos na sapateira, vão ao banheiro lavar as mãos (há um banquinho para que a caçula alcance a torneira e um gancho na altura delas onde fica pendurado a toalha de mão). Elas sabem que quando terminam de comer, devem levar o prato na pia da cozinha. Como diz o meu marido, não adianta um filho ser fluente em inglês, saber robótica e tudo mais, mas não saber lidar nem com as próprias roupas sujas.

Ensinar a diferença entre valor e preço

Esse ano fiz festinha de aniversário para a minha filha mais velha. Como estamos quarentenando, a festa foi só entre a gente mesmo. Não fiz grandes coisas, só um brownie em formato redondo, uma bandeja de brigadeiros, suco de laranja para as crianças, café para mim e para o meu marido e alguns balões coloridos para decorar a parede.

Cantamos parabéns duas vezes, fomos até o quarto para medir a altura da aniversariante, entreguei para ela o presente que eu mesma havia feito com a minha máquina de costura: uma necessáire para ela guardar o pente e o espelho de mão.

E eis que ela grita de euforia e me abraça: “mamãe, este foi o melhor aniversário que eu já tive em toda minha vida!”. Esta festa aconteceu no início desse mês e, após 3 semanas, ela ainda lembra com alegria.

Criança não vê preço, vê o valor das coisas. São os adultos que ensinam as crianças de forma errônea que preço é melhor do que valor. Que festa em buffet com 200 pessoas é melhor do que festa em casa com os melhores amigos. Que viagem para Paris é melhor do que viajar para a casa da vó.

A criança não é o centro do universo da nossa família

Você já deve ter visto inúmeras crianças sentadas nos bancos prioritários em transportes públicos, enquanto vovôs de cabelos brancos ficam em pé, se agarrando em qualquer lugar para não se desequilibrar.

Eu fico muito indignada com essa cena, e mesmo antes de me tornar mãe, havia jurado que, se um dia eu viesse a ser mãe, meus filhos não iriam tirar lugar de um idoso ou de qualquer outra pessoa necessitada.

Minhas filhas não sentam nos transportes públicos, porque entendem que as pessoas que estão lá de pé, trabalharam o dia inteiro, estão cansadas. No máximo, sentam no meu colo. Quando entra algum idoso, elas já se levantam, porque sabem que eu vou ceder o meu lugar para ele. Minhas filhas têm 5 e 3 anos e já entendem sobre empatia. Tem adulto de 50 anos que ainda não descobriu o significado dessa palavra.

Eu passei 9 meses da minha gravidez em pé no transporte público, porque as pessoas simplesmente não cediam seus lugares. Adolescentes sentados nos bancos prioritários, jogando Candy Crush, porque os pais sempre deixaram sentar nesses bancos prioritários, sendo tratados como centro do universo na sua família.

Criar como uma grama, e não como uma flor

Na minha infância, eu tive uma professora de japonês que costumava me chamar de grama. Eu não gostava, principalmente, porque ela chamava minhas irmãs de flores, e eu também queria obviamente ser uma flor.

Só depois de um tempo que eu entendi. Eu era grama, porque mesmo as pessoas pisando em mim, mesmo sendo esquecida, não sendo a preferida, eu sempre estava de pé. Vocês sabem que eu tive uma infância difícil, eu tive uma irmã agressora, que hoje sei que se enquadra como violência doméstica. Enfrentei um divórcio, burnout no trabalho, e apesar dos apesares, sempre recomecei.

– – –

Todas as coisas que eu faço com as minhas filhas, nunca teve o intuito de economizar, mas torná-las adultas responsáveis. São 5 pilares que tento ensinar: responsabilidade, foco, escolha, renúncia e paciência.

Tudo isso tem um único propósito: não criar adultos de porcelana.

Há uma frase famosa em que diz que “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional”. A minha intenção não é evitar a dor das minhas filhas, e sim ensinar a administrar os sentimentos, APESAR da dor.

Elas sentirão a dor da perda, a da saudade, a da despedida, a da frustração, da rejeição. O que eu tento fazer é ensina-las a lidarem com os sentimentos, apesar da rejeição, apesar da frustração, apesar da indignação, apesar das injustiças.

Foi assim com a gente. Quantos de nós sofremos bullying, numa época que nem existia essa palavra? Nós sobrevivemos. E com isso nos tornamos mais fortes.

Quando digo não para certos brinquedos, elas têm duas alternativas: chorar ou construir algum brinquedo através de materiais que já temos em casa.

Quando elas se tornarem adolescentes e passarem a receber uma mesada, vão ficar reclamando do valor da mesada ou vão aprender a pechinchar, buscar no brechó, fazer troca com as amigas, empreender?

Eu não posso evitar que elas não tenham problemas todos os dias. Mas eu posso ensiná-las a como enfrentar e lidar com os problemas da vida.

~ Yuka ~

75 comentários em “Crianças mimadas, adultos de porcelana

    1. Olá Yuka.
      Parabéns pelo excelente texto. Assim como você, tentei criar meus filhos sem grandes facilidades para que pudessem aprender, desde cedo, que a vida não é mole. Eles foram criados ao lado de primos que ganhavam bugues (aqueles mini) enquanto ela ganhavam no natal um vídeo game dos mais simples, entre outras coisas. Quando quiseram um vídeo game mais moderno tiveram que juntar dinheiro por mais de um ano (sobras das mesadas – que já não era muito – presentes dos avós em dinheiro ao invés de roupas nas datas comemorativas, etc) para comprar. E foi uma felicidade quando conseguiram juntar. Hoje são dois adultos responsáveis, educados, empáticos, de 27 e 33 anos. Acho que fiz um bom “trabalho”. 😃 Parabéns novamente!

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      1. Oi Cláudia, tudo bem? Infelizmente, algumas pessoas relacionam o “amor aos filhos” às coisas materiais.. brinquedos novos, roupas novas, viagens caras… e isso nada tem a ver com amor. Claro que é muito bom ganhar brinquedos novos, ganhar roupas novas, fazer viagem em família, mas não é isso que define unicamente o amor. Você disse que seus filhos, adultos de 27 e 33 anos, são pessoas responsáveis, e é esse o maior desejo de nós, pais: criar seres humanos responsáveis e auto-suficientes. Criar um ambiente para que as crianças de hoje façam pensar com a própria cabeça, com foco na solução, pode ser um dos maiores presentes para a vida adulta. Tenho certeza que seus filhos não ficam lamentando os brinquedos que não ganharam, muito pelo contrário, agradecem tudo o que você pôde fazer para eles. E é assim que eu também quero criar minhas filhas. Muito obrigada pelo comentário carinhoso e por relatar a sua experiência. Um grande beijo.

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    2. No meu caso é mais Difícil , tenho um filho de 8 anos autista não verbal mais mesmo assim tento passar os valores para ele , quanto ao carro pra mim é necessidade pois andar de ônibus é cansativo , frustrante e ele acaba sendo sendo sempre a atração por gritar muito e dar tapas na cabeça .

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      1. Oi Veronica, realmente, por isso é muito importante que cada família analise o que funciona melhor. Há alguns anos, uma colega de trabalho, sabendo que eu vivia bem sem carro, cismou que iria vender o carro dela. Só que ela morava com a mãe super idosa, e o apartamento dela não era perto de metrô. Convenci o contrário, de que ela precisava do carro. Geralmente as pessoas querem nos medir com a mesma régua, mas todos nós temos rotinas diferentes e dificuldades diferentes. No seu caso, carro acaba sendo um investimento, traz conforto e bem estar para o seu filho, e consequentemente para você. Beijo.

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  1. Excelente esse texto! O triste é que muitos adultos são de porcelana, e defendem seus filhos mesmo que estes não estejam corretos, além de não darem bons exemplos. Gosto muito dos textos de seu blog.

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    1. Oi Adimara, MUITOS adultos são realmente de porcelana. Por isso quando seus filhos tiram notas baixas, vão na escola xingar os professores. Ou acham normal que seus filhos de 15 anos fiquem sentados em assentos prioritários, argumentando que o filho não pegou lugar de ninguém, porque ela cedeu o seu lugar (já ouvi isso quando estava com 7 meses de gravidez!!!!). Só que não percebem que esses pais irão envelhecer, e da mesma forma que seus filhos não tem empatia com uma grávida, com um idoso, não terá empatia com os próprios pais velhinhos. Eu, na época em que estava grávida, cedia meu assento para os mais necessitados, porque os outros simplesmente não cediam, mesmo sabendo que eu também era prioritária. O mundo está muito errado, só que eu não tenho como mudar o comportamentos dos outros, mas tenho o poder na minha mão de educar dois seres humanos que poderão somar nesse mundo. Um grande beijo.

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  2. Ontem fizemos o aniversário dos meus sobrinhos de 5 anos. A mãe fez um bolo e nós (tios e avós) cantamos parabéns pelo Skype. Eu e minha irmã nos juntamos e compramos o brinquedo que eles queriam, um pouco caro (fizemos uma vaquinha, e os dois vão dividir). Mandamos a loja entregar na casa deles. Acharam tudo muito bom. Depois meu irmão fez um vídeo deles agradecendo e montando o brinquedo. Eu sou totalmente favorável a festas em casa e contra buffets. A ostentação é para os pais, não para as crianças. Minha cunhada fez uma vez festa em buffet e até hoje se arrepende. Se eu tivesse filhos, priorizaria as experiências (ao invés de festas, levaria por exemplo, para Petrópolis para conhecer o Museu Nacional – aliás, meu sonho pós-quarentena). Espero que as pessoas aprendam a valorizar o que é importante, não somente as crianças. Poupar para uma época de necessidade é uma delas.

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    1. Oi Carol, eu também compro brinquedos bons e duráveis para as minhas filhas, muitas vezes brinquedos caros. Por isso sempre falo que não comprar brinquedos, não é sobre economizar dinheiro, é uma questão de formação de caráter. O fato dos seus sobrinhos terem que dividir brinquedos é maravilhoso, eles vão aprendendo na prática o exercício da paciência, do compartilhamento. Um dia vou fazer um post sobre os principais brinquedos que elas tem, vão ver que a maioria dos brinquedos são caros, mas que estimulam muito a criatividade. Quando elas crescerem, quero fazer isso, de ao invés de dar algum presente, pagar uma viagem para a família e mostrar que ter aberto mão de um presente pessoal, pode proporcionar experiências que serão lembradas para a vida toda. Tudo o que fazemos para as nossas crianças (para minhas filhas, e no seu caso, para os seus sobrinhos) é um ato de amor. Beijos.

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  3. Ah Yuka, eu que nem tenho filhos adorei seu post.
    Nós mesmos, já adultos, precisamos aprender tantas coisas, aprender a lidar com as frustrações do dia a dia… Pq elas acontecem, não vivemos numa bolha em que é tudo comandado por nós mesmos, vivemos no mundo real com pessoas diferentes e situações inusitadas as quais não controlamos.
    Esses 5 pilares que você buscar ensinar para suas filhas, a responsabilidade, o foco, a escolha, a renúncia e a paciência são muito importantes pra essa vida real que vivemos. No meu caso o auto-conhecimento tem me ajudado demais a aprender/reforçar esses pilares e isso tem me fortalecido.
    Creio que seus ensinamentos para suas filhas vão ajudá-las a crescer com mais resiliência e empatia realmente. Bem, você está fazendo sua parte.
    Esses são conhecimentos para a vida!
    Uma ótima semana para todos nós (na medida do possível)!

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    1. Oi Ariane, obrigada!!! Realmente, o auto-conhecimento é algo maravilhoso, pena que muitos torcem o nariz falando que é auto-ajuda. Outro dia li na internet uma matéria em que os psicólogos falavas que algo muito comum na consulta deles era que os adolescentes não sabiam tomar decisões. Claro, os pais tomam todas as decisões. A roupa que vai usar, o que vai comer, com quem vai brincar, o brinquedo que irá comprar. Eles nunca precisaram tomar decisões, então não sabem tomar decisões. Isso criou um alerta na minha cabeça e vi como era importante dar a autonomia para as minhas filhas tomarem decisões. Essas pequenas decisões, como a escolha entre o chocolate e o biscoito, vai criando exercícios mentais importantes para a fase adulta. Um ótimo domingo pra você. Beijos.

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      1. Pois é a vida é feita de esolhas e de decisões!
        Pra você ver como as coisas são (até voltei pra comentar de novo, não por isso, mas isso veio bem a calhar), hoje eu estou sem dormir desde antes das 4 da manhã pois estava incomodada com uma situação que eu aceitei e sabia que se não conversasse e resolvesse a situação de outra forma, infelizmente eu não estaria feliz e continuaria perdendo noites de sono. Pois bem, levantei e fui conversar com a pessoa. No fim, ficou tudo em paz e resolvido. Mas as vezes temos que tomar decisões difíceis que envolvem pessoas queridas e o que elas esperam de nós. Pra mim, com 31 anos, foi difícil hoje tomar a decisão e ir falar não para uma situação, mas era necessário pois eu acredito que a nossa paz, nossa alegria e principalmente aquela coisa de falar e viver com atos em sintonia é muito importante.
        Isso que você está fazendo, ensinando a importância de saber o que quer, de escolher e tomar decisões, essa autonomia que você está passando pras suas filhas com certeza vai ajudá-las no futuro!
        Mas… o motivo de ter voltado aqui e comentar de novo foi por que ao ler outros comentários e quando você falou de inocência das crianças, eu me lembrei de uma coisa tão simples e barata de se fazer que achei que devia compartilhar contigo.
        Não sei se você se lembra ou chegou a ver e brincar mas eu brinquei bastante de boneca de papel. Você conhece? Eram bonecas de papel, um papel um pouquinho mais firme, mais firme que cartolina, e na revista ou cartela (não lembro bem) vinham umas roupinhas de papel para recortar, e elas tinham umas abas pra gente por a roupinha em cima da boneca e virar a aba pra trás e assim prender a roupinha.Nossa, é uma coisa tão simples e eu adorava. Depois de um tempo passei até a inventar novas roupinhas para as bonecas.
        Eram bons tempos de suficiência e inocência. Uma folha de papel, lápis de cor e uma tesoura sem ponta garantiam a diversão!
        E obrigada, mais dias ótimos para nós. Beijos.

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        1. Oi Ariane, estamos com transmissão de pensamento. Eu estou para fazer esses bonequinhos de papéis há alguns dias. Estou ensaiando modelos, tamanho dos bonecos, roupinhas e fazer uma surpresa para elas. Tenho certeza de que as duas vão amar, e o melhor, não vai custar nada para mim, além do tempo e amor que darei. Elas já brincam bastante de papel e lápis de cor, desenham xícaras e pires, leite, café, depois pintam, recortam e ficam brincando de casinha por horas. Elas brincam muito mais com essas coisas lúdicas do que com brinquedos comprados por mim. Quando eu fizer, vou ver se posto no blog!!! Beijos.

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  4. Oiiiiii amiga saudades, como vocês estão?
    Aqui estamos todos bem !
    Eu amo quando chega todo domingo, e logo pela manhã temos algo construtivo para ler e aquecer nossa alma e coração.
    É tão bom saber que tem pessoas como você no mundo ainda, que preza ainda valores e se preocupa em criar filhos melhores para o mundo.
    Eu penso como você acho que já te falei uma vez, não lembro nos comentários ou por e-mail.
    As vezes as pessoas querem um mundo melhor para seus filhos, mas são nossos filhos que precisam ser melhores para esse futuro, e estou na luta, com cabelos brancos já kkkkkkkkkk. Mas estou na luta !
    Quero que meus filhos tenham a sabedoria de viver em um mundo melhor, que eles possam enxergar a vida de uma forma leve e simples, e por isso estou no lema do minimalismo, do essencial, estou na busca constante é difícil no mundo de hoje as pessoas entenderem pensamentos diferentes, quando estava no IG via muitos comentários de pessoas que se acham donas da verdade.
    Eu procuro passar para os meus os mesmos valores que você ta passando, de primeiro eles não entendiam, e com esse imediatismo de hoje, eu falo muito que eles tem que saberem esperar, que a vida não vai ser fácil lá fora, que o mundo pode os engolir, que eu quero que eles saibam lidar com o mundo.
    Que eu não vou estar aqui para sempre e nem o pai deles…
    Eu sei que eles me entendem e entendem que as partes chatas da vida é o com farão eles adultos fortes.
    Eu fiquei muito emocionada aqui com você narrando o aniversário da sua filha, é isso que prezo. É o que a gente passa pra eles, os valores estão nisso e não em coisas materiais.
    Nós que fazemos trabalhos manuais sabemos bem o quanto colocamos de amor no tempo executado da peça, muitas pessoas não entendem esse tempo, feito tudo com muito amor e carinho.
    O objeto não tem tanto valor quanto, o tempo gasto nele, sua filha entendeu, e eu me emocionei com suas palavras, caiu um cisco aqui rs.
    Eu já fiz uma vez aniversário em Buffet, e sabe que eu me senti muito mal kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Sim eu gosto de colocar a mão na massa e fazer as coisas, eu me senti mais uma convidada da festa. E nunca mais fiz kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Foi no niver de 1 ano da Maria Theresa e de 4 do Bruno. Hoje eles com estão com 10 e 13 anos, depois disso só fiz aqui em casa com bolinho, um café simples e gostoso. É isso que vale na vida, e tem mais valor…
    Minha nossa a pessoa demora pra vir comentar, mas quando vem…deixa logo um texto kkkkkkk
    Yuka querida, um ótimo domingo e linda semana, eu adoro você mesmo sem conhece-la, quem sabe um dia a gente se encontra pra um café, eu iria adorar!!!!
    Super bjs

    Dri 😀

    https://adrianaavilaatelie11.blogspot.com/

    PS: esqueci, ontem minha mãe estava lendo uma parte do seu blog, que pedi a ela sobre morar de aluguel. Depois te passo e-mail falando sobre isso.

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    1. Oi Dri, a sua frase aqui é perfeita “as pessoas querem um mundo melhor para seus filhos, mas são nossos filhos que precisam ser melhores para esse futuro”. É justamente isso!! Eu tenho o costume de falar pra minha filha que a vida é um espelho. Se ela sorri, o mundo sorri para ela. Se ela faz birra, grita, o mundo escurece. E ela já está aprendendo isso na prática, ontem mesmo, ela fez essa associação. As pessoas esperam que os outros façam por nós, mas nós não fazemos nada para melhorar nem a própria vida, muito menos a vida dos outros. Dri, um maravilhoso domingo para você, espero que esteja tudo bem com você e com sua família. Um grande beijo pra você.

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  5. Uau, é o que tenho a dizer sobre.
    Toda vez que leio os textos de como você cuida da sua família, tudo que passa pela minha mente é: Quero aprender com ela.
    Por vezes adio a maternidade, mas hj é um dia, após a leitura, em que eu gostaria de ser mãe para ensinar essas lições e até aprender com elas.
    Fico feliz por compartilhar conosco suas experiências, e como lida/lidou…
    Para mim, vc é um exemplo de mulher, esposa, mãe e ser humano incrível.
    Ótimo domingo ✌🏻💞

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    1. Oi Roberta, você será uma boa mãe, e sabe por quê? Porque está disposta a aprender. Veja o meu caso, eu nunca tive vontade de ser mãe, até encontrar o meu marido. Então nunca tinha tido interesse sobre maternidade, nunca havia lido nenhum texto sobre o assunto. O fato de eu achar que não sei nada, me faz estudar, ler textos, acompanhar psicólogos e educadores que são um exemplo pra mim. Tento corrigir a todo momento o meu comportamento como mãe, e é assim, que eu cresço e minhas filhas também. Ouvi por diversas vezes “você fala isso porque não é mãe”, e hoje, mãe de 2 filhas, posso dizer que a maioria das coisas que eu falava, continuo falando, minha opinião não mudou. Beijão.

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  6. Não tenho filhos e vim de um lar disfuncional.Por isso acredito que além das condições materiais o casal deve trabalhar suas questões emocionais para não reproduzirem suas dores.Vejo muito pessoas cheias de sequelas de pais abusivos, criaram filhos com o mesmo princípio.Sei que é um longo caminho.Ter sido criado em família disfuncional é como se uma dinamite tivesse implodido e você tem que catar os cacos.Leva-se anos e nunca ficará igual a um original, mas vale a pena por você e próximas gerações.

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    1. Pois é Marcela, sinto isso atualmente, de que os cacos continuam por aí, principalmente quando minha filha pede para falar de quando eu era criança, só tenho lembranças da minha irmã socando minhas costas, uma infância roubada. Eu engulo as lembranças e mudo de assunto ou peço para meu marido falar da infância dele. O ato do compartilhamento entre as minhas duas filhas, tem um valor muito grande em mim por conta da minha história. Elas não precisam ser as melhores amigas, mas quero que elas sejam irmãs, companheiras, saibam que pode contar com a ajuda da outra. A história não pode se repetir, e é pensando dessa forma que educo as minhas filhas. Não precisam ser excepcionais, nem milionárias, nem ter sucesso na carreira. Só quero que elas tenham amor no coração, empatia com os outros e humildade para reconhecer os erros. Um grande beijo.

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  7. Sou mãe e fiquei tocada com o seu texto. Me policio constantemente para que minhas atitudes não criem um adulto disfuncional…é uma tarefa árdua a de educar mas tenho certeza que resultará em coisas boas no futuro.
    Adorei a analogia que vc compartilhou: que nossos filhos sejam gramas e não flores!

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    1. Oi Odiluza, criar filhos é uma tarefa árdua sim. Já perdi as contas de quantas vezes chorei de cansaço, principalmente quando as duas eram muito pequenas. Mas é algo que devemos fazer, principalmente se temos essa consciência. Infelizmente, muitos pais ainda não têm essa consciência da importância de criar um ser humano decente. Beijos.

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  8. Que bom ler um post assim!! Sempre digo que meus filhos não são o centro da nossa casa, mas que eles fazem parte. Tenho tentado passar aos meus filhos valores maiores, e lembranças para recordar! Muito obrigada por trazer tantas boas reflexões para nós!

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    1. Oi Rose, sim, crianças não podem ser o centro da nossa casa. Gosto de dizer que elas nasceram quando o jogo de futebol já estava acontecendo. Ou seja, todos os jogadores já estavam em campo, e elas nasceram, então precisam se adequar ao jogo da família rsrs. Um beijão!!!

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  9. Aqui também estamos eu e minha esposa na luta para preservar a simplicidade da vida com nossa filha de 3 anos. Algumas coisas que me lembro que podem ilustrar a similaridade com as situações apresentadas no seu texto: 1 – Guloseimas somente sábado e domingo. Um ou dois bombons ou uns 3 bis. Pouca coisa mas que ela valoriza muito. Nunca oferecemos guloseimas, mas damos um bom exemplo pois também não comemos. Achei lindo um dia que falamos Coca-Coca e ela perguntou “O que é coca cola?” 2 – Celular somente no carro, durante trajetos. Tentamos alternar com leituras, mas em viagens longas é a única forma de ficar 2h sentada. Mas com uma condição: desenhos somente em inglês. 3 – Tentamos compartilhar com o vizinho o que temos. Mas algumas vezes surge um grande dilema. Ontem o vizinho estava brincando na piscina inflável. Ele ficou na cerca perguntando a mim por que ela não podia ir naquele momento. Foi triste. Naquele momento fui no supermercado e comprei uma piscina para nós. Não sei se fiz o certo. Sempre lembro do que o Marcos Piangers fala: gente, vocês são os melhores pais do mundo! Nossa geração é mesmo, a melhor do mundo… (espancar crianças deixou de ser aceitável em QUALQUER situação, por exemplo).

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    1. Oi Zé, é bem o que você definiu, “uma luta para preservar a simplicidade da vida”. Como remamos contra a maré, não? Só queremos que nossas crianças sejam crianças. Sua filha tem a mesma idade da minha caçula. É uma idade danada né? Kkk Sobre o seu bombom no final de semana, o que eu tenho percebido, é que uma escassez controlada é bom. A criança (e até mesmo o adulto) valoriza mais, fica contente, agradece. Sobre a piscina, eu entendi. Acho que faria o mesmo. Não custa muito, e a alegria para a sua família será imensa. É bom não fazer isso sempre, claro, mas de vez em quando não é prejudicial. Bom saber que há muitas e muitas crianças sendo protegidas por adultos conscientes, para não ter a sua infância roubada. Também adoro o Marcos Piangers!!! Beijos.

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    2. Mas por que não deixou a criança ir brincar? Penso que isolar a criança não é algo útil, tem que socializar com outras pessoas. A não ser que o filho do vizinho seja uma criança maluca e violenta. Não entendi porque comprou uma piscina em vez de deixar a criança brincar.

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  10. Sempre leio e nunca comento. Mas hoje deu vontade! Eu fui criada assim e sobrevivi sem grandes traumas. A família nunca alisou. Só ganhava presente de aniversário e Natal, ainda assim, muito negociado… tinha que merecer e a família poder ($$).

    Com 7 anos comecei a vender bijus feitas de miçanga para comprar uma agenda eletrônica. Na época era muito caro e em 1 ano juntando dinheiro, consegui. Claro que quem comprava linha e miçanga era a minha mãe e muitas tias me ajudaram comprando meus colares haha, mas eu lembro do esforço e preocupação de fabricar e vender.

    Sempre foi tudo muito contado e negociado, mas nunca me faltou nada.

    Esses dias vi uma mãe dizendo que ia dar um video game caro pro filho pq o menino tinha passado de ano na escola!!!!!! Não faz mais do que obrigação!! Um menino que não trabalha, só estuda? Eu fico de cara com essas coisas!!

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    1. Oi S, pois é, também já vi pessoas ganhando carro e apartamento por ter passado em uma faculdade pública. Eu não ganhei nada, muito pelo contrário, morei em uma pensão com mais 8 meninas, lavei roupa na mão durante 4 anos da faculdade (já que a pensão não tinha máquina de lavar roupa e eu não tinha dinheiro pra comprar uma) e acho que foi uma ótima experiência de convivência. Veja você, podia ficar reclamando que não ganhava nada, mas aos 7 anos (você era uma criança!!!) resolveu arregaçar as mangas e vender bijuterias. É a intenção que conta. E claro que a sua família colaborou, assim como eu também iria colaborar se minha filha resolvesse ter uma iniciativa dessa. As crianças de hoje são muito mimimis, estão acostumadas a serem servidas, a não serem questionadas, a não obedecer. Aliás são os pais que obedecem às ordens das crianças. Nessa quarentena, minhas filhas já enjoadas dos brinquedos que elas tem, começaram a pedir pra eu guardar as caixas de papelão que chegavam dos Correios. Elas desenham no papelão e recortam, criando novos brinquedos, ao invés de ficar pedindo pra eu comprar coisas novas. São tantas diversões que elas vão criando que eu só confirmo que escassez controlada faz bem para a cabeça das crianças. Um beijo!

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  11. Olá Yuka! Grande texto!

    Agora, na expectativa de ser pai novamente, após 26 anos, estou voltando-me a leituras em como construir uma educação em formar filhos éticos e emocionalmente estáveis.

    Estou lendo um livro que li há tempos muito bom do Içami Tiba, Quem ama, educa e também comecei a ler um livro que parece interessante e tem tudo a ver com o conteúdo do seu texto: “A força boa do lado obscuro”.

    Ainda estou no começo, mas veja esse trecho que grifei aqui nas minhas notas do Kindle:

    “Neste livro, oferecemos a inteireza como alternativa a querer tirar proveito somente do positivo. A característica principal das pessoas inteiras é a grande capacidade de negociar com tudo o que a vida lhes apresenta. Elas possuem o que chamamos de agilidade emocional. Por quê? Porque sabem tirar o maior proveito possível de uma situação, adequando seu comportamento – do lado bom ou do lado obscuro – a cada desafio que enfrentam. Elas sabem usar os dois lados de todos os traços de personalidade: sério e brincalhão, passional e objetivo, extrovertido e introvertido, altruísta e egoísta. São bondosas, mas seletivas ao conceder seu tempo e energia. Finalmente, pessoas que têm inteireza se beneficiam da relutância em desprezar qualidades que a sociedade menospreza. A seguir, vamos expor o que significa ser emocional, social e mentalmente ágil, para você entender a amplitude, a beleza e as vantagens da inteireza”

    No fundo, nossa intenção é formar pessoas protagonistas que saibam agir bem em quaisquer situações que a vida nos oferta.

    Abraço e boa semana!

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    1. Oi André, nós, como pais, temos a tendência de elogiar somente as coisas boas. As notas boas da escola, de elogiar porque arrumou a bagunça, mas o que faço bastante é dar nome aos sentimentos, mostrando que é normal sentir ciúme da irmã mais nova, sentimento de inveja dos outros, frustração por não ter sido atendida na hora, injustiça, raiva, medo, e mostrar o que fazer com todos esse sentimentos que são tão novos para elas. Tenho a impressão de que se elas conhecerem bem os sentimentos negativos (que são escondidos debaixo do tapete pela maioria das pessoas), tanto quanto os sentimentos positivos, conseguirão lidar de frente com os problemas, e não evita-los como vejo muita gente fazendo. Criar filhos sempre foi, e sempre será uma arte complexa rs. Já ouvi falar muito bem desse livro “Quem ama, educa”, mas acredita que ainda não li? Muita gente já falou bem desse livro, quem sabe nessa quarentena não me empolgo para ler? Beijos e boa semana para você também.

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        1. Oi André, eu lembro bem desse seu post, penso em fazer algo parecido com as minhas filhas (o tal do “corte”) quando elas crescerem mais um pouco. Obrigada por linkar esse post no seu post maravilhoso!!! Beijão.

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  12. Parabéns pela ótima educação! Só li verdades, ainda não sou pai, mas se for possível gostaria de ser, e concordo com você em todos os pontos. Vejo meus irmãos mais novos que moram em casa com os pais, crianças ainda, também afilhados e sobrinhos, sempre querendo um celular/brinquedo novo, reclamando que o atual não serve mais para seus joguinhos… enchem o saco dos pais e de todos a volta de tanto reclamar… a vontade que eu tenho é deixar eles sem telefone, mas não cabe a mim, fora outras birras e maluquices, como brigar por política com senhores idosos, até disso já vi… o negócio que educar exige tempo e paciência, coisa que muitos pais não tem, ou não querem ter… acho que alguns preferem ficar no tik tok ao invés de educar o filho. Rezando pra que eu não seja assim, se for pai. Abraços!

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    1. Oi Bilionário, a verdade é que educar criança dá um trabalho danado e nem sempre, conseguimos enxergar o retorno de tanto sacrifício que fazemos. Claro que tínhamos uma noção de que educar dá trabalho, só não sabia que dava tanto hahaha. Conheço pessoas que não deram atenção aos filhos na infância, e agora com os filhos pré-adolescentes, passam uns perrengues… Dizem que é assim mesmo, se você não cuida direito (quando as crianças são pequenas), vai ter que cuidar pro resto da vida. Beijos.

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  13. Parabéns por ser tão sensata e criar suas filhas com essa base sólida! Certamente fará com que elas sejam mulheres respeitosas e fortes, além disso terão lembranças muito felizes da infância! Não é nada fácil! É muito difícil a arte de colocar limites, de frustrar, de ir contra a maré do consumismo. Na maioria das vezes em que os pais cedem, é porque querem facilitar a vida deles também. Eu mesma me pego fazendo isso com meu filho. Obrigada por esse texto, eu vou me lembrar dele por muito tempo.

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    1. Oi Meire, eu tenho muito orgulho das minhas meninas, da família que estou construindo com meu marido, mas de fato, não é fácil criar um filho, principalmente quando há muitos olhos prestando atenção, pela criação ser um pouco fora do padrão. Tento não expor muito a minha criação aos parentes, não publico por exemplo, foto das duas com papelão na cabeça no WhatsApp da família, porque sei que julgamentos silenciosos virão rsrs. Julgar a mim ok, mas não acho legal julgarem as crianças. Obrigada por prestigiar o post, um grande beijo pra você.

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    1. Oi Engenheiro, o bom de ter filhos é que podemos cria-los como achamos “certo”. Espero que um dia eu possa olhar para trás e tenha orgulho de ter criado 2 seres humanos decentes. Um beijo.

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  14. Yuka, esse post mexeu muito comigo. Porque eu sou uma adulta de porcelana… Fui quebrada recentemente, quando sai da casa dos meus pais e fui morar com o marido do outro lado do mundo…

    Apesar de crescer doer, lidar com as dificuldades e sofrimento foi como uma cola, que uniu todos os pedacinhos quebrados…
    Mas a porcelana continua sendo a antiga, então direto eu tenho recaídas, me vejo fazendo bico quando recebo “não” com 27 anos nas costas. É constrangedor, mas automático! Só vejo o quanto foi idiota, depois quando a frustração passa…

    Sei que meus pais trabalhavam muito. E todas as escolhas que fizeram eram pro meu bem na visão deles… mas quero muito fazer diferente com a minha filha…

    Uma vez, minha mãe foi me ensinar sobre frustração (Na adolescência) e me magoou muito. Até hoje lembro disso com dor. Eu sempre desenhei bem. Um dia eu venci um concurso da escola e meu desenho foi impresso nos convites da festa junina! Eu me senti muito orgulhosa!

    Cheguei super feliz em casa e minha mãe disse: “Com tanto desenho lindo que você já fez, o mais simples ganhou…“
    Na hora fiquei decepcionada e ela disse: “filha, eu não posso te elogiar e colar seus desenhos pela casa pq vc precisa entender que o mundo é competitivo e você precisa se esforçar pra sempre ser a melhor”

    Isso gerou um sentimento em mim de insuficiência. Parece que mesmo eu sendo a melhor, nunca está bom o suficiente… Prometi pra mim mesma que serei a maior fã e incentivadora da minha filha. Ela pode não agradar o mundo, mas que ela saiba que pra mim ela sempre é a melhor! Não acredito que essa seja a melhor maneira de ensinar sobre frustração. A vida é dura sim, mas faz muita diferença quando vc tem um porto-seguro chamado família pra te apoiar e incentivar…

    Já meu pai, fez uma coisa que não me esqueço nunca. Sinto até vergonha de lembrar! Eu tinha 14 anos na época e todos na minha escola tinham o IPod Classic (Era lançamento). Eu queria também! E queria de natal pra poder mostrar para meus amigos naquele mesmo ano. Meu pai me explicou que só poderia me presentear em janeiro, já que o bônus do trabalho vinha apenas no final do mês. Até o natal ele não teria condições de me dar, mas ele ia dar depois. Eu fiz um escândalo! Fiz chantagem emocional falando que ele não me amava mais por ter arrumado uma namorada (meus pais haviam divorciado recente) e fiquei sem falar com ele quase 1 mês por conta disso. Na véspera de natal, ele e a namorada marcaram um jantar comigo e minha mãe num karaokê. Chegando lá, ele me deu uma caixa de bombom garoto. Falou que era meu presente de natal. Eu fiz cara feia e devolvi o presente. Ele falou: “você nem vai abrir? Vê se tem algum bombom que você gosta”. Abri e pra minha surpresa, debaixo dos bombons tinha uma caixa do iPod que eu queria. Na hora ele falou: “filha, eu peguei metade do dinheiro emprestado com sua madrasta pra poder te presentear. Hoje a gente tem condições de ter fazer uma surpresa dessas, mas você precisa aprender esperar.” Yuka do céu! Que vergonha eu fiquei. Foi um misto de alegria e peso na consciência. Independente de ter um iPod dentro da caixa ou não, eu deveria ter ficado feliz, porque meu pai queria me fazer um agrado… Mas não tinha sido educada pra me contentar com o simples.

    Engraçado isso de você falar sobre lidar com ócio numa geração que sempre procura se ocupar o tempo todo! Vejo direto blogueiras dando dicas de atividades pra criança se entreter durante a viagem… quando a viagem em si era pra ser o entretenimento, o diferente! Kkkkkkkk

    É muito difícil andar na contramão do mundo, Yuka… Me sinto frustrada quando escolho “não” fazer certos luxos da Maternidade moderna. E cada vez mais, vejo que estou no caminho certo. Nada disso minha filha vai lembrar. Esses “não” que estou dizendo agora, são pra mim mesma na verdade. Ela não liga de dormir no nosso quarto por não possuir um quarto, de não ter todas as coisas que ditam as listas de enxovais, de não ter tido mesversários… Eu é que ligo! Kkkkkkkk porque tenho condições financeiras de dizer “sim“ e escolho “não“!
    Mas tento me lembrar que isso não é importante/necessário. O importante é eu participar da infância dela, gastar meu tempo educando, ensinando valores que não tive… Quero que ela tenha uma infância simples. Que ela se divirta com pouco. Vejo a nossa geração como uma geração de excessos. Excesso de coisas, de atividades, de compromissos… acho que é tempo de desacelerar!

    Desculpe o textão. Queria Compartilhar contigo essas experiências. Obrigada por nos inspirar a sermos melhores. Espero ser uma mãe tão consciente e amorosa como você!

    Ps: até hoje estou trabalhando a ideia de fazer a festa de 1 ano pequena em casa apenas pra nós 3. Mas tenho medo de me arrepender de não fazer uma Big festa. Sei que não é necessário, a festa pequena também será especial. Mas ainda estou nesse impasse. Que difícil viver simples nessa geração. Me ajuda!! Kkkkkkkkkk

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    1. Oi Tiemi, a gente acaba tendo muitos resquícios da nossa criação, não tem jeito. O bom é que quando crescemos e começamos a nos conhecer melhor, temos (com muuuuuito esforço) como mudar alguns comportamentos das quais não nos orgulhamos. O bom de tudo o que você compartilhou, é que você tem consciência das coisas que aconteceram com você, do esforço dos seus pais, de que eles queriam o melhor para você. Isso se chama gratidão. Muitos adultos de porcelana acham que os pais não fazem mais que a obrigação quando compram um apartamento, quando pagam o casamento, quando pagam uma viagem para o exterior, quando pagam a escola particular dos netos, daí a sensação de ingratidão. Sobre a festa de 1 ano, faz uma festa sim. Sinto que é importante para você, poder recordar no álbum de fotos, ver uma festinha bacana. Não precisa fazer uma festa para 200 pessoas, mas talvez possa reunir as pessoas que mais gosta, talvez 25, 50 pessoas e contratar um fotógrafo bom (porque taí um lugar que acho que não compensa economizar). Vai ser gostoso recordar. Eu não faço festinha, porque não ligo, então é uma coisa minha. Mas se fosse, sem sombra de dúvida, eu faria, e depois economizaria em outros lugares para compensar. Então Tiemi, pensa mais um pouquinho, e veja se é um evento especial. Se a resposta for sim (e eu acho que é rsrsrs), faz uma festa bem bacana para a sua filha. Não se arrependa. Depois você economiza nos outros lugares, vai por mim rs. Beijão.

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      1. Yuka, quase nunca respondo sua resposta, mas não podia deixar de agradecer seus conselhos.

        Farei uma festa pequena em casa, conforme aprovação do marido. Vai ser especial porque vou fazer tudo do meu jeito, como sonhei.

        Quando tiver as fotos, te mando pra vc ver! Beijão

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        1. Oi Tiemi, que bom que vai fazer uma festa. Capriche nos detalhes, tire bastante fotos para ter como recordação, para não se arrepender de nada. Fiz isso no meu casamento. Foi bem pequeno (35 pessoas), mas foi tudo feito com muito capricho, nos mínimos detalhes. Não me arrependo de nada!!! Beijão.

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  15. Olá Yuka
    Sou uma leitora assídua, já li seu blog inteirinho mas nunca comentei. Nesse post, não poderia deixar de comentar. Que sorte tem suas filhas, serem criadas com tanto amor e tanta responsabilidade. Realmente é inspiradora a sua resiliência e a sua coerência. Um abraço, e escreva sempre! Queria poder te ler mais ainda rs

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    1. Que bom que gostou do texto, escrevi com o coração rsrs. Não é algo que todos concordam, porque na prática, elas não ganham tantos brinquedos, não possuem tantas roupas, mas o bom é que eu e meu marido estamos alinhadíssimos com essa educação que temos dado, que nada mais é do que “amor” em forma de educação. Os frutos já estão brotando, na creche municipal que minha filha estudava, os professores elogiavam nossa filha dizendo que era uma das pouquíssimas crianças que era de fato uma criança inocente. As crianças de hoje querem tudo, imitam os adultos pintando unhas, usando salto alto rsrs. Um beijo pra você.

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  16. Bom dia Yuka…sempre leio, mas nunca comentei. Lindo esse texto, como tudo que vc escreve. Sou mãe de uma baby de 8 meses, e desde a gestação venho tentando conduzir as coisas de uma forma simples, sem exageros e sem consumismo exagerado. Claro que sou constantemente bombardeada pelas criticas. Fiz um enxoval enxuto, e apos o nascimento ganhamos muitas coisas, novas e usadas. Quero ensinar pra minha filha, sobre o valor das coisas, a beleza da simplicidade e sobre o quanto experiências são mais marcantes. Assim como a Tiemi que comentou acima, estou no impasse de fazer ou não a festa de 1 ano rsrs. Qdo vc respondeu falando pra não economizar no fotógrafo, me identifiquei mais uma vez com vc. Na gravidez fiz o ensaio fotográfico que era meu sonho, e também fiz o ensaio newborn na bebe, pq pra mim os registros fotográfico qdo revistos nos levam de volta pra o momento da foto. Quero lembrar sempre com muito carinho, dessa época linda da gravidez. Outra situação que gostaria de comentar, é que no dia das mães meu namorado me perguntou o que eu queria de presente, e eu pensei, pensei e não sabia responder, cheguei a conclusão de que não queria nada, pq não estou precisando de nada, nesse momento lembrei de um texto que vc escreveu um tempo atrás, de que ganhou um cupom de uma loja, e não sabia o que escolher pq não precisava de nada. Nada como se sentir completa.
    Claro que minha vida não é esse mar de rosas sempre. Mas isso é assunto para outro dia
    Bjks e fica com Deus.

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    1. Bem-vinda ao “bombardeio de críticas” que vai sofrer, por ir contra a maré rsrs. Mas com o tempo a gente passa a ignorar essas críticas, porque sabemos que estamos fazendo o melhor para as nossas crianças. Eu tenho uma convicção muito grande em relação a isso. Sobre a sua festinha, já viu minha resposta para a Tiemi, né? Se é importante, tem que fazer, não pode economizar, é um momento que não volta, não vai dar para refazer o momento, tirar fotos novas. Sobre você não sentir necessidade de nada para o dia das mães, isso foi maravilhoso. É um momento mágico quando a gente percebe que no momento, não precisamos de nada. E que está tudo bem não querer nada, e a outra pessoa não dar nada. Eu acho legal quando a pessoa dá presente assim, de forma espontânea, não por uma obrigação, principalmente em uma data que foi criada para incentivar o consumo. Prefiro muito mais comemorar o aniversário do casamento, do que o dia dos namorados. Obrigada pelo seu primeiro comentário, comente sempre que puder, adoro ler e responder os comentários!!!! Um grande beijo.

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  17. Olá Yuka!
    Adoro acordar aos domingos e ler seus textos! Me ajudam a confirmar que estou no caminho certo em diversos aspectos da minha vida, é bom aproximar-se – mesmo que por palavras – de pessoas conscientes e coerentes com a vida!
    A natureza não me permitirá, por meios biológicos, tornar-me pai, algo que não me lamento por reconhecer a sabedoria oculta por trás de tudo que permeia a vida, gosto de cuidar das pessoas que amo mas não fui agraciado com a paciência necessária para a paternidade rsrsrs.
    Como em diversos comentários pude confirmar o que deveria ser óbvio mas passa despercebido: o adulto que me tornei é resquício das minhas vivências de infância, dos sofrimentos às alegrias, tudo construiu minha visão de mundo e de enfrentamento da vida.
    Agradeço pelas dificuldades e faltas ao longo da minha vida pois me deram noção de suficiência, minha mãe nem sempre foi carinhosa mas me educou bem para batalhar e também ser grato pelo que vier. O amor verdadeiro te educa pra tudo, para ser feliz, ter medo, frustrar-se, desapegar-se e também entender que somos efêmeros, é a magia de saber que não somos nada mais que rabisco no tempo.
    Fico feliz por ver como você cria suas filhas ao lado de seu esposo, não por julgar certo ou errado mas por ver que você entende as consequências de suas escolhas e as aceita. Não vejo mal em errar mas fico perplexo quando as pessoas não aceitam os resultados de suas escolhas, é o tal do para cada escolha uma renúncia.
    Precisamos de crianças preparadas verdadeiramente para a vida, seres que se importem com o mundo em que vivem, que compreendam seu papel no universo em que habitam. Precisamos de seres “humanos” de verdade, que não se desesperem diante da ausência, que priorizem a vida, que cultivem a paz e reconheçam as dores dos outros e as respeitem, pessoas de verdade.
    Que o amor seja a força que nos impulsiona, seja para seguir em frente ou retornar quando necessário, que sempre haja alguém pra voltar e se apoiar.
    Desejo muita luz em sua vida! Sobre as dores do passado prefiro acreditar que elas são passado e que a cada dia surge uma oportunidade de rabiscar um novo episódio na trama da vida! Uma chance de ser para o mundo tudo o que de melhor posso ser, não precisa ser grande ou memorável, se não não propagar o mal é o quanto basta!
    Um grande e caloroso abraço pra você, seu esposo e suas meninas!

    Marcelo Santos

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    1. Oi Marcelo, tudo bem? Sobre você não ter sido “agraciado com a paciência necessária para a paternidade”, eu também… rsrs. Mas conforme elas vão crescendo, vejo que a minha paciência também cresce junto. No início, tudo era muito mais difícil, atualmente, vejo que estou relevando mais as coisas, ou seja, dizem que junto com o nascimento de um filho, nasce também um pai e uma mãe e isso é a maior absoluta verdade. A gente aprende a ser pai/mãe, tem gente que parece que já nasce pronto, né? Tem aquele instinto maternal, não foi o meu caso. Tenho aprendido diariamente com as minhas filhas.
      Você reconhecer que o adulto que se tornou, vem das vivências da infância, é muito agregador. Infelizmente, muitas pessoas não possuem essa consciência, e ficam culpando a escassez que tiveram. Como dizem por aí, enquanto a culpa for sempre do outro, nada precisamos mudar em nós. Ter a consciência de que podemos melhorar algo em nós, é o primeiro passo da evolução e do auto-conhecimento. Fiquei bastante emocionada com o seu comentário, agradeço muito por ler meu pequeno blog, e tratá-lo com tanto carinho. Um grande abraço pra você.

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  18. Excelente post Yuka!
    Acho que vc está indo muito bem!
    Infelizmente as jovens mães que eu conheço cedem em tudo e o resultado é muita criança mal criada.
    Eu ainda não tenho filho, mas quando tiver vou fazer igualzinho a você com toda a certeza

    Um abraço!

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    1. Oi Frugal, como diz meu marido, só não queremos criar um filho imbecil rsrs. É incrível como quem manda na casa de uma família, não são os pais, são os filhos. Eles que decidem qual programa de televisão assistir, em qual restaurante ir, qual comida pedir… sei lá, não sei, mas tenho a impressão de que há algo errado nisso aí. Não que as crianças não possam ter espaço de discussão dentro de casa, mas quando só a criança manda em casa, aí é algo a se pensar. Um beijão!

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  19. Indico o livro Bases para sua conduta, do Carlos Bernardo Pecotche, que aborda justamente esse tema de repassar a sabedoria de vida aos filhos.
    A vida não é um caminho só de flores ou só de pedras, e cabe a nós a responsabilidade de instruir nossos filhos, dentro de nossas possibilidades.

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    1. Oi Priscila, é que a maioria confunde mimar com amor. Educar é amor. E ao educar, muitas vezes é preciso dizer não, mostrar caminhos difíceis, e nem todos os pais querem fazer isso. Obrigada pela força. Beijos.

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  20. Oi, Yuka! Sempre leio seu blog nas horas vagas, mas às vezes o tempo é curto e acabo esquecendo de comentar! Eu sempre aprendo lendo sobre suas experiências. São muito enriquecedoras!

    Sou professora, e tenho visto uma geração de crianças assim, e é muito triste. Crianças que só estudam para ganhar presentes como recompensas, e não porque entendem que é uma responsabilidade, e algo que gera frutos de longo prazo.

    Ainda não tenho filhos, mas penso igual a você. Na minha infância usei roupas das minhas primas mais velhas, brinquedos e bicicleta doados. Nunca sofri por isso. Eu e minha irmã só ganhávamos brinquedos de aniversário: meus pais nos levavam a barraca de brinquedos na feira e escolhíamos um só. E lembro até hoje da expectativa boa que era! Durante o ano a gente se virava fazendo barquinhos de papel pra brincar numa bacia de água, plantávamos feijão no algodão, fazíamos bolinhos de areia no quintal, roupas para as bonecas com pedaços de tecido… A gente se virava! E a maioria das minhas amigas de infância (que são amigas até hoje) fazia o mesmo. No fim, todas nós crescemos, abraçamos as oportunidades e nos conformamos com as frustrações. Sobrevivemos. Somos adultas gratas.

    Quando tiver meus filhos, assim como você disse, quero que aprendam a lidar com as frustrações e com o fato que não se pode ter tudo, mas se pode encontrar a felicidade assim mesmo.
    Mais valem adultos fortes do que crianças felizes por estímulos instantâneos e fugazes.

    Um abraço!
    Júlia.

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    1. Oi Júlia, é isso que você falou (ou melhor, escreveu), as crianças só tiram a bunda da cadeira quando recebem algo. Desde criança aprendem isso. Só vai ganhar presente quando passar de ano. Vai ganhar um carro se passar na faculdade. Vai ganhar um dinheirinho se limpar seu quarto. Como assim? São responsabilidades que não deveriam ter moeda de troca. Outro dia ouvi alguém dizer que isso é uma forma de corromper nossos filhos, sim, incentivamos a corrupção, não é à toa que a pequena corrupção do dia-a-dia é tratada como algo normal no nosso país. Tenho certeza que você vai ensinar seus filhos da melhor forma, sempre ouvi dizer dos outros, que eu só falava essas coisas porque ainda não era mãe. E hoje eu percebo que isso não tem nada a ver. Não importa se já é mãe, se ainda não é mãe, porque isso vem da nossa essência. Um grande beijo pra você! E obrigada por comentar rsrsrs.

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  21. Eu estava aqui pensando, a sociedade cobra bastante dos homens, não que isso seja problema, tem que cobrar mesmo para forjar um adulto maduro, no entanto tive várias namoradas e elas nem sequer se cobravam coisas, era tudo na base do me sirva. Durante muito tempo fiquei tentando entender o porque disso, uma década para formar a opinião. Caiu a ficha quando algumas amigas estavam falando sobre paparicar suas filhas lindinhas, e me perguntaram se eu paparicaria assim como elas foram paparicadas. Por acaso eu tenho vontade de ter uma filhinha e lógico que paparicaria, Meninas são mais fofas, mais delicadas, mais sensíveis, mais encantadoras, e aí caiu a ficha de algo que já está cristalizado dentro de nós, e qual seria o reflexo dessa infância cheia de mimos sinceros? Seria uma mulher que vai demorar muito tempo para que caia a ficha do papel dela dentro das relações, seja com pais, seja com namorados, seja com amigos. Assim como alguns homens esperam que a namorada faça todos os serviços que a mãe fazia.

    Dito isso, pensei, será que estou certo? Será que tem mais alguém que se questionou sobre isso e chegou a uma conclusão? Encontrei seu texto que reflete exatamente o que penso, que traz também minhas preocupações e olha que formidável, já traz as soluções.

    Obrigado pelo texto, saber que não estamos sozinhos mesmo quando em pensamentos bem profundos, não tem preço. Suas filhas adoráveis se tornarão mulheres maduras, e vc tem uma inteligência emocional muito acima da média. Parabéns.

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    1. Oi Adrians, há mesmo mulheres que pensam dessa forma, da mesma forma que vejo muitas, muitas pessoas (de ambos os sexos) que pensam dessa forma. Tratam porteiros como lixo, sentam nos lugares prioritários, assim como estacionam em lugares proibidos e se acham como tal. Afinal, sempre foram tratados como rei e rainha dentro de casa, e não é de se estranhar por ter um comportamento inadequado achando que o mundo externo é a extensão da sua casa. Tem esse texto aqui que escrevi também há alguns anos, se tiver interesse, dê uma passada para ler. Um beijo. https://viversempressa.com/2016/05/02/o-machismo-comeca-na-infancia/

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  22. As vezes me surpreende que você não tenha estudo na área de educação infantil e consiga acertar tanto. Eu só aprendi a relação entre tédio e criatividade com a professora do meu filho. Já ouviu falar em pedagogia Waldorf? Tem algumas similaridades com as suas ideias.

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    1. Oi Renato, já li algo a respeito há alguns anos, mas nada aprofundado. Lembro quando estava adaptando a minha casa para receber uma bebê recém-nascida, e uma amiga falou que eu estava aplicando métodos montessorianos, e eu nunca tinha ouvido falar nesse método rsrs. Beijos.

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  23. Olá… não encontrei muitos conteúdos como esse pra entender minha própria situação, mas esse artigo clarificou varias coisas pra mim. Posso afirmar sem sombra de dúvidas que fui uma criança extremamente mimada, e isso definitivamente têm influenciado minha vida adulta (tenho 21 anos), não sei lidar com meus próprios sentimentos e com os rótulos que recebi quando era mais nova, hoje eu entendo que tenho me apegado obssessivamente aos sentimentos da minha infância, e isso reflete principalmente nos meus relacionamentos, trabalhos e vida social num geral. O sentimento que melhor representa o que eu sinto é o medo, de tudo e todos, e medo de ficar só. Venho buscando mudar isso, quero conquistar minhas próprias vitórias e encontrar meu lugar no mundo. Não culpo minha familia, eu entendo hoje o motivo deles terem me criado da maneira que me criaram, porém as rédias da minha vida são minhas e hoje posso escolher como posso melhorar. Obvio que é frustante sentir que sou uma adulta “atrasada” em relação a tudo, mas paciência.
    Aceito conselhos ^^

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    1. Oi Lanna, querida, você ainda é nova, não se preocupe em achar que é uma adulta atrasada, pois não é. Digo isso com convicção, porque já tive 21 anos e eu sei como eu era uma menina ainda. Apesar de parecer adulta, 21 anos ainda é uma idade muito jovem, com muitas coisas para aprender, não sei se mora com seus pais, ou se mora sozinha, mas é uma idade que a gente depende muito dos pais, financeiramente e emocionalmente. Não se cobre para amadurecer rápido, essas coisas vêm com o tempo, mesmo que você não queira. Quanto a questão de não saber lidar com os próprios sentimentos, uma boa terapeuta irá lhe ajudar, eu com 41 anos, só fui procurar uma terapeuta aos 40, e posso lhe dizer que tem me feito muito bem, pois a terapia ajuda a organizar as ideias e a entender alguns padrões de pensamento, muitos deles, criados na nossa infância. Todos nós (eu, você e todo mundo) somos apenas crianças grandes tentando lidar com o mundo externo. Um grande beijo.

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