Minimalismo

Privilégio: enxergar o que não vemos que temos

Persianas, Obturador Do Rolo, Aberto, Gap, Olhar, Sun

A crise do coronavírus é uma realidade para todos nós, não importando se estamos no Brasil ou no outro lado do mundo.

No meio do caos, com tantas notícias ruins, entre tantas pessoas adoecendo, morrendo, o medo tomando conta, você consegue enxergar o seu privilégio?

Eu consigo enxergar o meu.

Quando eu começo a reclamar, paro para refletir como reclamo de boca cheia. Se penso como está ruim o meu isolamento, lembro o quanto sou privilegiada em ter um lugar para morar, uma casa para me proteger, uma família que não possui doenças pré-existentes.

Quando vejo meu patrimônio reduzido, penso que poderia ter sido muito pior. Desvalorizou ‘somente’ 24%, poderia ter sido 80%. O dinheiro que eu poupei, permite que eu viva sem trabalho por anos, permitindo inclusive, mudar de profissão, se assim eu desejar. Eu poderia ter perdido meu emprego, perdido alguém da minha família, enfim, tudo mesmo.

Afogada no meio de tantas notícias ruins, a minha bóia salva-vidas é o meu mantra: “ainda bem que…. que bom…”

Ainda bem que fui disciplinada e poupei dinheiro por uma década. Ainda bem que meu estilo de vida está adequado à situação atual de contingenciamento. Que bom que sempre fui cuidadosa ao elevar o padrão de vida, nunca paguei boleto com o salário do marido para pagar as contas, já que ele corre risco de não ter seu contrato renovado.

Que bom que ainda não reduziram meu salário. E mesmo que reduzam, que bom que me preparei para essa fase. E mesmo que tenha que usar o dinheiro da aposentadoria, que bom que tenho de onde tirar.

Que bom que sou jovem e posso atrasar o sonho de ser FIRE por alguns anos. Ainda bem que essa crise aconteceu agora, e não próximo de ser FIRE, pois permitiu traçar novas estratégias na minha carteira de investimentos.

Que bom que as crianças são pequenas, vão lembrar dessa fase como a melhor fase da vida delas, com os pais presentes diariamente, tomando café, almoçando e jantando todos juntos. Aliás, ainda bem que elas já passaram daquela fase crítica onde bebês pegam virose e precisam ir ao hospital com frequência. Outro ‘ainda bem’ é que elas estão na creche, escapei do homeschooling, eu não daria conta. Que sorte a minha mãe morar a 2,5km de casa, distância que permite vir a pé a cada 10~15 dias, para se encontrar com as netas.

Que bom que eu tenho um teto para morar, um lar que me protege, moro num apartamento agradável, e que bom que bate sol (apesar de não ter uma varanda). Ainda bem que me dou bem com o marido, imagina se só brigássemos? Que bom que sei costurar, e ainda bem que eu não me desfiz das coisas de artesanato que tenho da época que costurava, tem sido muito útil nesse período para confeccionar máscara protetora, fazer brinquedos de tecido, etc.

Que bom que a minha chefe foi muito compreensível e humana, quando eu estava toda atrapalhada no início do isolamento, tentando conciliar home-office e maternidade. Ainda bem que a equipe que eu tenho é unida e tem me ajudado muito.

Eu e meu marido semanalmente tentamos enumerar quantos “ainda bem” conseguimos encontrar.

E reconhecendo tantos privilégios, eu paro de reclamar, pois não há mais nada para reclamar, só agradecer pela vida.

É uma questão de perspectiva.

~ Yuka ~

55 comentários em “Privilégio: enxergar o que não vemos que temos

  1. Eu lendo esse texto achei de uma falta de empatia com o proximo tremenda apenas sua vida vale, apenas você você você é quantas milhares de famílias não tem esse privilégio tipo eu, eu li e tô chorando de raiva não de vc mas de.mim porque não me preparei, pprque não tenho reserva, porque não posso mudar de emprego, porque tenho 50 anos e tenho uma vida financeira totalmente desequilibrada, porque porque.
    Adoro seu blog mas realmente esse texto foi péssimo em vez de falar de como vc está preparada que tal falar também de quem não está preparada olhe para os dois lados e não somente o seu

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    1. Claudia, o exercício é justamente esse. Eu não conheço você, nem a sua vida, nada de você, mas você conhece bem a sua e pode enxergar o lado bom dela, tenho certeza. Eu só conheço a minha, e é dela que eu falei hoje. Vejo pessoas olhando só a parte da escassez, “o que eu não tenho”, “o que eu não fiz”, ao invés de olhar o lado bom de tudo aquilo que a pessoa tem… Por que ao invés de chorar de raiva, não tenta ver tantas coisas boas que deve ter na sua vida? Tenho certeza que se você tentar fazer esse exercício, enxergará várias coisas boas. Você acha que eu também não tenho coisas ruins na minha vida? Claro que tenho. Mas não é hora de exaltar a falta, e sim, a abundância. Pelo menos você tem um emprego, muitas pessoas nem isso tem. Você tem saúde. Deve ter família. Uma casa para morar. Se não se preparou financeiramente, que tal começar hoje? Tem tantos canais gratuitos no YouTube que explicam sobre finanças, se sua vida está totalmente desequilibrada, o que você tem feito para sair desta situação? Tem estudado? Feito orçamento mensal? Tem tentado reduzir seus gastos, mudado seus hábitos? Tem tentado fazer uma grana extra, nem que seja vendendo bolo pra vizinhança, vendendo as coisas da sua casa que não usa? O que eu aprendi na vida é que a nossa vida não muda enquanto a gente não der o primeiro passo.

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    2. Calma Claudia.. Vc tá viva.. qtas vidas se foram nessa pandemia? tem gnt falindo, sem dinheiro? tem claro que sim…mas vamos manter a calma se for preciso pedir ajuda financeira não tenha vergonha… ajuda psquica tb!!!

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  2. Hoje, enquanto assistia ao programa Pequenas Empresas e Grandes Negócios, e ao noticiário local, percebi o sofrimento das famílias que dependiam mensalmente dos seus rendimentos trabalhando na economia informal. Crianças que agora dependem de cestas básicas. É duro ver essa realidade e pior ainda é reclamar estando numa situação muito melhor.

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    1. É exatamente isso, Resmungão, nessas horas a gente vê como reclamamos de boca cheia. Tem gente que perdeu a mãe, o pai, o marido pro vírus. Não conseguiram nem se despedir, nem velar o corpo. Tem gente que está nas ruas com filhos, passando fome. E a gente reclamando. E reclama, e reclama, e reclama, e só reclamamos. Tem gente em situação muito, muito pior.

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  3. Também faço parte de um grupo privilegiado que está agradecendo por passar por esse momento com um mínimo de desconforto. Porém, vejo que grande parte desse privilégio deve-se a todas as escolhas de vida que fiz até aqui, Acredito que o publico de seu canal seja, em sua maioria, formado por pessoas que podem mudar a vida através de escolhas melhores. Assim, é obvio que você não fala para pessoas que vivem em condições de risco e tem sim todo o direito de ser grata pela forma que esse momento veio em sua vida.

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    1. Oi Pati, o público do meu canal, em sua grande maioria, são pessoas que possuem escolaridade, são pessoas inteligentes, pois é muito raro encontrar erros ortográficos nos comentários. Ou seja, como você escreveu no comentário, eu também acredito que a maioria dos leitores pode mudar sim a vida através de escolhas. Eu já falo sobre finanças e a importância dos investimentos insistentemente aqui no blog há pelo menos 5 anos (desde 2015), porque foi bem quando a minha primeira filha nasceu, que eu resolvi que a minha vida não estava ok, e que eu precisava muda-la. O que eu acho é que não adianta reclamar e não fazer nada, porque aí a vida não vai mudar mesmo. Digo isso porque conheço inúmeras pessoas que recebem salários mais altos do que o meu, e continuam reclamando dizendo que não conseguem poupar absolutamente nada, mas quando mostro onde economizar, também torcem o nariz e dizem não estão dispostas a abrir mão de nada, não quer abrir mão do plano top de celular (eu tenho um pré-pago), não quer abrir mão das centenas de canais da TV a cabo (eu só pago Netflix por R$21,90), não quer abrir mão de ter uma diarista (eu e meu marido que fazemos toda faxina pesada), não quer abrir mão do conforto de ter um carro (imagina eu toda suada com 2 bebês no ônibus, uma no carrinho de bebê e outra no canguru) e a lista é longa, mas vou parar por aqui rsrsrs. E gratidão é isso, apesar de todas as coisas ruins que acontece na nossa vida, tentar enxergar o lado bom. Um beijão Pati.

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      1. Oi… queria tirar uma duvida… tenho uma tv que não é smart… se eu comprar aquele aparelho que transforma em smart será que precisa de muitos megas pra net flix? tenho 2 megas… bj

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  4. Eu achei seu texto sublime.
    Serve para lembrar que sempre temos um motivo para sermos agradecidos.
    Com certeza muitos estão melhor, ok, mas também com certeza muitos estão em situações muito, muito piores. Acho que se neste momento de pandemia conseguirmos elevar nossos pensamentos e agradecermos por estar com saúde já faremos um bem enorme a nós mesmos.
    Eu mesma sempre fui de questionar e reclamar sobre muitas coisas e percebi ao longo do tempo que gastava energia demais nisso e não tinha nenhum benefício de fato. Quando entendi isso a vida mudou.
    E agora na pandemia estou tentando me manter sã e agradecer por também ter um teto para morar, comida para comer e saúde (ainda que com doenças preexistentes mas se estou sem este vírus já considero uma vitória).
    É isso. Gostei do texto. Leva a reflexão e acho que essa reflexão vale muito.

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  5. Eu achei seu texto sublime.
    Serve para lembrar que sempre temos um motivo para sermos agradecidos.

    Com certeza muitos estão melhor, ok, mas também com certeza muitos estão em situações muito, muito piores.

    Acho que se neste momento de pandemia conseguirmos elevar nossos pensamentos e agradecermos por estar com saúde já faremos um bem enorme a nós mesmos.

    Eu mesma sempre fui de questionar e reclamar sobre muitas coisas e percebi ao longo do tempo que gastava energia demais nisso e não tinha nenhum benefício de fato. Quando entendi isso a vida mudou.
    E agora na pandemia estou tentando me manter sã e agradecer por também ter um teto para morar, comida para comer e saúde (ainda que com doenças preexistentes mas se estou sem este vírus já considero uma vitória).
    É isso. Gostei do texto. Leva a reflexão e acho que essa reflexão vale muito.

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    1. Oi Ariane, às vezes lembro da casa com uma praia artificial na mansão do Rodrigo Faro (chegou a ver na internet? Dá um Google, você vai ficar de queixo caído), e fico pensando como deve ser bom ficar isolado nessa praia artificial. Mas não adianta ficar enxergando as coisas que não tenho, daí a importância de focar nas coisas que tenho, e não enxergar as coisas que tenho como escassez, e sim como abundância. Meu marido era muito reclamão quando nos casamos, reclamava de tudo, tudo era culpa dos outros, e aos poucos ele foi mudando (escrevi um post sobre ele em 2015: https://viversempressa.com/2015/04/22/felicidade-tudo-depende-do-ponto-de-vista/). A vida dele continuava exatamente a mesma, mas ele começou a enxergar o lado bom das coisas. E olha só, depois que ele passou a enxergar as coisas boas da vida, coisas boas passaram a acontecer, porque ao invés de focar nas notícias negativas, começou a focar nas coisas boas. Ele tinha o rosto que eu dizia que era de “amargurado”, quando vejo as fotos dele daquela época, quase consigo sentir a amargura, e as fotos dele hoje, tem outra expressão. É tão perceptível para outras pessoas também, que amigos que reencontram com ele depois de alguns anos, dizem que ele está mais bonito do que antes. Incrível, né? Olha só quantos “ainda bem” você enumerou para mim, num comentário pequeno, isso é maravilhoso! Um grande beijo.

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      1. Eu não conhecia essa mansão do Rodrigo Faro, sou super desligada com isso, mas confesso que também imaginei que seria ótimo passar uns dias lá, mas além disso eu já imaginei aquilo na mão de um bom administrador, transformado em hotel com altas diárias e o faturamento aumentando rsssss (tenho mania de ver como posso empreender ou rentabilizar as coisas).
        Eu fui lá ler seu post sobre seu marido, até tentei comentar mas não sei se foi, aí tentei se novo e de novo e disse que era repetido, vai entender. Mas queria dizer que fico muito feliz por sei marido ter deixado de ser o garoto-enxaqueca e que já fui assim também. E não ganhei nada com isso, nadinha, na verdade acho que até saúde e oportunidades perdi. Ver o copo meio cheio e enxergar o lado bom das coisas tem sido bem melhor. Nesse momento então, agradecer pelo que temos é fundamental. Claro que a vida não é perfeita e continuamos a correr atrás pra conquistar o que queremos, mas agradecer e ser positivo ajuda demais, atraímos coisas boas, pessoas boas, leituras que nos tornam melhores.
        Obrigada!

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        1. Seu comentário foi sim Ariane, acabei de responder agora lá no outro post. Sobre meu marido ter sido o garoto-enxaqueca, hoje a gente dá risada, mas ver as fotos dele daquela época, nos impressiona, de como a expressão de alguém pode mudar tanto apenas com o modo de pensar. Fico muito feliz em saber que você também tem mudado, que tem estudado bastante. Como você mesma escreveu, agradecer pelo que tem é muito importante, mas não podemos esquecer de continuar nos esforçando para correr atrás daquilo que queremos ainda conquistar. Beijão.

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  6. Sou do grupo de risco (apesar de ter 33 anos)e estou sem trabalhar.Mas agradeço por mais um dia,por morar de aluguel e não morar na rua,por ter comida e um marido que tenta me manter calma e com saúde seguindo as recomendações.
    A vida é muito difícil mas se entregar deixa ela ainda pior, falo por que tenho depressão e resisto todos os dias a ela com ajuda de remédios e pensando positivo.

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    1. Oi Marcela, estava conversando com meu marido justamente isso, que o texto não é pra jogar na cara os meus privilégios, mas mostrar como tento fazer esse exercício do “ainda bem”. Se eu quiser enumerar todas as coisas ruins da minha vida, a lista vai ser longa, mas há muito tempo eu decidi que eu não quero focar nas coisas ruins da minha vida (e se está ruim, eu penso: o que posso fazer para mudar esta situação?), quero focar nas coisas boas, para atrair energias boas. Eu tenho crianças que não estão em períodos que pega virose com facilidade, mas isso não significa que a mãe que tem filhos bebês estão numa situação ruim. Essa mãe com bebê, pode pensar “que bom que o bebê está em casa comigo, sã e salvo”, a grávida pode pensar “que bom que o bebê está dentro de mim, protegido na minha barriga”, a pessoa que está tentando engravidar pode pensar “que bom que ainda não engravidei, talvez seja melhor esperar um pouquinho mais” e por aí vai. Enxergar o lado bom é uma escolha que fazemos todos os dias quando acordamos. Você que é do grupo de risco, que bom que está podendo ficar em casa, que bom que seu marido é carinhoso e compreensivo, você deve ter visto que o número de violências domésticas tem aumentado. A vida de quem tem depressão não é fácil, com o isolamento, as coisas tendem a piorar, mas novamente, enxergar o lado bom, é uma escolha diária que precisamos fazer, que bom que existem remédios que podem nos auxiliar. Parabéns pelo seu jeito de pensar. Um grande beijo!!!!

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  7. Boa tarde Yuka.
    Essa semana falei com minha filha justamente o que vc escreveu hj. Temos que agradecer a Deus, pois infelizmente têm pessoas em situações bem piores. Não é ficar feliz com isso e sim agradecer pelo que temos.

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    1. Oi Cristiane, há pessoas que apesar dos privilégios, só conseguem enxergar a escassez. É um exercício que se você fizer com a sua filha desde sempre, ela vai aprender de que forma você raciocina, de forma negativa ou positiva, e aprenderá a reproduzir a sua forma de pensar. Meu marido aprendeu comigo (e olha que antes ele era chamado de garoto enxaqueca no trabalho kkkk), e a minha filha mais velha começou a me imitar de uns tempos pra cá. Ela um dia estava correndo na cozinha e esborrachou bem na frente do forno ligado, ela ralou o joelho, mas levantou e disse “ainda bem que não queimei meu rosto né mamãe”. Ela podia chorar pelo joelho ralado, ou podia ter agradecido por não ter se queimado. Ela escolheu a segunda opção. Sua filha também está aprendendo com você. Beijos.

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  8. Excelente, Yuka!

    É um exercício que temos que fazer a todo instante mesmo! Estarmos hoje em uma situação de equilíbrio financeiro na condição de suportar essa crise por algum tempo é mérito nosso por termos aberto mão de gastos que muitos esbanja(va)m naturalmente: alimentação fora de casa constantemente, ida pra bares e baladas com frequência, aquisição de carros caros para poder sustentar um falso status social… a lista é imensa. Nós que somos minimalistas e pensamos no longo prazo sabemos exatamente o que significa adotar esse estilo de vida que acaba nos proporcionando uma tranquilidade maior nessas situações de crise.

    Não quero ser arrogante aqui, mas acho que isso pode servir de lição pra muita gente que dava valor a coisas e até experiências que não cabiam no seu bolso. Entendo também que tem famílias que estão em uma situação calamitosa hoje porque passam por situações de extrema pobreza ou gastos altos por questões de saúde. No entanto, acredito que o problema é mais grave pra maioria das pessoas por serem levados pela cultura do consumismo sem consciência.

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    1. Oi EP, tudo bem com você? Concordo com seu comentário, muitas pessoas tendem a enxergar só o nosso feito final, poxa, você tem dinheiro guardado, poxa, você tem um emprego legal, poxa, você tem um marido carinhoso, mas esquecem de todo o trajeto que fizemos para chegar onde chegamos. Eu sempre digo que é muito fácil ficar com o meu marido hoje, pesquisador renomado (mas ainda não concursado rs), pai de família, carinhoso, atencioso, cuidadoso com a casa e tudo mais. Mas quando ele estava desempregado, morando numa kitnet estilo gaiola, cheio de baratas, mal tendo dinheiro para comer, com raiva do mundo e do universo, ninguém queria né? Era eu que pagava as coisas pra ele, com todo cuidado do mundo para ele não se ofender. Hoje, todo mundo fala que eu tenho sorte de ter encontrado com ele, porque ele dá todo o salário dele para eu administrar, a fatura do cartão de crédito dele não passa de 50 reais (kkkkk). Não acho que foi sorte. Foi esforço, dedicação, amor e muito respeito e admiração pela pessoa que ele é. Como disse em alguns comentários, os leitores aqui dificilmente são pessoas sem estudo, são alfabetizados, sabem interpretar textos, tem acesso a internet (e com a internet, o mundo se abre, porque hoje em dia encontra-se de tudo na internet, menos a receita secreta da Coca-Cola), não estamos falando de pessoas que passam fome, que encontram-se na extrema pobreza. Um grande beijo, se cuide por aí!!!

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      1. Olá, Yuka! Concordo com a Pati: você tem todo o direito de ser grata por tudo que elencou. Sinto muito pelas pessoas que não se prepararam ao longo da vida para um momento como esse e outros que, por ventura virão. Eu, inclusive, estou procurando ajudar pessoas de minha própria família que não se prepararam e agora passam necessidade. Eu tenho cinquenta e tantos anos e, apesar de ser funcionária pública aposentada, nunca ganhei um grande salário, mas priorizei as coisas em minha vida e soube guardar uma reserva de emergência. Choro (literalmente) todos os dias vendo a situação de pessoas passando fome, sem emprego, sem perspectiva. Tenho procurado ajudar, também, com doação de produtos, mas nem por isso acho certo te acusar de escrever um texto lindo como esse. Sejamos gratos pela coisas boas de nossa vida sim! Parabéns!! Cláudia

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        1. Oi Cláudia, também conheço muitas pessoas ao meu redor que estão muito, muito preocupadas com a recessão. Mas são pessoas que possuem ou possuíam um estilo de vida bem acima do meu, e ainda falavam que eu era mão de vaca. Eu nunca me senti atingida, porque sempre soube que ao contrário do que muitas pessoas pensam, eu só uso meu dinheiro suado de forma inteligente, ou seja, gastos em coisas que realmente valem a pena. Você tem uma atitude louvável, de ajudar pessoas ao seu redor que estão precisando de ajuda, mesmo sabendo que essas pessoas gastaram o que não deveriam ter gastado. O que você faz, Cláudia, é muito mais genuíno, bonito e exemplar do que muitas pessoas que ficam fazendo belos discursos sobre desigualdade econômica nas redes sociais. Parabéns, de coração.

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  9. É isso mesmo, Yuka, que bom que hoje também posso encontrar muitos “ainda bem” na minha vida e de minha família. Nós que vivemos de forma simples e frugal somos julgados muitas vezes, quando nossos “amigos” parecem ter uma vida mais interessante que a nossa (do ponto de vista deles). Hoje estamos podendo usufruir de uma “paz” que lutamos muito para conseguir. Para quem está do outro lado, o da incerteza financeira e da escassez penso que é momento de repensar escolhas e estilos de vida, ou até mesmo de lutar para sair dessa realidade, uma crise sempre pode servir como aprendizado. E para quem vier me julgar já adianto: não nasci em berço de ouro, muito menos em condições financeiras estáveis, mas por outro lado joguei meu orgulho no lixo, junto com o julgamento alheio das pessoas sobre minha forma de viver, trabalhar e vencer a realidade de nascimento. Sim, uma coisa é a realidade em que nascemos, a outra é a que lutamos para construir. No mais é sempre muito bom ler seus posts, e a constância deles aos domingos. Bjs

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    1. Crises muitas vezes nos ensinam muitas coisas. Eu mesma, tenho me questionado diversas vezes, o que eu devo aprender? Não quero passar por essa crise sem ter aprendido lições. Sobre você não ter nascido em berço de ouro, é outra coisa que as pessoas acabam supondo muito, de que tivemos uma vida fácil. Eu lembro que quando era criança, minha mãe colocava caldo maggi no arroz que estava um pouquinho estragado, para disfarçar o sabor e dava pra gente, porque ela não tinha dinheiro nem pra comprar arroz extra. Fora outras coisas que já contei em alguns posts. Muitas pessoas não querem jogar o orgulho fora como você fez. Sempre digo que a cada 10 anos podemos mudar a história da nossa vida. Há 10 anos, em 2010, eu estava recém divorciada, sem dinheiro, e era consumista pra caramba. Tive que mudar muitas coisas do meu comportamento, ignorando julgamento de terceiros para chegar onde estou. Obrigada pelo seu comentário, gostei!!! Um beijão, bom domingo.

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  10. Boa tarde Yuka, estou longe de estar super tranquila financeiramente e em relação ao trabalho… como já disse aqui temos nossos momentos de desespero tentando trabalhar com crianças, o desespero de dar conta dos compromissos, enfim… e uma coisa boa que encontrei nessa quarentena foi a série This Is Us, na Amazon vc conhece? Vale a pena pois gira em torno de uma família e seus perrengues… não tenho paciência pra TV mas essa série me prendeu e se tornou meu momento de relaxar nessa quarentena. Recomendo!
    Uma excelente semana para todos nós!
    Bjs.

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    1. Oi Michele, tudo bem? Não conheço essa série, deixei a página aberta no Google para dar uma olhada, mas o problema se eu gostar é que eu não assino Amazon Prime rsrsr. Tem dias bem difíceis mesmo nessa quarentena, é complexo conciliar tantas responsabilidades, tentar controlar o medo, às vezes sinto uma onda de cobranças vinda de todos os lados, mas vou tentando resolver um por um, sempre lembrando que a PRIORIDADE MÁXIMA é a saúde mental e o bem-estar da família. Vale para você que também tem filhos pequenos. Obrigada pela dica da série, um bom domingo pra você.

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      1. Adorei seu texto Yuca, sensacional sua forma de ver a vida, aqui em casa temos o hábito de, na hora de dormir, agradecer eu e minha filha as 3 melhores coisas do dia. Dá uma leveza fazer isso no final do dia, quando às vezes estamos cansados e irritados pelo sono… É um jeito de ser positivo. Essa quarentena tem mexido comigo, oscilo em pensar “já vivi uma vida boa e se eu for embora tudo bem” com momentos de “não quero deixar minha filha de 8 anos agora”. Penso assim pq ainda temos remédio e esse coronavírus, tal como toda gripe, em algum momento provavelmente deve contaminar todos nós. Estou obesa, já emagreci 6kgs, ainda faltam uns 30kgs pra ficar bem e essa quarentena tem me dado força para seguir a lowcarb.

        Com relação a Amazon Prime, gosto demais, o único “problema” é que os R$ 9,90 dão direito a frete grátis também e amo livros. Aí acabo adquirindo muitos… Hehehe! Preciso melhorar nessa parte.

        Netflix também assisto, mas não sei se sou eu que estou ficando muito crítica, sinto um certo “deboche” muito forte nos seriados e filmes à família tradicional, aos bons costumes, um seriado que seria bem divertido, como “Working moms” às vezes passa mensagens sobre relativizar o uso de drogas, da traição no casamento, da visão negativa sobre religião… Enfim, parece que a Netflix é a “nova Globo” está trazendo alguns pontos de vista que não sei se são os melhores pra nossa família aqui em casa.

        Boa semana,
        Abraços Cinthia

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        1. Oi Cinthia, esse seu hábito de você incluir a sua filha de agradecer pelas 3 melhores coisas do dia é maravilhoso. Como disse em um dos comentários, enxergar o lado bom é um hábito, quanto mais se treina, mais fácil vai se tornando enxergar o lado bom da vida. Eu sei exatamente o que você escreveu, sobre oscilar entre “já vivi uma vida boa e se eu for embora tudo bem”, e o momento de se agarrar à vida pelas crianças. Acabei não escrevendo no post, porque não sabia se todos iriam entender isso, mas você acabou escrevendo o que eu sinto. Há muitos anos não assisto seriados, porque me vicio demais (já fui viciada em novelas!!!), então parei de assistir. A Netflix acabo assinando mais para as meninas terem desenhos infantis para assistir, mas confesso que eu mesma, acabo não aproveitando muito, mas meu marido gosta de assistir uns seriados lá rsrs. Um beijo pra você.

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      2. Assinei a Amazon pq está $9,90 com o primeiro mês grátis e como estamos seguindo a quarentena a risca saindo de casa apenas para mercado e farmácia meu marido precisava de mais opções… rsrsrsrs…
        Esqueci de comentar quando falei que financeiramente estava longe de estar tranquila, ainda mais agora que tanto eu como meu marido tivemos redução de jornada de trabalho e redução de 25% do salário 😞. O que me deixa confortável digamos assim é que por esse período ficarei sem aportar porém não precisarei mexer no que está guardado nem deixar de pagar as contas, o que já é uma grande vitória!

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        1. Sabe Michele, você mora em SP? Estava pensando se não seria o caso de eu começar a fazer supermercado pela internet… vi muitos casos de pessoas que seguem certinho a quarentena, estão em casa, não saem pra nada, e acabaram infectadas no supermercado. Dizem que essa semana e as outras que virão podem ser o pico. Comecei a pensar nessa possibilidade. Ainda não tomei a decisão.
          Sobre redução de jornada e redução de salário, acho que vai acontecer onde trabalho também, não sei… só um palpite.
          Mas olha que ótima notícia, mesmo com redução salarial de 25% (o que é MUITA COISA!!!!), vocês vão conseguir viver só com o salário (já reduzido), sem nem precisar mexer nos investimentos. E olha que você tem filhos pequenos, heim? E isso se deve, porque você já haviam feito a lição de casa, de viver 1 ou 2 degraus abaixo. E isso é fantástico. Realmente, é uma grande vitória. Beijos.

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          1. Yuka, cancelei as nossas idas a supermercado e farmácia ha 3 semanas. Fui numa semana e achei que nao tinha como manter certa distancia das pessoas. Aqui nao temos entrega em nossa casa. Mas o pessoal do mercado separa tudo e a gente vai só na porta receber.

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            1. Oi ABM, que maravilha! Só do pessoal do mercado separar os produtos já é uma coisa muito boa. Eu também decidi que vou começar a fazer supermercado pela internet. Em São Paulo a situação está bem complicada, acho arriscado sair de casa agora. Beijos e vamos continuar nos cuidando.

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    2. Michele, voltei aqui pra falar sobre o seriado This is us… menina, que presente que você me deu. Que série mais linda, mais sensível, é lencinho na mão em todos os episódios. Eu estou amando e assisto com meu marido, depois ficamos discutindo sobre a série, é como se fosse uma terapia. Obrigada por ter indicado!!!! Um beijão.

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  11. Só complementando: essas pessoas da família que estão em situação ruim são aquelas que trocam o liquidificador em perfeito estado porque a irmã, que tem mais recursos, comprou um com um copo de vidro muito melhor. Compra um fervedor de água elétrico pq um dia pode faltar gás e não terá como fazer o cafezinho ( quando questionada sobre o porquê comprou, foi essa a desculpa que usou) e muitas outras coisas. São consumistas extremos e não pensam no amanhã. Dá raiva? Dá. Mas nem por isso vou deixar de ajudar numa situação dessas, torcendo sempre que aprendam daqui pra frente. Cláudia

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    1. É bem isso mesmo. Tenho casos similares. Pessoas que fazem viagens pomposas, compravam roupas de marca, trocavam celulares, reformaram todo o apartamento, e agora? Agora estão sem dinheiro. Bom, eu que fazia viagem aqui dentro do Estado, tipo pra Águas de Lindóia, comprava roupas sem marca na promoção, andava com meu celular de 5 anos de uso, morando de aluguel, estou com dinheiro guardado.

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  12. Yuka, belo texto, como usual. Tenho feito esse exercício com minha esposa e parece que estamos mais felizes e gratos agora do que antes da quarentena.

    Minha renda caiu 80% por causa da quarentena (fora uns 5 a 6% de queda de patrimônio por causa da crise). O que fiz? Aprendi (e ainda estou aprendendo) uma nova profissão 100% online. Estou estudando e trabalhando nela todo tempo livre que possuo, após lidar com o pouco de trabalho costumeiro (que é autônomo) e obrigações do lar. Em 5 semanas já consegui ganhos suficientes pra pagar 150% da minha despesa mensal.

    A Internet está aí, centenas de cursos grátis disponíveis e algumas oportunidades que aparecem em momentos de crise.
    Quando a gente toma uma rasteira, podemos ficar deitados e chorar ou fazer de tudo pra nos levantarmos, nem que seja através de algo totalmente novo.

    Beijo,
    https://www.aposentecedo.com

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    1. Oi AC, com o seu comentário, levei 2 sustos. O primeiro foi a sua renda ter caído 80%… nossa!!! E o segundo foi você ter conseguido ganhos para pagar 150% da sua despensa mensal. Uau uau, um duplo uau para você. Faço das suas palavras as minhas “quando a gente toma uma rasteira, podemos ficar deitados e chorar ou fazer de tudo pra nos levantarmos, nem que seja através de algo totalmente novo”. Eu sei que a redução do meu salário será inevitável, uma questão de tempo. Outra coisa que eu sei também, é que dificilmente meu marido irá conseguir passar em um concurso de pesquisador, já que concursos foram congelados. Eu vou ficar esperando a água bater na minha bunda pra começar a nadar? Não mesmo. Eu também estou que nem você, estou aprendendo umas coisas novas para ter uma renda alternativa. Não precisa ser uma renda fabulosa, mas o que vier, será lucro. E vai que dá tão certo (não custa nada sonhar) que acaba sendo a minha principal fonte de renda? Estou torcendo para que essa sua profissão online dê 1000% da sua despesa mensal!!!! Um beijo pra você.

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    1. Oi Scant, cresci com a minha mãe falando que não é vergonhoso ser pobre. Mas que era vergonhoso quem vivia ostentando e depois acaba virando pobre. Ela conheceu diversas pessoas que nadavam em dinheiro, enquanto minha mãe (viúva, pobre, sem emprego, 3 filhas pequenas) poupava sistematicamente desde que ela começou a ganhar o próprio dinheiro. Passados mais de 30 anos, minha mãe se tornou financeiramente independente (ela é o FI do FIRE), enquanto os que ostentavam, estão sem dinheiro atualmente. O mundo realmente dá voltas. Beijos.

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  13. Oi Yuka, é lamentável ver que algumas pessoas não entendem a essência do seu post. Quantas vezes não fomos ridicularizados pelas pessoas próximas a nós por conta de nossas escolhas? Tenho certeza que nenhum de nós, por mais que nos preparássemos, jamais imaginou enfrentar uma pandemia. Mesmo assim, estamos aqui vivendo um dia de cada vez um pouco mais tranquilos do que a maioria das pessoas por ter uma reserva de emergência. E antes que venham me julgar, adianto que já tive comida na mesa por doação de cesta básica, já trabalhei 60 horas semanais por necessidade e andava 2 quilômetros a pé todo dia pra ir a faculdade (depois do trabalho) pois o dinheiro do transporte faria diferença no fim do mês.

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    1. Oi PC, sei bem isso que você passou, de que o dinheiro do transporte faria diferença no final do mês. Lembro até hoje da minha mãe economizando na condução para voltar do trabalho, e na volta, ela comprava 1 espelho de tomada/interruptor, que era o valor da condução economizada do dia. Era assim que minha mãe foi arrumando a nossa casa aos poucos (demorou uns 15 anos), mesmo sem dinheiro. Talvez pessoas que estivessem na mesma situação que você, não iriam querer trabalhar 60 horas semanais, não iriam economizar no transporte (talvez até teriam um carro), mas são essas mesmas pessoas que estariam hoje passando apuros e dizendo que você teve “sorte”. Beijos.

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  14. Ah que delícia ler seus posts na quarentena, eles entram no meu “Ainda bem”…
    Concordo com tudo, aqui também somos privilegiados.
    E espero que para todos fique a lição de reduzir consumo e poupar mais!

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  15. Yuka, aqui em casa muitas das coisas que conversamos diariamente estão sintonizadas com as tuas abordagens e formas de ver a vida. Saber reconhecer o lado bom das coisas é muito mais do que um exercício para não focar demais nos problemas. É uma forma de ser grato pelas coisas boas e valorizá-las. Reclamar só é útil se for pra nos impulsionar a fazer algo, a resolver alguma coisa (aí sim, enxergar o problema é o primeiro passo). No mais, valorizar o que há de bom deve ser cultivado como uma forma de encarar cada situação na vida. Um abraço

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    1. Concordo com você. Não adianta reclamar e não fazer nada. Reclamar só adianta quando usamos o descontentamento como trampolim, como uma alavanca para sair de uma determinada situação. Um abraço.

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    1. Oi Nana, você falou tudo: usar os nossos privilégios para fazer diferença para as pessoas que precisam de ajuda. É um momento que precisamos todos nos unir para um bem maior. Beijos e cuide-se.

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