Auto-Conhecimento

Como desencorajamos as pessoas (mesmo sem querer)

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Quando quis emagrecer, ouvi a frase: “ah, mas você já é tão magra, não precisa emagrecer mais”.

Quando comentei que queria ser uma mãe melhor, ouvi: “mas você tem que entender que você já é a melhor mãe que elas podem ter”.

Quando falei que eu queria ter menos coisas, ouvi: “nossa, mas você já tem pouquíssimas coisas. Por que você quer ter menos ainda?”.

Quando disse que eu estava tentando aumentar meus aportes mensais, ouvi: “Você já economiza tanto, pra que economizar mais ainda?”.

Quando compartilhei meu sonho de adotar um parque, ouvi um: “Assumir trabalho dos outros (no caso, da Prefeitura) é fazer papel de trouxa.”

Quando digo que faço parte do movimento FIRE (independência financeira, aposente-se cedo), ouço um sonoro “você e o mundo inteiro quer isso”.

Bom, por aí percebemos que não podemos ir na onda das pessoas.

De todos os itens acima, o único “projeto” que eu ainda não pude iniciar, foi adotar uma praça. Todos os outros, já estão em andamento ou até mesmo concluídos.

Sei que as pessoas fazem isso com o intuito de ajudar. “Você já é magra”, “Você já economiza o suficiente”, “Você já é uma boa mãe”… Eu sei que as pessoas fazem isso pensando no meu melhor, mas preciso dizer que muitas vezes não ajuda.

Percebo como as pessoas tem o costume de desencorajar as iniciativas alheias. Dificilmente as pessoas encorajam, dão suporte, elogiam. Muito pelo contrário, riem da desgraça alheia. Da roupa dos outros que julgam cafona. Da iniciativa que deu errado. Do português falado errado. Alegram com o fracasso do colega.

E com isso, acabamos criando a cultura do “desencorajamento”. São pessoas que ficam com medo de sair da zona de conforto, para não serem julgadas e ridicularizadas pelos próprios colegas e familiares.

Meu marido, físico e pesquisador, tem colaboração com a NASA. Sim. com a Agência Espacial Americana. Além dele ter amizade com alguns dos pesquisadores de lá, já escreveram juntos alguns artigos científicos. Para chegar nesse ponto, voltaremos um pouco no tempo.

Há alguns anos, ele foi para os EUA e fez uma apresentação de seu trabalho para um grupo de pesquisadores da NASA. Claro que suas pernas tremeram, claro que bateu uma insegurança, o medo de acharem sua pesquisa sem importância… mas no final da apresentação, todos foram cumprimentá-lo pela sua excelente pesquisa. Meu marido até fala, que o trabalho dele poderia não ter sido tudo aquilo que os pesquisadores da NASA haviam elogiado. Mas o fato deles terem elogiado, aplaudido, dado um tapinha nos ombros, conversado com ele, fez TODA A DIFERENÇA em querer fazer melhor, em querer continuar fazendo mais.

Ao invés de julgar, que a gente tenha a coragem de estender a mão para a pessoa que estiver precisando da nossa ajuda. Que a gente tenha humildade para reconhecer o esforço do outro e que consiga aplaudir as boas iniciativas. A gente esquece que um bom escritor não começa escrevendo um texto maravilhoso no início de sua carreira. Que um bom chefe, muitas vezes já errou tantas e tantas vezes, até aprender a ser mais humano.

Enquanto estava escrevendo este post, procurei no Google se havia algo parecido já publicado. E tive a grata surpresa que o Geração de Valor havia escrito algo a respeito, inclusive colocado um vídeo muito significativo sobre esse assunto:

“No vídeo abaixo, uma adolescente de 13 anos foi cantar o hino nacional americano numa partida da NBA. Nervosa, errou a letra do hino que já havia cantado dezenas de vezes, na frente de cerca de 20 mil pessoas na arena e milhões de outras que assistiam ao vivo na TV. Diante da situação embaraçosa que estava prestes a se transformar num inesquecível caos, o técnico de uma das equipes correu, ficou ao seu lado, segurou o microfone juntamente com ela e cantou, mesmo sem ser a sua especialidade, ao lado da adolescente que, em vez de ter sido vaiada e trucidada pelo público como frequentemente presenciamos, teve o apoio dos presentes, que cantaram junto com ela e, por fim, saiu aplaudida e abraçada por todos.”

~ Yuka ~

22 comentários em “Como desencorajamos as pessoas (mesmo sem querer)

  1. Realmente, Yuka. Há 3 anos atrás, mudei de setor no meu emprego. Fui julgada por alguns motivos que nada tem a ver com meu trabalho (incluo aí o fato de ser nordestina). O chefe imediato começou a me preterir, dando preferência a um funcionário que estava em um cargo abaixo do meu (nada contra o rapaz, muito eficiente. Mas passei a ser tratada como uma incapaz, e esse chefe deixou de me passar tarefas, foi bem humilhante). O diretor, vendo isso, me tirou desse chefe e eu passei a ajudar todo mundo. As outras pessoas no meu cargo tinham chefes específicos, é esse cara ficou sem assistente (aquele outro rapaz foi promovido para outro lugar). Tive que ter forças para desfazer o estigma que colocaram nos meus ombros. Hoje quando surge um problema, todos os chefes (inclusive esse que me prejudicou) me procuram para ajudar, porque sabem que eu tenho boa vontade, ao contrário das assistentes deles que só fazem o que é mandado (por exemplo, se ela é assistente do gerente X, só faz serviço do gerente X. Se o gerente Y estiver em apuros e o assistente Y estiver fora da empresa, o gerente Y que se ferre. Já comigo, não interessa se é X, Y ou Z, se eu não estiver atendendo, vou e dou um jeito de fazer ou sugerir como resolver). Não se pode simplesmente determinar que um empregado não presta, tem que dar a chance da pessoa aprender se for o caso. Eu não recebi essa chance desse cara, me rejeitou sem cerimônia. Mas felizmente tive outras pessoas no meu caminho.

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    1. Oi Carol, só espero que o chefe que te deixou de lado tenha aprendido a lição. Infelizmente, o que eu tenho visto, são pessoas que não aprendem, por mais que a vida tente ensinar repetidamente. Vejo a vida dessas pessoas bem mais complexas, são pessoas que vivem fazendo nós (ao invés de desatar os nós), atrasando cada vez mais, complicando cada vez mais a vida. Uma pena. Em relação a você, que bom que perto de você teve um diretor sensível, que pôde reconhecer todo o seu talento. E hoje, pelo jeito, você é a que ajuda todas as seções 😀 Um beijo.

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  2. Olá, Yuka!
    Fui professora do Ensino Fundamental por muitos anos. Ao longo do tempo percebi o poder de um elogio, principalmente para crianças. Lembro que no inicio tinha aquela mania de elogiar, porém eram aqueles elogios rasos, sem grandes significados, “o desenho está lindo”. Notei que não fazia isso por mal, apenas a falta de tempo e excesso de outras tantas atividades faziam com que eu não valorizasse de fato o que eles estavam fazendo. Quando percebi isso, comecei a desacelerar em sala de aula. Pegava os desenhos e trabalhos e de fato analisava cada detalhe. Os elogios começaram a fazer sentido, pois passaram a ser verdadeiros, não era só da boca para fora. Também percebi que a crítica se tornou melhor aceita. Geralmente falava os lados positivos e sugestionava o que poderia ser melhorado. Com o tempo, as crianças começaram a se tornar mais observadoras em relação aos demais, os comentários entre eles eram incríveis, eram reais e o melhor de tudo é que tocavam os ouvintes. Meus alunos se tornaram mais motivados nas atividades, pois sabiam que depois alguém iria de verdade apreciar o resultado. Os alunos que eram até então considerados “problemas” pelas professoras anteriores, começaram a perceber que tinham qualidades e que faziam coisas positivas também, o que consequentemente impulsionou a vontade de melhorar. Percebo que muitas vezes o outro só necessita de uma palavra de encorajamento para pequenos e grandes feitos.
    Obrigada pelo texto. Como sempre, tu arrasaste.
    Tenha uma excelente semana.
    Beijos.

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    1. Oi Luana, há um tempo, li uma matéria que falava sobre esse assunto, do poder do elogio (dado da forma correta). Quando dizemos para uma criança “como você é linda, como você é inteligente”, são elogios vazios, onde a criança não sente necessidade de se esforçar. Já quando elogiamos da forma correta “como você é esforçado, você quase acertou, etc” as crianças tendem a se esforçar mais. Você, com o seu instinto de professora, fez o que mais estimularia os alunos a se esforçarem. E conseguiu ver a força do elogio, através da mudança comportamental dos seus alunos. Isso é brilhante!!!! Beijos.

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  3. Yuka! Que texto ótimo! Faz a gente refletir muito… esse vídeo da menina, me faz lembrar da Vanusa cantando o hino nacional brasileiro. Por problemas de saúde, ela acabou esquecendo a letra e virou piada nacional. Por um deslize que ela cometeu recente, esqueceram de toda a trajetória de sucesso dela. Lamentável.

    Morando fora do país, eu consigo perceber mais nitidamente essa situação entre os brasileiros da minha cidade. São muito desunidos! Um desencorajando o outro. E muitas vezes até derrubando o outro! Há muita competição e inveja mesmo trabalhando (grande maioria) na mesma empresa e ganhando o mesmo salário!

    Minha cidade é pequena, mas tem muito estrangeiro! Grande maioria são brasileiros e o restante dividido entre: chineses, filipinos, vietnamitas, indonesianos e americanos.

    Sempre observo os chineses e me admira a união deles. Você sempre vê estes passeando em bando de bicicleta. Já vi chinês defendendo um ao outro quando sai desavença no trabalho… brasileiro, em compensação, já vi um queimando o outro pro chefe, se necessário.

    Uma vez perguntei pra minha professora de japonês (que é nativa) qual era a opinião dela pra essa união tão forte dos chineses. Ela me disse que Japão tem “birra” de chinês. Então se chinês não for unido aqui, sempre sofrerão preconceito. Juntos eles são “mais fortes”.
    Achei interessante o ponto de vista dela. Mas perguntei: e por que brasileiro não é? Ela me respondeu que a mão de obra brasileira é mais cara. Superior à asiática. Então essa galera que vem dos países vizinhos trabalhar no Japão, ganham pouquíssimo (porém, melhor que o salário do país deles, que chega ser abusivo!). Enquanto brasileiros e ocidentais (no geral) costumam ganhar quase no mesmo nível de nativos.
    Os asiáticos são unidos pq sabem que não valem muito no mercado. Então permanecem unidos, pra um dar força ao outro. Já brasileiro, se garante sozinho. Não quer concorrência perto dele. Claro que isso não é regra. Há excessões. Mas percebo que vivemos numa sociedade em que você pode estar bem, mas nunca melhor que eles! E aqueles que se levantam e vão atrás de fazer acontecer, são bombardeados com conselhos pessimistas e até mesmo invejosos.

    Creio que essa realidade deva existir em vários lugares do mundo. Lendo biografia de pessoas bem-sucedidas, sempre me deparo com frases do tipo: ninguém acreditou em mim ou deram risada da minha ideia… Quase nenhum desses grandes revolucionários tiveram apoio. Infelizmente, o ser humano precisa melhorar muito ainda…

    Sou motivo de piada na roda de conhecidos, pq temos um carro simples (de segunda mão), garimpo roupas nos brechós, levo Marmita pro trabalho, faço compra na feira… Enquanto eu poderia ter uma BMW (como meus vizinhos), comprar roupas em outlets, almoçar no restaurante da empresa, comprar no mercado mais caro da cidade… Enfim, apesar do poder de compra que o Japão nos proporciona, tenho medo de viver no mesmo degrau do meu salário, prefiro viver sempre abaixo, pq sei que nada é pra sempre… estive no Japão na crise financeira de 2008. Vi brasileiro morando debaixo da ponte e precisando de ajuda do governo pra voltar ao Brasil. Foi caótico! Eu tinha só 15 anos, mas nesse dia caiu a ficha: precisamos de reserva e planejamento financeiro. Não pra CASO aconteça algo, mas pra QUANDO acontecer. Pq sempre acontece imprevistos! Mas tenta falar disso hoje com o pessoal? Já ouvi frases do tipo: quando vc morrer, seu dinheiro vai ficar!

    Como sempre, vc me inspira! Beijão!

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    1. Oi Tiemi, tudo bem? Verdade, teve o caso da Vanusa… não cheguei a assisti-la cantando, mas na época, vi muitos jornais debochando dela, dizendo que estava bêbada, drogada, etc. Uma pena. Pra você ver a diferença do comportamento cultural de um país para o outro. Achei bem interessante o que você perguntou pra sua professora de japonês, realmente, os chineses são unidos, não só aí no Japão, como aqui no Brasil. Eu admiro a coragem de um imigrante que sai do seu país de origem para tentar a sorte em um país estrangeiro. Só por isso, temos que tirar o chapéu. Não deve ser fácil aprender um novo idioma, uma nova cultura, tentar ser aceito em um país completamente diferente, lidar e conviver com a xenofobia. Sobre biografias de pessoas bem-sucedidas, realmente, todos eles têm algo em comum mesmo… de que ninguém acreditou neles. Tem uma palestra do Flávio Augusto (dono fundador da escola de inglês Wize Up, criador do canal Meu Sucesso.com, e sócio do clube de futebol Orlando City) em que ele fala isso que você acabou de falar. Ninguém acreditou que ele conseguiria. Só que depois que ele chegou lá, todo mundo começa a falar “eu sempre acreditei em você” rsrs. E ele diz que é a maior mentira, porque NINGUÉM acreditou no potencial dele, quando ele não era nada. Sobre as pessoas tirarem sarro de você, pelo jeito estamos no mesmo clube rsrs. Também me chamam de mão de vaca, outro dia uma pessoa estava rindo de mim, porque eu fico feliz quando uma amiga doa roupas que não servem mais para ela. Aquela fase em que eu ficava indignada passou, sabe? Hoje eu só dou risadinhas e não falo nada. Não perco meu tempo justificando para pessoas que são uma porta. Você é inteligente, Tiemi. Você já entendeu como funcionam as coisas “não pra CASO aconteça algo, mas pra QUANDO acontecer”. E é exatamente isso. Quando. A vida é feita de ciclos. Apesar disso, poucas pessoas percebem que não permanecemos na alta para sempre. Se não pouparmos nos períodos da bonança, enfrentaremos o período de crise com muito mais dificuldade. Lembro que em 2015 e 2016, muitas pessoas falavam em crise. Crise pra lá, crise pra cá, desemprego, inflação, etc. Eu e meu marido não sentimos essa crise, porque estávamos muito bem preparados. Agora em 2019, estamos passando por uma outra fase complexa na política brasileira. E sabemos que períodos sombrios virão. Enquanto muitos perdem seu precioso tempo rindo de outras pessoas, pessoas como eu e você estamos nos preparando. No final, aquela velha frase tem razão: quem ri por último ri melhor. Beijos.

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  4. Verdade! Nunca tinha pensando dessa forma Yuka. Às vezes a gente acha que está sendo legal, mas no fundo só estamos desanimando as pessoas que a gente gosta. Uma vez meu pai disse que meu tio (irmão dele) ela o melhor amigo que alguém poderia ter, porque estando certo ou errado, ele estava sempre do lado da pessoa.

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    1. Oi Cláudia, reconheci a fala do seu pai como sendo a minha quando falo do meu marido kkk. Meu marido é quem embarca em todas as minhas loucuras, todos os sonhos que eu tenho, ele é quem infla ainda mais. E é bem isso que seu pai falou… não importa se está certo ou errado, é muito importante ter alguém que acredita em nós. Beijos.

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  5. Quando se é desencorajado por pessoas externas ao convívio …. tudo bem…. ainda conseguimos lidar. Mas quando isso acontece detrp de casa, é muito difícil.

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    1. Com certeza. Concordo com você. Por isso temos que escolher bem quem escolhemos para viver e com quem queremos conviver. A minha “salvação” é o meu marido. É ele que está sempre do meu lado e entra em todas as loucuras que eu falo. Beijos.

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  6. Yuka, que texto maravilhoso! Te acompanho há tempos por aqui, antes de você colocar sua foto no blog…rs É a primeira vez que comento, pois, além de ler o post sempre leio os comentários e fico encantada com a troca que acontece por aqui. É um conforto ver que não estamos sozinhos em muitos pensamentos. Te admiro muito, obrigada por compartilhar tanto!
    O seu texto veio em ótima hora; Pois, ontem mesmo, estava conversando sobre isso com um amiga muito querida. Que possamos sempre encorajar aqueles que estão perto de nós e com isso reforçarmos a nossa coragem.

    Obrigada!!

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    1. Oi Carol, como assimmmmm, é seu primeiro comentário? rsrs
      Realmente, encorajar pessoas é muito importante. Muitas vezes a gente não tem a noção do poder que temos. Vou te dar um exemplo real. Você que me acompanha aqui no blog desde o início, deve saber como a questão da autoestima era complicado pra mim, por todo o histórico familiar que eu tive. Juro… se tivesse meia dúzia de haters no início, acho que eu teria parado de escrever. Mas o que encontrei nesse espaço foi só amor. É inacreditável pensar que em quase 7 anos escrevendo no blog (e sabendo como as pessoas hoje em dia estão com ódio no coração), só encontro pessoas generosas, que não só me apoiam, mas continuam lendo, comentando, me dando forças para continuar escrevendo a minha rotina e as ideias que vão pipocando na minha cabeça. Eu continuo escrevendo, porque tem gente que continua lendo e comentando. Já reli o que escrevi em posts anteriores, e por diversas vezes encontrei erros de concordância… mas ninguém aqui criticou a forma que eu escrevi, muito pelo contrário, me dão apoio e reconhecem o esforço que tenho feito para encontrar um tempo para escrever. Essa é a corrente do bem que eu falo. Assim como no vídeo, o técnico segurou firme o ombro da menina, eu sinto mãos amigas segurando o meu ombro toda vez que entro no meu blog. Obrigada você pelo comentário carinhoso!

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  7. Como é bom ler conteúdo de qualidade na internet! Não perco um post seu Yuka.
    Esse texto me fez lembrar que essa semana houve uma chuva de memes a respeito de da música Shallow, adaptada por dois cantores sertanejos aqui no Brasil em português. Confesso que não curto o cantor Luan Santana mas o assisti no YouTube cantando essa música em inglês e não vi nada de errado com a pronúncia dele. Mas o que li nos comentários era chocante, uma chuva de críticas e hostilidade à pronúncia do inglês do rapaz. Fiquei me perguntando se esses críticos falavam o idioma ou apenas não gostavam do estilo musical dele e estavam indo lá pra despejar sua raiva.
    Como no momento não tenho grana pra fazer um curso pago de inglês, tenho usado e abusado da internet pra aprender em casa mesmo e vejo TODOS os professores nativos da língua, sem exceção, encorajando o aprendizado de uma segunda língua e explicando que não é errado ter sotaque, pois este mostra que você fala um outro idioma e isso é positivo demais! Um dos comentários no vídeo dele me chamou atenção demais ” O brasileiro odeia o sucesso dos seus”, a pessoa resumiu o que eu penso. Porque será que é tá difícil apoiarmos uns aos outros?

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    1. Oi Camila, tudo bem? Sim, vi que houve o lançamento da música Shallow aqui no Brasil, e que virou o maior meme nacional. Não sabia que um dos motivos era a pronúncia do Luan Santana. Conforme eu fui lendo seu comentário, revivi uma coisa da minha adolescência. A minha irmã mais velha sempre sempre sempre debochou do meu inglês. E eu travei por causa disso. Tinha vergonha de falar em público, lembrava sempre dela gargalhando e me humilhando na frente das pessoas. Só muitos anos depois que me toquei que sotaque é uma coisa que a gente nunca vai perder. Veja o exemplo da minha mãe. Ela nasceu no Japão e veio para o Brasil de navio aos 12 anos de idade. Ela tem 70 anos e não perdeu o sotaque até hoje. Vejo diversos gringos que possuem canal no YouTube e falam português fluente… e todos eles possuem sotaque. Os franceses que moram no Brasil possuem sotaque. Os americanos que moram no Brasil possuem sotaque. E está tudo bem. Mas para o brasileiro não. Tiram sarro do inglês das pessoas, ou porque a pessoa fala “como se fosse um americano, enrolando a língua”, ou tiram sarro por conta do inglês “nível básico”. O brasileiro acha bonito quando um gringo vem para o Brasil e fala um português todo enrolado, se esforçando para falar o nosso idioma que é complicadíssimo. Mas esse mesmo brasileiro tira sarro quando um colega tenta falar outro idioma… vai entender a cabeça desse povo….

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  8. Yuka, parabéns pelo texto!
    Que grande fonte de reflexão foi para mim! Eu percebi que já tive diversas atitudes “desencorajadoras” em relação a familiares e amigos.
    Houve coisas que eu já disse com a melhor das intenções – p. ex., tentando ajudar uma amiga que passava por um momento de baixa auto-estima – e agora estou vendo que poderia ter falado de um modo diferente.
    Acho que por trás dos “desincentivos” exista uma ideia equivocada no sentido de que incentivar as pessoas a mudarem algo que elas não gostam em si próprias seria equivalente a desmerecer aquilo que elas são atualmente.
    Porém, pensando após a leitura de seu texto, me dei conta de que é plenamente possível encorajar uma pessoa a que queira realizar uma mudança na própria vida sem desmerecer aquilo que ela já é, oferecendo apoio para as questões pessoais que ela própria sente que podem ser aprimoradas.

    Um abraço!

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    1. Oi Rafaela, que legal que deu pra fazer uma reflexão. Ter a mente aberta faz isso, permite que a gente reflita. Refletir, analisar e avaliar as nossas atitudes é o primeiro passo para tentarmos mudar. Ontem mesmo o meu marido estava comentando isso. Que o bom dele é que ele é muito humilde, não se importa em admitir que está errado. E por ele ter esse comportamento, nesses 9 anos que já estamos juntos, é surreal como ele já evoluiu como pessoa. Essa frase que você escreveu “oferecendo apoio para as questões pessoais que ela própria sente que podem ser aprimoradas” tem total razão. Apoiar pessoas, muitas vezes é como se tivesse uma varinha mágica de incentivo. Só o fato da pessoa saber que você está lá, apoiando, “segurando o ombro”, faz ter forças para continuar. Um beijo pra você.

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  9. Olá Yuka,

    Primeiramente, seu marido tem o emprego que eu sonhava quando criança. Mande os parabéns pra ele por mim. Sem maldade nem inveja nenhuma, estou honestamente adimirando.

    Lembro de um post que vi outro dia falando de como tratar o caminho ao sucesso. Resumia-se em algo como: seja o mais quieto possível quando falar de seus sonhos, mas reze o mais alto possível para conseguri alcançá-los.

    Traz desgosto ver como as pessoas “minam” o sonho e desejo alheio, e pra mim esse ditado acima reflete justamente o tipo de sociedade que nos tornamos. Não culpo nem tanto a tecnologia assim, pois tudo que a internet fez foi aumentar a natureza humana.

    É especialmente irônico ver isso na finansfera (especialmente nos sites .blogspot.com) onde semi-anônimos postam abertamente seus patrimônios para motivar uns aos outros, mas criam rixas e até hackeam os outros..

    Portanto, fecho este comentário desejando pra você o maior sucesso possível no seu sonho de adotar um parque (nunca vi ninguém que almejou fazer isso!), e nos próximos desafios que vierem. Reze o mais alto possível!

    Abraços e seguimos em frente!

    Pinguim Investidor
    https://pinguiminvestidor.home.blog

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    1. Oi Pinguim. Eu acredito também nessa frase sobre ser o mais quieto possível quando falar dos sonhos… tanto que meu mantra é: “O segredo da felicidade é ser feliz em silêncio”. Outro dia assisti algum vídeo de uma pessoa falando que é inerente do ser humano invejar, difamar o outro sobre algo que queremos e que não temos. No Brasil, temos o costume de puxar as pessoas pra baixo, e assim, todos continuam em baixo. Nos EUA (não estou dizendo que lá é maravilhoso, porque sinceramente não acho não) as pessoas costumam elogiar, puxar as pessoas pra cima, e assim, muita gente ascende. Eu acompanho bastante a finansfera há algum tempo, e da mesma forma que há pessoas que apoiam, vejo haters perdendo seu tempo infernizando a vida das pessoas. Essas pessoas são as que tentam puxar as pessoas pra baixo. Obrigada pelo comentário, e vamos em frente! Beijos.

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      1. Olá, Yuka.

        Gostei desse mantra, faz todo sentido! Eu já havia ouvido a mensagem de forma parecida, embora um pouco mais vulgar, como “quem come quieto, come duas vezes” rsrs

        Li algumas matérias que o ser humano faz isso por natureza mesmo, por conta de não conseguir enxergar as coisas de forma absoluta, mas apenas de forma relativa por comparação (o homem da caverna não sabia quantos cocos eram 1000 cocos, apenas que ter 10 cocos era melhor que ter 1 coco só).

        Abraços e seguimos em frente!

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