Dinheiro, IF e FIRE

Esqueça o status: seja rico sem bens

mansão

Essa nova geração que cresceu e está entrando no mercado de trabalho, tem percebido que há uma nova modalidade de ricos:

Os ricos sem bens.

São pessoas que ao invés de ter bens e status, escolhem a segurança, mobilidade e experiências.

Isso significa que não é mais necessário ter um carro, se é possível alugar um.

Não é necessário comprar uma casa, se é possível alugar uma residência em qualquer lugar. Morar perto do trabalho se torna uma necessidade (e um luxo), e sabendo que nenhum emprego é permanente, a decisão de morar de aluguel significa ter mobilidade para mudar de bairro, de cidade, de país.

Para quê comprar uma bicicleta, se é possível aluga-lo?

E isso tem se repetido em diversos lugares, inclusive alugando eletroportáteis e ferramentas, como furadeira, aspirador de pó, etc. No fim do ano passado, eu mesma aluguei uma extratora e limpei o sofá, as poltronas e os colchões. Tudo foi entregue e retirado no maior conforto, na porta do meu prédio.

Ter bens significa ter gastos e preocupações extra.

Quando se tem uma chácara, há custos como contratação de um caseiro, manutenção das calhas, preocupação com invasores, cortar grama, podar árvores etc…

Quando se tem uma casa na praia, surgem “amigos” a todo momento querendo se hospedar sem você estar presente na casa. É preciso limpar a sujeira dos outros, além dos gastos de mobiliar mais uma casa, manutenção, pagamento de contas como condomínio, luz, gás, IPTU, limpeza etc.

Quando se te um carro de luxo, eleva-se o preço do IPVA, seguro, manutenção, além do olho gordo, preocupação com assalto etc…

Quando se tem uma casa/apartamento grande, é necessário mais esforço para mantê-lo limpo, além de pagar condomínio mais caro, IPTU, gás, consumo maior de energia, mais dinheiro para mobiliar toda a residência etc…

Roupas de grifes e jóias? Preocupações com a segurança, risco de assalto, conservação e manutenção das joias, medo de andar na rua (dependendo da cidade e bairro que mora) etc…

E com tudo isso, há pessoas que escolheram ser ricos sem bens. São pessoas aparentemente comuns, que vivem entre nós, usam roupas comuns, moram no mesmo bairro que o nosso, não ostentam, mas possui um patrimônio consideravelmente alto.

O Thomas J. Stanley retrata esta interessante perspectiva no livro O milionário mora ao lado.

Se a pessoa não se importar com status, muitas vezes é melhor escolher ser um rico sem bens, do que um rico com bens.

~ Yuka ~

27 comentários em “Esqueça o status: seja rico sem bens

  1. Essa é uma questão muito interessante. Meu irmão sempre gostou de carros bons. Eu prefiro ter um carro comum, que não chame atenção e me leve ao trabalho (medo de ladrões). A questão que eu percebo é que o brasileiro é um povo invejoso. Tenho uma tia que parou de receber visitas, ela dizia que sempre estavam olhando o que ela tinha (e olha que ela passou 20 anos com os mesmos móveis). Isso que você disse da casa de praia é real, fiz papai desistir da ideia por isso (os parentes já tratam a casa normal dele como se fosse hotel, mesmo eu não fazendo questão nenhuma de disfarçar meu descontentamento. Sei que parece rude, mas sei o que aturo.). Quando o Luciano Huck teve há alguns anos o Rolex que a esposa deu para ele roubado, disseram que foi bem feito, quem mandou ele ostentar? Enfim, concordo com o que você disse no texto. E também acho que ser um “rico sem bens” é uma forma de se proteger de pessoas nocivas.

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  2. Essa é uma questão muito interessante. Meu irmão sempre gostou de carros bons. Eu prefiro ter um carro comum, que não chame atenção e me leve ao trabalho (medo de ladrões). A questão que eu percebo é que o brasileiro é um povo invejoso. Tenho uma tia que parou de receber visitas, ela dizia que sempre estavam olhando o que ela tinha (e olha que ela passou 20 anos com os mesmos móveis). Isso que você disse da casa de praia é real, fiz papai desistir da ideia por isso (os parentes já tratam a casa normal dele como se fosse hotel, mesmo eu não fazendo questão nenhuma de disfarçar meu descontentamento. Sei que parece rude, mas sei o que aturo.). Quando o Luciano Huck teve há alguns anos o Rolex que a esposa deu para ele roubado, disseram que foi bem feito, quem mandou ele ostentar? Enfim, concordo com o que você disse no texto. E também acho que ser um “rico sem bens” é uma forma de se proteger de pessoas nocivas.

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    1. Oi Carol, realmente, concordo com essa sua percepção, de que brasileiro é um povo invejoso. Além do seu exemplo que deu, também tenho exemplo de pessoas que quando entra no Facebook, ao invés de olhar A pessoa, fica olhando o que está ATRÁS da foto da pessoa: ou seja, repara na casa da pessoa, no sofá, na geladeira, e ainda fica comentando que o sofá é das “Casas Bahia”, e qual seria o problema de ter um sofá das Casas Bahia? São pessoas que têm um espírito muito pequeno. Justamente para me proteger deste tipo de comentários maldosos, que eu aprendi que “o segredo da felicidade, é ser feliz em silêncio”. Beijo pra você.

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    2. Oi Carol. Lendo seu comentário lembrei de quando recebi a visita de minhas enteadas. A surpresa foi quando depois me dei conta que uma delas tirou foto da batedeira kkkkkkk Em que mundo vivemos…

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  3. Faz 7 meses que vim ler o post sobre o carro, e decidi vendê-lo. E vendi. Esse conceito de usufruir sem possuir é muito libertador!
    Em nenhum momento senti realmente falta do carro, e se eu sentia uma pontinha, me lembrava de como eu poderia redirecionar os gastos com impostos e manutenção para outras coisas muito mais legais!!
    Já quis comprar uma bicicleta, mas nem preciso, tem uma estação de bike quase na esquina! Entre outras coisas…
    Obrigada por compartilhar suas idéias, saiba que foi muito importante ver o seu exemplo para que eu conduzisse os meus pensamentos de uma forma mais tranquila em todo esse processo de desapego veicular rsrs, já que tenho um filho pequeno tb!

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    1. Oi Debora, eu lembro de quando você se desfez do carro rs. Uma decisão corajosa, indo contra a maré do que a maioria prega (que dizem que não tem como criar um filho, sem ter um carro). E ao contrário do que muitas pessoas possam imaginar, o fato de não termos bens, não significa que vivemos na miséria. Muitas vezes, é justamente ao contrário. Por exemplo, esse dinheiro que você vendeu o carro, pôde ser investido pensando no futuro da sua família. O dinheiro que você está poupando na gasolina, manutenção, troca dos pneus, troca do óleo, IPVA, seguro obrigatório, seguro opcional, ufa, esqueci de mais alguma coisa? Então, esse dinheiro que você poupa todo mês permite que você consiga pegar um táxi quando precisar, e ainda sobra para você poder passear, viajar, fazer algo que gosta. Tudo isso pela simples decisão de se desfazer de algo que não estava sendo usado com tanta eficiência. Claro, há casos em que ter carro é fundamental, mas não é o caso de todos. Eu continuo firme e forte no meu projeto “ser rica sem bens”, não tendo carro, morando de aluguel, mesmo tendo 2 filhas. Isso tem permitido que meu patrimônio cresça a cada ano, além de poder morar no bairro que eu sempre quis morar, a menos de 200m do metrô. Vamos que vamos Débora, 2019 é nosso kkk. Beijos.

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        1. Um ativo é algo que põe dinheiro no seu bolso. Se o pobre trabalha todo mês, e investe uma parte do salário, ele não precisa ter bens para começar a ter dinheiro. Quando eu comecei a juntar dinheiro há muitos anos, eu tinha 0 reais. Não tinha nada, nem dinheiro, nem ativos. Foi só com o tempo que eu comecei a ter ativos. Na verdade, até recomendo que um pobre não tenha bens no início, pois querendo ou não, acaba gerando gastos.

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  4. Engraçado nunca pensei nisso.Como vim de uma família miserável (sem exagero,passávamos fome) sempre fui muito frugal.Quando passei a ter um excelente salário continue na mesma e não comprei nada:carro,casa e etc mesmo podendo com folga.Hoje tenho uma vida sem bens e tranquila mesmo com meu marido desempregado agora.Por isso acredito que o caminho é esse que expos acima por vivencia.

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    1. Oi Marcela, é que no mundo em que vivemos, não ter bens, significa ser um perdedor para muitas pessoas. E as pessoas, por não quererem o julgamento alheio, acabam comprando algo que está fora de seu alcance, mesmo que isso implique em fazer dívidas. O resto é uma bola de neve. Viver sem se importar com o que o outro pensa, é uma das maiores liberdades que podemos apreciar. Veja você, seu marido desempregado no momento, tendo tranquilidade para passar por essa fase que para muitos é extremamente estressante e conturbado. Agora, imagina se você tivesse diversas obrigações, financiamento do imóvel, IPTU, financiamento do carro, IPVA, etc? A perda do emprego do seu marido já seria motivo de brigas. Também passei por algo parecido há alguns anos. Estava grávida da minha segunda filha, e na semana que ela nasceu, meu marido ficou desempregado. A primeira frase que eu falei foi: “que ótima fase para ser demitido, vamos aproveitar a licença-maternidade juntos”. Imagina se eu tivesse diversas dívidas, com certeza estaria brigando com ele pela pressão em ter que pagar contas altíssimas. Por isso posso dizer que Marcela, você está no caminho certo. Beijos.

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  5. Yuka,

    Não são necessários muitos bens materiais para que a vida seja significativa e feliz. Acho que a pirâmide de Maslow é uma boa referência sobre o assunto, pois o que faz a vida valer mesmo a pena são as experiências, sendo os objetos secundários nessa questão – salvo raras exceções.

    Boa semana!
    Simplicidade e Harmonia

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    1. Oi Rosana, concordo com você que não são os bens materiais que nos traz felicidade. Claro que ela traz conforto, principalmente quando estamos falando do básico necessário como uma casa segura para morar, etc. O problema é que transformaram esses confortos em luxos necessários. Não basta somente ter uma casa, precisa ser a maior casa da rua. Não basta ter um carro, tem que ser o melhor carro entre seus amigos. Muitas vezes a pessoa vive contando moedas, mal tem dinheiro para passar o mês, mas exibe um carrão quando chega no estacionamento da empresa. É uma inversão de valores que criaram na nossa cabeça e que é difícil de tirar… Beijos e boa semana para você também.

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  6. Muito bem observado os novos ricos… Porém ainda tenho visto aquelas pessoas que ostentam bens como forma de ser considerado ricos. Vejo isso na família… Hoje trocaria morar em casa por apartamento pequeno, menos dor de cabeça com manutenção e visitas de parentes…rsrs

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    1. Oi Juliana, o padrão ainda é associarem ricos quem mora em casa grande, quem tem carro de luxo, viaja para o exterior mais de 1 vez por ano, vestem roupas de marca…. e realmente tem muitas pessoas que possuem um poder aquisitivo grande, que viver desta forma nada mais é do que usufruir de algo que é possível. O problema é que muitas pessoas da classe média que se acham ricas vivem como ricos fazendo dívidas. Esses “ricos da classe média” conheço de monte rsrsrs.

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  7. Olá, querida Yuka!
    Pensei sobre este assunto no final de semana. Fui passar o dia na nossa casa de veraneio. A casa é extremamente simples, só possuímos os móveis necessários. Nada de TV, internet ou vizinhos. Em compensação, é rodeada por árvores e um rio, isso sem falar nos inúmeros animais que nos visitam. Pensei em como aquele lugar era encantador, a vontade de mudar para lá martelava na cabeça. Naquele momento, um novo concurso, trocar de carro ou reformar a casa pareciam ridículos. Realmente precisamos de pouco para sermos felizes, mas insistimos em comprar e possuir, não por nós mesmos, mas pelo que os outros irão pensar.
    Beijos e obrigada pelo texto.
    Já aguardo ansiosa pelo próximo.

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    1. Oi Kátia, é isso mesmo, você tem um refúgio que é a sua casa de veraneio. Você disse que a casa é simples, mas tem tudo o que você precisa que é paz, natureza. Eu mesma por muitas vezes olho o meu apartamento e fico perguntando se preciso de tanta coisa. Para muitas pessoas, eu tenho pouco. Mas eu ainda acho que tenho muitas coisas. Beijos pra você.

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  8. Oi Yuka! Excelente reflexão! Sobre a aquisição de imóvel, eu penso que pra nós brasileiros não é uma questão de ostentação, mas de sensação de segurança. Sei que tudo é mutável, mas ter a casa própria traz tranquilidade. Mesmo se nada der certo teremos pra onde voltar, um teto. Esse sentimento é algo que herdamos dos nossos pais, morar de aluguel é estar à mercê da vontade de terceiros (donos do imóvel). Com certeza é um alto investimento, mas ainda é muito difícil desapegar.

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    1. Oi Julia, é verdade, tem essa questão que você falou mesmo, da segurança. E lendo seu comentário, lembrei também que há pessoas que preferem fazer uma dívida para ter um boleto para pagar todo mês, pois não conseguem ter a disciplina de juntar dinheiro, mesmo que no final das contas, tenha que pagar o equivalente a dois ou três imóveis. Na época dos nossos pais era muito importante cursar um nível superior, ter um emprego estável e imóvel próprio. Eu mesma achei isso durante muitos anos, só comecei a questionar quando comprei um imóvel pra mim. Aprendi sobre investimentos e fazendo as contas, vi que no meu caso, valia mais a pena morar de aluguel, já que teríamos mobilidade que tanto queríamos. O legal disso tudo é não criar regras, nem de que ter imóvel é o certo, nem que morar de aluguel é o certo. Lembro de um caso de uma pessoa conhecida que estava pensando em desfazer do carro, e falei que era melhor repensar, pois a pessoa mora com um pai muito idoso. Por isso cada caso é um caso e precisa ser avaliado se aquela situação condiz com a realidade da pessoa, né? Beijos pra você.

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