Minimalismo

Tchau! A vantagem de desapegar

desapego

Um dos maiores benefícios de viver uma vida de desapego é a possibilidade de nos livrar de sentimentos de responsabilidades que o acúmulo de coisas nos traz, ao ter que cuidar e manter coisas que nem usamos.

Ter uma casa abarrotada com objetos sem uso nos faz ter inúmeras preocupações como: o custo de uma casa de um tamanho razoável para manter e acomodar todos os nossos pertences sem uso, a manutenção das coisas desde tirar poeira, limpar, até consertar alguns eletrodomésticos e portáteis que nem são assim tão importantes. Veja um exemplo simples: se resolvo cozinhar um milho, vou até a cozinha, abro a porta do armário e já fico desanimada quando percebo que para tirar a panela de pressão, preciso tirar da frente a sorveteira, o mixer e as 5 frigideiras. Não seria muito mais fácil se com um único movimento conseguisse tirar a panela de pressão?

Outro exemplo que gosto de usar é em relação aos amigos. Temos diversos colegas que queremos chamar de amigos. Mas isso faz com que não consigamos dar a atenção devida para os nossos verdadeiros amigos. Como dispor de tempo para aquele amigo que precisa da nossa atenção, se toda semana surgem 4, 5 convites para passear? Alguém precisa ficar de fora. Será que esse alguém não está sendo justamente aquele amigo que precisava de nós?

As pessoas com as quais se importam verdadeiramente conosco, não se importam se andamos numa BMW ou de bicicleta. Se moramos em uma mansão ou em uma casa alugada. Se temos um emprego dos sonhos ou um emprego que nos faz feliz.

As pessoas que realmente se importam conosco só querem uma coisa: que sejamos felizes.

Enquanto muitas pessoas carregam dentro da bolsa o celular de última geração, andam com as roupas da moda, possuem carros caros e eletrônicos sofisticados, eu e meu marido viajávamos pelo mundo para conhecer as ilhas da Grécia, Nova York, Amsterdam, Paris, Vancouver, Japão, além de conhecer praticamente todos os Estados do Brasil…

Sabíamos exatamente o que nos deixava felizes. Não era o status social, tanto que pouquíssimas pessoas sabem que eu já viajei tanto. Não há fotos publicadas em lugar nenhum.

Também não viajamos para comprar coisas, eletrônicos, roupas. Viajamos para conhecer os lugares e saborear a comida. Para se ter uma ideia, a única coisa que eu trouxe de Amsterdam foi 1 cadeado para bicicleta. Só.

Não temos dívidas, não temos prestações do financiamento da casa, não precisamos nos preocupar com o seguro do carro, nem de abastecer ou calibrar os pneus. Também não preciso me lembrar de comprar presentes para o meu marido em datas festivas. Todas essas coisas que não preciso fazer, vai esvaziando a mente e liberando espaço para as coisas importantes da vida.

Quando converso com algumas pessoas, muitas delas acabam falando que se não morassem tão longe, também deixariam de ter um carro. Se não fossem pelos filhos, também morariam de aluguel. Se não fosse pela escola pública ser tão ruim, também optariam por uma. Se tivesse mais dinheiro, também moraria num bairro melhor. Se se se se…..

Não se iluda, viver com desapego é ao invés de usar o SE, usar o APESAR DE.

APESAR de morar longe, ir de transporte público por não querer ter um carro e aproveitar esse momento para ler algo prazeroso, e ainda conseguir usar parte do dinheiro economizado em viagens. APESAR dos julgamentos externos, morar de aluguel e investir toda a diferença em investimentos com bons retornos que traga paz para a família. APESAR da escola não ser boa, optar por uma pública e tentar reunir pais que tenham motivação para melhorar o ensino daquela escola.

Essa é a pequena diferença entre pessoas desapegadas e pessoas que carregam problemas nas costas.

Essa pequena diferença, no fim das contas, se torna a única e a mais notável diferença entre essas pessoas.

~ Yuka ~

28 comentários em “Tchau! A vantagem de desapegar

    1. Oi Lu, o “apesar de” mostra que temos o poder da escolha, enquanto no “se”, ficamos só esperando as coisas acontecerem. Quando a gente muda de lado e passa a escolher o “apesar de”, é quando as mudanças começam a acontecer. Um beijo pra você.

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  1. Bom dia! Conheci seu blog na sexta-feira e tenho aprendido muito com você e seu modo de viver.
    Você já leu algo do Zygmund Baumann? Ele fala sobre tudo que você escreve (li poucos mas A arte da Vida e Amor líquido são excepcionais)
    Obrigada por partilhar sua vida.
    Paz e luz.

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    1. Oi Kabema, tem uma amiga minha que já falou pra eu ler livros do Zygmund Baumann, está na minha lista de leituras, mas ainda não li. Ela também falou que eu falo muitas coisas que ele fala. Preciso um dia conhecer os livros dele… Vou anotar estes dois que você falou. Beijos.

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  2. Yuka, conheci teu blog há poucas semanas e estou devorando tudo, aprendendo muito e colocando em prática muita coisa que há tempos estava só esperando um empurrãozinho. Muito obrigada, viu? ❤

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  3. Como todo o post, consegue nos “toca”.
    Também levei um susto com o “tchau” kkkkkkkk
    É tão libertador desapegar sabe…é um grande aprendizado na vida. E depois que meu pai partiu dessa Terra eu percebi ainda mais que muitas coisas materiais nem valem muito a pena. E o que importa mesmo é o que você viveu aqui nesse mundo. E isso que vai ficar pra sempre no nosso coração.
    Gratidão por seu blog Yuka.
    Gratidão por você compartilhar tanta sabedoria conosco.
    Você nos abraça sempre com seus posts.
    Um grande abraço!!!!

    Dri 😀

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    1. Oi Dri, é bem isso que você falou sabe, com o tempo a gente começa a perceber que as coisas mais importantes da nossa vida não custa dinheiro. Sinto muito pela perda do seu pai 😔

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  4. isso é tão real Yuka as pessoas se ‘preocupam” tanto se você trocou de carro, qual sua profissão, isso ou aquilo, se você se deixar levar vai acabar se preocupando com opinião de terceiros,que nem trazem nada de bom pra nossa vida, não pagam nossas contas e não são amigos de verdade
    é bem igual esta frase : Status é comprar coisas que você não quer, com o dinheiro que você não tem, a fim de mostrar para gente que você não gosta, uma pessoa que você não é.

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    1. Oi Talita, eu adoro essa frase ❤️. Meu marido fala que quando nos preocupamos mais com a vida dos outros do que com a nossa, é sinal de que a nossa vida está sem graça e que precisamos colocar mais cor nela rs.

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  5. Quando fiz minha mudança, doei torradeira elétrica, espremedor de frutas e deixei somente o que uso com frequência. Mês passado minha cunhada mudou-se para um ap menor. Enviou pra mim vários eletrodomésticos mega power. Resultado: Até hoje não usei nenhum e toda vez que olho pra eles me pergunto porque aceitei. Além do espaço pra guardar, são tantas peças pra montar e desmontar, lavar depois do uso, que só de pensar desisto de usar pela falta de praticidade.
    Apesar de nos últimos 2 anos estar praticando intensamente o desapego em muitas área da minha vida, ainda me pego dando mancada.
    beijos Yuka 🙂

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    1. Oi Camila, faz parte da vida a gente dar mancadas. Também dou as minhas rsrs. O bom é que você já percebeu que apesar de ter aceito as peças doadas pela sua cunhada, as peças não tem muita utilidade para você, além do espaço ocupado e trabalho dado se resolver usa-los. As minhas mancadas geralmente envolvem pessoas. Gosto muito de ajudar, tirar a pessoa do buraco mesmo, encontrar soluções. Então muitas pessoas me pedem conselhos. Só que os meus conselhos não são aqueles conselhos bonzinhos, de passar a mão na cabeça. Muitos dos que eu dou, são conselhos que incomodam, que faz a pessoa pensar, sair da zona de conforto. E com isso, algumas pessoas, ao invés de se chatear com a situação em que ela mesma se encontra, prefere ficar chateada comigo rs. Enfim, estou aprendendo com o tempo que, infelizmente, são poucas as pessoas que estão realmente dispostas a mudar. Beijinhos.

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  6. Menina , primeiramente, que susto quando lí o “tchau” , logo pensei , não acredito que ela vai parar de escrever … (pouco ansiosa eu, rsrs). Sobre o desapego , tenho te acompanhado à tempos , e cada vez mais entrando nesse mundo , mas ainda é tão difícil me desvencilhar de certas coisas . Carro , colégio particular e plano de saúde de filhos … e se, e se , e se … =(

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    1. Oi Soraia, você também achou que eu ia parar o blog kkk. Sobre o carro, colégio, plano de saúde e outras coisas, eu tenho uma alternativa que vou explicar no próximo post. Tem servido bem pra mim, é sobre substituir os gastos. Aguarde! 😉

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  7. Olá querida Yuka, te acompanho há tanto tempo e apenas hoje decidi escrever-te afim de trocar figurinhas,pois sinto que essa comunidade que carinhosamente está se formando aqui no seu blog através de suas partilhas e as conversas nos comentários somam muito na vida das pessoas que buscam construir um estilo de vida simples e sem pressa.
    Tenho 24 anos e moro numa cidade do interior da Bahia, e há 3 anos estou buscando viver de forma desacelerada.Essa semana meu celular quebrou e ao ler seu post dessa semana fiquei pensando nos benefícios de desapegar. No meu contexto,o celular e as redes sociais prejudicaram muito nos antigos relacionamentos,na autoestima,na produtividade e etc.
    A caminhada foi gradativa,é,e sempre será. Mas hoje,vivendo ha algum tempo sem nenhuma rede social,e mais uma vez sem celular,sinto uma paz de espírito inenarrável. ( Vale dizer que para o meu estilo de vida é tranquilo viver sem celular,pois trabalho perto de casa,e as pessoas que preciso importantes que preciso ver,vejo sempre na semana.)
    O ponto interessante,é que,agora com “tempo sobrando”,estou aprendendo a trazer abundância para os meus dias,pois descobri que mesmo sem redes sociais o celular sabotava meu tempo, sem ele me peguei sem ter o que fazer rs’
    Enfim. (risos) O caminho do desapego é longo,mas com certeza ele fica mais fácil e leve depois de certos desprendimentos.

    Obrigada por somar e conseguir ser tão próxima mesmo sem conhecer essa galera do bem que te acompanha.

    Um beijo! ♡

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    1. Oi Leide. Muito legal seu relato sobre a perda do celular, que no fim das contas virou uma oportunidade. Eu também tive essa sensação quando meu celular quebrou há alguns meses. Eu até respirei aliviada ao perceber que não sentia tanta falta do celular, como achei que sentia. Mas já estou com um celular de novo rs. No seu caso, não ter celular, mostrou como o seu tempo pode ser abundante, ter mais qualidade de vida e até mesmo ter um tempo ocioso, o que é uma raridade nos tempos atuais. É maravilhoso saber que uma pessoa tão jovem como você, tem consciência sobre simplicidade e desapego, coisas que eu só descobri depois dos meus 30 anos hehehe. Um beijo pra você.

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