Auto-Conhecimento

Vida corrida: desacelerando

desacelerar

Não é de se estranhar que a nossa vida esteja tão corrida.

E o motivo é simples.

Nós trocamos – pelo menos – 1/3 do nosso dia trabalhando para os outros em troca de dinheiro, julgo salário. Vendemos o nosso tempo por dinheiro para manter o nosso sustento, comprar comida, ter um teto para morar, pagar pelos estudos, ter conforto.

Ficamos 8 horas no trabalho + 1 hora de almoço no trabalho + 1 hora (pelo menos) no trânsito. “Só” isso já consome 10 horas do nosso dia.

Quando voltamos para casa, a maioria de nós precisamos ir ao supermercado, fazer o jantar, cuidar da nossa higiene, cuidar dos filhos, cuidar da casa.

Mesmo se não tivermos nenhuma atividade extra (como academia, curso), só com o emprego e tarefas domésticas, o dia praticamente já foi preenchido.

Quando tentamos fazer mais coisas do que o nosso tempo permite, geramos estresse e a sensação de que nos falta tempo domina a nossa rotina.

Muitos pais fazem hora extra para comprar o que há de melhor para o seu filho, mas na maioria das vezes o que o filho mais quer é ter os pais por perto.

Trocamos nosso tempo trabalhando mais para comprar coisas que nem precisamos.

Talvez compramos coisas que não precisamos por fazer uma comparação com um colega? Se um colega de trabalho compra um carro importado, uma casa grande decorada, coloca os filhos na escola bilíngue, a sensação de que está ficando para trás invade a sua mente?

A televisão dá uma bela incentivada nesse comportamento, mostrando em novelas e comerciais as mulheres surreais andando de salto alto dentro da casa, ou seja, mostram a mulher impecável que nos faz sentir um lixo. Ressaltam em comerciais a importância de trocar presentes em datas festivas (a maioria inventadas por donos de indústrias para girar o comércio) como Dia das Crianças, Dia dos Pais, Dia das Mães, Natal, Dia dos Namorados, Black Friday, etc.

Colocaram na nossa cabeça que trabalhar muito é bonito. Fazer hora extra é bonito. Não ter tempo para família é bonito. Ou seja, quanto menos tempo tivermos, mais importante iremos parecer.

Colocaram na nossa cabeça que quem tem tempo é preguiçoso. Que quem trabalha pouco é vagabundo. Quanto mais tempo tiver, mais preguiçoso vai parecer.

Quem colocou essas ideias na nossa cabeça?

Neste exato momento, eu não tenho a opção de largar meu emprego, mas sei que a empresa me paga pelas 8 horas diárias do meu serviço. Antes eu fazia hora extra. Hoje não. Antes eu vendia férias. Hoje não.

Para ter um casamento saudável, é necessário que a família passe mais tempo juntos. Para ter filhos com melhor autoestima é necessário que passem mais tempo com os pais.

Não deixe que – no pouco tempo que sobra do seu dia – a televisão, o celular, a internet afaste ainda mais sua família.

~ Yuka ~

23 comentários em “Vida corrida: desacelerando

  1. Yuka,

    Muito bom seu post, ainda mais para essa época do ano na qual o consumo aumenta significativamente.

    Infelizmente a mídia em geral está aí pronta para fazer com que nos sintamos mal como somos, com o que temos, com o que queremos e se duvidar, até com nossos valores de uma vida mais simples, com menos consumo, com mais tempo para o que realmente importa.
    Quando uma peça publicitária nos leva a sentir vergonha do que somos ou do que possuímos, pelo menos mais um comprador em potencial eles já conseguiram.

    Como você bem disse, ter tempo disponível parece que virou algo com conotação negativa, como se o normal fosse estarmos ocupados o tempo todo! Mas a vida não é assim. E se seguirmos por esse caminho, mais tarde nos arrependeremos – pelo menos as pessoas que têm mais consciência sobre o assunto, como você, eu e os leitores do seu blog.

    Boa semana!

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    1. Oi Rosana, nessa época do ano as pessoas aproveitam para comprar e compram mesmo, muitas coisas sem ao menos precisar. Depois passam lamentando o ano inteiro da dívida que fez. É um período que precisamos parar para pensar na próxima decisão que iremos tomar. Beijos pra você e boa semana.

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  2. Parabéns Yuka!! Foi direto ao ponto.
    Inclusive hoje passei uma situação com meu marido. Amanhã é aniversário de uma de nossas sobrinhas, e saímos para comprar um presente. No caminho meu marido comentou sobre o quanto gastaríamos no natal para dar presentes para todos os nossos sobrinhos. Lembrei a ele que até hoje só demos presente no aniversário deles. Nunca demos ovos de páscoa,presentes de dia das crianças e natal antes. Ele observou que antes eles eram pequenos e isso não importava tanto, mas que agora estão maiores e que a coisa mudou. Mudou por que? Apenas perguntei: você tem dinheiro para comprar presentes para todos eles, em todas essas “datas comemorativas”? A resposta foi NÃO!! Então não devemos nos incomodar com isso. Não podemos fazer as coisas fora das nossas possibilidades. Não importa se todos os outros estão dando presentes, às vezes eles tem condições para isso, às vezes se endividam para mostrar “que podem”. Minha sobrinha mais próxima, que tem 6 anos, ganhou pouquíssimos presentes meus na vida. Sempre no aniversário, nunca em outras datas. Ela nunca reclamou ou me pediu nada. O que ela adora é quando eu busco ela na escola, brinco com ela, levo na evangelização ou ficamos conversando. Esses dias inclusive ela disse que sou a melhor amiga dela. Quase chorei. Isso confirma o que você disse: as crianças querem nosso tempo, não nosso dinheiro. Eu trabalho pouco, ganho menos, mas hoje sobra mais dinheiro e vivo melhor. Ano que vem me dedicarei ao grupo mediúnico do centro espírita que frequento e planejo ter uma vida mais ativa em atividades sociais. Tudo isso só é possível porque tenho tempo. E não troco isso por nenhum carrão, mansão, ou roupas luxuosas!! Beijos!!

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  3. Parabéns Yuka!! Foi direto ao ponto.
    Inclusive hoje passei uma situação com meu marido. Amanhã é aniversário de uma de nossas sobrinhas, e saímos para comprar um presente. No caminho meu marido comentou sobre o quanto gastaríamos no natal para dar presentes para todos os nossos sobrinhos. Lembrei a ele que até hoje só demos presente no aniversário deles. Nunca demos ovos de páscoa,presentes de dia das crianças e natal antes. Ele observou que antes eles eram pequenos e isso não importava tanto, mas que agora estão maiores e que a coisa mudou. Mudou por que? Apenas perguntei: você tem dinheiro para comprar presentes para todos eles, em todas essas “datas comemorativas”? A resposta foi NÃO!! Então não devemos nos incomodar com isso. Não podemos fazer as coisas fora das nossas possibilidades. Não importa se todos os outros estão dando presentes, às vezes eles tem condições para isso, às vezes se endividam para mostrar “que podem”. Minha sobrinha mais próxima, que tem 6 anos, ganhou pouquíssimos presentes meus na vida. Sempre no aniversário, nunca em outras datas. Ela nunca reclamou ou me pediu nada. O que ela adora é quando eu busco ela na escola, brinco com ela, levo na evangelização ou ficamos conversando. Esses dias inclusive ela disse que sou a melhor amiga dela. Quase chorei. Isso confirma o que você disse: as crianças querem nosso tempo, não nosso dinheiro. Eu trabalho pouco, ganho menos, mas hoje sobra mais dinheiro e vivo melhor. Ano que vem me dedicarei ao grupo mediúnico do centro espírita que frequento e planejo ter uma vida mais ativa em atividades sociais. Tudo isso só é possível porque tenho tempo. E não troco isso por nenhum carrão, mansão, ou roupas luxuosas!! Beijos!!!

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    1. Oi Camila, valorizar o tempo parece ser fácil, mas é um exercício diário e difícil. Sua sobrinha tem muita sorte de ter uma tia presente como você. Luxo é isso, ter tempo para fazer as coisas que você ama e acredita. Parabéns!

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  4. Que bom ler este POST… Há uns meses passei por uma situação na qual até me cansei de dar explicações sobre o meu ponto de vista…e fui julgada como “preguiçosa” ahhh como fui… A maioria dos meus amigos e colegas de trabalho começaram a fazer um mestrado e eu fui quase crucificada quando disse que não me interessava neste momento, porque eu iria sacrificar o único dia que dedico a visitar e ficar o dia todo com meus pais (que já são idosos). E ainda completava dizendo que este não era o curso que eu gostaria de fazer é que não queria fazê-lo só pra aumentar meu salário (como todos). Mas fui quase crucificada por isso…e até me senti mal com os julgamentos. Sinto que seus posts são como um bálsamo para aqueles que nadam contra a maré… Para aqueles que esperam viver mais devagar…como eu digo: menos dinheiro, mas mais saúde.

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    1. Oi Lu, sei bem o que você passa. Mas olha, a maioria das pessoas ainda não conseguem enxergar isso que você enxerga. Elas fazem as coisas sem pensar, continuam fazendo e ainda julgam as que não fazem igual. De todas as pessoas você conhece, quantas dão valor ao trabalho (que nem tem paixão) e quantas dão prioridade para a família? Aposto que o primeiro grupo será infinitamente maior. Podem até dizer que é a família, mas na prática, demonstram ser o trabalho. Por isso eu sempre digo que esse estilo de vida que levamos pode estar na moda, pode ser bonito na teoria…. mas não serve pra todo mundo. Beijos.

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    1. Oi Fernanda. Nos tempos atuais, o tempo é realmente a nossa maior riqueza. Trocamos nosso tempo por dinheiro. Por isso devemos usar o dinheiro com parcimônia para que nosso tempo (dinheiro) não seja gasto de forma desnecessária. Beijos e uma ótima semana para você também.

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