Minimalismo

Um minimalista com um iPhone

open_graph_logoEm blogs ou reportagens sobre minimalismo a gente sempre vê comentários de pessoas dizendo “ah, é fácil dizer que é minimalista com um iPhone e MacBook”.

A verdade é que muitas pessoas confundem o minimalismo com voto de pobreza.

E a partir desses comentários em outros blogs, comecei a analisar quando passei a NÃO desejar alguns bens de consumo, como roupas caras, bolsas de grife, carro, apartamento grande, etc.

Sabe quando? Foi quando meu salário aumentou e eu pude de fato comprar várias coisas.

E posso dizer que comprei muito (muita coisa desnecessária, diga-se de passagem)!

Foi com o tempo que eu passei a não comprar certas coisas, não por falta de dinheiro, mas por uma opção.

Mas só consegui perceber que não precisava de uma bolsa de marca quando finalmente pude comprar uma. Será que se eu não tivesse condições de comprar, ainda não teria vontade de tê-la?

Acho que é difícil convencer uma pessoa que nunca pôde comprar algumas coisas a ser minimalista. Claro que tem gente que consegue, mas tem gente que não compreende.

Talvez a pessoa queira ter muitas roupas, muitas coisas em casa, pois é a sua forma de definir felicidade.

Eu mesma só percebi os excessos, quando pude ter os meus excessos. Excessos em roupas, em sapatos, em bolsas, em acessórios. E afogada entre tantos objetos dentro de casa, percebi que não era isso que me fazia feliz. Que a minha felicidade não estava nos objetos. Me incomodava a bagunça, a sensação de sufocamento entre tantos objetos não utilizados.

Cada pessoa tem o seu tempo de compreensão e mudança. Às vezes demora 1 segundo para perceber esse consumismo em excesso, às vezes é necessário errar para aprender, às vezes só é necessário ver alguém errar para aprender com o erro dos outros.

E na maioria das vezes, a pessoa pode passar a vida inteira consumindo em excesso sem nunca perceber que não é isso que a faz feliz.

~ Yuka ~

16 comentários em “Um minimalista com um iPhone

  1. Mais um ponto em comum! rs Parece que sou eu escrevendo, pois passei pelo mesmo processo de consumo de bens e viagens e percebi o mesmo que você! Eu de fato mudei por ter experimentado esse excesso e perceber que eu não preciso disso tudo. Não que não seja legal comprar coisas ou viajar, coisas que ainda faço, é claro, mas foi o excesso que me fez repensar e mudar. Isso tudo combinado com uma vontade de usar melhor meu tempo em vida, buscando uma vida mais feliz e com mais tempo para aquilo que eu aprecio (leia-se família, amigos e conhecimento). Bjus e boa caminhada para todos nós!

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    1. Pois é, por isso acho complicado julgarmos o comportamento do outro. Da mesma forma que só caiu a ficha quando minha casa estava abarrotada de objetos sem utilidade, a ficha da outra pessoa pode demorar a cair…. E muitas vezes nunca cair. Não sou a favor de fazer voto de pobreza ou até mesmo passar vontade, mas em ter o suficiente. Isso sim, é muito bom! Beijos!

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  2. Olá Yuka, muito obrigada por mais um texto seu.
    Me interessa muito e procuro ter cuidado em não consumir demais, mesmo pq sei que o excesso realmente (da msm forma que para você) para mim não traz felicidade.
    Porém tenho e prefiro usar iphone. Para mim, ser minimalista não tem nada a ver com fazer voto de pobreza. Uso iphone e vou usar produtos caros, se eu achar que eles valem a pena, pelo custo x beneficio. Já usei diversos celulares android, e sempre tinha problema com vírus, e etc. Porém desde que adquiri iphone, esses erros acabaram e nunca mais fiquei na mão. Pode ser que muitas pessoas nunca tenham tido esse mesmo problema como o meu, mas nesse caso, prefiro pagar um pouco mais caro, e saber que vou ter um produto que vai durar e que vai me aguentar. Além do que, não tenho mais custo com aparelho de som, maquina fotográfica, entre outras coisas, pq o “danadinho” funciona muito bem, e tem ótima qualidade. (não é merchand rs, juro!)…o mesmo vale (no meu caso) para sapatos, tem uma marca que sempre compro, e que quando preciso de um, sei que vou encontrar do meu gosto, que serão duráveis, e confortáveis, e não penso 2 vezes em investir.Não são caríssimos, mas um pouco mais caros, que lojas mais populares. Já comprei muito sapato barato, que além de me machucar, durou pouquíssimo….Procuro ter o essencial, viver com menos sim, porém de qualidade. Esse tipo de situação acontece comigo, para alguns tipos de produtos, porque na maioria dos casos, sempre procuro o mais em conta, e adquiro se realmente valer a pena heheheheh . Bjos e gratidão mais um vez.

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    1. Olá! Me identifiquei muito com o que você escreveu. Também amo meu iPhone rs. E faço muito bom uso dele, tanto que na minha opinião vale cada centavo investido. Acho caro sim. Muito caro. Mas gosto tanto da usabilidade da Apple que não abro mão deste conforto. Como você, separo bem onde gasto e onde economizo. Talvez esse seja o segredo do “gastar bem”. Um grande beijo!

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  3. Olá Yuka,

    Concordo com seu texto.

    Em casa, chamamos isso de ” A Teoria do Carro Preto”: para mim os carros pretos geralmente são os mais bonitos e os que mais chamam atenção. Mas também, os que mais dão trabalho para se manterem limpos e brilhantes, afinal carro preto é assim: “lavou, tá sujo!” . (para quem não liga pra limpeza, essa teoria não se aplica). Continuando… uma vez, meu irmão queria comprar um carro preto e a família inteira avisou: pense bem, é bonito mas dá um trabalhão para cuidar. Ele bateu o pé, comprou o carro, “sofreu” para mantê-lo sempre impecável, até que vendeu o carro e nunca mais comprou outro carro preto.

    Ou seja, ele precisou “viver” o carro preto para não querer mais.
    No caso de ter as coisas, acredito que é o mesmo caminho: é preciso comprar, ter as coisas (seja ela cara ou não) para abrir mão depois. Abrir mão sem viver a experiência, sentir o sabor, a sensação é bem complicado, senão ficará algo idealizado, ficará a eterna “lombriga”.

    Isso serve para o amor também. Como aquela frase que diz: “Como são interessantes as pessoas que não conhecemos bem”. rs

    Um beijo.

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    1. Oi Carolina! Adorei a teoria do carro preto rsrs. É bem isso mesmo, só quando a gente tem um, é que descobrimos o trabalho que ele dá… Uma casa grande (deve dar um trabalhão pra limpar), um carro esportivo (o IPVA e seguro devem ser caros) e por aí vai. Por isso o ideal é antes da gente tomar alguma decisão, pensar muito… Pra que aquela decisão não traga dor de cabeça rs. Um beijo!

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  4. Realmente não concordo com o pensamento de que o minimalismo e o voto de pobreza andam juntos…. muito pelo contrário: já que a ideia é ter apenas o necessário, o essencial, sem aquele consumo desenfreado, é muito claro que se dê preferência para itens de qualidade, mesmo que sejam mais caros, mas que vão durar/funcionar bem por muitos anos.

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    1. Oi Camila. É verdade, prefiro ter produtos bons e duráveis por justamente saber que vou continuar com aquele item por muitos e muitos anos. Só temos que distinguir que nem sempre produtos bons e duráveis precisam ser necessariamente caros. Um beijo!

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  5. Olá adoro seus posts sobre minimalismo super sinceros e sem rodeios.
    Para mim a ficha caiu quando parei para me analisar e descobrir de onde vinha tanta infelicidade mesmo não havendo nenhum motivo aparente. Sentia me sufocada e queria fugir da vida que levava mesmo sendo uma vida tranquila. Foi ai que conheci o minimalismo e de cara abracei a ideia sempre fui muito organizada e nunca gostei de bagunça mas me surpreendi comigo mesma quando comecei a destralhar a casa. Percebi que estava me afogando em um mar de coisas sem sentido e desde então a vida vem ficando mais leve. Me sobrou mais tempo a rotina doméstica melhorou e me sinto mais decidida e segura e isso se refletiu em todas as áreas da minha vida.
    Minimalismo é vida ! Bjs.

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    1. Oi Cida. Eu tento reduzir sempre, mas parece que de tempos em tempos as coisas começam a acumular de novo. Por isso acho importante fazer o destralhe sempre. Quando minha segunda filha nascer, vou aproveitar a licença maternidade para fazer um destralhe total na minha casa de novo rsrsrs. Beijos!!!

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  6. Parabéns pelo texto e pelo blog, Yuka. Parece que eu consigo me imaginar tendo uma longa conversa com você sobre tudo isso.

    Continue escrevendo porque eu já estou te seguindo, abraços.

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  7. Como está sendo bom visitar o seu blog, ler seus artigos e me identificar; Como você, percebi que comprava desnecessariamente. Cansei! Quero tempo para sentir, para SER, usufruir o que tenho apenas. Sem consumismo, sem ostentação. SER simplesmente eu. Com tempo, com espaços vazios em casa, nos armários. Doar o que está esquecido e sem uso. Buscando leveza, liberdade e tempo. Usar o que tenho e lembrar que roupa não é descartável! Muita Luz!

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    1. Oi Izabel, é muito bom mesmo reconhecer e deixar ir embora coisas que não nos servem mais. Esse exercício tem que ser constante, sempre que possível. Um grande beijo pra você.

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