Auto-Conhecimento

Cada escolha uma renúncia

renuncias

Hoje gostaria de falar sobre as escolhas da nossa vida.

Não sei se já pararam para pensar que quando escolhemos um caminho a percorrer, renunciamos aos outros caminhos existentes?

As pessoas me perguntam como eu consigo juntar dinheiro, como eu consigo viajar com frequência, como eu consegui quitar meu apartamento tão rápido.

E quando eu começo a explicar de que forma consegui juntar dinheiro, geralmente volta uma resposta malcriada assim:

“Ah, mas se eu também colocasse meu filho na creche pública, se também não tivesse carro, se também não tivesse TV a cabo, se também morasse num apartamento de 1 dormitório como você, eu também conseguiria juntar dinheiro.”

Pois é. Para todas as escolhas que fiz, houveram inúmeras renúncias. Só que as pessoas no geral querem juntar dinheiro, mas não querem renunciar a nada. A culpa geralmente é do salário baixo, nunca do estilo de vida que leva.

Não sei quantas vezes imaginei que se tivesse um carro as coisas seriam mais fáceis? Ou quantas vezes me imaginei em uma casa um pouco maior com alguns cachorros correndo pelo quintal? Mas daí eu lembro que antes disso tudo acontecer, precisávamos ter uma segurança financeira. E para isso, tivemos que renunciar a várias coisas. Não é uma decisão tão simples, mas achamos mais importante poupar agora que os filhos são pequenos, pois sabemos que quando eles crescerem, os gastos tendem a aumentar.

Acredito que a oportunidade que temos para juntar dinheiro é agora. Agora que minha filha ainda não reclama se usa roupa ganhada, que não tem mesada, que não tem viagens com as amigas, que ela ainda não me pede um curso de inglês ou de violino, cursinho, etc.

Pagamos um preço por essas escolhas. A cada coisa nova que entra em casa (um carrinho de bebê, uma banheira, um brinquedo um pouco maior), é uma luta para achar um cantinho sem que a casa fique com ar bagunçado. Precisamos participar ativamente das reuniões dos pais para colaborar com o desenvolvimento educacional das nossas crianças na creche (o que eu acho fantástico, diga-se de passagem). Cada passeio que fazemos tem que ser planejado com muita antecedência para nada dar nada errado, já que não temos carro.

O segredo todo está em ver o lado bom das escolhas que fazemos.

Um apartamento pequeno? Poucos objetos para limpar, fácil de organizar, fica aconchegante, condomínio baixo, IPTU baixo…

Não tenho carro? Não preciso pagar estacionamento, não preciso procurar vaga para estacionar, pagar IPVA, seguro obrigatório…

Por isso na hora em que percebermos que alguém tem algo que não temos, não podemos nos esquecer de que existe uma probabilidade grande daquela pessoa ter renunciado a algo (de que muitas vezes não estamos dispostos a renunciar).

~ Yuka ~

16 comentários em “Cada escolha uma renúncia

  1. Muiitoo boa colocação que tb percebo passar totalmene despercebida pelas pessoas q reclamam da falta de estabilidade, mas tb querem ter tudo!! Obrigads por maid um post, amo seus textos! Bjs

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    1. Sim, e esse exemplo pode ser utilizado para quase tudo: falar que nunca tem tempo, mas não saber dizer não; trabalhar muito e ter um cargo que exige muito, mas ficar menos tempo em casa com a família; tudo nessa vida são feitas de escolhas e renúncias. O importante é saber se as escolhas que estamos fazendo são boas e se estamos dispostas a renunciar dos outros caminhos. Um beijo!!!

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  2. E é por isso que gosto tanto desse blog.
    Você é uma pessoa tão realista, pé no chão e admiro isso. Esses são alguns valores que carrego comigo também e pretendo passar aos meus filhos.
    Existe um termo na economia que se chama trade-off e ele diz exatamente isso “abrir mão de algum bem/serviço, para se obter outro”. Nada menos que renúncia.
    Nem sempre abrir mão das coisas é fácil mesmo, mas eu também costumo pensar no lado positivo daquilo.
    Esse mês, por exemplo, estou de mudança para um apto menor e estou muito grata por isso. Penso em todos os benefícios que isso me trará e estou feliz! Abri mão de apto de 70 mts e irei para um de 40 mts, mas sei que serei bem mais feliz com esta renúncia 🙂

    Como sempre, ótimo texto.

    Uma linda semana pra você é sua família!
    Beijos

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    1. A maioria das vezes, abrir mão de algo não é fácil, mas você já faz esse exercício de sempre tentar ver o lado positivo. Você vai adorar morar no apartamento menor, no início pode até achar estranho, mas depois que se adaptar, vai ver que é muito mais fácil administrar uma casa menor. Um beijo!!!!

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  3. Amo seus textos, são bem sucintos e não perde nada em qualidade.
    Penso da mesma forma que você, as pessoas não querem fazer sacrifício para nada, seja juntar dinheiro, emagrecer ou passar numa prova.
    Todos acham estranho eu não querer ter carro, para minha sorte na família nunca tivemos carros, moro num bairro bem próximo ao Centro da cidade e com farta condução, já que também é próximo da principal via e meus pais sempre trabalharam perto de onde moramos.Fora que hoje aqui no Rio ainda temos a facilidade de pegar dois ônibus com o preço de um e ainda dá para contar com aplicativos de taxis ou o Uber (amo!), sendo bem tranquilo quando tem uma emergência ou quando queremos sair a noite.

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    1. Oi Alice, pois é, não sou contra o consumo, apenas do consumismo em excesso. Não vejo problema em ter um carro, se isso for necessário. Mas as pessoas teimam em não querer entender que não preciso de um carro por justamente (que nem você) morar numa região com bastante transporte público. Tem um post bem curtinho que eu falei sobre isso, que eu compro somente itens que acredito poder utilizar o potencial máximo dos objetos: https://viversempressa.wordpress.com/2014/09/11/voce-utiliza-o-potencial-maximo-dos-seus-objetos/ Beijos!

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  4. Adorei a forma como colocou a coisa … Hj estava chateada que as vezes não consigo fazer certas.coisas por falta de.dimdim … E uma pessoa próxima a mim, q teve as mesmas.condições pode … Aí antes de ler seu texto tinha me ligado q pra essa pessoa poder ter um pouco mais de dimdim, demora mto mais tempo no trânsito q eu e trabalha nos feriados … Coisa q eu não faço é não quero fazer.

    A vida é feita de escolhas.

    Obrigada bjus

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    1. Olá Beatriz. Essa consciência é super importante porque traz paz pra nossa consciência, de saber que não temos algo porque fizemos uma escolha. De tempos em tempos, gosto de analisar se as escolhas que eu fiz continuam acertadas ou não, e fazer os ajustes necessários. Um grande beijo!

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  5. Querida Yuka,

    Hehehe, soco na cara! Bem, assim: antes da separação, morava num apartamento de um quarto. Hoje, moro numa quitinete com minha filha. Escolha minha e dela, quem tem 10 anos.

    Num momento estou desempregada, driblando só com a pensão dela, e ainda por cima pagando faculdade. Mas este ano termino. Mas não me vejo morando em um lugar maior, para se ter mais trabalho e mais gasto com decoração de ambiente. O minimalismo tem me ajudado a descobrir estas coisas essenciais da vida, e viver a simplicidade num mundo tão cheio de máscaras! Pois quando se morre, nada se leva dessa vida. Só as memórias de quem prossegue!

    Bjos

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    1. Oi Mísia, olha só, melhor escolha que você fez, de ficar numa quitinete, pois é melhor morar bem em uma quitinete do que morar em um apartamento maior e acabar se afundando nas dívidas e acabar adoecendo de tanta preocupação. O minimalismo é uma porta de entrada para o auto-conhecimento. Beijos pra você.

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